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quinta-feira, 20 de março de 2025

Aumentam os católicos no mundo: são um bilhão e 406 milhões

Uma Missa na África (Vatican Media)

O Annuario Pontificio 2025 e o Annuarium Statisticum Ecclesiae 2023 foram publicados: a população católica cresceu nos cinco continentes, com a África registrando o maior aumento percentual (+ 3,31%). E, novamente, na África e também na Ásia há um aumento no número de padres, enquanto na Europa, Oceania e América há uma diminuição. Diminuição do número de religiosos professos e seminaristas maiores.

Elaborado pelo Escritório Central de Estatística da Igreja

O Annuario Pontificio 2025 e o Annuarium Statisticum Ecclesiae 2023, cuja elaboração foi feita pelo Escritório Central de Estatística da Igreja, da Secretaria de Estado, já estão disponíveis nas livrarias, publicados pela Tipografia Vaticana. Ao examinar os dados do Anuário Pontifício, é possível obter informações sobre a vida da Igreja Católica no mundo em 2024. Durante esse período, uma Metrópole foi criada; três sedes episcopais foram elevadas a Sedes Metropolitanas; foram criadas sete novas dioceses; uma Sede Episcopal foi elevada a arquidiocese e uma Administração Apostólica a Diocese. Por sua vez, o Annuarium Statisticum Ecclesiae oferece uma visão geral dos principais fenômenos quantitativos relativos à ação pastoral da Igreja Católica no mundo. A seguir estão as informações estatísticas relativas ao biênio 2022-2023.

Aumento da população católica no mundo

1. A população católica mundial aumentou em 1,15% entre 2022 e 2023, passando de aproximadamente 1.390 para 1.406 milhões, uma porcentagem muito semelhante à dos dois anos anteriores. A distribuição dos católicos batizados, de acordo com o diferente peso demográfico dos continentes, é diferente nas diversas áreas geográficas. A África reúne 20% dos católicos de todo o planeta e é caracterizada por uma difusão muito dinâmica da Igreja Católica: o número de católicos aumenta de 272 milhões em 2022 para 281 milhões em 2023, com uma variação relativa de +3,31%. Entre os países do continente africano, em particular, a República Democrática do Congo é confirmada em primeiro lugar no número de católicos batizados, com quase 55 milhões, seguida pela Nigéria, com 35 milhões; Uganda, Tanzânia e Quênia também registram números respeitáveis.

Com um crescimento de 0,9% no biênio, a América consolida sua posição como o continente ao qual pertencem 47,8% dos católicos do mundo. Desses, 27,4% residem na América do Sul (onde o Brasil, com 182 milhões, representa 13% do total mundial e continua sendo o país com o maior número de católicos), 6,6% na América do Norte e os 13,8% restantes na América Central. Se relacionarmos o número de católicos com o tamanho da população, Argentina, Colômbia e Paraguai se destacam com mais de 90% da população. O continente asiático registra um crescimento de católicos de 0,6% no biênio, seu peso em 2023 é de cerca de 11% no mundo católico. 76,7% dos católicos do Sudeste Asiático em 2023 estão concentrados nas Filipinas, com 93 milhões, e na Índia, com 23 milhões. A Europa, embora abrigue 20,4% da comunidade católica mundial, continua sendo a área menos dinâmica, com um crescimento no número de católicos no biênio de apenas 0,2%. Essa variação, por outro lado, diante de uma dinâmica demográfica quase estagnada, se traduz em uma ligeira melhora na presença de católicos, chegando a quase 39,6% em 2023. Itália, Polônia e Espanha possuem uma incidência de católicos superior a 90% da população atual. Os católicos da Oceania são pouco mais de 11 milhões em 2023, 1,9% a mais do que em 2022.

Uma Missa na África   (AFP or licensors)

O número de bispos aumentou em dois anos

2. O número de bispos no mundo católico aumentou no último biênio, com uma variação geral de 1,4%, de 5.353 em 2022 para 5.430 em 2023. Esse movimento de crescimento é encontrado em todos os continentes, com exceção da Oceania, onde o número de Bispos não mudou no biênio. A variação relativa é um pouco mais acentuada na África e na Ásia e abaixo da média mundial na Europa e na América. Também é possível observar que o peso relativo de cada continente permanece quase inalterado durante o período e proporcional à importância relativa de cada continente, com uma concentração maior de bispos na América e na Europa. Na África, a quota dos bispos no total mundial aumenta de 13,8% em 2022 para 14,2% em 2023.

Também deve ser observado que o número de católicos por Bispo em 2023 não difere muito de continente para continente: enquanto a média mundial é de 259.000 católicos por bispo, cifras de 365.000 e 334.000 são registradas na África e na América, respectivamente. Particularmente favorável é a situação na Oceania, com 87.000 católicos por Bispo, um sinal, desse ponto de vista, de um ligeiro excesso de bispos em comparação com os outros continentes.

Mais padres na África e na Ásia, menos na Europa, Oceania e América

3. No final de 2023, havia 406.996 sacerdotes nas 3.041 circunscrições eclesiásticas do mundo católico, uma redução de 734 em relação a 2022, ou -0,2%. Um exame por área geográfica mostra um aumento na África (+2,7%) e na Ásia (+1,6%) e uma diminuição na Europa (-1,6%), Oceania (-1,0%) e América (-0,7%). Se, além dos continentes, também for levada em conta a distinção entre diocesanos e religiosos, nota-se que na Ásia e na África o aumento de padres como um todo pode ser atribuído à dinâmica de padres diocesanos e religiosos. Para a África, em particular, o aumento geral de sacerdotes resulta de um aumento de cerca de 3,3% nos diocesanos e de 1,4% nos religiosos. No continente americano, destaca-se o aumento do clero diocesano na América Central e na América Latina no biênio. Na Europa, no entanto, observa-se uma diminuição de 1,6% tanto no total quanto nos componentes individuais (diocesanos e religiosos); a mesma coincidência, embora a diminuição seja menor (-1,0%), é observada na Oceania.

A distribuição em 2023 por área geográfica mostra que, diante de 38,1% do número total de padres na Europa, há 29,1% pertencentes ao continente americano, enquanto as outras áreas continentais seguem com 18,2% para a Ásia, 13,5 para a África e 1,1 para a Oceania. A análise estrutural dos padres pode ser acrescentada à dos católicos para destacar eventuais desequilíbrios entre a demanda e a oferta de serviços pastorais. No caso de um equilíbrio perfeito entre a presença e a demanda por atividade pastoral, a composição percentual de padres deveria coincidir, para cada área territorial examinada, com a de católicos. Na realidade, uma comparação das duas porcentagens de composição de padres e católicos mostra que há grandes disparidades em 2023. Em particular, as porcentagens de padres excedem as de católicos na América do Norte (10,3% de padres vs. 6,6% de católicos), Europa (38,1% de padres vs. 20,4% de católicos) e Oceania (1,1% de padres vs. 0,8% de católicos). A escassez mais evidente de sacerdotes está na América do Sul (12,4% de sacerdotes e 27,4% de católicos), na África (13,5% de sacerdotes e 20,0% de católicos) e na área Continental Central da América (5,4% de sacerdotes e 11,6% de católicos).

O grupo de diáconos

4. Os diáconos permanentes constituem o grupo de clérigos que cresce mais rapidamente. Seu número chegou a 51.433 em 2023, em comparação com 50.150 em 2022, um aumento de 2,6%. As disparidades territoriais permanecem acentuadas: taxas de crescimento significativas são observadas na Oceania (+10,8%) e na América (+3,8%), enquanto há taxas de mudança ligeiramente decrescentes na África e na Europa. Não há variações significativas na distribuição planetária de diáconos durante o biênio em consideração: há apenas uma diminuição no número relativo de diáconos na Europa e um crescimento no da América, devido essencialmente a um desenvolvimento notável na América do Norte. Essa figura de agente pastoral está particularmente presente na América (especialmente na América do Norte, com 39% de todos os diáconos do mundo) e também na Europa (31%).

Para destacar o papel de apoio desses agentes na ação pastoral ao lado dos sacerdotes, pode-se considerar a proporção do número de diáconos permanentes em comparação, área por área, com o número de sacerdotes presentes. Assim, verifica-se que, no mundo, a distribuição de diáconos para cada 100 sacerdotes presentes é de 13 em 2023, variando de um mínimo de apenas 0,5 na Ásia a um máximo de 29 na América. Na Europa, o quociente é de cerca de 10, enquanto na África apenas um diácono permanente serve ao lado de cem sacerdotes. O tamanho desse índice, embora apreciável, ainda é bastante modesto para que o trabalho dessa categoria de agente pastoral tenha um impacto significativo no equilíbrio entre a demanda e a oferta de serviços aos católicos no território. Em termos evolutivos, entretanto, é perceptível que os diáconos permanentes tendem a mostrar uma presença maior no território precisamente nas áreas em que a rotatividade de padres parece ser mais problemática.

Diminuição dos religiosos professos e religiosas professas

5. A diminuição do número de religiosos professos não sacerdotes e de religiosas professas que ocorreu ao longo do tempo continuou em 2023, embora em um ritmo menos intenso. Em particular, deve-se notar, com relação ao número de religiosos professos não sacerdotes, que enquanto na África houve um aumento entre 2022 e 2023, em todos os outros continentes houve uma diminuição. Vale a pena observar que a diminuição na América do Sul se atenuou em comparação com a redução média anual no período anterior, e que há até mesmo uma situação estacionária na América Central. O peso relativo nas várias áreas da presença de religiosos professos que não são sacerdotes é tal, quando considerado diacronicamente, que reafirma a diminuição na Europa, que continua a decrescer durante 2023.

A contração de religiosas professas, conforme mencionado, continuou em 2023. Globalmente, elas passam de 599.228 em 2022 para 589.423 em 2023, uma mudança relativa de -1,6%. Quanto à sua distribuição geográfica, em 2023, quase 32% residem na Europa, seguidos pela Ásia com 30%, América com 23% (distribuídos igualmente nos dois hemisférios), África com 14% e Oceania com 1%. A contração registrada no número de religiosas professas no mundo é substancialmente atribuível a um aumento considerável de mortes, resultado de uma alta presença de religiosas em idade avançada, enquanto o número de abandonos da vida religiosa se torna menos relevante durante o biênio. A África, no biênio 2022-2023, registra o aumento significativo de 2,2%, seguida pelo Sudeste Asiático, com +0,1%. A América do Norte, por outro lado, mostra uma contração de -3,6%. Ela é seguida de perto pela América do Sul, com -3%, enquanto o declínio na América Central Continental e nas Antilhas Centrais é mais moderado. A Europa traz o recorde negativo, com uma variação de -3,8%.

Esses movimentos, é claro, afetam as mudanças nos pesos continentais do número de religiosas professas. Com referência ao período 2022-2023, há uma redução da presença de religiosas na Europa e na América do Norte, com vantagem para Ásia e África. Em particular, enquanto em 2022 o número total de religiosas professas atuando na Europa e na América representava 55,8% do total mundial, em 2023 essa porcentagem caiu para 54,8%. A mudança mais significativa durante o período foi observada no Sudeste Asiático (de 28,7% para 29,2%) e na África (de 13,9% para 14,5%).

Apesar da contração observada globalmente e em nível de algumas realidades continentais, as religiosas professas continuam sendo uma realidade não negligenciável: o número total de religiosas representa 45% a mais do que a população sacerdotal. Embora o papel que elas historicamente desempenham na prestação de serviços tenha diminuído de modo geral ao longo dos anos, seu trabalho na vida da comunidade cristã ainda continua sendo o de acompanhar, ou mesmo substituir, o dos sacerdotes.

Grandes disparidades no número de vocações

6. A tendência temporal observada no mundo do número de seminaristas maiores denota uma diminuição ininterrupta desde 2012. O número de candidatos ao sacerdócio passou de 108.481 em 2022 para 106.495 em 2023, com uma variação de -1,8%. A diminuição, observada no total mundial, afeta todos os continentes, com exceção da África, onde os seminaristas aumentaram 1,1% (de 34.541 para 34.924). Na Europa, Ásia e América, mas especialmente no primeiro continente, as reduções são significativas (-4,9% na Europa, -4,2% na Ásia e -1,3% na América). Na Oceania, a tendência é negativa e de pouco peso.

A distribuição percentual dos seminaristas maiores por continente mostra mudanças modestas no biênio considerado. A África e a Ásia contribuíram com 61,0% do total mundial em 2022, uma porcentagem que subiu para 61,4% em 2023. Além do leve ajuste negativo da Oceania, a América e a Europa como um todo veem, por outro lado, uma diminuição em sua incidência: em 2022, os 41.199 seminaristas americanos e europeus representavam quase 38% do total mundial, enquanto um ano depois caíram para 37,7%. Para destacar os excedentes positivos e negativos de vocações em nível territorial, é útil uma comparação entre a distribuição percentual de seminaristas e a distribuição correspondente de católicos.

Assim, verifica-se que em 2023 há grandes disparidades. Em particular, as porcentagens de seminaristas excedem as de católicos na África (32,8% de seminaristas contra 20% de católicos) e na Ásia (28,6% de seminaristas e 11% de católicos). Nesses continentes, há uma tendência de atender à necessidade de prover a obra do apostolado local com total autonomia. Na Europa e na América, entretanto, as porcentagens de seminaristas são menores do que as de católicos (12,0% de seminaristas e 20,4% de católicos na Europa e 25,7% de seminaristas e 47,8% de católicos na América). Nesses dois continentes, portanto, é mais difícil responder adequadamente às necessidades dos católicos presentes, como, em particular, a substituição geracional de sacerdotes.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

“Cuidado para não cair”

A figueira Estéril (Instituto Hesed)

“CUIDADO PARA NÃO CAIR” 

Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)

“Portanto, quem julga estar de pé tome cuidado para não cair”. Esta sentença de São Paulo é provocativa para fazer o exame de consciência neste momento oportuno da quaresma, para tomar consciência da realidade e do lugar onde nos encontramos pessoalmente, como Igreja e como sociedade (Êxodo, 3,1-8.13-15, Salmo 102, 1 Coríntios 10,1.6.10-12 e Lucas 13,1-9). 

O santo Evangelho relata que algumas pessoas trazem duas notícias trágicas para Jesus. Elas são semelhantes a tantas notícias do nosso cotidiano. A primeira é um massacre ordenado por Pilatos contra um grupo de galileus no templo, tendo o sangue deles misturado com as ofertas. A segundo relato é o desabamento de uma torre que mata dezoito pessoas.  Jesus comenta os dois fatos trágicos. Ajuda a fazer o discernimento para conduzir a reta interpretação e, deste modo, corrigir as falsas conclusões ou as condenações injustas.  

Os fatos motivam Jesus a guiar seus ouvintes à necessidade da conversão. Não propõe a conversão em termos moralistas, mas realistas. Perante certas desgraças as certezas humanas entram em crise. Não se pode simplesmente descarregar a culpa em alguém. Diante da precariedade da existência humana deve-se assumir uma atitude de responsabilidade. A atitude correta, segundo Jesus, é converter-se. Ninguém está isento de ser vítima de desastres. Também não se pode gastar todo tempo em procurar culpados. Faz-se necessário rever o próprio agir e assumir a própria responsabilidade no contexto.  

São Paulo escrevendo aos Coríntios deseja formar uma comunidade que esteja ciente do modo como estão vivendo. Recorda a eles o comportamento do povo de Deus na travessia do deserto conduzido por Moisés. O povo era bem conduzido e protegido, mesmo assim murmurava, isto é, sempre insatisfeito e reclamando constantemente contra Deus e Moisés. Como consequência morreram antes de chegar ao destino, por isso convida que a comunidade “não deseje coisas más” e mude o que for necessário para viver melhor. 

A advertência de Paulo: “Portanto, quem julga estar de pé tome cuidado para não cair” também serve a Campanha da Fraternidade: “Fraternidade e Ecologia Integral”. A temática da ecologia passou a fazer parte do cotidiano. A globalização das informações permite que todos tenham acesso a notícias sobre os eventos climáticos de qualquer parte do mundo. É uma infinidade de informações que requerem um constante discernimento, assim como Jesus fez com os fatos trágicos que lhe contaram. Empenhar-se para encontrar a verdade dos fatos é uma atitude sábia e necessária. “A verdade vos libertará” afirmou Jesus. A verdade deve ser aceita. Ela se torna o ponto de partida para compreender as causas e encontrar as soluções.  

O final do evangelho apresenta a parábola da figueira infrutífera. A primeira solução simplista apresentada é cortar a figueira, mas também surge uma segunda proposta: dar um tempo, colocar adubo e melhorar os arredores para torná-la frutífera. A proposta fundamental da Campanha da Fraternidade é esta: conhecer e reconhecer a crise socioambiental que estamos vivendo, oferecer ensinamentos da Escritura que dizem toda criação é obra de Deus e tudo foi feito muito bom e, por fim, tornar a vida do cristão frutífera produzindo frutos de conversão ecológica, isto é, mudar hábitos de consumo, relacionar-se com todas as criaturas de forma fraterna, cuidar e guardar com zelo da Casa Comum. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

quarta-feira, 19 de março de 2025

Solenidade de São José

São José e o Menino Jesus (Vatican News)

Celebramos dia 19 de março a Solenidade de São José, esposo da Virgem Maria, pai adotivo de Jesus e declarado Patrono Universal da Igreja.

Cardeal Orani João Tempesta, O. Cist. - Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Recordamos São José no dia 19 de março como o patrono universal da Igreja e no dia 1º de maio, por conta de seu ofício de artesão ou carpinteiro, através do título de Operário e protetor de todos os trabalhadores.

Por ser o patrono universal da Igreja e exemplo de chefe de família, seria bom se pudéssemos participar da Santa Missa, agradecendo a Deus, acima de tudo, por nossa família. Em alguns países, inclusive, o dia de São José é também o Dia dos Pais, pois todos os pais deveriam se inspirar no exemplo de São José.

São José, além de tantas outras virtudes que possuía, era considerado um homem justo, pois observava a lei judaica. O primeiro exemplo de um homem justo dado por São José ocorre quando ele resolve abandonar Nossa Senhora em segredo ao descobrir que ela estava grávida, para não causar nenhum tipo de escândalo. Ele ainda não sabia da verdade: que Nossa Senhora esperava o Filho de Deus. Nem a sociedade sabia, pois, naquela época, uma mulher surpreendida em adultério deveria ser apedrejada. Depois, o anjo lhe revela a verdade em sonho, e ele acolhe Maria e o Menino que ela esperava. O segundo exemplo de justiça de São José é que ele cuidou de Nossa Senhora e do Menino Jesus até o momento do nascimento. Após Herodes desejar matar o Menino, ele toma Nossa Senhora e o Menino e foge para o Egito, retornando apenas após a morte de Herodes.

Outra virtude de São José que deve nos inspirar é a fé, pois ele seguia à risca todos os preceitos da religião judaica. Com certeza, foi de São José e de Nossa Senhora que Jesus aprendeu a recitar os salmos, a ler a Torá (livro da Lei) e a ir todos os anos a Jerusalém para as grandes festas, principalmente a Páscoa. Tanto é que José e Maria subiram a Jerusalém para apresentar o Menino Jesus no templo. Quando Jesus tinha por volta de dez anos, foi encontrado no templo ensinando os doutores da Lei, enquanto seus pais, José e Maria, o procuravam no meio da caravana que retornaria para casa. Jesus, ao longo de sua vida pública, percorreu toda a Judeia, culminando em Jerusalém, onde celebrou a Páscoa com os seus discípulos.

A Sagrada Escritura não traz muitos detalhes sobre São José, nem sobre a convivência da Sagrada Família. A Bíblia cita São José apenas em alguns momentos marcantes da infância de Jesus, como no nascimento, na fuga para o Egito, na apresentação do Menino Jesus no templo e no episódio do encontro do Menino no templo com os doutores da Lei. Mas sabemos que Jesus era obediente aos seus pais em tudo e que crescia em estatura, sabedoria e graça. Certamente, São José ensinou ao Menino Jesus um pouco do ofício da carpintaria.

São José tem tamanha importância para a Igreja que a celebração de seu dia tem "grau" de solenidade e é celebrada na cor branca. A data da solenidade, como dissemos, cai no dia 19 de março. Neste ano, será uma quarta-feira. Mesmo ocorrendo em meio ao tempo quaresmal, a Igreja faz uma pausa nesse período para, com alegria, celebrar o padroeiro da Igreja Universal. Nessa Missa da solenidade de São José, abre-se uma exceção e entoa-se o hino de louvor (Glória), mas não se canta o Aleluia! Que São José abençoe todos os pais e que todos sejam leais e justos com suas famílias.

São José foi declarado patrono universal da Igreja em 1870 pelo Papa Pio IX, através do decreto "Quemadmodum Deus". Leão XIII, por meio da encíclica "Quamquam Pluries", propôs que São José fosse o advogado dos lares cristãos. Pio XII o declarou "exemplo para todos os trabalhadores" e fixou o dia 1º de maio como a festa de São José Operário. Por isso, primeiro celebramos a festa de São José como modelo e protetor das famílias e, depois, São José como trabalhador e protetor de todos os trabalhadores e chefes de família.

São José tem um papel fundamental na continuidade da história da salvação, pois ele dá sequência à descendência davídica e, dessa forma, a vontade de Deus se cumpre. Jesus entra em Jerusalém montado em um jumentinho e é aclamado como rei, da mesma forma que Davi previu que aconteceria no Antigo Testamento. Quando o anjo aparece a José, diz: "Ela dará à luz um filho, e tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados" (Mt 1,21).

A vida de São José deve ser um exemplo para todos nós, e todos os pais devem se inspirar nele, sendo bons maridos em casa, cuidando da esposa e dos filhos e sendo bons chefes de família. Os pais hoje devem conquistar seus filhos, ser companheiros deles e educá-los na fé e no amor. Os filhos seguem o exemplo dos pais e são um reflexo deles fora de casa. Se dentro de casa reinam a paz, o amor e o perdão, os filhos serão calmos e tratarão os outros bem. Mas, se dentro de casa só há violência, discórdia e falta de perdão, os filhos tenderão a ser violentos fora de casa. Não existe família perfeita, mas as famílias devem fazer de tudo para viver bem.

O Papa São João Paulo II dizia que a família é a Igreja doméstica e que "família que reza unida, permanece unida". Por isso, tenhamos momentos de oração juntos como família, pedindo a intercessão de Deus. Os pais são aqueles que educam os filhos no caminho da fé e do amor e os preparam para as dificuldades que enfrentarão fora de casa.

Queremos lembrar, neste dia dedicado a São José, de todos os que trazem o nome "José", sejam homens ou mulheres. Muitas mulheres chamam-se Maria José. Que o santo padroeiro abençoe a todos que trazem esse nome e que essas pessoas se espelhem na vida do santo, fazendo de sua própria vida uma imitação da vida de São José.

Peçamos a intercessão de São José para que nossas colheitas sejam produtivas e tenhamos fartura de alimento ao longo de todo o ano. Que, por sua intercessão, as chuvas sejam abundantes e não enfrentemos a falta d’água. Segundo a crença popular em alguns lugares, se chover na colheita no dia de São José, não faltará alimento o ano inteiro.

Celebremos com alegria este dia de São José e peçamos que ele interceda por nós junto a Deus Pai, para que todas as famílias sigam seu exemplo. Sejamos fiéis à Palavra de Deus e anunciemos com alegria a mensagem de fé e esperança. Se possível, participe da celebração eucarística neste dia, confiando todas as famílias à paternal intercessão de São José.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Exercícios Espirituais no Vaticano, 9ª Meditação: "O descanso eterno" (IX)

Padre Roberto Pasolini prega os Exercícios Espirituais para a Cúria Romana (Vatican News)

Exercícios Espirituais no Vaticano, 9ª Meditação: "O descanso eterno"

O pregador da Casa Pontifícia, padre Roberto Pasolini, fez na tarde desta quinta-feira, 13 de março, a nona meditação no âmbito dos Exercícios Espirituais da Quaresma à Cúria Romana sobre o tema "A esperança da vida eterna: O descanso eterno". Publicamos a síntese da reflexão.

Vatican News

A vida eterna é um dom já presente, mas muitas vezes temos dificuldade para compreender um aspecto fundamental dela: o descanso. Desde a infância, estamos acostumados a ouvir a oração: “Dai-lhes, Senhor, o descanso eterno. E que a luz perpétua os ilumine. Descansem em paz. Amém”. A ideia de uma eternidade baseada no descanso eterno pode parecer decepcionante, como se a vida terminasse em um sono sem fim. Mas essa percepção nasce de um profundo equívoco: vemos o descanso apenas como inatividade, enquanto na visão bíblica é uma condição de plenitude e realização.

O próprio Deus experimentou o descanso quando Jesus foi colocado no túmulo após a cruz. Esse momento não é uma inércia estéril, mas o cumprimento de uma obra, como conta uma antiga homilia no Sábado Santo: “Deus morreu na carne e desceu para abalar o reino dos infernos”. Cristo descansa, mas age misteriosamente, libertando os prisioneiros do inferno. Isso nos ensina que descansar não significa ser inútil, mas ser capaz de abraçar o tempo com confiança, sem buscar uma atividade frenética e estéril.

Atualmente, o descanso é um luxo negligenciado. Vivemos em uma sociedade que exige que estejamos sempre ativos, sempre conectados, sempre produtivos. No entanto, quanto mais oportunidades temos, menos conseguimos descansar de verdade. A parábola do servo que, depois de ter trabalhado não espera uma recompensa, mas aceita ter feito o que foi chamado a fazer, nos ensina um segredo importante. Enquanto vivermos com a obsessão do resultado, nunca encontraremos descanso. Somente quem aceita serenamente o próprio limite pode finalmente descansar em paz. 

O verdadeiro descanso não é inatividade, mas liberdade. É o estado em que não precisamos mais provar nada, porque nos permitimos ser abraçados pelo amor de Deus. É a paz interior que nos permite dizer: “quem de fato já entrou no descanso de Deus, descansa de todas as suas obras, assim como Deus descansa das suas” (Hb 4,10). Viver bem o descanso significa treinar para a vida eterna, aprendendo a viver sem medo, a deixar de lado o supérfluo e a confiar no fato de que Deus já está trabalhando em nós. 

O verdadeiro descanso é paz interior, não medida em conquistas, mas na capacidade de acolher o que a vida nos dá. Não é uma fuga, mas uma maneira de aprender a viver mais intensamente, sem ansiedade. Não é passividade, mas uma confiança ativa que nos deixa livres para amar. “No amor não existe medo; pelo contrário, o amor perfeito lança fora o medo” (1 João 4,18). No final das contas, a vida eterna não é uma meta distante, mas uma realidade que já está crescendo dentro de nós. Já agora, somos chamados a vivê-la. 

Fonte: https://www.vaticannews.va

terça-feira, 18 de março de 2025

Como adaptar casas com idosos para evitar quedas?

Especialista explica como evitar queda de idosos em casa
Foto: Pexels/Tristan Le / Viva Saúde

Como adaptar casas com idosos para evitar quedas?

Fraturas decorrentes de quedas são uma das maiores causas de morte na terceira idade; Fisioterapeuta dá 4 dicas para adaptar casa com idosos

Por: Viva Saúde

16 março 2025

Estudos apontam que é possível evitar 90% dos casos de fraturas decorrentes de quedas com medidas simples, como instalação de cercas e lonas em piscinas. O fisioterapeuta especialista em traumatologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Cadu Ramos, comenta o que é preciso adaptar em casa para evitar o problema.

Segundo Cadu, em casa, banheiro e cozinha são os ambientes mais perigosos para os acidentes e, quando se trata de idosos e crianças, o problema fica ainda mais grave já que os idosos, por exemplo, possuem a musculatura mais rígida e fraca e eles possuem mais desequilíbrio. Daí, os prejuízos de queda podem ser irreversíveis. Para prevenir, Cadu revela dicas simples podem salvar vidas.

COMO EVITAR QUEDAS EM CASA COM IDOSOS?

Ao se levantar da cama - durante a noite ou pela manhã

É importante evitar usar chinelos ou só meias e, ainda, antes de se levantar vale se sentar na cama primeiro, acender uma luz que deve ficar logo ao alcance das mãos, com algum interruptor na cabeceira da cama ou um abajur.

Livre o caminho

As cadeiras, tapetes, calçados e fios não devem estar no caminho da cama até a porta do quatro, por exemplo, e nem nos corredores de acesso da casa. No mais, as tomadas e quinas devem estar sempre protegidas das crianças.

Cuidado com as subidas

Seja para subir um pequeno degrau ou usar algo para alcançar algum objeto, a atenção precisa ser redobrada nessas horas. Assim, é essencial prestar a atenção e olhar cada degrau antes de pisar e nunca se distrair com outra coisa enquanto sobe ou desce uma escada. Além disso, os objetos devem estar sempre à mão e ao alcance, para subidas maiores - como trocar uma simples lâmpada -, vale chamar sempre um especialista.

Sapatos

Por fim, aqueles modelos em que o pé fica bem encaixado e com sola antiderrapante são os mais ideais para usar dentro de casa, sempre.

Fonte: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/como-adaptar-casas-com-idosos-para-evitar-quedas,c3d2200bfc6cfab2033ce69b36f82604c10ydxgj.html

Exercícios Espirituais no Vaticano, 8ª Meditação: "Viver mais" (VIII)

Padre Roberto Pasolini prega os Exercícios Espirituais para a Cúria Romana (Vatican News)

Exercícios Espirituais no Vaticano, 8ª Meditação: "Viver mais"

O pregador da Casa Pontifícia, Pe. Roberto Pasolini, fez na manhã desta quinta-feira, 13 de março, a oitava meditação no âmbito dos Exercícios Espirituais da Quaresma à Cúria Romana sobre o tema "A esperança da vida eterna: Viver mais". Publicamos a síntese da reflexão.

Vatican News

Jesus propõe a eternidade como um dom a ser acolhido, não como um bem a ser conquistado. O episódio do jovem rico nos Evangelhos Sinóticos mostra o contraste entre quem busca a vida eterna como um prêmio e o convite de Cristo para abrir mão de toda segurança para segui-lo. O jovem, incapaz de se desapegar das suas riquezas, se afastou entristecido. Pedro, então, pergunta o que aqueles que deixaram tudo para trás receberão, e Jesus promete vida eterna a quem se entrega completamente a Ele.

A dificuldade do desapego diz respeito a todos: temos medo de deixar o que nos é caro, mesmo que a própria vida nos obrigue a isso. Jesus convida a antecipar essa passagem, tornando a eternidade uma realidade já presente. O exemplo de Chiara Corbella Petrillo, que enfrentou a doença com confiança, mostra que é possível viver plenamente com Deus já nesta terra. Não se trata de renúncias, mas de viver intensamente, livres de falsas seguranças.

No Evangelho de João, Jesus se descreve como o pastor que conduz as suas ovelhas a pastos abundantes. A sua voz incita a sair das cercas do medo para encontrar a verdadeira vida. Essa abundância se manifesta no sinal da multiplicação dos pães: o que parece insuficiente, nas mãos de Jesus se torna superabundante. No entanto, a multidão interpreta mal o milagre, buscando apenas o pão material sem perceber o sinal de um alimento mais profundo.

Jesus revela que o verdadeiro pão da vida é ele mesmo. Comer a sua carne e beber o seu sangue significa participar da sua vida e acolher a sua existência como nossa. A Eucaristia não é apenas um ritual, mas uma união transformadora com Cristo. João, em vez de narrar a instituição, enfatiza o lava-pés, destacando que o verdadeiro culto se manifesta no serviço mútuo.

A eternidade não é uma ilusão distante, mas uma realidade que se concretiza na nossa vida quando aprendemos a oferecer com confiança até mesmo o pouco que temos. Aos olhos de Deus, cada gesto de amor nosso tem um valor infinito: tudo pode se tornar eterno.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Francisco e as crianças: um amor recíproco

Com cartazes e desenhos, as crianças manifestam seu carinho ao Papa (Vatican Media)

Guiado pelo padre Enzo Fortunato, um grupo de crianças foi ao Gemelli no horário do Angelus rezar pelo Pontífice internado no décimo andar do Hospital. Informado da iniciativa, o Papa enviou uma saudação especial a elas.

Vatican News

“Obrigado, queridas crianças! O Papa ama vocês e espera sempre encontrá-las.”

Assim o Papa Francisco saudou um grupo organizado pelo Pontifício Comitê para o Dia Mundial das Crianças, que foi ao Hospital Gemelli este domingo, no horário do Angelus, rezar pelo Pontífice.

Em volta do monumento dedicado a João Paulo II, intitulado "Não tenham medo", as crianças se reuniram com o padre Enzo Fortunato levando desenhos, cartas, cartazes, bexigas e terços.

Participaram da iniciativa as Escolas da Paz da Comunidade de Santo Egídio, alunos das escolas católicas da Fidae, escoteiros da associação Castorini e até membros da comunidade budista italiana. Também estavam presentes integrantes da cooperativa Auxilium, que ajuda familiares dos pacientes internados no Hospital Pediátrico Bambino Gesù, funcionários do Unicef e da "Ordem do Sorriso".

Crianças rezaram o Angelus no Gemelli (Vatican Media)

Juntos, rezaram o Angelus e com aplauso e alegria acolheram as palavras do Pontífice, lidas pelo padre Fortunato.

No texto, Francisco afirma estar passando por um período de provação, unindo-se aos irmãos enfermos. "O nosso físico está fraco, mas, mesmo assim, nada nos impede de amar, de rezar, de nos doarmos, de sermos uns para os outros, na fé, sinais luminosos de esperança. Nesse sentido, quanta luz brilha nos hospitais e locais de cura! Quanto cuidado amoroso ilumina os quartos, os corredores, as clínicas, os locais onde se realizam os serviços mais humildes!"

O Papa agradeceu a todos pelas orações e acrescentou: "Sei que muitas crianças rezam por mim; algumas delas vieram aqui hoje ao Gemelli como sinal de proximidade. Obrigado, queridas crianças! O Papa ama vocês e espera sempre encontrá-las".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

segunda-feira, 17 de março de 2025

São Patrício

São Patrício (A12)
17 de março
São Patrício

São Patrício nasceu em 380, na Grã-Bretanha. Apesar de ter nascido em família religiosa, Patrício confessa que até os 16 anos não tinha jamais preocupado seriamente com o serviço de Deus. Além disso, desde pequeno, tinha um verdadeiro horror ao estudo.

Com apenas dezesseis anos, foi preso por piratas irlandeses e vendido como escravo. O adolescente, vendo-se só e abandonado, no sofrimento, solidão e desamparo, voltou-se para Deus.

Os seis anos de cativeiro de Patrício tornaram-se uma remota preparação para seu futuro apostolado. Ele adquiriu um perfeito conhecimento da língua céltica, na qual um dia iria anunciar as boas novas da Redenção. Como seu senhor era um grande sacerdote druida, ele também se familiarizou com todos os detalhes do druidismo.

Patrício era cristão e, depois de muitos descaminhos, conseguiu fugir e chegar na França. Na França, nosso santo dirigiu-se à abadia de São Martinho de Tours, onde viveu quatro anos, tendo sempre visões divinas que lhe mostravam a Irlanda como o país onde deveria ir semear a Fé. São Patrício formou-se como padre missionário, chegando em missão até na Inglaterra. Agora impelido pelo Espírito, São Patrício foi sagrado bispo e destinado para anunciar o Reino aos irlandeses e conseguiu a conversão de todos na Irlanda.

Sobre são Patrício, são contados muitos fatos miraculosos. Dizem que um chefe pagão quis matá-lo à espada. Mas, ao desferir o golpe, seu braço ficou paralisado, só voltando ao normal quando ele, contrito, se converteu. Doou ao apóstolo um estábulo, que foi transformado no primeiro santuário erigido por São Patrício na Irlanda, junto ao qual fundou um mosteiro que se tornaria seu lugar de recolhimento.

Eram tantos os milagres, bênçãos e fatos maravilhosos que acompanhavam o apostolado de São Patrício, que ele mesmo exclama em sua autobiografia:

"De onde provêm essas maravilhas? Como os filhos da Irlanda, que jamais haviam conhecido o verdadeiro Deus e adoravam ídolos impuros, tornaram-se um povo santo, uma geração de filhos de Deus”?

Mas o método do Santo bispo não passou pela política, nem sangue dos mártires, nem pelos milagres e, sim, pela construção de numerosos mosteiros, fazendo que a ilha passasse a ser conhecida como "Ilha do Mosteiros". Faleceu na paz, no dia 17 de março de 461, depois de 30 anos de frutuoso apostolado na Ilha dos Santos, deixando atrás de si inúmeros santos formados em sua escola.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R.

Reflexão:

A escolha de Deus não é pautada pela beleza ou inteligência. Deus escolhe os que quer e garante aos vocacionados as qualidades necessárias ao exercício da missão. São Patrício era um adolescente rebelde que conheceu o sofrimento e, por ele, converteu-se a Deus. Depois de muitas desventuras, encontrou paz vivendo em um mosteiro. Mas, para ele, estava reservada a cruz da missão, e Patrício tornou-se o grande evangelizador da Irlanda. Fez desta ilha sua casa e nela construiu não só mosteiros de pedra, mas fez do coração dos povos celtas um grande santuário. Deixemos que Deus modele nossa vida e cubra de graça todas nossas fraquezas. Com o auxílio do Mestre seremos certamente grandes missionários.

Oração:

Ó Deus, que aos vossos pastores associastes São Patrício, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, dai-nos, por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé, para participarmos de sua glória. Por Cristo nosso Senhor. Amém!

Fonte: https://www.a12.com/

Catequese sobre a Oração – a oração na caminhada quaresmal

A oração na caminhada qyaresmal (Par. Imac. Conc. de Maria))

CATEQUESE SOBRE A ORAÇÃO – A ORAÇÃO NA CAMINHADA QUARESMAL 

Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR)

A Quaresma é um tempo especial de conversão, marcado pelo convite à oração, ao jejum e à caridade. Na primeira catequese refletimos sobre o jejum e a abstinência de carne, compreendendo seu valor como um exercício de renúncia e crescimento espiritual. Agora, damos um passo adiante em nossa caminhada quaresmal, aprofundando-nos na importância da oração. Sem uma vida de oração, nossa busca pela conversão se torna frágil, pois é no diálogo com Deus que encontramos força, discernimento e renovação espiritual para seguir firmes até a Páscoa. 

A oração é o nosso diálogo com Deus. Ela é mais do que palavras recitadas; é um encontro pessoal com o Senhor, um ato de amor e confiança. A oração nos coloca diante de Deus para adorá-Lo, agradecê-Lo, pedir perdão e suplicar por nossas necessidades e pelas necessidades do mundo. 

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que “a oração é a elevação da alma para Deus ou o pedido a Deus de bens convenientes” (CIC 2559). Ela é, portanto, um movimento do coração que nos aproxima do Criador e nos torna mais conscientes de Sua presença em nossa vida. 

Jesus nos ensina com Seu exemplo a importância da oração. Antes de cada momento decisivo de Sua missão, Ele se recolhia para orar: 

  • No deserto, antes de iniciar Seu ministério (Lucas 4,1-13); 
  • Antes de escolher os apóstolos (Lucas 6,12); 
  • No Monte Tabor, na Transfiguração (Lucas 9,28-36); 
  • No Horto das Oliveiras, antes de Sua Paixão (Mateus 26,36-46). 

Além disso, Jesus nos ensinou a oração perfeita, o Pai-Nosso, modelo de toda oração cristã (Mateus 6,9-13). 

A oração pode se manifestar de diversas formas, todas elas válidas e importantes para nossa vida espiritual: 

  • Oração de adoração: Quando louvamos a Deus por quem Ele é, reconhecendo Sua grandeza e soberania. Exemplo: os Salmos de louvor. 
  • Oração de ação de graças: Quando agradecemos a Deus por Suas bênçãos. Exemplo: a oração de Maria no Magnificat (cf. Lucas 1,46-55). 
  • Oração de súplica ou petição: Quando pedimos algo a Deus, seja para nós ou para os outros. Exemplo: a oração de Bartimeu pedindo a cura (cf. Marcos 10,46-52). 
  • Oração de intercessão: Quando rezamos pelos outros, seguindo o exemplo de Cristo que intercede por nós junto ao Pai. Exemplo: a oração sacerdotal de Jesus (João 17). 

A Quaresma nos chama a uma mudança de vida, e a oração é um dos pilares dessa transformação. Quando rezamos com sinceridade, permitimos que Deus molde nosso coração e nos guie para uma vida mais santa. A oração nos fortalece contra as tentações e nos dá forças para perseverar na fé. 

São Paulo nos exorta: “Orai sem cessar” (1 Tessalonicenses 5,17). Isso significa que a oração não deve ser um ato isolado, mas um estado de vida. Podemos orar no silêncio do coração, em nossas atividades diárias e, principalmente, buscando momentos de recolhimento para um encontro mais profundo com Deus. 

Muitas vezes encontramos desafios para manter uma vida de oração, como distrações, desânimo ou falta de tempo. Algumas dicas para superar essas dificuldades incluem: 

  • Criar um hábito: Reservar um momento fixo do dia para rezar. 
  • Escolher um ambiente adequado: Um local tranquilo favorece a concentração. 
  • Recorrer à Palavra de Deus: A Bíblia nos ajuda a rezar com profundidade. 
  • Persistir na oração: Mesmo quando não sentimos consolo, a oração nos fortalece e nos mantém próximos de Deus. 

Nossa Senhora é um modelo perfeito de oração. Desde a Anunciação até Pentecostes, Maria viveu em profunda união com Deus. No Magnificat, ela nos ensina a louvar e agradecer ao Senhor. No Cenáculo, ensina a esperar e confiar na ação do Espírito Santo. 

A oração é um dom precioso que nos permite viver em comunhão com Deus. Quanto mais rezamos, mais experimentamos a paz e a presença do Senhor em nossa vida. 

Nesta Quaresma, somos convidados a intensificar nossa vida de oração, confiando que Deus sempre nos ouve e nos conduz pelo caminho da santidade. Que possamos seguir o conselho de Santo Agostinho:
“Quem reza se salva, quem não reza se condena.” 

Portanto, façamos da oração uma prática diária e perseverante, como parte essencial do nosso caminho de conversão rumo à Páscoa. 


Exercícios Espirituais no Vaticano, 7ª Meditação: "Eternos, não imortais" (VII)

Padre Roberto Pasolini prega os Exercícios Espirituais para a Cúria Romana (Vatican News)

Exercícios Espirituais no Vaticano, 7ª Meditação: "Eternos, não imortais"

O pregador da Casa Pontifícia, padre Roberto Pasolini, fez na tarde desta quarta-feira, 12 de março, a sétima meditação no âmbito dos Exercícios Espirituais da Quaresma à Cúria Romana sobre o tema "A esperança da vida eterna: Eternos, não imortais". Publicamos a síntese da reflexão 

Vatican News

Nossa época gerou uma ilusão de imortalidade, alimentada pelo progresso e pelo bem-estar, que nos leva a ignorar os limites da condição humana. Até mesmo a Igreja, por vezes, enfrenta dificuldades para se redimensionar e oferecer um testemunho credível do Reino de Deus. Essa remoção da morte se manifesta na incapacidade de viver serenamente a espera e na obsessão pela hiperatividade e pela presença constante nos inúmeros âmbitos em que a realidade nos interpela. O medo da morte tornou difícil enfrentar escolhas definitivas, favorecendo o descompromisso e a ilusão de que sempre se pode revogar as decisões tomadas.

A sociedade contemporânea eliminou os rituais e as palavras que, outrora, ajudavam a enfrentar a passagem da morte com sentido e coragem. Hoje, o morrer é frequentemente reduzido a um espetáculo midiático ou a um problema técnico da ciência médica. Esse distanciamento do conceito de morte impede a compreensão do sentido mais profundo da vida e da esperança cristã. São Francisco de Assis, ao chamá-la de “irmã morte”, oferece uma alternativa radical: aceitar a finitude humana como parte de um caminho que conduz à eternidade.

O pecado, entendido como o uso fracassado da liberdade, muitas vezes nasce da tentativa de escapar da precariedade da vida. No entanto, o único verdadeiro antídoto é o amor, vivido de maneira concreta e profunda, como testemunham as palavras de São João: “Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos” (1Jo 3,14). Amar até o fim significa aceitar o limite e transformá-lo em uma oportunidade para se doar sem reservas.

Cristo não eliminou a morte, mas a atravessou para nos mostrar que ela pode ser habitada e transfigurada. A encarnação não é apenas uma resposta ao pecado, mas um gesto de amor radical com o qual Deus se envolveu em nossa existência. O Evangelho de Marcos ressalta o paradoxo de um Deus que salva por meio da cruz, revelando-nos que, embora sejamos eternos, não somos imortais.

Paulo adverte os Gálatas sobre o risco de retornar a uma fé baseada no medo e na lei, em vez da confiança no dom gratuito de Deus. João exorta ao discernimento dos espíritos, reconhecendo a encarnação não como uma ideia, mas como um modo concreto de viver a realidade. A encarnação nos pede que permaneçamos firmes na confiança de que a realidade, apesar de suas dificuldades, é o lugar do Reino de Deus. Viver como filhos de Deus e irmãos entre nós é uma escolha que deve ser renovada a cada dia, na certeza de que o amor até o fim não apenas é possível, mas já foi testemunhado por tantas gerações de homens e mulheres. Esse cântico de amor também podemos entoar com a nossa vida.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF