CONFIRA AS
AÇÕES QUE PODEM SER REALIZADAS EM SINTONIA COM A CAMPANHA JUNHO VERDE, UMA
INICIATIVA DA CNBB
Uma carta assinada pelo bispo de
Roraima (RR)e presidente da Rede Eclesial Pan Amazônica (Repam-Brasil), dom Evaristo
Spengler, foi encaminhada a todos os regionais da CNBB e salienta ações que
podem ajudar no engajamento da Campanha Junho Verde em todo o país, com o apoio
das Comissões da CNBB, a Repam Brasil e o Movimento Laudato Si’.
A Campanha Junho Verde,
estabelecida pela Lei 14.393/2022, enfatiza o compromisso pela conservação dos
ecossistemas naturais e de todos os seres vivos, bem como o controle da
poluição e da degradação dos bens naturais, que são dons de Deus e obras da
Criação.
“A Lei, de iniciativa da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), visa estimular iniciativas do
poder público em parceria com escolas, universidades, empresas públicas e
privadas, igrejas, comércio, entidades da sociedade civil, comunidades
tradicionais e populações indígenas etc”.
Educação para o Cuidado da Vida
A carta salienta que um grupo de
trabalho da Campanha Laudato Si’ está
articulando iniciativas junto à Comissão Episcopal para a Cultura e a Educação
da CNBB, a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) e
representações juvenis da Igreja, envolvendo as escolas católicas e tentando
alcançar também a rede pública com materiais de estudo. Uma primeira proposta,
ainda a ser realizada, é uma roda de conversa para juventudes sobre Fome e
cuidado com a Casa Comum, em sintonia com a Campanha da Fraternidade 2023. Para
as paróquias, está sendo preparado e diagramado também dois roteiros online
para catequese, sobre o Cuidado da Casa Comum, que estarão à disposição em
breve.
Incidência política em defesa da Casa Comum
A Carta salienta que Igreja
Católica está atenta e empenhada no acompanhamento do julgamento do Marco
Temporal para o direito dos povos indígenas a seus territórios e a incidência
para a ratificação no Brasil do Acordo de Escazú, o mais importante acordo
socioambiental em América Latina e Caribe, que precisa ser assumido formalmente
também no país.
Neste contexto sugere, por
exemplo, que as igrejas locais, em diálogo com os movimentos populares e o
poder legislativo e judiciário, promovam audiências públicas ou debates,
durante o mês de junho, para avaliar as urgências e necessidades nos
territórios frente aos principais desafios socioambientais.
Iniciativas de visibilidade e divulgação
Como iniciativas de visibilidade
e divulgação do Junho Verde, a carta sugere que pode-se pensar em iluminar de
verde, à noite, as igrejas ou outros lugares cristãos emblemáticos. “Podem ser
expostos cartazes da Campanha Laudato Si’ nas igrejas, ou produzidos materiais
que evidenciem o apoio ao Junho Verde, com a logomarca da Campanha Laudato
Si’”.
Podem ser organizadas entrevistas e transmissões nas
TVs e rádios católicas, ou outras iniciativas sugeridas pela criatividade das
PASCOM locais. Estas e outras ações podem estar conectadas à exibição do
documentário “A Carta: uma mensagem para a nossa Terra”, que foi produzido pelo
Movimento Laudato Si’ e representa uma ferramenta importante para inserir o
diálogo sobre cuidado da casa comum nas comunidades (o documentário está
disponível gratuitamente no YouTube).
El Greco, Retrato de São Paulo, Casa y
Museo de El Greco, Toledo
Arquivo 30Dias – 06/07 – 2009
“A graça de Deus salvador:
livre, suficiente, necessária para nós”
Com essas palavras, Giovanni Battista Montini, em
suas notas sobre as Cartas de São Paulo, escritas quando ainda jovem sacerdote,
sublinha a experiência e a mensagem do Apóstolo.
de padre Giacomo Tantardini
3. O Evangelho que Paulo transmitiu
Duas breves observações sobre o anúncio de Paulo.
O que Paulo anuncia? Em primeiro lugar, o que ele, por sua vez, recebeu. Como é
bonito! Paulo não inventa nada, anuncia aquilo que ele mesmo recebeu.
Vou ler 1Cor 15, 1ss. Estes versículos contêm todo o anúncio
de Paulo. Todo o anúncio de Jesus Cristo.
“Lembro-vos, irmãos, o evangelho que vos anunciei, que recebestes, no qual
permaneceis firmes, e pelo qual sois salvos, se o guardais como vo-lo anunciei;
doutro modo, teríeis acreditado em vão. Transmiti-vos, em primeiro lugar,
aquilo que eu mesmo recebi: Cristo morreu por nossos pecados, segundo as
Escrituras. Foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.
Apareceu a Cefas, e depois aos Doze”. Paulo anuncia o testemunho de Jesus.
“O testemunho de Deus” (1Cor 2, 1). O testemunho
que Deus deu ressuscitando Jesus dos mortos. O testemunho que Jesus Cristo deu
de ter ressuscitado, mostrando-se aos discípulos. Faz parte da essência do
anúncio cristão a manifestação visível do Ressuscitado às testemunhas que Ele
escolhe. Se não se tivesse tornado visível às testemunhas, se Ele mesmo não
tivesse dado testemunho de ter ressuscitado, o testemunho dos apóstolos teria
sido uma invenção deles.
Heinrich Schlier, que, na minha opinião, é o maior exegeta que a Igreja teve no
século passado, insiste muito nesse fato! É Jesus que, dando-se a ver, dá
testemunho de Si mesmo. É Jesus que, dando-se a ver aos apóstolos, deixando-se
tocar e comendo com eles, testemunha a realidade da Sua ressurreição: “Tomé, vê
e põe teu dedo aqui” (cf. Jo 20, 27). “Visus est, tactus
est et manducavit. Ipse certe erat / Foi visto, foi tocado, comeu. Era
realmente Ele”, diz Santo Agostinho num discurso contra os gnósticos,
comentando a aparição de Jesus ressuscitado aos apóstolos a partir do Evangelho
de Lucas (Lc 24, 36-49).
É Jesus que, dando-se a ver, testemunha ter ressuscitado, estar vivo. O
testemunho dos apóstolos é um reflexo de Seu testemunho. Como isso é
importante! A luz da Igreja é apenas uma luz refletida. “Lumen gentium cum
sit Christus / É Cristo a luz dos povos”. A Igreja reflete essa Sua luz
como num espelho. Uma das frases mais belas de Paulo, muito valiosa para mim,
diz: “E nós todos que, com a face descoberta, refletimos como num espelho a
glória do Senhor, somos transfigurados nessa mesma imagem [o reflexo de Jesus
é eficaz: muda a vida], cada vez mais resplandecente, pelo Espírito do Senhor”
(2Cor 3, 18).
Paulo anuncia o que recebeu, o que o próprio Jesus Cristo testemunhou a Seus apóstolos.
Faço uma segunda observação a respeito do anúncio de Paulo. Esta coisa
belíssima também pode ser lida na Primeira Carta aos Coríntios (2, 1ss). O
anúncio de Jesus traz consigo a prova da sua verdade. A
questão não é que nós demonstremos que Jesus está vivo. É o próprio Jesus que,
mostrando-se, agindo, demonstra estar vivo. Do contrário, aumentamos a dúvida,
nossa e dos outros. É Jesus que, agindo, e portanto mostrando-se, demonstra
estar vivo. A demonstração da verdade do cristianismo é a ação e a manifestação
de Jesus no presente.
Schlier diz isso usando uma expressão belíssima: “O kerygma e
os dons, o kerygma e os milagres são uma coisa só”. E Paulo o
diz de maneira ainda mais simples que o grande exegeta: “Eu mesmo, quando fui
ter convosco, irmãos, não me apresentei com o prestígio da palavra ou da
sabedoria para vos anunciar o mistério de Deus [o testemunho
que Deus deu]. Pois não quis saber outra coisa entre vós a não ser Jesus
Cristo, e Jesus Cristo crucificado. Estive entre vós cheio de fraqueza [como é
bonito isso!], receio e tremor; minha palavra e minha pregação nada tinham da
persuasiva linguagem da sabedoria [não queria demonstrar ele que Jesus era
real], mas eram uma manifestação do Espírito [ou seja, do fato de que Jesus
ressuscitado se manifesta] e poder [de Sua ação, de Sua manifestação], a fim de
que a vossa fé não se baseie sobre a sabedoria dos homens, mas sobre o poder de
Deus” (1Cor 2, 1-5).
A fé só pode basear-se na força de Deus, ou seja, na ação de Jesus, na
manifestação de Jesus. Não vencemos o medo da morte (cf. Hb 2,
15) com os argumentos de sabedoria, com os nossos discursos. O medo da morte é
vencido quando Jesus, agindo no presente, se dá a reconhecer vivo. Jesus
demonstra ser real, estar vivo, quando se mostra. Quando mostra a Sua ação,
quando mostra a Sua força. “Dando uma prova totalmente Sua”, escreve Schlier,
que experimentamos “como realidade tangível”.
Em uma sociedade obcecada por desempenho e eficiência, o fim da vida profissional é experimentado por muitos como ser colocado de lado, até como uma pequena morte. Como superar a humilhação de se sentir inútil e improdutivo quando você doou tanto ao seu trabalho?
A transição para a aposentadoria, independentemente da idade, é um passo importante. A página da vida ativa muda. A nova vida inclui muitas possibilidades, mas especialmente estranhos que às vezes podem assustar ou até levar à depressão. Portanto, é importante voltar-se para o seu interior, para não ficar deprimido.
Viver o luto para poder avançar
Você precisa se perguntar: como ainda posso preencher minha vida? O que devo fazer para torná-la ainda mais significativa? Explica a psicóloga Geneviève de Taisne em seu livro A alegria dos avós (em tradução livre).
Ela afirma ainda: “Para conseguir isso, você tem que aceitar fazer uma passagem que está na ordem do luto: luto por ser pai, luto por certas atividades, luto por esperar que a sociedade lhe dê sua identidade, seu ser, o sentido da sua vida. Em uma certa idade, precisamos dar a nós mesmos razoes para viver”.
O luto é, portanto, obrigatório. Você tem que morrer para renascer. “Não demorei muito para me encontrar no chão”, reconhece Francisco, finalmente apaziguado após dois anos de grave depressão.
Felizmente, Solange, minha esposa, estava lá e me ajudou a deixar o passado para trás e olhar com calma para o futuro. Mais do que nunca, o cônjuge vulnerável precisa do apoio e da atenção do outro. Mais um motivo para preparar este período para dois, para não esperar para ficar aos pés da aposentadoria para discutir juntos e compartilhar projetos.
Encontre novas atividades
“Ainda tenho tempo para dar”, disse Robert, que em breve estará se aposentando. O prazo está se aproximando, ele tem alguns projetos em mente e uma certeza: “Não há como ficar sentado em casa, eu preciso de ação!” Ao seu lado, sua esposa concorda e sorri: “Nós concordamos com isso: todo mundo tem seu espaço vital!”.
Não há mais preocupações profissionais e imperativos familiares, o casal de aposentados pode finalmente gozar da liberdade merecida. Cada casal tem sua própria maneira de receber essa nova liberdade.
Alguns experimentam uma espécie de egoísmo para dois, outros veem este tempo como uma oportunidade de se abrirem juntos para uma nova existência. Às vezes, é necessário acomodar um tempo flutuante, onde cada um marcam um ritmo antes de recomeçarem a caminhar juntos.
“O gosto e o caráter de cada um entra em cena”, alerta Laura, que vive com o marido uma aposentadoria com mais independência do que ela imaginara. Eu rapidamente entendi que não seria capaz de envolver Bernardo em meus projetos. Ele se forçou uma ou duas vezes a me agradar, mas assim que abri a gaiola, o pássaro voou para longe!”, ela lamenta, um pouco nostálgica.
Bernardo lançou-se de corpo e alma em uma associação para ajudar prisioneiros e se dedicou a essa atividade com uma paixão da qual sua esposa se sentia um pouco excluída.
O que vamos fazer na aposentadoria? Cada casal deve se perguntar e pensar juntos antes de começar. Cuidado com o perigo de querer fazer demais e sair em todas as direções. Cuidado também em não sair mais de casa, e por medo de ser devorado por muitos compromissos, não fazer mais nada!
Dedique-se à sua família
Durante a aposentadoria, muitos avós se dedicam aos netos: à noite, às quartas-feiras, nos fins de semana ou durante as férias escolares. Essa intergeração cria conexões. Monique e Gui dedicam todo o seu tempo à sua tribo: cinco filhos, dez netos e os pais de Gui na mesma cidade, todas essas pessoas se ajudam e se cruzam.
No entanto, nem sempre é fácil lidar com as gerações e dar tempo a cada uma: “Na segunda-feira, reunimos os primos para almoçar, para que eles se conheçam melhor”, explica Gui, sempre saindo para uma escapada de bicicleta com quem quiser segui-lo.
Este avô confidencia: “Estabelecemos a ligação entre os serviços prestados aos pais e a presença de nossos filhos e netos, temos um papel fundamental. Somos realmente privilegiados!”
O aumento da expectativa de vida também tem seu lado negativo: quando, ao mesmo tempo, o casal deve receber um pai idoso sob seu teto, ouvir o neto adolescente ou ajudar a mãe oprimida, ele se vê sobrecarregado por uma pesada responsabilidade.
“Não temos um momento para nós mesmos”, reconhece Gislaine, literalmente devorada por sua família. Com uma filha divorciada, seu pai em um hospital no outro extremo da cidade – ela corre de um para o outro, felizmente sustentada pelo marido.
“Não é fácil, nessas condições, tirar proveito dessa tão esperada aposentadoria! Mas uma coisa é certa: a aposentadoria pode ser um fator de equilíbrio para todas as gerações.
Depois da ação, chega a hora da interioridade
Na aposentadoria, a dimensão religiosa sufocada por um ritmo de vida severo também renasce. Alguns casais investem em paróquias: animação litúrgica, catecismo, grupos de oração. Eles também devolvem à oração um lugar que a vida familiar e as restrições profissionais foram capazes de ofuscar.
“Estamos mais disponíveis em nossa vida de fé”, confessam Louis e Magali, que se reúnem todos os dias durante um tempo de oração conjugal e planejam caminhar juntos em peregrinação a Jerusalém. Os anos se passaram, o ser espiritual cresce.
Os hobbies podem trazer alegria, mas nem sempre eles satisfazem o “mais” que caracteriza a transcendência da pessoa humana. Na terceira idade, esse apetite espiritual aumenta.
Agradecer juntos por sua família, louvar a Deus por todo o caminho percorrido e colocar a seus pés conflitos e preocupações. Que testemunho mais bonito de amor conjugal para as jovens gerações do que um casal unido em oração e ação de graças? Uma vida de casados centrada no Evangelho tem uma orientação e uma serenidade que tocam.
O mestre desta vida renovada é o Espírito Santo. É Ele quem purifica, é Ele quem santifica, é Ele quem dá o verdadeiro diálogo aos cônjuges. “A aposentadoria é como a água de um rio que flui para o mar. Pouco a pouco, ela decanta e se torna mais transparente”, conclui Luís.
Durante as negociações para o primeiro tratado
de paz na história do Brasil, o armistício de Iperoig, São José ficou refém dos
índios tamoios para que Pe. Nóbrega, junto aos outros caciques fizessem um
acordo com as autoridades da coroa Portuguesa no Brasil.
Não foi um tempo muito fácil.
Além de ser vigiado 24h por dia e correr risco de ser morto pelos índios, neste
cativeiro de quatro meses, Anchieta, para fugir às tentações, lembrou-se de
compor, como um voto à Virgem, esse Poema em seu louvor, em latim. Não tinha
nem papel e nem pena. Recorreu ao seu bordão. E passou a rascunhá-lo na areia
das praias, todas as manhãs. À noite, repetia, de cor, os versos, para
gravá-los melhor, corrigia-os e estilizava-os.
Em São Vicente ele tirou um
tempo para pôr no papel os 5786 versos que tinha escrito nas areias de Iperoig
a Nossa Senhora. Algo impressionante; com uma memória sobre humana ele
reescreveu no papel tudo que tinha escritos nas areias. O grande poeta
romancista Fagundes Varella (1841 – 1875), patrono na Academia Brasileira de
Letras, publicou este Poema no Rio de Janeiro:
“Foi depoimento comum dos índios
– informa-nos Simão de Vasconcelos (contemporâneo e biógrafo de Anchieta) – que
viram, por vezes, nesta praia, uma avezinha graciosamente pintada, a qual, com
um brando voo, andava como fazendo festa, enquanto José ia compondo e
escrevendo, e lhe saltava, brincando, ora nos ombros, ora na cabeça, ou para
mostrar a José o cuidado que o céu tinha deles, ou para mostrar aos índios como
haviam de respeitá-lo. E assim compôs ele, de memória, cada dia um pouco, o
poema imortal “De Beata Virgine Dei Matre Maria”, o longo e famoso “Poema da
Virgem”.
Cercado por uma cultura
completamente avessa à cristã e rodeada por índias que andavam nuas à beira do
mar, São José de Anchieta fez resplandecer o brilho da castidade: em voto a
Nossa Senhora, prometeu que contaria a Sua vida em versos, para que ela o
guardasse na sua pureza. Por isso Anchieta é retratado escrevendo nas areias do
mar. É obra de um gênio, fruto de grande inspiração.
O poeta Guilherme de Almeida
escreveu o soneto “Prece a Anchieta”, em sua homenagem, que começa assim:
“Santo: requestes a cruz na
selva escura;
herói: plantaste nossa velha aldeia;
mestre: ensinaste a doutrina pura;
poeta: escrevestes versos sobre a areia (…)”
Para se manter puro, Anchieta
serviu-se de três armas, válidas para os sacerdotes, seminaristas e demais
cristãos que querem guardar a castidade: a primeira, a oração; a segunda, a
penitência que ele praticava quotidianamente, através de jejuns, vigílias e do
uso do flagelo e do cilício – escreveu o padre Armando Cardoso: “Anchieta, que
não tivera medo do bárbaro, teve medo do bárbaro dentro de si”; a terceira, o
apostolado, ele usava incessantemente: ensinar os índios a fugir e evitar o
pecado.
Anchieta passou seus versos para
o papel, de 1563 a 1565, em São Vicente, e concluiu dizendo:
“Eis os versos que outrora, ó
Mãe Santíssima,
te prometi em voto, vendo-me cercado de ferozes inimigos.
Enquanto entre os tamoios conjurados,
pobre refém, tratava as suspiradas pazes,
tua graça me acolheu em teu manto
e teu véu me velou intactos o corpo e alma.
A inspiração do céu, eu muitas vezes desejei penar
e cruelmente expirar em duros ferros.
Mas sofreram merecida repulsa meus desejos:
Só a heróis compete tanta glória” (Versos 5777-5786).
Acabada a obra dedicada a Nossa
Senhora, mostrou-lhe ardentemente o desejo de morrer mártir da fé pelas mãos
dos infiéis; mas dizia na sua humildade que seus pecados tinham-lhe feito
desmerecer esta glória que só merecem os heróis.
Um fato interessante: um dia o
velho Pindobuçu, que já começava a mostrar simpatia por Anchieta, quando o
Santo esteve refém dos tamoios em Iperoig, perguntou a Anchieta o segredo de
sua virgindade; então, o Santo aproveitou para lhe falar das orações e jejuns
para se dominar os prazeres do corpo e não ofender a Deus. Então, Pindobuçu queria
saber por que Anchieta tinha tanto medo de Deus. O Santo aproveitou para lhe
falar do céu e dos horrores do inferno. E o cacique ficou maravilhado tendo os
padres em grande crédito.
Naquele presídio tamoio, uma
noite o velho cacique Pindobuçu, vendo-o em oração em profunda contemplação,
lhe perguntou se ele não conseguia dormir por tristeza, ou por falta de comida
para acalmar a barriga, ou por falta de esposa para esquentar a pele. Ou se
estava sentindo a falta do pai. Anchieta lhe disse que não era nada disso, e
que “está conversando com o Pai”, apontando para o alto.
A amizade de Pindobuçu dava
certa segurança a Anchieta. O velho índio já tratava Anchieta como um filho.
Dizia-lhe às vezes: “Filho José, não tenhas medo, que ainda que os teus matem
todos os meus parentes, que estão em tua terra, eu não hei de consentir que te
matem porque eu sei que falas verdade” (Filho, Antônio, pg. 95). Todas as
manhãs ele vinha ver os jesuítas e perguntava se tinham algo para comer.
Na verdade, a castidade e o amor
a Deus preservava a vida dos padres presos dos tamoios. Esses índios começaram
a estimar Anchieta. A santidade era a sua força; a santidade é que faz
milagres. Como disse Daniel Rops, quando caiu o império romano, em 476: “A
santidade salvou a Igreja e a Igreja salvou o Ocidente”. Podemos plagiá-lo
dizendo que a santidade salvou Anchieta e Anchieta evangelizou os índios.
Conta o Pe. Pedro Rodrigues, que
foi Provincial e primeiro biógrafo de Anchieta, que quando os tamoios davam a
entender que Anchieta se preparava para ser devorado em uma festa dos índios,
respondia: “Não me haveis de matar porque não é ainda chegada a minha hora”. E
quando, depois de passada a tormenta, um religioso lhe perguntava em que se
baseava ele para uma alternativa tão categórica, foi esta a resposta: “Com a
certeza da Mãe de Deus, a qual não queria que eu morresse sem primeiro lhe
escrever a Sua vida, a qual eu tinha toda composta passeando pela praia”
(Thomas, pg. 83).
A presença do Senhor no Sacramento Eucarístico
foi querida por Ele próprio, para estar próximo ao homem e nutri-lo de Si
mesmo, para permanecer na comunidade eclesial. Por isto, a Fé nos pede que
estejamos diante da Eucaristia sabendo que estamos diante do próprio Cristo.
É a sua presença que dá às
outras dimensões deste Sacramento: Baquete, Memorial da Páscoa, antecipação
escatológica um significado que vai além do puro simbolismo. A Eucaristia é
Mistério de Presença, por meio do qual se realiza de modo incomparável a promessa
de Jesus de estar conosco até o fim do mundo. É um sinal consolador do amor, do
poder e da divindade do nosso Divino Salvador. Ele quis entrar em união íntima
com os fiéis de cada geração e quis fazê-lo de um modo que satisfizesse a nossa
natureza de espírito encarnados (constituídos por corpo e alma).
<<A Igreja vive do Cristo
Eucarístico, por Ele é nutrida, por Ele é iluminada. A Eucaristia é mistério de
fé e, ao mesmo tempo, “mistério de luz”. Sempre que a Igreja a celebra, os
fiéis podem de certo modo reviver a experiência dos dois discípulos de Emaús: “Abriram-se-lhes
os olhos e reconheceram-no” (Lc 24, 31). […] Ao pedido dos discípulos de Emaús
para que permanecesse “com eles”, Jesus respondeu com um dom muito maior:
mediante o Sacramento da Eucaristia achou um modo de permanecer “neles”.
Receber a profunda com Jesus “permanecei vós” (Jo 15, 4)>> (Ecclesia de
Eucharistia, 6, 19).
O que são as espécies eucarísticas?
Com o termo espécie eucarísticas
indicam-se as características sensíveis (aquelas que o gosto, o tato, a vista
podem perceber: a cor, a forma, o peso…) do pão e do vinho, isto é, suas
propriedades físicas, químicas e nutritivas.
Depois da consagração, o pão e o
vinho mantêm inalteradas as suas características sensíveis, mas em toda sua
substância (na sua essência, na sua identidade mais íntima e profunda), e nela
somente, não são mais pão e vinho, mas o Corpo e o Sangue de Cristo.
Quando recebemos a Comunhão
percebemos que as características exteriores, ou “espécies”, do pão e do vinho
permanecem idênticas depois da consagração; de fato, nem o sabor, nem o odor,
nem a cor, nem as dimensões mudam. Mudou, todavia, a sua substância, que se
tornou a substancia do Corpo e do Sangue de Jesus. Isto nós cremos pela fé,
fundada na Palavra de Jesus. Com os exemplos aqui ao lado, de Marcos e de Biba,
vemos que sucede exatamente o contrário.
Neste exemplo, representamos
Marcos em diversas idades: mesmo que as suas características exteriores mudem
com o passar do tempo (no início era um embrião, depois um menino, depois um
rapaz, depois um adulto, depois um velho…) a sua substância, isto é o seu ser
Marcos, permanece idêntica. É sempre Marcos, quer quando era um recém-nascido,
quer agora que tem oitenta anos.
Vemos que Biba, ao crescer,
mudou nas suas características exteriores, ou “acidentes”, ou “espécies” (cor,
altura, etc…), mas sua substância permaneceu sempre a mesma: de fato, Biba é
sempre Biba, mesmo que o seu aspecto tenha mudado com o passar do tempo.
Na Eucaristia, acontece o
contrário destes dois exemplos: muda a substância, permanecem idênticas as
características exteriores.
Depois da consagração o pão e
vinho não são um sinal simbólico (como pode ser, por exemplo, a bandeira da
Pátria), mas são realmente o Corpo e o Sangue de Cristo.
O fiel reconhece e acolhe este
fato misterioso pela fé, fundada nas Palavras de Cristo: <<Isto é o meu
Corpo… Isto é o meu Sangue>>.
Por isto são admitidos a receber
a Eucaristia somente aqueles que têm fé e foram batizados na Igreja Católica.
Retirado
do livro: “A Eucaristia, Pão de vida Eterna”. D. Rafaello Martinelli. Ed.
Cléofas e Cultor de Livros.
A Bíblia, embora tenha dados históricos verdadeiros (personagens, fatos e datas), não é um livro de história. Entenda:
A origem do ser humano atual é algo que cientificamente não está livre de discussão.
Cientificamente falando, há várias hipóteses e, caso alguma delas esteja correta, não é possível dizer com absoluta certeza qual delas é, mesmo que haja unanimidade a favor dela.
A Bíblia e a ciência devem andar de mãos dadas para chegar à única verdade. A hipótese correta, cientificamente falando, não pode ir contra a verdade bíblica, e vice-versa.
Seria tolice negar um fato científico cem por cento comprovado usando um fato bíblico; e pior ainda se esse fato bíblico for mal interpretado.
No entanto, é preciso ter em mente que a fé católica se baseia na verdade, é uma fé histórica. A fé é baseada em fatos reais e pessoas reais.
E a interação de Deus com a humanidade é, consequentemente, histórica, verdadeira e concreta, nunca mitológica, mesmo que haja símbolos, imagens, parábolas, metáforas etc., na Bíblia.
Todos esses dispositivos literários e outros são necessários para capturar por escrito o que é fundamental para TODOS os eventos da história da salvação: o relacionamento único desejado por Deus entre Ele, o Deus vivo e verdadeiro, e a humanidade.
O que a Bíblia é (e o que ela não é)
A Bíblia, embora tenha dados históricos verdadeiros (personagens, fatos e datas), não é um livro de história.
Embora tenha lugares geográficos reais do passado e do presente, a Bíblia não é um livro de geografia.
E, embora tenha estilos e gêneros literários, não é um livro de histórias ou mitos, nem é um romance ou um livro de literatura.
Mesmo que fale sobre a origem do mundo e do ser humano, não é um livro de ciência.
E a Bíblia, ao mencionar Adão e Eva, não é um livro de antropologia para falar sobre a origem da vida humana.
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O que a Bíblia busca? Ela não busca explicar o como, mas o quê. “A Bíblia não nos diz como é o céu, mas como chegar ao céu”, diz Galileu.
O que a Bíblia ensina? A Bíblia não ensina qualquer tipo de verdade, ela nos ensina apenas verdades para a nossa salvação, verdades que nos relacionam com Deus.
A Bíblia fornece verdades salvíficas, essa é sua única missão, seu propósito e sua intencionalidade.
Deve-se confessar que os livros da Escritura ensinam com firmeza, com fidelidade e sem erro, a verdade que Deus quis registrar nas sagradas letras para a nossa salvação. (Dei Verbum, 11)
A Palavra de Deus sobre a origem do ser humano
O que o livro de Gênesis nos conta em seus primeiros capítulos (a respeito da criação do universo e do ser humano) não pode, portanto, ser considerado como uma narrativa histórica.
Não é sensato acreditar que o que esse livro nos conta é uma crônica dos primeiros anos da criação e da história humana.
O livro de Gênesis nos fala sobre a origem do universo e do ser humano, sem a pretensão de ser um tratado científico.
O que as Escrituras dizem tem o objetivo de falar do relacionamento de Deus com o homem e estabelecer relacionamentos apropriados entre o homem e Deus, entre o homem e seus semelhantes e com o mundo criado.
Entendendo a mensagem
Além disso, em termos gerais, não podemos pedir à Bíblia que nos dê tantos detalhes sobre tudo; ela quer se concentrar no essencial.
No entanto, quando a Bíblia não entra nos detalhes de algo, isso não significa que o que ela diz está errado.
Se a Bíblia nem sempre especifica as coisas, é porque elas não são importantes e são inviáveis (os livros não caberiam neste mundo).
A Bíblia não foi escrita para satisfazer a curiosidade humana, mas para tornar o plano de salvação de Deus conhecido e aceito. Perguntar à Bíblia ou esperar dela outra coisa é tolice.
Consequentemente, não devemos fazer com que a Bíblia diga o que ela não pretende dizer, nem que ela possa dizer de acordo com os padrões científicos humanos.
Em todo caso, devemos sempre interpretar a Bíblia em harmonia com a razão e com o conhecimento sólido que temos.
A Bíblia simplesmente procura declarar que o mundo, a vida e o ser humano, bem como todas as outras realidades visíveis e invisíveis, conforme professamos no credo, foram criados por Deus.
E, para tornar essa verdade concreta, a Bíblia se expressa em termos da cosmologia e da antropologia conhecidas na época do escritor sagrado.
Adão e Eva existiram
Mas e quanto a Adão e Eva, especificamente? Eles existiram ou não como indivíduos históricos?
Eles são ou foram pessoas de carne e osso como você ou eu (monogenismo)? São nomes simbólicos para designar o conjunto de homens e mulheres?
Vamos começar dizendo que a Bíblia menciona Adão e Eva em ambos os Testamentos; portanto, ninguém pode acreditar que Adão e Eva não existiram como duas pessoas individuais e históricas.
Adão é mencionado no início das genealogias em torno de Davi (I Crônicas 1).
Jesus, ao responder aos fariseus sobre o divórcio, considera a historicidade de Adão e Eva referindo-se a Gênesis 2 (Mt 19, 3-9).
O Evangelho segundo Lucas menciona Adão na genealogia de Jesus (Lc 3, 23-38).
São Paulo diz que, assim como a desobediência de “um homem”, Adão, trouxe condenação para todos, a obediência ao Pai de um homem, Jesus, trouxe justificação e vida (Rm 5, 12-21).
O Concílio de Trento já declarou a historicidade de Adão, e o catecismo reafirma isso ao declarar:
O relato da queda (Gn 3) usa uma linguagem feita de imagens, mas afirma um evento primordial, um evento que ocorreu no início da história do homem. A revelação nos dá a certeza da fé de que toda a história humana está marcada pelo pecado original livremente cometido por nossos primeiros pais. (Catecismo, 390)
Portanto, é uma doutrina teológica sólida que, de alguma forma, em algum lugar e em algum momento da história, houve um Adão e uma Eva históricos.
Em todo caso, a questão de como Adão e Eva eram não é um dogma de fé. O que é dogma de fé é que todos nós nascemos com o pecado original, cometido por Adão e Eva.
O Concílio de Trento também ensinou de forma infalível que o pecado de Adão e Eva afetou, de corpo e alma, toda a raça humana de forma negativa. Portanto, a ideia de que algumas pessoas não eram descendentes de Adão e Eva é errônea.
Por outro lado, a crença “de que Adão significa o conjunto de muitos primeiros pais (encíclica Humani Generis, 30)” não deve ser aceita.
Acreditar, portanto, que o nome Adão é um nome simbólico para falar de seres humanos, homens, como um todo é incompatível com a doutrina do “pecado original, que procede de um pecado realmente cometido por um único indivíduo Adão” (encíclica Humani Generis, 30).
A ideia de que Adão e Eva “representam” os dois gêneros da raça humana, e que nunca existiram como duas pessoas individuais, também é incompatível com a crença de que um primeiro homem desobedeceu a Deus.
Os nomes próprios, Adão e Eva, não são, portanto, nomes mais genéricos do que Moisés, Abraão, Isaque, Jacó, para mencionar alguns exemplos.
Portanto, a resposta é que Adão e Eva realmente existiram, embora o episódio em que eles são mencionados seja descrito em linguagem simbólica.
Corpo e alma
O que a Bíblia diz é simplesmente que Deus criou os seres humanos com suas respectivas almas espirituais.
O fato de Deus tê-lo criado por meio da evolução ou não é de importância secundária. A evolução não entra em conflito com a verdade teológica.
Agora, quando falamos de evolução aqui, não estamos dizendo que os seres humanos vieram de outra espécie.
Cada espécie animal evolui de sua própria maneira, independentemente das outras; ou seja, uma espécie não vem de outra.
O homem é homem, e o macaco é macaco, e se eles evoluíram, evoluíram cada um isoladamente, sem nenhum vínculo ou algo em comum.
A evolução, entretanto, se referiria apenas ao corpo do ser humano, incluindo sua condição de ser racional ou a evolução de seu cérebro; sua alma espiritual não está sujeita a nenhuma evolução.
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O evolucionismo busca a origem do corpo humano na matéria viva preexistente – mas a fé católica nos ordena a defender que as almas são criadas imediatamente por Deus (encíclica Humani Generis, 29).
O ser humano é um ser espiritual, e sua alma não pode evoluir de forma alguma, nem pode ser herdada de nossos pais; a alma faz parte de uma ordem absolutamente superior à da matéria.
Sabemos com certeza que o ser humano vem de Deus; não pode haver contradição entre os fatos da fé e os da ciência.
Seja qual for a maneira que Deus escolheu para criar nossa corporeidade, e a corporeidade de Adão e Eva, é, portanto, secundária; de fato, é a alma que realmente importa mais.
É a alma espiritual que levanta os olhos do animal do chão para transformá-lo em um ser humano.
É a alma espiritual que torna esse ser humano transcendente, que o faz olhar além de um simples e pobre desejo por comida, prazer e luta pela sobrevivência.
É a alma espiritual que levanta nossos olhos para descobrir a verdade inefável de nosso destino final e eterno.
Papa diante das relíquias de Santa Teresinha e de seus pais. (@Ettore Ferrari)
A iniciativa, realizada em todo
8 de junho, nasceu do encontro "Invocação pela paz" em junho de 2014
que reuniu nos Jardins Vaticano o Papa Francisco, Shimon Peres, Mahmoud Abbas e
Bartolomeu I. O convite é dedicar um minuto de oração ou um pensamento pela
paz.
Jackson
Erpen - Cidade do Vaticano
Amanhã, às
13 horas, a Ação Católica Internacional sugere aos fiéis das várias confissões
e religiões recolherem-se em oração, dedicando “Um minuto pela paz”.
Ao saudar
os peregrinos de língua italiana ao final da Audiência Geral, o Papa reiterou o
convite aos fiéis de todas as confissões religiosas a dedicarem um minuto de
oração pela paz, cada um segundo a sua tradição - em particular pela Ucrânia
-, quando os ponteiros marcarem 13 horas, horário de cada país:
Acolhamos
este convite, rezando pelo fim das guerras no mundo e especialmente pela
querida e martirizada Ucrânia.
O convite
portanto, é para rezar ou dedicar um pensamento pela paz. A iniciativa
promovida pelo Fórum Internacional da Ação Católica (FIAC) nasceu por ocasião
do encontro "Invocação pela paz" desejado pelo Papa Francisco, e que
em 8 de junho de 2014 reuniu nos Jardins Vaticanos o presidente israelense
Shimon Peres, o presidente de Autoridade Palestina Mahmoud Abbas e o Patriarca
ecumênico de Constantinopla Bartolomeu I.
Apressemo-nos
a superar os conflitos e as divisões, e a abrir os nossos corações aos mais
necessitados. Apressemo-nos a percorrer sendas de paz e fraternidade.
Em
seu site, o Fórum da
Ação Católica internacional destaca essa passagem da Mensagem Urbi et Orbi da
Páscoa deste ano (09.04.2023). Neste 8 de junho de 2023, em particular, se
rezará pela Ucrânia, pela Terra Santa, mas também pelo Sudão, Somália, Iêmen,
Eritreia, Mianmar e por todo o mundo.
No portal, também são
disponibilizados materiais a serem utilizados e compartilhados. No dia 10 de
junho, haverá um breve encontro de oração on-line que reunirá pessoas de países
em conflito.
Ananias batiza Paulo, Catedral de Monreale,
Palermo
Arquivo 30Dias – 06/07 – 2009
“A graça de Deus salvador:
livre, suficiente, necessária para nós”
Com essas palavras, Giovanni Battista Montini, em
suas notas sobre as Cartas de São Paulo, escritas quando ainda jovem sacerdote,
sublinha a experiência e a mensagem do Apóstolo.
de padre Giacomo Tantardini
2.Paulo é sempre suspenso por iniciativa de Jesus
Paulo é sempre suspenso por iniciativa da graça. E esta
é uma das coisas mais impressionantes para quem lê suas Cartas. Não só o
começo é graça, não só o começo é iniciativa de Jesus, Paulo está sempre
suspenso na iniciativa de Jesus, momento a momento. Como é na realidade
para cada um de nós. Mas a experiência de Paulo, desse ponto de vista, é
de drama e beleza únicos. Estou lendo para vocês uma passagem, que
já me confortou tanto em meu seminário, da segunda Carta aos Coríntios, 12, 7 e
seguintes. Então as palavras me atingiram, agora o caminho da vida, por
Sua graça e Sua misericórdia renovada, deu realidade a essas palavras.
A Segunda Carta aos Coríntios é para mim a Carta mais bonita
porque é aquela em que Paulo - ele mesmo o diz - abre todo o seu coração ( 2Cor 6, 11). É a Carta na qual Paulo, diante da "doçura e mansidão de
Cristo" ( 2 Cor 10, 1), descreve o que ele é, o desamparo que ele é, a fragilidade que ele
é.
«Para evitar que eu me orgulhasse da grandeza das revelações,
um espinho foi colocado em minha carne, um enviado de Satanás encarregado de me
esbofetear, para que eu não me orgulhasse [no entanto, lê-se este "espinho
na carne", esta fragilidade, esta tentação, diz Paulo]. Por causa
disso [por causa desse sofrimento] três vezes orei ao Senhor para afastá-la de
mim [para remover esse sofrimento, essa tentação, essa fraqueza]. E ele me
disse: “Minha graça te basta; na verdade, meu poder se manifesta
plenamente na fraqueza". Sua força se manifesta plenamente na
fraqueza.
Deixe-me fazer uma pequena correção em uma frase que li
anteriormente em um painel da exposição sobre São Paulo. Eu não teria
escrito que Paulo está "orgulhoso de sua fraqueza". Você não
pode se orgulhar de sua fraqueza. Santo Irineu, comentando esta passagem
da Segunda Carta aos Coríntios, e tendo em mente a Gnose (um dos elementos
essenciais da heresia gnóstica é a indistinção entre o bem e o mal, a ponto de
postular, e Hegel teoriza isto, o mal em Deus e de Deus), é muito cuidadoso em
distinguir a fraqueza da graça. A fraqueza torna a graça evidente. A
fraqueza, quando acolhida, torna mais evidente o ser acolhido. Mas o
positivo está sendo abraçado, não a fraqueza. Na fraqueza, que é a
condição humana, ser livremente abraçado por Jesus é mais evidente. Quando
um filho está doente, a mãe e o pai parecem amá-lo mais, mas o fato de o filho
estar doente não é um valor. É que essa fraqueza torna o ser amado mais
evidente. Numa época em que a gnose é culturalmente hegemônica na
mentalidade do mundo e muitas vezes também na Igreja do Senhor, quão importante
é esta distinção! A fraqueza não é em si um bem. A fraqueza torna
mais evidente ser abraçado quando se é abraçado, ser amado quando se é amado. Torna
mais evidente a gratuidade de ser amado. Pecado é pecado e pecado mortal
merece o inferno, como diz o ditado a mãe e o pai parecem amá-lo mais, mas
o filho estar doente não é um valor. É que essa fraqueza torna o ser amado
mais evidente. Numa época em que a gnose é culturalmente hegemônica na
mentalidade do mundo e muitas vezes também na Igreja do Senhor, quão importante
é esta distinção! A fraqueza não é em si um bem. A fraqueza torna
mais evidente ser abraçado quando se é abraçado, ser amado quando se é amado. Torna
mais evidente a gratuidade de ser amado. Pecado é pecado e pecado mortal
merece o inferno, como diz o ditado a mãe e o pai parecem amá-lo mais, mas
o filho estar doente não é um valor. É que essa fraqueza torna o ser amado
mais evidente. Numa época em que a gnose é culturalmente hegemônica na
mentalidade do mundo e muitas vezes também na Igreja do Senhor, quão importante
é esta distinção! A fraqueza não é em si um bem. A fraqueza torna
mais evidente ser abraçado quando se é abraçado, ser amado quando se é amado. Torna
mais evidente a gratuidade de ser amado. Pecado é pecado e pecado mortal
merece o inferno, como diz o ditado Numa época em que a gnose é
culturalmente hegemônica na mentalidade do mundo e muitas vezes também na
Igreja do Senhor, quão importante é esta distinção! A fraqueza não é em si
um bem. A fraqueza torna mais evidente ser abraçado quando se é abraçado,
ser amado quando se é amado. Torna mais evidente a gratuidade de ser
amado. Pecado é pecado e pecado mortal merece o inferno, como diz o ditado Numa
época em que a gnose é culturalmente hegemônica na mentalidade do mundo e
muitas vezes também na Igreja do Senhor, quão importante é esta distinção! A
fraqueza não é em si um bem. A fraqueza torna mais evidente ser abraçado
quando se é abraçado, ser amado quando se é amado. Torna mais evidente a
gratuidade de ser amado. Pecado é pecado e pecado mortal merece o inferno,
como diz o ditado Catecismo . Mas quando Jesus, depois de ser traído, olhou para
Pedro ( Lc 22,61), esse olhar tornou mais evidente o amor de Jesus pelo pobre Pedro.
"Assim, de bom grado me gloriarei nas minhas fraquezas, para que o poder de Cristo habite em mim." A fraqueza é a condição para
que Seu poder se revele mais evidentemente a todos.