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terça-feira, 3 de agosto de 2021

Qual é a vocação da Igreja?

Editora Cléofas
Por Prof. Felipe Aquino

A missão da Igreja é evangelizar; a sua vocação é a santidade. Sem a santidade a Igreja não cumpre a missão missionária.

Quem foram os maiores evangelizadores em todos os tempos? Os santos. Santa Teresa, Santa Terezinha, São João Maria Vianney, São Francisco, São João Bosco, Santo Inácio de Loyola, São Luiz de Montfort… Nada supre a santidade, nem o microfone, nem a internet, nem a rádio e nem a TV. Os meios de comunicação não bastam; atrás é preciso da santidade.

Certa vez o Papa João Paulo II disse que: “A santidade é a força mais poderosa para levar o Cristo, aos corações dos homens” (L´Osservatore Romano Nº 24, 14/06/92, pg 22 [338]).

Os santos arrastaram multidões para Deus pela força imensa da sua santidade. Em outra ocasião o Papa disse:

“Ser santo, ser apóstolo, ser evangelizador: eis, caros fiéis, seja este também o vosso constante desejo e a vossa aspiração… Desde as suas origens apostólicas a Igreja escreveu e continua a escrever uma história de santidade… Aqueles que seguem fielmente a chamada à santidade, escrevem a história da Igreja na sua dimensão mais essencial, isto é, aquela da intimidade com Deus” (LR Nº 8, 24/2/96, pg 10 [903]).

Porque a Igreja é santa, na sua própria natureza, a santidade é, então, a vocação de todos os seus membros.

A “Lumen Gentium” afirma que: “Todos os fiéis cristãos são, pois, convidados e obrigados a procurar a santidade e a perfeição do próprio estado” (LG,41). É a vocação universal da Igreja, como disse o Concílio:

“O Senhor Jesus, Mestre e Modelo divino de toda perfeição, a todos e a cada um dos discípulos de qualquer condição prega a santidade de vida da qual ele mesmo é o autor e o consumador, dizendo: “Sede, portanto, perfeitos, assim como também vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48)” (LG,40).

Todos os batizados, sem exceção, são chamados portanto, à santidade. “Eles são justificados – disse o Concílio – porquanto pelo batismo da fé se tornam verdadeiramente filhos de Deus e participantes da natureza divina, e portanto realmente santos. É pois, necessário que eles, pela graça de Deus, guardem e aperfeiçoem em sua vida a santidade que receberam” (LG,40).

São Paulo exortava os fiéis de Éfeso a viver “como convém a santos” (Ef 5,3); aos de Colossos, que vivessem “como escolhidos de Deus, santos e amados” (Col 3,12), de modo a que “leveis uma vida digna da vocação a qual fostes chamados” (Ef 4,1).

O Apóstolo afirma aos cristãos de Tessalônica, com toda a convicção que:

“Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1Tess 4,3).

São Paulo começa quase sempre as suas cartas, relembrando aos cristãos o chamado à santidade: “A todos os que estão em Roma, queridos de Deus, chamados a serem santos…” (Rom 1,7).

“À Igreja de Deus que está em Corinto, aos fiéis santificados em Cristo Jesus, chamados à santidade com todos…” (1 Cor 1,2).

“Bendito seja Deus… que nos escolheu n’Ele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus olhos” (Ef 1,3-4).

“Deus nos salvou e chamou para a santidade…” (2Tm 1,9).

Desde o Antigo Testamento Deus já tinha chamado Israel, que prefigurava a Igreja, para a santidade Dele mesmo. Ele disse a Moisés:

“Eu sou o Senhor que vos tirou do Egito para ser o vosso Deus. Sereis santo porque Eu Sou Santo” (Lv 11,44-45).

São Pedro relembra isso aos fiéis em sua primeira Carta;

“A exemplo da santidade d’Aquele que vos chamou, sede também vós santos, em todas as vossas ações, pois está escrito: “Sede santos, porque Eu sou Santo” (1Pe 1,15-16)”.

Na verdade, o chamado de Israel à santidade se confunde com a Aliança que Deus quis fazer com o povo escolhido. Pela boca do profeta Oséias, Ele diz: “Sou Deus e não um homem, sou Santo no meio de ti” (Os 11,9). A Moisés Ele diz: “Vós sereis para Mim um reino de sacerdotes e uma nação santa” (Ex. 19,6).

Podemos dizer, portanto, que a Igreja é uma “Comunhão na santidade” de Deus e, por isso, é uma “comunhão de santos”.

Certa vez o Papa João Paulo II disse em Roma, citando Bernanos:

“A Igreja não precisa de reformadores, mas de santos”.

Os reformadores tantas vezes agitaram e dividiram o rebanho de Cristo; os santos, ao contrário, trataram as feridas das ovelhas e as reuniram no aprisco do Senhor.

Quando o Papa esteve no Brasil, ao beatificar Madre Paulina, em Florianópolis, no dia 18/10/91, ele disse: “A Igreja existe para a santificação dos homens em Cristo”. E deu um grito, que atravessou todo o nosso país, e ainda está a ecoar em nossos ouvidos: “O Brasil precisa de santos, de muitos santos!”

E completou: “A santidade é a prova mais clara, mais convincente da vitalidade da Igreja, em todos os tempos e em todos os lugares” (LR, nº 44, 3/11/91).

Prof. Felipe Aquino

Fonte: https://cleofas.com.br/

ECONOMIA E MEIO AMBIENTE

Agência Envolverde

Cardeal Sergio da Rocha
Arcebispo de Salvador (BA)

A relação entre a economia e o meio ambiente tem sido objeto de estudos e debates, pela sua especial importância para a humanidade, pois habitamos uma casa comum.  O Papa Francisco dedicou a sua renomada carta encíclica Laudato Si ao “cuidado da casa comum”, na perspectiva de uma “ecologia integral”, que inclui as dimensões ambiental, econômica e social. Ele nos alerta para a gravidade da crise ecológica e convida-nos a um novo estilo de vida e de desenvolvimento.

Necessitamos refletir seriamente sobre as implicações socioambientais do almejado crescimento econômico e sobre as condutas que adotamos na vida social e no cotidiano. O desenvolvimento sustentável, procurando conjugar a atividade econômica com a preservação ambiental, precisa figurar mais nas ações dos governos e empresas. Ao contrário, continuará a se agravar o triste cenário marcado pelo aquecimento global, esgotamento de recursos naturais, poluição do ar e das águas, desertificação, desaparecimento de espécies de plantas e animais, extinção de povos nativos, dentre outros sérios problemas. Além da preservação dos diversos biomas, o desenvolvimento econômico deve ser acompanhado do desenvolvimento humano e social. Se ficar reduzido à produção de bens e acumulação de riquezas, sem metas sociais, irá alimentar e piorar o grave problema da desigualdade social. Por isso, deverá promover a justa distribuição dos bens econômicos, permitindo o necessário desenvolvimento humano e social, com a superação das situações de exclusão.

Encontra-se nos inícios da Bíblia o fundamento para uma reta postura econômica e ecológica na preciosa passagem em que Deus coloca o homem e a mulher no jardim, imagem do mundo segundo o querer do Criador, resumindo a tarefa deles através dos verbos “cultivar e guardar” (Gn 2,15). Nesta perspectiva, o homem não é o “senhor”, mas o “administrador”, o “guarda”, da casa comum. Podemos dizer que o homem e a mulher deveriam ser “jardineiros” do mundo. A palavra “economia”, em sua raiz grega, refere-se à “administração da casa”. No mundo globalizado deve crescer a consciência da corresponsabilidade na administração da casa comum, por meio da organização econômica, superando as agressões ao meio ambiente e as situações de exclusão, que atingem especialmente os pobres. O desrespeito ao meio ambiente costuma ser acompanhado do desrespeito à pessoa humana, pois ambos possuem a mesma raiz, o desrespeito à vida. Por isso, um modelo de desenvolvimento que não preserva a natureza acaba violando também a própria pessoa humana. O respeito à vida, à dignidade e aos direitos fundamentais devem figurar como critérios essenciais na compreensão da economia e da ecologia, permitindo que ambas caminhem juntas na organização social.

Fonte: CNBB

Por que o progresso espiritual não tem nada a ver com a inteligência

Public Domain
Por Michael Rennier

O progresso espiritual, de fato, não é apenas para quem é mais inteligente, tem mais tempo para ler ou entende melhor a teologia.

Muitas vezes, me sinto intelectualmente inferior a outros padres. Também me sentia assim no seminário. Na sala, todos discutiam avidamente obscuras ideias filosóficas de São Tomás de Aquino. Eu consentia, tentando não deixar que todos pensassem que eu era uma fraude. 

Em nossa aula de grego bíblico, eu tinha um amigo que memorizava o vocabulário e a gramática de cada teste literalmente uma hora antes da aula. Depois fazia a prova e acertava todas as respostas. Eu, entretanto, tinha estudado até tarde da noite anterior e não ia tão bem. Por favor, não me peça para ler grego!

Quando faço um lista de outros padres, vejo muitos se tornaram bastante talentosos. Alguns têm diplomas profissionais em aconselhamento, outros foram a Roma para estudar tópicos teológicos. Em nossa diocese, por exemplo, por alguma razão inexplicável, alguns de nossos padres têm carreiras anteriores como cientistas de foguetes, técnicos nucleares ou biólogos. Eu não estou brincando. Esses caras são todos gênios!

Acrescente a isso o fato de que os outros padres teoricamente têm tempo livre para continuar lendo livros e estudando. Eles ainda estão desenvolvendo seu intelecto durante anos em seu ministério. De fato, fico impressionado com a energia que eles empregam nisso, como são motivados para continuar aprendendo e se aprimorando em sua vocação.

Acontece que sou um padre casado (ex-padre anglicano) com seis filhos pequenos. Então, em vez de noites tranquilas lendo a Summa Theologica fico lavando pratos e trocando fraldas. É uma vida maravilhosa e eu não trocaria por nada no mundo, mas há muito pouco tempo para atividades intelectuais particulares.

Inteligência X sabedoria

Quando eu estava no seminário, tive uma aula sobre budismo. O que me chamou a atenção foi que os monges eram considerados os mais sagrados e os mais avançados espiritualmente. Foram os monges que tiveram o luxo do tempo e espaço para meditar, ler e escrever. O intelecto deles era correlacionado com santidade e convertido em sucesso religioso. Ou seja: aqueles que eram inteligentes se tornaram os líderes espirituais e eram considerados os mais sábios.

Em outra aula, aprendi sobre São João Vianney. Na escola, ele sempre foi o mais velho da classe e os alunos mais novos zombavam dele por ser ele ser ignorante. 

Mais tarde, quando se candidatou ao seminário, foi reprovado no vestibular e só foi admitido quando o ex-professor o avaliou. No seminário, seus estudos não melhoraram. Depois de ser reprovado em um exame, um professor disse-lhe: “Os professores não o consideram adequado para a sagrada ordenação ao sacerdócio. Alguns deles o chamaram de asno. Como podemos promovê-lo à recepção do sacramento do sacerdócio?” O futuro santo respondeu: “Monsenhor, Sansão matou cem filisteus com a queixada de um burro. O que acha que Deus poderia fazer com um burro inteiro?“.

De alguma forma, milagrosamente, ele recebeu a ordenação sacerdotal e foi servir na pequena cidade de Ars, onde não poderia causar muitos danos. 

Simplicidade não é falta de sabedoria

De fato, São João Vianney não é considerado um grande intelectual. Não consigo imaginá-lo passando tarde da noite estudando livros teológicos sutis e escrevendo sermões brilhantemente eruditos. No entanto, São João Vianney é um santo da igreja. Ele se tornou o patrono de todos os sacerdotes e é conhecido em toda parte por sua visão e sabedoria. Pessoas vinham de longe para fazer confissões a ele e obter seus conselhos. Suas catequeses, originalmente para as crianças da paróquia, começaram a atrair também os adultos.

Para aqueles de nós espertos o suficiente para saber que não somos a pessoa mais inteligente na sala – e sejamos honestos, sempre há alguém, em algum lugar, que é mais inteligente – é uma revelação de mudança de vida perceber esse intelecto e sabedoria não são a mesma coisa. Prudência e destreza acadêmica não são a mesma coisa. Simplicidade não é igual a falta de percepção.

Muitos dos grandes santos da igreja, homens e mulheres, possuidores de grande sabedoria espiritual, não eram academicamente talentosos. No entanto, suas palavras, ações e escritos continuam a inspirar milhões.

O amor e o progresso espiritual

Portanto, o progresso espiritual não é apenas para quem é mais inteligente, tem mais tempo para ler ou entende melhor a teologia. É sobre amor. Pessoas espiritualmente bem-sucedidas aceitam a graça, agem com humildade e procuram passar um tempo a sós com Deus. Deus é a fonte de toda sabedoria, e são os mais próximos Dele que se tornam os mais sábios.

Então, encontre o amor de Deus na bagunça e no caos da paternidade, encontre-o em atos de serviço aos outros, encontre-o ao fazer seu trabalho com integridade, encontre-o nos momentos de silêncio entre suas outras responsabilidades diárias. 

Se puder, encontre-o na Missa diária, no Terço e em passeios sozinho no parque. Faça o que fizer, com grande amor, sabedoria e felicidade. Assim, o progresso espiritual não ficará para trás.

Fonte: Aleteia

O verdadeiro alimento

Multiplicação dos pães | Guadium Press

Redação (02/08/2021 10:16Gaudium Press): A liturgia desse 18º Domingo do Tempo Comum, nos apresentou um grande obstáculo enfrentado pelo povo hebreu, e que de modo relevante, também assola nossos dias: “o materialismo”.

       Conforme narra o Evangelho de São João, o povo judeu, embora buscasse a Nosso Senhor, estava ávido de um sustento terreno, pois há pouco sua fome havia sido saciada na multiplicação dos pães. Então, dirigindo-se à outra margem do mar, encontraram Jesus e disseram-lhe:

“Rabi, quando chegaste aqui? Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade eu vos digo, estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna e que o Filho do Homem vos dará. (Jo 6, 25-27)

            Deus criou o homem com a necessidade de utilizar-se dos meios naturais para o seu próprio sustento. Contudo, há uma forte tendência da natureza humana, dotada de corpo material e de alma espiritual, a dar mais importância àquilo que os sentidos pedem, do que àquilo que a fé apresenta como solução.

            Há tempo, Deus procurava reconduzir o povo eleito – raça de cerviz dura -, ao cumprimento de seus mandamentos. Entretanto, muitas vezes aquela bondade e condescendência divina para com os seus amados eram retribuídas com a exorbitante soma de infidelidades por suas práticas pagãs. A fé de seus pais Abraão, Isaac e Jacó, já não servia de modelo para estas almas envolvidas pelo fausto naturalista e mundano. Daí se compreende a queixa deles diante de Moisés, contida na primeira leitura (cf. Ex 16,2-4.12-15) ao se depararem com o problema da fome que começava a lhes faltar no percurso para a terra prometida.

            Se analisarmos a descrição da situação do povo judaico no Antigo Testamento e posteriormente com Nosso Senhor, poderíamos nos perguntar: qual é então a reação divina diante destas circunstâncias?

O verdadeiro alimento

Deus, para reeducar a nação eleita, permite que passem por inúmeras provas –desde Moisés até os tempos messiânicos – dando-lhes abundantemente o alimento e o sustento terreno como sinal de seu amor para com eles. Mas, para avaliar a autenticidade do amor recíproco, priva-os desta matéria que lhes saciava, para desapegá-los deste mundo e terem seus olhos postos no “alimento que permanece até a vida eterna”; para que sua fé pudesse, enfim, atingir patamares cada vez maiores.

Ora, infelizmente, a correspondência deles deixou muitas vezes a desejar. Esta preparação realizada por Deus patenteia o quanto Ele queria prepará-los para aceitarem e receberem dignamente a Eucaristia, instituída na última ceia.

* * *

Agora, mais do que nunca, os homens parecem viver como o povo eleito, ou pior, como os pagãos: apenas buscam aquilo que seus olhos veem e suas mãos apalpam.

Na segunda leitura, São Paulo adverte severamente a estas pessoas: “Não continueis a viver como os pagãos, cuja inteligência os leva para o nada […] Renunciando à vossa existência passada, despojai-vos do homem velho, que se corrompe, sob o efeito das paixões enganadoras, e renovai o vosso espírito e a vossa mentalidade” (Ef 4, 17. 22).

Então, “como despojar-se do homem velho”? Como desvencilhar-se das preocupações pecaminosas, das esperanças com o dinheiro, com as más relações sociais e com os prazeres ilegítimos?

“Quem vem a Mim não terá mais fome e quem crê em Mim nunca mais terá sede”

Santo Agostinho ao descrever o seu caminho rumo à conversão, canta belamente ao Senhor: “Tarde te amei, beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei. Mas eis: estavas dentro e eu estava fora. Lá fora eu te procurava e me atirava, deforme, sobre as formosuras que fizeste. Mantinham-me longe de ti coisas que, se não estivessem em ti, não seriam. Chamaste e clamaste e quebraste minha surdez; faiscaste, resplandeceste e expulsaste minha cegueira; exalaste e respirei e te aspirei; saboreei e tenho fome e sede; e ardo na tua paz”.[1]

A solução para os problemas enfrentados pelo mundo contemporâneo não pode ser outra senão a do conselho de Nosso Senhor: “Quem vem a Mim não terá mais fome e quem crê em Mim nunca mais terá sede” (Jo 6,35).

Que este seja o nosso propósito a partir de agora.

Por Guilherme Motta

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Papa nomeia chinês de Taiwan para academia de ciências

Chien-Jen Chen (centro) em frente à embaixada de Taiwan
junto à Santa Sé em 2016./Foto: Wikimedia Commons

Vaticano, 02 ago. 21 / 04:11 pm (ACI).- O médico Chien-Jen Chen, ex-vice-presidente de Taiwan, último reduto chinês não controlado pelos comunistas de Pequim, foi nomeado membro titular da Pontifícia Academia para as Ciências da Santa Sé pelo papa Francisco. Chen é epidemiologista e liderou a resposta do governo à epidemia de SARs em 2003 e à pandemia de covid-19 em 2020.

Depois de ter assinado um acordo favorável ao governo comunista chinês, o papa dá um cargo a um político de Taiwan, cuja independência de fato é a principal questão territorial não resolvida da China comunista. A Santa Sé assinou em 2018 um acordo secreto com o governo comunista da China para a nomeação de bispos. A UCA News, uma agência católica com sede em Hong Kong especializada em temas da Igreja na Ásia, diz que o acordo permite ao governo comunista chinês indicar membros da Associação Patriótica Chinesa (APC), a igreja paralela controlada pelo governo de Pequim, para o papa Francisco nomear como bispos. O acordo, provisório, foi renovado em 2020 por mais dois anos. Segundo o cardeal Joseph Zen, bispo emérito de Hong Kong, com o acordo, “o Vaticano está vendendo a Igreja Católica na China”. O britânico Benedict Rogers, fundador da organização Hong Kong Watch que monitora violações de direitos humanos e perseguição religiosa na China, diz que o acordo foi um “fracasso”, já que a perseguição à Igreja na China não cessou, principal justificativa apresentada pela Santa Sé.

A ilha de Taiwan abrigou os nacionalistas derrubados pelos comunistas de Mao Zedong em 1949, que fugiram e declararam que ali era a China. Até a década de 1970, os EUA, a ONU e a maior parte da comunidade internacional consideravam Taiwan como a verdadeira China. Pequim considera Taiwan uma província rebelde. Os EUA dão apoio militar a Taiwan, para evitar uma invasão pela China continental.

A Santa Sé não tem relações diplomáticas com a China, rompidas pelo governo comunista de Mao Zedong em 1951, mas mantém uma nunciatura apostólica em Taiwan e há uma embaixada de Taiwan junto à Santa Sé no Vaticano.

Chen é membro do Partido Progressista Democrático de Taiwan que considera Taiwan um país independente e, ao contrário do Partido Nacionalista, não tem a visão de que a China continental e Taiwan devam voltar a integrar um único país. O partido de centro-esquerda tem na defesa dos direitos humanos, entre os quais vê a união homossexual, uma de suas marcas distintivas.  O PPD controla hoje o Executivo e tem a maioria do Parlamento de Taiwan.

Nascido em 5 de junho de 1951, Chen é católico, nomeado por Bento XVI como membro da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, ensina epidemiologia na Academia Sínica de Taipei e na Universidade Católica Fu Jen, ambas em Taiwan. Estudou na Universidade Nacional Taiwan e fez doutorado em Genética Humana e Epidemilogia na Johns Hopkins University, nos Estados Unidos. Antes de ser vice-presidente, Chen foi ministro da Saúde de Taiwan entre 2003 e 2005.

Também foram nomeadas para a Pontifícia Academia para as Ciências as professoras Donna Theo Strickland, que ensina ótica no departamento de física e astronomia da universidade de Waterloo no Canadá e Susan Solomon, docente de química no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) em Cambridge, EUA.

Fonte: ACI Digital

Do Santuário de Ars, na França, um convite para rezar pelos sacerdotes

Santuário de Ars | Vatican News

“Você não vai encontrar aqui em Ars uma grande arquitetura, um grande lugar para ver, para tirar muitas fotografias. Mas você vai encontrar aqui em Ars um ar de santidade, um momento da graça de Deus que você sente em poucos lugares do mundo, que eu já vi”, havia contado ao Vatican News em 2019 padre Paulo Dalla Déa, em missão fidei donum no Santuário de Ars.

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

https://youtu.be/jgJ-aUDziTs

Nesta quarta-feira, 4 de agosto, a Igreja festeja São João Maria Vianney, o Santo Cura d'Ars. Sua vida pode ser resumida no pensamento: "Se soubéssemos bem o que é um padre na terra, morreríamos: não de medo, mas de amor". 

Nascido em 8 de maio de 1786 em Dardilly, próximo a Lyon, e falecido aos 73 anos no dia 4 de agosto de 1859, foi beatificado pelo Papa Pio X em 1905 e canonizado em 1925 pelo Papa Pio XI que o proclamou, em 1929, Padroeiro dos Párocos.

Em 1959, por ocasião do centenário da sua morte, São João XXIII dedicou-lhe a Encíclica Sacerdotii Nostri Primordia, apresentando-o como modelo para os sacerdotes.

Em 2009, no 150° aniversário de sua morte, Bento XVI convocou um Ano Sacerdotal para "favorecer e promover uma maior renovação interior de todos os sacerdotes e um testemunho do Evangelho mais forte e mais incisivo no mundo contemporâneo".

Retiro para Sacerdotes

Os restos mortais de São João Maria Vianney descansam no Santuário a ele consagrado em Ars, onde está o missionário da Misericórdia padre Paulo Dalla Déa. Um retiro para sacerdotes promovido pela Sociedade São João Maria Vianney faz parte da intensa programação desses dias, como contou ao Vatican News o sacerdote fidei donum da Diocese de São Carlos (SP). E acompanhar a programação desses dias pelas redes sociais do Santuário é uma ocasião para rezarmos pelos nossos sacerdotes: 

Nós estamos falando aqui do Santuário de São João Maria Vianney em Ars, França, próximo de Lyon. Nós estamos nesses dias com uma programação bastante grande. A sociedade São João Maria Vianney, que trabalha aqui em Ars, está nos ajudando, fazendo, promovendo um retiro com o Cura d'Ars para todos os padres que queiram fazer uma momento de retiro e de pausa nas atividades pastorais.

Programação

Esse ano, na festa de São João Maria Vianney, 4 de agosto, nós contaremos com a presidência das Missas do monsenhor Olivier de Germay, que é o arcebispo primaz de Lyon, na França. Ele foi recém nomeado, assumiu há alguns meses a Diocese Lyon, então foi convidado para vir, para se fazer conhecido e também a partilhar um pouco a espiritualidade de São João Maria Vianney. No dia 3 de agosto, nós temos uma vigília de Adoração e também de Confissão, por toda a noite, para os padres para os leigos que quiserem. No dia 4 de agosto nós começamos com uma programação intensa: às 9 horas da manhã oração da manhã, às 10 horas Missa solene, depois da Missa solene um tempo de veneração da relíquia do coração do Santo Cura d'Ars, após momento de Adoração do Santíssimo Sacramento, às 15 horas uma conferência com monsenhor de Germay, arcebispo Lyon, e às vezes 16 horas, Vésperas solenes.

Sociedade São João Maria Vianney

Nós temos, além da programação da nossa festa, do Cura d’Ars - 3 e 4 de agosto - contamos esse ano com ajuda e com a participação da Sociedade São João Maria Vianney, que é uma Sociedade de Vida Apostólica fundada a partir da visita do Papa João Paulo II, em Ars. A partir desse momento, o bispo de Ars na época, fundou uma Sociedade, fundou um seminário, um Foyer Sacerdotal. E esse Foyer Sacerdotal, esse lugar da casa dos padres, nos ajuda formando os sacerdotes na espiritualidade de São João Maria Vianney.

Pelas redes sociais do Santuário, uma oportunidade para rezar pelos sacerdotes

Então esse ano estamos retomando as atividades depois da Covid, temos bastante gente aqui da França que está vindo, alguns peregrinos de fora, tudo um pouco devagar, ainda com o uso de máscara, distanciamento, álcool gel, passe sanitário, mas estamos retomando a nossa atividade. Eu tenho marcado para às 16 horas dia 4 de agosto também uma conferência on-line com o Chile, em espanhol. Então estamos devagar, mas estamos retomando as atividades e eu convido você a nos seguir através da nossa página na internet arsnet.org. Essa é a nossa página da internet do Santuário de São João Maria Vianney. E se você puder nos seguir, nós temos também um canal no YouTube que é Sanctuaire d'Ars e nós estamos transmitindo isso tudo pela internet. E quando não é ao vivo, nós transmitimos após. Então convida você a se inscrever no nosso canal no YouTube. Nós temos também um canal no Instagram, e tanto no YouTube como o Instagram, como Facebook, nós vamos pouco a pouco colocando todas essas coisas para que você fique ligado na nossa programação, que você possa se inspirar na vida de São João Maria Vianney e possa rezar pelo seu padre ou se você é padre, que você possa ser um padre com mais fidelidade ao Evangelho de Jesus. Um abraço, minha benção a todo mundo.

Relicário com o coração do Santo Cura
Fonte: Vatican News

Santa Lídia

Santa Lídia | ArquiSP
03 de agosto

SANTA LÍDIA, DISCÍPULA DE S. PAULO

Os apóstolos Silas, Timóteo e Lucas acompanhavam Paulo em sua segunda missão na Europa, quando chegaram em Filipos, uma das principais cidades da Macedônia, que desfrutava de direitos de colônia romana. Lá encontraram uma mulher que lhes foi de grande valor.

Eles já haviam passado alguns dias na cidade. Mas Paulo e seus companheiros pensavam em ficar até o sábado, pelo menos, pois era o dia em que os correligionários judeus se reuniriam para as orações. Como Filipos não tinha sinagoga, o local mais provável para o encontro seria às margens do pequeno rio Gangas, que passava fora da porta da cidade.

Assim entendendo, ao procurarem o lugar ideal para suas preces, como nos narra são Lucas nos Atos dos Apóstolos, eles foram para lá e começaram a falar com as mulheres que já estavam reunidas. Entre elas estava Lídia, uma comerciante de púrpura, nascida em Tiatira, na Ásia.

Ela escutava com muita atenção, pois não era pagã idólatra, acreditava em Deus, o que quer dizer que tinha se convertido à fé dos judeus. E o Senhor abrira o seu coração para que aderisse às palavras de Paulo.

Lídia era uma proprietária de sucesso, rica, influente e popular, exercendo sua liderança entre os filipenses e, principalmente, dentro da própria família. Isso porque a púrpura era um corante usado em tecidos finos, como a seda e a lã de qualidade. Na época, o tecido já tingido era chamado de púrpura, e o mais valioso existente. Usado como símbolo de alta posição social, era consumido apenas pela elite das cortes.

Quando terminou a pregação, Lídia tornou-se cristã. Com o seu testemunho, conseguiu converter e batizar toda a sua família. Depois disto, ela os convidou: "Se vocês me consideram fiel ao Senhor, permaneçam em minha casa". E os forçou a aceitar.

Esta, com certeza, foi a primeira e maior conquista dos primeiros apóstolos de Cristo. A casa de Lídia tornou-se a primeira Igreja católica no solo europeu.

Lídia usou todo o seu prestígio social, sucesso comercial e poder de sua liderança para, junto de outras mulheres, levar para dentro dos lares a palavra de Cristo, difundindo, assim, a Boa-Nova entre os filipenses. A importância de Lídia foi tão grande na missão de levar o Evangelho para o Ocidente que cativou o apóstolo Paulo, criando um forte e comovente laço de amizade cristã entre eles.

O culto a santa Lídia é uma tradição cristã das mais antigas de que a Igreja Católica tem notícia. A sua veneração é respeitada, pois seus atos são sinais evidentes de sua santidade. Considerada a Padroeira dos Tintureiros, santa Lídia é festejada no dia 3 de agosto.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus

S. Inácio de Loyola | Vatican News

O fundador da Companhia de Jesus nasceu no Castelo de Loyola, em Azpeitia, região basca ao norte da Espanha, em 1491. Filho de família cristã da nobreza rural, o caçula de 13 irmãos e irmãs foi batizado como Iñigo. Mais tarde, entretanto, mudaria seu nome, passando a assinar Inácio.

Em 1506, quando tinha aproximadamente 15 anos, Inácio colocou-se a serviço de Juan Velázquez de Cuéllar, ministro do Tesouro Real durante o reinado de Fernando de Aragão. Aos cuidados de seu protetor, recebeu esmerada formação, aprimorou sua cultura e tornou-se exímio cavaleiro, mostrando inclinação pelas aventuras militares. E, como descreveu em sua autobiografia, até os 26 anos de idade, “tinha sido um homem entregue às vaidades do mundo”. Essa história começou a mudar de rumo em 1517, quando Juan Velázquez caiu em desgraça e Inácio passou a servir ao duque de Nájera e vice-rei de Navarra, Antônio Manrique, participando de vários combates militares.

Em 20 de maio de 1521, ao tentar, sem sucesso, proteger Pamplona (capital de Navarra) dos invasores franceses, Inácio foi ferido por uma bala de canhão que, além de partir sua perna direita, deixou lesões na esquerda. O grave ferimento foi fundamental para a mudança radical que aconteceria em sua vida.

Durante o período de convalescência no Castelo de Loyola, como não havia livros de Cavalarias ─seus preferidos─, Inácio dedicou-se à leitura de Vida de Cristo, escrita por Ludolfo da Saxônia, e de uma coletânea Vida dos Santos. Foi após o contato com os livros religiosos que ele percebeu, com atenção e paciência, que as ambições mundanas lhe causavam alegrias efêmeras, meros prazeres, ao passo que a entrega a Jesus Cristo lhe enchia o coração de alegria duradoura. Essa consolação foi, para Inácio, um sinal de Deus.

TENDO RECEBIDO BASTANTE LUZ DESSA LEITURA, COMEÇOU A PENSAR COM MAIS SERIEDADE EM SUA VIDA PASSADA E EM QUANTA NECESSIDADE TINHA DE SE PENITENCIAR POR CAUSA DELA

Já recuperado e com o forte desejo de mudanças em sua vida, Inácio decidiu partir rumo a Jerusalém. Saindo de Loyola, seguiu em peregrinação para Montserrat. No caminho, doou suas roupas de fidalgo a um pobre, passando a usar trajes rústicos. A espada foi deixada no altar da Igreja de Nossa Senhora de Montserrat, após uma noite de oração.

Em Manresa, Inácio abrigou-se em uma cova. Vivendo como eremita e mendigo, passou pelas mais duras necessidades. Mas seu objetivo era maior: queria ter tranquilidade para fazer anotações em um caderno que, mais tarde, iriam se transformar no livro dos Exercícios Espirituais (EE), considerado até hoje um de seus mais importantes legados. Após essa experiência, Inácio seguiu em sua longa peregrinação até Jerusalém, onde permaneceu por um tempo. De volta à Europa, sofreu perseguições e incompreensões que lhe fizeram perceber a necessidade de estudar para melhor ajudar os outros.

A cidade escolhida para dedicar-se aos estudos de Filosofia e Teologia foi Paris (França), onde conseguiu agrupar colegas a quem passou a chamar de companheiros ou amigos no Senhor. Esse foi o primeiro esboço do que seria a Companhia de Jesus.

Em 15 de agosto de 1534, na capela de Montmartre, em Paris, Inácio e seis companheiros – Francisco Xavier, Pedro Fabro, Afonso Bobadilha, Diogo Laínez, Afonso Salmeirão e Simão Rodrigues – fizeram votos de dedicarem-se ao bem dos homens, imitando Cristo, peregrinar a Jerusalém e, caso não fosse possível, apresentar-se ao Papa, com o objetivo de colocarem-se à disposição do Pontífice. Um ano depois, os votos foram renovados por eles e mais três outros companheiros – Cláudio Jaio, João Codure, Pascásio Broet.

Por meio da bula Regimini militantis Ecclesiae, a Companhia de Jesus (em latim, Societas IesuS. J.) foi aprovada oficialmente pelo Papa Paulo III, em 27 de setembro de 1540. No ano seguinte, 1541, Inácio foi eleito o primeiro Superior Geral da Ordem, passando a viver em Roma (Itália). Dedicou-se à função preparando e enviando os jesuítas ao mundo todo, servindo à Igreja e escrevendo as Constituições da Companhia de Jesus. Em 31 de julho de 1556, muito debilitado, Inácio morre em Roma. Sua canonização aconteceu em 12 de março de 1622, pelo Papa Gregório XV.

Fonte:  jesuitasbrasi.com.br

Arquidiocese de Brasília

"Quero me casar na Igreja, mas meu marido não quer"

ocatequista.com.br
Por A Catequista

É comum essa situação: a pessoa vive junto sem casar (concubinato) ou é casada só no civil. Aí, se converte ou se reaproxima da fé católica, e manifesta o desejo de receber os sacramentos... Mas está impedida.

O certo é que essa pessoa se case na Igreja. O problema é que o seu marido (ou a sua mulher) não concorda com isso de jeito nenhum. E agora, tem jeito? Tem! A SANAÇÃO RADICAL.

Se você tem uma união realmente séria, em que amos têm a disposição de viver uma vida conjugal sólida e perseverante, a Igreja pode reconhecer a validade dessa união, mesmo sem haver cerimônia de casamento na Igreja.

Fica mais fácil obter a sanação radical quando essa intenção de viver uma vida matrimonial sólida está ao menos registrada por contrato de casamento civil ou por um contrato de união estável.

A Igreja pode reconhecer a validade do acordo civil ou de boca (com conhecimento público) firmado entre o casal, e utiliza o seu poder espiritual para transformar aquele consentimento em sacramento. Essa sanação radical está prevista no Código de Direito Canônico, nos cânones 1161 em diante.

Se você vive essa situação, procure o seu pároco. Caso ele verifique que a sanação radical se aplica, ele dará a entrada nos papéis. Após a documentação estar pronta, ela é enviada ao bispo local, que concede a sanação.

Com a sanação radical, não é necessário realizar nenhuma celebração na Igreja. E o seu marido (ou a sua esposa) teimoso nem precisa ficar sabendo do procedimento.

Pode acontecer de o seu pároco não ter conhecimento desse recurso. Caso seja necessário, mostre o Código de Direito Canônico para ele, com amabilidade. E insista na resolução do seu caso.

Após a sanação radical, a pessoa pode receber todos os sacramentos e pode inclusive atuar como catequista.

*****

O TEXTO DO CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO:

Cân. 1161

§ 1. A sanação radical (sanatio in radice) de um matrimônio nulo é a sua convalidação, sem renovação de consentimento, concedida pela autoridade competente, trazendo consigo a dispensa do impedimento, se o houver, e também da forma canônica, se não tiver sido observada, como ainda a retroação dos efeitos canônicos ao passado.

§ 2. A convalidação tem lugar desde o momento em que se concede a graça; mas a retroação se entende feita até o momento da celebração do matrimônio, a não ser que expressamente se determine outra coisa.

§ 3. Não se conceda a sanatio in radice, se não for provável que as partes queiram perseverar na vida conjugal.

Cân. 1162

§ 1. Se em ambas as partes ou numa delas falta o consentimento, o matrimônio não pode ser objeto de sanatio in radice, quer o consentimento tenha faltado desde o início, quer tenha sido dado no início, mas depois tenha sido revogado.

§ 2. Se não houve o consentimento desde o início, mas depois foi dado, pode ser concedida a sanação desde o momento em que foi dado o consentimento.
Cân. 1163 § 1. Pode ser sanado, o matrimônio nulo por impedimento ou por falta de forma legítima, contanto que persevere o consentimento de ambas as partes.

§ 2. O matrimônio nulo por impedimento de direito natural ou divino positivo só pode ser sanado depois de cessado o impedimento.

Cân. 1164

A sanação pode ser concedida validamente, mesmo sem o conhecimento de uma das partes ou de ambas; não se conceda, porém, a não ser por causa grave.

Cân. 1165

§ 1. A sanatio in radice pode ser concedida pela Sé Apostólica.

§ 2. Pode ser concedida pelo Bispo diocesano, caso por caso, ainda que concorram vários motivos de nulidade no mesmo matrimônio, observando-se as condições mencionadas no cân. 1125, para a sanação do matrimônio misto; mas não pode ser concedida por ele, se existe impedimento, cuja dispensa está reservada à Sé Apostólica, de acordo com o cân. 1078, § 2, ou se trata de impedimento de direito natural ou divino positivo que já cessou.

Fonte: https://ocatequista.com.br/

Egito: cristãos ainda são considerados cidadãos de segunda

Hans Lucas via AFP

Para bispo, “vai levar tempo” até se conseguir mudar a mentalidade das pessoas num país onde cerca de 90% da população é muçulmana.

Longe vão os tempos de intolerância para com a comunidade cristã quando o Egipto foi governado por Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana, após a queda de Hosni Mubarak na sequência dos protestos da chamada Primavera Árabe. 

No entanto, apesar de “a maior parte da população se ter tornado mais tolerante para com os não-muçulmanos”, a verdade é que ainda há muito a fazer para um relacionamento correcto entre religiões. 

Quem o diz é o Bispo Copta Católico de Assiut. Em entrevista à Fundação AIS, D. Kyrillos Samaan reconhece que, “infelizmente, ainda há muitas pessoas que consideram os cristãos como cidadãos de segunda classe”. 

Para o bispo, “vai levar tempo” até se conseguir mudar a mentalidade das pessoas num país onde cerca de 90% da população é muçulmana. Os cristãos, que representam apenas cerca de 9%, são preteridos no acesso ao ensino superior, à administração pública e até às Forças Armadas. 

“Os cristãos estão sub-representados nas universidades”, diz D. Kyrillos, acrescentando que isto acontece “não só ao nível do número de estudantes, mas sobretudo entre os docentes e a administração da universidade”. “De vez em quando, é nomeado um Cristão”, reconhece o prelado, mas é “mero espectáculo”, pois nada de importante tende a mudar. 

“De modo geral – diz ainda o Bispo de Assiut, “os cristãos são geralmente preteridos mesmo quando são igualmente qualificados. É também o caso da administração pública ou do exército…”

Esta realidade de subalternização da comunidade cristã acontece ainda apesar dos esforços do actual presidente, o marechal Al-Sisi, que chegou ao poder através de um golpe de estado, em 2013, afastando o presidente Morsi da Irmandade Muçulmana, e fazendo-se eleger já em duas eleições consecutivas, em 2014 e em 2018, onde obteve cerca de 97 % dos votos.

“Tem de haver uma mudança de mentalidade”, explica o Bispo de Assiut. “O Presidente Sisi fala frequentemente da igualdade de todos os egípcios. Isto é importante. Comparados com a nossa situação durante a presidência de Mohamed Morsi da Irmandade Muçulmana, estes tempos sob Sisi são dourados para nós, cristãos. Quando uma mesquita é construída numa cidade nova, ele pergunta sempre quando é que uma igreja será construída ao lado dela. Ele afirma frequentemente que todos – judeus, cristãos e muçulmanos – devem ser autorizados a praticar a sua religião livremente e a construir locais de culto.”

A questão da construção e legalização de novas igrejas é de facto muito sensível pois tem servido como pretexto para ataques de grupos radicais, nomeadamente na região do Sinai. 

O último Relatório sobre a Liberdade Religiosa, editado pela Fundação AIS, dá conta desta realidade e traça o histórico do problema, recordando que o parlamento do Egipto adoptou uma nova lei sobre a construção e renovação de Igrejas em 2016. Mas isso não impediu que os ataques continuassem. 

“No entanto – pode ler-se no documento –, a escalada de ataques e obstáculos administrativos, e o fracasso do Estado em conter a violência social contra os cristãos quando estes tentam construir, restaurar ou apenas fazer reconhecer as suas igrejas revela um enorme fosso entre a lei e a vida quotidiana.” 

“Mais preocupante – refere ainda o Relatório da Fundação AIS – é o facto de as agências de segurança terem falhado repetidamente em proteger os coptas e prevenir ataques contra as igrejas e as propriedades coptas.”

(AIS)

Fonte: Aleteia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF