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segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Direção espiritual (o sacerdote: pastor, pai, médico, mestre, juiz) (Parte 1/3)

Presbíteros

Pe. Francisco Faus

Direção espiritual

Introdução

Antes de entrar no tema, parece conveniente ter em conta três considerações prévias:

A) Em primeiro lugar, é patente a importância que o Magistério (Papa, Congregação do Clero) vem dando ultimamente ao tema da direção espiritual pessoal. Ao longo de vários decênios, como sabemos, esta tem sido uma prática um tanto descuidada: não raramente, p.e., em alguns seminários, a direção espiritual tem-se limitado quase que exclusivamente à orientação coletiva, por meio de palestras, meditações e retiros, etc., coisa importante, mas insuficiente.  Vê-se claramente que está havendo agora um desejo de que seja resgatada a prática da direção espiritual no sentido clássico de orientação individual, pessoal.  Assim, por exemplo:

a) A Ex. Ap. Pastores dabo vobis (25/3/1992), ao tratar da pastoral vocacional, enuncia um programa que é válido para todos: «É preciso redescobrir a grande tradição do acompanhamento espiritual pessoal, que sempre deu tantos e tão preciosos frutos na vida da Igreja» (n. 40).

b) Posteriormente, o Diretório para o ministério e a vida do presbítero, da Congregação para o Clero (31/1/1994), afirma: «Paralelamente ao Sacramento da Reconciliação, o presbítero não deixará de exercer o ministério da direção espiritual. A descoberta e a difusão desta prática em momentos diversos da administração da Penitência é um grande benefício para a Igreja no tempo presente» (n. 54) [1].

B) Em segundo lugar, como acabamos de ver, o Diretório recomenda o atendimento da direção espiritual em momentos diversos da confissão (com mais calma, com mais tempo). Isso é sempre possível, em maior ou menor medida, a todos os sacerdotes. No entanto, àqueles sacerdotes que julguem sinceramente não ter tempo para tanto, vale a pena recordar que toda confissão, administrada com espírito de fé e de caridade, pode e deve ser também direção espiritual. Lembremos o Santo Cura d’Ars – referencial para nós neste Ano Sacerdotal -, que, mesmo quando só podia dar conselhos brevíssimos na confissão, rasgava horizontes às almas, elevava, orientava, despertava, suscitava em muitos a inquietação vocacional, etc. Seus conselhos eram como dardos de fogo dirigidos ao ponto certo de cada alma, e mudavam vidas, com a graça de Deus.

C) Em terceiro lugar, um esclarecimento: esta conferência estará centrada, fundamentalmente, no tema da Direção espiritual em si,  de modo que não trataremos da confissão, objeto de várias intervenções neste Curso [2].

A exposição estará subdividida em três partes:

1) Qual a finalidade da direção espiritual?

2) Quais as condições pessoais do diretor espiritual?

3) Como exercer a prática da direção espiritual?

I. Qual a finalidade da direção espiritual?

A finalidade da direção espiritual só pode ser bem compreendida à luz de alguns conceitos básicos da antropologia cristã e da teologia espiritual, que convém ter sempre presentes.

             A) A antropologia sobrenatural cristã evidencia que o cristão não pode ser compreendido nem ajudado apenas por meio das ciências humanas (psicologia, pedagogia, sociologia, etc.), uma vez que é, ontologicamente (não só moralmente), uma criatura nova (2 Cor 5,17), um homem novo (Ef 4,24), em quem foi restaurada, pelo batismo, a semelhança  com Deus (Catecismo da Igreja Católica [CEC], n. 734, 1701, etc.), pois foi feito, pela graça do Espírito Santo, participante da natureza divina (2 Ped 1,4 e CEC, n. 460).

É muito esclarecedor o processo que se observa – não de modo linear, mas quase que “em espiral ascendente” (como diria Romano Guardini) -, no Evangelho de São João, para ilustrar a vida nova do homem novo:

a) Já no prólogo, São João afirma que, aos que crêem em Cristo, Ele deu-lhes o poder de se tornarem [portanto, trata-se de uma transformação] filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus (Jo 1, 12-13). É uma “nova criação”;

b) No cap. 3, na conversa com Nicodemos, Jesus declara: Quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus (Jo 3,5). É uma referência evidente à necessidade do novo nascimento para a vida nova que se opera pelo Batismo;

c) No cap. 3, ao conversar com a Samaritana, Cristo dá mais um passo e ilustra essa vida nova com a imagem da água que não pára de jorrar e subir: O que beber da água que eu lhe der, virá a ser nele fonte de água, que jorrará até a vida eterna (Jo 4,14). É uma referência ao dinamismo da vida sobrenatural do cristão, chamada a crescer sem cessar, até desabrochar plenamente na vida eterna (cf. 1 Jo 3,2);

d) Finalmente, na festa dos Tabernáculos, o Evangelho de João explicita claramente que essa “água” é a graça do Espírito Santo. Jesus, de pé, clamou: Quem crê em mim, como diz a Escritura, “do seu interior manarão rios de água viva”. Dizia isso referindo-se ao Espírito Santo que haviam de receber os que cressem nele (Jo 7,38-39). Cf. também, por exemplo, Rm 5,5, Rm 6,4, etc, etc.

Essa nova vida brota, por assim dizer, da chaga do peito de Cristo crucificado (Jo 19,34), uma vez consumado o Sacrifício redentor, que tem como “fruto” o envio do Espírito Santo (emisit Spiritum: Mt 27,50), do “santificador” (Rm 1,4), daquele que – conforme gosta de frisar a tradição teológica oriental – nos “deifica”, nos “diviniza”, nos “cristifica” (cf. Rm 8,29; Gál 2,20). [3]

B) Por seu lado, a teologia espiritual, com base nos dados da antropologia cristã, entendida à luz da Revelação, explica que o Espírito Santo, ao criar em nós uma “vida nova”, impanta na nossa alma um “novo organismo”, o que a teologia ascética e mística clássica (p.e. Garrigou-Lagrange, Royo Marin), e também o Catecismo da Igreja (n. 1266), chamam “o organismo da vida sobrenatural do cristão”: a graça santificante é infundida na essência da alma, e as virtudes  e dons do Espírito Santo, nas potências da alma (inteligência, vontade…).

a) O Catecismo da Igreja Católica, no n. 1266, explica assim esse “organismo”:

«A Santíssima Trindade dá ao batizado a graça santificante, a graça da justificação, a qual

– torna-o capaz de crer em Deus, de esperar nele e de amá-lo por meio das virtudes teologais;

– concede-lhe o poder de viver e agir sob a moção do Espírito Santo, por seus dons;

– permite-lhe crescer no bem pelas virtudes morais.

Assim, todo o organismo da vida sobrenatural do cristão tem a sua raiz no santo Batismo».

Isso significa que a direção espiritual deve consistir, principalmente, em orientar e ajudar o dirigido a alimentar e aumentar a vida da graça, a cultivar as virtudes (teologais e morais ou humanas), e a buscar uma purificação e união com Deus cada vez maiores, de modo a se tornar capaz de secundar com delicadeza as moções do Espírito Santo, que não cessa de impelir para uma vida santa por meio dos seus dons.

b) Ao mesmo tempo, a teologia espiritual ensina que as fontes da graça, comunicada pelo Espírito Santo, resumem-se fundamentalmente em três:

1) Os sacramentos (particularmente, na prática da direção espiritual, os da Reconciliação e da Eucaristia);

2) A oração (pela sua eficácia impetratória e transformadora);

3) O mérito sobrenatural, ou seja, o amor sobrenatural com que se praticam os atos das virtudes e dos deveres (Cf. CCE nn. 2010 e 2011). Esses atos das virtudes e dos deveres abrangem, permeiam, todos e cada um dos aspectos da vida, desde os mais importantes até os mínimos.

Portanto: a direção espiritual deverá cuidar de que o dirigido:

– incremente e melhore a participação no Sacramento da Reconciliação, na Santa Missa, nas devoções eucarísticas;

– amadureça na vida de oração (oração vocal, mental, contemplativa, lectio divina, devoções sólidas);

– aprenda a viver as virtudes teologais e morais no seu próprio estado de vida, no dia a dia, e a santificar os seus deveres (familiares, profissionais, sociais etc.).

c) Finalmente, a teologia espiritual nos lembra que a meta da direção espiritual é, na realidade, a própria meta da vida cristã: a santidade.

Na Carta Apostólica Novo millennio ineunte, João Paulo II quis lembrar, com forte insistência, um ensinamento central do Concílio Vaticano II, ensinamento que Paulo VI considerava o “ponto central” desse Concílio: a chamada universal à santidade: «Os cristãos de qualquer estado ou ordem são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade» (Lumen gentium, n. 40).

Com base nessa proclamação do Concílio, João Paulo II , ao propor o “programa pastoral” da Igreja para o novo milênio quis destacar, com uma ênfase toda especial, essa “chamada universal à santidade”, salientando dois “princípios” que jamais se podem perder de vista, quer na luta pessoal, quer na direção de almas:

1) «O horizonte para o qual deve tender todo o caminho pastoral é a santidade» (Novo millennio ineunte, n. 30) [4];

2) «Não se trata de inventar um “programa novo”. O programa já existe: é o mesmo de sempre, expresso no Evangelho e na Tradição viva. Concentra-se, em última análise, no próprio Cristo, que temos de conhecer, amar e imitar » (Ibid., n. 29).

Notas:


[1] Cf. também: Congregação para o Clero, O Presbítero, mestre da Palavra, ministro dos Sacramentos e guia da comunidade, em vista do terceiro milênio (19/3/1999), cap. IV, par. 3; Instrução da Congregação para o Clero, O presbítero, pastor e guia da comunidade paroquial (14/8/2002), n. 27, etc.[2] As funções do diretor espiritual como pastor, médico, pai, mestre e juiz irão sendo focalizadas, em particular, de modo sintético, na última parte da exposição.

[3] «O Espírito Santo – explica São Josemaria Escrivá – é o Espírito enviado por Cristo para realizar em nós a santificação que Ele [Cristo] nos mereceu na terra» (É Cristo que passa, n. 130). E S. Cirilo de Alexandria diz: «O Espírito Santo não é um artista que desenhe em nós a divina substância como se fosse alheio a ela; não é assim que nos conduz à semelhança divina. Sendo Deus e procedendo de Deus, Ele mesmo se imprime nos corações que o recebem, como o selo sobre a cera e, dessa forma, pela comunicação de si mesmo e pela semelhança, restabelece a natureza consoante a beleza do modelo divino e restitui ao homem a imagem de Deus» (Tesouro da santa e consubstancial Trindade, 34).

[4] A Instrução da Congregação para o Clero O presbítero, pastor e guia da comunidade paroquial (14/8/2002), frisa insistentemente, na esteira da Carta Novo millennio ineunte, que a primeira prioridade pastoral é a santidade, sendo este «o principal desafio pastoral no contexto do tempo presente», de modo que se torna preciso ensinar e lembrar incansavelmente a todos que «a santidade constitui a meta da existência de cada cristão […]. A pedagogia da santidade é um desafio, tão exigente como atraente, para todos os que na Igreja detêm responsabilidade de guia e formação» (n. 28).

Fonte: https://www.presbiteros.org.br/

O que é um eremita?

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Por Vanderlei de Lima

É um modelo belo de seguimento a Cristo mais de perto e está aberto a homens e mulheres de todos os tempos e lugares.

A palavra eremita vem do Latim eremus (= deserto) e designa, originalmente, aquele que se retirava para o deserto a fim de lá viver entregue a Deus na oração, no silêncio e na solidão. É considerado o primeiro tipo de vida consagrada masculina na Igreja. Depois, também mulheres o abraçaram.

Dois tipos

Podemos distinguir, para efeito de legislação canônica, dois tipos de eremitas: os ligados a uma Associação ou Instituto reconhecido pela autoridade eclesiástica competente, com sua Regra de vida própria, e os autônomos, regidos pelo cânon 603 do Código de Direito Canônico, de 1983.

Os ligados a uma Associação ou Instituto aprovado pela Igreja vivem de modo isolado, mas emitem seus votos (ato canônico juridicamente válido) aos superiores da instituição que entraram. Os chamados autônomos, por não estarem ligados a uma instituição que abriga esse tipo de vida, fazem seu compromisso (votos ou algo equivalente) nas mãos do Bispo Diocesano e seguem suas diretrizes. Diga-se que tanto uma como outra modalidade de eremitismo não deve ser vista como fuga da realidade (o que não seria sadio), mas, sim, como entrega a Deus em favor dos (as) irmãos(ãs).

Consagrado

O eremita é um consagrado (monge) que faz a profissão dos chamados conselhos evangélicos de pobrezacastidade e obediência ligando-se, assim, à vida de santidade da Igreja (cf. Lumen Gentium, n. 44).

Em comentário, notamos que esses três votos clássicos da consagração se opõem aos três obstáculos de santificação apresentados na Sagrada Escritura. Com efeito, diz São João: “O que há no mundo – a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida – não vem de Deus” (1Jo 2,16). Ora, é a essa tríplice concupiscência que a Igreja oferece seus remédios eficazes: à concupiscência da carne, o voto de castidade; à concupiscência dos olhos, o voto de pobreza e à concupiscência da soberba da vida, o voto de obediência.

Estilo de vida

Isso posto, pergunta-se: como vive um eremita? – Vive na busca de perfeição a que todos os cristãos somos chamados (cf. Mt 5,48) por meio da oração pública da Igreja – a Santa Missa e a Liturgia das Horas distribuída nos vários momentos do dia – bem como da oração particular do fiel: o Rosário, a Meditação da Sagrada Escritura entre outras tantas formas de preces a Deus em favor dos necessitados (pobres, idosos, doentes, perseguidos etc.). Busca, ainda, na caridade, atender aos pedidos de orações ou de conselhos que lhe chega. Também estuda, trabalha e se exercita na sadia caridade pastoral.

No campo material, sustenta-se, dentro da simplicidade, com o que a Divina Providência lhe concede pelos frutos de um trabalho condizente com seu estado de vida e por meio das doações de todos aqueles que reconhecem nessa modalidade de viver um grande bem para a Igreja e para a Humanidade inteira. Afinal, a oração é a alma da alma.

É um modelo belo de seguimento a Cristo mais de perto e está aberto a homens e mulheres de todos os tempos e lugares.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

JMJ 2023: Jornada de Lisboa será nos dias 1 a 6 de agosto

Logo JMJ Lisboa 2023  

Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, declara a sua alegria, sublinhando a importância deste anúncio ser feito no dia de S. Francisco de Assis, 4 de outubro.

Rui Saraiva – Portugal

A organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2023 anuncia nesta segunda-feira dia 4 de outubro que a edição de Lisboa, em Portugal, será de 1 a 6 de agosto. As datas são agora reveladas num comunicado que cita D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa:

“É com muita alegria que revelamos que a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 se realizará de 1 a 6 de agosto de 2023. O anúncio desta data da JMJ neste dia de S. Francisco de Assis é um momento muito importante para todos. Há muito que os jovens de todo o mundo desejavam conhecer a data da JMJ Lisboa 2023 para preparar com maior detalhe a vinda a Lisboa. Esperamos que os 22 meses que nos conduzirão à JMJ sejam um tempo de evangelização para todos” – considera D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa.

Neste momento, são já mais de 400 os voluntários, na sua maioria portugueses, que estão a colaborar com a organização da JMJ Lisboa 2023 no Comité Organizador Local (COL).

JMJ Lisboa 2023: Estás preparado?

https://youtu.be/S6dq_aObzvg

Entretanto, em cada uma das 21 dioceses de Portugal existem também já Comités Organizadores Diocesanos (COD) que dinamizam no seu território o caminho de preparação para o evento.

Do caminho percorrido até agora podemos recordar um importante momento como foi a passagem da Cruz peregrina e do Ícone mariano, símbolos da JMJ, dos jovens do Panamá àqueles de Portugal. A 22 de novembro de 2020, na Solenidade de Cristo Rei, numa Eucaristia na Basílica de S. Pedro, o Papa Francisco exortou os jovens a não renunciarem aos grandes sonhos e disse-lhes para fazerem obras de misericórdia:

“Não renunciemos aos grandes sonhos. Não nos contentemos com o que é devido. O Senhor não quer que restrinjamos os horizontes, não nos quer estacionados nas margens da vida, mas correndo para metas altas, com júbilo e ousadia. Não fomos feitos para sonhar as férias ou os fins de semana, mas para realizar os sonhos de Deus neste mundo. Ele tornou-nos capazes de sonhar, para abraçar a beleza da vida. E as obras de misericórdia são as obras mais belas da vida. Se tens sonhos de verdadeira glória – não da glória passageira do mundo, mas da glória de Deus, esta é a estrada; porque as obras de misericórdia dão mais glória a Deus do que qualquer outra coisa” – sublinhou o Papa Francisco na recepção dos símbolos da JMJ em Roma pelos jovens portugueses.

A JMJ Lisboa 2023 decorre em Portugal de 1 a 6 de agosto. Até lá os símbolos da JMJ peregrinam pelas dioceses de Portugal de novembro 2021 a julho 2023. O tema da JMJ 2023 é: “Maria levantou-se e partir apressadamente” (Lc 1, 39).

Fonte: https://www.vaticannews.va/

O Papa: respeitemos o ser humano, a criação e o Criador. Cop26 ofereça respostas eficazes

O Papa Francisco no encontro "Fé e Ciência".
Rumo à "Cop 26" na sala das Bênçãos, no Vaticano

O Papa Francisco reuniu cientistas, especialistas e líderes religiosos no Vaticano para o encontro "Fé e Ciência", durante o qual foi assinado um apelo conjunto em vista do evento de Glasgow. O Pontífice entregou aos participantes seu discurso escrito, no qual faz um apelo a adotar comportamentos e ações modelados na 'interdependência' e 'corresponsabilidade' para neutralizar as 'sementes do conflito' que prejudicam o meio ambiente e a pessoa humana.

Salvatore Cernuzio/Mariangela Jaguraba – Vatican News

"Tudo está interligado, tudo no mundo está intimamente conexo": ciência e fé, homem e criação. Portanto, é necessário adotar comportamentos e ações modelados na "interdependência" e "corresponsabilidade" e, sobretudo, no "respeito" recíproco, a fim de combater aquelas "sementes de conflito" tais como ganância, indiferença, ignorância, medo e violência que causam feridas tanto no ser humano quanto no meio ambiente. No dia do primeiro aniversário da Encíclica Fratelli tutti, dedicada à fraternidade humana, o Papa Francisco reúne, esta segunda-feira (04/10), na Sala das Bênçãos, no Vaticano, cientistas, especialistas e líderes religiosos (dentre eles o Grão Imame de al-Azhar, Ahmad al-Tayyeb, e o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I) para o encontro "Fé e Ciência. Rumo à Cop 26". Um evento que - como diz o título – olha para a conferência climática anual da ONU programada para se realizar, em Glasgow, na Escócia, de 31 de outubro a 12 de novembro.

Apelo conjunto

Em meio a música e momentos de silêncio, discursos e debates em vários idiomas, todos os presentes assinaram um apelo conjunto no qual ilustraram vários percursos educacionais e de formação a serem desenvolvidos em favor do cuidado da Casa comum. O Pontífice entregou o documento ao presidente da Cop26, Alok Sharma, e ao ministro das Relações Exteriores italiano, Luigi Di Maio; junto com ele, as três páginas de seu discurso: "Vocês têm a transcrição do que tenho a dizer agora e para não sair fora do tempo necessário para todos falarem, deixo o texto em suas mãos. Vocês podem lê-lo e assim continuamos esta celebração."

Uma única família humana

No discurso entregue, o Pontífice recorda que “o encontro de hoje, que une muitas culturas e espiritualidades num espírito de fraternidade, reforça a consciência de que somos membros de uma única família humana: cada um de nós tem a sua própria fé e tradição espiritual, mas não existem fronteiras e barreiras culturais, políticas ou sociais que nos permitam isolar-nos”.

Francisco indica três conceitos-chave para refletir sobre esta colaboração recíproca:

“O olhar de interdependência e partilha, o motor do amor e a vocação ao respeito.”

A assinatura do Apelo conjunto | Vatican News

Interdependência e partilha

O Papa parte do conceito de "harmonia divina" presente no mundo natural, o que demonstra que "nenhuma criatura é suficiente a si mesma. Cada uma existe apenas na dependência das outras, para se completarem mutuamente, a serviço umas das outras". "Plantas, águas, seres vivos são guiados por uma lei nelas impressa por Deus para o bem de toda a criação", enfatiza o Pontífice.

Reconhecer que o mundo está interconectado significa não apenas compreender as consequências nefastas de nossas ações, mas também identificar comportamentos e soluções que devem ser adotados com olhos abertos para a interdependência e a partilha. 

Mudança de rumo

O conceito é o mesmo que foi expresso pelo Papa durante estes longos e difíceis meses de pandemia: "Não podemos agir sozinhos". O Pontífice enfatiza que "o compromisso de cada pessoa de cuidar dos outros e do meio ambiente é fundamental". Um compromisso "que leva a uma mudança urgente de rumo e que também deve ser alimentado pela própria fé e espiritualidade"; um compromisso que deve ser continuamente incentivado pelo motor do amor. "Do fundo de cada coração, o amor cria laços e amplia a existência quando faz a pessoa sair de si mesma em direção ao outro", diz o Papa. Esta "força propulsora do amor" não é "posta em movimento" de uma vez por todas, "deve ser reavivada a cada dia". As religiões e tradições espirituais podem oferecer uma grande contribuição neste sentido.

O amor é o espelho de uma vida espiritual intensamente vivida. Um amor que se estende a todos, além das fronteiras culturais, políticas e sociais; um amor que se integra também e sobretudo em benefício dos últimos, que são muitas vezes aqueles que nos ensinam a superar as barreiras do egoísmo e a derrubar as paredes do eu.

Sementes de conflito

"Este é um desafio", aponta o Papa Francisco, "que enfrenta a necessidade de combater essa cultura do descarte, que parece prevalecer em nossa sociedade e que se acomoda no que o nosso Apelo Conjunto chama de sementes de conflito: ganância, indiferença, ignorância, medo, injustiça, insegurança e violência". As mesmas sementes de conflito que causam "as feridas graves" que infligimos ao meio ambiente: mudanças climáticas, desertificação, poluição, perda de biodiversidade. São feridas que, diz o Papa, citando a Caritas in Veritate, levam à "ruptura daquela aliança entre o ser humano e o ambiente que deve espelhar o amor criativo de Deus, do qual viemos e para o qual caminhamos".

O Papa e o patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I |
Vatican News

Respeito pela criação, pelo próximo, por Deus

O Papa indica "exemplo e ação", por um lado, e "educação", por outro, como os dois "planos" para enfrentar este desafio que tem "o sabor da esperança", já que "não há dúvida de que a humanidade nunca teve tantos meios para atingir este objetivo como hoje". Ele recorda a "vocação ao respeito":

Respeito pela criação, respeito pelo próximo, respeito por si e respeito pelo Criador. Mas também respeito recíproco entre fé e ciência, a fim de entrar num diálogo entre elas orientado para o cuidado com a natureza, a defesa dos pobres, a construção de uma rede de respeito e fraternidade.

Respostas eficazes da Cop 26

"O respeito", sublinha o Pontífice, "não é um mero reconhecimento abstrato e passivo do outro", mas uma ação "empática e ativa" destinada a "querer conhecer o outro e entrar em diálogo com ele a fim de caminhar juntos neste caminho comum". "Uma viagem que levará à Cop 26 em Glasgow que", conclui o Papa, "é urgentemente chamada a oferecer respostas eficazes à crise ecológica sem precedentes e à crise de valores em que vivemos, e assim oferecer esperança concreta às gerações futuras".

Veja o evento em original: https://youtu.be/eVOoncpD-X0

Fonte: https://www.vaticannews.va/

São Francisco de Assis

S. Francisco de Assis | arquisp
04 de setembro

São Francisco de Assis

São Francisco de Assis nasceu em Assis, Itália, em 1182. Era filho de Pedro Bernardone, um rico comerciante, e Pia, de família nobre da Provença.  Na juventude, Francisco era muito rico e esbanjava dinheiro com ostentações. Porém, os negócios de seu pai não lhe despertaram interesse, muito menos os estudos. O que ele queria mesmo era se divertir. Porém, São Boaventura, seu contemporâneo, escreveu sobre ele: “Mas, com o auxílio divino, jamais se deixou levar pelo ardor das paixões que dominavam os jovens de sua companhia”.

Vida de São Francisco

Na juventude de Francisco, por volta de seus vinte anos, uma guerra começou entre as cidades italianas chamadas Perugia e Assis. Ele queria combater em Espoleto, entre Assis e Roma, mas caiu enfermo. Durante a doença, Francisco ouviu uma voz sobrenatural. Esta lhe pedia para ele "servir ao amor e ao Servo". Pouco a pouco, com muita oração, Francisco sentiu em seu coração a necessidade de vender seus bens e “comprar a pérola preciosa” sobre a qual ele lera no Evangelho.

Certa vez, ao encontrar um leproso, apesar da repulsa natural, venceu sua vontade e beijou o doente. Foi um gesto movido pelo Espírito Santo. A partir desse momento, ele passou a fazer visitas e a servir aos doentes que sem encontravam nos hospitais. Aos pobres, presenteava com suas próprias roupas e também com o dinheiro que tivesse no momento.

O Chamado

Num dia simples, mas muito especial, num momento em que Francisco rezava sozinho na Igreja de São Damião, em Assis, ele sentiu que o crucifixo falava com ele,  repetindo por três vezes a frase que ficou famosa: "Francisco, repara minha casa, pois olhas que está em ruínas". O santo vendeu tudo o que tinha e levou o dinheiro ao padre da Igreja de São Damião, e pediu permissão para viver com ele. Francisco tinha vinte e cinco anos.

Pedro Bernardone, ao saber o que seu filho tinha feito, foi busca-lo indignado, levou-o para casa, bateu nele e acorrentou-o pelos pés. A mãe, porém, o libertou na ausência do marido, e o jovem retornou a São Damião. Seu pai foi de novo buscá-lo. Mandou que ele voltasse para casa ou que renunciasse à sua herança. Francisco então renunciou a toda a herança e disse: "As roupas que levo pertencem também a meu pai, tenho que devolvê-las". Em seguida se desnudou e entregou suas roupas a seu pai, dizendo-lhe: “Até agora tu tem sido meu pai na terra, mas agora poderei dizer: ‘Pai nosso, que estais nos céus”.

Renúncia de São Francisco de Assis

Para reparar a Igreja de São Damião, Francisco pedia esmola em Assis. Terminado esse trabalho, começou reformar a Igreja de São Pedro. Depois, ele retirou-se para morar numa capela com o nome de Porciúncula. Ela fazia parte daabadia de Monte Subasio, cuidada pelos beneditinos. Ali o céu lhe mostrou o que realmente esperava dele.

O trecho do Evangelho da Missa daquele dia dizia: "Ide a pregar, dizendo: o Reino de Deus tinha chegado. Dai gratuitamente o que haveis recebido gratuitamente. Não possuas ouro, nem duas túnicas, nem sandálias...” A estas palavras, Francisco tirou suas sandálias, seu cinturão e ficou somente com a túnica.

Milagres de São Francisco de Assis

Deus lhe concedeu o dom da profecia e o dos milagres. Quando Francisco pedia esmolascom o fim de restaurar a Igreja de São Damião, ele dizia: "Um dia haverá ali um convento de religiosas, em cujo nome se glorificará o Senhor e a Igreja". A profecia se confirmou cinco depois com Santa Clara e suas religiosas. Ao curar, com um beijo, o câncer que havia desfigurado o rosto de um homem, São Boaventura comentou para São Francisco de Assis: "Não se há que admirar mais o beijo do que o milagre?"

Fundação da Ordem dos Frades Menores (O.F.M.)

Francisco começou a anunciar a verdade, no ardor do Espírito de Cristo. Convidou outros a se associarem a ele na busca da perfeita santidade, insistindo para que levassem uma vida de penitência. Alguns começaram a praticar a penitência e em seguida se associaram a ele, partilhando a mesma vida. O humilde São Francisco de Assis decidiu que eles se chamariam Frades Menores.

Surgiram assim os primeiros 12 discípulos que, segundo registram alguns documentos, “foram homens de tão grande santidade que, desde os Apóstolos até hoje, não viu o mundo homens tão maravilhosos e santos”. O próprio Francisco disse em testamento: “Aqueles que vinham abraçar esta vida, distribuíam aos pobres tudo o que tinham. Contentavam-se só com uma túnica, uma corda e um par de calções, e não queriam mais nada”. Os novos apóstolos reuniram-se em torno da pequena igreja da Porciúncula, ou Santa Maria dos Anjos, que passou a ser o berço da Ordem.

A nova ordem religiosa de São Fracisco de Assis

Em 1210, quando o grupo contava com doze membros, São Francisco de Assis redigiu uma regra pequena e informal. Esta regra era, na sua maioria, os conselhos de Jesus para que possamos alcançar a perfeição. Com ela foram à Roma apresentá-la ao Sumo Pontífice. Lá, porém,relutavam em aprovar a nova comunidade. Eles achavam que o ideal de Francisco eramuito rígidoa respeito da pobreza. Por fim, porém, um cardeal afirmou: "Não podemos proibir que vivam como Cristo mandou no Evangelho".

Receberam a aprovação e voltaram a Assis, vivendo na pobreza, em oração, em santa alegria e grande fraternidade, junto a Igreja da Porciúncula. Mais tarde, Inocêncio III mandou chamar São Francisco de Assis e aprovou a regra verbalmente. Logo em seguida o papa impôs a eles o corte dos cabelos, e lhes enviou em missão de pregarem a penitência.

São Francisco de Assis, um exemplo de vida

São Francisco de Assis manifestava seu amor a Deus por uma alegria imensa, que se expressava muitas vezes em cânticos ardorosos. A quem lhe perguntava qual a razão de tal alegria, respondia que “ela deriva da pureza do coração e da constância na oração”.

A santidade de São Francisco de Assis lhe angariou muitos discípulos e atraiu também uma jovem, filha do Conde de SassoRosso, Clara, de 17 anos. Desde o momento em que o ouviu pregar, compreendeu que a vida que ele indicava era a que Deus queria para ela. Francisco tornou-se seu guia e pai espiritual. Nascia assim a Ordem Segunda dos Franciscanos, a das Clarissas. Depois, Inês, irmã de Clara, a seguia no claustro; mais tarde uma terceira, Beatriz se juntou a elas.

Sabedoria divina

Certa vez, São Francisco de Assis, sentindo-se fortemente tentado pela impureza, deitou-se sem roupas sobre a neve. Outra vez, num momento de tentação ainda mais violenta, ele rolou sobre espinhos para não pecar e vencer suas inclinações carnais.

Sua humildade não consistia simplesmente no desprezo sentimental de si mesmo, mas na convicção de que "ante os olhos de Deus o homem vale pelo que é e não mais". Considerando-se indigno do sacerdócio, São Francisco de Assis apenas chegou a receber o diaconato. Detestava de todo coração o exibicionismo.

Uma vez contaram-lhe que um dos irmãos amava tanto o silêncio que até quando ia se confessar, fazia-o por sinais. São Francisco respondeu desgostoso:"Isso não procede do Espírito de Deus, mas sim do demônio; é uma tentação e não um ato de virtude". Francisco tinha o dom da sabedoria. Certa vez, um frade lhe pediu permissão para estudar. Francisco respondeu que, se o frade repetisse com amor e devoção a oração "Glória ao Pai", se tornaria sábio aos olhos de Deus. Ele mesmo, Francisco, era um grande exemplo da sabedoria dessa maneira adquirida.

São Francisco de Assis e os animais

A proximidade de Francisco com a natureza sempre foi a faceta mais conhecida deste santo. Seu amor universalista abrangia toda a Criação, e simbolizava um retorno a um estado de inocência, como Adão e Eva no Jardim do Éden.

Os estigmas de São Franscisco de Assis

Dois anos antes de sua morte, tendo Francisco ido ao Monte Alverne em companhia de alguns de seus frades mais íntimos, pôs-se em oração fervorosa e foi objeto de uma graça insigne.

Na figura de um serafim de seis asas apareceu-lhe Nosso Senhor crucificado que, depois de entreter-se com ele em doce colóquio, partiu deixando-lhe impressos no corpo os sagrados estigmas da Paixão. Assim, esse discípulo de Cristo, que tanto desejara assemelhar-se a Ele, obteve mais este traço de similitude com o Divino Salvador.

Devoção a São Francisco de Assis

No verão de 1225, Francisco esteve tão enfermo, que o cardeal Ugolino e o irmão Elias o levaram ao médico do Papa, em Rieti. São Francisco de Assis perguntou a verdade e lhe dissessem que lhe restava apenas umas semanas de vida. "Bem vinda, irmã Morte!", exclamou o santo.

Em seguida pediu para ser levado à Porciúncula. Morreu no dia três de outubro de 1226, com menos de 45 anos, depois de escutar a leitura da Paixão do Senhor. Ele queria ser sepultado no cemitério dos criminosos, mas seus irmãos o levaram em solene procissão à Igreja de São Jorge, em Assis.

Ali esteve depositado até dois anos depois da canonização. Em 1230, foi secretamente trasladado à grande basílica construída pelo irmão Elias. Ele foi canonizado apenas dois anos depois da morte, em 1228, pelo Papa Gregório IX. Sua festa é celebrada em 04 de outubro.

Oração a São Francisco de Assis

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor;

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;

Onde houver discórdia, que eu leve a união;

Onde houver dúvida, que eu leve a fé;

Onde houver erro, que eu leve a verdade;

Onde houver desespero, que eu leve a esperança;

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, Fazei que eu procure mais

Consolar, que ser consolado;

compreender, que ser compreendido;

amar, que ser amado.

Pois, é dando que se recebe,

é perdoando que se é perdoado,

e é morrendo que se vive para a vida eterna.

IGREJAS DEDICADAS A SÃO FRANCISCO DE ASSIS EM BRASÍLIA

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Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

domingo, 3 de outubro de 2021

Há 43 anos morria o “Papa dos 33 Dias” no “Ano dos 3 Papas”

Aleteia
Por Francisco Vêneto

Faleceu em 28 de setembro aquele Papa de um incomum nome duplo: o "Papa dos 33 dias", também conhecido como o "Papa do Sorriso".

Em 28 de setembro de 1978, vitimado por um ataque cardíaco no Palácio Apostólico, falecia João Paulo I, já então conhecido como “o Papa do Sorriso” e, a partir de então, chamado também de “o Papa dos 33 dias”.

De fato, ele havia sido eleito como sucessor de São Paulo VI em 26 de agosto, dando solene início ao novo pontificado em 3 de setembro. Aqueles 33 dias desde a eleição configurariam o pontificado mais curto dos últimos quase quatrocentos anos e um dos mais breves de todos os tempos.

O Ano dos 3 Papas

1978 entrou para a história como “O Ano dos 3 Papas”: São Paulo VI, João Paulo I e São João Paulo II se sucederam no trono de São Pedro não apenas durante um mesmo ano, mas, mais precisamente, durante pouco mais de dois meses daquele ano.

Seria preciso voltar no tempo mais de três séculos e meio para encontrar um precedente semelhante: Clemente VIII, Leão XI e Paulo V, em 1605.

João + Paulo

Após a morte do Papa São Paulo VI no meio de um tórrido verão italiano, foi eleito ao pontificado o Patriarca de Veneza, Albino Luciani, que adotou o incomum nome duplo de João Paulo em homenagem aos seus dois predecessores imediatos: São João XXIII e São Paulo VI, líderes do Concílio Vaticano II.

A primeira homilia

Na Santa Missa de abertura do seu pontificado, o Papa João Paulo I afirmou:

“O primeiro pensamento, de adoração e de súplica, vai para Deus, Infinito e Eterno; com uma decisão humanamente inexplicável e com a Sua benigníssima dignação, Ele nos elevou à Cátedra do bem-aventurado Pedro (…) Iniciamos o nosso serviço apostólico invocando como estrela esplendorosa da nossa caminhada a Mãe de Deus, Maria, Salus Populi Romani e Mater Ecclesiae, que a liturgia venera de modo particular neste mês de setembro. Que a Virgem Santíssima, que guiou com delicada ternura a nossa vida de criança, de seminarista, de sacerdote e de bispo, continue a iluminar e a dirigir os nossos passos, para que, feito voz de Pedro, com os olhos e a mente fixos no Seu Filho, Jesus, proclamemos no mundo, com jubilosa firmeza, a nossa profissão de fé: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo”.

A trajetória do Papa dos 33 dias

O Papa João Paulo I nasceu em 17 de outubro de 1912 em Canale d’Agordo, no Vêneto, norte da Itália. Foi batizado no mesmo dia como Albino Luciani por uma mulher chamada Maria Fiocco, devido ao “perigo iminente de morte” que sofria.

Entrou no seminário menor de Feltre aos 11 anos e, aos 16, no seminário gregoriano em Belluno, sendo ordenado sacerdote em 7 de julho de 1935 com apenas 22 anos.

São João XXIII o nomeou bispo de Vittorio Veneto em 15 de dezembro de 1958. Por sua vez, São Paulo VI o nomeou patriarca de Veneza em 1º de fevereiro de 1970 e, em 5 de março de 1973, o criou cardeal.

Causa de santificação

O Papa Francisco assinou o decreto de reconhecimento das virtudes heroicas de João Paulo I em 9 de novembro de 2017, o que significa que, depois de uma detalhada investigação da sua vida e dos seus escritos, constatou-se que ele viveu em grau heroico as virtudes teologais da fé, esperança e caridade.

A próxima fase rumo aos altares é a beatificação, que depende da comprovação de um milagre realizado mediante a sua intercessão. Um segundo milagre será necessário para que, finalmente, o Papa dos 33 dias seja canonizado.

Um novo João Paulo

À surpreendente morte de João Paulo I com apenas 33 dias de pontificado seguiu-se outra notícia surpreendente para a Igreja e o mundo: a eleição de um segundo João Paulo “vindo de longe”.

Karol Wojtyla, arcebispo de Cracóvia, manteve o nome escolhido pelo antecessor e passou para a posteridade como São João Paulo II, um dos mais carismáticos e influentes líderes não apenas da longa história da Igreja Católica, mas da longuíssima história de toda a humanidade.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF