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quarta-feira, 29 de julho de 2020

S. LÁZARO

s. Lázaro, Luca di Tommè
s. Lázaro, Luca di Tommè  (© Musei Vaticani)
Amigos de Jesus
Lázaro e suas duas irmãs, Marta e Maria, eram amigos fraternos de Jesus de Nazaré. Viviam em Betânia, a cerca de três milhas de Jerusalém, e Jesus, muitas vezes, se hospedava na casa deles. A amizade entre Jesus e Lázaro é testemunhada pelas palavras, com as quais Maria e Marta tinham mandado dizer-lhe para visitar o irmão doente: “Senhor, aquele que amas, está enfermo”. E ainda, depois, com a chegada de Jesus, aparentemente tarde demais para salvá-lo: “Senhor, se tivesses vindo aqui – disse Marta – meu irmão não teria morrido”. As testemunhas do episódio, percebendo a perturbação e às lágrimas de Jesus, diante do sepulcro fechado do amigo, murmuravam entre si: “Vejam como ele o amava...” (cf. Jo 11,3.21.36).
As referências sobre a amizade entre ambos levam a identificar Lázaro, segundo alguns, com o “discípulo que Jesus amava”, ao invés de João Evangelista, que é mais plausível.
O episódio da ressurreição de Lázaro, narrado apenas no Evangelho de São João, tem um valor profético e simbólico, porque preanuncia a Ressurreição de Cristo. A casa dos amigos de Betânia e o sepulcro vazio de Lázaro tornaram-se, logo, desde os primórdios do cristianismo, meta de peregrinações, às vésperas do Domingo de Ramos. Segundo São Jerônimo, na época medieval, ao lado do sepulcro do amigo, teria sido fundado um mosteiro, que contava com a proteção do próprio imperador Carlos Magno.

Viver depois da morte
A narração de São João prossegue dizendo que, o episódio da ressurreição de Lázaro, fez com que muitos dos presentes se convertessem e cressem em Jesus. Isso contribuiu para aumentar ainda mais o clima de suspeita e de ódio, em relação a Jesus, por parte dos Sumos Sacerdotes e Fariseus, que viam nele um perigoso subornador. Além do mais, quando Lázaro participou de um banquete, oferecido em honra de Jesus, haviam decidido de matá-lo também, porque muita gente tinha acorrido para vê-lo, pois pensava que Ele, realmente, era o Filho de Deus.

Enigma das relíquias
Segundo a tradição oriental, com a Morte e Ressurreição de Jesus, Lázaro ter-se-ia transferido para Chipre, onde teria sido Bispo por trinta anos. Esta tradição foi confirmada, no ano 890, com a descoberta em Cítio, atual Larnaca, de uma lápide com a incisão: “Lázaro, amigo de Cristo”. A seguir, suas relíquias teriam sido trasladadas para Constantinopla, por ordem do imperador Leão VI, o sábio ou o filósofo, e depois para a França, pelos Cruzados.
No entanto, a transladação das relíquias teria sido apenas parcial, porque, em 1972, foi encontrada, em Larnaca, uma arca de mármore, com as relíquias atribuídas a São Lázaro.
Outra versão histórica afirma, ao invés, que Lázaro, Marta e Maria, acompanhados de certo Máximo, teriam partido de barco, - sem remos, sem velas, sem timão – que teria atracado nas costas da França meridional.
Esta versão faz parte também da “Lenda Dourada”, de Jacopo de Varagine, onde se lê que Lázaro e suas irmãs teriam partido para pregar na França, onde Lázaro teria sido o primeiro Bispo de Marselha. Ali, teria sido martirizado durante a perseguição do imperador Nero.

Vatican News

S. BEATRIZ

s. Beatriz, catacumbas de Generosa
s. Beatriz, catacumbas de Generosa 
(© Pontificia commisione di archeologia sacra)
Precipitavam-se as perseguições contra os cristãos em Roma. Da ponte chamada Emília, perto da ilha Tiberina, foram jogados no rio Tibre os corpos dos dois irmãos de Beatriz, - Simplício e Faustino - por serem cristãos. O sofrimento e o temor deviam ser os sentimentos que invadiam o coração da santa mulher, que, porém, não hesitou em recuperar seus corpos para dar-lhes uma digna Sepultura. Graças à ajuda de dois sacerdotes, ela conseguiu tirá-los da correnteza do rio.

Martírio por Cristo
A mesma sorte dos irmãos coube também a Beatriz. Sendo denunciada como cristã, foi presa e, apesar das ameaças, perseverou na fé. Outra mulher, Lucina, ofereceu uma sepultura a Beatriz e Rufo, em uma escavação vulcânica, onde tinham sido postos os corpos dos seus irmãos.

Catacumba de Generosa
A Catacumba intitulada “Generosa” surgia na Via Portuense, tanto que os santos foram chamados Mártires Portuenses. Ali, descobriu-se um afresco em relevo, de características bizantinas, denominado Coronatio Martyrum, que remonta ao século VI. Nele estão representados cinco personagens: Cristo, ao centro, coloca a coroa do martírio em Simplício, na presença de Beatriz, enquanto, à esquerda, estão as figuras de Rufo e Faustino, com a palma do martírio na mão.
Com o tempo, as relíquias de Santa Beatriz e dos seus irmãos foram trasladadas para o Oratório da igreja de Santa Viviana, por volta do ano 682, por ordem do Papa Leão II. Mais tarde, o Papa Urbano VIII decidiu que a antiga igreja fosse restaurada pelo próprio Bernini, que mandou derrubar o Oratório. A arca de mármore com as relíquias foi levada para a Basílica de Santa Maria Maior. Algumas relíquias encontram-se em outros lugares da Europa. A mais significativa está na Alemanha.

Beatriz, um nome amado
Desde sempre, o nome desta mártir romana foi difundido e amado, devido ao seu culto. A sua fama aumentou também graças a várias personalidades, como Beatriz Portinari, a mulher amada por Dante Alighieri, e outras mulheres nobres e rainhas.

Vatican News

terça-feira, 28 de julho de 2020

Autorizada a reabertura gradual do Santuário de Aparecida

aparecida
Rodrigo Soldon / Flickr CC

Decreto da prefeitura da cidade prevê retomada das celebrações públicas com restrições a partir do fim de julho.

Um decreto publicado pela prefeitura de Aparecida, SP, autoriza a reabertura gradual do Santuário Nacional para celebrações públicas a partir do dia 28 de julho.
O decreto municipal exige que as Missas na Basílica tenham número reduzido de fiéis e que o Santuário adote medidas preventivas para evitar a transmissão do novo coronavírus. Mas o documento deixa claro que a reabertura só acontecerá nessa data se a região seguir na fase 2 estabelecida pelo Governo de São Paulo no chamado plano de “retomada consciente”. As fases foram definidas de acordo com o número de casos de Covid-19 em cada localidade e determina os segmentos econômicos e de serviços que poderão ter suas atividades retomadas.
Hoje, o Santuário está aberto apenas para a visita de fiéis. O número de pessoas que podem entrar é reduzido e os visitantes precisam seguir medidas sanitárias de prevenção ao coronavírus. As Missas estão sendo transmitidas pela internet e pelos canais de rádio e TV do Santuário.

Protocolo para a retomada das atividades

Os representantes do Santuário Nacional já apresentaram para a Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida e para os membros do Comitê de Crise do município o protocolo que deverá ser adotado na retomada das atividades religiosas.
O plano detalha o trajeto que os romeiros serão orientados a seguir ao chegarem ao complexo religioso (para evitar aglomerações), além dos pontos em que deverão parar para aferir a temperatura corporal e os locais de permanência permitidos dentro da Basílica, respeitando a distância de segurança entre as pessoas.
O documento ainda aborda o reforço da higienização do local, a instalação de totens com álcool em gel, a utilização de bombas costais para aplicação de desinfetantes em grandes espaços, o uso obrigatório de máscaras e de outros equipamentos de segurança individual para os funcionários do Santuário, que já estão seguindo essas medidas preventivas.

Rede hoteleira e comércio

O decreto da prefeitura de Aparecida prevê a retomada das atividades da rede hoteleira e das pousadas da cidade também a partir do dia 28 de julho. Esses estabelecimentos deverão funcionar com ocupação reduzida e seguindo as normas de prevenção.
Já as galerias do Centro de Apoio ao Romeiro deverão reabrir apenas no dia 4 de agosto (com exceção das praças de alimentação). O retorno das atividades das feiras livres está previsto para o dia 15 de agosto.
Aleteia

A Lei de Moisés terminou por ocasião da morte de Cristo?


Apologética

– Não basta dizer: “Está na Bíblia!” O Antigo Testamento era exclusivo para os judeus e o Novo Testamento para os cristãos.
* * *
Compreender a diferença entre Antigo e Novo Testamento é vital para o estudo honesta da Bíblia. Muitas das diferenças doutrinárias entre cristãos católicos e evangélicos são automaticamente resolvidas quando este tema é bem compreendido.
Não basta dizer: “Está na Bíblia!”; o que realmente importa é: em que parte da Bíblia? No Antigo ou no Novo Testamento? Expliquemos:
Com a queda de Adão e Eva, o gênereo humano, mortalmente ferido pelo pecado, cai em tal grau de decadência, maldade e erro que Deus se vê obrigado a exterminar a humanidade pelos excessos a que chegaram:
  • “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração. E disse o Senhor: ‘Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito'” (Gênesis 6,5-7).
A fim de brindar a humanidade com um novo e melhor começo, Deus eleva o homem de seu estado de total miséria, sem leis escritas, onde a idolatria (adoração de falsos deuses), a degeneração sexual, os assassinatos e um sem fim de depravações eram o pão cotidiano, sem a lei do mundo pagão, antes e depois do dilúvio universal.
O ANTIGO TESTAMENTO REPRESENTA A ETAPA INFANTIL DA HUMANIDADE
  • “E o Senhor sentiu o suave cheiro, e o Senhor disse em seu coração: ‘Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice, nem tornarei mais a ferir todo o vivente, como fiz'” (Gênesis 8,21).
Deus forma um povo, o povo de Israel, uma nação entre todas as nações, com quem faz uma “aliança”; a ela dará seus Mandamentos em forma escrita através de Moisés. Mas não devemos nos confundir: esta Lei ou Aliança era única e exclusiva do povo de Israel; todos os demais povos e nações ficavam de fora desta Aliança, que hoje conhecemos como “Antigo Testamento” ou “Lei de Moisés”.
  • “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha. E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Êxodo 19,5-6).
  • “Mostra a sua palavra a Jacó, os seus estatutos e os seus juízos a Israel. Não fez assim a nenhuma outra nação; e quanto aos seus juízos, não os conhecem” (Salmo 147,19-20).
  • “Portanto, lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne, e chamados ‘incircuncisão’ pelos que na carne se chamam ‘circuncisão’ feita pela mão dos homens; que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo” (Efésios 2,11-12).
CONTUDO, DEUS QUER QUE TODOS OS HOMENS SE SALVEM
  • “Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade” (1Timóteo 2,3-4).
Como Deus quer a salvação de todos os homens, a Antiga Aliança ou Testamento representa uma superação do homem pagão, sem lei, a uma etapa de lei escrita que busca a elevação da humanidade para chegar em Deus. Porém, o homem é ainda criança e precisa amadurecer, chegar à plenitude dos tempos e comportar-se com adulto:
  • “Assim também nós, quando éramos meninos, estávamos reduzidos à servidão debaixo dos primeiros rudimentos do mundo. Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gálatas 4,3-5).
O ANTIGO TESTAMENTO ERA UM TREINAMENTO PARA O NOVO TESTAMENTO
O Antigo Testamento apresenta figuras; o Novo Testamento, a realidade:
  • “Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir” (Romanos 5,13-14).
  • “E estas coisas [do Antigo Testamento] foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram” (1Coríntios 10,6).
  • “Os quais servem de exemplo e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: ‘Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou'” (Hebreus 8,5).
  • “Que é uma figura para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrifícios que, quanto à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço” (Hebreus 9,9).
  • “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo” (Colossenses 2,16-17).
O NOVO TESTAMENTO É MELHOR E SUPERA O ANTIGO TESTAMENTO
  • “De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão? Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei. (…) Porque o precedente mandamento é abrogado por causa da sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus” (Hebreus 7,11-19).
  • “Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam” (Hebreus 10,1).
  • “Provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados” (Hebreus 11,40).
O ANTIGO TESTAMENTO TERMINOU POR OCASIÃO DA MORTE DE CRISTO E ENTÃO INICIA O NOVO TESTAMENTO
  • “A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo o homem emprega força para entrar nele” (Lucas 16,16).
  • “Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz” (Efésios 2,15).
  • “Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus” (Romanos 7,4).
  • “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Romanos 10,4).
Apesar de tudo o que vimos até aqui, as seitas afirmam que Jesus Cristo não anulou a lei do Antigo Testamento e tomam por referência o seguinte texto:
  • “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus” (Mateus 5,17-19).
A LEI RITUAL E A LEI NATURAL OU MORAL
É importante saber que entre as leis que Deus entregou a Moisés existem dois tipos de leis: a lei cerimonial ou ritual; e a lei natural ou moral.
A lei cerimonial refere-se às leis que podem ser alteradas (como, p.ex., o sacrifício de animais) e rituais (como a proibição de se fazer imagens ou o dia de sábado), que não são necessárias para a salvação. Por isso podem ser alteradas.
A lei natural é a que sempre existiu, mesmo antes de Moisés, ainda que não tenha sido escrita (como [a proibição do] assassinato, adultério, incesto etc.). Sempre, em todo tempo e lugar, constitui um pecado; ou seja: a lei natural ou moral refere-se à conduta humana, indispensável para a salvação e, por isso, não altera nunca.
Jesus fala de não alterar a Lei e os Profetas, mas imediatamente começa a alterar os Mandamentos da Lei de Moisés:
  • “Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não matarás’; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: ‘Raca’, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: ‘Louco’, será réu do fogo do inferno” (Mateus 5,21-22).
E assim continua até o final do capítulo 5 de Mateus, alterando a Lei de Moisés.
Jesus se contradisse? Claro que não! O que ocorre é que no Antigo Testamento a lei moral ainda é deficiente e deve ser aperfeiçoada, a fim de atualizá-la para o novo ambiente cultural cristão. Tanto é verdade, que o versículo 20 diz:
  • “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus” (Mateus 5,20).
Os escribas e fariseus eram escrupulosos cumpridores da Lei de Moisés quanto ao cerimonial, mas não da lei natural ou moral. O próprio Jesus lançará na cara deles seu escrupuloso apego à lei ritual e seu total descumprimento da lei moral:
  • “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas” (Mateus 23,23).
Outra passagem da Escritura que põe de manifesto a deficiência da Lei de Moisés no campo moral é esta:
  • “Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: ‘É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?’ Ele, porém, respondendo, disse-lhes: ‘Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez?’ E disse: ‘Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne?’ Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem’. Disseram-lhe eles: ‘Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la?’ Disse-lhes ele: ‘Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim'” (Mateus 19,3-8).
Como vemos, a lei natural ou moral é a mesma desde a criação do mundo. Cristo diz: “ao princípio não foi assim” – não pode alterar; mas a Lei de Moisés era imperfeita, como vimos ao longo deste artigo.
Se os protestantes insistem que a Lei de Moisés não foi cancelada por Jesus, por que eles não a cumprem? A Lei de Moisés estipula numerosos sacrifícios de animais e prescrições que não são em nada compatíveis com a lei do amor e da misericórdia do Novo Testamento; p.ex., a Lei de Moisés manda:
  • Apedrejar os idólatras, sectários e hereges: Deuteronômio 13,11; 17,5.
  • Apedrejar os filhos rebeldes: Deuteronômio 21,21.
  • Apedrejar os adúlteros: Deuteronômio 22,21.
  • Queimar os fornicadores: Gênesis 38,24; Levítico 21,9.
A lista seria interminável. Ademais, quem cumpre qualquer uma das leis de Moisés está obrigado a cumprí-la inteira, pois quem falha em um dos mandamentos da Lei peca contra toda a Lei:
  • “Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: ‘Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las'” (Gálatas 3,10).
  • “Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos. Porque aquele que disse: ‘Não cometerás adultério’, também disse: ‘Não matarás’. Se tu pois não cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor da lei” (Tiago 2,10-11).
Se os protestantes desejam cumprir a Lei do Antigo Testamento de qualquer jeito, devem cumprí-la por inteiro; mas qualquer pessoa pode ver que eles o dizem, mas não a cumprem. A contradição é a nota distintiva dos cristãos evangélicos e das demais seitas. Isto nos faz lembrar uma frase do Apóstolo São Paulo:
  • “Querendo ser mestres da lei, e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam” (1Timóteo 1,7).
Tudo isso significa que os católicos desprezam o Antigo Testamento? Absolutamente não! Ainda que as suas leis rituais já não estejam em vigor, é Palavra de Deus revelada ao homem e sem o Antigo Testamento não poderíamos compreender o Novo, como já dizia o grande Santo Agostinho:
  • “O Novo Testamento está oculto no Antigo e o Antigo nos é aberto no Novo”.
Sem o Antigo Testamento a Bíblia não estaria completa. Cristo cumpriu a Antiga Aliança ou Testamento e, ao cumprí-lo, começou uma Nova Aliança, já não apenas com os judeus, mas com toda a humanidade.
Os cristãos católicos não são judeus. São cristãos e não estão sob a Lei de Moisés.
Logo, não basta dizer: “Está na Bíblia”; deve-se ver em qual parte da Bíblia.
Antigo ou Novo Testamento? Novo Testamento!
Veritatis Splendor

Onde estão os túmulos dos 12 apóstolos?

Quadro da Última Ceia / Crédito: Domínio público
REDAÇÃO CENTRAL, 27 Jul. 20 / 12:00 pm (ACI).- Um artigo de ‘National Catholic Register’ informou sobre os lugares onde, com maior certeza e baseando-se em pesquisas de arqueólogos, estariam os túmulos dos 12 apóstolos.
Os doze apóstolos são: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André; Tiago Maior (filho de Zebedeu) e seu irmão João; Felipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago Menor (filho de Alfeu); Simão, o cananeu, Judas Tadeu e Judas Iscariotes, que entregou Jesus. Em substituição a este último, Matias foi nomeado posteriormente.
São Pedro
O artigo do escritor Thomas Craughwell, indica que durante os últimos 100 anos, os arqueólogos quase confirmaram a localização dos túmulos de São Pedro, São Paulo e São João.
Por volta do ano 64, São Pedro foi crucificado de cabeça para baixo por Nero na colina do Vaticano. Os cristãos recuperaram seu corpo e o enterraram em um cemitério próximo. Por volta do ano 326, o imperador Constantino nivelou o que restava da arena e da colina e erigiu uma grande basílica com o altar-mor colocado sobre o túmulo de São Pedro. Mas, depois de séculos de restaurações e reconstruções, a localização do túmulo foi perdida. A tradição continuava insistindo que os ossos de Pedro estavam debaixo do altar-mor de sua basílica, mas ninguém o havia visto em séculos.
Em 1939, os trabalhadores cavavam uma sepultura para o Papa Pio XI nas grutas debaixo de São Pedro, quando um deles sentiu que sua pá não encontrava mais terra. Ao passar uma lanterna pelo buraco, a equipe viu o interior de um mausoléu do século II. A exploração revelou uma necrópole romana inteira e perfeitamente preservada que foi coberta a pedido de Constantino. Diretamente debaixo do altar principal de São Pedro, os arqueólogos encontraram um túmulo simples que continha os ossos de um homem robusto e de idade avançada. Inúmeras orações e petições a São Pedro foram encontradas na parede do túmulo, assim como uma inscrição grega que dizia: "Pedro está dentro". Após anos de estudo, São Paulo VI declarou em 1968 que os ossos daquela sepultura pertenciam a São Pedro.
São João
A tradição indica que São João Evangelista morreu em Éfeso, no local onde hoje é a Turquia, por volta do ano 100. No século IV, depois que Constantino colocou fim à perseguição contra a Igreja, os cristãos de Éfeso construíram uma capela sobre o túmulo do apóstolo. No século V, o imperador Justiniano substituiu a capela por uma grande basílica. Depois que a região foi conquistada pelos turcos, a basílica se tornou uma mesquita que, por sua vez, foi destruída por Tamerlão em 1402. Na década de 1920, equipes arqueológicas da Grécia e da Áustria escavaram os restos da basílica e encontraram o túmulo de São João dentro dela. O túmulo estava vazio e ninguém sabe o que aconteceu com o corpo do apóstolo.
Santo André
Santo André, o primeiro homem a quem Cristo chamou para ser apóstolo, foi o irmão de São Pedro. Diz-se que depois da ascensão de Cristo ao Céu, André levou o Evangelho às terras que, atualmente, são a Rússia e a Ucrânia. Depois, em sua velhice, viajou para a Grécia, onde foi martirizado na cidade de Patras. Os cristãos locais o enterraram lá, mas no ano 357, a maioria de seus ossos foram transladados para Constantinopla. Em 1204, os cruzados italianos saquearam o santuário de Santo André e levaram suas relíquias para Amalfi, onde permanecem até hoje.
Em 1964, São Paulo VI devolveu algumas das relíquias de André à Igreja Ortodoxa Grega e elas foram novamente consagradas na basílica construída sobre o que se acredita ser o túmulo original do apóstolo.
São Tiago Maior
No ano 44, Tiago Maior, irmão de São João, foi martirizado em Jerusalém, sendo o primeiro dos apóstolos a dar a vida pela fé católica. Segundo a tradição, seu corpo foi milagrosamente transportado para o norte da Espanha e enterrado em um cemitério cristão (os espanhóis acreditam que durante as viagens missionárias de Tiago através do Mediterrâneo, ele pregou o evangelho na Espanha).
Uma lenda popular diz que as relíquias do apóstolo permaneceram ali, esquecidas, até o ano 814, quando um eremita chamado Pelayo seguiu uma estrela para um campo aberto e descobriu os restos do apóstolo. Hoje, estão consagrados na Catedral de São Tiago em Santiago de Compostela. Curiosamente, sob a catedral, os arqueólogos encontraram um cemitério cristão do primeiro século.
São Tiago Menor
Tiago Menor serviu como o primeiro bispo de Jerusalém e foi martirizado nesta região: jogado do telhado do templo e, como ainda estava vivo, foi espancado e apedrejado até a morte. Segundo a tradição, São Tiago foi enterrado no Monte das Oliveiras, com vista para Jerusalém. No século VI, o imperador Justiniano II transferiu suas relíquias para Constantinopla. Em algum momento, parte ou talvez todas as relíquias de São Tiago foram transladadas para a Igreja dos Doze Apóstolos em Roma, onde estão atualmente no mesmo santuário com as relíquias de seu companheiro apóstolo, São Felipe.
São Felipe
Em julho de 2011, arqueólogos trabalhando na Turquia anunciaram que tinham descoberto o que acreditavam ser o túmulo original de São Felipe. O sarcófago romano do primeiro século foi encontrado nos escombros de uma igreja do quarto ou quinto século, dedicada ao apóstolo. Segundo uma tradição registrada no documento apócrifo do século IV, conhecido como Atos de Felipe, por volta do ano 80, o apóstolo foi preso em Hierópolis, pregado pelos pés em uma árvore, de cabeça para baixo e, finalmente, decapitado.
O local do túmulo de São Felipe se tornou um lugar de peregrinação e os arqueólogos descobriram o caminho que conduzia ao Martyrium ou ao santuário dos mártires. O santuário foi destruído no século VII por um violento terremoto e incêndio; as relíquias de São Felipe foram transladadas para Constantinopla e de lá para Roma, onde foram consagradas com as relíquias de São Tiago Menor, na Igreja dos Doze Apóstolos.
Quando os arqueólogos abriram o sarcófago em Hierópolis, não encontraram ossos humanos no túmulo, por isso é possível que os restos mortais de São Felipe estejam preservados na cripta dos Doze Apóstolos em Roma.
Tomé, Bartolomeu, Mateus, Simão, Judas Tadeu e Matias
A antiga tradição diz que São Tomé viajou mais longe do que qualquer dos outros apóstolos, pregando o Evangelho na Índia, onde foi martirizado por um sacerdote hindu que o perfurou com uma lança. Hoje, uma parte dos ossos de São Tomé é reverenciada na Basílica de São Tomé, em Chennai (Índia). De alguma forma, a maioria de seus restos mortais foi transladada para Edessa, na Mesopotâmia. Em 1258, essas relíquias foram levadas para Ortona (Itália), onde são encontradas em um baú de ouro dentro de um altar de mármore branco na Basílica de São Tomé Apóstolo.
Conta-se que depois de Pentecostes, São Bartolomeu levou o cristianismo para a Armênia, onde foi martirizado depois de ser esfolado vivo. Em 809, as relíquias de São Bartolomeu foram transladadas de seu túmulo na Armênia para Lipar, e depois, em 838, para Benevento, no sul da Itália. Em 983, o imperador romano Otto III ergueu em Roma uma igreja na Ilha Tiberina, no rio Tibre; dedicou a igreja a São Bartolomeu e levou para lá uma parte das relíquias do apóstolo. Tanto Roma como Benevento são os principais santuários de São Bartolomeu.
O cobrador de impostos que se tornou evangelista, São Mateus, pregou na Etiópia, onde foi martirizado durante a celebração da Missa. Em 954, as relíquias de São Mateus foram levadas de seu túmulo na Etiópia para a cidade de Salerno, na Itália. As relíquias são veneradas na cripta da catedral de São Mateus de Salerno.
Todos os anos, milhões de peregrinos visitam a Basílica de São Pedro de Roma, e a maioria deles caminha pelo altar que abriga as relíquias do imensamente popular São Judas Tadeu e de São Simão, menos venerado.
A tradição narra que os dois apóstolos viajaram juntos para pregar o evangelho na Pérsia, onde foram martirizados: Judas foi espancado com um pau até a morte e Simão foi cortado ao meio. Não se tem certeza sobre quando suas relíquias foram transferidas para Roma.
Os onze apóstolos sobreviventes escolheram São Matias para substituir Judas Iscariotes, que traiu Nosso Senhor e depois tirou a própria vida. Diz-se que por volta do ano 326, a Imperatriz Santa Helena encontrou o túmulo de São Matias em Jerusalém e enviou suas relíquias aos cristãos de Trier (Alemanha). Seus restos mortais ainda são venerados na Basílica de São Matias de Trier.
Os restos mortais de São Paulo
Embora Saulo de Tarso – mais tarde chamado Paulo – não fizesse parte dos apóstolos que seguiram Jesus, ele também é conhecido como o apóstolo dos gentios.
Segundo a tradição, São Paulo foi decapitado no mesmo dia em que São Pedro foi crucificado. Constantino não se esqueceu de São Paulo: construiu uma basílica sobre o túmulo do apóstolo na Via Ostiense. Em 2009, o Papa Bento XVI anunciou que, após vários anos de estudo, os arqueólogos do Vaticano se sentiram confiantes de que os restos mortais consagrados em um sarcófago debaixo do altar principal da Basílica de São Paulo Fora dos Muros de Roma são, de fato, as relíquias de São Paulo.
“Os fragmentos ósseos, submetidos ao exame do carbono 14 por parte de especialistas que desconheciam a proveniência dos mesmos, resultaram pertencentes a uma pessoa que viveu entre os séculos I e II. Isto parece confirmar a tradição unânime e incontestável, que se trata dos despojos mortais do Apóstolo Paulo”, disse Bento XVI.
ACI Digital

Governo chinês obriga cristãos a trocar fotos do Senhor Jesus por Mao Tse-Tung

Jesus Cristo - Mao Tsé-Tung
PEQUIM, 28 Jul. 20 / 09:01 am (ACI).- As autoridades governamentais de Shanxi, China, estão ordenando que as pessoas que recebem assistência do governo substituam símbolos religiosos em suas casas, incluindo fotos de Jesus, por fotografias de Mao Tse-Tung e do presidente Xi Jinping; sob a ameaça de retirar-lhes a assistência.
A revista de liberdade religiosa Bitter Winter informou na semana passada que as autoridades da cidade de Linfen, na província de Shanxi, foram instruídas em abril a inspecionar e eliminar os símbolos religiosos dos lares daquelas pessoas que recebem “pagamentos de assistência social”, e substituí-los por imagens dos líderes comunistas. Quem se queixasse teria seu benefício cancelado.
A política também se aplica aos membros das igrejas administradas pelo Estado. Um membro da Three-Self Church, que é a denominação protestante oficial do Partido Comunista Chinês, disse ao Bitter Winter que as imagens de Jesus e um calendário religioso foram removidos de sua casa e substituídos por imagens do presidente Mao.
Como grande parte do mundo, a economia chinesa foi duramente afetada pela atual pandemia de coronavírus, o que significa que mais e mais pessoas dependem dos benefícios do governo para se manterem financeiramente. Ao mesmo tempo, o regime aumentou sua repressão contra os locais de culto.
"As famílias religiosas empobrecidas não podem receber dinheiro do Estado sem nada em troca; devem obedecer ao Partido Comunista pelo dinheiro que recebem", disse o membro do Three-Self a Bitter Winter.
O pregador de uma igreja em casa, que geralmente é ilegal, mas tolerada em grande parte da China, disse que sua cruz e fotos de Jesus foram removidas em maio e substituídas por uma foto do presidente Mao.
"Pediram que todas as famílias pobres da cidade mostrassem imagens de Mao Tsé-Tung”, disse o pregador a Bitter Winter. “O Governo está tentando eliminar a nossa crença e quer chegar a ser Deus no lugar de Jesus”.
Além de Shanxi, os cristãos de outras províncias relataram tratamento semelhante por funcionários do governo.
Em Jiangxi, que viu várias denúncias de perseguição cristã no ano passado, um cristão informou que seu benefício assistencial devido a sua deficiência foi revogado por causa de sua participação da igreja.
Sua esposa informou a Bitter Winter que lhes disseram que seriam "tratados como elementos antipartidários" se não parassem de ir à igreja.
Um membro da Three-Self Church, de aproximadamente 80 anos e que mora na província de Jiangxi, relatou que perdeu a ajuda do governo depois de dizer "graças a Deus" ao receber um pagamento da aposentadoria.
"Eles esperavam que eu elogiasse a bondade do Partido Comunista", informou.
Em abril, outra idosa na província de Henan informou que seu benefício mínimo vital foi cancelado quando as autoridades descobriram uma cruz na porta de sua casa. A mulher, diabética e que precisa de injeções frequentes, perdeu toda a ajuda do regime devido a suas crenças religiosas.
Na província de Shandong, oficiais invadiram a casa de um cristão e publicaram imagens de Mao e Xi Jinping. O homem disse a Bitter Winter que Mao e Xi Jinping eram os "maiores deuses".
"Se você quer adorar alguém, são eles", disse o oficial ao homem em Shandong.
Desde 2015, o governo comunista promove um programa de "sinicização" da religião. Relatórios regulares continuam surgindo sobre a demolição de igrejas, assédio e prisões de sacerdotes e bispos, e a censura rigorosa imposta ao ensino religioso.
Em algumas áreas, as igrejas foram forçadas a remover os Dez Mandamentos e substituí-los pelas palavras do Presidente Xi Xinping.
Em Xinjiang, estima-se que entre 900 mil e 1,8 milhão de uigures, a maioria muçulmanos, estão confinados em mais de 1.300 campos de detenção chineses, criados aparentemente para fins de "reeducação". Os sobreviventes denunciaram doutrinação, espancamentos, trabalho forçado, abortos e esterilizações forçadas e tortura nos campos.
Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

13 religiosas morrem no mesmo convento devido ao coronavírus

Irmãs felicianas que morreram por causa do novo coronavírus
MICHIGAN, 27 Jul. 20 / 03:00 pm (ACI).- Uma congregação religiosa feminina nos Estados Unidos sofreu um duro golpe ao perder 13 religiosas no convento de Livonia (Michigan), e mais uma no convento de Nova Jersey.
Trata-se da Congregação das Irmãs de São Félix e Cantalice, comumente conhecidas como Irmãs Felicianas. As religiosas começaram a morrer desde a última Sexta-feira Santa.
Em declarações ao National Catholic Register, Suzanne Wilcox English, diretora para a missão avançada das Irmãs Felicianas da América do Norte, disse que as irmãs falecidas haviam contribuído com muitos talentos ao serviço de Deus. Entre elas, havia professoras, professoras universitárias, uma tradutora multilíngue, uma bibliotecária, uma diretora de educação religiosa, uma organista e uma enfermeira. Uma havia servido como secretária na Secretaria de Estado do Vaticano e outra havia escrito uma história completa da congregação. Algumas estavam aposentadas - as irmãs que morreram tinham entre 69 e 99 anos - mas todas compartilharam seu ministério de oração.
A ordem religiosa tem nos Estados Unidos e Canadá 469 irmãs em aproximadamente 60 conventos, assim como uma missão no Haiti. O Convento da Apresentação da Virgem Maria em Livonia, Michigan, onde 13 irmãs faleceram com COVID-19, é o lar de 44 irmãs felicianas e cinco membros de outras congregações que são estudantes da Madonna University, nas proximidades.
A irmã Noel Marie Gabriel, diretora de serviços de saúde clínica da província, relatou que, além das 13 irmãs que morreram em Michigan, outras 17 foram infectadas, mas se recuperaram. No convento de Lodi, Nova Jersey, onde uma irmã morreu, outras 11 se recuperaram gradualmente da COVID-19.
Desde o início da epidemia, as irmãs foram francas e diretas ao abordar o problema enfrentado por suas comunidades. A irmã Mary Christopher Moore, ministra provincial da América do Norte, publicou uma carta semanal para mantê-las informadas dos casos e mortes, detalhando os passos que estavam tomando para garantir que a doença não se espalhasse mais. Em abril, informou que todos os conventos grandes estavam em quarentena e que as religiosas usavam máscaras quando se encontravam com outra pessoa. Também, desde o início da pandemia, participaram da Missa através de um circuito fechado de televisão.
À medida que passavam os dias e as primeiras irmãs sucumbiram à doença, a irmã Mary Christopher continuou informando as suas irmãs, e incentivando-as. "Nesta semana", escreveu em 4 de maio, "o Senhor chamou mais uma de nossas irmãs para casa devido aos efeitos do coronavírus, e continuamos chorando por ela e pelas outras irmãs que perdemos".
Enquanto a comunidade continuava vigilante, a Irmã Mary elogiava a fortaleza dos doentes e de seus cuidadores. "Hoje queremos homenagear vocês, nossas irmãs que enfrentam corajosamente a COVID-19", escreveu, "assim como as enfermeiras, auxiliares de enfermagem, cozinheiras, auxiliares de dieta, donas de casa" e outras que prestam seus cuidados.
"Estão sobrevivendo aos efeitos físicos do vírus e conhecendo o isolamento no sentido mais verdadeiro da palavra, tendo um contato mínimo com seus cuidadores, para a segurança de todos", acrescentou.
No final de junho - com 13 membros chamadas por Deus - a irmã Mary Christopher compartilhou a boa notícia de que todas as irmãs haviam saído do isolamento da COVID-19, sem nenhum caso ativo em nenhum de seus conventos. As sobreviventes que contraíram COVID-19, mas não morreram, experimentaram a lenta recuperação que caracterizou a pandemia, incluindo a fraqueza muscular prolongada e a fadiga, tanto física como emocional.
Em 8 de julho, apesar da triste notícia de que outra das irmãs mais velhas havia morrido, a irmã Mary Christopher pôde compartilhar algumas boas notícias.
Enquanto a lavagem das mãos, o uso de máscaras, o distanciamento social e a desinfecção regular continuavam sendo elementos básicos de suas rotinas, as irmãs voltaram a jantar juntas e podiam sair do convento para as tarefas necessárias. Mais uma vez, puderam viajar para trabalho, retiros ou férias, observando cuidadosamente as diretrizes de distanciamento e desinfecção, assim como as diretrizes de viagem emitidas por cada estado ou província.
“Depois de muitos meses de restrição”, escreveu a irmã Mary Christopher, “as mudanças são bem-vindas, mas continuaremos muito vigilantes”. Indicou que serão prudentes em seu planejamento e cautelosas ao sair dos conventos, seguindo as medidas de segurança.
Devido às restrições de viagem e requisitos de distanciamento social, não foi possível realizar funerais para as irmãs falecidas. Em resposta, o Pe. Bruce Lewandowski realizou um serviço virtual na Igreja do Sagrado Coração de Jesus Cristo, em Baltimore.
Aqui estão os nomes das irmãs que faleceram devido à COVID-19, com as datas da morte e as idades:
Irmã Mary Luiza Wawrzyniak, 99 (10 de abril)
Irmã Celine Marie Lesinski, 92 (12 de abril)
Irmã Mary Estelle Printz, 95 (12 de abril)
Irmã Thomas Marie Wadowski, 73 (15 de abril)
Irmã Mary Patricia Pyszynski, 93 (17 de abril)
Irmã Mary Ramona (Florence) Borkowski, 93, Lodi, Nova Jersey (18 de abril)
Irmã Mary Clarence Borkoski, 83 (20 de abril)
Irmã Rose Mary Wolak, 86 (21 de abril)
Irmã Mary Janice Zolkowski, 86 (22 de abril)
Irmã Mary Alice Ann Gradowski, 73 (25 de abril)
Irmã Victoria Marie Indyk, 69 (26 de abril)
Irmã Mary Martinez Rozek, 87 (28 de abril)
Irmã Mary Magdaleine Dolan, 82 (10 de maio)
Irmã Mary Danatha Suchyta, 98 (27 de junho)
Que as suas almas e as almas de todos os fiéis defuntos, pela misericórdia de Deus, descansem em paz.
ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF