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sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Outubro Missionário: a esperança no centro do vídeo das POM

Campanha Missionária 2025 (POM)

"No nosso tempo, ainda vemos demasiada discórdia, demasiadas feridas causadas pelo ódio, a violência, os preconceitos, o medo do diferente, por um paradigma económico que explora os recursos da Terra e marginaliza os mais pobres. E nós queremos ser, dentro desta massa, um pequeno fermento de unidade, comunhão e fraternidade". (Leão XIV)

https://youtu.be/UWSR86lH8n4

Vatican News com Agência Fides

Com o início do mês de outubro, dedicado à missão, intensificam-se em todas as Direções Nacionais das Pontifícias Obras Missionárias (POM), as iniciativas de conscientização sobre a missio ad gentes, em preparação ao Dia Mundial das Missões, em 19 de outubro.

São propostas iniciativas de oração, incluindo novenas e terços, são organizadas em escolas e comunidades paroquiais atividades educativas e de aprendizagem, bem como iniciativas originais realizadas em praças e ruas. Acima de tudo, o objetivo é criar material para ser divulgado e distribuído por todos os canais possíveis.

Entre eles, o vídeo global, criado pelo sexto ano consecutivo pela Comissão Internacional para a Comunicação, Fé, Captação de Recursos e Transformação Digital das POM, representa uma ferramenta simples, porém valiosa, para "conectar" idealmente todas as 120 Direções das POM com uma única mensagem.

Desde a sua primeira edição, o vídeo tem se concentrado na mensagem do Papa para o Dia Mundial das Missões, ecoada pelas "vozes" de missionários, religiosos e religiosas, leigos, diretores e colaboradores das POM, que oferecem breves contribuições em seus próprios idiomas.

"Missionários da esperança entre os povos", o lema que o Papa Francisco escolheu para o Dia Mundial das Missões deste ano, é, portanto, o tema central deste vídeo, onde a esperança é protagonista nas imagens, nas palavras selecionadas e na escolha de começar com o alegre cântico zambiano de agradecimento a Deus, intitulado "Nakulakutotela".

No vídeo, ouvimos a voz do saudoso e amado Papa Francisco, exortando-nos a ser "não uma Igreja cega, mas uma Igreja iluminada por Cristo, que leva aos outros a luz do Evangelho. Não uma Igreja estática, mas uma Igreja missionária, que caminha com o Senhor pelas estradas do mundo." (cf. homilia na Missa de encerramento da Assembleia Geral do Sínodo - 27 de outubro de 2024).

As imagens missionárias vindas de Zâmbia, Camboja, Índia, Timor-Leste e Mongólia se sucedem e se entrelaçam com as de missionários que tentam explicar o que significa levar esperança, criar esperança nos lugares e situações mais complexos.

Antes de ouvir as vozes da Irmã Alma, de Timor-Leste, dos diretores das Direções Nacionais das POM na Zâmbia, Colômbia, Filipinas e Fiji, do padre Matthew, do Malawi, de Thao, da Austrália, ou do Ir. Bahjat, da Síria, chegam as palavras e imagens do Papa Leão XIV, extraídas de seu primeiro discurso às Pontifícias Obras Missionárias, por ocasião da Assembleia Geral, em maio deste ano: "A própria Igreja, em todos os seus membros, é cada vez mais chamada a ser 'uma Igreja missionária que abre os braços ao mundo, que anuncia a Palavra... e que se torna fermento de concórdia para a humanidade'" (Homilia na Missa de Início do Pontificado, 18 de maio de 2025). O vídeo conclui com a exortação do Santo Padre Leão XIV a sermos missionários de esperança entre os povos, como preconiza o lema do Dia Mundial das Missões.

O vídeo está disponível em aproximadamente 20 idiomas e mais de 50 versões personalizadas, e pode ser assistido no canal das POM no YouTube.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

HISTÓRIA DOS JUBILEUS: Papas e Anos Santos do Século XX

Pio XI abre a Porta Santa de São Pedro em 24 de dezembro de 1924 | 30Giorni.

Arquivo 30Giorni nº 11 - 1999

Papas e Anos Santos do Século XX

No século XX, a Porta Santa foi aberta tanto para anos santos ordinários quanto para dois anos santos extraordinários: em 1933 com Pio XI e em 1983 com João Paulo II.

por Serena Ravaglioli

Enquanto no século XIX era possível celebrar apenas um Ano Santo completo, no século XX não só todos os jubileus ordinários foram proclamados de acordo com o ciclo tradicional de vinte e cinco anos, mas também houve dois jubileus extraordinários da Redenção, o primeiro em 1933 e o segundo em 1983. A prática dos jubileus extraordinários, proclamados para obter assistência divina especial em momentos difíceis ou delicados para a Igreja universal ou para as Igrejas locais, ou em ocasiões particularmente solenes, como o início de um pontificado, é antiga, remontando pelo menos ao século XVI. Igualmente remota é a origem dos jubileus extraordinários celebrados em alguns lugares, por exemplo, em Santiago de Compostela, nos anos em que o dia 25 de julho, festa do Apóstolo Santiago, cai num domingo. No entanto, em todos esses casos, esses jubileus são limitados no tempo e no espaço. Em vez disso, as duas Missas da Redenção, proclamadas respectivamente por Pio XI e João Paulo II para comemorar os 1900º e 1950º aniversários da Crucificação, tiveram valor universal, duraram um ano inteiro e foram acompanhadas pela abertura das Portas Santas. Em outras palavras, foram, para usar as próprias palavras de Pio XI, "extraordinárias entre as ordinárias".

O primeiro Ano Santo de Pio XI ocorreu em 1925. A Questão Romana aproximava-se da resolução e as atitudes mais intransigentes de ambos os lados haviam se atenuado. Desde o momento de sua eleição, o Papa deu um sinal claro desse novo espírito, aparentemente concedendo a bênção Urbi et Orbi da loggia externa de São Pedro, fechada desde 1870. 

Por outro lado, uma clara demonstração de boa vontade foi a transferência, para dentro do Coliseu, da cruz em memória dos mártires cristãos, que havia sido removida no início do século. Pio XI queria que os temas centrais do Jubileu fossem a construção da paz, a unidade entre os povos e o apostolado missionário. Um evento particularmente importante foi a realização de uma grandiosa exposição missionária no Vaticano, abrangendo 6.500 metros quadrados. A exposição foi inaugurada pelo próprio Papa, permaneceu aberta durante todo o ano e, ao seu término, foi transferida para o Palácio de Latrão, tornando-se um museu etnográfico e missionário permanente. Outro aspecto deste Jubileu de 1925 merece menção, pois estava destinado a perdurar e crescer nos Jubileus subsequentes: a facilidade com que, graças aos modernos meios de transporte, agora era possível chegar a Roma. 

Por um lado, isso significou uma redução no aspecto da penitência e do sacrifício individual, de modo que as peregrinações passaram a ser enfatizadas como uma homenagem coletiva ao papado; por outro, permitiu um crescimento exponencial no número de chegadas, necessitando de uma organização completamente diferente da anterior, e marcou o fim do antigo modelo de confrarias. Reuniões particularmente grandes foram realizadas por ocasião das canonizações: Pio XI criou nove novos santos, incluindo Teresa de Lisieux e o Cura d'Ars.

O progresso tecnológico também afetou a celebração dos Anos Santos de outras maneiras. Em 1933, a cerimônia de abertura da Porta Santa, realizada no Sábado Santo, foi transmitida por rádio: Marconi projetou e construiu especificamente a estação de Rádio Vaticano para transmissão em ondas curtas, a maior do mundo. Na noite do mesmo dia, Pio XI, usando um sinal de rádio de seu escritório, acendeu a iluminação da grande cruz erguida no Monte Senário, perto de Florença. A decisão do Pontífice de proclamar um Jubileu Extraordinário da Redenção foi acompanhada por uma série de eruditas disputas para estabelecer se aquele era o aniversário exato, isto é, se Cristo realmente havia morrido em 33. Mas o Papa interrompeu: "A incerteza da data não diminui em nada a certeza e a infinita grandeza dos benefícios que todos recebemos". O importante era aproveitar a oportunidade para exaltar "a Igreja, sociedade perfeita, suprema em sua ordem, que atualiza a soberania de Cristo no mundo". E, nesse sentido, o Jubileu foi ainda mais bem-sucedido do que o anterior. Também em 1933, realizaram-se as cerimônias mais concorridas para a proclamação de novos santos, em primeiro lugar João Bosco.

Um grande número de peregrinos — cerca de 3.500.000 — participou do Ano Santo de 1950, que marcou o auge do prestígio pessoal de Pio XII. Uma imensa multidão, que lotou a Praça de São Pedro e a Via della Conciliazione até o Tibre, esteve presente em 1º de novembro para o evento mais solene celebrado naquele ano: a proclamação do dogma da Assunção de Maria ao Céu. Ao proclamar o Ano Santo, o Papa havia enfatizado a importância do espírito de penitência que havia sido o fundamento dos jubileus anteriores: "As peregrinações não devem ser empreendidas com a mentalidade de quem viaja por prazer, mas com o espírito que animou os fiéis dos séculos passados, que, superando obstáculos de toda espécie, vieram a Roma para lavar seus pecados com lágrimas de dor." Em obediência a essa exortação, muitos peregrinos desejaram chegar a Roma a pé em 1950. Um veio até de Helsinque e outro de lugares tão distantes quanto Karachi.

Grandes números foram a marca registrada de 1975, o primeiro Ano Santo proclamado após a conclusão do Concílio. Foi uma clara refutação das teses daqueles que sustentavam que na Igreja pós-conciliar não havia mais espaço para tais demonstrações de piedade "medieval". As duas audiências públicas que Paulo VI realizava na Basílica de São Pedro e no Salão Nervi todas as quartas-feiras eram tão concorridas que logo foi necessário aumentá-las para três e até quatro, até que se decidiu realizá-las regularmente na praça: uma média de quarenta mil pessoas compareceu, atingindo um pico de cento e vinte mil em setembro.

Finalmente, o último Jubileu do século XX, o Segundo Jubileu da Redenção, proclamado com a bula papal Aperite portas Redemptori, foi inaugurado em 25 de março de 1983. João Paulo II falou das fortes motivações que o levaram a esta proclamação: por um lado, o desejo de sublinhar a centralidade do mistério da Redenção como força motriz da fé e, por outro, o desejo de abrir solenemente o caminho da Igreja rumo ao Grande Jubileu do Ano 2000.

O Ano Jubilar foi estendido a todas as dioceses do mundo e, enquanto a Porta Santa foi aberta em São Pedro, um rito especial de penitência e oração foi celebrado em todas as catedrais do mundo, simbolizando, nas próprias palavras do Papa, o fato de que em todos os lugares "de uma vez por todas a porta do túmulo de Cristo foi aberta. Aquele que é a Ressurreição e a Vida não aceita a lápide e não conhece portas fechadas". Por fim, uma nota curiosa: a Porta Santa de Santa Maria Maggiore foi aberta naquele Ano Santo, como no anterior, pelo Cardeal Confalonieri, o nonagenário decano do Sacro Colégio, que se gabava de ter participado dos cinco jubileus anteriores; na época do Jubileu de 1933, ele era secretário de Pio XI.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Leão XIV: os idosos são uma bênção, não devem ser descartados

Leão XIV: os idosos são uma bênção, não devem ser descartados (Vatican Media)

O Papa recebeu nesta sexta-feira, 3/10, no Vaticano, os participantes do II Congresso Internacional de Pastoral dos Idosos. O Pontífice afirmou que a velhice é parte da maravilha da vida, pediu que ninguém seja deixado sozinho e destacou o protagonismo dos anciãos na missão da Igreja.

Thulio Fonseca - Vatican News

Na manhã desta sexta-feira, 3 de outubro, o Papa Leão XIV recebeu cerca de 150 participantes do II Congresso Internacional de Pastoral dos Idosos, promovido pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida. O encontro, que tem como tema “Vossos anciãos terão sonhos!” (Jl 3,1), conta com a presença de delegados provenientes de 65 países, em representação de 55 Conferências Episcopais, além de membros de associações e congregações religiosas empenhadas na pastoral dos idosos. Em seu discurso, o Santo Padre destacou a importância de superar visões negativas sobre o envelhecimento e afirmou que a presença dos idosos na sociedade e na Igreja é um sinal de esperança:

“Os idosos são um dom, uma bênção a ser acolhida, e o prolongamento da vida é um fato positivo, um dos sinais de esperança do nosso tempo.”

Aliança entre gerações

Comentando a profecia de Joel, Leão XIV recordou as palavras do Papa Francisco sobre a necessidade de uma aliança entre jovens e idosos, inspirada pelos sonhos de quem já percorreu longa estrada e pelas visões de quem inicia sua vida: “O Espírito Santo cria unidade entre as gerações e distribui a cada um dons diversos”, afirmou. O Papa também advertiu contra a mentalidade contemporânea que mede o valor da existência pelo poder, sucesso ou riqueza:

“É salutar perceber que o envelhecimento faz parte da maravilha que somos. Essa fragilidade, se tivermos a coragem de reconhecê-la, de abraçá-la e de cuidar dela, é uma ponte para o céu. Os idosos nos ensinam que a salvação não está na autonomia, mas em reconhecer com humildade a própria necessidade e em saber expressá-la livremente, de modo que a medida da nossa humanidade não é dada pelo que podemos conquistar, mas pela capacidade de nos deixarmos amar e, quando necessário, também ajudar.”

Papa Leão com os participantes do evento   (@Vatican Media)

“Que ninguém seja abandonado!”

O Pontífice denunciou a solidão como uma das grandes inimigas da vida dos idosos e exortou:

“Onde os idosos estão sozinhos e descartados, isso significará levar-lhes o alegre anúncio da ternura do Senhor, para vencer, junto com eles, as trevas da solidão, grande inimiga da vida dos idosos. Que ninguém seja abandonado! Que ninguém se sinta inútil! Até mesmo uma simples oração, recitada com fé em casa, contribui para o bem do Povo de Deus e nos une na comunhão espiritual. Esta tarefa missionária interpela todos nós, nossas paróquias e, de modo particular, os jovens, que podem tornar-se testemunhas de proximidade e de escuta recíproca com aqueles que estão mais adiantados na vida.”

O protagonismo dos “jovens idosos”

O Santo Padre, referindo-se aos chamados “jovens idosos”, aqueles que, após a aposentadoria, vivem um tempo de saúde, liberdade e disponibilidade, disse que “é importante envolvê-los não como destinatários passivos, mas como sujeitos ativos da evangelização”. Segundo Leão XIV, são eles, muitas vezes, que sustentam a vida das paróquias com sua presença na liturgia, no catecismo e nos diversos serviços pastorais.

O Santo Padre durante seu discurso   (@Vatican Media)

Anunciar o Evangelho em todas as idades

Por fim, o Papa Leão recordou que a pastoral dos idosos deve ser sempre evangelizadora e missionária, pois a Igreja é chamada a anunciar Cristo em todas as idades e circunstâncias:

“Tenhamos sempre presente que anunciar o Evangelho é o compromisso principal da nossa pastoral: envolvendo as pessoas idosas nesta dinâmica missionária, elas também serão testemunhas de esperança, especialmente com sua sabedoria, devoção e experiência.”

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Cuidar do meio ambiente: um chamado para a vida

Shutterstock

Paulo Teixeira - publicado em 02/10/25

O cuidado com a natureza vai além de um ato ecológico; é uma questão de sobrevivência. Existe uma conexão direta entre a degradação ambiental e o surgimento de doenças como Ebola, Zika e a pandemia de Covid-19. Precisamos de uma reflexão sobre a importância de preservar o meio ambiente para a saúde de toda a sociedade.

Em entrevista ao programa Viva a Vida, da Pastoral da Criança, Silvio Rocha Santana, presidente da Fundação Grupo Esquel Brasil,  reforça a importância de cuidar do meio ambiente. "O maior perigo vem de quem, sem nenhuma consciência, continua a fazer o que prejudica a vida", alerta. Para ele, lutar pela vida é, sobretudo, "cuidar e preservar a nossa casa, o meio ambiente". 

Comunidade precisa agir

Santana defende que as comunidades devem ser as primeiras a diagnosticar os problemas ambientais de suas localidades. "É importante observar o que está acontecendo", diz ele, citando exemplos como acúmulo de lixo, falta de saneamento básico e o excesso de áreas pavimentadas que impedem a infiltração da água no solo. Ele também menciona a frequência crescente de eventos climáticos extremos, como supertempestades e incêndios, como sinais urgentes de que a ação é necessária. 

A participação ativa da comunidade é a palavra-chave para a mudança. O especialista orienta que líderes e famílias se organizem para cobrar melhorias das autoridades, apoiem organizações ambientais e, se preciso, ajudem a criá-las. A presença em conselhos municipais e a colaboração em mutirões comunitários são vistas como passos essenciais para a proteção ambiental. 

Novo estilo de vida e cuidado do meio ambiente

É importante adotar um novo estilo de vida que respeite e cuide da natureza. Para Silvio Santana, a educação ambiental deve começar dentro de casa. "Os pais e adultos devem ser exemplos para as crianças", afirma. Atividades simples como criar uma horta doméstica ou separar o lixo podem educar sobre a origem dos alimentos e a importância da reciclagem. 

No espaço doméstico, no cotidiano das nossas vidas, os chamados 3 R (erres) são uma boa dica. Reutilizar, Reciclar e Reaproveitar. Além disso, reduzir o consumo de água, de energia, tomar banho mais rápido, gastar menos água. Evitar desperdício como lavar o chão, o carro etc. "Se você tem condição, por exemplo, na sua casa, tente captar a água da chuva e use essa água para outras finalidades. Ao consumir energia, lembrar de reduzir seu consumo de combustível de automóvel, usar transporte público, tentar dar mais carona, caminhar, usar bicicleta etc. E não jogar lixo", destaca Silvio.

Silvio ressalta, ainda, que o cuidado com o meio ambiente está diretamente ligado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que visam garantir a sobrevivência do planeta. "São os objetivos que vão garantir, agora e no futuro, que todas as crianças tenham vida, e vida em abundância", conclui. 

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/10/02/cuidar-do-meio-ambiente-um-chamado-para-a-vida/

Papa: “É preciso passar dos discursos ambientalistas a uma conversão ecológica”

Conferência Interbacional Raising Hope For Climate Justice (vatican Media)

Leão XIV presidiu nesta quarta-feira (1/10), em Castel Gandolfo, a abertura da Conferência Espalhando Esperança, que celebra os dez anos da encíclica Laudato si’. No encontro, o Pontífice ressaltou que a ecologia integral só pode ser alcançada por meio de uma conversão do coração e destacou a urgência de ações diante da crise climática global.

https://youtu.be/h48K3B9eaoE

Thulio Fonseca - Vatican News

Na tarde desta quarta-feira, 1º de outubro, em Castel Gandolfo, o Papa Leão XIV presidiu a “Celebração da Esperança pela Nossa Casa Comum” durante a Conferência Espalhando Esperança (Raising Hope), que marca o décimo aniversário da Encíclica Laudato si’. Em seu discurso, o Pontífice recordou a herança espiritual e pastoral deixada por Francisco e convidou todos a redescobrir a ecologia integral como caminho de unidade, paz e esperança.

No encontro, realizado no Centro Mariápolis, o Santo Padre agradeceu aos organizadores, conferencistas e participantes, assim como ao Movimento Laudato si’, que desde os primeiros anos promoveu a difusão e a implementação da Encíclica. O Papa destacou que o documento do Papa Francisco impulsionou iniciativas em todos os continentes, envolvendo comunidades religiosas, dioceses, escolas, universidades e até instâncias internacionais.

“As preocupações e recomendações do Papa Francisco foram apreciadas e acolhidas não apenas pelos católicos. Muitos, inclusive fora da Igreja, sentiram-se compreendidos, representados e apoiados neste momento histórico”, afirmou Leão XIV. O Pontífice frisou que o apelo de Francisco ao diálogo, à ecologia integral e à união da família humana na busca de um desenvolvimento sustentável permanece atual e urgente: “Trata-se de desafios ainda mais prementes hoje do que há dez anos. Eles exigem uma verdadeira conversão”.

Papa Leão XIV durante o encontro em Castel Gandolfo   (@Vatican Media)

O coração como lugar da conversão ecológica

Ao refletir sobre o futuro, o Papa Leão XIV advertiu para que o cuidado da casa comum não se torne “uma moda passageira ou um tema divisivo”. Retomando a Laudate Deum, exortou a enfrentar o risco de minimizar os sinais das mudanças climáticas ou de ridicularizar quem defende o meio ambiente:

“Nas Escrituras, o coração não é apenas o centro dos sentimentos e emoções: é a sede da liberdade. [...] É somente por meio de um retorno ao coração que pode acontecer também uma verdadeira conversão ecológica. É preciso passar da coleta de dados ao cuidado; de discursos ambientalistas a uma conversão ecológica que transforme o estilo de vida pessoal e comunitário. Para quem crê, trata-se de uma conversão que não difere daquela que nos orienta ao Deus vivo, porque não se pode amar o Deus que não se vê desprezando suas criaturas, e não se pode dizer discípulo de Jesus Cristo sem compartilhar de seu olhar sobre a criação e de seu cuidado pelo que é frágil e ferido.”

Unidade pela casa comum

Em sua fala, o Papa reforçou que a ecologia integral não pode ser vista separada da justiça social e do cuidado com os mais pobres: “Não se pode amar o Deus que não se vê desprezando suas criaturas”. E acrescentou: “Somos uma única família, com um Pai comum; habitamos um mesmo planeta, do qual devemos cuidar juntos”.

Ao encorajar os participantes, o Pontífice apontou ainda para a importância de que os próximos encontros internacionais – como a COP30, a sessão da FAO sobre segurança alimentar e a Cúpula da Água da ONU em 2026 – escutem “o grito da Terra e o grito dos pobres”.

Prestar contas a Deus

Na conclusão, ao recordar que "não podemos dar espaço para a indiferença nem para a resignação", o Papa deixou uma pergunta aberta aos fiéis e a todos os homens e mulheres de boa vontade: 

“Deus nos perguntará se cultivamos e cuidamos do mundo que Ele criou, para o bem de todos e das gerações futuras, e se cuidamos de nossos irmãos e irmãs. Qual será a nossa resposta?”

O evento

A Conferência Internacional é organizada pelo Movimento Laudato si’, em colaboração com o Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, Caritas Internationalis, CIDSE, UISG, Movimento dos Focolares e a Ecclesial Networks Alliance. O evento, que reúne mais de mil participantes de todo o mundo, realiza-se de 2 a 3 de outubro.

Na cerimônia de abertura, o Pontífice também abençoou um fragmento de gelo de 20 mil anos, proveniente da Groenlândia, trazido a Roma pelo artista Olafur Eliasson e pelo geólogo Minik Rosing. O gesto simbolizou a urgência da crise climática e se inseriu no projeto artístico Ice Watch, que já levou blocos de gelo em processo de derretimento para praças públicas em Copenhague, Paris e Londres.

Ministra Marina Silva durante seu discurso   (@Vatican Media)

O convite ao Papa para participar da COP30

No início do evento, foram apresentados alguns testemunhos do compromisso ambiental. A ministra brasileira do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, tomou a palavra, ligando o décimo aniversário da Laudato si’ ao do Acordo de Paris. A representante do Brasil alertou para a distância entre promessas e ações, denunciando os trilhões ainda investidos em combustíveis fósseis, e pediu “uma transição justa, ordenada e equitativa” para energias limpas. A ministra também convidou o Papa a participar da COP30, que será realizada em Belém em 2026: 

“Desejo aqui reafirmar o grande interesse e o convite da presidência brasileira da COP30 para que Sua Santidade o Papa Leão XIV nos honre com sua presença em Belém. Estou convencida de que, dessa forma, Sua Santidade dará uma indispensável contribuição para que a COP30 entre para a história como a COP decisiva da implementação. Ela se converterá assim, como todos ardentemente desejamos, na COP da esperança de preservar e cultivar todas as formas de vida que enriquecem o jardim da Criação, em benefício das presentes e das futuras gerações. É uma missão para todos nós, mas que adquire uma dimensão e envergadura universais graças ao alto poder de convocação da Igreja Católica e da autoridade moral de Sua Santidade Leão XIV”.

Por fim, a ministra Marina Silva afirmou que "já temos as respostas técnicas, o que falta é o compromisso ético de usar a técnica, o conhecimento, em benefício do enfrentamento da mudança do clima, do combate à desigualdade, para que tenhamos um mundo próspero, justo e sustentável. É incoerente dizermos que amamos o Criador e destruirmos a criação. A encíclica Laudato si’ nos convoca a fazer essa integração."

Ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger   (@Vatican Media)

Já o ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, recordou os avanços obtidos em seu estado – como a redução de 25% das emissões de gases de efeito estufa e a instalação de um milhão de telhados solares – e destacou que “a energia limpa não é inimiga da prosperidade, mas motor do crescimento”. Dirigindo-se aos líderes religiosos presentes, afirmou: “Vocês estão mais próximos do povo do que qualquer governo. Lembrem às pessoas que a poluição é uma questão de saúde e de justiça”.

O encontro contou ainda com a intervenção de Yeb Saño, presidente do Conselho do Movimento Laudato si’, que reforçou o apelo à responsabilidade ética e à unidade diante da crise climática global.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

O conselho de dom Bosco sobre o anjo da guarda que salvou várias pessoas da morte

Anjo da Guarda. | Renata Sedmakova - Shutterstock

Por Abel Camasca

2 de out de 2025 às 04:00

Hoje (2), a Igreja Católica celebra os Anjos da Guarda, que têm a missão de nos proteger. Dom Bosco, grande devoto deles, costumava dar um conselho especial aos seus jovens e conhecidos, com o qual conseguiu até que alguns deles escapassem milagrosamente da morte.

Nas Memórias Biográficas (MB), conjunto de 19 volumes sobre a vida de dom Bosco, consta que o santo “estava tão convencido de tê-lo ao seu lado que parecia vê-lo com os olhos”. Ele cumprimentava o anjo da guarda das pessoas que encontrava e pedia aos anjos da guarda de seus meninos que os ajudassem.

Ele incutia nos seus meninos um profundo respeito e amor pelo seu próprio anjo, dizendo-lhes que era um amigo. “Invoque seu Anjo nas tentações. Ele quer o ajudar mais do que você quer ser ajudado... Não dê ouvidos ao diabo e não o tema; Ele treme e foge diante da presença do seu Anjo”, dizia-lhes.

Certa vez, ele lhes prometeu: “se você se encontrar em algum perigo grave para sua alma ou corpo, invoque-o: garanto-lhe que ele irá ajudá-lo e livrá-lo”.

Um dos jovens que seguia dom Bosco trabalhava como pedreiro. Um dia, enquanto estava no andaime, alguns suportes quebraram. Ele e outros dois companheiros começaram a cair do quarto andar em meio a tábuas, pedras e tijolos. O rapaz se lembrou do conselho do santo e exclamou: “Meu anjo, me ajude”.

Os três caíram no chão. Um morreu no local, outro morreu no hospital, mas o jovem que invocou o seu anjo da guarda se levantou ileso e sem ferimentos, para o espanto de todos os presentes. Relatos das MB dizem que o rapaz ainda continuou trabalhando naquele dia e depois confirmou a promessa de dom Bosco.

O anjo e os cavalos

As MB também narram o que viveu a esposa de um embaixador português que se confessou a dom Bosco. O santo lhe deu como penitência dar esmola em certas circunstâncias daquele dia, mas ela disse que não poderia porque tinha que viajar.

Então, o padre lhe disse para rezar três vezes a oração do Anjo de Deus ao seu anjo da guarda, para que ele a ajudasse e assim não se assustasse com o que iria acontecer com ela. A mulher ficou impressionada e em casa fez a oração com seus empregados.

Ela viajou de carruagem com a filha e uma empregada. Quando estavam a caminho, os cavalos ficaram assustados e começaram a correr rapidamente. O cocheiro não conseguiu detê-los e a carruagem capotou, enquanto os cavalos continuavam a puxar.

As mulheres gritavam e parecia que seriam esmagadas até a morte. A senhora reagiu e começou a implorar com todas as forças: “Anjo de Deus, você é meu guardião…”. De repente, os cavalos pararam e ninguém morreu. Por isso, mãe e filha exclamaram: “Viva Deus e viva o Anjo da Guarda que nos salvou!”.

Algum tempo depois, a senhora se tornou uma grande benfeitora de dom Bosco em favor dos jovens mais necessitados.

*Abel Camasca é comunicador social. Foi produtor do telejornal EWTN Noticias por muitos anos e do programa “Más que Noticias” na Radio Católica Mundial.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/56323/o-conselho-de-dom-bosco-sobre-o-anjo-da-guarda-que-salvou-varias-pessoas-da-morte

Exposição na Catedral celebra os 65 anos da Arquidiocese de Brasília

Exposição na Catedral de Brasília (arqbrasilia)

Exposição na Catedral celebra os 65 anos da Arquidiocese de Brasília

A Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida recebeu jornalistas e convidados para a coletiva de imprensa de lançamento da nova exposição “Igreja e Brasília – 65 anos caminhando juntas”, que celebra o Jubileu de 65 anos da Arquidiocese de Brasília, na manhã desta quinta-feira (2/10).

02/10/2025

O evento marcou oficialmente a abertura da galeria que retrata a caminhada conjunta da Igreja Católica e da Capital Federal desde sua fundação. Durante a coletiva, o Cardeal Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília, destacou a importância da Catedral não apenas como símbolo da fé Católica, mas também como referência cultural, arquitetônica e social para o Brasil e o mundo.

“Eu digo que a Catedral é da Igreja Católica, mas ela é também um monumento cultural. As pessoas vêm aqui para conhecer a arquitetura, a arte, a beleza. Ela é referência para a cidade, para o Brasil e para o mundo. Quem quer conhecer a obra de Oscar Niemeyer tem que passar por aqui”, afirmou Dom Paulo.

O Arcebispo ressaltou ainda o compromisso da Igreja com a preservação do templo e com sua vocação de espaço aberto ao diálogo e à diversidade. “É nosso dever cuidar bem da Catedral, que está bonita, com estruturas renovadas, banheiros reformados, espelho d’água tratado e com um projeto de iluminação especial que permitirá, por exemplo, homenagear campanhas como a do Outubro Rosa ou celebrar datas importantes de outros países. Queremos que a Catedral seja um grande monumento de acolhida e diálogo, símbolo da convivência entre fé, cultura, sociedade e poderes públicos”, disse.

A nova galeria, localizada no espaço que conecta a Catedral ao Auditório da Cúria Metropolitana, reúne mais de 90 fotografias em grandes formatos, documentos históricos, citações e marcos significativos da presença da Igreja em Brasília ao longo de seis décadas e meia. O projeto nasceu inspirado na Carta Pastoral do Cardeal Paulo Cezar, e foi idealizado pelo Padre Agenor Vieira, Pároco da Catedral, em parceria com a curadora Tatiana Braga.

“Queremos que quem entra na Catedral possa, de forma leve, se encontrar com a história da cidade e da Igreja. Que caminhe por esses corredores e saia enriquecido por ter se encontrado com a cultura, a arte e a beleza. A inspiração veio da carta pastoral do nosso Cardeal e do desejo de homenagear a Arquidiocese neste Jubileu. Fomos amadurecendo a ideia até chegarmos a esta galeria, que é um presente para a cidade e uma oportunidade de renovar a esperança para o futuro”, explicou padre Agenor.

O Arcebispo destacou que o projeto da nova galeria reflete o espírito de colaboração e missão. “Esse projeto nasceu do diálogo com os poderes da República, com o empresariado e com todos aqueles que convergem seus esforços para o bem. Ele quer ensinar a sociedade a caminhar unida. A Catedral é símbolo da Igreja Católica, mas também é símbolo de Brasília e do Brasil. Ela deve ser esse monumento acolhedor, onde todos possam viver uma experiência de fé, de encontro com a cultura e com a história.”

Com 70 metros lineares de exposição, a mostra integra salões internos, lojas e serviços de apoio a visitantes e turistas, oferecendo um espaço adequado para acolher quem deseja conhecer de perto a história de Brasília e da Arquidiocese. O projeto foi viabilizado com o apoio da Brasal e do Grupo Bancorbrás, que reafirmaram o compromisso com a preservação da memória e da identidade da capital. “A Brasal se orgulha de apoiar iniciativas que preservam a história de Brasília. Esta galeria é um legado para as próximas gerações”, afirmou Osório Neto, CEO da Brasal.

Entre os destaques da mostra estão os vitrais monumentais de Marianne Peretti, a única mulher da equipe de artistas que trabalharam com Niemeyer na construção dos monumentos de Brasília. Sua obra, considerada uma das maiores expressões de arte sacra moderna do século XX, ganha novo protagonismo no espaço expositivo. “A exposição reforça o papel da Catedral como referência cultural do país e oferece aos visitantes a oportunidade de compreender a relação entre arte, arquitetura e história”, destacou Cláudio Roberto Nogueira de Souza Filho, diretor-geral do Grupo Bancorbrás.

Finalizando a coletiva de imprensa, Dom Paulo também comentou sobre seu recente encontro com o Papa Leão XIV, no Vaticano, no qual apresentou a realidade da Igreja em Brasília. “Disse ao Papa que Brasília é uma cidade jovem e acolhedora, com cerca de 3 milhões de habitantes, formada por pessoas vindas de todas as partes do Brasil. A Igreja cresceu junto com a cidade. Hoje somos 164 paróquias vivas, missionárias, evangelizadoras e participativas. O que move essa Igreja não é o dinheiro, é o amor. Pessoas que trabalham a semana inteira e no fim de semana estão lá, servindo com alegria. Isso é a força do nosso laicato e da nossa Igreja”, salientou.

Serviço:

Exposição: Igreja e Brasília – 65 anos caminhando juntas
Local: Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida – Espaço das Galerias
Horário: Terça a sexta-feira, das 8h às 16h45; sábado, das 8h às 16h30; e domingo, das 7h às 17h30Acervo: Mais de 90 fotografias em grandes formatos
Outras informações:
Instagram: @catedralbrasilia
Facebook: facebook.com/catedraldebrasilia
Site: www.catedral.org.br

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

O Papa: relação médico-paciente é importante. A IA nunca poderá substituir o médico

O Papa com a Confederação Médica Latino-Ibero-Americana e do Caribe, na Sala do Consistório, no Vaticano (Vatican News)

Leão XIV recebeu os membros da Confederação Médica Latino-Ibero-Americana e do Caribe (CONFEMEL) e disse que "o diálogo e o contato físico devem estar sempre presentes na relação terapêutica, para além dos instrumentos e ferramentas utilizados para tratar as enfermidades". Citou o Beato José Gregório Hernández Cisneros o "médico dos pobres" que será canonizado em 19 de outubro.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Leão XIV recebeu em audiência, nesta quinta-feira (02/10), no Vaticano, os representantes da Confederação Médica Latino-Ibero-Americana e do Caribe (CONFEMEL), uma organização que representa mais de dois milhões de médicos que trabalham para levar assistência médica de qualidade a todos os cantos de seus países.

O Pontífice recordou que a Igreja celebra, neste 2 de outubro, os Santos Anjos da Guarda e essa ocasião ajudou o Pontífice a refletir sobre "a relação médico-paciente, que se baseia no contato pessoal e no cuidado da saúde, se poderia dizer, tal como os anjos cuidam de nós e nos protegem no caminho da vida".

A seguir, Leão XIV recordou algumas palavras de Santo Agostinho, "nas quais se refere a Cristo como médico e como remédio. " Ele é médico porque é palavra, e remédio porque é palavra feita carne. "Certamente, a 'palavra' e a 'carne' são fundamentais; o diálogo, a comunicação e o contato físico devem estar sempre presentes na relação terapêutica, para além dos instrumentos e ferramentas utilizados para tratar as enfermidades", disse ainda o Papa.

O "médico dos pobres" como exemplo 

O Evangelho nos mostra que "Jesus curou vários doentes", como o leproso, por exemplo. Jesus o tocou e imediatamente a lepra o deixou e ele ficou limpo. "Este não é um gesto mecânico; uma relação pessoal foi estabelecida entre o leproso e Jesus: aquele que não podia ser tocado encontra saúde e salvação numa carícia de Jesus", disse o Papa.

“Da mesma forma, há muitos médicos que dedicaram suas vidas ao bem de seus pacientes. Gostaria de recordar o Beato José Gregório Hernández, um dos médicos mais conhecidos da Venezuela no início do século XX. Considero-o um bom exemplo para vocês, pois soube conciliar sua elevada competência médica com sua dedicação aos mais necessitados, o que lhe valeu o título de "médico dos pobres".”

O lugar da inteligência artificial na medicina

À luz destas reflexões, o Papa os convidou "a aprofundar ainda mais a importância da relação médico-paciente. Uma relação entre duas pessoas, com os seus corpos e sua interioridade, com a sua história".

“Esta convicção nos ajuda também a esclarecer o lugar da inteligência artificial na medicina: ela pode e deve ser uma grande ajuda para melhorar o atendimento clínico, mas nunca poderá substituir o médico, porque vocês são, como dizia o Papa Bento XIV, «reservas de amor, que dão serenidade e esperança aos sofredores». Um algoritmo nunca pode substituir um gesto de proximidade ou uma palavra de conforto.”

O Papa disse aos representantes da Confederação Médica Latino-Ibero-Americana e do Caribe que eles "têm grandes desafios pela frente, que devem ser enfrentados com esperança". Pediu a bênção do Senhor sobre eles e seus colegas e concluiu, reiterando a importância da "relação, da possibilidade de vida e esperança" que eles "também oferecem a todos os seus pacientes, a todos os enfermos".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Leão XIV entra no debate sobre Durbin

O papa Leão XIV acena para peregrinos reunidos na praça de São Pedro, no Vaticano, para sua audiência geral em 24 de setembro de 2025. | Vatican Media.

Por Valentina di Donato* , Madalaine Elhabbal*

1 de out de 2025 às 09:53

O papa Leão XIV respondeu ontem (30) à controvérsia sobre os planos do arcebispo de Chicago, EUA, cardeal Blase Cupich, de homenagear um senador católico americano que apoia o aborto legalizado, dizendo que o histórico do senador deve ser considerado em sua totalidade e que os americanos devem buscar juntos a verdade sobre questões éticas.

Vários bispos dos EUA condenaram os planos do cardeal de Chicago de homenagear o senador americano Richard Durbin, democrata de Illinois, com um "prêmio pelo conjunto da obra" por seu trabalho em torno da política de imigração, apesar de seu histórico de votação pró-aborto.

“Não estou muito familiarizado com o caso em questão. Acho importante analisar o trabalho geral que um senador fez por, se não me engano, 40 anos de serviço no Senado dos EUA”, disse o papa ontem a repórteres, em resposta a uma pergunta da EWTN News.

“Entendo a dificuldade e as tensões”, disse ele. “Mas acho que, como eu mesmo já disse no passado, é importante analisar muitas questões relacionadas às doutrinas da Igreja”.

“Alguém que diz que é contra o aborto, mas é a favor da pena de morte, não é realmente pró-vida”, disse Leão XIV. “Alguém que diz que é contra o aborto, mas concorda com o tratamento desumano de imigrantes nos EUA, não sei se isso é pró-vida”.

“Portanto, são questões muito complexas e não sei se alguém tem toda a verdade sobre elas”, disse também o papa, “mas eu pediria, antes de tudo, que se respeitassem mutuamente e que buscássemos juntos, tanto como seres humanos quanto, neste caso, como cidadãos americanos e cidadãos do Estado de Illinois, assim como católicos, dizer que precisamos estar próximos de todas essas questões éticas. E encontrar o caminho a seguir como Igreja. A doutrina da Igreja sobre cada uma dessas questões é muito clara”.

O número de bispos dos EUA que condenaram a decisão de Cupich de homenagear Durbin com um "prêmio pelo conjunto da obra" aumentou para dez, entre eles dois bispos eméritos.

O papa Leão XIV, nascido em Chicago, falou com repórteres ao deixar a vila papal de Castel Gandolfo, perto de Roma, onde nas últimas semanas ele tem o hábito de passar as terças-feiras antes de retornar ao Vaticano.

Sete bispos atuais se uniram ao bispo de Springfield, Illinois, Thomas Paprocki, pedindo a Cupich que reconsidere homenagear Durbin, como o arcebispo de São Francisco, Salvatore Cordileone; o bispo de Lincoln, Nebraska, James Conley; o bispo de Gallup, Novo México, James Wall; o bispo de Green Bay, Wisconsin, David Ricken; o bispo de Wichita, Kansas, Carl Kemme; o bispo de St. Joseph-Kansas City, Missouri, James Johnston; e o bispo de Fort Worth, Texas, Michael Olson.

O recém-aposentado arcebispo de Kansas City, Kansas, Joseph Naumann de Kansas City, Kansas, também falou sobre a controvérsia no último fim de semana ao jornal National Catholic Register, da EWTN, na qual ele falou sobre a ação de Cupich como uma "fonte de escândalo".

Cupich defendeu o prêmio por estar alinhado com as instruções da então Congregação para a Doutrina da Fé (atual Dicastério para a Doutrina da Fé) em 2022, que instruiu os bispos a "buscar e dialogar com políticos católicos dentro de suas jurisdições".

Um porta-voz de Cupich não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Respondendo ao argumento de Cupich, Naumann disse: “O diálogo não exige a concessão de prêmios a líderes políticos católicos que desconsideram o mais fundamental dos direitos humanos, o direito à vida do nascituro”.

O bispo emérito de Tyler, Texas, Joseph Strickland, também pediu a Cupich que revertesse sua decisão de prosseguir com a concessão do prêmio.

Em entrevista ao programa The World Over with Raymond Arroyo, da EWTN, em 25 de setembro, Paprocki pediu ao cardeal de Chicago que retire o prêmio ou que o próprio Durbin o recuse.

Um porta-voz de Durbin não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Desde então, Cupich cancelou reuniões com dois grupos de líderes católicos de Illinois, a Conferência Católica de Illinois e uma reunião separada de bispos de Illinois, na semana passada.

Até agora, os bispos do Estado de Illinois de Peoria, Rockford e Joliet se abstiveram de se unir a Paprocki no apelo para que Cupich reverta sua decisão, enquanto a diocese de Belleville está atualmente aguardando a nomeação de um bispo, depois que seu ex-bispo Michael McGovern foi nomeado arcebispo de Omaha, Nebraska.

*Valentina di Donato é produtora do escritório da EWTN Vaticano.

*Madalaine Elhabbal é uma repórter da Catholic News Agency baseada no escritório da EWTN em Washington, D.C. Ela escreveu para o CatholicVote e também trabalhou como assistente de língua estrangeira na França. Ela é formada pelo Benedictine College (EUA).

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/64767/leao-xiv-entra-no-debate-sobre-durbin

O Papa: "Sejam instrumentos de reconciliação no mundo"

O Papa durante a Audiência Geral desta quarta-feira (Vatican Media)

Na catequese da Audiência Geral desta quarta-feira, o Santo Padre falou sobre a ressurreição de Jesus, definindo-a "um testemunho maravilhoso de como o amor é capaz de ressurgir após uma grande derrota para continuar a sua viagem imparável". As feridas de Jesus "são a prova de que no momento do nosso fracasso, Deus não recuou. Ele não desistiu de nós".

Mariangela Jaguraba - Vatican News

"O centro da nossa fé e o coração da nossa esperança estão profundamente enraizados na ressurreição de Cristo." Com estas palavras o Papa Leão XVI iniciou sua catequese na Audiência Geral, desta quarta-feira (1°/10), realizada na Praça São Pedro.

De acordo com o Papa, "a ressurreição de Jesus não é um triunfo retumbante, nem é uma vingança ou uma desforra contra os seus inimigos. É um testemunho maravilhoso de como o amor é capaz de ressurgir após uma grande derrota para continuar a sua viagem imparável".

“Quando recuperamos de um trauma causado por outros, a nossa primeira reação é, normalmente, a raiva, o desejo de fazer alguém pagar pelo que sofremos. O Ressuscitado não reage assim. Tendo emergido das profundezas da morte, Jesus não se vinga. Não retribui com gestos de poder, mas com mansidão manifesta a alegria de um amor maior do que qualquer ferida e mais forte do que qualquer traição.”

Jesus leva o dom da paz

Leão XIV frisou que "o Ressuscitado não sente necessidade de reiterar ou afirmar a sua superioridade. Ele aparece aos seus amigos — os discípulos — e o faz com extrema discrição, sem forçar a sua capacidade de o acolher. O seu único desejo é regressar à comunhão com eles, ajudando-os a superar o sentimento de culpa. Vemos isso muito claramente no Cenáculo, onde o Senhor aparece aos seus amigos aprisionados pelo medo".

“É um momento que expressa uma força extraordinária: Jesus, depois de descer às profundezas da morte para libertar os que ali estavam presos, entra no quarto fechado dos paralisados ​​pelo medo, levando um dom que ninguém ousaria esperar: a paz.

Serem instrumentos de reconciliação no mundo

"A sua saudação é simples, quase comum: «A paz esteja com vocês!»", disse ainda o Papa, e "Jesus mostra aos discípulos as mãos e o lado, marcados pelas marcas da sua paixão", ou seja, "as feridas" que "não servem para repreender, mas para confirmar um amor mais forte do que qualquer infidelidade. São a prova de que no momento do nosso fracasso, Deus não recuou. Ele não desistiu de nós". "O Senhor mostra-se nu e desarmado. Não exige, não chantageia. O seu é um amor que não humilha; é a paz de quem sofreu por amor e agora pode finalmente dizer que valeu a pena".

“No entanto, muitas vezes mascaramos as nossas feridas por orgulho ou medo de parecermos fracos. Dizemos: “Não faz mal”, “já passou”, mas não estamos verdadeiramente em paz com as traições que nos feriram. Por vezes, preferimos esconder a nossa luta para perdoar para não parecermos vulneráveis ​​e corrermos o risco de sofrer ainda mais. Jesus não faz isso. Ele oferece as suas chagas como garantia de perdão. E mostra que a Ressurreição não é o apagamento do passado, mas a sua transfiguração em esperança de misericórdia.”

«Tal como o Pai me enviou, também Eu vos envio». "Com estas palavras", Jesus "confia aos apóstolos uma tarefa que não é tanto um poder, mas uma responsabilidade: serem instrumentos de reconciliação no mundo".

Redescobrir a beleza de regressar à vida

"Jesus sopra sobre eles e dá-lhes o Espírito Santo. É o mesmo Espírito que o sustentou na sua obediência ao Pai e no seu amor até à cruz. A partir desse momento, os apóstolos não podem mais calar-se sobre o que viram e ouviram: que Deus perdoa, ressuscita e restaura a confiança", disse ainda Leão XIV, acrescentando:

“Este é o cerne da missão da Igreja: não exercer poder sobre os outros, mas comunicar a alegria daqueles que foram amados precisamente quando não o mereciam. É a força que deu origem e crescimento à comunidade cristã: homens e mulheres que descobriram a beleza de regressar à vida para a dar aos outros.”

O Papa recordou que "também nós somos enviados", e convidou a não ter medo de mostrar nossas feridas, "curadas pela misericórdia", a não ter medo de nos "aproximar daqueles que estão presos no medo ou na culpa". "Que o sopro do Espírito nos torne também testemunhas dessa paz e desse amor mais forte do que qualquer derrota", concluiu.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF