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sábado, 16 de janeiro de 2021

A proximidade de Francisco à população da Indonésia atingida por terremoto

Terremoto de 6.2 de magnitude - Ilha de Sulawesi   (ANSA)

Condolências pelas vítimas do terremoto que ocorreu às 2 da manhã, hora local, na ilha indonésia de Sulawesi: foi expresso pelo Papa Francisco num telegrama, assinado pelo secretário de Estado Pietro Parolin, ao núncio do país. A oração do Papa por aqueles que sofrem e o encorajamento às pessoas envolvidas nos socorros.

Adriana Masotti, Silvonei José – Vatican News

O Papa Francisco enviou uma mensagem de condolências e solidariedade às autoridades eclesiásticas e civis da Indonésia em referência ao terremoto que atingiu a ilha de Sulawesi durante a última noite.  

O telegrama assinado pelo secretário de Estado Cardeal Pietro Parolin, e dirigido ao núncio apostólico no país asiático, dom Piero Pioppo, diz: "Entristecido por saber da trágica perda de vidas humanas e destruição de bens causadas pelo violento terremoto na Indonésia, Sua Santidade o Papa Francisco expressa a sua sincera solidariedade a todas as pessoas atingidas por esta catástrofe natural". O cardeal Parolin assegura que o Papa reza pelos falecidos, pela cura dos feridos e pela consolação de todos aqueles que sofrem. "De modo particular, escreve ele, oferece encorajamento às autoridades civis e às pessoas envolvidas nos contínuos esforços de busca e socorro em andamento”. Sobretudo, conclui, "Sua Santidade invoca as bênçãos divinas de força e esperança".

Terremoto

O violento terremoto de magnitude 6.2 na madrugada desta sexta-feira (15) matou pelo menos 35 pessoas e deixou centenas de feridos na ilha de Sulawesi. Segundo informações de quem ajuda no resgate, o balanço das vítimas está sendo atualizado constantemente porque há muitas pessoas presas nos escombros. Em 2018, a mesma ilha sofreu com um terremoto e subsequente tsunami que mataram 4 mil pessoas.

Vatican News

Projeto de lei obrigaria sacerdotes a violar segredo de confissão

Imagem referencial / crédito: Unsplash

DAKOTA DO NORTE, 16 jan. 21 / 07:00 am (ACI).- Legisladores do estado de Dakota do Norte (Estados Unidos) apresentaram esta semana um projeto de lei que obrigaria os sacerdotes católicos a violar o segredo de confissão em casos de abuso infantil confirmado ou suspeito, com penas que variam de multas pesadas até prisão.

O projeto de lei foi apresentado em 12 de janeiro pelos senadores estaduais Judy Lee, Kathy Hogan e Curt Kreun, e pelos representantes estaduais Mike Brandenburg e Mary Schneider.

A lei atual de denúncia obrigatória em Dakota do Norte estabelece que o clero se considera informador obrigatório de abuso infantil conhecido ou suspeito, exceto quando "o conhecimento ou a suspeita deriva de informações recebidas em qualidade de conselheiro espiritual" como no confessionário.

O projeto de lei SB 2180 alteraria essa lei para abolir esta exceção. Se for aprovado, os sacerdotes que deixarem de denunciar abuso infantil conhecido ou suspeito, mesmo que seja revelado no confessionário, seriam considerados culpados de um crime menor de Classe B e enfrentariam 30 dias de prisão ou multas de até 1.500 dólares ou ambos.

Os sacerdotes são obrigados pelo direito canônico, derivado da lei divina, a manter a confidenciabilidade do conteúdo de uma confissão, e nem sequer podem revelar se uma confissão aconteceu ou não. O Código de Direito Canônico estabelece que o “sigilo sacramental é inviolável; pelo que o confessor não pode denunciar o penitente nem por palavras nem por qualquer outro modo nem por causa alguma”.

Os sacerdotes não podem violar o sigilo, nem sequer sob ameaça de prisão ou pena civil, e podem incorrer em excomunhão latae sententiae se o fizerem. O Catecismo da Igreja Católica (CIC), número 1467, explica o ensinamento da Igreja sobre o segredo da confissão.

“Dada a delicadeza e a grandeza deste ministério e o respeito devido às pessoas, a igreja declara que todo o sacerdote que ouve confissões está obrigado a guardar segredo absoluto sobre os pecados que os seus penitentes lhe confessaram, sob penas severíssimas. Tão pouco pode servir-se dos conhecimentos que a confissão lhe proporciona sobre a vida dos penitentes”, diz o CIC.

Christopher Dodson, diretor executivo e conselheiro geral da Conferência Católica de Dakota do Norte, disse à CNA - agência em inglês do Grupo ACI - que estava “surpreso e muito preocupado com o projeto de lei, porque violaria a privacidade e o aconselhamento e a confissão religiosa de uma pessoa, não só para os católicos, para todo o mundo”.

"Nos Estados Unidos, esperamos exercer nossa religião, inclusive nos confessar e receber aconselhamento espiritual, sem que o governo invada nossa privacidade", acrescentou.

Dodson acha que o projeto de lei foi uma surpresa, pois foi apresentado uma semana após a conclusão de uma investigação de 18 meses realizada pelo estado sobre o abuso sexual de crianças pelo clero nas duas dioceses de Dakota do Norte, que concluiu que todas as acusações de abusos cometidos por padres na diocese, exceto uma, já haviam sido informadas. O estado identificou o caso de um sacerdote adicional que havia sido acusado de abuso na década de 1970 e não estava na lista inicial porque não era um sacerdote diocesano.

"A Igreja Católica, incluindo as Dioceses de Fargo e Bismarck aqui em Dakota do Norte, fizeram grandes avanços na criação de ambientes seguros (para as crianças)", disse.

Do mesmo modo, afirmou que “o procurador-geral de Dakota do Norte acabou de concluir uma investigação de 18 meses de todos os arquivos diocesanos e não encontrou nada de preocupante ou algo que não tivesse sido informado pelas duas dioceses. E a maioria desses casos de sacerdotes com acusações suficientes contra eles aconteceram há muito tempo. Por isso dizemos que este projeto de lei é uma surpresa”.  

Dodson acrescentou que "não há evidências" de que a lei proposta previna "um único caso" de abuso infantil e, em vez disso, provavelmente impediria alguns católicos de exercer suas liberdades religiosas, que deveriam incluir confessar-se e manter a confissão confidencial.

A senadora Lee se recusou a comentar à CNA sobre o projeto de lei, enquanto os senadores Hogan e Kreun não puderam ser contactados até o final desta edição.

O tema do sigilo sacramental em casos de abuso infantil surgiu várias vezes nos últimos anos. Um projeto de lei semelhante que obrigaria os sacerdotes a violar o sigilo foi apresentado na Califórnia e depois retirado em 2019, devido a questões de liberdade religiosa e problemas de cumprimento. Em 2016, um tribunal de apelações do estado da Louisiana manteve o direito de um sacerdote de manter o selo sacramental de confissão em uma ação judicial por abuso.

Vários estados australianos, incluindo Victoria, Tasmânia, Austrália Meridional e o Território da Capital Australiana, já adotaram leis exigindo que os sacerdotes violem o sigilo confessional, seguindo as recomendações da Comissão Real sobre o abuso sexual por parte do clero. No entanto, bispos e sacerdotes nesses estados disseram que planejam desafiar a lei e manter o sigilo apesar de tudo.

Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

SÃO JOSÉ VAZ

O Fiel Católico

Coragem e medo! Dois sentimentos que podem dividir, ao mesmo tempo, o coração, quando a missão, escolhida a todo custo, pode representar também um desafio arriscado. O mendigo, vestido de escravo, que vagueava pela ilha do Ceilão, era determinado e temeroso. Ele tentou entrar em contato com os católicos, mas às ocultas, porque aqueles calvinistas holandeses espertos não viam a hora de atacarem os fiéis do Papa. Logo, precisava uma tática, que o mendigo vestido de escravo adotou. Uma ideia simples como a enfiada do rosário.

A energia do apóstolo

José Vaz tinha 35 anos, quando, em 1686, chegou ao Ceilão como um esfarrapado, perfeitamente "invisível". Aquela ilha era a meta desejada, por toda uma vida, daquele sacerdote indiano de Goa. Em poucos anos de sacerdócio, já era estimado pelo seu zelo e inteligência missionários e inteligência ao administrar, apesar da sua jovem idade, as controvérsias eclesiais bastante delicadas.
Antes, onde quer que estivesse, o Padre José já era apreciado pela sua humildade e tenacidade de apóstolo, que só desejava se dedicar a Cristo. Naquele período, entrou em contato com a situação dos cristãos no Ceilão, dispersos e perseguidos. José queria se juntar a eles, mas foi chamado para exercer outro cargo, que obedeceu.
Após uma experiência como Vigário apostólico, que terminou em 1684, sentiu a necessidade de se consagrar como religioso. O problema era que os vários Institutos procuram europeus, não indianos. No entanto, a solução estava próxima.

Os Oratorianos

O Arcebispo de Goa havia autorizado, recentemente, o nascimento de uma Comunidade masculina. Três padres indianos começaram a conviver no monte Boa Vista, onde havia uma igreja dedicada a Santa Cruz dos Milagres. José pediu para se unir a eles e, em pouco tempo, tornou-se superior da casa. Para o povo, todos os quatro eram sacerdotes santos.
Com o passar do tempo, a Comunidade foi estruturada juridicamente e associou-se à Congregação do Oratório de São Felipe Neri. Entretanto, José vibrou interiormente: a chamada para viver no Ceilão não havia diminuído, pelo contrário, queria ir para lá, apesar dos perigos. Sabia, porém, que devia ir como clandestino. Então, cogitou um plano e, no final de 1686, o escravo, vestido de trapos, rumou para lá.

O estratagema do Rosário

O primeiro problema é que adoeceu logo. Durante dias, parecia a vítima evangélica do Bom Samaritano: definhou-se, quase morto, à beira da estrada. Algumas mulheres o ajudaram e ele se recuperou e foi à busca dos católicos, muitos dos quais se comportavam como Calvinistas para enganar os perseguidores. Nestas alturas, Padre José inventou um estratagema: colocou um Terço no pescoço e saiu batendo de porta em porta, pedindo esmola. Depois de certo tempo, percebeu o interesse de uma família por aquele sinal e, quando teve certeza de quem eram eles, se revelou.
Assim, a partir da aldeia de Jaffna, começou a nova evangelização do Ceilão: Missas à noite, Sacramentos administrados às ocultas, encontros. Padre José era incansável.
Porém, a fermentação suscitada pela sua atividade veio à tona. As autoridades prometeram dinheiro a quem revelasse a identidade do sacerdote desconhecido. Mas, ninguém o traiu, pelo contrário, muitos pagaram com suas vidas ou foram presos para defender o renascimento do Evangelho e do apóstolo, que reacendeu a fé; além do mais, para se salvar, foi ajudado a fugir para o pequeno reino de Kandy.

Mais forte que nunca

A "polícia" Calvinista teve uma ideia e fez circular uma fake news, uma notícia falsa: um espião português, dizia, vagava pelas ruas. Assim, Padre José acabou na rede.
Para grande surpresa, o Rei do pequeno reino de Kandy, Vilamadharma, budista, não aceitava que aquele homem bondoso acabasse sua vida em uma cela. Os próprios carcereiros deram testemunho de como ele se comportava na cela. Então o rei quis conhecê-lo e se tornaram amigos.
Em 1697, as consequências de uma terrível epidemia de varíola foi contida, graças à ação do Padre José - que tratava dos doentes e sugeria normas de higiene para limitar o contágio -. Assim, a grandeza daquele falso escravo tornou-se mais forte do que nunca.
O reino de Kandy tornou-se católico; a pregação na Ilha ganhou novo impulso, graças à chegada de dez Oratorianos e à tradução para do Evangelho em tâmil e cingalês, que o Padre José teve tempo de elaborar.
Quando, em 16 de janeiro de 1711, o religioso fechou os olhos, na Ilha já contavam 70.000 fiéis batizados, 15 igrejas e 400 capelas. Assim, o escravo de Deus pôde, finalmente, descansar.

Vatican News

São Marcelo I, papa

Franciscanos

Nasceu em Roma. Foi eleito aproximadamente 4 anos depois da morte de Marcelino, devido às terríveis condições em que viviam os cristãos perseguidos por Diocleciano.

No início do ano 304 com a morte do Papa Marcelino, a Igreja viveu um longo e confuso período de sua história, recheado de incertezas e de perseguições, que a desorganizou, inclusive internamente. Neste quadro, apareceu a singela figura de Marcelo I, confundido por muitos anos com o próprio Marcelino pois, alguns biógrafos acreditaram que eram a mesma pessoa e outros historiadores afirmaram, que ele havia sido apenas um padre.

Os anos trezentos, também para o Império Romano não foram nada agradáveis, pois já se delineava a sua queda histórica. O imperador Diocleciano que se mostrava um tirano insensato e insano, também já não governava por si mesmo, era comandado pelo “vice” Gelásio. Foi a mando dele, que Diocleciano decretou a mais feroz, cruel e sangrenta perseguição aos cristãos, estendida para todos dos domínios do Império. E continuou, após a sua morte, sob o patrocínio do novo imperador Maxêncio.

A Cátedra de São Pedro vivia num período de “vicatio”, como é chamado o tempo de ausência entre a eleição legítima e a entrada de um novo pontífice. Foi uma época obscura e de solavancos para toda a Igreja, que agonizava com a confusão generalizada provocada pelas heresias e pelos “lapsis”, esta figura sombria que surgira em consequência das perseguições.

Em 27 de maio de 308, foi eleito o Papa Marcelo I, um presbítero de origem romana, humilde, generoso, de caráter firme e fé inabalável. Ele assumiu a direção da Igreja, após quatro anos da morte do seu predecessor e se ocupou da difícil tarefa de sua reorganização.

O seu pontificado, ao contrário do que se imaginava, ficou muito bem atestado pelas fontes da época. Nestes relatos se constatou o comportamento pós-perseguição que a Igreja teve com os “lapsis” ou “renegados”, como eram chamados os cristãos que, por medo, haviam publicamente renunciado a Fé em Cristo.

A esse respeito, existe o registro de um elogio feito ao papa Marcelo I pelo papa Damásio I em 366, com muita justiça. Enquanto muitos bispos do Oriente pediam a excomunhão destes cristãos, especialmente para os que faziam parte do clero, ele se mostrou rigoroso mas menos radical. Severo, decidiu que a Igreja iria acolhê-los, depois de um período de penitência. Também, determinou que nenhum concílio podia ser convocado sem a prévia autorização do Papa.

Mas acabou sendo preso por ordem do imperador Maxêncio, que o exilou e obrigou a trabalhar na sua própria igreja, a qual fora transformada em estábulo. Morreu em consequência dos maus tratos recebidos, no dia 16 de janeiro de 309.

A Igreja declarou Marcelo I santo e mártir da fé, para ser festejado nesta data. As suas relíquias estão guardadas na Cripta dos Papas no cemitério de Santa Priscila, em Roma.

A Igreja também celebra neste dia a memória dos santos: Marcelo, Priscila e Berardo.

https://franciscanos.org.br/

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Como conter a "birra" de um adulto

Aleteia
por Michael Rennier

Queremos que nossos filhos pequenos domestiquem suas raivas. Mas precisamos olhar para nossa própria vida emocional e fazer o mesmo.

Todos nós já tivemos aquele momento em que algo se quebra. Decepção, estresse ou raiva foram se acumulando e, de repente, não aguentamos mais. O que se segue é um acesso de raiva adulto. Ou seja: a famosa “birra” – comum nas crianças – também pode acometer um adulto.

De fato, já vi outras pessoas dando ataque de birra (ou raiva) e dizerem ou fazerem coisas horríveis. Nestes momentos, surgem palavras e ações das quais todos se arrependem imediatamente.

Quando se trata de ter acessos de raiva, as crianças recebem a maior parte da culpa. Nós, adultos emocionalmente maduros e perfeitamente racionais, fingimos que deixamos de lado as explosões infantis e superamos esse mau hábito de uma vez por todas. Se as crianças se apressassem e crescessem e fossem mais como adultos, pensamos, o mundo seria um lugar mais calmo.

Minha pergunta, então, é: por que vejo adultos tendo acessos de raiva o tempo todo? Por que me peguei no meio deles?

Como é a birra dos adultos

Bem, já não esperneio mais no supermercado quando quero uma barra de chocolate. Além disso, não choro para colocar os sapatos na hora de ir para a igreja. Eu também já não choro mais quando alguém abre meu pacote de iogurte. Nesse sentido, os adultos não fazem birras como as de crianças pequenas – mas estaríamos mentindo se disséssemos que deixamos os birras para trás.

Aprendemos a racionalizar nossas explosões. Mas estamos lidando com problemas adultos sérios. Então, de vez em quando, podemos explodir emocionalmente. Garanto-lhe, no entanto, que para uma criança as causas de seus acessos de raiva não são triviais. Elas estão respondendo à perda de controle e sentimentos de impotência.

Portanto, para elas, uma maneira de recuperar o controle é se recusar a calçar os sapatos, gritar ou fazer as duas coisas ao mesmo tempo. As crianças estão aprendendo a lidar com a decepção e a administrar desejos não realizados. Uma tampa de iogurte pré-removida pode parecer insignificante, mas as emoções relacionadas a ela são sérias. Daí a intensidade da birra.

O ciclo da birra

Essas emoções, se não aprendermos a controlá-las, nos seguem até a idade adulta. A intensidade da birra permanece a mesma, mesmo que a expressão seja diferente. Um adulto pode gritar, usar palavrões, jogar objetos, aplicar o tratamento silencioso, desistir completamente ou se tornar excessivamente crítico. E o que é pior: nós, adultos, somos muito melhores em justificar nossas ações. Então, alegamos que o acesso de raiva é aceitável porque tivemos um dia difícil, estamos apenas sendo honestos e outras pessoas não deveriam nos julgar.

Isso inicia um ciclo de confronto em que a vítima da birra também perde a capacidade de ser racional e responde na mesma moeda.  Uma luta feroz, portanto, está se formando, do tipo que pode destruir um relacionamento para sempre. Tenho visto famílias dilaceradas por esse ciclo de feedback negativo. Eu vi amigos pararem de se falar para sempre por causa dos ataques de raiva.

Como controlar a raiva

Se as crianças podem aprender a conter seus acessos de raiva, nós também podemos.

Em primeiro lugar, precisamos admitir que perdemos o controle de nossas emoções de vez em quando. Tudo bem. O estresse faz isso. No entanto, viver em negação não vai ajudar.

Em segundo lugar, uma vez que entendemos que nossas emoções estão nos conduzindo por um caminho escuro, precisamos de disciplina para colocá-las sob controle – ou pelo menos deixar a crueza das emoções diminuir. Isso significa passar algum tempo sozinho.

Eu conheço muitas pessoas que acreditam que a melhor maneira de argumentar é começar e não parar até que seja resolvido, não importa quanto tempo leve ou quão intenso se torne. Eu não concordo com este conselho. Uma coisa é ser proativo e não deixar uma discussão apodrecer, mas outra coisa é sujeitarmos uns aos outros a acessos de raiva, pensando que liberar toda a força de nossa frustração irracional sobre outra pessoa é de alguma forma útil. É muito mais produtivo reservar algum espaço para recuperar a calma. Ninguém merece suportar o impacto da birra de outra pessoa.

Tudo tem limite

Enfim, é importante estabelecer limites. Não importa quanta turbulência interior uma pessoa esteja sentindo: não é certo expressá-la de certas maneiras. Em um furor emocional, é muito fácil dizer ou fazer coisas que não queremos. Mas essas palavras nunca podem ser apagadas, e causam danos a longo prazo.

Além disso, precisamos ter cuidado para não transferir nossa frustração injustamente para outras pessoas. Só porque tive um dia estressante no trabalho, não significa que posso ser terrível com minha esposa e filhos quando chegar em casa.

Temos acessos de raiva quando sentimos perda de controle. Ninguém entende, ninguém tem empatia, nunca vai melhorar. É uma ação de desespero. No ano passado, muitos adultos fizeram birra. De fato, isso aconteceu de forma privada, em público, coletivamente, nas redes sociais – em todo o lado.

Tivemos um ano particularmente desafiador, mas não podemos ter isso como desculpa.  Pelo contrário: ao invés de focar no negativo e ceder a mais acessos de raiva, vamos resolver assumir o controle de nosso próprio destino, ter empatia, amar uns aos outros e ter alegria!

Aleteia

Bispos Portugueses suspendem realização de Batismos, Crismas e Matrimônios

Agência Ecclesia
A decisão dos bispos não impede que Celebração comunitária da Eucaristia e os funerais continuem a ser realizados dentro dos moldes antes estabelecidos.

Lisboa – Portugal (14/01/2021, 12:15, Gaudium Press) Devido à “gravíssima situação” provocada pela pandemia do coronavírus,  a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) determinou hoje a suspensão ou adiamento de todas as celebrações de Batismos, Crismas e Matrimônios em todo o território português.

A decisão foi anunciada nesta manhã em um “Comunicado do Conselho Permanente da CEP”, a propósito do novo período de confinamento estabelecido pelas autoridades sanitárias do Estado português e que deve ser iniciado na próxima sexta-feira, dia 15 de janeiro.

“Celebrações, como Batismos, Crismas e Matrimônios, devem ser suspensas ou adiadas para momento mais oportuno, quando a situação sanitária o permitir”

No Comunicado da Conferência Episcopal Portuguesa os Bispos afirmam:

“Estamos conscientes da gravíssima situação de pandemia que vivemos neste momento, a exigir de todos nós acrescida responsabilidade e solidariedade no seu combate, contribuindo para superar a crise com todo o empenho”, indicam os bispos católicos.

A CEP ressalta em seu Comunicado que, tendo em conta as orientações governamentais decretadas para o novo confinamento, as comunidades católicas podem prosseguir “as celebrações litúrgicas, nomeadamente a Eucaristia e as Exéquias”, seguindo as normas publicadas em 8 de maio de 2020, de comum acordo com a Direção Geral da Saúde (DGS).

Ainda levando em consideração as normas atualmente estabelecidas, os Bispos portugueses determinam que “celebrações, como Batismos, Crismas e Matrimônios, devem ser suspensas ou adiadas para momento mais oportuno, quando a situação sanitária o permitir”.

Catequese: continuará sendo realizada em regime presencial, onde for possível observar as exigências sanitárias, onde não for possível, ela “pode ser por via digital ou cancelada”

A propósito da catequese, os prelados portugueses informam que “ela continuará (a ser realizada) em regime presencial, onde for possível observar as exigências sanitárias”.

Onde não for possível sua realização presencial, a Catequese “pode ser por via digital ou cancelada”.

A propósito de outras atividades pastorais os Bispos recomendam em sua nota distribuía hoje que elas “se realizem de modo digital ou sejam adiadas”.

Nossa celebração da fé abre-nos ao Deus da misericórdia e exprime o compromisso solidário com os esforços que procuram minimizar os sofrimentos, gerando uma nova esperança 

O Comunicado da Conferência Episcopal Portuguesa termina com uma afirmação:

“A nossa celebração da fé abre-nos ao Deus da misericórdia e exprime o compromisso solidário com os esforços de todos os que procuram minimizar os sofrimentos, gerando uma nova esperança que, para além das vacinas, dê sentido e cuide a vida em todas as suas dimensões”.

A decisão governamental que renovou o estado de emergência não afeta “em caso algum”, “a liberdade de consciência e religião”

O primeiro-ministro português, Antônio Costa, ao anunciar nesta quarta-feira um novo confinamento, a partir das 00h00 de sexta-feira, afirmou que ele permite a celebração de cerimónias religiosas, de acordo com as normas da DGS.

A decisão governamental proposta pelo presidente da República ao Parlamento português, e que renovou o estado de emergência até 30 de janeiro, destaca que os efeitos da declaração não afetam “em caso algum”, vários direitos, entre eles “a liberdade de consciência e religião”. (JSG)

https://gaudiumpress.org/

A lista de Pio XII

Pio XII com os judeus que escaparam do campo de extermínio 

Foi lançado o livro “Pio XII e os Judeus” escrito por Johan Ickxx, responsável pelo Arquivo Histórico da Seção para as Relações com os Estados da Secretaria de Estado do Vaticano. O autor reconstrói os acontecimentos nos quais o Papa Pio XII e seus colaboradores foram protagonistas dos anos em que o nazismo perpetrou o extermínio do povo judeu.

Matteo Luigi Napolitano

Transgredir ordens superiores transforma o antigo provérbio latino em seu oposto: ubi menor maior cessat. Um exemplo paradoxal disso pode ser encontrado nos documentos do Vaticano. Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo eslovaco ofereceu a Ján Voitašak, bispo de Spies que tinha simpatias nazistas, o cargo de Conselheiro de Estado. Para assumir o cargo, o bispo deveria pedir o consentimento de Pio XII, mas ao invés disso aceitou fazendo o pedido apenas depois da efetivação. Este é apenas um dos muitos episódio presentes no livro “Pio XII e os Judeus”, edições Rizzoli de Milão, escrito por Johan Ickx, Diretor do Arquivo Histórico da Seção Relações com os Estados da Secretaria de Estado do Vaticano.

O livro abre um novo período de estudos sobre o pontificado de Pio XII, com uma visão do que Ickx chama de Le Bureau (o título da edição francesa do livro), que é a primeira seção da Secretaria de Estado responsável não só pelas relações internacionais, mas também, de forma cada vez mais densa e dramática, pelas histórias de muitos judeus que durante a Segunda Guerra Mundial se dirigiram ao Vaticano em busca de ajuda, apoio, conselho e proteção.

Ajuda aos judeus húngaros

Um primeiro fato se destaca nos documentos: para Hitler e seus emuladores a conversão ao catolicismo não mudava o sangue judeu; converter-se para ser considerado "não ariano" não era garantia. O Bureau sabia destas coisas, e sabia que a Alemanha ostentava numerosas imitações. A Eslováquia, por exemplo, escolhera o caminho totalitário: "Batizados ou não - disse inexoravelmente o Ministro Mach - todos os judeus terão que partir". A pressão alemã induziu então os húngaros a entregarem aos alemães os judeus que tentaram atravessar a fronteira da Eslováquia. Os bispos eslovacos escreveram uma denúncia coletiva totalmente apoiada pelo Papa. Mas, também neste caso, o oposto do antigo provérbio era válido: "O problema é que o presidente da Eslováquia é um sacerdote", escreveu Monsenhor Tardini, "todos entendem que a Santa Sé não pode controlar Hitler. Mas que não possa controlar um sacerdote, quem pode entender isso?". Ubi menor maior cessat.

Pessoas em fuga

Eram situações muito graves nas quais os membros do Bureau "podiam fazer muito pouco para punir os culpados". Vemos isso nos despachos de Monsenhor Burzio, encarregado em Bratislava, em suas conversas com o Premier Tuka: "Vale a pena continuar a informar a Vossa Eminência a continuação de minha conversa com uma pessoa demente?”. Portanto as histórias contadas neste livro devem ser entendidas como histórias de pessoas em fuga, mas também como histórias de tentativas, feitas com forças humanas e limitações humanas, para salvar essas vidas em fuga. Assim, é feita justiça a algumas teses superficiais, mesmo recentes, sobre o anti-semitismo da cúria de Pio XII.

"Judeus"

"Judeus" é o nome da série de documentos presentes em 170 posições ordenadas alfabeticamente, totalizando cerca de 2800 casos. No Bureau "o Cardeal Maglione tinha o comando geral de ambas as seções. Não se pode excluir que a outra seção tivesse seu próprio registro ou sistema de arquivamento, o que significaria que outros arquivos da Santa Sé, tais como o Arquivo Apostólico, mantivessem material similar referente aos judeus". A existência da série "judeus", que Ickx chama de "lista de Pio XII", é "prova tangível do interesse demonstrado por pessoas que, por causa das leis raciais, não eram consideradas cidadãos comuns, fossem eles judeus ou judeus batizados".

Não é possível citar aqui todos os "casos judeus" notificados ao Vaticano. Mas pode-se dizer que os documentos mostram claramente, como escreve Ickx, que os esforços do Vaticano visavam "salvar cada ser humano, independentemente da cor ou credo". Dois episódios muito significativos o comprovam, entre os enumerados pelo autor do livro.

História da família Ferenczy

O primeiro está no capítulo intitulado “Breve história” de um caso lastimável. Diz respeito ao casal Oskar e Maria Gerda Ferenczy, católicos austríacos de origem judaica, que emigraram da Áustria após o Anschluss. Eles, com sua filha Manon Gertrude, mudaram-se para Zagreb, assistidos pelo arcebispo da cidade, Dom Stepinac. Mas em 1939 as autoridades locais, já próximas ao nazismo, enviaram todos os judeus estrangeiros, convertidos ou não, para a fronteira italiana. Os Ferenczys foram para Abbazia, na província de Fiume. No auge de sua miséria e desespero, Maria Gerda escreveu uma primeira carta a Pio XII na qual confessava ter vendido sua Bíblia por um pedaço de pão, e de sua busca mal sucedida de um passaporte para emigrar. Os documentos nos informam que Pio XII leu pessoalmente a carta. Mas como ajudar a mulher e sua família? Ela não havia expressado nenhum desejo. Monsenhor Dell'Acqua foi encarregado de resolver o “lastimável caso” e o bispo de Fiume, Dom Camozzo, foi convidado a se interessar pelos Ferenczys.

Visto para o Brasil

Mas situação piorou no final de 1939, quando os Ferenczys quase foram entregues às autoridades alemãs e deportados para a Polônia. Maria Gerda escreveu uma segunda carta ao Papa pedindo ajuda para emigrar. O Bureau mais uma vez fez tentativas solicitando às autoridades italianas o visto prolongado para os Ferenczys. Inexplicavelmente dom Camozzo não se manifestou. Com a situação piorando Maria Gerda escreveu pela terceira vez ao Papa renovando seus apelos. "Do Arquivo Histórico", informa Ickx, "constata-se que o Bureau não parou de acompanhar seu caso". Em 7 de agosto, Ferenczy soube pela Superiora das Irmãs de Nossa Senhora de Sion que havia vistos para disponíveis para o Brasil no Vaticano. Maria Gerda então suplicou em uma carta ao Papa para obter vistos para sua família. O assunto chegou novamente à mesa de monsenhor Dell'Acqua. Enquanto isso, foi enviada uma doação de oitocentas liras aos Ferenczys para emergências. Mas coube à embaixada brasileira junto à Santa Sé ter a última palavra sobre os vistos. O Bureau interveio e finalmente, em 19 de agosto de 1940, o cardeal Maglione pôde anunciar a Maria Gerda Ferenczy que os vistos haviam sido concedidos. Ainda tiveram um problema na chegada ao Rio de Janeiro, por causa do visto de Oskar Ferenczy que não era considerado válido. O capelão do navio telegrafou ao Bureau do Vaticano e imediatamente foi enviado um comunicado às autoridades brasileiras. Assim começou uma nova vida para os Ferenczys. O caso é sintomático de "como os judeus batizados se viram literalmente presos e esmagados entre suas duas identidades", pois, à medida que as leis raciais se tornaram mais rigorosas, "a distinção entre judeus e judeus batizados se perdeu".

Homem comum e menina de oito anos

Outro episódio simbólico está no capítulo intitulado “Breve história de um homem comum e de uma menina de oito anos”. O homem comum (é assim que ele gostava de se definir) era Mario Finzi, que trabalhava na seção de Bolonha do Delasem (Delegação de Assistência aos Emigrantes Judeus). Em agosto de 1942 Finzi escreveu diretamente a Pio XII, pedindo-lhe para intervir com a caridade cristã "para salvar uma pobre criatura de oito anos ameaçada pelo ódio e a ferocidade dos homens". Tratava-se de Maja Lang, uma menina iugoslava que tinha um irmão de 17 anos, Wladimir, em prisão domiciliar em uma vila pertencente ao empresário Alfonso Canova, em Sasso Marconi. Wladimir pedira a Finzi para salvar sua irmãzinha. A família tinha sido presa na Croácia e a menina, com o visto vencido para permanecer na Hungria com uma tia, corria o risco de ser levada de volta para a fronteira croata. Ciente dos riscos que Maja corria, Finzi elaborou um plano que apresentou diretamente ao Papa: assegurar que a criança chegasse à Itália para se reunir com seu irmão Wladimir. Mas para conseguir isso era preciso que a Santa Sé fizesse contato direto com o Ministério das Relações Exteriores italiano, que poderia passar a legalização a Budapeste. "Santo Padre, sei que o que ouso pedir-lhe não é pouco - escreveu Finzi a Pio XII - mas agir de maneira cristã em um mundo que em tão grande parte é a negação de Cristo não é uma tarefa fácil para os homens comuns". O Vaticano não perdeu tempo. Tendo recebido as instruções necessárias, em janeiro de 1943 o Padre Tacchi Venturi conseguiu obter do Ministério do Interior italiano permissão para a pequena Maja e seus pais entrarem e permanecerem em Sasso Marconi. A ordem das autoridades italianas parecia chegar a tempo de salvar a vida de toda a família.

Pio XII: única autoridade capaz de intervir

Infelizmente, em algum momento não se soube mais do paradeiro da pequena Maja. Mais tarde descobriu-se que morreu no Campo de Concentração, de acordo com os arquivos do Yad Vashem. DE qualquer modo", escreve Ickx, "seu caso lança luz sobre uma perspectiva interessante", ou seja, que "o doutor Finzi de Bolonha considerou o Papa Pio XII a única autoridade ainda capaz de intervir com sucesso em um caso humanitário tão complexo e surpreendente". Mario Finzi, este jovem "homem comum" com um coração de ouro foi preso e deportado para Auschwitz, conseguiu ser libertado, mas morreu precocemente de uma doença contraída no Campo. A família de Maja Lang voltou à Iugoslávia em 1945, e depois se mudaram para Israel três anos mais tarde. "Junto com os heróis locais de Sasso Marconi, cuja memória é honrada por Yad Vashem [Alfonso Canova é "Justo entre as Nações", ed], e com um judeu comum, Mario Finzi, vítima do terror nazista, Pio XII e o Bureau salvou uma família".

Este livro é, portanto, um viático para um novo período de estudos que desmantela preconceitos ideológicos passados e recentes com a ideia de que Pio XII não estava ciente. E mostra que o Papa, ao invés, estava no ápice de uma rede de ajuda aos judeus e refugiados muito complexa, e com contornos muito claros. Um grande passo, em suma, em direção à "democracia historiográfica" desejada por muitos.

Vatican News

Até os ateus têm que lidar com o aborto em sua consciência, diz Papa

GagliardiImages I Shutterstock
I. Media para Aleteia

Francisco reitera, como já fez muitas vezes, que o aborto é uma questão de ciência, não de religião.

O problema do aborto “não é religioso, mas (…) humano”, porque o embrião “é uma vida humana”, disse o Papa Francisco em uma entrevista ao canal italiano Canale 5, transmitido em 10 de janeiro. “É correto suprimir uma vida humana para resolver um problema? ” – ele perguntou energicamente enquanto seu país natal, a Argentina, recentemente legalizou o aborto.

Na sociedade de hoje, “as pessoas que não são úteis são jogadas fora”, lamentou o pontífice. E assim, “os filhos são rejeitados, seja porque não são desejados ou porque são ‘devolvidos ao remetente’ quando são encontrados doentes (…): antes do nascimento, sua vida é apagada”, continuou ele.

Não é um problema religioso

O Papa falou particularmente contra aqueles que tentam fazer do aborto uma questão religiosa: “O problema do aborto não é um problema religioso, cuidado: é um problema humano, pré-religioso, é um problema de ética humana, (…) um problema que mesmo um ateu deve resolver em sua alma e consciência.”

À pergunta: “Tenho o direito de fazer isso?” – o pontífice quis dar uma resposta científica: “na terceira semana [de gravidez], quase na quarta, todos os órgãos do novo ser humano já existem no útero; é uma vida humana. Eu faço a seguinte pergunta: é certo suprimir uma vida humana para resolver um problema, algum problema? Não, não está certo. Seria certo contratar um assassino para resolver um problema?”

Essas palavras do Papa vieram logo depois que o Senado argentino votou a favor da legalização do aborto em 30 de dezembro de 2020. No país natal do pontífice, as mulheres agora podem interromper a gravidez até a 14ª semana. Anteriormente, de acordo com uma lei de 1921, o aborto só era permitido naquele país em casos de estupro ou perigo para a vida da mãe.

A cultura do descarte leva à morte acelerada

O Papa Francisco também deu uma palavra para as pessoas no fim de suas vidas, já que a cultura do descarte – alertou – pressiona a sociedade a “jogar fora os doentes ou apressar a morte quando o paciente está em fase terminal”.

Por último, o bispo de Roma referiu-se à rejeição aos imigrantes, que também são vítimas desta mentalidade: “Pesa na nossa consciência os que se afogaram no Mediterrâneo”.

Aleteia

Mais de 340 milhões de cristãos foram perseguidos por sua fé em 2020, revela relatório

Foto referencial. Crédito: Pixabay.

Roma, 14 jan. 21 / 02:49 pm (ACI).- Em um relatório recente, a organização cristã Open Doors revelou que 340 milhões de cristãos foram perseguidos por causa de sua fé no ano passado, e afirmou que a pandemia COVID-19 exacerba a discriminação sistêmica sofrida pelas minorias cristãs do mundo.

O relatório intitulado “Lista Mundial da Perseguição 2021” reúne informações de 1º de outubro de 2019 a 30 de setembro de 2020. O documento apresenta dados de “74 países, um a mais que no ano anterior, onde os cristãos estão em maior perigo por sua fé”.

Segundo Open Doors, "pela primeira vez nos 29 anos de história da Lista Mundial de Perseguição, todos os países entre os 50 primeiros são classificados com um nível muito alto ou extremo de perseguição".

Os 11 países que lideram a lista com perseguição “extrema” são em ordem: Coreia do Norte, Afeganistão, Somália, Líbia, Paquistão, Eritreia, Iêmen, Irã, Nigéria, Índia e Iraque. O resto dos países com grande e alta perseguição estão localizados principalmente na Ásia e na África; no entanto, também há casos representativos na América, como Colômbia e México.

No total, em 2020, mais de 340 milhões de cristãos sofreram "altos níveis de perseguição por sua fé, representando 1 em cada 8 cristãos em todo o mundo". Além disso, 4.761 cristãos foram assassinados; 4.488 igrejas e edifícios cristãos foram atacados; 4.277 cristãos foram detidos sem julgamento, presos, sentenciados ou na prisão; e 1.710 cristãos foram sequestrados.

Registra-se que na Ásia e na África a porcentagem de cristãos que são estuprados ou assediados sexualmente é equivalente e que os países mais afetados são Arábia Saudita e Nigéria. O Paquistão lidera a lista de países com o maior número de “casamentos forçados de cristãos com não cristãos”, e a Nigéria, seguida pela Índia, tem a maior porcentagem de cristãos abusados fisicamente e/ou mentalmente ​​devido a sua fé.

A porcentagem da África é mais do que o dobro da Ásia em relação às casas, propriedades, lojas e negócios dos cristãos atacados. Em relação às empresas e lojas atacadas, a Nigéria teve uma porcentagem maior do que a Síria.

Além disso, o continente africano superou o continente asiático em relação ao número de cristãos que foram obrigados a deixar suas casas ou se esconder no país por causa da perseguição religiosa. Quanto aos “cristãos forçados a deixar o país por motivos de fé, o percentual correspondente à Ásia foi de 42%, contra 57% na África”.

O relatório indica que os ataques extremistas se espalharam ainda mais pela África Subsaariana, da Nigéria e Camarões até Burkina Faso, Mali e além. Segundo a pesquisa, só na Nigéria, "10 cristãos por dia são mortos em média devido às suas crenças religiosas".

Se o número total de cristãos assassinados por causa de sua fé no mundo aumentou 60% durante o ano - de 2.983 casos registrados (em 2020) para 4.761 (em 2021) - “91% dos assassinatos violentos por motivos relacionados à religião aconteceram na África”, assinala.

No entanto, a perseguição afeta de forma grave o resto dos continentes. Na Ásia, 2 em cada 5 cristãos sofrem perseguição religiosa em um nível muito alto ou extremo; na América Latina, são 1 em 12; e na África, 1 em cada 6 cristãos "sofre discriminação e violência por causa de sua fé".

Sobre os efeitos da pandemia na perseguição, o relatório assinala que “a COVID-19 agravou a situação já existente de vulnerabilidade social, cultural, econômica e estrutural”.

Além disso, assinala que "a COVID-19 legitima o aumento da vigilância e as restrições por parte de governos autoritários e totalitários" e "ajuda os grupos criminosos organizados na América Central e na América Latina a consolidar seu controle".

Também, indica que "militantes islâmicos violentos se aproveitam das restrições causadas pela COVID-19 para se espalhar pela África Subsaariana" e que em meio à crise global, houve um "aumento do nacionalismo dirigido por maiorias de identidade religiosa nos países como Índia e Turquia”.

De acordo com a pesquisa, as 8 principais causas de perseguição são "opressão islâmica", "nacionalismo religioso", "opressão tribal", "hostilidade étnico-religiosa", "protecionismo denominacional", "opressão comunista e pós-comunista", “intolerância secular”, “paranoia ditatorial”, “corrupção organizada e crime”.

A perseguição devido à corrupção se vê na África Subsaariana, América Central e América Latina, onde as redes de crime organizado “consolidam seu poder diante da falta de capacidade dos sistemas estatais para satisfazer as necessidades locais de fornecimento de saúde, alimentos, trabalho e outros itens essenciais”, diz o relatório.

“A falta de governança e inclusive a conivência das autoridades significa, muitas vezes, que há impunidade para a violência ou discriminação por motivos religiosos”, acrescenta.

Outro aspecto importante que o relatório destaca é a reentrada da China, após uma década, no top 20 da lista de perseguição mundial. De acordo com o relatório, isso ocorreu “devido à constante e crescente vigilância e censura às minorias” no país.

“O Partido Comunista ampliou sua regulamentação de todas as religiões em 2020, e mesmo as igrejas aprovadas pelo governo, tanto católicas quanto protestantes, estão sob uma vigilância cada vez maior. Menores de 18 anos ainda estão proibidos de participar de qualquer atividade religiosa. A ‘sinicização’ do Cristianismo continua, inclusive na chamada ‘retificação’ das passagens da Bíblia”, afirma o relatório.

Além disso, "as ‘casas igreja’ que não estão registradas, experimentam um aumento no confisco de suas propriedades e de material cristão, incluindo Bíblias, além de invasões, multas e prisão de líderes das igrejas"

Open Doors assinalou que "novos dados mostram que o estado de vigilância da China é usado para perseguir cristãos e outras minorias religiosas, como os muçulmanos uigures". De acordo com a pesquisa, "as igrejas que recorreram ao culto online estão vulneráveis ​​a serem controladas".

"O Partido Comunista Chinês não está apenas normalizando essas tecnologias dentro de suas fronteiras, mas também as exporta para regimes autoritários em todo o mundo", indicou Open Doors no comunicado.

A esse respeito, o Dr. Chris Meserole, diretor de pesquisa e política da Artificial Intelligence and Emerging Technology (AIET) da Brookings, disse que “isso vai além de onde você vai à igreja ou do que está escrevendo no telefone. Não há país que possa igualar a enorme escala de tecnologias de vigilância que a China desenvolveu e também implementou”.

Finalmente, o relatório indica algumas boas notícias. Como por exemplo, que o Governo do Sudão aboliu a pena de morte por apostasia, que significa renunciar ao Islã. “Embora mudar uma constituição seja mais fácil do que mudar a mentalidade, a vida de 6% dos cristãos no Sudão está melhorando, como demonstrado quando um tribunal considerou oito líderes religiosos inocentes das acusações que haviam recebido por mais de três anos”, assinalou.

Além disso, no Iraque, depois de sobreviver à ocupação de Mosul pelos militantes do Estado Islâmico, “um grupo de jovens voluntários muçulmanos vem desde 2017 limpando sem cessar as igrejas e casas destruídas, declarando seu desejo de que os cristãos deslocados retornem e fiquem, já que sua história encontra suas raízes neste lugar do Oriente Médio".

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

Pesar de Francisco pela morte de dom Eusébio: um generoso pastor da Igreja do Brasil

O cardeal Eusébio Oscar Scheid ao encontrar o Papa João Paulo II 

O telegrama de condolências foi dirigido ao arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta. Na mensagem, também enviada "a todos quantos lamentam a perda do seu amado pastor”, o Papa recordou dom Eusébio Oscar Scheid através do seu lema episcopal, “Deus é bom”, como uma “recordação verdadeiramente consoladora” do cardeal brasileiro. Francisco destacou ainda que dom Eusébio “serviu o povo de Deus com muito denodo”, desde quando iniciou o ministério episcopal como “primeiro bispo de São José dos Campos e pastoreado com igual esmero a Arquidiocese de Florianópolis e a Sé Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro”.

Andressa Collet - Vatican News

Nesta quinta-feira (14), o Papa Francisco enviou um telegrama de pesar pela morte de dom Eusébio Oscar Scheid, arcebispo emérito do Rio de Janeiro, que faleceu na quarta-feira (13), aos 88 anos de idade. A mensagem de condolências foi dirigida ao arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta.

No texto, em língua portuguesa, Francisco escreve que recebeu a notícia do falecimento de dom Eusébio “com profundo pesar” e assegura a sua “solidariedade orante com todos os fiéis que nele encontraram um zeloso pastor”. O Pontífice, então, lembra do lema episcopal do cardeal brasileiro, “Deus é bom”, como uma “recordação verdadeiramente consoladora” de dom Eusébio, que também recorda “a bondade de Deus com a sua Igreja”.

No telegrama, o Papa destaca que o cardeal brasileiro “serviu o povo de Deus com muito denodo”, desde quando iniciou o ministério episcopal como “primeiro bispo de São José dos Campos e pastoreado com igual esmero a Arquidiocese de Florianópolis e a Sé Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro”.

Um generoso pastor da Igreja do Brasil

Ao finalizar a mensagem de condolências, enviando a sua bênção apostólica, o Papa Francisco também agradece “ao Altíssimo por ter dado à Igreja do Brasil tão generoso pastor” e eleva fervorosas preces “para que o acolha na sua felicidade eterna e console pela esperança na ressureição a todos quantos lamentam a perda do seu amado pastor”.

A despedida a dom Eusébio

Dom Eusébio, em seus 60 anos de ministério presbiteral e 40 anos dedicados à vida episcopal, participou ativamente da história e, assim, deixa o seu legado à Igreja. A despedida aconteceu ainda nesta quarta-feira (13), com enterro no Ossuário da Catedral São Dimas, seguida de missa em sufrágio pela alma do cardeal brasileiro no início de noite, com transmissão das redes sociais da catedral. Dom Eusébio foi “mais uma vítima da Covid-19, que já ceifou mais de 204 mil vidas somente em solo brasileiro”, recordou dom Orani João Tempesta:

“É uma perda dolorosa que se soma aos padres e bispos brasileiros que tiveram suas vidas interrompidas nesta pandemia, que já se transformou em uma tragédia incalculável que afeta direta ou indiretamente todas as famílias.”

Com uma vida “intensa e incansável”, acrescentou dom Orani, “marcada pela preocupação na formação do clero, no incentivo à evangelização e na organização da pastoral, sua morte não deve ser motivo para contrariedades humanas, mas sim, para compreendermos o projeto de Deus para nós, a promessa da vida eterna ao lado de Cristo”. O arcebispo do Rio, então, também deixou a sua mensagem:

“Em orações, peço a Deus Pai Misericordioso que o receba em seus braços para a ressurreição e glória da vida eterna. Amou a Cristo e à Igreja oferecendo sua vida pelos irmãos bispos, padres, diáconos, consagrados e povo de Deus como ele mesmo deixou por escrito em seu testamento.”

Dom Eusébio Scheid
Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF