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quinta-feira, 9 de julho de 2020

A visão de Igreja nos padres do cristianismo antigo

Dom Vital Corbelini - Diocese de Marabá
Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá – PA
A igreja é um dos temas importantes na teologia e na vida eclesial. Os primeiros teólogos e escritores cristãos desenvolveram uma eclesiologia bíblica, cristológica, trinitária, bem encarnada junto ao povo de Deus. A Igreja é a comunidade de fé, de esperança e de caridade que em Cristo Jesus se encontra para ouvir a Palavra de Deus, vive da eucaristia, e é chamada a testemunhar o amor de Deus no mundo de hoje, em unidade com os seus pastores. A seguir, vejamos pontos da visão eclesial em alguns padres da Igreja.
            Tertuliano, padre dos séculos II e III afirmou o valor do batismo na vida eclesial, pois sob as mãos do bispo renunciamos ao demônio e aos seus anjos para viver os compromissos batismais. Depois os catecúmenos eram imersos três vezes na água sendo batizados, recebendo, sem dúvida os outros sacramentais, a unção. Em seguida as pessoas recebiam a eucaristia do ministro no caso era o bispo quem presidia a assembléia. Em muitas ocasiões, afirmou Tertuliano, fazemos sempre o sinal sobre a fronte, no caso o sinal da cruz. Portanto esse costume veio da tradição e foi aprovada pela fé do povo de Deus, da Igreja de Cristo[1].
Orígenes, padre dos séculos II e III falou que a encarnação do Verbo de Deus possibilitou a divulgação do evangelho para o mundo e conseqüentemente a construção de igrejas. As Igrejas de Deus, instruídas por Cristo, brilham como astros no mundo (cfr. Fl 2,15), assim como nos falou o Apóstolo Paulo. O que diferencia a Igreja de outras assembléias é a questão do serviço[2], os sacramentos dados para as pessoas e o anúncio da Palavra de Deus.
Santo Ireneu, bispo de Lião, nos séculos II e III, afirmou que a verdadeira gnose é a doutrina dos apóstolos; é a antiga difusão da Igreja em todo o mundo, sendo este o caráter distintivo do Corpo de Cristo Jesus, consistindo na sucessão dos bispos aos quais foi confiada a Igreja em qualquer lugar onde ela esteja. Existe também a conservação das Escrituras que chegou até nós, a sua explicação correta e do dom da caridade, mais precioso do que a gnose, mais glorioso do que a profecia, superior a todos os outros carismas[3].
            São Fulgêncio de Ruspe, bispo africano dos séculos V e VI, afirmou que na Igreja católica é a recepção de Deus e nesta até o fim dos séculos há uma mistura de joio com a boa semente, que isto é os maus se confundem com os bons na comunhão dos sacramentos e que em cada estado de vida existem os bons e os ruins, seja vida sacerdotal, seja na vida monacal, seja na vida laical. Esse autor afirmou que não se devem abandonar os bons pelos ruins, mas de suportar os maus pelos bons, pela fé e pela caridade. Na Igreja é fundamental a conversão de todas as pessoas para Cristo de modo que ninguém é excluído da salvação. Só no final haverá a separação dos justos dos injustos, os bons dos ruins, os retos dos perversos[4].
            São Leão Magno, Papa no século V, afirmou a importância da concórdia, da unidade entre todos os membros do Senhor. Como é bonito e muito precioso aos olhos do Senhor o povo de Deus que caminha unido, colabore com o mesmo espírito, quando todos lutam contra os males da sociedade e de estar no bem; quando Deus é glorificado nas obras dos seus servos e a fonte de todo o amor é bendita com o reconhecimento de muitas pessoas. Então se nutrem os famintos, se vestem os nus, se visitam os enfermos, e as pessoas buscam os interesses dos outros. Por este dom gratuito de Deus, comum é o fruto de boas obras dos fiéis, comum é o seu merecimento. Assim todos cooperem pelo crescimento do amor na vida cristã[5].
            Santo Agostinho, bispo dos séculos IV e V exortou o seu povo para unidade na Igreja. Ainda que tenha a má semente, ele afirmou a importância de ser boa semente em vista da unidade com o Senhor. Pode haver diferenças nas coisas, mas não se pode estar divididos no altar de Deus. É ali mesmo que se deve ter a reconciliação com os irmãos, para assim oferecer juntos os dons ao altar de Cristo. Reconhecemos a paz de Cristo, aprofundando a importância de sermos bons reconduzindo também sobre o reto caminho, os errantes e vivermos por amor a unidade em Cristo Jesus[6].
[1] Cfr. Tertulliano, La Corona, 3-4. In: La teologia dei Padri. Città nuova editrice, Roma, 1984, Vol. 04, pg. 41-42.
[2] Cfr. Orígenes, Contra Celso, 3,29-30. São Paulo, Paulus, 2004, pgs. 228-230.
[3] Cfr. Ireneu de Lião, IV, 33,8, Paulus, SP, 1995, pg. 475.
[4] Cfr. Fulgenzio di Ruspe, Regola della vera fede, 43. In: La Teologia dei Padri, pg. 34.
[5] Cfr. Leone Magno, Sermoni, 88, 4-5. Idem, pg. 27.
[6] Cfr. Agostino, Le Lettere, I, 108, 17,20. Idem, Pg. 26.
CNBB

O jejum dos Apóstolos (Parte 3): como os Apóstolos sofreram


Apologética

Como os Apóstolos sofreram
A pregação dos Apóstolos trouxe ainda mais pessoas para a comunhão dos seguidores de Cristo. Ela também atraiu a atenção das autoridades, que responderam aprisionando os Apóstolos, “Mas um anjo do Senhor abriu de noite as portas do cárcere e, conduzindo-os para fora, disse-lhes: ‘Ide, apresentai-vos no templo e pregai ao povo as palavras desta vida’” (Atos 5,19-20).
Os Apóstolos retornaram à área do templo e continuaram a contar às pessoas acerca do Senhor Jesus. Quando o sumo sacerdote ouviu isso, ele os teve trazidos de volta à sua presença. E, então, “o sumo sacerdote os interrogou, dizendo: ‘Expressamente vos ordenamos que não ensinásseis nesse nome.’” (Atos 5,27-28).
São Pedro respondeu pelos outros Apóstolos com palavras que seriam ecoadas por incontáveis Cristãos desde então: vós dizeis “fique quieto”, mas Deus diz “Sê minha testemunha”. Claramente, “Importa obedecer antes a Deus do que aos homens” (v.28). Os Apóstolos foram agredidos e lhes foi ordenado que não falassem no nome de Jesus. Nós lemos como os Apóstolos se rejubilaram “por terem sido achados dignos de sofrer afrontas pelo nome de Jesus. E todos os dias não cessavam de ensinar e de pregar o Evangelho de Jesus Cristo no templo e pelas casas” (vv.41-42).
Desde então, cristãos têm tido de fazer escolhas semelhantes, pois a Igreja tem sido oprimida em todos os lugares, mais cedo ou mais tarde, onde tentou espalhar o Evangelho. Pessoas enfrentaram a tortura, a perda de suas propriedades, a aprisionamento; tudo isso para não negarem Cristo. Começando pelo primeiro mártir, Santo Estevão (cf. Atos 6,8-7.60), eles também deram suas vidas.
Nos últimos cem anos, os Cristãos têm experimentado onda após onda de perseguição em larga escala: no Império Otomano, na União Soviética, na África e no Oriente Médio. Na Europa e na América alguns fiéis experimentaram discriminação por causa de sua fé ou até mesmo por terem escolhido carregar crucifixos em seus pescoços publicamente. Mas, como os Cristãos já haviam dito nos dias primeiros da Cristandade: a perseguição é como a água para o jardim que é a Igreja, tornando-a capaz de aprofundar seu comprometimento para com Cristo, seu Senhor.
  • Nossa Igreja chama alguns dos que sofreram por Cristo “Grandes Mártires” porque seus sofrimentos foram muito severos. Aprenda sobre os Grandes Mártires Jorge e Dimitrios, do tempo da perseguição romana, e os venere.
  • Em 2015, completaram-se 100 anos desde o Genocídio Armênio. Em 1915, os turcos otomanos buscaram exterminar todos os Armênios, que eram de maioria Cristã. Acenda uma vela em memória daqueles que nele sofreram e morreram.
  • Durante o século XX, ateus militantes na União Soviética e na Europa Oriental mataram 12 milhões (os Novos Mártires da era soviética) e torturaram incontáveis outros fiéis. Acenda uma vela em memória deles.
  • Hoje, militantes islâmicos (Isis no Oriente Médio e boko haram na África) estão matando Cristãos, destruindo suas igrejas, casas e negócios. Reze diariamente por aqueles que sofrem por sua Fé na Ásia, África e em todo o mundo, através da intercessão dos Apóstolos e Mártires.
  • Discuta com as crianças: Os Apóstolos fizeram algo de errado para merecerem ser castigados? Isso te lembra de alguém que foi punido e era completamente inocente? Diga que quem sofre por sua Fé em Cristo é como o Cristo.
  • Rezem juntos os versos seguintes: “A vós, Seus amigos que partiram para o Repouso, o Cristo concede coroas imperecíveis e vos enche com a contemplação de Deus. Implorai a Ele agora que salve todas as Igrejas”
Veritatis Splendor

quarta-feira, 8 de julho de 2020

“Sublimis Deus” (Paulo III: 02.06.1537)


Bulas

  • Tradução: Pe. Ze
Paulo Bispo, servo dos servos de Deus, a todos os fiéis de Cristo que a presente Carta virem, saúde e bênção Apostólica.
O Deus sublime amou tanto o gênero humano, que criou o homem de tal maneira, que ele não só é participante dos bens terrenos, como as outras criaturas, mas também pode atingir o inacessível e invisível Bem Supremo, e vê-lo face a face. E, tendo sido o homem criado para alcançar a vida e a felicidade eterna, como disso é testemunha a Sagrada Escritura, e não podendo ninguém alcançar este vida e felicidade eterna a não ser pela confissão da Fé em Nosso Senhor Jesus Cristo, é necessário que o homem seja de tal condição e natureza que possa receber a Fé em Cristo, e que todo aquele que recebeu uma natureza humana seja capaz de receber a própria Fé. Nem é crível que alguém seja de tal forma destituído de entendimento que se convença de que pode alcançar um fim, mas não pode de maneira nenhuma atingir os meios extremamente indispensáveis. Por isso a própria Verdade, que nem se engana nem pode enganar, ao enviar os pregadores da Fé para o ofício da pregação, se sabe que disse: «Ide e ensinai todos os povos». Ele disse «todos», sem faltar ninguém, sendo todos capazes da aprendizagem da fé.
Vendo isto com maus olhos o inimigo do género humano, que sempre se opõe às boas obras, para que estas desapareçam, excogitou um meio até agora inaudito para impedir que a palavra de Deus fosse pregada aos gentios, em ordem à sua salvação, e moveu alguns dos seus sequazes que, ávidos de satisfazer a sua cobiça, se atrevem a afirmar que os Índios ocidentais e meridionais e outros povos, que nestes tempos chegaram ao nosso conhecimento, devem ser indistintamente reduzidos aos nossos interesses, como mudos animais, sob o pretexto de que são inaptos para a Fé Católica. Então reduzem-nos à escravidão, castigando-os com os mesmos maus tratos com que castigam os brutos animais que os servem.
Nós, portanto, que exercemos na terra as vezes de Nosso Senhor, embora sejamos indignos, e que procuramos com todo o empenho as ovelhas do seu rebanho a nós confiadas e que estão fora do seu redil, para as trazer para este redil, atendendo a que os referidos Índios, como verdadeiros homens, não só são capazes da Fé Cristã, mas também, como nos foi referido, acorrem muito prontamente à fé, e querendo nós ainda tomar providências a respeito disto com remédios convenientes, com a autoridade apostólica, pela presente Carta decretamos e declaramos que os mencionados Índios e todos os outros povos que no futuro chegaram ao conhecimento dos Cristãos, embora estejam fora da Fé de Cristo, não estão privados da sua liberdade e da posse das suas coisas, nem disso devem ser privados; pelo contrário, livre e licitamente podem usar, usufruir e gozar dessa mesma liberdade e posse, e não devem ser reduzidos à escravidão. E tudo o que se fizer ao contrário disto, seja nulo e sem efeito, sem qualquer valor ou autoridade. Decretamos e declaramos ainda que os referidos Índios e outros povos devem ser chamados à Fé de Cristo pela pregação da palavra de Deus e pelo exemplo de uma boa vida.
Às cópias desta presente Carta, assinadas pela mão de algum Notário público e munidas com o selo de alguma pessoa revestida de dignidade eclesiástica, deve ser dado o mesmo crédito que é dado ao original, sem que obstem quaisquer coisas antes referidas e outras contrárias.
Dado em Roma, no ano do Senhor de 1537, 2 de Junho, terceiro ano do nosso Pontificado.
Veritatis Splendor

SS. ÁQUILA E PRISCA (OU PRISCILA), DISCÍPULOS DE S. PAULO.

SS. Áquila e Prisca
SS. Áquila e Prisca  (© Biblioteca Apostolica Vaticana)

Áquila e Priscila tinham uma vida unida, sempre em movimento, com o olhar fixo em Cristo. Seu dinamismo em dar testemunho de fé chamou a atenção de Paulo de Tarso, do qual se tornaram amigos íntimos. Os poucos dados sobre a vida deste casal podemos encontrar nas Cartas do Apóstolo dos Gentios e nos Atos, quando Paulo elogia seus amigos.

Áquila era um judeu, nascido em Ponto, atual Turquia; ao imigrar para Roma, apaixonou-se e casou-se com uma jovem romana chamada Priscila. Juntos, iniciam uma fábrica de tendas e, juntos, convertem-se ao cristianismo. Mas, não puderam permanecer por muito tempo na Cidade Eterna, por causa do edito, promulgado pelo Imperador Cláudio, no ano 49, que previa a expulsão de todos os judeus acusados de fomentar tumultos.

Amizade com Paulo

Áquila e Priscila transferiram-se para Corinto, uma cidade cosmopolita, onde prosperava o culto a Afrodite. Ali, encontraram Paulo, que o hospedaram em sua casa, o envolveram em seu trabalho, para que pudesse providenciar o necessário para a sua subsistência.
Naquela cidade, capital da Acaia, o apóstolo escolheu, como local de culto e pregação, a casa do prosélito, Tício Justo, próxima àquela dos cônjuges. A amizade deles, arraigada em Jesus, nunca se interrompeu, nem quando Paulo decidiu voltar para a Síria. Os dois esposos acompanham-no, em parte da viagem, e se estabeleceram em Éfeso.

Risco de vida

Na cidade jônica da Anatólia, centro de intercâmbios culturais, religiosos e comerciais, os três encontraram-se novamente. Ali, Paulo morou por mais de dois anos e fundou uma Igreja. Áquila e Priscila, sem deixar suas atividades comerciais, ajudaram-no na formação de novos convertidos; de modo especial, acompanharam a iniciação cristã de Apolo, um judeu de Alexandria, profundo conhecedor das Escrituras; ele ficou fascinado pela catequese deles, que se tonou crível pelo testemunho reciprocidade e oblação conjugal.
A grande casa em Éfeso, adquirida pelos cônjuges, tornou-se logo ponto de referência para a comunidade recém-nascida, que ali se encontrava para ouvir a Palavra e celebrar a Eucaristia. Ali, o Apóstolo se hospedou, recordando sempre, com gratidão, a calorosa acolhida dos dois amigos, que, para o salvar - escreve na Carta aos Romanos - "arriscaram a sua vida".

Testemunhas do amor conjugal, arraigado no Evangelho

Ao cessar o edito imperial, concernente à expulsão dos judeus, Áquila e Priscila retornaram a Roma, sempre propensos ao zelo missionário e ao testemunho do Ressuscitado.
Nada se sabe sobre a morte dos dois esposos. Há quem identifica Priscila com Prisca, a primeira mulher mártir, decapitada e venerada na igreja homônima do bairro romano do Aventino. Outros, com a Priscila, proprietária das catacumbas na Via Salária. A estas duas era ligada a gens Acilia, que alguns estudiosos intitulam o nome de Áquila.

Vatican News

terça-feira, 7 de julho de 2020

O jejum dos Apóstolos (Parte 2): o que os Apóstolos fizeram


Apologética

O que os Apóstolos fizeram
Os Atos dos Apóstolos nos contam que, antes de Pentecostes, o número dos seguidores de Cristo em Jerusalém era de aproximadamente 120 (Atos 1,15). Com a descida do Espírito Santo e o sermão de São Pedro àqueles que foram atraídos pela comoção, esse número cresceu. Alguns daqueles que ouviram Pedro foram batizados e se uniram aos discípulos de Jesus.
Os Apóstolos transformaram esses fiéis em uma comunidade, a primeira Igreja, em Jerusalém. O Livro dos Atos nos conta sobre eles:
  • “Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, nas reuniões em comum, na fração do pão e nas orações. De todos eles se apoderou o temor, pois pelos apóstolos foram feitos também muitos prodígios e milagres em Jerusalém, e o temor estava em todos os corações. Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e os seus bens, e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um. Unidos de coração, frequentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo. E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros, que estavam a caminho da salvação” (Atos 2,42-47).
A primeira Igreja era caracterizada por elementos que ainda hoje são os sinais de qualquer Igreja viva: devoção à doutrina dos Apóstolos, às reuniões em comum, à fração do pão e às orações. A doutrina dos Apóstolos passou a ser expressa pelo Novo Testamento; o coração doutrinal da mensagem e proclamada no Credo. A “fração do pão” era o nome dado à Divina Liturgia no primeiro século; “as orações” eram os ofícios diários de sinagoga, os ancestrais de nossos Vésperas, Orthros e outros Ofícios diários.
Também, ainda hoje, encontramos as outras coisas mencionadas nessa passagem na vida da Igreja. Ainda há “muitos prodígios e milagres” realizados na Igreja pelos santos ou pelos ascetas. Fiéis ainda vivem de modo comunitário em monastérios, onde o pouco que se tem é geralmente destinado a quem tenha necessidade. Muitos monastérios recebem, regularmente, peregrinos que participam de seus ofícios diários e aproveitam a hospitalidade dos monges. O que os Apóstolos e os primeiros fiéis faziam em Jerusalém continua sendo o padrão para a nossa Igreja hoje.
  • Discuta como sua Paróquia vive as características da primeira Igreja em Jerusalém. Como ela é votada:
    – à doutrina os Apóstolos;
    – à comunidade e à partilha;
    – à Liturgia e às orações diárias.
  • O que pode ser feito para melhorar qualquer uma dessas áreas da vida da Igreja em sua comunidade?
  • Escreva cada uma das quatro características dos primeiros Cristãos de Atos 2,42 em cartões separados. Depois, leia o versículo por alguns momentos; então, peça às crianças que coloquem os cartões na ordem correta.
  • Reze pedindo ao Senhor que preserve e fortaleça as Igrejas que sofrem no Oriente Médio, que foi Evangelizado pelos Apóstolos.
  • Rezem o seguinte verso juntos: “Vós fizestes da Igreja um Céu Resplendente, iluminando a todos os fiéis: por isso, nós permanecemos de pé em meio a este lugar sagrado e Vos clamamos: ‘Firmai esta casa, ó Senhor’”.
Veritatis Splendor

Manso e humilde de coração

Bispos – Diocese Oliveira
Dom Miguel Angelo Freitas Ribeiro
Bispo de Oliveira (MG)
“Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso pois o meu jugo é suave e o meu fardo leve” (Mt 11,29).
Estamos tão acostumados a ouvir determinados trechos do Evangelho que as palavras de Jesus podem não mais nos interpelar o necessário com toda a sua força. Mas, o que faz leve o fardo é o amor com que o abraçamos. E que outro jugo é o do Senhor que o amor sem medida? Tanto mais suave, quanto mais amamos, esvaziados de nosso egoísmo e presunção.
Só podem acolher a Jesus os que não estão cheios de si, pois o Senhor rejeita os soberbos. A fé, por isso, é dom do Espírito Santo que devemos pedir.  Mas, viver segundo o Espírito exige de nós a mansidão de coração, que não é passividade, mas renúncia às ambições de poder, à opção pela violência da vingança ou mesmo às armas, para tentar conter a violência do mundo. Violência gera violência.  O senhor nos desafia à humildade e mansidão, que se traduz em solidariedade para com os irmãos.
O profeta Zacarias já havia anunciado que o Messias viria na humildade, não em cavalos de guerra, mas na cavalgadura dos pobres, sobre “manso jumento, potro novo, cria de jumenta” (Zc 9,9e), num animal novo e, por este motivo, destreinado para qualquer luta. Esta é a escolha do Pai. E, deste modo, Jesus foi aclamado rei em sua entrada em Jerusalém antes de sofrer a Paixão (cf. Mt 21, 1-10; Mc11,1-11; Lc 19,28-40; Jo 12,12-19).
Aprenderemos a ser humildes e mansos se contemplarmos a Paixão do Salvador. Por ela, Ele nos ensina a viver cada uma das bem-aventuranças e a crescer na identificação com Ele.
Ser manso é lavar os pés uns dos outros, mesmo daquele que nos atraiçoam: “Se Eu, que sou Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros” (Jo 13,14), porque “não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita” (Mt 6,3).
É assumir tanto a fraqueza humana, como a força que vem da verdade pessoal. “Meu Pai, se possível, afasta de mim este cálice, todavia não seja como eu quero, e sim como tu queres” (Mt 26,39). Verdade manifestada na coragem diante dos soldados que o procuravam no Horto e a quem perguntou: – “A quem procurais?” Diante de sua resposta: – “A Jesus de Nazaré”, corajosamente Jesus que lhes disse: – ”Sou Eu”. Eles caíram por terra, pois o seu nome é o próprio Nome de Deus, Emanuel. Verdade que não foi capaz de reconhecer Pilatos, ao vê-Lo chagado diante de si após a flagelação. E a verdade era um inocente condenado injustamente: – “Não encontrei nele culpa alguma!” (Lc 6,22).
Mansidão é suportar insultos e ingratidões sem abrir a boca: “Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha que é muda perante os seus tosquiadores. (Is 53,7; cf. 19,1-16).
Mansidão é a rejeição de toda a violência. Quando interrogado por Pilatos se era rei, respondeu-lhe: “O meu Reino não é deste mundo (Jo 18,36), acrescentando que se o fosse, os seus soldados o teriam defendido, como acontece ainda hoje. No horto mandou ainda que Pedro guardasse a sua espada na bainha (cf. Jo 18,1), pois “todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão” (Mt 26,52).
Na cruz, Jesus ensina-nos a suprema mansidão ao perdoar os inimigos e desculpar a ignorância dos outros: “Pai, perdoai-os porque eles não sabem o que fazem.” (Lc 23,34). Cumpre assim o seu preceito de amarmos os nossos inimigos e rezar pelos que nos odeiam e nos perseguem (cf. Mt 5,44).
Ser manso é ser esperança para os desesperados e consolar os tristes e sofredores como ao Bom Ladrão na cruz: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso” (Lc 23,43).
É preocupar-se com a dor e o desamparo do outro. Ao ver Maria, sua mãe, entregou-a aos cuidados de João e toda a Igreja, nele representada, aos cuidados da mãe: “Mulher, eis aí o seu filho… Então disse ao discípulo: Eis aí tua mãe…” (Jo 19,26-27).
É rezar com confiança na bondade de Deus, mesmo quando tudo parece escuro e sem saída: “Elí, Elí, lama sabactani? (Deus, meu Deus, por que me abandonaste?)” (Mt 27,46 e Mc 15,34). Jesus rezava o Salmo 21, de confiança em Deus na experiência da dor e do abandono.
É comprometer-se até o fim com a justiça e a paz. “Tenho sede” (Jo. 19,28). Revelava assim não só sua humanidade, que conheceu todas as nossas dores (cf. Hb 4,14-15), mas, como dizem os Santos Padres, demonstrava a sede que tem o Senhor de que todos os homens se salvem. “Esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não deixe perecer nenhum daqueles que me deu, mas que os ressuscite no último dia” (Jo 6,39).
É guardar com fidelidade os compromissos assumidos até o fim: “Tudo está consumado” (João 19,30). “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1).
É acolher, vencendo as resistências pessoais, a vontade de Deus: “Não seja feito como eu quero, mas como Tu queres” (Mt 26,39), e entregar-se confiante nas mãos do Pai: “Pai, em tuas mãos entrego meu Espírito” (Lc 23,46).
Somente a graça do Espirito Santo que nos foi dado permitirá que vivamos tudo isto, como em todos os tempos as testemunhas da Fé. Mas a vida é combate. Por isso, exorta o Apóstolo São Paulo: “Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares. Tomai, portanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever. Ficai alerta, à cintura cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, e os pés calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da paz. 16.Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a Palavra de Deus. Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos” (Ef 6,11-18).
Rezemos, pois, cada dia, muitas vezes ao dia: “Jesus manso e humilde de coração, fazei nosso coração semelhante ao vosso!”.
Que a Virgem Maria e São José, fiéis discípulos do Senhor, nos ensinem e sustentem cada dia nesse caminho.
CNBB

Deus se revela aos humildes

PRAYING
P Deliss / GODONG

Somente com humildade, reconhecendo que somos pequenos e que precisamos de Deus em nossas vidas, vamos entender as Palavras do Evangelho.

A Boa Nova é anunciada a todos, mas somente aqueles que têm a humildade de reconhecer em Jesus a realização das promessas de Deus, são capazes de acolher a sua Palavra.
Em seus ensinamentos, Jesus sempre exaltou a humildade. Foi assim quando anunciou as bem-aventuranças (Mateus 5, 1-12), e também quando mostrou que a oferta da pobre viúva foi maior que a oferta dos ricos deixadas no altar (Lucas 21, 1-4).
Somente com humildade, reconhecendo que somos pequenos e que precisamos de Deus em nossas vidas, vamos entender as Palavras do Evangelho.
Jesus quer resgatar todos. Porém se acreditamos ser bons, se tivermos a soberba de achar que não precisamos da graça de Deus em nossas vidas, aí sim estaremos condenados.
O Reino de Deus não é para ricos e poderosos, que encontram força e conforto nos bens materiais. O Reino de Deus é para quem vive segundo o Evangelho, com o coração aberto à graça de Deus, reconhecendo-se fraco e pecador, necessitado da misericórdia divina. O Reino de Deus é para aquele que sabe reconhecer o próprio Cristo no próximo, que tem a humildade de se colocar no lugar do outro, de saber que ele também é filho de Deus.
Os sábios que confiam no conhecimento humano e não abrem espaço para a ação do Espírito Santo, não são capazes de reconhecer a ação de Deus.
Sozinhos não somos capazes de superar nossa fraqueza humana, não somos capazes de vencer o pecado, de conquistar a vida eterna. Para a nossa salvação precisamos viver o que Jesus nos ensinou e buscar forças n’Ele.
Se a nossa caminhada não está fácil, tenhamos a humildade de reconhecer nossa fraqueza e pedir que Jesus nos fortaleça. “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração, e achareis repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve” (Mateus, 11, 28-30).
Aleteia

O jejum dos Apóstolos (Parte 2): o que os Apóstolos fizeram


Apologética

O que os Apóstolos fizeram
Os Atos dos Apóstolos nos contam que, antes de Pentecostes, o número dos seguidores de Cristo em Jerusalém era de aproximadamente 120 (Atos 1,15). Com a descida do Espírito Santo e o sermão de São Pedro àqueles que foram atraídos pela comoção, esse número cresceu. Alguns daqueles que ouviram Pedro foram batizados e se uniram aos discípulos de Jesus.
Os Apóstolos transformaram esses fiéis em uma comunidade, a primeira Igreja, em Jerusalém. O Livro dos Atos nos conta sobre eles:
  • “Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, nas reuniões em comum, na fração do pão e nas orações. De todos eles se apoderou o temor, pois pelos apóstolos foram feitos também muitos prodígios e milagres em Jerusalém, e o temor estava em todos os corações. Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e os seus bens, e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um. Unidos de coração, frequentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo. E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros, que estavam a caminho da salvação” (Atos 2,42-47).
A primeira Igreja era caracterizada por elementos que ainda hoje são os sinais de qualquer Igreja viva: devoção à doutrina dos Apóstolos, às reuniões em comum, à fração do pão e às orações. A doutrina dos Apóstolos passou a ser expressa pelo Novo Testamento; o coração doutrinal da mensagem e proclamada no Credo. A “fração do pão” era o nome dado à Divina Liturgia no primeiro século; “as orações” eram os ofícios diários de sinagoga, os ancestrais de nossos Vésperas, Orthros e outros Ofícios diários.
Também, ainda hoje, encontramos as outras coisas mencionadas nessa passagem na vida da Igreja. Ainda há “muitos prodígios e milagres” realizados na Igreja pelos santos ou pelos ascetas. Fiéis ainda vivem de modo comunitário em monastérios, onde o pouco que se tem é geralmente destinado a quem tenha necessidade. Muitos monastérios recebem, regularmente, peregrinos que participam de seus ofícios diários e aproveitam a hospitalidade dos monges. O que os Apóstolos e os primeiros fiéis faziam em Jerusalém continua sendo o padrão para a nossa Igreja hoje.
  • Discuta como sua Paróquia vive as características da primeira Igreja em Jerusalém. Como ela é votada:
    – à doutrina os Apóstolos;
    – à comunidade e à partilha;
    – à Liturgia e às orações diárias.
  • O que pode ser feito para melhorar qualquer uma dessas áreas da vida da Igreja em sua comunidade?
  • Escreva cada uma das quatro características dos primeiros Cristãos de Atos 2,42 em cartões separados. Depois, leia o versículo por alguns momentos; então, peça às crianças que coloquem os cartões na ordem correta.
  • Reze pedindo ao Senhor que preserve e fortaleça as Igrejas que sofrem no Oriente Médio, que foi Evangelizado pelos Apóstolos.
  • Rezem o seguinte verso juntos: “Vós fizestes da Igreja um Céu Resplendente, iluminando a todos os fiéis: por isso, nós permanecemos de pé em meio a este lugar sagrado e Vos clamamos: ‘Firmai esta casa, ó Senhor’”.
 Veritatis Splendor

segunda-feira, 6 de julho de 2020

“Antologia de autores cartuxos”

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Um rico manual de teologia ascética e mística pela profundidade dos temas que aborda sob a ótica de vários autores.

A Cultor de Livros, benemérita editora de inspiração católica, acaba de presentear o público de língua portuguesa com o livro de título acima.
Trata-se de uma alentada obra de 508 páginas que tem por subtítulo: Um itinerário de contemplação. Divide-se em doze capítulos que perfazem um rico caminho de progresso espiritual a culminar na união com Deus já nesta terra. Eis o roteiro traçado pelo autor: “Serve como introdução a ‘Scala claustrarum’ ou ‘Scala Paradisi’, de Guigo II, um escrito que teve a honra de ser atribuído a São Bernardo ou até mesmo a Santo Agostinho. Essa obra apresenta, de forma clara e sintética, os quatro degraus espirituais que ‘elevam a alma contemplativa da terra ao céu’”.
“Começa, então, o verdadeiro e próprio ‘itinerário’: O princípio da contemplação é o próprio Deus, porque provimos d’Ele, à sua caridade devemos tudo (capítulo I) e a Ele devemos retornar, convertendo-nos ao seu amor com o dom do nosso coração (II). Entretanto, a esse movimento de doação se opõe o pecado que feriu profundamente a nossa alma e por essa razão buscamos a alegria na posse das criaturas: esse é o principal obstáculo à contemplação (III)”.
“Para superá-lo, precisamos nos colocar em condições de liberdade interior de nós mesmos e das coisas; quer dizer, é necessária uma purificação do coração (IV) que introduza a alma numa solidão e silêncio profundos (V) cujo fruto é a humildade e o abandono à ação de Deus (VI).”
“Chegados a este ponto, estamos em condições de usar os meios que o próprio Deus nos dá para podermos ‘voltar’ a Ele. Antes de tudo, da oração que brota da humildade (VII) e faz o Espírito agir em nós, ‘porque ele intercede pelos fiéis segundo os desígnios de Deus’ (Rm 8,27). Com sua ação, o Espírito nos conforma à imagem do Filho. Instrumento privilegiado para essa transformação é Maria (VIII), a Serva do Espírito, porque a sua vocação fundamental é gerar, por obra do Espírito Santo, os membros do Verbo encarnado, que é o único caminho pelo qual se vai ao Pai (IX). Contudo, nossa união com Jesus não deve se limitar apenas à imitação, mas precisa tornar-se uma comunhão de vida, e isso se realiza nos sacramentos, de modo especialíssimo na Eucaristia (X).”
“Na Eucaristia, memorial da Páscoa de Cristo, somos assumidos pelo Amor, e nos tornamos capazes de amar, atingindo, assim, o fim, ou seja, a união na caridade com os irmãos (XI) e com Deus (XII) porque ‘Deus é amor; quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele’ (1Jo 4,16)” (p. 39-40).
Podemos dizer, com segurança, que a Antologia de Autores Cartuxos é um rico manual de teologia ascética e mística pela profundidade dos temas que aborda sob a ótica de vários autores, desde São Bruno de Reims († 1101) até Dom João Batista Porión († 1987). Cada um dos autores citados vem apresentado nas páginas finais (cf. p. 427-487) dessa obra que traz, com esmero, 900 anos de espiritualidade, teologia e história. Convida, assim, cada cristão a ser contemplativo, ainda que no meio do mundo, pois para ser íntimo de Deus “não há necessidade de nenhum dom especial, nem de nenhum favor excepcional da graça; nenhum estado físico ou espiritual se lhe opõe, quando existe uma vontade séria de se aproximar de Deus e de unir-se a Ele” (p. 405).
O autor, embora venha apresentado no prefácio à edição brasileira como sendo Dom Gabriele Maria Lorenzi (1914-2004), monge cartuxo italiano, aparece na capa apenas como “Um Cartuxo”, costume tradicional da Ordem de, salvo raríssimas exceções, nunca revelar o nome do religioso cartusiano, a não ser muito depois de sua morte.
Eis, portanto, um rico material colocado à disposição de cada fiel desejoso de, verdadeiramente, progredir na vida espiritual. Ao original, que fez muito sucesso na Europa, acrescentou-se, nesta edição brasileira, um oportuno apêndice a sintetizar a vida monástica cartusiana: O ideal do verdadeiro cartuxo, de autoria do Anônimo de Porta Coeli, datado do ano de 1758 (cf. p. 493-507), além de elucidativas notas de rodapé.
Beneficie-se, pois, dessa obra útil a todos os fiéis: clérigos, religiosos e leigos!
Aleteia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF