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domingo, 29 de dezembro de 2019

A SAGRADA FAMÍLIA - ANO A

+ Dom Sérgio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
O Natal não se reduz a um único dia festivo. O tempo do Natal se estende até a festa do Batismo do Senhor, a ser celebrada no próximo dia 12 de janeiro. Por isso, continuamos a celebrar o nascimento do Salvador, com alegria e louvor a Deus, procurando viver o que celebramos. O primeiro domingo após o Natal é dedicado à Sagrada Família, Jesus, Maria e José, modelo permanente para toda família. Neste domingo, nós bendizemos ao Senhor pela Família de Nazaré e pelas nossas famílias, suplicando as bênçãos de Deus para cada família, especialmente, pelas que passam por maiores sofrimentos.
O Evangelho segundo Mateus nos apresenta a Sagrada Família perseguida por Herodes, em fuga para o Egito (Mt 2,13-23). José e Maria enfrentam as dificuldades de uma longa viagem e da vida em terra estranha para salvar a vida do menino Jesus. Esta situação vivida pela Sagrada Família nos faz pensar nos sofrimentos de tantas famílias, especialmente, nas angústias e sacrifícios de tantos pais que lutam para salvar a vida de seus filhos.
A Carta de S. Paulo aos Colossenses nos mostra como devem viver as nossas famílias e as nossas comunidades. O Apóstolo nos recorda o mandamento do amor, “amai-vos uns aos outros”, oferecendo-nos valiosas indicações sobre como colocá-lo em prática. Ele destaca “a sincera misericórdia, a bondade, a humildade, a mansidão e a paciência” e, sobretudo, o perdão: “perdoando-vos mutuamente se um tiver queixa contra o outro; como o Senhor vos perdoou, assim perdoai também” (Cl 3,13). O perdão não poderá jamais faltar nos relacionamentos entre pais e filhos e entre irmãos. Sem o perdão, não pode haver unidade e paz numa família.
No livro do Eclesiástico, encontramos outra atitude a ser mais cultivada em nosso tempo: “honrar pai e mãe”. O amor e o respeito pelos pais, especialmente quando se encontrarem enfermos ou em idade avançada, são motivos de bênçãos para os filhos. Conforme o texto meditado, quem assim faz, “alcança o perdão dos pecados”, “será ouvido na oração” e “terá alegria com os próprios filhos” (Eclo 3,3-17).
Para viver bem o Natal é fundamental a participação na Igreja, família que acolhe todas as famílias. É preciso organizar-se para participar das missas neste período natalino, que para muitos é também período de férias. Em tempo de férias é necessário continuar a viver a fé. Ao organizar viagens e períodos de lazer, não deixe de dar prioridade à participação na missa dominical. Seja este um tempo especial também para a convivência fraterna com os familiares e amigos. Assim fazendo, as alegrias do Natal continuarão no novo Ano.
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

São Tomás Becket, mártir inglês

REDAÇÃO CENTRAL, 29 Dez. 19 / 07:00 am (ACI).- “Morro voluntariamente pelo nome de Jesus e pela defesa de sua Igreja”, disse São Tomás Becket de Canterbury antes de morrer como mártir e fiel à Igreja por se opor às intenções do rei da Inglaterra de controlar a Igreja local. Sua festa é celebrada neste dia 29 de dezembro.

São Tomás nasceu em Londres, Inglaterra, em 1118, em uma família trabalhadora. Foi educado pelos monges da Abadia de Merton em Surrey e chegou a estudar na Universidade de Paris. Quando seu pai morreu, passou a ter dificuldades financeiras e tornou-se empregado da corte do Arcebispo Theobald de Canterbury. Ganhou a confiança do Bispo e chegou a viajar com ele pela França, Roma e outros lugares. Do mesmo modo, tornou-se amigo do rei.
Em 1154, foi ordenado Diácono e serviu como negociador dos assuntos da Igreja com a coroa. Em seguida, por sugestão do Arcebispo Theobald, tornou-se chanceler da Inglaterra e administrou a lei com sabedoria e imparcialidade. Posteriormente, foi ordenado sacerdote e, no dia seguinte, recebeu a consagração episcopal.
Como Arcebispo, dedicou-se inteiramente ao serviço de Deus, desenvolvendo um profundo amor pela Eucaristia. Ao se recusar aos interesses de Henrique II, que queria que a Igreja na Inglaterra estivesse sujeita ao poder do rei, optou pelo exílio na França.
O rei da França persuadiu o rei inglês Henrique II a ir aonde Tomás estava para fazer as pazes. Depois de voltar à sua pátria, as discussões começaram novamente. O rei Henrique escutou que, da Normandia, o Papa tinha excomungado os Bispos recalcitrantes por usurpar os direitos do Bispo de Canterbury e São Tomás se manteria firme até que os Prelados prometessem obediência ao Sumo Pontífice.
O rei ficou irado e disse: “Não há ninguém que me livre deste sacerdote turbulento?”. Quatro cavaleiros o escutaram e decidiram resolver o assunto com suas próprias mãos.
Em 29 de dezembro de 1170, os cavaleiros com uma tropa de soldados apareceram do lado de fora da Catedral de Canterbury, exigindo ver o Arcebispo. Os presbíteros tentaram proteger o santo e o forçaram a se refugiar na Igreja, mas Tomás os proibiu de fechar a porta, sob desobediência, dizendo que “uma igreja não deve se converter em um castelo”.
Na penumbra da Igreja, os cavaleiros acusavam o Arcebispo de traidor. “Aqui estou eu”, Tomás. “Não traidor, mas um sacerdote de Deus. Surpreende-me que, com tal vestuário, entrem na igreja de Deus. O que querem comigo?”.
Um cavaleiro ergueu a espada para atacá-lo, mas um dos que andavam com São Tomás o protegeu com seu braço. Os quatro cavaleiros atacaram juntos e assassinaram o Arcebispo nos degraus do santuário.
De acordo com uma testemunha, suas últimas palavras foram: “Morro voluntariamente pelo nome de Jesus e pela defesa de sua Igreja”.
O crime causou indignação e o rei Henrique foi forçado a fazer penitência pública e construir o mosteiro em Witham, Somerset.
Passados 400 anos, quando o rei Henrique VIII rompeu a unidade da Igreja, São Tomás Becket foi removido do calendário de santos da Inglaterra, seu santuário foi destruído e as relíquias acabaram queimadas (alguns dizem que foram transferidas para Stoneyhurst).
Do mesmo modo, esse outro rei também chamado Henrique (VIII) mandou matar outro grande mártir inglês conhecida como São Thomas More.
ACI Digital

Festa da Sagrada Família


REDAÇÃO CENTRAL, 29 Dez. 19 / 05:00 am (ACI).- Hoje a Igreja celebra a festa da Sagrada Família e convida todos a olhar para Jesus, Maria e José, que desde o início tiveram que enfrentar os perigos do exílio no Egito, mas, sempre mostrando que o amor é mais forte do que a morte. Eles são um reflexo da Trindade e modelo de cada família.

A solenidade da Sagrada Família, que é celebrada dentro da Oitava de Natal, é uma festa que incentiva a aprofundar o amor familiar, examinar a situação do próprio lar e buscar soluções que ajudem o pai, a mãe e os filhos a serem cada vez mais como a Família de Nazaré.
Ao celebrar esta data em 2013, o Papa Francisco ressaltou que o “nosso olhar hoje para a Sagrada Família se deixa atrair também pela simplicidade da vida que essa conduz em Nazaré. É um exemplo que faz tanto bem às nossas famílias, ajuda-as a se tornarem sempre mais comunidades de amor e de reconciliação, na qual se experimenta a ternura, a ajuda mútua, o perdão recíproco”.
A vida familiar não pode ser reduzida a problemas de relacionamento, deixando de lado os valores transcendentes, já que a família é o sinal do diálogo entre Deus e o homem. Pais e filhos devem estar abertos à Palavra e ouvir, sem esquecer a importância da oração familiar que une fortemente os membros da família.
São João Paulo II, que é conhecido como o Papa das famílias, no Ângelus desta solenidade em 1996, destacou que “a mensagem que vem da Sagrada Família é, antes de tudo, uma mensagem de fé: a casa de Nazaré é aquela onde Deus está verdadeiramente no centro”.
“Para Maria e José esta opção de fé concretiza-se no serviço ao Filho de Deus que lhes foi confiado, mas exprime-se também no seu amor recíproco, rico de ternura espiritual e de fidelidade”, indicou.
Em muitas ocasiões, João Paulo II reforçou a importância da vivência da fé em família, por meio da oração. “A família que reza unida, permanece unida”, dizia, sugerindo que juntos rezassem o Rosário.
ACI Digital

Oração do Papa Francisco à Sagrada Família


Em sua exortação apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia, o Papa Francisco faz referências à Sagrada Família de Nazaré como exemplo para as famílias de hoje e termina este documento com uma oração especial dedicada a Jesus, Maria e José.
Em seu parágrafo 66, ao citar as palavras de Paulo VI na Alocução em Nazaré em 5 de janeiro de 1964, Francisco recorda que “a aliança de amor e fidelidade, vivida pela Sagrada Família de Nazaré, ilumina o princípio que dá forma a cada família e a torna capaz de enfrentar melhor as vicissitudes da vida e da história”.
“Sobre este fundamento – continua –, cada família, mesmo na sua fragilidade, pode tornar-se uma luz na escuridão do mundo. ‘Aqui se aprende (…) uma lição de vida familiar. Que Nazaré nos ensine o que é a família, a sua comunhão de amor, a sua austera e simples beleza, o seu carácter sagrado e inviolável; aprendamos de Nazaré como é preciosa e insubstituível a educação familiar e como é fundamental e incomparável a sua função no plano social’”.
A seguir, confira a oração do Papa Francisco à Sagrada Família:
Jesus, Maria e José,
em Vós contemplamos
o esplendor do verdadeiro amor,
confiantes, a Vós nos consagramos.
Sagrada Família de Nazaré,
tornai também as nossas famílias
lugares de comunhão e cenáculos de oração,
autênticas escolas do Evangelho
e pequenas igrejas domésticas.
Sagrada Família de Nazaré,
que nunca mais haja nas famílias
episódios de violência, de fechamento e divisão;
e quem tiver sido ferido ou escandalizado
seja rapidamente consolado e curado.
Sagrada Família de Nazaré,
fazei que todos nos tornemos conscientes
do carácter sagrado e inviolável da família,
da sua beleza no projeto de Deus.
Jesus, Maria e José,
ouvi-nos e acolhei a nossa súplica.
Amém.
ACI Digital

sábado, 28 de dezembro de 2019

Santos Inocentes, crianças que morreram por Cristo

REDAÇÃO CENTRAL, 28 Dez. 19 / 05:00 am (ACI).- “Ainda não falam e já confessam a Cristo. Ainda não podem mover os seus membros para travar batalha e já alcançam a palma da vitória”, disse uma vez São Quodvultdeus (século V) ao exortar os fiéis sobre os Santos Inocentes, as crianças que morreram por Cristo e cuja festa se celebra neste 28 de dezembro.

De acordo com o relato de São Mateus, o rei Herodes mandou matar em Belém e seus arredores os meninos menores de dois anos, ao sentir-se enganado pelos Reis Magos, os quais retornaram aos seus países por outro caminho para não lhe revelar onde estava o Messias.
A festa para venerar estes meninos que morreram como mártires foi instituída no século IV. A tradição oriental os recorda em 29 de dezembro, enquanto que a latina, no dia 28 deste mês.
Posteriormente, São Quodvultdeus, Padre da Igreja do Século V e Bispo de Cartago (norte da África), deu um sermão sobre este lamentável feito.
“Que temes, Herodes, ao ouvir dizer que nasceu o Rei? Ele não veio para te destronar, mas para vencer o demónio. Tu, porém, não o compreendes; e por isso te perturbas e te enfureces, e, para que não escape aquele único Menino que buscas, te convertes em cruel assassino de tantas crianças”, expressou.
O Santo ainda acrescenta: “Nem as lágrimas das mães nem o lamento dos pais pela morte de seus filhos, nem os gritos e gemidos das crianças te comovem. Matas o corpo das crianças, porque o temor te matou o coração”.
“As crianças, sem o saberem, morrem por Cristo; os pais choram os mártires que morrem. Àqueles que ainda não podiam falar, Cristo os faz suas dignas testemunhas”, enfatizou São Quodvultdeus.
ACI Digital

5 coisas que talvez não saiba sobre os Santos Inocentes

REDAÇÃO CENTRAL, 28 Dez. 19 / 06:00 am (ACI).- No marco da festa dos Santos Inocentes, apresentamos 5 coisas que talvez não sabia sobre estes mártires, cujas mortes seguem repercutindo na sociedade de hoje, segundo artigo de Pe. Sergio Román, publicado no SIAME (Serviço Informativo da Arquidiocese do México).

1. A história
Herodes disse aos Magos do Oriente que ele estava muito interessado no rei que tinha acabado de nascer e pediu-lhes para informá-lo sobre este rei em seu retorno para também ir adorá-lo. A estrela guiou os Magos até a criança e, cumprida sua missão, voltaram para seus países de origem por outros caminhos, pois um anjo lhes avisou em sonhos que Herodes queria matar Jesus.
Desapontado com os Magos, Herodes mandou matar todas as crianças menores de dois anos com o desejo de acabar com aquele Rei nascido em Belém, que colocava em perigo seu próprio reinado. Um genocídio. A matança dos inocentes. A Igreja os recorda no dia 28 de dezembro, unidos aos Natal, porque eles não morreram por Cristo, mas no lugar de Cristo.
2. Herodes, o Grande!
Assim se fazia chamar aquele rei da Palestina, fantoche do Império Romano. Foi grande porque soube ganhar guerras e conquistar terras para o seu reino, mas também por seus crimes: casou-se com Mariana, filha do sumo sacerdote Hircano II. Temeroso de que desejavam o seu reino, mandou matar seu genro, José; Salomé; o sumo sacerdote Hircano II; sua esposa Mariana; os irmãos dela, Aristóbulo e Alexandra; seus próprios filhos, Aristóbulo, Alexander e Antipatro.
Quando ficou enfermo, mandou prender todos os personagens importantes de Jericó, com a ordem de que assim que morresse, matassem-nos a flechadas. Quando Herodes morreu, esta ordem não foi cumprida. Com esses dados, podemos compreender que para ele foi fácil mandar matar os Santos Inocentes. Quantos foram? Hoje, sabe-se que Belém não devia ter mais de mil habitantes e que a este número, provavelmente, corresponderia uma população de 20 meninos.
3. A gruta de Belém
Santa Helena, mãe do imperador Constantino, que deu paz aos cristãos no século IV, construiu uma Basílica sobre a gruta de Belém, onde o Menino Jesus nasceu. Essa Basílica, reconstruída, ainda existe e guarda em sua cripta a preciosa gruta onde uma estrela de prata marca o lugar do santo nascimento. “Aqui nascei Jesus Cristo de Maria, a Virgem”, diz a inscrição em latim.
A gruta de Belém é um sistema de cavernas que se estendem debaixo da antiga basílica e do templo católico de Santa Catarina. Em uma dessas cavernas foram encontrados restos de crianças enterradas. O primeiro pensamento foi que eram os restos dos Santos Inocentes, mas os caixões correspondiam a uma época muito posterior. De todo modo, essa caverna foi dedicada à memória dos Santos Inocentes.
4. Ain Karen
Ain Karen é uma cidade perto de Jerusalém. Segundo a tradição, é o lugar da “Visitação” e do nascimento de João Batista. Este era mais velho do que Jesus apenas seis meses e existe a lenda de que também ao ser vítima de Herodes. Perseguida por soldados assassinos, sua mãe Isabel buscou uma rocha no monte atrás da qual ocultou seu pequeno João antes que os soldados a alcançassem.
Quando os soldados a alcançaram, procuraram até atrás da rocha, mas não viram nada. Quando saíram, Isabel correu para buscar seu menino e descobriu que a rocha tinha aberto um espaço para dar lugar em seu interior ao pequeno perseguido e, assim, salvou João Batista. Na Basílica da Visitação, sobre o monte, guarda-se uma estranha rocha que recorda esta história.
5. Os santos inocentes de hoje
A celebração litúrgica deve nos recordar não apenas o fato histórico daquelas crianças assassinadas no lugar de Cristo, mas também o acontecimento diário de todos aqueles inocentes perseguidos e assassinados entre nós. Os humanos somos capazes de monstruosidades que nos envergonham.
Seguimos assassinando por motivos religiosos, políticos, econômicos e, cada vez que denunciamos um desses crimes, clamamos indignados “Nunca mais!”, para, em seguida, repetir a história. Não permaneçamos indiferentes ante esses genocídios, despertemos em nós a solidariedade e unamos nossas vozes e nossas ações às desses inocentes que seguem morrendo no lugar de Cristo.
ACI Digital

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

São João Evangelista, o discípulo amado de Jesus

REDAÇÃO CENTRAL, 27 Dez. 19 / 05:00 am (ACI).- “Meus filhinhos, amai-vos uns aos outros”, costumava dizer São João Evangelista, o mais jovem dos Apóstolos e que se distingue como o “discípulo amado de Jesus”. Foi quem acolheu a Virgem Maria em sua casa e é padroeiro dos teólogos e escritores. Sua festa se celebra neste dia 27 de dezembro.

São João era judeu da Galileia, filho do Zebedeu e irmão do São Tiago Maior, com quem era pescador. Foi designado para acompanhar Pedro na preparação da última ceia, onde reclinou sua cabeça sobre o peito do Jesus. Esteve ao pé da cruz com a Virgem Maria, a quem levou para sua casa como Mãe para honrá-la, servi-la e cuidá-la.
Quando chegou a notícia do sepulcro vazio, São João correu junto a São Pedro para constatar. Foi quando os dois “viram e acreditaram”. Mais tarde, quando Jesus lhes apareceu à beira do lago da Galileia, Pedro perguntou sobre o futuro de João e o Senhor respondeu: “Se quiser que fique até que eu venha, o que te importa? Você, me siga”.
Por esta resposta, circulou o rumor de que João não ia morrer, algo que o próprio apóstolo desmentiu ao indicar que o Senhor nunca disse: “Não morrerá”.
Escreveu o Apocalipse, três epístolas e o Evangelho de São João, no qual se refere a si mesmo como “o discípulo que Jesus amava”.
Segundo São Clemente da Alexandria, em uma cidade, São João viu um jovem na congregação e, com o sentimento de que poderia tirar dele muita coisa boa, levou-o até o Bispo, o qual o próprio João havia consagrado, e lhe disse: “Em presença de Cristo e ante esta congregação, recomendo este jovem a seus cuidados”.
Pela recomendação de São João, o jovem se hospedou na casa do Bispo, que o instruiu na fé, batizou-o e confirmou. Entretanto, os cuidados do Bispo se esfriaram, o moço andou com más companhias e se tornou assaltante.
Depois de um tempo, São João voltou e pediu ao Bispo o encargo que Jesus Cristo e ele tinham encomendado a seu cuidado diante da Igreja. O Prelado se surpreendeu pensando que se tratava de algum dinheiro, mas o apóstolo lhe explicou que se referia ao jovem.
O Bispo exclamou: “Pobre jovem! Morreu”. “Do que morreu?”, perguntou São João. “Morreu para Deus, posto que é um ladrão”, respondeu-lhe. Ao ouvir isto, o ancião apóstolo pediu um cavalo e com a ajuda de um guia dirigiu-se às montanhas onde os assaltantes tinham seu esconderijo. Logo que entrou, foi feito prisioneiro.
No esconderijo dos malfeitores, o jovem reconheceu o santo e tentou fugir, mas o apóstolo gritou: “Moço! Por que foge de mim, seu pai, um velho e sem armas? Sempre há tempo para o arrependimento. Eu responderei por ti ante meu Senhor Jesus Cristo e estou disposto a dar a vida por sua salvação. É Cristo quem me envia”.
O rapaz ficou imóvel, baixou a cabeça, começou a chorar e se aproximou do santo para lhe implorar uma segunda oportunidade. São João, por sua vez, não abandonou o esconderijo dos ladrões até que o pecador foi reconciliado com a Igreja.
Esta caridade, que procurava inflamar nos outros, refletia-se em seu dito: “Meus filhinhos, amai-vos uns aos outros”. Uma vez lhe perguntaram por que repetia sempre a frase e São João respondeu: “Porque esse é o mandamento do Senhor e se o cumprirem já terão feito o bastante”.
Diferentemente de todos os outros apóstolos que morreram martirizados, São João partiu pacificamente para a Casa do Pai, em Éfeso, na Turquia, por volta do ano cem da era cristã e aos 94 anos de idade, segundo Santo Epifânio.
ACI Digital

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Santo Estêvão, diácono e primeiro mártir

REDAÇÃO CENTRAL, 26 Dez. 19 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 26 de dezembro, é celebrado o primeiro mártir de toda a Igreja Católica, Santo Estêvão. O protomártir morreu apedrejado logo depois de ser arrastado para fora da cidade, após ser levado ante o Sinédrio por falsas acusações. Ele acusou os judeus por ter chegado ao ponto de não reconhecer o Salvador e também de tê-lo crucificado.

Santo Estêvão, enquanto recebia o golpe das pedras, pronunciou as seguintes palavras: “Senhor Jesus, recebe meu espírito”. Estando de joelhos antes de morrer, exclamou com força: “Senhor, não lhes tenha em conta pecado”.
Na celebração da festa deste santo em 2013, o Papa Francisco assinalou que, “na verdade, na ótica da fé, a festa de Santo Estêvão está em plena sintonia com o significado profundo do Natal”.
“No martírio, de fato, a violência é vencida pelo amor, a morte pela vida. A Igreja vê no sacrifício dos mártires seu ‘nascimento ao céu’. Celebramos hoje, pois, o ‘nascimento’ de Estêvão, que em profundidade brota do Natal de Cristo. Jesus transforma a morte dos que o amam em aurora de vida nova”, acrescentou o Santo Padre.
Também o Papa Emérito Bento XVI, em 2012, ao falar do santo refletiu: “De onde o primeiro mártir cristão tirou a força para fazer frente a seus perseguidores e chegar até a entrega de si mesmo? A resposta é simples: de sua relação com Deus, de sua comunhão com Cristo, da meditação sobre a história da salvação, de ver a ação de Deus, que alcança seu ápice em Jesus Cristo”.
ACI Digital

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Mensagem Urbi et Orbi: "Que o Emmanuel seja luz para toda a humanidade ferida"

Vatican News
Síria, Líbano, Iêmen, Iraque, Venezuela e nações do continente americano, Ucrânia, República Democrática do Congo, Burkina Faso, Mali, Níger e Nigéria. Regiões da humanidade onde há dor e sofrimento provocados pelas trevas nos corações humanos, nas relações pessoais, familiares, sociais, nos conflitos econômicos, geopolíticos e ecológicos, receberam a atenção do Santo Padre em sua mensagem Urbi et Orbi neste dia de Natal: "Mas a luz de Cristo é maior", reiterou.

Cidade do Vaticano

A Mensagem e a Bênção Urbi et Orbi do Santo Padre:

«O povo que andava nas trevas viu uma grande luz» (Is 9,1).

Queridos irmãos e irmãs, feliz Natal!

Nesta noite, do ventre da mãe Igreja, nasceu de novo o Filho de Deus feito homem. O seu nome é Jesus, que significa Deus salva. O Pai, Amor eterno e infinito, enviou-O ao mundo, não para condenar o mundo, mas para o salvar (cf. Jo 3, 17). O Pai no-Lo deu, com imensa misericórdia; deu-O para todos; deu-O para sempre. E Ele nasceu como uma chamazinha acesa na escuridão e no frio da noite.
Aquele Menino, nascido da Virgem Maria, é a Palavra de Deus que Se fez carne; a Palavra que guiou o coração e os passos de Abraão rumo à terra prometida, e continua a atrair aqueles que confiam nas promessas de Deus; a Palavra que guiou os judeus no caminho desde a escravidão à liberdade, e continua a chamar os escravos de todos os tempos, incluindo os de hoje, para sairem das suas prisões. É Palavra mais luminosa do que o sol, encarnada num pequenino filho de homem, Jesus, luz do mundo.
Por isso, o profeta exclama: «O povo que andava nas trevas viu uma grande luz» (Is 9,1). É verdade que há trevas nos corações humanos, mas é maior a luz de Cristo; há trevas nas relações pessoais, familiares, sociais, mas é maior a luz de Cristo; há trevas nos conflitos econômicos, geopolíticos e ecológicos, mas é maior a luz de Cristo.
Que Jesus Cristo seja luz para tantas crianças que padecem a guerra e os conflitos no Médio Oriente e em vários países do mundo; seja conforto para o amado povo sírio, ainda sem o fim à vista das hostilidades que dilaceraram o país nesta década; sacuda as consciências dos homens de boa vontade; inspire os governantes e a comunidade internacional, para encontrar soluções que garantam a segurança e a convivência pacífica dos povos da Região e ponham termo aos seus sofrimentos; seja sustentáculo para o povo libanês, para poder sair da crise atual e redescobrir a sua vocação de ser mensagem de liberdade e coexistência harmoniosa para todos.
Que o Senhor Jesus seja luz para a Terra Santa, onde Ele nasceu, Salvador do homem, e onde continua a expectativa de tantos que, apesar de cansados mas sem se perder de ânimo, aguardam dias de paz, segurança e prosperidade; seja consolação para o Iraque, atravessado por tensões sociais, e para o Iémen, provado por uma grave crise humanitária.
Que o Menino pequerrucho de Belém seja esperança para todo o continente americano, onde várias nações estão a atravessar um período de convulsões sociais e políticas; revigore o querido povo venezuelano, longamente provado por tensões políticas e sociais, e não lhe deixe faltar a ajuda de que precisa; abençoe os esforços de quantos se empenham em favorecer a justiça e a reconciliação e trabalham para superar as várias crises e as inúmeras formas de pobreza que ofendem a dignidade de cada pessoa.
Que o Redentor do mundo seja luz para a querida Ucrânia, que aspira por soluções concretas para uma paz duradoura.
Que o Senhor recém-nascido seja luz para os povos da África, onde perduram situações sociais e políticas que, frequentemente, obrigam as pessoas a emigrar, privando-as duma casa e duma família; haja paz para a população que vive nas regiões orientais da República Democrática do Congo, martirizada por conflitos persistentes; seja conforto para quantos padecem por causa das violências, calamidades naturais ou emergências sanitárias; dê consolação a todos os perseguidos por causa da sua fé religiosa, especialmente os missionários e os fiéis sequestrados, e para quantos são vítimas de ataques de grupos extremistas, sobretudo no Burkina Faso, Mali, Níger e Nigéria.
Que o Filho de Deus, descido do Céu à terra, seja defesa e amparo para todos aqueles que, por causa destas e outras injustiças, devem emigrar na esperança duma vida segura. É a injustiça que os obriga a atravessar desertos e mares, transformados em cemitérios; é a injustiça que os obriga a suportar abusos indescritíveis, escravidões de todo o gênero e torturas em campos de detenção desumanos; é a injustiça que os repele de lugares onde poderiam ter a esperança duma vida digna e lhes faz encontrar muros de indiferença.
Que o Emmanuel seja luz para toda a humanidade ferida. Enterneça o nosso coração frequentemente endurecido e egoísta e nos torne instrumentos do seu amor. Através dos nossos pobres rostos, dê o seu sorriso às crianças de todo o mundo: às crianças abandonadas e a quantas sofreram violências. Através das nossas frágeis mãos, vista os pobres que não têm nada para se cobrir, dê o pão aos famintos, cuide dos enfermos. Pela nossa frágil companhia, esteja próximo das pessoas idosas e de quantas vivem sozinhas, dos migrantes e dos marginalizados. Neste dia de festa, dê a todos a sua ternura e ilumine as trevas deste mundo.
Vatican News

KALENDA OU ANÚNCIO NATALINO

Resultado de imagem para PRESÉPIO
Aci Digital
Transcorridos muitos séculos desde que Deus criou o mundo
e fez o homem à sua imagem;
- séculos depois de haver cessado o dilúvio,
quando o Altíssimo fez resplandecer o arco-íris,
sinal de aliança e de paz;
- vinte e um séculos depois do nascimento de Abraão, nosso pai;
- treze séculos depois da saída de Israel do Egito sob a guia de Moisés;
- cerca de mil anos depois da unção de Davi como rei de Israel;
- na septuagésima quinta semana da profecia de Daniel;
- na nonagésima quarta Olimpíada de Atenas;
- no ano 752 da fundação de Roma;
- no ano 538 do edito de Ciro autorizando a volta do exílio e a reconstrução de Jerusalém;
- no quadragésimo segundo ano do império de César Otaviano Augusto,
enquanto reinava a paz sobre a terra, na sexta idade do mundo.
JESUS CRISTO DEUS ETERNO E FILHO DO ETERNO PAI,
querendo santificar o mundo com a sua vinda,
foi concebido por obra do Espírito Santo e se fez homem;
transcorridos nove meses nasceu da Virgem Maria em Belém de Judá.
Eis o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo a natureza humana.
Venham, adoremos o Salvador.
Ele é Emanuel, Deus Conosco.

CNBB

Oitava de Natal: Celebramos o nascimento de Jesus por 8 dias

Presépio / Foto: Domínio público
REDAÇÃO CENTRAL, 25 Dez. 19 / 05:00 am (ACI).- Como é tradição na Igreja, na noite de 24 de dezembro se começa a celebrar de maneira solene o Natal do Senhor e, logo após, seguem-se oito dias chamados “Oitava de Natal”, que começa em 25 de dezembro e se conclui no dia 1º de janeiro, nos quais se festeja igualmente o nascimento do Menino Deus.
A celebração da “Oitava” tem suas raízes no Antigo Testamento, no qual os judeus festejavam as grandes festas por oito dias. Do mesmo modo, como se lê em Gênesis (17,9-14), há muito séculos, deus fez uma aliança com Abraão e sua descendência, cujo sinal é a circuncisão no oitavo dia depois do nascimento.
O próprio Jesus, como todo judeu, também foi circuncidado ao oitavo dia e ressuscitou no “dia depois do sétimo dia da semana”. Assim, a Oitava (oito dias) segue sendo uma tradição muito importante na Igreja e, por isso, estabeleceu-se apenas dois momentos no calendário litúrgico: a “Oitava de Natal” e a “Oitava de Páscoa”.
ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF