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sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Igreja peregrina para Deus

Papa Francisco beija o Altar na Basílica de São Pedro na Missa
para a comunidade de Mianmar  (Vatican Media)

"A Igreja... só terá sua consumação na glória celeste quando do retomo glorioso de Cristo. Até aquele dia, "a Igreja avança em sua peregrinação por meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus"(CIC, 769)."

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

"A Igreja, à qual todos somos chamados e na qual por graça de Deus alcançamos a santidade, só na glória celeste alcançará a sua realização acabada, quando vier o tempo da restauração de todas as coisas e, quando, juntamente com o gênero humano, também o universo inteiro, que ao homem está intimamente ligado e por ele atinge o seu fim, for perfeitamente restaurado em Cristo". (LG 48)

Lumen Gentium nos aponta a fundação da Igreja do lado aberto de Jesus na Cruz. A mesma Constituição Dogmática apresenta diversas imagens da Igreja, tema que vem sendo tratado neste nosso espaço pelo padre Gerson Schmidt*. Depois de ter falado sobre a imagem da Igreja como a nova Eva em nosso último programa, o sacerdote gaúcho nos apresenta hoje "a Igreja peregrina para Deus", destacando sua índole escatológica:

"Outra imagem significativa da Igreja é que ela caminha como peregrina para a Pátria Celeste, como todos nós batizados, que constituímos a Igreja militante, para que um dia sejamos triunfantes. Diz a constituição Lumen Gentium: “A Igreja «prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus», anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha (cfr. Cor. 11,26). Mas é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades tanto internas como externas, e a revelar, velada mais fielmente, o seu mistério, até que por fim se manifeste em plena luz”(LG, 8).

O capítulo VII da Lumen Gentium descreve de modo específico sobre “A ÍNDOLE ESCATOLÓGICA DA IGREJA PEREGRINA E A SUA UNIÃO COM A IGREJA CELESTE”. É de notar que o caráter escatológico da nossa vocação à Igreja, “a dimensão escatológica da Igreja impregna a Constituição inteira e outros textos conciliares”[1]. Esse capítulo VII da LG põe em evidência um dado essencial da Mistério da Igreja: a sua realização iniciada na terra e sua culminância na plenitude celeste. “Não são duas Igrejas diversas, no céu e na terra, mas sim a mesma Igreja em duas fases”...[2].  

Afirma a LG, no número 48 assim: “Enquanto não se estabelecem os novos céus e a nova terra em que habita a justiça (cfr. 2 Ped. 3,13), a Igreja peregrina, nos seus sacramentos e nas suas instituições, que pertencem à presente ordem temporal, leva a imagem passageira deste mundo e vive no meio das criaturas que gemem e sofrem as dores de parto, esperando a manifestação dos filhos de Deus (cfr. Rom. 8, 19-22)” (LG, 48).

E continua no número 49 dizendo dessa unidade das duas fases da mesma Igreja: “Com efeito, todos os que são de Cristo e têm o Seu Espírito, estão unidos numa só Igreja e ligados uns aos outros n'Ele (cfr. Ef. 4,16). E assim, de modo nenhum se interrompe a união dos que ainda caminham sobre a terra com os irmãos que adormeceram na paz de Cristo, mas antes, segundo a constante fé da Igreja, é reforçada pela comunicação dos bens espirituais” (LG, 49).

Por isso, ambas as fases dessa única Igreja realizam a Comunhão dos Santos. Os que são de Cristo constituem uma mesma Igreja (LG, 49).

O Concílio Vaticano II recorda a doutrina tradicional dos “novíssimos”, que são os temas do céu, do inferno e do purgatório. Mas integra a escatologia individual na escatologia geral da humanidade, dando relevo à esperança na restauração do mundo por Cristo e à vigilância para resistir ao Maligno durante o tempo de prova terrena.

Essa doutrina do capítulo VII da LG foi um estímulo para a renovação pós-conciliar do tratado dogmático de escatologia. Essa dimensão escatológica da Igreja peregrina não se fez repercutir nos tratados teológicos para compreensão dessa fase celestial da Igreja. Nas últimas décadas houve um acento sempre forte da dimensão terrena, da construção da cidade terrestre, das lutas cotidianas para um mundo mais justo e humano. O que não é errado, mas digno de louvor. Porém, não devemos esquecer o destino, a meta, nosso porto onde chegaremos um dia, onde todos vamos estar. “Com efeito, a vida daqueles que fielmente seguiram a Cristo, é um novo motivo que nos entusiasma a buscar a cidade futura (cfr. Hebr. 14,14; 11,10) e, ao mesmo tempo, nos ensina um caminho seguro, pelo qual, por entre as efêmeras realidades deste mundo e segundo o estado e condição próprios de cada um, podemos chegar à união perfeita com Cristo, na qual consiste a santidade” (LG, 50). Diz o Catecismo: "A Igreja... só terá sua consumação na glória celeste quando do retomo glorioso de Cristo. Até aquele dia, "a Igreja avança em sua peregrinação por meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus"(CIC, 769)."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

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[1] VILLAR, José Ramón. HACKMANN, Geraldo B. e AMARAL, Miguel de Salis (org.). As constituições do Vaticano II, Ontem e hoje, Edições CNBB, 2015, p.189.

[2] Ibidem. 

Fonte: https://www.vaticannews.va/

São Zacarias e Santa Isabel

Crédito: João Bidu
05 de novembro

São Zacarias e Santa Isabel

“Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, às pressas, a uma cidade da Judéia. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se agitou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.  Com um grande grito exclamou: “Você é bendita entre as mulheres, e é bendito o fruto do seu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar?” ( Lc 1, 39-43)

A Igreja latina celebra hoje a festa da mãe de João Batista e une à sua memória a do marido Zacarias. De ambos, o evangelho de Lucas nos dá poucas notícias, diz em seu livro Mário Sgarbossa, limitadas ao período da dupla anunciação a Zacarias e à Virgem e do nascimento do precursor de Jesus. Todavia, com poucas palavras, o evangelista sintetiza a santidade deles, seu espírito de oração, a retidão dos seus corações no cumprimento não só externo mas também interior dos preceitos mosaicos: “Ambos eram jutos aos olhos de Deus e observavam irrepreensivelmente os mandamentos e as leis do Senhor”.

Segundo o evangelista, no tempo de Herodes, rei da Judéia, havia um sacerdote chamado Zacarias, da classe de Abias; a sua mulher pertencia à descendência de Aarão e se chamava Isabel. Eles viviam na aldeia de Ain-Karem e tinham parentesco com a Sagrada Família de Nazaré.

Isabel, apesar de sua santidade, era estéril: uma vergonha para uma mulher hebreia, que era prestigiada somente através da maternidade. Mas foi por sua esterilidade que ela se tornou uma grande personagem feminina na historia religiosa do Povo de Deus. Juntos, foram os protagonistas dos momentos que antecederam o mais incrível advento da historia da humanidade: a encarnação de Deus entre os seres humanos.

Estavam velhos, com idade avançada, e como não tinham filhos, julgavam essa graça impossível de ser alcançada. Foi quando o anjo do Senhor apareceu ao velho sacerdote Zacarias no templo e disse-lhe que sua mulher, Isabel, teria um filho que teria o nome de João, que significa “o Senhor faz graça”. O menino seria repleto do Espírito Santo desde a gestação de sua mãe, reconduziria muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus e seria precursor do Messias.

Zacarias, inicialmente, manteve-se incrédulo ante o anúncio celeste do nascimento de um filho pelo qual havia rezado com tanto ardor; para que pudesse crer, precisou de um sinal: ele ficou mudo até que João veio à luz do mundo. Na ocasião, sua voz voltou e ele entoou o salmo profético em que, repleto do Espírito Santo, profetizou a missão do filho.

Enquanto isso, devido à proximidade da maternidade, Isabel recolheu-se por cinco meses, para estar em união com Deus. Os dias ela dividia em três períodos: de silêncio, oração e meditação. E foi assim que Isabel, grávida de João e inspirada pelo Espírito Santo, anunciou à Virgem Maria, sua prima, quando esta a visitou: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre”.

Após o nascimento de João, Zacarias e Isabel recolheram-se à sombra da fama do filho, como convém aos que sabem ser o instrumento do Criador. Com humildade, alegraram-se e satisfizeram-se com a santidade da missão dada ao filho, sendo fiéis a Deus até a morte.

Fonte: https://franciscanos.org.br/

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

A oração do Papa e de todos os fiéis por quem sofre de depressão

Vatican News

Por meio da Rede Mundial de Oração do Papa, Francisco expressa sua proximidade a todas as pessoas que se sentem sobrecarregadas em seu dia a dia, especialmente em caso de estresse e depressão, e pede para rezar para que recebam o acompanhamento necessário.

Vatican News

Pelas pessoas que sofrem de depressão: por esta intenção, o Papa Francisco pede as orações dos fiéis neste mês de novembro.

Em “O Vídeo do Papa, o Pontífice demonstra sua preocupação com o estresse e a depressão que acometem a muitos, resultado de uma sobrecarga de trabalho.

“A tristeza, a apatia, o cansaço espiritual acabam dominando a vida das pessoas que estão sobrecarregadas com o ritmo de vida atual”, afirma o Papa. Nesta situação, uma ajuda pode ser a escuta silenciosa e a oração, aliada a um “imprescindível acompanhamento psicológico”.

Esta edição de “O Vídeo do Papa” foi feita com o apoio da Associação de Ministros Católicos de Saúde Mental (Association Of Catholic Mental Health Ministers), que oferece apoio espiritual a pessoas com doenças mentais e incentiva ações de prevenção de qualquer tipo de discriminação que as impeçam de participar plenamente na vida da Igreja.

Depressão e ansiedade, os transtornos mais comuns

Um estudo publicado este ano estima que uma em cada dez pessoas no mundo convive com algum tipo de transtorno de saúde mental, ou seja, cerca de 792 milhões de pessoas, que representam 11% da população. Dos diferentes transtornos existentes, o estudo destaca a depressão (264 milhões, 3%) e a ansiedade (284 milhões, 4%) como os transtornos mais comuns na vida das pessoas.

A ONU, por sua vez, alerta que a depressão, quando recorrente e de intensidade moderada ou grave, pode se tornar um grave problema de saúde. Na pior das hipóteses, pode levar ao suicídio, que atualmente tira a vida de mais de 700.000 pessoas por ano e ocupa o quarto lugar em causas de morte entre jovens de 15 a 29 anos.

A pandemia de COVID-19 também testou a resiliência mental e emocional de inúmeras pessoas, afetando seu equilíbrio psicológico.

“Rezemos para que as pessoas que sofrem de depressão ou de esgotamento extremo recebam o apoio de todos e recebam uma luz que as abram à vida”, convida Francisco, citando as palavras de Jesus:

“Vinde a mim, todos vós que estais cansados e oprimidos, e eu vos darei descanso.”

Fonte: https://www.vaticannews.va/

Conheça o trabalho dos MESCE – Ministros da Eucarística

Pascom | arqbrasília

O Ministério Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística

e o amor da Mãe Igreja pelos enfermos

Guiada pelo Espírito Santo, zelosa e atenta às necessidades de seus membros, a Mãe Igreja, ao longo de sua história e sempre que se fez necessário, promoveu modificações em normas canônicas com vistas a possibilitar aos membros do Corpo de Cristo o alcance da graça da participação da natureza divina.

Assim, “tomando em consideração as angústias e dificuldades” enfrentadas em consequência “do exíguo número de ministros sacros em algumas regiões, onde se vão assoberbando as necessidades da ação pastoral e são solicitados múltiplos trabalhos e esforços do ministério pastoral” (1), o Papa São Paulo VI instituiu, em 1969, o Ministério Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística (MESCE).

De fato, sendo a Eucaristia a “fonte e centro de toda a vida cristã” (2), sendo a Eucaristia “o próprio núcleo do mistério da Igreja” (3), São Paulo VI não deixaria de ouvir, naquele momento, as súplicas dos fies impossibilitados de participar das Celebrações Eucarísticas por estarem enfermos ou em seu leito de morte. Um Santo, um bem aventurado, possui um coração tomado pela compaixão pelos que sofrem; um Santo vê naquele que sofre o rosto chagado de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Portanto, esse ministério extraordinário, ou seja, não hierárquico, expressa o cuidado pastoral, o zelo e o amor da Igreja por seus membros enfermos. É determinação da Igreja que em todas as comunidades paroquiais sejam tomadas providências para que “estes nossos irmãos e irmãs possam receber, com frequência, a comunhão sacramental; revigorando assim a sua relação com Cristo crucificado e ressuscitado, poderão sentir a própria existência inserida plenamente na vida e missão da Igreja, por meio da oferta do seu sofrimento em união com o sacrifício de Nosso Senhor” (4).

Cabe destacar que a Mãe Igreja ensina que “a atenção e o cuidado pastoral por aqueles que se encontram doentes redunda, seguramente, em benefício espiritual de toda a comunidade, sabendo que tudo o que fizermos ao mais pequenino, ao próprio Jesus o faremos” (4).

É importante destacar, inclusive, que o Ministro ordinário da Sagrada Eucaristia é o Sacerdote ordenado e, de fato, “no serviço eclesial do ministro ordenado, é o próprio Cristo que está presente à sua Igreja, como cabeça do seu corpo, pastor do seu rebanho, sumo sacerdote do sacrifício redentor” (…). Pelo ministério ordenado, especialmente dos bispos e padres, a presença de Cristo como cabeça da Igreja torna-se visível no meio da comunidade” (5).  

A missão do MESCE

Ao Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística cabe: levar a Sagrada Eucaristia aos enfermos (sua principal missão), distribuir a Sagrada Eucaristia na Santa Missa (se necessário), presidir a Celebração da Palavra, fazer a exposição do Santíssimo Sacramento (sem dar a bênção) e celebrar exéquias, sendo as três últimas apenas na ausência de um Sacerdote e com a autorização do Pároco.

As atribuições do MESCE dentro da sua comunidade paroquial não são meramente atividades, mas, um serviço de amor a Jesus e aos irmãos. Uma entrega, uma disponibilidade, uma vivência, um convívio com o Senhor da vida, um estar com Ele e levá-Lo aos irmãos.

“A missão do MESCE deve ser evangelizadora, missionária. A Eucaristia irradia, coloca nosso coração, a nossa vida numa dimensão de saída, de evangelização, de missão” (6).

A escolha e indicação do MESCE

A escolha do ministro segue regras estabelecidas no documento Immensae Caritatis, de 1973, emitido pela Congregação para a Disciplina dos Sacramentos. Em nossa Arquidiocese a escolha/indicação é feita pelo Pároco de cada comunidade, observando as regras contidas no referido documento. A investidura dos indicados é realizada pelo Senhor Arcebispo durante uma Santa Missa preferencialmente na Catedral de Brasília, e ocorre após a participação dos futuros ministros em formação realizada pela Coordenação Central Arquidiocesana dos MESCE.

Cabe ressaltar que, diferentemente das demais pastorais da Igreja, no Ministério Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística não é o fiel que se candidata, mas, é escolhido e convidado pelo Pároco da comunidade.

O mandato do MESCE

Sendo um Ministério Extraordinário, o ministro possui mandato temporário. Em nossa Arquidiocese o mandato é anual, podendo ser renovado a critério do Pároco onde o MESCE serve e disponibilidade do ministro. Para renovação é indispensável, ainda, participar da formação permanente anual. O mandato é concedido em documento formal emitido pelo Senhor Arcebispo para o ano subsequente.

A espiritualidade do MESCE

Como já exposto anteriormente, a principal missão do MESCE, a razão para qual foi criado esse Ministério Extraordinário, é levar a Sagrada Eucaristia aos nossos irmãos enfermos que não podem participar da Santa Missa. E como levar Jesus se não O temos dentro de nós, se não O temos como razão de nossa existência? O MESCE, por força do seu serviço aos irmãos, está unido a Jesus Eucarístico e, portanto, é chamado a uma profunda intimidade com o Senhor. Essa intimidade é alimentada pela participação do Santo Sacrifício da Missa, pela meditação da Palavra, pelo Sacramento da Confissão e pela adoração ao Santíssimo Sacramento. “O MESCE é chamado a ser, de modo especial, aquilo que todo cristão deve ser: adorador de Cristo na Eucaristia (7).

A Eucaristia é a fonte e centro da vida do MESCE. É por amor a Jesus Eucarístico que o MESCE quer servi-Lo, levando-O ao irmão; é por amor ao irmão que o MESCE não o deixa sem receber Jesus Eucarístico. É olhando para Jesus, Aquele que deu a vida por seus irmãos, que o MESCE segue servindo a Igreja. “A Eucaristia se torna um exercício constante da imitação do Mestre. O MESCE deve ser a imitação do Mestre Jesus, Ele não veio para ser servido, mas, para servir e dar a vida” (8).

CARMEN LÚCIA MARQUES ROCHA

COORDENAÇÃO CENTRAL ARQUIDIOCESANA DOS MESCE

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1·      INSTRUÇÃO FIDEI CUSTOS, DO PAPA SÃO PAULO VI;

2·      CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA LUMEN GENTIUM, DO CONCÍLIO VATICANO II;

3·      CARTA ENCÍCLICA ECLESIA DE EUCHARISTIA DO PAPA SÃO JOÃO PAULO II;

4·      EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL SACRAMENTUM CARITATIS, DO PAPA BENTO XVI

5·      CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA NºS 1548 E 1549;

6·      MENSAGEM AOS MESCE – DOM PAULO CEZAR COSTA – ARCEBISPO DE BRASÍLIA;

7·      PALESTRA A ESPIRITUALIDADE DO MESCE PELO LADO TEOLÓGICO – DOM JOSÉ APARECIDO – BISPO AUXILIAR DE BRASÍLIA

8·      PALESTRA A ESPIRITUALIDADE DO MESCE PELO LADO PRÁTICO – DOM MARCONY VINÍCIUS FERREIRA – BISPO AUXILIAR E REFERENCIAL PARA O MESCE DA ARQUIDIOCESE DE BRASÍLIA.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Alimentos que poderiam prevenir Alzheimer e doenças mentais

Shutterstock | Lilly Trott

Estudos apontam que propriedades antioxidantes de certos tipos de alimento colaboram com saúde mental, reduzem a depressão e retardam estágios iniciais de demência.

“Você é o que você come” – a máxima, senso-comum entre nutricionistas, costuma se referir a aspectos mais gerais de saúde, como disposição, bem-estar e a ausência de doenças. Estudos mais recentes, no entanto, mostram que a alimentação também interfere no nosso humor e pode ter uma relação determinante no funcionamento de nosso cérebro e em nossa saúde mental.

Aliados

Um estudo da Faculdade de Medicina Penn State, nos Estados Unidos, a ser publicado neste mês pela revista científica Journal of Affective Disorders, revelou que a ingestão de cogumelos, como champignon, portobello, shitake e shimeji, tem efeito preventivo sobre a depressão.  

O grupo de especialistas analisou os hábitos alimentares e os dados de saúde mental de 24 mil adultos norte-americanos coletados entre 2005 e 2016. Os resultados revelam que os indivíduos que tinham o hábito de se alimentar desse tipo de fungo tinham menor probabilidade de desenvolverem o transtorno mental. 

A explicação é que os cogumelos contêm vários compostos, como vitamina B12, fator BDNF (de crescimento nervoso), agentes anti-inflamatórios e antioxidantes como ergotioneína, que previnem as células do corpo e conexões cerebrais de sofrerem danos a longo prazo, além de um efeito antidepressivo.

Muitos especialistas associam a depressão com a falta de capacidade de formar novas sinapses e seria justamente aí que os cogumelos auxiliam, por isso nutrólogos recomendam a ingestão do fungo em uma base diária, algo ainda não muito comum no dia a dia da maioria das pessoas.

Prato colorido

Outro estudo recente aponta efeito semelhante no consumo de diversos tipos de frutas, folhas e legumes, mais especificamente com relação à ansiedade. Como publicado na revista Clinical Nutrition, pessoas que comem ao menos 470 gramas diários desse tipo de vegetal apresentaram níveis de ansiedade 10% mais baixos do que aqueles que se alimentaram com menos da metade disso. 

O mesmo tipo de efeito antioxidante resultante dos cogumelos foi observado a partir da ação de nutrientes como vitaminas, minerais, carotenóides e flavonóides, substância responsável pela cor vibrante dos vegetais. A mesma que, em um estudo apresentado pela Universidade de Harvard em setembro, concluiu-se que age na prevenção de sintomas dos estágios iniciais de quadros de demência, como esquecimento e confusão mental. 

O estudo avaliou informações de saúde e a dieta de 77 mil voluntários de meia-idade ao longo de 20 anos. Segundo a análise estatística dos indivíduos então na casa dos 70 anos, o consumo de flavonóides, presentes em alimentos como morango, abóbora e espinafre, está associado a um declínio de 38% nas chances de declínio da cognição. Também sabe-se que antioxidantes poderosos como este têm efeito anti-inflamatório no cérebro e eliminam o acúmulo de beta-amiloides, aminoácido associado ao Alzheimer.  

Por isso, nunca deixe de consumir frutas e vegetais e de montar um prato colorido, o que é indício de uma alimentação balanceada, no almoço e no jantar. Faz bem para o corpo, faz bem para a mente. 

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Papa inaugurará novo espaço de exposições da Biblioteca vaticana

Guadium Press | Vatican News
Na ocasião, o pontífice também inaugurará a exposição “Tutti. Umanità in Cammino” (Todos. Humanidade em Caminho), uma mostra inspirada na ‘Fratelli tutti’.

Redação (03/11/2021 15:05, Gaudium Press) Na tarde do próximo dia 5 de novembro, o Papa Francisco inaugurará oficialmente um novo espaço de exposição permanente na histórica Biblioteca Apostólica vaticana.

Na ocasião, o pontífice também presidirá a inauguração da exposição “Tutti. Umanità in Cammino” (Todos. Humanidade em Caminho), uma viagem que, inspirada na Fratelli tutti e através das obras do artista Pietro Ruffo, parte da cartografia de viagem, passa por mapas utópicos e alegóricos, até chegar nos desejos e ideais do homem.

Guadium Press | Vatican News

Oportunidade para apoiar a cultura do encontro

Segundo o Cardeal bibliotecário José Tolentino de Mendonça, esta inauguração da nova sala de exposições é uma oportunidade para apoiar a cultura do encontro. “Nossa aposta é fortalecer o papel cultural da Biblioteca do Vaticano no mundo contemporâneo”, destacou.

“De uma grande biblioteca se espera um compromisso para alcançar o que o Papa Francisco profeticamente chama de ‘cultura do encontro’. Que os livros se encontrem com os leitores, traçando caminhos originais. Esse conhecimento preservado como memória pode responder às questões colocadas pelos eventos atuais. Que a história encontre o presente, abrindo novas perspectivas não apenas sobre o que fomos, mas também sobre o que podemos ser”, ressaltou.

Guadium Press | Vatican News

Exposição ‘Tutti. Umanità in Cammino’

Dentre as diversas obras que serão expostas estão o mapa do Nilo de Evliya Çelebi do século XVII, uma obra única de cartografia de viagem de cerca de seis metros de comprimento, acompanhada pela reinterpretação de Ruffo.

Na Sala Barberini, Ruffo irá propor uma instalação específica do local que transforma o espaço em uma exuberante floresta tropical. O tema é o da “cartografia não geográfica”, entendida como aquela interioridade que ao longo da história o homem quis trazer à tona através do esquema representativo do mapa: uma forma não só de descrever a objetividade da Terra, mas também os ideais, as viagens, as descobertas, as crenças. (EPC)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

O que um nascituro experimenta no ventre materno?

Imagem referencial / Crédito: Flickr de Reprodução Assistida
(Domínio público)

REDAÇÃO CENTRAL, 04 nov. 21 / 06:00 am (ACI).- Atualmente, difundiram a posição pró-aborto na qual o nascituro não deve ser considerado um ser humano, caso não seja capaz de sentir dor no ventre materno. Entretanto, a dignidade da pessoa humana não depende de uma capacidade para a dor, mas do direito à vida e da sua dignidade como Filho de Deus.

O ‘National Catholic Register’ recolheu tudo o que a ciência descobriu até agora sobre o que o feto experimenta, através dos sentidos, no útero materno.

1. Angústia

Os fetos com 8 semanas mostram sinais fisiológicos de angústia em resposta a estímulos e, com 20 semanas, são capazes de retroceder ante os fatores estressantes e experimentar um aumento dos hormônios do estresse. A exposição excessiva aos fatores estressantes no útero podem provocar problemas emocionais e comportamentais mais tarde em sua vida.

2. Dor

Um artigo de 2006, publicado no ‘British Medical Journal’ , fez a afirmação sem hesitação de que “é impossível que um feto sinta dor”.

Declarações mais recentes do Royal College of Obstetricians and Gynecologists, o Congresso Norte-Americano de Obstetras e Ginecologistas e outras autoridades reconhecem que os fetos podem experimentar dor pelo menos no terceiro trimestre.

Mesmo antes do terceiro trimestre, a angústia fisiológica e as reações aversivas são evidências de algum tipo de trauma. Talvez não seja uma dor consciente, mas isso não significa que não seja desagradável.

3. Vista e preferências visuais

Há muito tempo sabe-se que os sons do mundo exterior chegam aos bebês ainda no útero, mas é menos conhecido que a luz também pode chegar até eles. A luz suficientemente brilhante passa através da parede abdominal; se for muito brilhante, os bebês se afastarão dela.

Entretanto, nem sempre se estremecem ante a luz e, às vezes, estão mais interessados no que veem do que em outras ocasiões.

Sabemos há algum tempo que os recém-nascidos demostram uma preferência por olhar os rostos em vez de outras coisas. No ano passado, um estudo pioneiro projetou imagens claras através da parede uterina e descobriu que, mesmo antes de nascer, os bebês já preferem as imagens semelhantes as feições do que outro tipo de imagens.

4. Reconhecimento da audição e da linguagem

Há algum tempo, sabe-se que os bebês podem reconhecer as vozes dos familiares (especialmente a voz da mãe, mas também outras que frequentemente ouvem), assim como músicas e cantigas.

Recentemente está sendo mais estudado acerca da aprendizagem de línguas no útero. Os bebês não nascidos não só aprendem a reconhecer palavras especiais e guardam esta lembrança depois do parto, mas também podem diferenciar idiomas familiares e desconhecidos, de maneira que os fonemas e os padrões de fala, por exemplo, da língua chinesa, não serão familiares para um bebê acostumado a ouvir russo e vice-versa.

5. Paladar e olfato dentro do útero

Tudo o que a mãe come ou bebe não chega ao bebê apenas através do cordão umbilical. O que come também afeta o sabor do líquido amniótico que os bebês provam e engolem (eles também lambem a parede uterina e a placenta!).

Quando o líquido amniótico tem um sabor doce, os bebês ingerem mais, uma preferência que começa com 15 ou 16 semanas. Também há afinidades integradas para os sabores salgados, mas, além dessas preferências naturais, os bebês também aprendem sobre o paladar no útero.

Com 21 semanas, os fetos que usam seu sentido do paladar e do alfato podem experimentar sabores complexos.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Dom Leonardo Steiner, COP26: “É urgente uma mudança de cultura ambiental no mundo, mas especialmente no Brasil”

Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus | Vatican News

Em uma entrevista, dom Leonardo afirma que “as COPs são oportunidades de manter a discussão, o diálogo, a reflexão, aprofundando sempre mais a questão das mudanças climáticas”.

Padre Modino - CELAM

Um caminho sofrido e alentador, assim define Dom Leonardo Steiner o percurso das Conferências climáticas. Nestes dias em que acontece a COP26, o arcebispo de Manaus, que participou na COP21 de Paris, marcada pela Encíclica Laudato Si´, reflete sobre “as necessidades urgentes de mudança no modo de viver e do conviver com a terra”.

Tudo está ligado ao lucro, e “nesse sentido é urgente uma mudança de cultura ambiental, no mundo, mas especialmente no Brasil”, afirma o arcebispo. Segundo ele, mesmo diante de alguns retrocessos, “as COPs são oportunidades de manter a discussão, o diálogo, a reflexão, aprofundando sempre mais a questão das mudanças climáticas”.

No Brasil, o panorama mostra “o descaso em relação ao meio ambiente, especialmente em relação à Amazônia”, denuncia o arcebispo de Manaus. Diante disso, se faz importante “a insistência da Igreja na Amazônia”, que “deve ser capaz de suscitar novos caminhos, renovar as estruturas, organizações sociais, incentivar ordenamentos jurídicos que preservem o meio ambiente, mostrar a beleza, a poesia, a arte da Amazônia”.

O Papa Francisco pede uma mudança de rumo para alcançar os objetivos do Acordo de Paris e para assegurar que decisões concretas sejam tomadas na COP26. O que os países – especialmente o Brasil – precisam fazer na COP26 para minimizar os impactos climáticos que já vivemos?

O caminho das Conferências climáticas tem sido sofrido e alentador. Os diálogos têm demonstrado as realidades gritantes e as necessidades urgentes de mudança no modo de viver e do conviver com a terra. A dificuldade maior é sempre econômica; é dinheiro. A poluição do ar, das águas, a devastação das florestas, a destruição pelo garimpo está ligada ao lucro, ao dinheiro.

Não interessa o futuro, a vida dos povos, dos pobres, o desaparecer de culturas, a beleza, a poesia, a harmonia. Nesse sentido é urgente uma mudança de cultura ambiental, no mundo, mas especialmente no Brasil. Na COP, há necessidade de metas mais ambiciosas a curto prazo, um fundo ecológico que ajude na preservação das florestas e na recomposição das mesmas, na urgente despoluição do ar e das águas (saneamento básico).

Mas talvez, se os países todos buscassem educar para a ecologia, despertar para o cuidado da casa comum, teríamos mais chance de uma terra também habitável no futuro. A ecologia está ligada a uma compreensão de dominação e lucro ou compreensão de cuidado e cultivo.

Habitantes da Amazônia | Vatican News

Em 2015, o senhor fez parte da delegação enviada pelo Vaticano para a 21ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP21), que aprovou o maior acordo climático do mundo. A cada cúpula, as previsões são mais catastróficas e muitas das metas estabelecidas pelos países não são cumpridas. Como o senhor avalia o efeito prático das Conferências do Clima até agora?

A COP21 foi marcada pela Encíclica Laudato Sì de Papa Francisco. Presente nos debates, fundamentando a necessidade de metas. Os encontros, os debates entre delegações foram decisivos para chegar a um acordo que fosse aceito pelos países participantes. É sempre difícil negociar quando existem realidades nos diversos países que exigem mudanças em relação ao cuidado do meio ambiente. A França desempenhou uma liderança frutuosa e a Delegação brasileira foi muito atuante.

Apesar dos retrocessos depois da COP21, essas Conferências são importantes por manterem viva a discussão e a busca de soluções em relação às mudanças climáticas. Se formos analisar as conferências, veremos um caminho onde se vai construindo consensos e buscando metas. Temos governos que negam a necessidade de uma responsabilização em relação à casa comum, por negarem a ciência.

As COPs são oportunidades de manter a discussão, o diálogo, a reflexão, aprofundando sempre mais a questão das mudanças climáticas. As ações não caminham como desejamos, nem mesmo conforme a necessidade, apesar do perigo que estamos a correr. Mas não poderão dizer que não buscamos, não tentamos superar a crise em que nos encontramos.

O governo brasileiro vem sendo criticado por sua política ambiental, principalmente pelo aumento do desmatamento nos últimos dois anos, o enfraquecimento das políticas e órgãos ambientais e a defesa da exploração de recursos naturais em terras indígenas. Em uma mudança de discurso, o governo prometeu que o Brasil eliminará o desmatamento ilegal até 2030. O senhor acredita numa atuação mais efetiva do Brasil na defesa da Amazônia?

Soa como um bom propósito. O que temos ouvido, visto e sentido é o descaso em relação ao meio ambiente, especialmente em relação a Amazônia. Não que o Cerrado esteja protegido e a Mata Atlântica, o Pantanal e outros estejam a salvo. O descaso é grave.

O que nos mantém na atenção, na discussão, na reflexão é a própria sociedade através dos povos indígenas e ribeirinhos, das igrejas, de entidades que cuidam do meio ambiente, dos meios de comunicação que percebem a necessidade de mudança de rumo. O garimpo tem sido uma destruição, não apenas das matas, mas também das águas. As populações indígenas e ribeirinhas acabarão eliminadas pelo alto índice de mercúrio no organismo devido as águas contaminadas dos rios.

As políticas, o desmonte dos órgãos ambientais, como também do órgão de relação com os povos indígenas, saltam aos olhos e demonstram que os pobres e o meio ambiente podem ser menosprezados e descartados.  

Amazônia | Vatican News

O Papa Francisco defende um mundo “interconectado” e afirma que “não se pode agir sozinho, é fundamental o empenho de cada um para a tutela dos outros e do meio ambiente”. Como a Igreja da Amazônia pode contribuir com o debate e a construção de caminhos diante da crise ecológica?

No Compêndio da Doutrina Social da Igreja encontramos uma sabedoria que nos ajuda iluminar a pergunta: “A caridade social leva-nos a amar o bem comum e a buscar efetivamente o bem de todas as pessoas, consideradas não só individualmente, mas também na dimensão social que as une”. Está em jogo toda a obra criada e toda a humanidade. Somos chamados a caminhar juntos. O isolamento, a ideologia fechada leva à morte e pode levar à destruição do planeta terra.

A insistência da Igreja na Amazônia, o Sínodo da Pan-Amazônia, o texto pós sinodal Querida Amazônia, estão a indicar o caminho comum. Existe um patrimônio cultural, religioso, social, ambiental a ser cultivado. A Igreja que está na Amazônia deve ser capaz de suscitar novos caminhos, renovar as estruturas, organizações sociais, incentivar ordenamentos jurídicos que preservem o meio ambiente, mostrar a beleza, a poesia, a arte da Amazônia.

Demonstrar a agressividade despudorada em relação à Amazônia, pelo interesse econômico. Estar na atenção de que a Amazônia não serve a um grupo econômico; serve a todos os brasileiros, a toda a humanidade. Tem uma incidência enorme quanto ao equilíbrio do meio ambiente do planeta terra. Ela estará junto aos povos originários ajudando a conservar as suas culturas e aprender com eles. Buscará se inculturar e inculturar a espiritualidade, a fé. A Igreja da Amazônia caminha na esperança; de esperança em esperança! Apesar de todas as agressões e destruições, ela mantém viva a esperança de um futuro melhor, imagem do Reino que anuncia.

Fonte: https://www.vaticannews.va/

São Carlos Borromeu

S. Carlos Borromeu | arquisp
04 de novembro

São Carlos Borromeu

A obra de são Borromeu, um dos santos mais importantes e mais queridos da Igreja, poderia ser resumida em duas palavras: dedicação e trabalho. Mas para fazer justiça, como ele sempre pregou, temos de acrescentar mais uma, sem dúvida a mais importante: humildade. Oriundo da nobreza, Carlos Borromeu utilizou a inteligência notável, a cultura e o acesso às altas elites de Roma para posicionar-se na frente, ao lado e até abaixo dos pobres, doentes e, principalmente, das crianças.

Nasceu no castelo da família em Arona, próximo de Milão, em 2 de outubro de 1538. O pai era o conde Gilberto Borromeu e a mãe era Margarida de Médicis, da mesma casa da nobreza de grande influência na sociedade e na Igreja. Carlos era o segundo filho do casal, e aos doze anos a família o entregou para servir a Deus, como era hábito na época. Com vocação religiosa acentuada, penitente, piedoso e caridoso como os pobres.

Levou a sério os estudos diplomando-se em direito canônico, aos vinte e um anos de idade. Um ano depois, fundou uma Academia para estudos religiosos, com total aprovação de Roma. Sobrinho de Pio IV, aos vinte e quatro anos já era sacerdote e bispo de Milão. Na sua breve trajetória, deixou-se guiar apenas pela fé, atuando tanto na burocracia interna da Igreja quanto na evangelização, sem fazer distinção para uma ou para a outra. Talvez tenha sido o primeiro secretário de Estado no sentido moderno da expressão. Formado pela Universidade de Pávia, liderou uma reforma radical na organização administrativa da Igreja, que naquele período era alicerçada no nepotismo, abusos de influências e sintomas graves de corrupção e decadência moral.

Para isso conquistou a colaboração de instituições, das escolas, dos jesuítas, dos capuchinhos e de muitos outros. Foi um dos maiores fundadores que a Igreja já teve. Criou seminários e vários institutos de utilidade pública para dar atendimento e abrigo aos pobres e doentes, o que lhe proporcionou o título de "pai dos pobres". Orientou muitas Ordens e algumas que surgiram depois de sua morte o escolheram para padroeiro, dando continuidade à grandiosa obra de amparo aos mais pobres que nos deixou. Contudo tudo foi muito difícil, porque encontrou muita resistência de Ordens conservadoras. Aliás, foi até vítima de um covarde atentado enquanto rezava na capela. Mas saiu ileso e humildemente perdoou seu agressor.

Chegou 1576 e com ele a peste. Milão foi duramente assolada e mais de cem padres pagaram com a própria vida as lágrimas que enxugaram de casa em casa. Um dos mais ativos era Carlos Borromeu. Visitava os contaminados, levando-lhes o sacramento e consolo sem limites nem precauções, num trabalho incansável que lhe consumiu as energias. Chegou a flagelar-se em procissões públicas, pedindo perdão a Deus em nome de seu povo.

Até que um dia foi apanhado, finalmente, pela febre, que minou seu organismo lentamente. Morreu anos depois, dizendo-se feliz por ter seguido os ensinamentos de Cristo e poder encontrar-se com ele de coração puro. Tinha apenas quarenta e seis anos de idade, quando isso aconteceu no dia 4 de novembro de 1584, na sua sede episcopal, na Itália. O papa Paulo V canonizou-o em 1610 e designou a festa em homenagem à memória de são Carlos Borromeu para o dia de sua morte.

IGREJA DEDICADA A SÃO CARLOS BORROMEU EM BRASÍLIA (DF):

Paróquia Bom Jesus dos Migrantes - Sobradinho (DF)
Crédito: Casamentos BSB
*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF