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quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Santa Edwiges, padroeira dos endividados

REDAÇÃO CENTRAL, 16 Out. 19 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 16 de outubro, a Igreja celebra Santa Edwiges, uma mãe que, com seu marido, fundou mosteiros e, após a morte dele, tornou-se monja e continuou a servir os carentes e enfermos. A santa é conhecida como a padroeira dos pobres e endividados e isso tem a ver com sua história e vida de caridade.

Edwiges nasceu na Bavária, Alemanha, em 1174, filha de uma família nobre. Desde pequena dava sinais de seu desapego material e zelo espiritual. Aos doze anos, casou-se com o duque da Silésia e da Polônia, Henrique I, de 18 anos. Eles tiveram sete filhos.
Aos 20 anos, Edwiges sentiu o chamado de Jesus e, após conversar com seu marido, os dois decidiram seguir o Senhor, mantendo no casamento o voto de abstinência sexual.
Entregando-se à piedade e à caridade, empregava grande parte dos seus ganhos para auxiliar os demais. Sabendo que muitos eram presos por causa de dívidas, passou a ir aos presídios, saldar as contas com o próprio dinheiro, libertar os encarcerados e ainda lhes arrumava um emprego.
Ela e seu marido fundaram muitos mosteiros, entre eles o de Trebnitz, na Polônia, do qual sua filha Gertrudes se tornou abadessa.
Henrique I construiu o Hospital da Santa Cruz em Breslau e Edwiges, um hospital para leprosos em Neumarkt, onde assistiram pessoalmente aqueles que sofriam desta doença. A santa também costumava ir à Igreja descalço na neve, mas levava os sapatos na mão para colocá-los imediatamente se encontrasse alguém.
Viu seis de seus sete filhos falecer e também seu marido, vítima de uma doença contraída após ser mantido como prisioneiro de guerra. Quando Henrique I morreu, muitas religiosas choraram e Edwiges as confortou dizendo: “Por que se queixam da vontade de Deus? Nossas vidas estão em suas mãos e tudo que Ele faz é bem feito”.
Santa Edwiges tomou o hábito religioso de Trebnitz, mas prometeu continuar a gerir suas ações em favor dos necessitados. Deus lhe concedeu o dom da profecia e milagres. Foi quando operou muitos milagres em enfermos.
Ela amava muito Maria e, por isso, sempre carregava uma pequena imagem da Virgem em suas mãos. Quando morreu, em 15 de outubro de 1243, foi impossível tirar a imagem de suas mãos. Anos mais tarde, quando foram transladar seu corpo, encontraram a imagem empunhada e os dedos que a seguravam incorruptos.
Santa Edwiges foi canonizada em 1266, pelo Papa Clemente IV.
Por razão desta data, confira a seguir a oração à Santa Edwiges.
Ó Santa Edwiges, Vós que na Terra fostes o amparo dos pobres, a ajuda dos desvalidos e o socorro dos endividados, no Céu agora desfrutais do eterno prêmio da caridade que em vida praticastes, suplicante Te peço que sejais a minha advogada, para que eu obtenha de Deus o auxílio que urgentemente preciso...
(Fazer o pedido da graça que urgentemente precisa)
Santa Edwiges, protetora dos endividados, aumentai minha confiança na providência divina para que não falte o pão de cada dia, e que no final do mês não falte o necessário, para que eu possa dar aos meus familiares saúde, educação e dignidade na moradia.
Santa Edwiges intercedei por mim para que eu consiga o equilíbrio na vida financeira e o discernimento nos negócios. Ajudai-me a superar os problemas financeiros, que eu não me iluda com o dinheiro fácil, que eu não seja conivente com a corrupção, propina. Dai equilíbrio na vida financeira.
Alcançai-me também, Santa Edwiges, a suprema graça da salvação eterna.
Santa Edwiges, rogai por nós!
ACI Digital

Santa Margarida Maria Alacoque, serva do Sagrado Coração de Jesus

REDAÇÃO CENTRAL, 16 Out. 19 / 06:00 am (ACI).- “Quando se ama, tudo fala de amor, até nossos trabalhos que requerem nossa total atenção podem ser um testemunho de nosso amor”, dizia Santa Margarida Maria Alacoque, a quem o Sagrado Coração de Jesus apareceu e cuja festa é celebrada neste dia 16 de outubro.

Santa Margarida Maria nasceu na França em 1647. Aos quatro anos, consagrou a Deus sua pureza e fez voto de perpétua castidade. Quando tinha oito anos, seu pai morreu. Ela ingressou na escola das Clarissas pobres, onde se sentiu atraída pela vida das religiosas e recebeu a comunhão aos nove anos, algo pouco comum para a época.
Dois anos mais tarde, contraiu uma doença reumática dolorosa que a obrigou a ficar de cama até os 15 anos e, por isso, teve que regressar para sua casa. Buscou alívio na Virgem Maria, a quem prometeu que, se ficasse saudável, se tornaria uma de suas filhas e, assim, recuperou a saúde.
A jovem, porém, se deixou levar pela vaidade e pelas diversões, mas a Virgem apareceu para ela em vários momentos para repreendê-la e encorajá-la em seu caminho de santidade.
Em casa, Margarida e sua mãe eram agressivamente controladas por alguns familiares que tinham se apoderado dos bens. Além disso, a mãe tinha uma dolorosa ferida no rosto que a jovem cuidava todos os dias. Diante de tudo isso, ela sempre buscou consolo no Senhor.
Aos poucos, foi tentada a se casar e começou a se preparar, considerando que talvez pudesse obter dispensa de seu voto, porque o fez quando era criança. Foi assim que em uma ocasião Jesus lhe disse que Ele tinha motivado o voto de castidade e que depois a tinha colocado aos cuidados de sua Santíssima Mãe.
Mas Margarida só compreendeu que estava perdendo um tempo precioso, do qual lhe seria pedido contas rigorosas na hora da morte, quando o Senhor apareceu a ela desfigurado, flagelado e lhe disse: “E bem quererá gozar deste prazer? Eu não gozei jamais de nenhum, e me entreguei a todo gênero de amarguras por teu amor e por ganhar teu coração”.
Mais tarde, depois de convencer seus parentes, ingressou no Convento da Visitação. Ali Margarida se desenvolveu de maneira humilde, obediente e sincera ante os sacrifícios da vida em comunidade e professou seus votos no dia 6 de novembro de 1672.
Com o tempo, recebeu revelações do Sagrado Coração de Jesus e sofreu todas as primeiras sextas-feiras do mês uma reprodução da misteriosa chaga no lado.
Por suas visões e doenças, começou a receber incompreensões e rejeições no convento, teve que passar por difíceis interrogatórios de teólogos e chegou-se a dizer que suas experiências místicas podiam ser obra do demônio. Tudo isso parou quando conheceu o sacerdote jesuíta São Cláudio de la Colombiere, que pôde ver nela sua santidade e falou com a madre superiora.
Por obediência, escreveu o que Deus lhe tinha revelado e contou as mensagens divinas para sua comunidade. A princípio, foi humilhada, mas depois recebeu o apreço de suas irmãs.
Santa Margarida, lamentavelmente, não veria se cumprir na Igreja a instituição do dia do Sagrado Coração de Jesus, tal como Jesus Cristo lhe tinha pedido. Em 17 de outubro de 1690, tendo previamente indicado esta data como o dia de sua morte, partiu para a Casa do Pai com 43 anos de idade e 18 de profissão religiosa.
Entre os mosteiros das visitandinas, começou-se a propagar a devoção ao Coração de Jesus e, em 1765, Clemente XIII introduziu a Festa do Sagrado Coração em Roma.  Em 1856, o Beato Pio IX a estendeu a toda a Igreja e, finalmente, em 1920, Margarida foi proclamado santa pelo Papa Bento XV.
ACI Digital

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Dom Murilo Krieger celebra primeira Missa dedicada à Santa Dulce dos Pobres

Itália - Roma (Segunda-feira, 14-10-2019, Gaudium Press) Centenas de fiéis brasileiros devotos de Santa Dulce dos Pobres se reuniram na Basílica de Sant'Andrea Della Valle, em Roma, para participar da primeira Missa dedicada à nova santa brasileira.
Dom Murilo Krieger celebra primeira Missa dedicada à Santa Dulce dos Pobres.png

A celebração ocorreu na manhã desta segunda-feira, 14, sendo presidida pelo Arcebispo de Salvador, Dom Murilo Krieger e concelebrada por diversos Bispos e sacerdotes, entre os quais se destacaram Dom Tommaso Cascianelli, Bispo de Irecê (BA), que foi diretor espiritual do Anjo Bom do Brasil.
Dentre as autoridades presentes na cerimônia destacam-se o vice-presidente do Brasil, General Hamilton Mourão; o prefeito de Salvador (BA), Antônio Carlos Magalhães Neto; o postulador da causa da Irmã Dulce, Paolo Vilotta; a superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), Maria Rita Pontes; e o miraculado José Maurício.
Em sua homilia, Dom Murilo ressaltou que uma das características mais marcantes de Santa Dulce dos pobres foi a caridade. "Irmã Dulce percorrida às ruas de Salvador a procura de pobres. O Anjo bom da Bahia tinha o corpo frágil, a voz fraca e o olhar bondoso para se dedicar a todos os necessitados", afirmou.
Agradecendo pela canonização da primeira santa soteropolitana, baiana, brasileira, o prelado exortou aos fiéis para que aprendam as lições da Irmã Dulce, "lições de simplicidade, de humildade, de serviço ao próximo e de dedicação total ao Reino de Deus".
"A canonização vem nos lembrar que a prática da caridade é uma das missões mais essenciais da Igreja. Irmã Dulce era amiga dos mais necessitados e tinha o coração maior que as misérias humanas", afirmou.
Concluindo, o Arcebispo de Salvador, destacou que Santa Dulce "não atendia aos necessitados por obrigação, mas como consequência de sua Fé. Quanto mais necessitados acolhia, mais necessitados descobria. Jesus deixou seu coração inquieto. Ela, por sua vez, passou a inquietar o coração dos outros. E não demorou a descobrir a importância de se multiplicar, de se organizar, de programar a caridade para atender o maior número de necessitados". (EPC)

Guadium Press

Santa Teresa D’Ávila, Doutora da Igreja

REDAÇÃO CENTRAL, 15 Out. 19 / 05:00 am (ACI).- “Nada te perturbe, nada te espante, tudo passa!  Só Deus não muda. A paciência, por fim, tudo alcança. Quem a Deus tem, nada lhe falta, pois só Deus basta”. Esta é provavelmente a frase mais conhecida no mundo de Santa Teresa D’Ávila (1515-1582), celebrada neste dia 15 de outubro pela Igreja Católica.

Teresa de Cepeda y Ahumada nasceu no dia 28 de março de 1515, em uma nobre família de Ávila, na Espanha, filha de Alonso Sánchez de Cepeda e Beatriz de Ahumada.
Aos 20 anos, decidiu-se pela vida religiosa, apesar da resistência de seu pai. Em sua biografia, diz que ela saiu de sua casa em uma manhã para entrar no mosteiro carmelita da Encarnação. Lá, viveu por 27 anos, com uma grande comunidade religiosa composta por cerca de 180 freiras, suportando e superando uma grave doença, que marcou sua vida.
Por volta dos 40 anos, Teresa sentiu o chamado que ficou conhecido como “experiência mística”, o que mudou o curso de sua vida. Aos 47 anos, começou uma terceira fase, empreendendo sua tarefa de fundadora andarilha.
As carmelitas, como a maioria das religiosas, tinham decaído muito do primeiro ardor no começo do século XVI. As religiosas podiam sair da clausura com o menor pretexto, de modo que o convento se converteu no lugar ideal para quem desejava uma vida fácil e sem problemas. As comunidades eram extremamente numerosas, o que era causa e efeito do relaxamento. Por exemplo, no convento de Ávila havia 140 religiosas.
Santa Teresa empreendeu o desafio de levar a cabo a iluminada ideia de fundar uma comunidade mais reduzida e reformada. A santa estabeleceu a mais estrita clausura e o silêncio quase perpétuo. O convento carecia de rendas e reinava nele a maior pobreza; as religiosas vestiam hábitos rudimentares, usavam sandálias em vez de sapatos (por isso foram chamadas descalças) e eram obrigadas à perpétua abstinência de carne.
Santa Teresa não admitiu no princípio mais do que 13 religiosas, mas logo aceitou que houvesse 21. Em 1567, o superior geral dos carmelitas, João Batista Loiro (Rossi), visitou o convento de Ávila e ficou muito satisfeito com o trabalho realizado ali pela santa. Assim, concedeu a esta plenos poderes para fundar outros conventos do mesmo tipo e até autorizou a fundar dois conventos de frades reformados (carmelitas contemplativos).
Caracterizada por sua simplicidade, prudência, amabilidade e caridade, Santa Teresa tinha uma profunda vida de oração e, em obediência a seu confessor, porque ela não era uma pessoa culta e se expressava com um castelhano singelo, escreveu suas visões e experiências espirituais. Essas obras são agora um grande presente para a Igreja.
Os escritos de Santa Teresa sublinham, sobretudo, o espírito de oração, a maneira de praticá-lo e os frutos que produz. Como a santa escreveu precisamente na época em que estava dedicada à difícil tarefa de fundar conventos de carmelitas reformadas, suas obras, prescindindo de seu conteúdo e natureza, dão testemunho de seu vigor, laboriosidade e capacidade de recolhimento.
Escreveu o “Caminho de Perfeição” para dirigir a suas religiosas e o livro das “Fundações” para animá-las e edificá-las. Quanto ao “Castelo Interior”, pode-se considerar que escreveu para a instrução de todos os cristãos.
Santa Teresa morreu nos braços da Beata Ana, em Alba de Tormes no dia 4 de outubro de 1582, pronunciando as palavras: “Sou filha da Igreja”. Sua canonização se realizou em 1622. Foi proclamada Doutora da Igreja em 27 de setembro de 1970 pelo Papa Paulo VI.
ACI Digital

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

São Calisto I, o Papa das Catacumbas

REDAÇÃO CENTRAL, 14 Out. 19 / 05:00 am (ACI).- São Calisto I é famoso pelas Catacumbas romanas que levam o seu nome e que ele organizou. Neste local estão enterrados muitos mártires dos primeiros séculos. A festa deste grande Papa é celebrada neste dia 14 de outubro.

Diz-se que São Calisto era escravo nas minas e que, ao recuperar sua liberdade, entregou-se por completo à fé e a compartilhá-la com seus vizinhos.
São Zeferino o tornou seu homem de confiança e o encarregou das catacumbas, que têm 4 andares sobrepostos e mais de 20 quilômetros de corredores.
Quando o Papa Zeferino morreu em 217, Calisto foi eleito pelo povo de Roma como Sumo Pontífice e teve que sofrer com paciência a oposição de um tal Hipólito, que rejeitava que um pecador poderia retornar à Igreja se fizesse penitências e deixasse suas maldades.
Quando foi preso pelas perseguições, foi levado a um calabouço escuro sem comida. Tempos depois, encontraram-no tranquilo e perguntaram-lhe como conseguia não se desesperar. Então, ele respondeu:
“Acostumei meu corpo a passar dias e semanas sem comer nem beber, e isso por amor e meu amigo Jesus Cristo, assim, já sou capaz de resistir sem me desesperar”.
O chefe romano mandou que o jogassem em um poço fundo e que a boca deste poço fosse coberta com terra e escombros. Mais tarde, neste local foi erguida a Igreja de Santa Maria em Trastevere.
ACI Digital

domingo, 13 de outubro de 2019

28º Domingo do Tempo Comum - Ano C: FÉ E GRATIDÃO

+ Dom Sérgio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
Nós temos muito a aprender com a atitude dos dez leprosos, assim como do sírio Naamã. Eles buscam a Deus!  “Jesus, mestre, tem compaixão de nós!” (Lc 17,13) é o grito que os dez dirigem a Jesus. A cura de Naamã, no tempo do profeta Eliseu, é também um forte sinal da busca sincera por Deus da parte daquele homem. Em ambos os casos, o poder de Deus se manifesta, mas a atitude de fé é fundamental. A narrativa do Evangelho se conclui com a palavra de Jesus àquele que retornou para agradecer: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou” (Lc 17,19). S. Lucas apresenta aquele samaritano como modelo de fé, de gratidão e louvor, tendo já apresentado outro samaritano como modelo de caridade. Semelhante testemunho de fé é destacado na figura de outro estrangeiro, Naamã, o sírio. Os textos meditados ressaltam a gratidão, como consequência da fé e do reconhecimento da ação de Deus. Naamã insiste em retribuir a Eliseu o grande bem recebido. O homem que retornou para agradecer Jesus é elogiado.
A resposta divina encontra-se no centro da narrativa. A cura é sinal do poder de Deus e de sua compaixão, oferecendo a salvação a todos e manifestando o seu amor aos que mais sofrem, como os leprosos ou os estrangeiros. As consequências da cura alcançada são ressaltadas.  Naamã declara que não ofereceria mais sacrifícios a outros deuses, mas somente ao Senhor (2Rs 5,17). O samaritano glorifica a Deus, prostra-se diante de Jesus com fé e gratidão, alcançando a graça de ser salvo. S. Lucas destaca que os dez foram curados, mas que o samaritano foi salvo pela fé em Cristo.
Nós também glorificamos a Deus, recorrendo ao belo hino da segunda carta de S. Paulo a Timóteo, que nos motiva a viver na fidelidade a Cristo. Neste domingo, nós bendizemos a Deus pela canonização de Irmã Dulce, na Basílica de São Pedro. Ela é a primeira mulher nascida no Brasil a ser canonizada, tendo testemunhado o seu amor aos pobres e enfermos, ao longo de sua vida, na Bahia. Na mesma ocasião, serão canonizados o Cardeal inglês John H. Newmann, um dos principais intelectuais cristãos do século 19, e outras três religiosas.
Continuemos a rezar pelo Sínodo Especial para a Amazônia, que está acontecendo no Vaticano, de especial importância para o cumprimento da missão evangelizadora da Igreja na região amazônica. Neste mês missionário, rezemos também por tantos missionários que doam a sua vida a serviço da Igreja na Amazônia, especialmente pelos padres de nossa Arquidiocese que lá atuam. Sejamos todos missionários, através da oração e do testemunho de vida cristã!
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

Homilia do Papa na Canonização de Irmã Dulce

Papa Francisco pronunciando sua homilia. 
Crédito: Captura de Youtube Vatican Media
Roma, 13 Out. 19 / 07:06 am (ACI).- Este domingo 13 de outubro o Papa Francisco celebrou a canonização da Irmã Dulce Lopes Pontes, do Cardeal John Henry Newman, as religiosas Giuseppina Vannini e Maria Teresa Chiramel Mankidiyan, e a leiga Marguerite Bays.

 
A seguir a homilia pronunciada pelo Santo Padre:
«A tua fé te salvou» (Lc 17, 19). É o ponto de chegada do Evangelho de hoje, que nos mostra o caminho da fé. Neste percurso de fé, vemos três etapas, vincadas pelos leprosos curados, que invocam, caminham e agradecem.
Primeiro, invocar. Os leprosos encontravam-se numa condição terrível não só pela doença em si, ainda hoje difusa e devendo ser combatida com todos os esforços possíveis, mas pela exclusão social. No tempo de Jesus, eram considerados impuros e, como tais, deviam estar isolados, separados (cf. Lv 13, 46). De facto, quando vão ter com Jesus, vemos que «se mantêm à distância» (Lc 17, 12). Embora a sua condição os coloque de lado, todavia diz o Evangelho que invocam Jesus «gritando» (17, 13) em voz alta. Não se deixam paralisar pelas exclusões dos homens e gritam a Deus, que não exclui ninguém. Assim se reduzem as distâncias, e a pessoa sai da solidão: não se fechando em auto lamentações, nem olhando aos juízos dos outros, mas invocando o Senhor, porque o Senhor ouve o grito de quem está abandonado.
Também nós – todos nós – necessitamos de cura, como aqueles leprosos. Precisamos de ser curados da pouca confiança em nós mesmos, na vida, no futuro; curados de muitos medos; dos vícios de que somos escravos; de tantos fechamentos, dependências e apegos: ao jogo, ao dinheiro, à televisão, ao telemóvel, à opinião dos outros. O Senhor liberta e cura o coração, se O invocarmos, se lhe dissermos: «Senhor, eu creio que me podeis curar; curai-me dos meus fechamentos, livrai-me do mal e do medo, Jesus». No Evangelho de Lucas, os primeiros a invocar o nome de Jesus são os leprosos. Depois fá-lo-ão também um cego e um dos ladrões na cruz: pessoas carentes invocam o nome de Jesus, que significa Deus salva. De modo direto e espontâneo chamam Deus pelo seu nome. Chamar pelo nome é sinal de confidência, e o Senhor gosta disso. A fé cresce assim, com a invocação confiante, levando a Jesus aquilo que somos, com franqueza, sem esconder as nossas misérias. Invoquemos diariamente, com confiança, o nome de Jesus: Deus salva. Repitamo-lo: é oração. A oração é a porta da fé, a oração é o remédio do coração.
Caminhar é a segunda etapa. Neste breve Evangelho de hoje, aparece uma dezena de verbos de movimento. Mas o mais impressionante é sobretudo o facto de os leprosos serem curados, não quando estão diante de Jesus, mas depois enquanto caminham, como diz o texto: «Enquanto iam a caminho, ficaram purificados» (17, 14). São curados enquanto vão para Jerusalém, isto é, palmilhando uma estrada a subir. É no caminho da vida que a pessoa é purificada, um caminho frequentemente a subir, porque leva para o alto. A fé requer um caminho, uma saída; faz milagres, se sairmos das nossas cómodas certezas, se deixarmos os nossos portos serenos, os nossos ninhos confortáveis. A fé aumenta com o dom, e cresce com o risco. A fé atua, quando avançamos equipados com a confiança em Deus. A fé abre caminho através de passos humildes e concretos, como humildes e concretos foram o caminho dos leprosos e o banho de Naaman no rio Jordão, que ouvimos na primeira Leitura (cf. 2 Re 5, 14-17). O mesmo se passa connosco: avançamos na fé com o amor humilde e concreto, com a paciência diária, invocando Jesus e prosseguindo para diante.
Outro aspeto interessante no caminho dos leprosos é que se movem juntos. Refere o Evangelho, sempre no plural, que «iam a caminho» e «ficaram purificados» (Lc 17, 14): a fé é caminhar juntos, jamais sozinhos. Mas, uma vez curados, nove continuam pela sua estrada e apenas um regressa para agradecer. E Jesus desabafa a sua mágoa assim: «Onde estão os outros nove?» (17, 17). Quase parece perguntar pelos outros nove, ao único que voltou. É verdade! Constitui tarefa nossa – de nós que estamos aqui a «fazer Eucaristia», isto é, a agradecer –, constitui nossa tarefa ocuparmo-nos de quem deixou de caminhar, de quem se extraviou: somos guardiões dos irmãos distantes. Somos intercessores por eles, somos responsáveis por eles, isto é, chamados a responder por eles, a tê-los a peito. Queres crescer na fé? Ocupa-te dum irmão distante, duma irmã distante.
Invocar, caminhar e… agradecer: esta é a última etapa. Só àquele que agradece é que Jesus diz: «A tua fé te salvou» (17, 19). Não se encontra apenas curado; também está salvo. Isto diz-nos que o ponto de chegada não é a saúde, não é o estar bem, mas o encontro com Jesus. A salvação não é beber um copo de água para estar em forma; mas é ir à fonte, que é Jesus. Só Ele livra do mal e cura o coração; só o encontro com Ele é que salva, torna plena e bela a vida. Quando se encontra Jesus, brota espontaneamente o «obrigado», porque se descobre a coisa mais importante da vida: não o receber uma graça nem o resolver um problema, mas abraçar o Senhor da vida.
É encantador ver como aquele homem curado, que era um samaritano, manifesta a alegria com todo o seu ser: louva a Deus em voz alta, prostra-se, agradece (cf. 17, 15-16). O ponto culminante do caminho de fé é viver dando graças. Podemos perguntar-nos: Nós, que temos fé, vivemos os dias como um peso a suportar ou como um louvor a oferecer? Ficamos centrados em nós mesmos à espera de pedir a próxima graça, ou encontramos a nossa alegria em dar graças? Quando agradecemos, o Pai deixa-Se comover e derrama sobre nós o Espírito Santo. Agradecer não é questão de cortesia, de etiqueta, mas questão de fé. Um coração que agradece, permanece jovem. Dizer «obrigado, Senhor», ao acordar, durante o dia, antes de deitar, é antídoto ao envelhecimento do coração. E o mesmo se diga em família, entre os esposos: lembrem-se de dizer obrigado. Obrigado é a palavra mais simples e benfazeja.
Invocar, caminhar, agradecer. Hoje, agradecemos ao Senhor pelos novos Santos, que caminharam na fé e agora invocamos como intercessores. Três deles são freiras e mostram-nos que a vida religiosa é um caminho de amor nas periferias existenciais do mundo. Ao passo que Santa Margarida Bays era uma costureira e revela-nos quão poderosa é a oração simples, a suportação com paciência, a doação silenciosa: através destas coisas, o Senhor fez reviver nela o esplendor da Páscoa. Da santidade do dia a dia, fala o Santo Cardeal Newman quando diz: «O cristão possui uma paz profunda, silenciosa, oculta, que o mundo não vê. (...) O cristão é alegre, calmo, bom, amável, educado, simples, modesto; não tem pretensões, (...) o seu comportamento está tão longe da ostentação e do requinte que facilmente se pode, à primeira vista, tomá-lo por uma pessoa comum» (Parochial and Plain Sermons, V, 5). Peçamos para ser, assim, «luzes gentis» no meio das trevas do mundo. Jesus, «ficai connosco e começaremos a brilhar como brilhais Vós, a brilhar de tal modo que sejamos uma luz para os outros» (Meditations on Christian Doctrine, VII, 3). Amen.
ACI Digital

Nossa Senhora de Nazaré, a Rainha da Amazônia

REDAÇÃO CENTRAL, 13 Out. 19 / 05:00 am (ACI).- Neste segundo domingo de outubro, a Igreja no Brasil celebra a maior devoção mariana do Norte do país, Nossa Senhora de Nazaré, chamada carinhosamente pelos fiéis de Rainha da Amazônia.

Para a comemoração da data, em Belém (PA) é realizada uma das maiores procissões católicas do mundo, o Círio de Nazaré, que chega a reunir cerca de 2 milhões de romeiros em uma caminhada de fé de 3,6 quilômetros.
A devoção a Nossa Senhora de Nazaré teve início em Portugal. A imagem original da Virgem pertencia ao Mosteiro de Caulina, na Espanha, e teria saído da cidade de Nazaré, em Israel, no ano de 361. Acredita-se que a imagem foi esculpida pelo próprio São José.
Por causa de uma batalha, a imagem foi levada para Portugal, onde, por muito tempo, ficou escondida no Pico de São Bartolomeu. Só em 1119, foi encontrada e a notícia se espalhou, levando muitas pessoas a venerarem a santa. Desde então, muitos milagres foram atribuídos a ela.
No Brasil, uma pequena imagem da Senhora de Nazaré foi encontrada em 1700, na cidade de Belém (PA), pelo caboclo Plácido José de Souza, às margens do igarapé Murutucú, onde hoje se encontra a Basílica Santuário.
Plácido teria levado a imagem para a sua choupana e, no dia seguinte, ela não estava mais lá. Correu ao local do encontro e lá estava a “Santinha”. O fato teria se repetido várias vezes até a imagem ser enviada ao Palácio do Governo. No local onde a estátua foi achada, Plácido construiu uma pequena capela.
Em 1792, o Vaticano autorizou a realização de uma procissão em homenagem à Virgem de Nazaré, na capital paraense. Organizado pelo presidente da Província do Pará, capitão-mor Dom Francisco de Souza Coutinho, o primeiro Círio foi realizado no dia 8 de setembro de 1793. No início, não havia data fixa para o Círio, que poderia ocorrer nos meses de setembro, outubro ou novembro.
A partir de 1901, por determinação do Bispo Dom Francisco do Rêgo Maia, a procissão passou a ser realizada sempre no segundo domingo de outubro. Tradicionalmente, a imagem é levada da Catedral de Belém à Basílica Santuário.
Hoje, o Círio de Nazaré vai além da procissão principal do segundo domingo de outubro, contando com uma programação que se estende por vários dias, incluindo Missas, momentos de adoração e 12 procissões.
Por sua grandiosidade, o Círio de Nazaré foi registrado, em setembro de 2004, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial.
ACI Digital

Beata Alexandrina da Costa, que viveu a paixão de Cristo

REDAÇÃO CENTRAL, 13 Out. 19 / 08:00 am (ACI).- “Queres me encontrar, minha filha? Busca-me em teu coração e em tua alma, aí habito teu coração como em meu tabernáculo. Se soubesses o quanto me consolas e o quanto socorres os pecadores só ao dizer-me que eres minha vítima”, disse uma vez Jesus à Beata Alexandrina da Costa, que viveu em êxtase a paixão de Cristo.

Alexandrina nasceu em 1904, em Balasar (Portugal). Para preservar sua virgindade, aos 14 anos se lançou da janela do segundo andar de sua casa, diante da ameaça de alguns mal-intencionados que entraram à força para abusar dela, de sua irmã e de uma amiga.
O golpe lhe causou, depois, uma paralisia total que a obrigou a ficar de cama pelo resto de sua vida. Mais tarde, ofereceu-se a Cristo como vítima pela conversão dos pecadores, por amor à Eucaristia e pela consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria, mensagens fundamentais de Fátima.
Nos últimos 13 anos de sua vida não provou alimento, nem bebida e se manteve apenas da Comunhão. Entregue à vida de oração e jejum, em 180 ocasiões experimentou misticamente a paixão de Cristo com muito sofrimento.
Milhares iam ao seu leito para receber dela palavras de consolo e de tornou Cooperadora Salesiana.
Em 13 de outubro de 1955, aniversário do “milagre do sol” que aconteceu em Fátima 38 anos antes, partiu para a Casa do Pai. Antes de morrer, disse: “Não pequem mais. Os prazeres desta vida não valem nada. Recebam a comunhão; rezem o terço todos os dias. Isso resume tudo”.
A pedido da Beata, ficou escrito no epitáfio de seu túmulo a seguinte inscrição: “Pecadores, se as cinzas do meu corpo puderem ser úteis para a vossa salvação, aproximai-vos: passai todos por cima delas, pisai-as até desaparecerem, mas não pequeis mais! Não ofendais mais o nosso Jesus! Pecadores, queria dizer-vos tantas coisas. Não bastaria este grande cemitério para escrevê-las todas! Convertei-vos! Não queirais perder a Jesus por toda a eternidade! Ele é tão bom!... Amai-O! Amai-O! Basta de pecar!”.
São João Paulo II a beatificou em 2004 e, naquela ocasião, assinalou que “pela esteira da Beata Alexandrina, expressa na trilogia ‘sofrer, amar, reparar’, os cristãos podem encontrar estímulo e motivação para nobilitar tudo o que a vida tenha de doloroso e triste com a prova maior de amor: sacrificar a vida por quem se ama”.
ACI Digital

sábado, 12 de outubro de 2019

Tudo pronto para a canonização de Irmã Dulce no Vaticano

Imagem de Irmã Dulce na fachada da Basílica de São Pedro-
Foto: Daniel Ibáñez (ACI Prensa)
Roma, 12 Out. 19 / 12:29 pm (ACI).- Já está tudo preparado em Roma para a Missa em que o Papa Francisco proclamará Santos a beata Dulce Lopes Pontes, que se converterá na primeira mulher nascida no Brasil a ser inscrita no livro dos santos, junto com outros 4 beatos .
Amanhã serão declaradas santos na Missa que será celebrada na Praça de São Pedro, no Vaticano, a religiosa italiana Giuseppina Vanini, fundadora das Filhas de São Camilo; a religiosa Maria Teresa Chiramel Mankidiyan; e a Suíça Marguerite Bays, junto com o Cardeal John Henry Newmann, um converso ao catolicismo que deixou um frutífero legado intelectual para a Igreja.
Este sábado a Praça de São Pedro amanheceu pronta para acolher os milhares de fiéis que participarão da cerimônia, entre eles, centenas de peregrinos vindos de Salvador (BA), onde Irmã Dulce viveu. As cadeiras para a Missa e os cavaletes que separam os distintos âmbitos para este tipo de celebrações também já foram postas.
Do mesmo modo, já estão colocadas as plataformas de onde as diversas equipes de imprensa poderão transmitir a cerimônia que está programada para 10:00 a.m (hora local).
Entre as várias iniciativas que se realizam em Roma para celebrar a canonização destes cinco novos Santos, está a mostra organizada pela embaixada britânica e o Colégio Sacerdotal inglês chamada “Um santo em Roma”, que mostra a passagem do Cardeal Newman pela Cidade Eterna e o evento: “Cardeal Newman: Uma celebração”, programado para este sábado 12 de outubro na Casina Pio IV no Vaticano, com a participação dos Cardeais Pietro Parolin, Fernando Filoni, e Marc Ouellet, da Cúria do Romana, e o Cardeal Vincent Nichols, Arcebispo de Westminster (Inglaterra), onde viveu o futuro santo britânico.
O Brasil estava presente na Praça na manhã de hoje. Peregrinos da Bahia e de todo Brasil vieram presenciar a canonização da brasileira Dulce Lopes Pontes, ou, Irmã Dulce dos Pobres como atualmente é conhecida a Beata.
Em homenagem a Irmã Dulce, a primeira mulher nascida no Brasil a ser inscrita no livro dos Santos, programou-se uma ópera composta por Roberto La Borda, que será apresentada às 18hs na Embaixada brasileira em Roma, perto da Praça Navona.
Para a canonização desta religiosa se espera a participação de 15 mil brasileiros, entre eles o Arcebispo de Salvador (BA), Dom Murilo Krieger, que se disse emocionado por participar da cerimônia de canonização da freira baiana.
ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF