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segunda-feira, 5 de julho de 2021

Papa Francisco: "Sem admiração, a fé se torna uma ladainha que se extingue"

Papa Francisco preside o Ângelus no Vaticano.
Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa
Por Miguel Pérez Pichel

Vaticano, 04 jul. 21 / 09:39 am (ACI).- O papa Francisco exortou a comunidade cristã a não perder a capacidade de admiração com a encarnação de Deus, porque, "sem admiração, a fé se torna uma ladainha cansada que lentamente se extingue".

A afirmação foi feita neste domingo, 4 de julho, durante a oração do Ângelus no Palácio Apostólico do Vaticano. O pontífice refletiu sobre a passagem evangélica do dia em que fala da incredulidade dos conterrâneos de Jesus ao vê-lo pregar na sinagoga de Nazaré.

Francisco chamou a atenção para o fato de que os conterrâneos de Jesus o conhecem, mas não o reconhecem. “Há diferença entre conhecer e reconhecer: podemos saber várias coisas sobre uma pessoa, formar uma ideia, confiar no que os outros dizem sobre ela, talvez de vez em quando encontrá-la no bairro, mas tudo isso não é suficiente. Trata-se de um conhecer superficial, que não reconhece a unicidade dessa pessoa”.

É um risco, disse o papa, “que todos nós corremos: achamos que sabemos tanto sobre uma pessoa, rotulamo-la e a restringimos em nossos preconceitos. Da mesma forma, os conterrâneos de Jesus o conhecem há trinta anos e pensam que sabem tudo; na realidade, nunca se deram conta de quem é verdadeiramente. Eles se detêm à exterioridade e rejeitam a novidade de Jesus”.

O papa afirmou que “deixamos a comodidade do hábito e a ditadura dos preconceitos prevalece, é difícil nos abrir à novidade e nos deixarmos surpreender”.

“No final, acontece que muitas vezes, acabamos procurando confirmação de nossas ideias e esquemas na vida, em nossas experiências e até mesmo nas pessoas, para nunca ter que fazer o esforço de mudar”.

Disse que “também pode acontecer com Deus, precisamente conosco crentes, nós que pensamos conhecer Jesus, que já sabemos muito sobre Ele e que nos basta repetir sempre as mesmas coisas. Mas sem abertura à novidade e às surpresas de Deus, sem admiração, a fé se torna uma ladainha cansada que lentamente se extingue”.

Foi o que aconteceu aos “conterrâneos de Jesus”, não o reconhecem porque “não aceitam o escândalo da Encarnação. É escandaloso que a imensidão de Deus se revele na pequenez de nossa carne, que o Filho de Deus seja o filho do carpinteiro, que a divindade esteja escondida na humanidade, que Deus habite no rosto, nas palavras, nos gestos de um simples homem".

“Eis o escândalo: a encarnação de Deus, sua concretude, seu ‘cotidiano’. Na realidade, é mais cômodo um deus abstrato e distante, que não se intromete nas situações e que aceita uma fé distante da vida, dos problemas, da sociedade”.

“Ou mesmo gostamos de acreditar em um deus ‘com efeitos especiais’, que só faz coisas excepcionais e sempre dá grandes emoções. Ao invés, Deus se encarnou: humilde, terno, escondido, se faz próximo de nós habitando a normalidade de nossa vida cotidiana. E assim, como os conterrâneos de Jesus, corremos o risco que, quando passa, não o reconhecemos, aliás, nos escandalizamos por Ele”, concluiu o papa Francisco.

ACI Digital

Novo boletim: o Papa está em boas condições

Hospital Gemelli | Vatican News

A operação programada para curar uma estenose diverticular do cólon concluiu-se à noite.

VATICAN NEWS

Concluiu-se à noite a cirurgia à qual foi submetido o Papa Francisco, de acordo com um comunicado do diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.

“O Santo Padre, internado à tarde no Hospital A. Gemelli, foi submetido à noite a uma operação cirúrgica programada para tratar uma estenose diverticular do cólon”. 

“O Santo Padre - explicou Bruni – reagiu bem à operação conduzida com anestesia geral pelo Prof. Sergio Alfieri, com a assistência do Prof. Luigi Sofo, do Dr. Antonio Tortorelli e da Dra. Roberta Menghi.”

“A anestesia foi feita pelo Prof. Massimo Antonelli, pela Professora Liliana Sollazzi e pelos doutores Roberto De Cicco e Maurizio Soave. Também estavam presentes na sala cirúrgica o Prof. Giovanni Battista Doglietto e o Prof. Roberto Bernabei”.

O Pontífice deixou a Casa Santa Marta no início da tarde.

A cirurgia de ontem à noite durou cerca de três horas. Espera-se sete dias de internação no Hospital Gemelli.

O Papa Francisco está em boas condições e atento. É o que afirma o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, no novo comunicado sobre as condições de saúde do Papa após a cirurgia ocorrida na noite de domingo (04/07).

“Sua Santidade o Papa Francisco está em boas condições gerais, atento e respirando espontaneamente. A cirurgia para estenose diverticular realizada na noite de 4 de julho envolveu uma hemicolectomia esquerda e durou cerca de 3 horas”, disse Bruni.

Quanto à permanência do Papa no Hospital Gemelli, “prevê-se uma internação de cerca de 7 dias, salvo complicações”.

Fonte: Vatican News

Santo Antônio Maria Zacarias, Presbítero, Fundador dos Barnabitas

S. Antônio Maria Zacarias | ArquiSP
05 de julho

Santo Antônio Maria Zacarias

Antônio Maria nasceu na rica família Zacarias, da tradicional nobreza italiana, na cidade de Cremona, em 1502. Era o filho único de Lázaro e Antonieta, e seu pai morreu quando ele tinha apenas dois anos de idade. Nessa ocasião não faltaram os pretendentes à mão da jovem viúva, que contava com dezoito anos de idade. Mas Antonieta preferiu afastar-se de todos. Tornou-se exemplo de vida austera, séria e voltada para a fé, dedicando-se exclusivamente à educação e formação do filho. E seu empenho ilustra a alma do homem que preparou para o mundo e para a Igreja.

Em pouco tempo, Antônio Maria era conhecido por sua inteligência precoce e, ao mesmo tempo, pela disposição à caridade e humildade. Contam os escritos que era comum chegar do colégio sem seu caro manto de lã, pois o deixava sobre os ombros de algum mendigo que estava exposto ao rigor do frio.

Ao completar dezoito anos de idade, doou toda sua herança para sua mãe, e foi estudar filosofia em Pávia e medicina em Pádua. Ao contrário dos demais estudantes, que pouco aprendiam e mais se dedicavam à vida de diversões das metrópoles, como em todas as épocas, Antônio Maria usava todo o seu tempo para estudar e meditar. Em vez de vestir-se como fidalgo, preferia as roupas simples e comportava-se com humildade.

Depois de formado, exerceu a medicina junto ao povo, cuidando principalmente dos que não tinham recursos. Conta a tradição que, além de curar os males do corpo, ele confortava as tristezas da alma de seus pobres pacientes.

Distribuía os remédios científicos juntamente com o conforto, a esperança e a paz de espírito. Finalmente, sua espiritualidade venceu a ciência e, em 1528, Antônio Maria ordenou-se sacerdote.

Com as bênçãos da mãe, que ficou feliz, mas sozinha, ele foi exercer seu apostolado em Milão. Ali, na companhia de Tiago Morigia e Bartolomeu Ferrari, fundou a Congregação dos Clérigos Regulares de São Paulo, cujos membros ficaram conhecidos como "barnabitas", pois a primeira Casa da Ordem foi erguida ao lado da igreja de São Barnabé, em Milão. Depois, com apoio da condessa de Guastalla, Ludovica Torelli, fundou também a Congregação feminina das Angélicas de São Paulo e criou o Grupo de Casais, para os leigos. Toda a sua Obra se voltou à reforma do clero e dos leigos, reaproximando-os dos legítimos preceitos cristãos.

Tendo como modelo são Paulo, era também um devoto extremado da santa eucaristia. Foi o padre Antônio Maria que instituiu as "quarenta horas de adoração ao Santíssimo Sacramento", e também o soar dos sinos às quinze horas para indicar a Paixão de Jesus na cruz.

Durante uma de suas numerosas missões de oração e pregação que efetuava na Itália meridional, foi acometido pela epidemia que se alastrava na região. Não tinha ainda completado os trinta e sete anos de idade quando isto aconteceu. Como médico que era, sabia que a morte se aproximava, voltou então para os braços da dedicada mãe Antonieta.

Ele morreu, sob o teto da mesma casa onde nasceu, em 5 de julho de 1539, e foi canonizado em 1897. Tendo em vista a criação do Grupo de Casais, santo Antônio Maria Zacarias é considerado o pioneiro da Pastoral Familiar na história da Igreja.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

domingo, 4 de julho de 2021

12 filmes católicos para você assistir em casa

New Line Productions, Inc. | Warner Bros. |
Century Fox Home Entertainment
Por Octavio Messias

Longas trazem os valores de Cristo e abordam a fé.

Já publicamos aqui algumas sugestões filmes e séries que tratam de valores cristãos. Aqui vão 12 indicações de uma vez, todas de com histórias agregadoras, que convidam à fé. Em todos os gêneros. 

O Senhor dos Anéis – trilogia (2001–2003)

Este é trapacear? Sim, mas é possível assistí-los todos em uma sentada, como quem maratona uma série do Netflix. Certa vez, J.R.R. Tolkien, autor de O Senhor dos Anéis, chamou o Santíssimo Sacramento de “a maior coisa para se amar na Terra”. Seus livros e filmes são ricos em simbologia católica e tratam de temas épicos de amor e sacrifício em face do grande mal. 

A trilogia recebeu enorme aceitação da crítica. O terceiro filme, O Retorno do Rei, venceu 11 onze Oscars, o que o torna o maior o maior vencedor da história da premiação, empatado com Titanic e o próximo filme da nossa lista. 

*Onde Assistir: Amazon Prime, Netflix

Ben-Hur (1959)

Acredite ou não, Ben-Hur — estrelando Charlton Heston e Stephen Boyd — é um remake. Em uma época em que os cinemas e a MGM estavam lutando, este filme épico salvou o mercado, tornando-se um dos filmes com maior bilheteria na história (ajustando a inflação). Também traz a história não só de Judah Ben-Hur e sua busca por vingança contra seu antigo amigo Messala, mas também a de Cristo. É uma história de redenção e também o poder da misericórdia divina. 

*Onde Assistir: Amazon Prime

Feitiço do Tempo(1993)

Parece que você está revivendo o mesmo dia todo dia? Bem, então você está como o personagem de Bill Murray nesta comédia romântica, o rabugento apresentador da previsão do tempo Phil Connors, que desdenha de um feriado comemorativo regional que se repete sempre que ele acorda, que é o mesmo dia que quando ele foi dormir. Mas tem mais do que isso. É uma oportunidade para discutir filosofia e teologia enquanto vemos Murray explorar destino, fé, morte e amor em seu próprio purgatório. fate, faith, death and love in his own purgatory.

*Onde Assistir: Amazon Prime, Netflix

Indiana Jones e a Última Cruzada (1989)

O terceiro filme da franquia Indiana Jones é um dos melhores da série. É divertido, cheio de ação, além de repleto de simbolismos e temas católicos. Harrison Ford e Sean Connery estrelam como filho e pai, ambos buscando o Santo Graal. O protagonista não só reencontra o apreço pelo pai distante, como também tem que dar (literalmente) saltos de fé nessa aventura. E ainda entendemos de onde vem seu apelido, Indiana.

*Onde Assistir: Amazon Prime, Netflix

A Paixão de Joana d’Arc (1928)

Este é para cinéfilos. Este filme silencioso retrata o julgamento da Santa Joana dÁrc. Muitos historiadores e críticos o consideram um marco, não apenas pela fotografia e pela produção, mas também pela performance de Renée Jeanne Falconetti interpretando a santa francesa. Tem que ver. 

*Onde Assistir: Amazon Prime, Netflix

O Rei Leão (1994)

Não é uma típica animação adaptada. O desenho original da Disney pode não incorporar totalmente a imagética católica, mas é uma história que lembra a parábola do Filho Pródigo e contém uma cena similar à agonia de Jesus no Jardim de Getsêmani. Além do mais, é um divertido musical. 

*Onde Assistir: para locação no YouTube e no Google Play

O Bom Pastor (1944)

Traz Bing Crosby — que atuou como Cavaleiro de Colombo durante a Segunda Guerra Mundial — e Barry Fitzgerald como padres, com o primeiro assumindo a paróquia. É um filme leve e tocante que não foi só um arroubo de bilheteria, como também aclamado pela crítica, chegando a ganhar o Oscar de Melhor Filme. Também originou uma sequência, Os Sinos de Santa Maria (1945).

*Onde Assistir: Amazon Prime

Superman: O Filme (1978)

O avô de todos os filmes baseado em gibis, Superman: O Filme teve uma produção tumultuada, mas a arte vem da adversidade, certo? Os cineastas estavam conscientes das óbvias conexões bíblicas nas origens do Super-Homem: um bebê enviado de outro planeta para ajudar a salvar o mundo. Inicialmente, o gibi se espelhava no Livro do Êxodo, mas com o tempo ele se tornou uma figura equivalente a Cristo na mídia dos gibis.  Coloque tudo isso de lado, e o filme é divertido com um carismático Christopher Reeve na pele do herói. 

*Onde Assistir: Amazon Prime

Domínio dos Bárbaros (1947)

Uma adaptação do romance O Poder e a Glória (1940), de Graham Greene, dirigida pelo cineasta católico John Ford e estrelada por Henry Fonda. O filme é sobre um padre em fuga das autoridades do México durante a Guerra Cristera — uma época de perseguição católica na qual cavaleiros lutavam e eram martirizados pela fé. É uma história sobre o que torna santo um santo. 

*Onde Assistir: Amazon Prime

A Princesa Prometida (1987)

Sério? O que tem de católico nesse filme açucarado de gosto questionável. Papa João Paulo II tinha algumas ideias. De acordo com o ator Cary Elwes — que estrela o filme como Westley —, o finado pontífice disse a ele que era “um filme muito bom. Muito engraçado.” Se esse filme clássico e divertido filme é bom o suficiente para um santo, é bom o suficiente para entrar nesta lista.

*Onde Assistir: Amazon Prime

Um Sonho de Liberdade (1994) ou Rebeldia Indomável (1967)

Bispo Robert Barron chamou Um Sonho de Liberdade uma bela releitura da história de Cristo. Enquanto o personagem Luke de Rebeldia Indomável foi considerada uma figura inspirada em Cristo (ele até posa como Cristo crucificado em dado momento). O primeiro é mais apropriado para adultos, enquanto o segundo pode ser apreciado por adolescentes e mais velhos. Seja qual for, ambos foram elogiados quando lançados e indicados a melhor filme. 

*Onde Assistir: Amazon Prime, Netflix

A Noviça Rebelde (1965)

Indicado para a família? Check. Ótimas canções? Check. Fotografia deslumbrante? Check. Ótimo filme? Check. Mensagem católica positiva? Check. Não tem erro com esse filme. Julie Andrews estrela como uma postulante querendo se tornar freira, que descobre sua verdadeira vocação quando atua como governanta de uma viúva com sete filhos. 

*Onde Assistir: no YouTube (grátis e com legendas em português)

Agora onde está A Paixão de Cristo? E A Canção de Bernadette? Ou O Escarlate e o Negro? São todos grandes filmes. E católicos. Então vale assisti-los caso ainda não os tenha visto. 

Então fique seguro, se jogue nos streamings e aumente sua bagagem cinematográfica.

(A partir do original em inglês: More great Catholic movies to watch while quarantined)

Fonte: Aleteia

O Papa confirma visita à Hungria e Eslováquia: “Rezem por esta viagem"

Bandeiras eslovacas na Praça São Pedro | Vatican News

Ao término do Angelus deste domingo (04/07), Francisco anunciou a dupla etapa de 12 a 15 de setembro de 2021: "Rezemos por aqueles que estão organizando" esta viagem. O Papa já o tinha antecipado aos jornalistas que o acompanhavam no avião no voo de retorno a Roma após a visita ao Iraque. Francisco estará no dia 12 em Budapeste para a missa de encerramento do 52º Congresso Eucarístico Internacional e depois até o dia 15 em Bratislava, Présov, Koesice e Šaštin

Vatican News

“Tenho a alegria de anunciar que de 12 a 15 de setembro próximo, se Deus quiser, irei à Eslováquia para fazer uma visita pastoral. Os eslovacos estão ali contentes...”, disse o Papa acenando para os eslovacos presentes na Praça São Pedro.

Foi o próprio Papa que confirmou, ao término do Angelus este domingo na Praça de São Pedro, a viagem de 12 a 15 de setembro próximo à Eslováquia, explicando que na parte da manhã do dia 12 concelebrará em Budapeste, na Hungria, a missa de encerramento do 52º Congresso Eucarístico Internacional:

“Agradeço de coração àqueles que estão preparando esta viagem e rezo por eles”. Rezemos todos por esta viagem e pelas pessoas que estão trabalhando para organizá-la.”

O anúncio no voo Bagdá-Roma

Trata-se da segunda viagem apostólica de 2021, após a importante viagem ao Iraque. E precisamente no voo de retorno de Bagdá, na habitual entrevista concedida aos jornalistas, Francisco, em resposta a uma pergunta sobre viagens futuras, anunciou sua presença em Budapeste para presidir o encerramento do 52º Congresso Eucarístico Internacional. Acrescentou - referindo-se ao fato de que muitas de suas viagens são o resultado de longas reflexões, mas também de intuições repentinas - que também faria etapa em Bratislava, dada a proximidade entre os dois países.

"Agora terei que ir à Hungria para a missa final do Congresso Eucarístico Internacional, não para uma visita ao país, mas somente para a missa. Mas Budapeste fica a duas horas de carro de Bratislava, por que não fazer uma visita à Eslováquia? É assim que as coisas vêm..."

O Papa em Bratislava e outras três cidades eslovacas

Em particular, a etapa na Eslováquia incluirá não apenas uma visita a Bratislava, mas também a três outras cidades, como confirmado numa declaração do diretor da Sala de Imprensa da Santa sé, Matteo Bruni:

"Como anunciou o Santo Padre no Angelus desta manhã, a convite das Autoridades civis e das Conferências episcopais, no domingo 12 de setembro de 2021, o Papa Francisco estará em Budapeste por ocasião da Santa Missa de encerramento do 52º Congresso Eucarístico Internacional; posteriormente, de 12 a 15 de setembro de 2021, viajará para a Eslováquia, visitando as cidades de Bratislava, Présov, Koesice e Šaštin. O programa da viagem será posteriormente publicado."

Fonte: Vatican News

Terra Santa celebra o Preciosíssimo Sangue de Cristo com pétalas de rosa

Uma religiosa contempla as pétalas de rosa sobre a pedra da agonia.
Crédito: Nadim Asfour (Custódia da Terra Santa)

JERUSALÉM, 02 jul. 21 / 01:26 pm (ACI).- A basílica da Agonia no jardim do Getsêmani celebrou, neste 1º de julho, a festa do Preciosíssimo Sangue de Cristo, conservada no calendário litúrgico da Igreja na Terra Santa.

A basílica católica da Agonia fica no Monte das Oliveiras, no antigo jardim do Getsêmani. No seu interior, ela conserva a “pedra da agonia”, na qual, segundo a tradição, Jesus rezou na noite em que foi entregue.

A cerimônia do dia 1º de julho foi presidida pelo vigário da Custódia da Terra Santa, o padre Dobromir Jasztal, que cobriu a pedra da agonia com pétalas de rosas vermelhas, em memória da agonia e do sangue derramado por Jesus na quinta-feira santa.

“No final da celebração, como conta a tradição, os religiosos e fiéis presentes recolheram as pétalas para levá-las aos seus lares e dar continuidade à meditação sobre o Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo”, informou a Custódia da Terra Santa na sua página.

Na homilia, o vigário custódio afirmou que, “seguindo as passagens da Bíblia, vemos o sangue como um elemento importante para a vida”. “Várias vezes, Deus ordena que não haja derramamento de sangue, não bebê-lo e não comer carne de animais que ainda contém vestígios de sangue. Porque o sangue é vida, o sangue é sagrado”, afirmou, ao recordar o capítulo 12 de Deuteronômio.

Vários lugares da Terra Santa estão marcados pela presença do sangue de Cristo: o Getsêmani e o Calvário, em particular. Segundo o vigário, esses são os dois lugares por excelência para que os fiéis procurem meditar e assim traduzir, em obras, o sacrifício de Cristo “na vida cristã e na relação com nossos irmãos”.

“Todos somos pecadores que fomos perdoados”, afirmou o padre Jasztal, falando sobre o perdão que obtemos no Precioso Sangue de Cristo. “Aqueles que receberam a misericórdia de Deus são chamados a retribuir o amor a Deus, praticando uma misericórdia ilimitada para com seus irmãos, porque o perdão fraterno é consequência da misericórdia e o perdão de Deus que recebemos”, acrescentou.

“Só amando e perdoando poderemos persistir na vida como pessoas salvas e crentes, para poder repetir, no final, a confissão de Paulo aos gálatas: ´Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em mim. Minha vida atual na carne, eu a vivo na fé, crendo no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim. Eu não invalido a graça de Deus. Ora, se a justiça vem pela Lei, então Cristo morreu por nada´”.

Em sua página na internet, a Custódia da Terra Santa diz que “a memória do sangue derramado por Jesus foi objeto de culto desde os primeiros séculos da era cristã, mas as raízes históricas desta celebração devem ser buscadas nas histórias sobre a vida de Jesus. Segundo a tradição, foi o soldado Longuinho (Longinus, em latim) que perfurou o lado de Jesus com sua lança para se certificar de que ele estava morto e, após a conversão, recolheu um frasco de sangue que fluiu do lado perfurado para, em seguida, fugir para a Itália e estabelecer-se em Mântua, em 37 d.C., no lugar onde mais tarde foi construída a basílica de Santo André”.

“Em 804, após a descoberta da jarra enterrada por Longuinho ao lado de seu túmulo, partes da relíquia do Preciosíssimo Sangue foram levadas à Sainte-Chapelle, em Paris, na França, à igreja da Santa Cruz em Guastalla, na Itália, à basílica de São João de Latrão, em Roma, na Itália, e à abadia de Weingarten, na Alemanha.

Ao longo dos séculos, a festa começou a ser celebrada em vários lugares e isso convenceu o papa Pio X a fixar a data da festa, em 1º de julho de 1849. Com a reforma do calendário litúrgico em 1970, esta festa foi substituída pela solenidade do Corpus Christi, em todos os calendários litúrgicos, exceto o de Jerusalém, que mantém o ritual ligado ao lugar da agonia”.

Fonte: ACI Digital

EUA: investigação de ex-escolas residenciais indígenas terá total colaboração dos bispos

Flores, velas, pequenos calçados na "No Pride in Genocide"
em Toronto, Canadá, em memória às crianças indígenas
sepultadas nas escolas residenciais  (AFP or licensors)

As trágicas descobertas de centenas de sepulturas anônimas em terrenos de ex-escolas residenciais para crianças indígenas no Canadá, motivou a abertura de investigação também nos Estados Unidos. O episcopado assegurou total colaboração.

Lisa Zengarini – Vatican News

Após a dolorosa descoberta de restos mortais em antigas escolas residenciais católicas para crianças indígenas no Canadá, também nos Estados Unidos haverá uma investigação sobre as antigas faculdades financiadas pelo governo federal, na busca de possíveis túmulos de crianças indígenas estadunidenses. O anúncio foi feito pela secretária do Interior, Debra Haaland.  “É importante entender o que aconteceu nos Estados Unidos”, explicou a política do Novo México, ex-membro da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. Ao comentar a notícia - relata a agência de notícias CNS - o porta-voz da Conferência Episcopal dos Estados Unidos (USCCB) declarou que os bispos irão ajudar nas investigações no que for possível.

A iniciativa foi bem recebida pela National Native American Boarding School Healing Coalition, uma associação de nativos estadunidenses que há anos luta pela verdade e para que seja feita justiça pelos "traumas históricos" infligidos aos nativos da América nessas estruturas.

Entre os séculos XIX e XX, de fato, o Governo federal dos Estados Unidos financiou mais de 350 escolas residenciais, geralmente administradas pela Igreja, e embora ainda não se disponha de dados precisos, estima-se que centenas de milhares de crianças nativas tenham frequentado essas instituições. A organização, que conseguiu recuperar somente 38% dos registros, pede que o destino delas seja esclarecido. “Acreditamos que chegou o momento da verdade e da cura. Temos o direito de saber o que aconteceu”, afirma um comunicado.

A associação recorda como essas crianças tenham sido, voluntariamente ou à força, afastadas de suas famílias e impedidas de falar a própria língua materna, de praticar seus costumes e culturas e despojadas de suas roupas tradicionais, de acordo com as disposições da Civilization Fund Act (“Lei do Fundo de Civilização”) de 1819, que visava introduzir os costumes e a cultura da "civilização" europeia nas tribos indígenas dos Estados Unidos.

A investigação da Administração Biden, que apresentará um relatório final no próximo mês de abril, servirá não só para localizar os ex-colégios residenciais, mas também para identificar eventuais sepulturas e as tribos de origem dos alunos que os frequentavam.

Neste meio tempo no Canadá, após a descoberta em maio dos restos mortais de 215 crianças na escola residencial indígena Kamloops, na Colúmbia Britânica, e de outras 751 sepulturas anônimas na última semana em outra escola em Marieval, em Saskatchewan, foram descobertas 182 novas sepulturas de crianças indígenas, onde podem estar os restos mortais de alunos da antiga escola da missão St Eugene, perto de Cranbrook, também na Colúmbia Britânica.

Essas trágicas descobertas reacenderam os holofotes da opinião pública canadense e mundial sobre o que, em 2015, a Comissão Nacional especial para a Verdade e Reconciliação definiu um verdadeiro "genocídio cultural" perpetrado contra os povos originários do país por meio dessas escolas.

Entre os séculos XIX e XX, 150.000 crianças indígenas no Canadá foram arrancadas à força de suas famílias e colocadas em escolas residenciais - muitas das quais administradas pela Igreja Católica - para serem educadas na cultura e na língua europeias, sofrendo violência física e psicológica, abusos e, em alguns casos, vindo até mesmo a morrer.

Nas últimas semanas, os bispos canadenses intervieram em várias ocasiões para expressar sua solidariedade e o desejo da Igreja de colaborar com as First Nations (Primeiras Nações) na busca da verdade em um dos capítulos mais sombrios da história do país.

Um convite às autoridades políticas e religiosas do Canadá para "se comprometerem humildemente em um caminho de reconciliação e cura" também foi dirigido pelo Papa Francisco no Angelus de 6 de junho, após o caso da escola residencial Kamloops. Em dezembro, o Pontífice receberá em audiência uma delegação de bispos canadenses e líderes indígenas Inuit, Metis e Primeiras Nações, iniciativas que, no entanto, não impedem os atos de vandalismo perpetrados contra igrejas católicas no Canadá. Nos últimos 10 dias, um total de oito igrejas foram queimadas. Entre eles está a histórica igreja de São João Batista em Morinville, na diocese de St. Paul, que foi consumida pelas chamas em 30 de junho.

Fonte: Vatican News Service - LZ

SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO

Vatican News
Por Dom Paulo Cezar Costa
       Arcebispo de Brasília

Solenidade de São Pedro e São Paulo

Neste domingo, a Igreja no Brasil, celebra a solenidade dos apóstolos São Pedro e São Paulo. São Pedro foi chamado por Jesus, as margens do lago de Genezaré e São Paulo foi apanhado por Cristo, quando ia para Damasco perseguir os cristãos.

São Pedro foi aquele ao qual Jesus deu a missão de confirmar os irmãos na fé. No Evangelho de hoje (Mt 16, 13 – 19), Jesus pergunta para os discípulos: quem dizem os homens ser o Filho do Homem? A resposta mostra que o povo tinha uma concepção alta de Jesus, pensam que ele é um grande profeta. Uns pensam que seja João Batista, outros Elias, outros Jeremias e outros ainda, algum dos profetas. E agora, Jesus pergunta aos discípulos: E vós, quem dizeis que eu sou? E Pedro responde: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” Mt 16, 16). Pedro responde que Jesus era aquele que o Antigo Testamento esperava, era o Messias. Mas vai além, diz que Jesus é o Filho do Deus vivo. Afirma que Jesus é Deus. Tanto que Jesus dirá: “Não foi carne ou sangue que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu” (Mt 16, 17). Não foi nenhum ser humano que revelou para Pedro que Jesus é o Filho de Deus, mas foi o Pai do Céu. Este salto na compreensão do mistério de Cristo só poderia ser obra de Deus. A fé é dom de Deus. Só Deus pode nos fazer entrar no coração do mistério. Pedro entrou no coração do mistério quando afirma que Jesus é o Filho de Deus.

Jesus dá a missão a Pedro: “Tu és Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja e o poder do inferno nunca poderá vencê-la” (Mt 16, 18). Jesus muda o seu nome. No mundo bíblico e semita, mudar o nome implica mudança de destino e da realidade da pessoa.  Pedro torna, agora, a rocha sobre a qual Jesus coloca as bases para a edificação da Igreja. A Igreja é de Jesus Cristo, mas há um paralelismo entre Jesus e Pedro: “a função de Jesus Cristo, com relação à Igreja, é participada por Pedro” ( Gianfranco Ravasi, Celebrare e Vivere La Parola, 281). Esta é a única vez que aparece o termo Igreja nos Evangelhos. A Igreja permanece de Jesus, mas na sua caminhada terrena, é confiada a Pedro.  Jesus promete a sua assistência constante à sua Igreja (Mt 28, 20). Por isso, as portas do inferno ( expressão para indicar o império do mal), não prevalecerá sobre a Igreja. A Igreja possui um centro de unidade visível no apóstolo Pedro e nos seus sucessores, o papa, que é expressão da presença sobrenatural do Senhor.

Do apóstolo Paulo, devemos ater-nos ao seu testamento confiado a Timóteo, na segunda leitura. Homem que desgastou a vida no anúncio e testemunho de Jesus Cristo. Por isso, chega ao fim da vida com a consciência do dever cumprido.

Neste domingo, celebramos o dia do papa. Somos chamados a renovar a nossa adesão ao sucessor de Pedro, papa Francisco. E renovemos, também, nosso amor para com Jesus Cristo e o anúncio do seu Evangelho, como nos inspira São Paulo.

Fonte: Arquidiocese de Brasília

Santa Isabel de Portugal

Sta. Isabel de Portugal | ArquiSP

04 de julho

Santa Isabel de Portugal

Isabel nasceu na Espanha, em 1271. Entre seus antepassados estão muitos santos, reis e imperadores. Era filha de Pedro II, rei de Aragão, que, no entanto, era um jovem príncipe quando ela nasceu. Sem querer ocupar-se com a educação da filha, o monarca determinou que fosse cuidada pelo avô, Tiago I, que se convertera ao cristianismo e levava uma vida voltada para a fé. Sorte da pequena futura rainha, que recebeu, então, uma formação perfeita e digna no seguimento de Cristo.

Tinha apenas doze anos quando foi pedida em casamento por três príncipes, como nos contos de fadas. Seu pai escolheu o herdeiro do trono de Portugal, dom Dinis. Esse casamento significou para Isabel uma coroa de rainha e uma cruz de martírio, que carregou com humildade e galhardia nos anos seguintes de sua vida.

Isabel é tida como uma das rainhas mais belas das cortes espanhola e portuguesa; além disso, possuía uma forte e doce personalidade, era também muito inteligente, culta e diplomata. Ela deu dois filhos ao rei: Constância, que seria no futuro rainha de Castela, e Afonso, herdeiro do trono de Portugal. Mas eram incontáveis as aventuras extraconjugais do rei, tão conhecidas e comentadas que humilhavam profundamente a bondosa rainha perante o mundo inteiro.

Ela nunca se manifestava sobre a situação, de nada reclamava e a tudo perdoava, mantendo-se fiel ao casamento em Deus, que fizera. Criou os filhos, inclusive os do rei fora do casamento, dentro dos sinceros preceitos cristãos.

Perdeu cedo a filha e o genro, criando ela mesma o neto, também um futuro monarca. Não bastassem essas amarguras familiares, foi vítima das desavenças políticas do marido com parentes, e sobretudo do comportamento de seu filho Afonso, que tinha uma personalidade combativa. Depois, ainda foi caluniada por um cortesão que dela não conseguiu se aproximar. A rainha muito sofreu e muito lutou até provar inocência de forma incontestável.

Sua atuação nas disputas internas das cortes de Portugal e Espanha, nos idos dos séculos XIII e XIV, está contida na história dessas cortes como a única voz a pregar a concórdia e conseguir a pacificação entre tantos egos desejosos de poder. Ao mesmo tempo que ocupava o seu tempo ajudando a amenizar as desgraças do povo pobre e as dores dos enfermos abandonados, com a caridade da sua esmola e sua piedade cristã.

Ergueu o Mosteiro de Santa Clara de Coimbra para as jovens piedosas da corte, O mosteiro cisterciense de Almoste e o santuário do Espírito Santo em Alenquer. Também fundou, em Santarém, o Hospital dos Inocentes, para crianças cujas mães, por algum motivo, desejavam abandonar. Com suas posses sustentava asilos e creches, hospitais para velhos e doentes, tratando pessoalmente dos leprosos. Sem dúvida foi um perfeito símbolo de paz, do seu tempo.

Quando o marido morreu, em 1335, Isabel recolheu-se no mosteiro das clarissas de Coimbra, onde ingressou na Ordem Terceira Franciscana. Antes, porém, abdicou de seu título de nobreza, indo depositar a coroa real no altar de São Tiago de Compostela. Doou toda a sua imensa fortuna pessoal para as suas obras de caridade. Viveu o resto da vida em pobreza voluntária, na oração, piedade e mortificação, atendendo os pobres e doentes, marginalizados.

A rainha Isabel de Portugal morreu, em Estremoz, no dia 4 de julho de 1336. Venerada como santa, foi sepultada no Mosteiro de Coimbra e canonizada pelo papa Urbano VIII em 1665. Santa Isabel de Portugal foi declarada padroeira deste país, sendo invocada pelos portugueses como "a rainha santa da concórdia e da paz".

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

BEATO PIER GIORGIO FRASSATI

Beato Piergiorgio Frassati | Vatican News
04 de julho

BEATO PIER GIORGIO FRASSATI

Pier Giorgio nasceu em Turim, em 1901, no seio de uma família da alta burguesia: seu pai, Alfredo, jornalista e dono do jornal "La Stampa", era amigo íntimo de Giolitti, que o enviou a Berlim como embaixador. Sua mãe era uma pintora famosa: Vitório Emanuele III comprou uma das suas obras, exposta na Bienal de Veneza. Na família Frassati, a fé não era bem "de casa"; não obstante, o Senhor soube abrir alas nos corações dos homens, dispostos a dar-lhe ouvido.

Combater o sistema por dentro

Pier Giorgio não se sentia à vontade na classe social onde vivia, nem na sua vida no lar, onde a fé era um elemento mais formal do que essencial. Passou sua infância com a irmã Luciana, mais nova de um ano; era a sua única confidente, uma vez que os contrastes com seus pais se tornavam cada vez mais evidentes: Pier Giorgio não era um excelente estudante, pelo menos até entrar para o Instituto Social dos Padres Jesuítas.
Ao se formar, passou a estudar Engenharia mecânica, com especialização em mineração, para seguir de perto os mineiros, que, na época, eram considerados os mais explorados dos explorados.
Infelizmente, não conseguiu concluir seu curso de graduação, em vida, mas apenas o título "honoris causa", em 2002. A sua prioridade não eram os estudos, mas a oração, a Eucaristia e a caridade. Por isso, o jovem preferiu ficar em casa, junto com a família.

"Passava o tempo" a serviço da caridade

Os contrastes, unilaterais, com o pai, não tardaram: seu pai Alfredo começou a definir o filho como "homem inútil", dizendo que “andava à toa” pelas ruas da cidade, frequentando pessoas que não estavam à sua altura.
Por sua vez, Pier Giorgio era uma pessoa sempre sorridente, aceitava as repreensões de modo sereno, como uma eterna criança: assim, se comportava com o próximo necessitado, apesar de não agir da mesma forma com os jovens da sua classe; contudo, demonstrava a todos verdadeiro amor e participação nos sofrimentos humanos.
Nos últimos anos de vida, Pier Giorgio Frassati participou, praticamente, de todas as Associações católicas, desde a Conferência de São Vicente à Ação Católica e à FUCI, e sempre prestava a sua ajuda e serviço aos mais indigentes.

Empresa de Transporte “Frassati"

Os amigos de Pier Giorgio zombavam dele, chamando-o Empresa de Transporte “Frassati", porque sempre visitava os "porões" dos pobres e os casebres da periferia de Turim, uma cidade de grandes Santos e intelectuais, mas também de tantos operários, pobres e excluídos as sociedade.
O jovem Frassati levava de tudo às casas dos mais necessitados: alimentos, roupas, lenha, carvão, móveis, gastando todo o dinheiro que sua família lhe dava, que diminuía sempre mais.
No entanto, Pier Giorgio se aproximava, sempre mais, da espiritualidade dos Dominicanos, a ponto de se tornar Terciário.
Ao transferir-se a Berlim, teve a oportunidade de conhecer, pessoalmente, o Padre Karl Sonnenschein, o "São Francisco alemão", uma presença que o levou a se questionar sobre a possibilidade de ser sacerdote, uma ideia que Pier Giorgio deixou de lado porque achava que não tinha vocação.
Contudo, o jovem continuava a ser feliz: deixava as ocasiões mundanas para ir à Missa; ao invés da companhia dos jovens burgueses, preferia estar com os pobres, que saciava, a sua sede de viver o Evangelho. Seria um erro pensar que ele era um tipo estranho ou isolado, pelo contrário, repleto da verdadeira vida, era um grande apaixonado, entre outras coisas, pela montanha, da qual era um entusiasta alpinista.

Finalmente o amor ou, talvez, não

Certo dia, entre um grupo de escaladores, Pier Giorgio conheceu Laura Hidalgo, da qual se apaixonou: um amor, que manteve oculto dentro de si, em seu coração, seja para "não colocá-la em embaraço", seja para não ser um ulterior problema para a sua família, visto que ela pertencia a uma classe social bem mais inferior: um sacrifício que poucos jovens, no lugar de Pier Giorgio, conseguiriam enfrentar. Ele, porém, enfrentava tudo com sorriso nos lábios, porque sabia, nas profundezas do seu espírito, que o verdadeiro amor era outro: aquele que o aguardava na sua iminente vida eterna, que, talvez, começava a entrever, chegando até a desejar o dia do seu nascimento para o céu, que chamava "o dia mais lindo de todos".
No último período da sua existência terrena, Pier Giorgio fundou a "Sociedade de Tipos Estranhos", cujos membros, "desonestos e vigaristas", recebiam apelidos engraçados: o de Pier Giorgio era Robespierre. Estes tipos faziam excursões, contavam piadas, mas, acima de tudo, aspiravam à amizade mais profunda, fundada no vínculo sagrado da oração e da fé. Era uma verdadeira amizade cristã, em certos aspectos, profética para a maioria da associatividade leiga da Igreja, que haveria de vir.

Morte repentina

No dia 30 de junho de 1925, toda a família Frassati estava preocupada com a saúde da avó Linda, que veio a falecer no dia seguinte. Assim, ninguém percebeu que Pier Giorgio sentia uma profunda dor de cabeça, a ponto de não querer se alimentar. Precisamente ele, que era sempre tão bonito e saudável! No entanto, sua família percebeu isso no dia do enterro da avó, porque o rapaz nem conseguia levantar da cama. Mas, já era tarde demais: foi acometido por uma meningite fulminante, que ceifou a sua vida no dia 4 de julho, com apenas 24 anos de idade.
Milhares de pessoas participaram das suas exéquias, sobretudo os pobres de Turim, que ele havia ajudado ou, até mesmo, apenas tocado com a sua vida repleta de Deus. "Não reconheço meu filho!", murmurou o pai, impressionado com a multidão presente. Assim, a sua tristeza se tornou ainda mais dolorosa.

"Primeiro milagre" de Pier Giorgio

Seu pai, Alfredo Frassati, era inconsolável por compreender quem era seu filho, somente no momento em que o perdeu para sempre. Seu coração estava arrasado, porque Pier Giorgio havia deixado um grande vazio, um silêncio ensurdecedor. Entretanto, Alfredo não teve medo de enfrentar o sofrimento: deixou-se escavar, profundamente, pela dor e, aos poucos, aquele vazio foi preenchido pela Luz e a Palavra de Deus. Desta forma, o pai se aproximou da fé, que amadureceu no fim da sua vida - ele faleceu em 1961, - provocando-lhe uma conversão poderosa e maravilhosa, que muitos consideraram, talvez, com razão, o "primeiro" milagre de Pier Giorgio.

Oração a Pier Giorgio Frassati:
Senhor Jesus, dai-nos a coragem de voar alto,
fugir da tentação da mediocridade e da banalidade;
tornai-nos capazes, como Pier Giorgio,
de aspirar às coisas mais nobres,
com tenacidade e constância,
e acolher, com alegria, o vosso convite à santidade.
Livrai-nos do medo de não conseguir
ou da falsa modéstia de não ser chamados por Vós.
Concedei-nos a graça,
que vos pedimos, por intercessão de Pier Giorgio,
e a força para continuar, com fidelidade,
no caminho, que conduz, verdadeiramente, “ao alto".
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

Fonte: Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF