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domingo, 1 de setembro de 2019

22º DOMINGO DO TEMPO COMUM - Ano C: QUEM SE HUMILHA, SERÁ ELEVADO!

+Dom Sérgio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
A mensagem do Evangelho deste domingo pode ser resumida em duas palavras que devem nortear a vida dos discípulos de Cristo: humildade e gratuidade. A parábola do banquete se conclui com um convite à humildade e um alerta: “quem se eleva, será humilhado e quem se humilha, será exaltado” (Lc 14,11). Para entender bem esta afirmação e compreender o sentido da verdadeira humildade é preciso olhar para o próprio Cristo “manso e humilde de coração”. Dentre outras passagens, podemos destacar o gesto de Jesus que se abaixou para lavar os pés dos discípulos, comportando-se como “aquele que serve”, e a doação da sua vida na cruz. A humildade não se reduz a um bonito sentimento, mas se expressa de modo concreto em atitudes como o desapego de si mesmo, o abaixar-se para servir e doar-se pelo próximo, sem vangloriar-se ou buscar vantagens. Esta atitude torna-se cada vez mais importante no mundo de hoje, pois há muitos que querem ser mais do que os outros, menosprezando e humilhando o próximo. É preciso ser humilde para não humilhar. Quem se faz humilde, como Jesus, jamais humilhará os outros, pois a humildade cristã é acompanhada de uma justa autoestima e do respeito ao próximo.
A segunda parte do Evangelho proclamado refere-se à gratuidade. O convite para o banquete, dirigido àqueles que não têm como retribuir, é sinal da gratuidade a ser vivida, hoje, pelos cristãos numa época marcada pela lógica da recompensa imediata e pelo interesse próprio. É preciso amar e servir aqueles que não podem retribuir o bem que fazemos. A gratuidade é um traço genuíno do amor cristão, pois os discípulos de Cristo são chamados a amar de graça, a amar antes de serem amados e a amar mais do que serem amados. Quem vive assim é feliz. “Então, tu serás feliz!”, afirma Jesus (Lc 14,14), que conclui afirmando que a recompensa pelo bem que fazemos será recebida na ressurreição dos justos. Deus nos recompensará pelo bem que tivermos praticado, especialmente, por aquilo que não recebemos a recompensa neste mundo. Por isso, ao invés de cobrar dos outros o reconhecimento ou a retribuição, façamos a experiência de amar e servir de graça, como sinal de amor gratuito, como é o amor de Deus por nós. A gratuidade, assim entendida, pressupõe a humildade.
Estamos iniciando o mês especialmente dedicado à Bíblia. Por isso, procuremos refletir sobre como temos escutado, acolhido e praticado a Palavra de Deus. Qual é o tempo que dedicamos à leitura e meditação da Bíblia? Aproveite este novo mês para organizar melhor o seu tempo, de modo a fazer a leitura orante da Bíblia e pôr em prática a Palavra de Deus.
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF