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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Os erros que você não deve cometer com seus amigos, segundo um monge medieval

NeonShot | Shutterstock
Por Lucia Graziano

Santo Elredo de Rievaulx, um monge cisterciense medieval, escreveu linda e brilhantemente sobre a amizade.

Elredo de Rievaulx, um monge cisterciense que morreu em 12 de janeiro de 1167, mantinha a amizade na mais alta estima. Ele dizia que os amigos eram “o maior consolo da alma humana” e “uma antecipação da bem-aventurança celestial” e dedicou um tratado inteiro à amizade.

Este era um assunto muito incomum para a época. Em plena Idade Média, era raro um autor religioso dedicar tanta atenção à amizade.

Felizmente para nós, isso não impediu Elredo de ilustrar as características que, em sua opinião, uma amizade deveria ter para ser considerada verdadeiramente cristã. Ele também alerta seus leitores sobre os erros que devem ser evitados por quem quer desfrutar das maravilhas da verdadeira amizade.

Existe alguma esperança de reconciliação depois de uma briga feia com um amigo?

Assim como às vezes acontece com grandes amores, as amizades também podem murchar e morrer. Elredo entendeu bem isso, e algumas passagens bíblicas pareciam confirmar sua ideia.

A premissa óbvia é que é sempre bom fazer todo o possível para revigorar uma amizade adormecida ou danificada pelo ressentimento. Referindo-se ao livro de Eclesiástico (22,21), o abade de Rievaulx observa: “Se você desembainhou sua espada contra um amigo, não se desespere: pode haver um retorno”. 

O que significa, concretamente, “desembainhar a espada contra um amigo?”

Elredo explica “Se o seu amigo disser palavras que o entristecem, se por um tempo ele não voltar a vê-lo, se ele preferir seguir seu próprio conselho em vez de seguir seu conselho, se ele não compartilhar de seus pontos de vista quando vocês debaterem – bem, isso também pode ser considerado à sua maneira um ato de guerra. Mas, neste caso, nem tudo está perdido: certamente a situação não é a ideal, mas isso não quer dizer que a amizade não possa ser salva.”

Eclesiástico (22,22) é firme:

“Ainda que tenhas dito contra ele palavras desagradáveis, não temas, porque a reconciliação é possível, exceto se se tratar de injúrias, afrontas, insolências, revelação do segredo e golpes de traição; em todos estes casos, o amigo fugirá de ti”.

Há feridas tão profundas que impedem qualquer esperança razoável de cura: e é sobre elas que Santo Elredo convida à reflexão, para garantir que nenhum de seus leitores jamais inflija tamanho sofrimento a seus amigos mais próximos.

Regra nº 1: Nunca insulte um amigo, especialmente em público

Descarregar a raiva em um amigo é algo que, segundo o santo, “arruína a reputação do outro e extingue nele a caridade”, principalmente se a injúria ocorrer publicamente. Afinal, nesse cenário, só há dois casos possíveis: ou um arruína a reputação do outro fazendo acusações verdadeiras e fundamentadas (que seria melhor expressar reservadamente com correção fraterna), ou macula o outro fazendo falsas afirmações preconceituosas, falsas ou exageradas sobre ele (que, no entanto, tenderão a ser tomadas como verdadeiras por quem presenciar a briga, justamente pelo vínculo dos dois envolvidos).”  

Regra nº 2: Nunca revele as confidências de um amigo

Elredo é firme neste ponto: “Não há nada mais vil e nada mais detestável, pois não deixa entre os amigos nem um pingo de amor, de graça, de suavidade e, ao contrário, enche tudo de amargura, borrifando-o com o fel do ressentimento, do ódio e da tristeza.”

E, novamente, ele cita Eclesiástico (27,21) para afirmar que “aquele que revelou segredos perdeu toda a esperança.”

Regra nº 3: Esteja sempre pronto para admitir seus erros

Ninguém é perfeito. Até mesmo os melhores e mais brilhantes podem cair em erro, talvez por causa de um julgamento precipitado ou de uma obstinada diferença de opinião. 

De fato, frequentemente acontece que a arrogância é a própria fonte de muitas brigas: por causa desse defeito de caráter, um amigo pode se tornar “impetuoso em ofender e cheio de si em corrigir”.

Certamente pode acontecer que surjam tensões, desacordos e sérias diferenças de opinião entre dois amigos, mas isso não seria, em si, um obstáculo insuperável se levasse a uma discussão calma em vez de um confronto aberto. 

Regra nº 4: Se você quer dizer coisas, diga-as na cara da pessoa

“A maldade final que dissolve a amizade é a difamação feita em segredo, ou seja, o golpe traiçoeiro por excelência”, escreve Elredo. Ele chama isso de uma verdadeira traição, “um ato agressivo e chocante como a mordida de uma cobra ou áspide”: raramente uma amizade pode se recuperar após uma afronta tão vil e chocante.

E o que você pode fazer se tiver um amigo que se comporta dessa maneira?

A exortação evangélica para “dar a outra face” não precisa ser sinônimo de “endossar tal comportamento”. No mínimo, deve haver um limite para nossa tolerância, para evitar que nosso amigo seja enganado na crença equivocada de que certas atitudes (pecaminosas) são realmente toleráveis ​​com um bufo e um encolher de ombros. Pelo menos, esta é a convicção do santo Elredo de Rievaulx, que aconselha com firmeza a seus leitores: “Você deve se afastar de qualquer pessoa que achar obstinada nesses vícios e não deve escolhê-lo como amigo”.

Mas o que fazer se a amizade já existe no momento em que esses vícios começam a se manifestar?

Nesse caso, se todas as tentativas de reconciliação falharam e não conseguimos levar nosso amigo a reconhecer o erro de seus caminhos, Elredo diz que é bom começar a nos distanciar educadamente. “Mas evitemos as injúrias”, acrescenta, “pois o próprio Deus cuidará das faltas do outro, (…) e evitemos também o ultraje”. Em termos modernos, alguns diriam: evitemos descer ao mesmo nível.

De fato, o santo de Rievaulx escreve: “Se aquele que você ama te ofende, não deixe de amá-lo. Se o comportamento dele é tal que você nega a ele sua amizade, nunca negue a ele amor.”

Pelo contrário, continue a se comportar com ele com a mesma caridade que você esperaria receber: “Leve a sério sua salvação o máximo que puder, preocupe-se com sua reputação e nunca revele os segredos que ele revelou a você quando era seu amigo, mesmo que ele tenha te traído.”

Esta é uma regra de ouro que não deve ser esquecida: “Um verdadeiro amigo ama até mesmo aqueles que não o amam mais; respeita aqueles que o desprezam e deseja o bem aos que o amaldiçoam”.

Há muita sabedoria nessas palavras.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

A verdadeira lei é o amor!

A verdadeira lei é o amor! | coracaodemaria

A VERDADEIRA LEI É O AMOR!

Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG) 

Jesus nos convida a seguir o caminho dos seus mandamentos, pois ao nosso alcance estão o bem e o mal, a felicidade e a infelicidade. A liturgia do 6º Domingo do Tempo Comum garante-nos que Deus tem um projeto de salvação para que o homem possa chegar à vida plena e propõe-nos uma reflexão sobre a atitude que devemos assumir diante desse projeto. 

Na segunda leitura (1Cor 2,6-10), Paulo apresenta o projeto salvador de Deus (aquilo que ele chama “sabedoria de Deus” ou “o mistério”). É um projeto que Deus preparou desde sempre “para aqueles que o amam”, que esteve oculto aos olhos dos homens, mas que Jesus Cristo revelou com a sua pessoa, as suas palavras, os seus gestos e, sobretudo, com a sua morte na cruz (pois aí, no dom total da vida, revelou-se aos homens a medida do amor de Deus e mostrou-se ao homem o caminho que leva à realização plena). São Paulo afirma que o Evangelho é sabedoria revelada aos “perfeitos”, isto é, às pessoas dóceis ao Espírito. As contendas da comunidade do Corinto podem impedir a compreensão da sabedoria de Deus. Os poderosos deste mundo são incapazes de compreender essa sabedoria, pois se a tivessem compreendido, não teriam crucificado o autor dela. 

A primeira leitura (Eclo 15,16-21) recorda, no entanto, que o homem é livre para escolher entre a proposta de Deus (que conduz à vida e à felicidade) e a autossuficiência do próprio homem (que conduz, quase sempre, à morte e à desgraça). Para ajudar o homem que escolhe a vida, Deus propõe “mandamentos”: são os “sinais” com que Deus delimita o caminho que conduz à salvação. Conforme a primeira leitura, Deus, em sua sabedoria, não mandou ninguém agir com impiedade nem deu licença para pecar. No entanto, deixou o homem livre. Como diante da água e do fogo, a pessoa pode escolher onde pousar a mão, assim pode preferir a morte ou a vida, o bem ou o mal. A vida consiste em confiar em Deus e observar seus mandamentos para ser guardados/preservados. 

O Evangelho (Mt 5,17-37) completa a reflexão, propondo a atitude de base com que o homem deve abordar esse caminho balizado pelos “mandamentos”: não se trata apenas de cumprir regras externas, no respeito estrito pela letra da lei, mas trata-se de assumir uma verdadeira atitude interior de adesão a Deus e às suas propostas, que tenha, depois, correspondência em todos os passos da vida. Contemplamos, hoje, as quatro primeiras antíteses do Sermão da Montanha. Jesus ensina a superar a justiça farisaica. Esta consistia em se prender nos mínimos detalhes à Lei mosaica e às tradições humanas transmitidas pelos antepassados. Jesus ensina e exorta a uma justiça maior. Fazer e observar a vontade de Deus – justiça – é não matar fisicamente, mas também não matar pela ira. A vontade de Deus é a paz e a reconciliação constante entre os irmãos. Fazer e observar a vontade de Deus é não cometer adultério, nem no sentido estrito e próprio da palavra, nem no coração com desejos maliciosos. Para isso, o discípulo fiel evita toda circunstância e motivo de pecado: arranca a mão e o olho, isto é, tira do alcance do coração, toda ocasião de pecado e perdição. Jesus ensina, ainda, sobre o divórcio, que pode levar ao adultério e, por fim, exorta à sinceridade. “Seja o vosso ‘sim’: ‘Sim”, e o vosso ‘não”: ‘Não”. Tudo o que for além disso vem do Maligno! 

A insistência de Jesus na defesa da vivência das Escrituras (Mt 5,17-37), ou seja, da Lei, exprime que, em vez da obsessão por “mandamento”, a verdadeira religião se pauta na felicidade (bem-aventuranças), toca a existência e não se fecha em um emaranhado de regras e imposições, distantes da relação com a vida. A verdadeira religião humaniza e santifica. 

Jesus não relativiza a Lei, mas a aperfeiçoa no mais alto grau, fazendo o bem, compadecendo-se, restituindo a dignidade dos fragilizados e caídos à beira do caminho. Ele ofereceu o sabor do céu aos que, neste mundo, são obrigados a experimentar o amargor do inferno. Jesus combateu todo tipo de escravidão e sujeição. Jesus cumpriu a Lei de maneira radical. Quando ele fala aos discípulos o “amai-vos” (Jo 13,34), esse ensinamento tem autoridade, porque Jesus é o próprio amor. 

Para o Mestre Jesus, uma fé autêntica não compactua com uma religião de fachada. A verdadeira espiritualidade evita e combate a cultura do ódio, os discursos e práticas ofensivos, o preconceito, superando assim a justiça dos fariseus de nosso tempo! A verdadeira lei é o amor: amar a Deus e ao próximo como a si mesmo!

Irmã Mary: a vida entre os Yanomami

Ir. Mary Agnes Njeri Mwangi com os Yanomami | Vatican News

Ir. Mary Agnes Njeri Mwangi: "com os yanomami aprendi a ser uma mulher de esperança e resiliência, a sempre recomeçar”.

Padre Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

O sangue dos povos indígenas, o sangue dos yanomami corre nas veias da irmã Mary Agnes Njeri Mwangi. Bem é verdade que a missionária da Consolata nasceu no Quênia, mas desde que no ano 2000 chegou ao Brasil, ela sempre permaneceu na missão Catrimani, lugar de presença dos missionários e missionárias da Consolata no meio de um dos povos mais atacados ao longo do último século no Brasil.

Uma missão que a religiosa vê como “uma presença de consolação, uma presença de defesa da vida, de promoção da vida”. Segundo ela, “tem sido também uma presença de ser mulher entre as mulheres”, algo que tem se concretizado no trabalho com as mulheres, nos encontros em diferentes regiões no território Yanomami.

Irma Mary: a vida entre os yanomami | Vatican News

Neste tempo de convivência a irmã Mary Agnes, que foi auditora na Assembleia Sinodal do Sínodo para a Amazônia, diz ter aprendido “a ser uma mulher de esperança e resiliência, a sempre recomeçar, porque a vida é muito atropelada aqui, em alguns momentos há surtos de epidemiologia, invasão do território”. A religiosa insiste em que “aprendi a sempre a recomeçar, quando a vida parece que não existe, sempre tem a mão de Deus que vem ao encontro e recomeçamos. Aprendi muito esse modo de sempre estar disposta a recomeçar, construir, a fazer algo novo, a superar, a estar calma, a constância e o amor na convivência”.

Momentos difíceis

Isso numa região que tem passado momentos muito difíceis e onde se vive o momento atual com preocupação. Na missão Catrimani muitos indígenas não estão conscientes do que está acontecendo em outras regiões do território. Lá não chegam meios de comunicação, o povo não tem acesso para ver as imagens, só se informam com que o que falam na radiofonia, relata a missionária da Consolata.

Diante da situação que o Povo Yanomami vive, a irmã Mary Agnes insiste em que “falta realmente presença, presença em muitas regiões yanomami, de pessoas que podem estar com eles, conversar, compartilhar, isso faz falta, essa presença de pessoas inseridas, que podem também dialogar com o povo neste momento, que podem escutar qual é o problema e acompanhar o povo no dia a dia. O povo está vivendo nesse momento essa situação de desamparo, de estar só”.

Irma Mary: a vida entre os yanomami | Vatican News

As missionárias da Consolata estão acompanhando algumas comunidades, mas como acontece em muitas regiões da Amazônia, essa é uma região de difícil acesso, “são viagens longas, a pé, de barco”, relata a religiosa. Os problemas maiores, aqueles que estão aparecendo na mídia, acontecem em regiões distantes da missão Catrimani, onde elas não conseguem chegar. “E mesmo se nós conseguíssemos chegar seria destampar um buraco aqui para ir tampar outro buraco em uma outra realidade”, afirma a religiosa. Diante disso, a irmã Mary Agnes lança um grito de socorro, “o povo vive nessa ausência de pessoas que possam realmente doar a vida e estar junto com eles. Estar tempo, não é só ir e voltar, mas ficar na região como presença”.

“O Senhor está animando a minha vocação"

Um tempo de dor do povo que a missionária diz estar vivendo como uma experiência em que “o Senhor está animando a minha vocação e também essa opção das missionárias da Consolata, ficar junto ao povo, as missionárias e os missionários”. Ela insiste na importância de “estar sempre presente, junto ao povo e colaborar naquilo que podemos”.

À Igreja a religiosa faz um apelo para poder ter uma presença maior. Ela lembra da missão do Xirei, uma das regiões mais atingidas atualmente, onde havia uma comunidade religiosa até 2006, e essa comunidade deixou por falta de pessoas que podiam dar continuidade. Uma experiência que começou nos anos 90, quando havia outra situação grave quanto está hoje.

Irma Mary: a vida entre os yanomami | Vatican News

A religiosa disse que “hoje está pior, mas agora não tem essa presença, eu sinto que o Senhor me pede, oxalá seja verdade, que a Igreja procure outras religiosas e religiosos que possam atuar em outros frentes na área yanomami, porque aqui é a única presença da Diocese. Eu sinto esse chamado do Senhor, primeiro a afirmação da minha opção, da nossa opção como Consolata, missionários e missionárias de continuar aqui, mas também esse apelo à Igreja do Brasil e do mundo para tentar abrir outras frentes nessas realidades”.

Diante de tanta dor e sofrimento afirma que “vamos continuar lutando e somando forças com esse novo governo que está procurando articular e ajudar e com outras organizações civis”, insistindo em que “como Igreja chamados a somar forças com pessoas do bem”. Uma esperança não só para a irmã Mary Agnes, mas para um povo que luta pela vida tão duramente castigada.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Do deserto da morte para o deserto da vida

As roupas acumuladas no deserto do Atacama | Vatican News

Um projeto no deserto do Atacama, no Chile, transforma o descarte da indústria têxtil em painéis de isolamento térmico para casas populares. Uma “semente” que, para germinar, necessita da contribuição de cada um de nós na tentativa de preservação da Casa Comum. A solução é só uma: consumir menos.

https://youtu.be/MaFpPxrB8nQ

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

“A terra, nossa casa, parece transformar-se cada vez mais num imenso depósito de lixo. (Laudato Si’, 21)”

Esta frase do Papa Francisco estava se verificando no deserto do Atacama, no Chile. E um lixão particular, feito de montanhas de roupas.

Nos últimos anos, se popularizaram lojas de varejo que vendem roupas de baixo custo. São tão baratas que na primeira mancha, rasgo ou simplesmente porque não agradam mais se opta por jogá-las fora. Um fenômeno conhecido como “fast fashion”. As roupas são fabricadas, consumidas e descartadas num ritmo veloz. A pergunta é: onde vai parar tanta mercadoria e com qual consequência para o meio ambiente?

Este descarte criou uma nova indústria, com empresas especializadas na compra de roupa usada. Mas nem todos os países legalizaram a importação deste material.

Na América Latina, o Chile constitui uma das poucas exceções. As empresas selecionam as melhores peças para a revenda e o que não pode ser reaproveitado vai parar em lixões ilegais. Dentro do Chile, a cidade com os maiores benefícios tributários, também devido à sua posição geográfica – perto do mar –, é Iquique, que é zona franca.

Mas antes que a situação pudesse degenerar, as autoridades intervieram, limpando o maior lixão. Mas segundo dados da Secretaria Regional Ministerial, existem ainda 52 “micro-depósitos” na região. Os importadores se comprometeram a trazer tecidos de melhor qualidade para que não sobre produto. Hoje, o decreto 189 do Ministério da Saúde proíbe o descarte em lixões.

A reviravolta

Foi neste contexto que começou a atuar há oito anos a empresa EcoFibra, cujo CEO é Franklin Zepeda-López. O trabalho consiste em transformar o as roupas inutilizáveis em painéis de isolamento térmico para a construção civil, na projetação de casas populares. Trata-se de uma espécie de cobertor inserido dentro das paredes para isolar o frio ou o calor.

“No Chile, assim como em todo o mundo – explica o CEO -, o isolamento térmico é para os ricos, porque é muito cara. Então a qualidade de vida das pessoas mais pobres é baixa, porque passa muito frio no inverno e muito calor no verão, sobretudo no norte do país.”

A ação de EcoFibra, portanto, tem um tríplice impacto: primeiro no meio ambiente, porque atua praticamente limpando os terrenos; depois no social, porque implica na melhoria da qualidade de vida das pessoas em situação de vulnerabilidade; e, por fim, na economia, porque promove a geração de empregos e aquece a atividade econômica da região, uma das mais pobres do Chile.

Quando o trabalho começou, o empresário conta que iam diretamente ao lixão separar as roupas manualmente. Agora, há um convênio com o importador o caminhão descarrega diretamente na empresa.

Zepeda-López não tem dúvidas: consumir menos é a solução | 
Vatican News

“Consumir menos é a solução”

Este é um modo de reduzir os danos ambientais, mas não basta. Zepeda-López não tem dúvidas: “Consumir menos é a solução”.

“Devemos consumir menos, devemos nos conscientizar de que cada compra de um presente vai chegar a um lixão ou será queimada e isso está contaminando o nosso planeta, os nossos mares, as águas com os microplásticos.”

Para o CEO, se trata de controlar um impulso “que vem daqui, da cabeça, de ter o melhor presente para mostrar para seus amigos, esta tentação do consumo”. Nisto, a Laudato Si’ de Francisco vem em nosso auxílio:

“Que melhor mensagem esta que o Papa nos convida a tomar consciência do meio ambiente, do cuidado com as pessoas, do cuidado com a água, que, se não o fizermos agora, não o teremos para os nossos filhos e muito menos para os nossos netos? Então, agora é o momento de agir!”

Terremoto na Síria: menos de 1 minuto foi pior que 12 anos de guerra

AFP
Por AIS

"As pessoas estão chocadas, não falam muito. Muitos ficaram feridos. Muitos morreram."

ASíria está em guerra há quase 12 anos, mas, para muitas pessoas em Alepo e em outras cidades afetadas, o devastador terremoto deste 6 de fevereiro foi ainda mais traumático.

A irmã Annie Demerjian, religiosa católica que vive e trabalha na cidade, declarou à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN):

“Se você perguntar ao povo de Alepo sobre a guerra que eles viveram, eles expressam seus sentimentos de dor, de medo, desespero quanto ao futuro, perda de segurança etc. Eles usam muitas expressões diferentes para se referir à guerra de 12 anos. Mas se você perguntar a eles sobre o terremoto que eles acabaram de sofrer, a resposta é apenas uma palavra: horror”.

E acrescentou:

“Imagine que você está na cama às 4 da manhã e o chão começa a tremer violentamente. As portas se abrem, os vidros se quebram, as paredes balançam violentamente, os sons de gritos e desmoronamentos vêm lá de fora, e só um grito surge das profundezas do terror: Meu Deus! Menos de um minuto foi mais forte do que toda a guerra. Na guerra existem áreas seguras e outras perigosas, mas de repente todas as áreas ficaram perigosas”.

Dormindo no hospital

Anne Marie Gagnon, das Irmãs de São José da Aparição, é diretora do principal hospital católico São Luís, em Alepo, e tem estado muito ocupada ajudando os sobreviventes do terremoto.

Em mensagem à ACN no dia do desastre, a irmã relatou:

“Em Aleppo caíram muitos prédios de apartamentos, há muitos mortos e feridos. Ainda por cima está chovendo e fazendo muito frio. Acabamos de operar duas pessoas com ferimentos. Temos uma família cristã no hospital cujos familiares morreram no terremoto. Agora estamos aguardando a chegada do corpo do padre falecido, o pe. Daher”.

O próprio hospital resistiu ao terremoto, mas danos estruturais põem a sua segurança em risco.

“No nosso hospital, há uma parte que parece que vai cair. Mas estamos focados em prestar atendimento gratuito às pessoas que estão feridas”.

O desabamento de prédios é um temor recorrente numa cidade que ainda não se recuperou dos anos de combates e bombardeios, pois a guerra já tinha fragilizado estruturalmente uma enorme quantidade de construções. Igrejas também foram afetadas, incluindo a Catedral Siríaca Ortodoxa de São Jorge.

Há famílias que não têm para onde ir.

“As pessoas estão recorrendo às igrejas e conventos e a nós, no hospital, pedindo para ser abrigadas até que esta crise passe. Muitos edifícios estão com rachaduras e as pessoas que estão no quarto ou no quinto andar têm muito medo de ficar lá. Colocamos alguns colchões no chão para o nosso pessoal ficar aqui”.

Um lugar para passar a noite

Terremoto-Turquia-Síria-AFP
RAMI AL SAYED | AFP

O cenário é confirmado pela Irmã Arlene, carmelita, também de Alepo. Embora a sua comunidade seja de clausura, o trágico acontecimento levou as freiras a abrirem as portas para pessoas que buscam ajuda.

“As famílias estão com medo e não querem voltar para casas. Procuram um lugar para passar a noite. Cinco famílias vieram até nós e estamos abrigando todas elas. Outras famílias estão indo para escolas e igrejas. Talvez, se à noite a situação estiver boa, eles voltem para casa, mas há danos nas casas. Esta noite, como congregação, estamos orando pela paz. As pessoas estão chocadas, não falam muito. Muitos ficaram feridos. Muitos morreram”.

Muita pobreza

Terremoto-Turquia-Síria-AFP
Photo by Omar HAJ KADOUR / AFP

Embora a Síria não tenha sido o único país afetado pelo terremoto – e os danos e mortes possam ser significativamente maiores na Turquia -, o fato é que, na Síria, esta é mais uma catástrofe a ser acrescentada a uma lista já muito longa.

A irmã Anne Marie reforçou à ACN:

“Primeiro uma guerra, depois a covid, depois as sanções e agora um terremoto. As pessoas são muito pobres: não têm dinheiro para comer; não têm nem grãos, nem óleo para cozinhar”.

Vários países ocidentais e da região atingida, bem como organizações não governamentais, já prometeram ajuda, mas os sírios esperam mais.

“Precisamos levantar as sanções. Pedimos aos nossos benfeitores que rezem por nós e para que as sanções sejam retiradas. Eles precisam conversar com os poderes da Europa para acabar com estas sanções”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Sudão do Sul: tampas de plástico que abrem o futuro para os jovens

Todas as famílias de Villaciambra participam da coleta de tampas |
Vatican News

De Villaciambra a Juba, uma viagem de 5.000 km para contar a história do projeto 'Open Caps': toneladas de tampas coletadas, vendidas, recicladas, financiam bolsas de estudo aos jovens deste país africano ainda martirizado por vários tipos de crise, que através da instrução encontram esperança e uma chance na vida. Marta Genova: Laudato si' nos ensina que tudo é possível se estivermos juntos.

Cecilia Seppia – Vatican News

A Farnesina, Ministério das Relações Exteriores italiano, os aconselhou a não partirem de nenhuma forma; faltando menos de 24 horas antes do voo chegaram a telefonar para o casal, desaconselhando novamente a viagem: "não vão, é perigoso e não podemos garantir sua segurança". Mas Marta Genova, jornalista, e seu marido Antonino Costa, fotógrafo, estavam muito entusiasmados com esta bela história e assim, com as malas carregadas de equipamento, paixão e fé, voaram para Juba, para narrar e documentar o projeto "Open Caps" através de fotografias.

Tudo começou em uma pequena cidade de pouco mais de mil almas perto de Palermo, Villaciambra, precisamente no Centro Don Bruno di Bella da Paróquia Maria Santíssima do Rosario. Durante a missa dominical, Marta e Antonino estavam sentados nos bancos da igreja e, após a bênção, ouviram o pároco falar sobre a coleta e a venda dessas tampas de plástico com efeito "milagroso”. De fato, as tampas são usadas para financiar iniciativas beneficentes para pessoas frágeis e pobres em condições difíceis. Desta vez investiram de solidariedade e esperança as crianças de um vilarejo próximo à capital do Sudão do Sul oferecendo-lhes bolsas de estudo na "Escola Secundária Bro Augusto Memorial College”. Trata-se de um instituto que faz parte dos projetos financiados pela Conferência dos Bispos Italianos (CEI) no país, através do Comitê e Serviço de Ação Caritativa no Terceiro Mundo, juntamente com a construção do Centro de Paz do Bom Pastor, onde Marta e Antonino ficaram durante toda a viagem, e a Universidade Católica do Sudão do Sul. Hoje mais do que nunca há necessidade de dar notícias boas, e esta é uma delas! Nós jornalistas temos o dever de mostrar ao mundo também o outro lado da moeda", afirma Marta ao explicar toda a cadeia que transforma as tampas em dinheiro para dar instrução aos que, em lugares como este, morrem de analfabetismo. 

Algumas das meninas beneficiárias das bolsas de estudo
financiadas pela venda das tampas | Vatican News

Sustentabilidade como uma saída

Todas as famílias de Villaciambra e arredores se tornaram zelosos "acumuladores" de tampas. Eles separam, envolvem seus filhos na coleta, mesmo as crianças, e quando os sacos ficam cheios, levam para a paróquia. O ponto de coleta das tampas para as igrejas da cidade de Palermo que participam da iniciativa é a paróquia de Santa Lúcia, graças ao apoio de Claudio Parotti, um irmão comboniano que viveu na Colômbia durante anos. As tampas são levadas para serem armazenadas, com meios próprios, carros, micro-ônibus, em um espaço disponibilizado gratuitamente em Villaciambra e ensacadas em "Big Bags" com 160-170 kg cada uma. Estas enormes sacolas são então transportadas para uma empresa da província que as recicla e revende o produto semi-processado para outras empresas, que é utilizado para produzir vários objetos: tubos, utensílios, acessórios de mobiliário. Nos últimos anos, a venda das tampas tornou possível levantar somas bastante grandes, que foram destinadas para a promoção de atividades beneficentes e solidárias. Desta vez, a solidariedade chegou a Juba.

As Big Bags de 160-170 toneladas cada uma contendo as tampas
de plástico | Vatican News

Educação e resgate

Apesar da independência do Norte, proclamada em 2011, o Sudão do Sul ainda passa por uma guerra civil, uma crise social, econômica e política, e a situação humanitária também está em colapso. Em muitas áreas, há falta de acesso ao saneamento e à água potável; em outras, não há eletricidade; há estradas intransitáveis, lixo por todo o lado, e as crianças são forçadas a trabalhar ou a usar armas em vez de frequentar a escola e aprender a construir sua própria liberdade e seu próprio futuro. “Sempre que algo acontece no Sudão do Sul, os primeiros a perder são os jovens", conta Marta Genova. "O governo, perenemente em guerra com os chamados rebeldes, a cada ameaça de crise suspende as aulas, bloqueia qualquer projeto educativo ou formativo, mesmo aqueles criados pela Igreja local, e efetivamente congela a única chance de salvação destes jovens. Com Open Caps, abriu-se um caminho diferente, permitindo a 15 meninos e meninas entre 14 e 20 anos de idade a estudar e obter um diploma, e este é um passo enorme, mesmo que pareça uma gota no oceano".

As salas de aula da Secondary School Bro. Augusto Memorial College
no vilarejo de Kit, Juba | Vatican News

Não se cansar de falar da beleza

A viagem foi uma espécie de Odisseia, conta Marta, confiando, entretanto, que ela nunca perdeu a fé, talvez também graças ao terço que segurava na mão, pedindo a intercessão e proteção da Virgem. "Depois de fazer contato com os combonianos presentes na localidade, e de receber duas passagens de avião para Juba que custa muito caro e que não teríamos condições de comprar, meu marido e eu partimos para contar a história desta viagem de 5.000 km de esperança através de um projeto de fotojornalismo, que logo será transformado em uma exposição. As passagens foram dadas organização voluntária Caramella Smile, formada por médicos e cirurgiões que trabalham na África com um projeto de diagnóstico e tratamento de malformações craniofaciais. Houve muitas dificuldades, conseguimos um visto de trabalho, mas uma vez lá, quando estávamos atravessando a ponte sobre o Nilo Branco, eles nos pararam, revistaram o carro, confiscaram nosso equipamento, nossos celulares, a certa altura até queriam nos prender, mas no final, graças à intermediação do irmão Bosco, secretário especial da escola em Juba que estava viajando conosco, e após o pagamento de uma soma em dólares, continuamos, ainda mais convencidos de que o que tínhamos que fazer era revelar a beleza e a força deste projeto.

A viagem de Antonino e Marta nas estradas do Sudão do Sul | 
Vatican News

Encontro com os estudantes

"Conhecemos todos os estudantes e especialmente aqueles que tinham recebido as bolsas de estudo. Eles não sabiam nada e enquanto nós explicávamos o que havia acontecido com suas vidas, eles nos olhavam com os olhos cheios de felicidade, nos escutavam com surpresa. Tudo o que eles sabiam era que um dia o Padre Mario Pellegrino, missionário há anos naquelas terras, os havia tirado das ruas e da degradação das aldeias, mas não esperavam poder estudar. Foram surpreendidos, ficaram emocionados ao descobrir que em uma cidade distante alguém pensa neles e tenta ajudá-los, e isto abriu uma reflexão mais ampla também sobre o que eles mesmos poderiam um dia fazer pelo seu país. Todos nos agradeceram. Um menino em particular havia perdido seus pais, alguns irmãos, e mesmo assim ele dizia o tempo todo o quanto estava feliz por estar lá na escola. Da mesma forma, em Palermo (mas em geral também nas outras realidades que aderem à coleta de tampas, e são muitas na Itália), eles não sabem exatamente o objetivo da iniciativa, porque ninguém jamais lhes disse. Deixá-los saber como são as coisas e mostrar-lhes o resultado de suas ações significa imprimir neles uma mensagem poderosa que só pode fazer o bem e levá-los a fazer mais. Se as pessoas sabem que essas tampas ajudarão as pessoas com um nome, um rosto, mesmo que elas vivam em outro continente, reservam as tampas com cuidado, levam o material para o centro de coleta, e se tornam uma parte fundamental do projeto e tudo é feito com alegria".

A alegria nos rostos dos novos estudantes no encontro com Marta e
Antonino | Vatican News

Parte do todo, como na "Laudato si"

Durante toda a viagem, através de todo o trabalho fotojornalístico, mas desde Villaciambra, afirma Marta, "senti o eco da Laudato si" nesta iniciativa. Eu me senti chamada em causa levar adiante a minha missão. São tampas que não fecham, mas abrem possibilidades para o homem e o meio ambiente, com a recuperação e reciclagem do plástico por um lado, e a oportunidade de resgate, por outro. O 'Open Caps' é um projeto de sustentabilidade ambiental que também nos lembra a importância de fortalecer laços, conexões, porque ninguém se salva sozinho e só unidos podemos fazer a diferença. A coleção de tampas é um tipo de negócio sustentável, eco-social e, portanto, vai perfeitamente na direção da Laudato si'. A tampa, ao contrário da garrafa, pode ser reciclada e reutilizada quase indefinidamente para criar coisas úteis, desde tubos de drenagem até acessórios domésticos, e vai na direção oposta àquela cultura do desperdício que o Papa Francisco constantemente denuncia". Olhando para as fotos de Antonino Costa, nós também ficamos impressionados com uma forte emoção. "As fotos contam olhares, contam rostos", conclui Marta. Em particular, há uma que eu quis chamar de 'Esperança'. Ela retrata uma menina de 10 anos, com as mãos na frente do rosto quase apertadas e seus olhos negros, mas brilhantes e luminosos que apesar de tudo o que já viram, estão cheios de esperança e confiança na vida, nos adultos. É por isso que somos quase obrigados a ajudar essas crianças precisamente por causa da confiança que elas expressam e depositam em nós. É como se gritassem: ‘vocês podem me ajudar!’ Tentamos parar o tempo, um tempo feliz, e talvez até conseguimos. Esses jovens estão ocupados o dia todo, estudam o tempo todo, exceto durante o intervalo do almoço. Sua perseverança é louvável, mas eles nunca parecem cansados, pelo contrário, têm fome do saber, de curiosidade, estão cheios de admiração, a mesma admiração que vemos na Criação quando ela é não poluída, suja, desfigurada, quando o olhar de Deus brilha através dela".

A igreja do Good Sheperd Peace Centre de Juba, faz parte dos projetos
financiados no Sudão do Sul pela Conferência Episcopal Italiana
Vatican News

Alguns dados

As tampas de plástico das garrafas são feitas de um material diferente do resto da garrafa, Polietileno (PE) ou Polietileno de Alta Densidade (PEAD). São plásticos que têm um grande impacto sobre o meio ambiente porque são feitos com grandes quantidades de petróleo, água e energia. Isto não é bom, mas podemos obter algo delas e explorar o valor que têm, ou seja, o fato de que estes plásticos podem ser reutilizados indefinidamente. O preço de uma tonelada de tampas de plástico é de 150 a 200 euros. Segundo uma indicação dada há alguns anos pelo Cicap, o comitê criado em 1989 também por iniciativa do divulgador científico Piero Ângela, uma tonelada de tampas corresponde a mais de 400 mil tampas de plástico. A Paróquia de Villaciambra já coletou mais de 2 mil euros, a carga mais recente vendida à empresa de reciclagem é de cerca de 11 toneladas. Dois mil euros em lugares como o Sudão do Sul é muito dinheiro. Não há uma "lista de preços" nacional, as empresas tentam seguir uma linha compartilhada, que, no entanto, flutua. A empresa italiana, por exemplo, nos primeiros anos pagava as tampas a 0,20-0,25 euros por kg (era 2006-2007), depois o preço caiu para um mínimo de 0,10 e em seguida subiu novamente em 2018. Agora estamos entre 15 e 18 centavos por kg.

Santa Josefina Bakhita

Santa Josefina Bakhita | Guadium Press

No dia de hoje, 8 de fevereiro, a Igreja Católica celebra a memória de Santa Josefina Bakhita.

Redação (08/02/2023 09:13, Gaudium Press) Nascida no Sudão, no ano de 1869, Bakhita foi escravizada ainda jovem. Aos 21 anos recebeu a graça do sacramento do Batismo. Algum tempo depois, Santa Josefina ingressou na Congregação das Filhas da Caridade Canossianas.

Dentre as diversas atividades que exerceu na congregação, estão as funções de porteira e bordadeira. Invocava a Deus carinhosamente chamando-o de “o meu Patrão”.

Após sofrer por conta de uma grave enfermidade, Santa Bakhita partiu para a glória do Senhor em 1947, sendo canonizada no ano 2000 por São João Paulo II. Na ocasião, o então pontífice declarou que em “Santa Josefina Bakhita encontramos uma luminosa advogada da emancipação autêntica. A história da sua vida não inspira a aceitação passiva, mas a firme determinação para realizar uma obra eficaz, a fim de libertar jovens e mulheres da opressão e da violência e restituir-lhes a liberdade no exercício total dos seus direitos” (Missa de canonização de Santa Bakhita, 1 de outubro de 2000).

Selecionamos abaixo algumas frases desta Santa para que possam nos servir de reflexão neste dia:

Santa Josefina Bakhita | Guadium Press

Seleção de frases de Santa Josefina Bakhita

1 – “Quando uma pessoa ama tanto uma outra, deseja ardentemente ir para junto dela. Por que então, tanto medo da morte? A morte nos leva a Deus”.

2 – “Muitas vezes as vias de Deus são incompreensíveis aos olhos humanos. Mas Ele sabe como conduzir as almas e os acontecimentos para realizar Seu plano de amor e salvação”.

3 – “Eu estive sempre no meio da lama, mas não me sujei. […] Nossa Senhora me protegeu, ainda que eu não A conhecesse . […] Em várias ocasiões me senti protegida por um ser superior”.

4 – “Felicidade é o Amor de Deus, que sempre me acompanhou de forma tão misteriosa. Mesmo antes de conhecê-lo”.

5 – “Quem é o patrão destas coisas tão bonitas? E sentia uma grande vontade de vê-lo, de conhecê-lo, de prestar-lhe homenagem”

6 – Se eu ficar de joelhos toda a vida, não expressarei jamais toda a minha gratidão ao bom Deus’

7 – “Eu sou definitivamente amada e aconteça o que acontecer, eu sou esperada por este Amor. Assim a minha vida é bela”.

8 – “Sede bons, amai a Deus, rezai por aqueles que não O conhecem. Se soubéssemos que grande graça é conhecer a Deus!”.

9 – “Vou-me devagarinho para a eternidade… Vou com duas malas: uma contém os meus pecados; a outra, bem mais pesada, contém os méritos infinitos de Jesus Cristo. Quando eu comparecer diante do Tribunal de Deus, cobrirei a minha mala feia com os méritos de Nossa Senhora. Depois abrirei a outra e apresentarei os méritos de Jesus Cristo. Direi ao Pai: ‘Agora julgai o que vedes’. Estou segura de que não serei rejeitada! Então me voltarei para São Pedro e lhe direi: ‘Pode fechar a porta porque eu fico!” (Palavras ditas nos últimos momentos de Santa Bakhita).

Santa Josefina Bakhita | Guadium Press

Oração a Santa Josefina Bakhita

Santa Josefina Bakhita, ainda criança foste vendida como escrava e tiveste de passar por dificuldades e sofrimentos inauditos. Assim que foste libertada da tua escravidão física, encontraste a verdadeira redenção no teu encontro com Cristo e a sua Igreja. Ó, Santa Bakhita, ajuda todos quantos estão presos na escravidão; intercede em seu nome diante de Deus para que sejam libertados das cadeias do seu cativeiro. Que Deus liberte todos quantos foram escravizados pelo ser humano. Presta socorro a todos os que sobrevivem à escravidão e permite que te vejam como modelo de fé e esperança. Ajuda todos os sobreviventes a encontrarem a cura das suas feridas. Pedimos a tua oração e intercessão pelos que se encontram escravizados no meio de nós. Amém. (EPC)

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF