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terça-feira, 26 de outubro de 2021

Da Carta aos filipenses, de São Policarpo, bispo e mártir

S. Policarpo | Cléofas

Da Carta aos filipenses, de São Policarpo, bispo e mártir

(Nn.6,1-8,2: Funk 1,273-275)       (Séc.I)

Cristo deu-nos o exemplo com a sua vida

Sejam os presbíteros inclinados à compaixão, misericordiosos para com todos, reconduzam os que se desviaram do caminho, visitem todos os enfermos; não se descuidem da viúva, do órfão ou do pobre. Mas sempre cheios de solicitude para o bem diante de Deus e dos homens (cf. 2Cor 8,21), evitem a cólera, a acepção de pessoas, o julgamento injusto.

Repilam para longe toda a avareza; não dêem logo crédito contra alguém, não sejam demasiado severos ao julgar, certos de que todos nós somos devedores do pecado. Se, portanto, suplicamos a Deus perdoar-nos, devemos também nós perdoar. Pois estamos diante do Senhor e dos olhos de Deus e teremos todos de comparecer perante o tribunal de Cristo, e cada um prestará contas de si (Rm 14,10.12). Desse modo sirvamo-lo com temor e todo o respeito como nos ordenou ele e os apóstolos, que nos anunciaram o Evangelho, como também os profetas, que predisseram a vinda de nosso Senhor. Atentos, façam todo o bem, afastem-se dos escândalos, dos falsos irmãos e daqueles que usam o nome do Senhor com hipocrisia e induzem ao erro os homens superficiais. Todo aquele que não confessar ter Jesus Cristo vindo na carne é um anticristo (cf. 1Jo 4,2.3; 2Jo 7). E quem não testemunhar o martírio da cruz, vem do demônio. E quem fizer servir as palavras de Deus a seus desejos e disser não haver ressurreição nem juízo, este é o primogênito de Satanás. Por isso, deixando de lado a futilidade de muitos e os falsos sistemas, voltemos à doutrina que nos foi entregue desde o início, vigilantes na oração (cf.1Pd 4,7) e fiéis aos jejuns. Elevemos preces a Deus que tudo vê, para que não nos deixe cair em tentação (Mt 6,13), conforme disse o Senhor: O espírito na verdade é pronto, mas a carne é fraca (Mt 26,41).

Perseveremos sem cessar em nossa esperança e penhor de nossa justiça, que é Jesus Cristo: Em seu corpo carregou sobre o madeiro os nossos pecados, ele que não cometeu pecado nem se encontrou engano em sua boca (1Pd 2,24.22); mas, por nossa causa, para que vivamos nele, tudo suportou. Sejamos, por conseguinte, imitadores de sua paciência e, se sofremos por seu nome, nós lhe daremos glória. Foi este o exemplo que nos deu em si mesmo, e nós cremos.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Por que o envelhecimento nos proporciona mais alegria e liberdade

Rido | Shutterstock
Por Michael Rennier

Podem haver cabelos grisalhos e rugas, mas os benefícios do envelhecimento são inúmeros - e mudam vidas.

Eu estava dando aula de catecismo para as crianças da paróquia esta semana quando uma delas, provavelmente em uma tentativa desesperada de me distrair de qualquer ponto obscuro da teologia sobre a qual eu divagava, perguntou por que meu cabelo está ficando grisalho… Sim, eu realmente preciso repensar minha política de permitir que as crianças façam as perguntas que quiserem.

Não sou mais exatamente jovem, mas ninguém deveria estar cavando minha sepultura ainda.

Admito que notei sinais de envelhecimento. Fico com dores no corpo por muito mais tempo depois das minhas corridas diárias. Em vez de ficar acordado a noite toda para ler ansiosamente, adormeço cedo o suficiente para acordar antes do nascer do sol. Uma noite fora da cidade é a ideia mais desagradável do mundo, e eu estremeço só de pensar em estar em um lugar lotado com música alta tocando.

Envelhecimento e ansiedade

Conforme eu envelheço, também há grandes diferenças em meu nível de ansiedade – que é menor agora. Como estudante universitário, eu me preocupava constantemente com o futuro, arranjar um emprego, onde iria viver. Eu me preocupava com amizades, garotas, a ideia de casamento e vocação. Vivia em um pavor existencial constante. Eu me importava muito com o que as outras pessoas pensavam de mim e ficava profundamente incomodado com as conversas que haviam dado errado ou coisas embaraçosas que eu havia dito ou feito. Não achava que eu fosse superar tudo isso.

Em minha experiência, envelhecer foi um processo de deixar tudo isso para trás e me tornar livre.

O envelhecer e a liberdade

Suspeito que o motivo seja tão simples quanto a experiência. Eu vim a entender que não importa o que eu faça, que erros eu cometa, que dificuldades o mundo jogue no meu caminho, eu não vou desmoronar. Ainda não, pelo menos. Eu superei tudo o que foi lançado no meu caminho, nem sempre da maneira mais graciosa, mas neste ponto não importa mais. Na verdade, ganhar experiência com a idade tem sido incrível e, quanto mais vivo, mais o bem supera o mal. Os amigos são gentis e generosos, o casamento é a melhor decisão que já tomei, os filhos são muito divertidos e a família é uma fonte de força constante.

A família

Há muita segurança na família. Acho que realmente não entendia isso quando era mais jovem. Eu amava minha família, mas estava mais focado em fazer meu caminho no mundo sozinho. Em meu orgulho, hesitei em permitir que alguém me ajudasse. Eu queria que meus sucessos fossem meus.

Com o passar dos anos, isso mudou à medida que percebi que quem sou hoje é muito mais por causa do amor que minha família investiu em mim do que por causa de meus próprios talentos e habilidades. Em qualquer caso, é muito mais importante nos cercarmos de amor do que de sucesso no mundo. Então, a família se tornou cada vez mais o foco do meu tempo e energia.

Prioridades

O envelhecimento trouxe uma reordenação de prioridades.

Como diz minha amiga Maddie,

“Ninguém fala sobre como o envelhecimento pode ser tão alegre e libertador. Os anos vêm com sua cota de dor de cabeça e cabelos brancos, sim, mas também com mais lições de sabedoria e abnegação com as quais enfrentar essa dor e trazer um propósito. Me sinto mais livre para escolher o que amo.”

Eu concordo. Quanto mais velho fico, mais confiante fico em escolher o que é mais importante.

Erros

Outro benefício do envelhecimento é que, nas minhas primeiras quatro décadas de vida neste planeta, cometi muitos erros. Posso deixar esses erros no passado e estou livre para cometer novos. Espero que não sejam muitos novos, mas não tenho mais a ilusão de que serei perfeito se me esforçar um pouco mais. Não tenho mais noção de como vou escrever o grande romance americano ou ser um atleta rico e famoso. Com essas ilusões ano passado, estou livre para buscar a excelência em termos mais honestos.

O escritor George Eliot diz: “Todo ano nos tira pelo menos uma expectativa vã e nos ensina a considerar algum bem sólido em seu lugar. Nunca vou acreditar que nossos dias mais jovens são os mais felizes.”

Envelhecer graciosamente não apenas “acontece”, no entanto. Como diz Eliot: “É preciso passar tantos anos aprendendo a ser feliz”.

Envelhecimento e sabedoria

É importante que não vivamos em negação à medida que envelhecemos, presumindo que viver mais anos automaticamente confere sabedoria. Isso não é verdade. Mas o que é verdade é que cada dia é uma oportunidade a ser aproveitada, e há um desafio que chega a cada dia, é uma experiência que só vem com o tempo na terra. À medida que o alcançamos, tornamo-nos progressivamente mais felizes e mais livres.

Enquanto estou ansioso para adquirir mais cabelos brancos, minha intenção é continuar me perguntando com surpresa este mundo estranho e fascinante que Deus criou para nós e meu lugar nele. E a maneira como, mesmo que o tempo me seja tirado, só fico mais feliz.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

10 sugestões para celebrar os santos e “esquecer” o Halloween

Caricaturas de Santos / Agostinianos de Granada
(Captura do Youtube)

REDAÇÃO CENTRAL, 26 out. 21 / 05:00 am (ACI).- Em um artigo publicado pelo Sistema Informativo da Arquidiocese do México (SIAME), a advogada Alejandra María Sosa Elízaga, propõe 10 sugestões práticas para festejar em família, em grupo ou com a comunidade paroquial na véspera da Solenidade de Todos os Santos, dia 31 de outubro.

“Como todos os anos, por causa dessa data, comércios e ruas estão inundados de diabos, fantasmas, monstros, esqueletos (caveiras), e demais parafernálias de ‘Halloween’. Muitas pessoas tomam isso como algo normal e até divertido, mas, pensando bem, do ponto de vista cristão, o que tem de divertido em disfarçar as crianças ou decorar a casa com personagens que representam o mal, a escuridão, o oposto daquele que é a Luz do mundo, inimigos do Senhor em quem cremos?”, explica a autora no artigo intitulado “Celebramos os santos, não os espantos!”.

Além disso, acrescentou que a intenção é organizar “uma festa simples, divertida, na qual estejam presentes as duas coisas que as crianças mais gostam do Halloween: fantasias e doces, mas dando-lhes um toque, para que não seja uma festa pagã e muito menos anticristã”.

A seguir, 10 dicas práticas para uma boa celebração:

1. Fantasias de santos

Que todos, crianças e adultos, se fantasiem de santos e cada um diga por que escolheu essa fantasia, o que mais gosta desse santo ou santa.

2. Doces com santinhos

Não dê guloseimas decoradas de Halloween para crianças que baterem à porta pedindo doces. Dê doces normais, enfeitados com carinhas sorridentes com auréolas; presenteie também com santinhos.

3. Realizar atividades por equipes

Divida os participantes da festa em equipes, dê materiais (papel, cordas etc.) para que se divirtam elaborando uma fantasia de santo para algum membro do grupo; que cada equipe explique por que escolheu aquele santo e conte o que sabe sobre sua vida. Dê a todos prêmios por sua criatividade e esforço.

4. Desenhar os santos

Que crianças e adultos se entretenham fazendo e pintando desenhos de seus santos favoritos (não precisa sair perfeito) para colá-los na parede em exposição.

5. Fazer fotografias dos participantes com auréolas

Recorte auréolas de papel e cole-as na parede em diferentes alturas, para que os participantes parem diante delas e possam fazer uma foto, na qual pareça que têm auréola. As fotografias de todos como santos ficam muito simpáticas.

6. Contar histórias

Que cada um dos participantes se prepare antecipadamente para contar alguma história interessante, comovente ou divertida sobre algum santo.

7. Festival de vídeo

Organize um mini festival de vídeos da vida dos santos.

8. Frases de santos por todo local

Coloque entre os avisos da Igreja ou em alguma parede do local papéis com frases favoritas de diversos santos, sobretudo, do santo padroeiro dessa igreja particular.

9. Celebrar uma Missa

Participem juntos no dia 1º de novembro da Missa da Solenidade de Todos os Santos.

10. Ler o Catecismo

Leia o que o Catecismo da Igreja Católica ensina sobre os santos (entre eles os numerais 956 e 957) e, ao final, faça uma oração para pedir a intercessão dos santos, em especial dos padroeiros ou favoritos dos participantes.

Fonte: https://www.acidigital.com/

JMJ 2023: vai começar a grande peregrinação em Portugal

Missa de entrega da Cruz aos jovens de Lisboa  (Vatican Media)
JMJ 2023

Os símbolos da JMJ vão percorrer as dioceses de Portugal. A partir do Algarve vai ter início uma grande experiência espiritual na companhia da cruz peregrina e do ícone mariano “Salus Populi Romani”. Com acompanhamento em permanência no Vatican News.

Rui Saraiva – Portugal

Vêm de Espanha onde estiveram durante os meses de setembro e outubro. Os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) vão atravessar o rio Guadiana passando em Ayamonte, de Espanha para Portugal, chegando ao Algarve.

Aquela diocese portuguesa vai acolher a cruz peregrina e o ícone mariano “Salus Populi Romani” a partir de 29 de outubro e durante todo o mês de novembro. Primeira etapa da grande peregrinação em Portugal.

Fomos falar com João Costa que é o responsável do Comité Organizador Diocesano (COD) algarvio. Declara que a presença dos símbolos pode ser a possibilidade concreta de ir a sítios onde de outra forma seria difícil entrar. Um verdadeiro dom e um estímulo para mudar a Igreja e as pessoas.

“É um estímulo muito grande para toda a juventude algarvia e não só. Muitas vezes refiro que a Jornada Mundial pode ser um dom para todas as dioceses e para a Igreja portuguesa. E a presença dos símbolos vai tornar cada vez mais real este dom. De mudar a nossa Igreja, de mudar as pessoas, mudar os jovens e poder chegar um pouquinho mãos longe e inovar, fazer coisas diferentes. E é isso sobretudo que a presença dos símbolos nos dá: a possibilidade concreta de ir a sítios onde de outra forma não conseguiríamos entrar; a possibilidade concreta de ir ter com pessoas que, se calhar, nunca se cruzariam na nossa vida; é a possibilidade concreta de Deus fazer história na vida de alguns que de outra forma sem os símbolos não conseguiríamos lá chegar” – afirma João Costa.

O jovem algarvio lembra que a peregrinação dos símbolos “não é só uma coisa presente nas redes sociais, mas “é um sonho tornado realidade”, sobretudo para os jovens integrados na JMJ.

“Para os jovens e as paróquias que já estão integradas na Jornada Mundial da Juventude é um sonho tornado realidade. Não é só uma coisa presente nas redes sociais, mas está presente na nossa diocese e vai percorrer a nossa diocese. Começa por aqui e vai percorrer o país todo, na esperança de chegar a Lisboa e fazer sentido toda esta peregrinação” – sublinha.

Os símbolos da JMJ começam no sul de Portugal uma grande peregrinação que percorrerá todo o país, enchendo de esperança as suas 21 dioceses. E será este o itinerário a seguir nos próximos meses até julho de 2023:

Novembro 2021: Diocese do Algarve

Dezembro de 2021: Diocese de Beja  

Janeiro 2022: Diocese de Évora  

Fevereiro 2022: Diocese de Portalegre-Castelo Branco

Março de 2022: Diocese da Guarda  

Abril de 2022: Diocese de Viseu  

Maio de 2022: Diocese de Funchal  

Junho de 2022: Diocese de Angra  

Julho de 2022: Diocese de Lamego

Agosto de 2022: Diocese de Bragança-Miranda

Setembro de 2022: Diocese de Vila Real

Outubro de 2022: Diocese do Porto

Novembro de 2022:  Diocese de Setúbal  

Dezembro de 2022: Diocese das Forças Armadas e de Segurança

Janeiro de 2023: Diocese de Viana do Castelo

Fevereiro de 2023: Diocese de Braga  

Março de 2023: Diocese de Aveiro  

Abril de 2023: Diocese de Coimbra

Maio de 2023: Diocese de Leiria-Fátima  

Junho de 2023: Diocese de Santarém  

Julho de 2023: Diocese de Lisboa

Entretanto, a cruz peregrina e o ícone mariano estiveram em peregrinação nos últimos meses em Espanha, na Polónia e em Angola. Em particular, no país africano lusófono, esta peregrinação foi especialmente sentida e vivida em clima de grande alegria e entusiasmo.

Recordemos que na Missa de acolhimento dos símbolos em Luanda, no dia 9 de julho, na paróquia da Sagrada Família, D. Filomeno Vieira Dias, presidente da Conferência Episcopal de Angola e S. Tomé (CEAST) apelou aos jovens para viverem estes momentos com intensidade, e disse que os símbolos estão revestidos de vivências no caminhar da história da Igreja.

Na ocasião, D. Filomeno Vieira Dias agradeceu o gesto dos irmãos portugueses, em especial ao padre Filipe Diniz, diretor do departamento nacional de Portugal da Pastoral Juvenil e que estava presente naquela celebração em Angola. D. Filomeno sublinhou o desafio lançado pela JMJ para uma maior proximidade aos países de língua oficial portuguesa.

A peregrinação dos símbolos da JMJ por Angola percorreu as dioceses de Luanda, Sumbe, Benguela, Huambo, Viana e Caxito de 9 de julho a 18 de agosto.

Chegou a hora de Portugal! A partir do Algarve, neste mês de novembro, a cruz peregrina e o ícone mariano vão-se fazer presentes na vida de todos. Uma oportunidade única de comunhão e de participação. Um momento de experiência espiritual intensa que vai marcar a vida dos portugueses.

Laudetur Iesus Christus

Fonte: https://www.vaticannews.va/

Santo Evaristo, papa

Santo Evaristo | Vatican News
26 de outubro
SANTO EVARISTO

Santo Evaristo foi o Papa de número cinco a liderar a Igreja  Católica no começo do Cristianismo. Evaristo foi o Sumo Pontífice entre os anos 101 e 107 d. C. Como seus antecessores, ele também foi martirizado em Roma, por pregar o Cristianismo e não renegar sua fé em Jesus Cristo.

Origem judaica

Santo Evaristo era filho de um judeu chamado Judas. Seu pai tinha nascido em Belém, mas mudou-se para Antioquia quando adolescente. Judas educou o filho Evaristo dentro do judaísmo. Evaristo manifestou  desde cedo ser aberto à virtude. Tinha inclinação para as letras e as ciências. Seu pai percebeu esta aptidão  incentivou seu filho. Por isso, Evaristo tornou-se homem de grandes talentos.

Conversão

Não se sabe como nem a época exata em que Santo Evaristo se tornou cristão, mas presume-se que tenha sido em Antioquia e que, depois disso, ele tenha ida para Roma. Sabe-se, porém que, em Roma, ele ficou logo conhecido por sua santidade e passou a ser membro das lideranças da igreja. Santo Evaristo tinha o dom de acender a fé no coração dos cristãos, dando belos exemplos de caridade cristã e virtudes.

Santo Evaristo, o quinto Papa da Igreja Católica

Por todas essas qualidades, Santo Evaristo foi eleito o quinto Papa da Igreja, logo depois que São Clemente foi martirizado. Sabe-se que, a princípio, ele não queria assumir, alegando ser indigno. Mas o clero e os fiéis insistiram unânimes e ele acabou aceitando a missão. Era o ano 101 da era cristã.

As dificuldades no Papado

Assim que assumiu a  liderança da Igreja, Santo Evaristo passou a enfrentar dificuldades externas que atacavam a Igreja, e outras vindas de dentro. De fora da Igreja, vinham as perseguições do imperador romano.

De dentro da Igreja, vinham as heresias ameaçando desvirtuar a fé. Muitos desses hereges eram verdadeiros líderes de igrejas de outras localidades e reivindicavam que seus erros doutrinários fossem aceitos como verdades de fé.

Mas Santo Evaristo tinha consigo o verdadeiro depósito da fé recebido dos Apóstolos e não deixou que a Igreja caísse no erro. Por causa de suas intervenções, a Igreja se manteve no rumo certo, sem se desviar, conservando a fé pura.

Regras eclesiásticas

Além de lutar fortemente contra as heresias da época,  Santo Evaristo também fez por onde aperfeiçoar a  disciplina da Igreja, criando regras bastante prudentes e emitindo decretos.  Santo Evaristo foi o primeiro a dividir a cidade de Roma em paróquias.

Essas paróquias, claro, não eram como são hoje. Eram comunidades pequenas, mas que tinham sua vida própria. Ele organizou isso. Foi ele também quem determinou que o casamento se tornasse público e fosse acompanhado por um sacerdote.

Zelo

Cheio de zelo, Santo Evaristo fazia questão de ir visitar paróquias,  procurando sempre fazer com que suas ovelhas mantivessem a fé pura, sem influências de heresias. Preocupou-se com a formação das crianças e dos escravos, que eram comuna na época. Insistia que os escravos tinham que receber o mesmo tratamento que os libertos.

Devoção a Santo Evaristo

Trajano era o imperador romano que reinava no tempo de Santo Evaristo. Dizem que ele pessoalmente não tinha nada contra os cristãos, mas sim contra seus assessores pagãos, que o influenciavam maliciosamente. Assim, estes, ao tomarem conhecimento do zelo, do número crescente de fiéis cristãos e dos frutos do apostolado de Santo Evaristo, arderam em ódio e passaram a criar uma péssima imagem do Papa Evaristo diante do imperador.

Lutaram bastante até conseguirem que Trajano ordenasse que ele fosse preso. Em seguida, forjaram um julgamento e conseguiram a condenação oficial do santo à pena de morte. Os relatos atestam que Santo Evaristo sentiu grande alegria ao receber sua sentença de morte por causa de Jesus Cristo. As autoridades romanas ficaram estupefatas ao verem que o Papa não temia a morte e se regozijava ao saber que daria sua vida por causa de Cristo.

Seu testemunho serviu, na verdade, para a conversão de inúmeros cidadãos romanos ao cristianismo. Eles viam no testemunho dos mártires a mais eloquente profissão de fé, pois eles confirmavam com a própria vida a verdade eterna em que acreditavam. Assim, condenado, santo Evaristo foi morto no dia 26 de outubro de 107. Sua sepultura foi colocada no Vaticano, ao lado da sepultura de São Pedro.

Oração a Santo Evaristo

Ó Deus, que concedestes ao Papa Santo Evaristo a graça do Magistério Romano, permiti que, pela sua intercessão, sejamos sempre fiéis ao papa e aos Srs. Bispos a ele unidos. Amém.

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Jovem casal brasileiro com 8 filhos espera gêmeos: “cada um vale o universo”

@coracaodemami | Instagram
Família Arasaki
Por Francisco Vêneto

Mariana e Carlos, 36 anos, são pais de seis Marias, um Martin, um Bernardo e agora esperam João Pio e Josemaria. Terão outros? "Se Deus mandar, lógico que sim!"

Um jovem casal brasileiro com 8 filhos espera mais dois gêmeos para março e vem conquistando a internet com seus testemunhos e fotos da vida em família – família numerosa e feliz, aliás, que incentiva a sadia (re)consideração de vários (pre)conceitos sobre a quantidade supostamente “ideal” de filhos em nossos tempos.

A quantidade “ideal” de filhos simplesmente não existe. O que existe é o bom senso e a responsabilidade de seguir a própria vocação e possibilidades: há pessoas que não têm vocação para a paternidade e por isso não têm filho nenhum; há pessoas que têm vocação e possibilidade de ter um ou dois filhos; há pessoas que têm vocação e possibilidades de ter doze ou quatorze filhos; há pessoas que têm vocação e possibilidades de adotar filhos.

O que a Igreja Católica propõe aos seus fiéis é que tenham filhos dentro de uma relação consciente, comprometida, sólida e amorosa, abençoada pelo sacramento do matrimônio, na qual os cônjuges, mantendo-se abertos ao que Deus lhes permitir, façam um sensato planejamento familiar natural.

Os paulistanos Mariana e Carlos Arasaki, ambos com 36 anos de idade e casados há 10 anos, relatam que sempre sonharam em ter filhos e formar uma família grande. E eles já têm dez, sendo que os dois caçulinhas são os gêmeos João Pio e Josemaria, esperados para vir à luz em março. Os outros oito já nasceram: são seis Marias, um Martin e um Bernardo.

A própria Mariana listou os nomes e as idades da prole numa postagem em sua rede social:

“As crianças. Cada uma vale o universo e curtem muito a presença dos irmãos, desde a gestação até o dia da chegada nesse mundo.

  1. Maria Philomena 9 anos
  2. Martin 8 anos
  3. Maria Clara 7 anos
  4. Maria Sophia 6 anos
  5. Bernardo 4 anos
  6. Margarida Maria 3 anos
  7. Maria Madalena 2 anos
  8. Stella Maria 10 meses”

A lista, conforme já dissemos, agora também inclui os nascituros João Pio e Josemaria.

Duas curiosidades mais ou menos aleatórias sobre os filhos de Mariana e Carlos: todos eles nasceram de parto normal; e, segundo a mãe, todos gostam de comida japonesa.

Jovem casal brasileiro com 8 filhos espera gêmeos

Como foi a notícia de que mais dois gêmeos vinham a caminho? Mariana relata:

“Fui ao consultório da minha médica e ela anunciou que estava tudo bem e não havia só um bebê, mas sim dois! Meu coração pulou de alegria! Foi realmente emocionante demais ver os dois bebês na ultrassonografia!”

Carlos é um pai muito presente e atuante. De fato, Mariana escreveu em sua rede social:

“Tudo começa com a cumplicidade do casal. No amor, na disposição em criar filhos preparados para o mundo, dando muito amor, carinho, firmeza sempre que necessário, ensinando que sem Deus não somos nada… Todos temos dias difíceis e isso passa; tudo passa na verdade. A vida é um sopro e tentamos aproveitar o máximo desse dom que Deus nos dá”.

A jovem mãe também dá dicas úteis sobre a rotina das crianças:

“Crianças com rotina, crianças felizes! Rotina não é lotar a agenda da criança, é ter horário pra que se sintam seguras. Para que cresçam confiantes porque sabem que alguém se preocupa com seu bem-estar. Ter atividades que permitam que gastem energia, sejam crianças, aprendam e adquiram conhecimento e virtudes (paciência, fortaleza, perseverança) de maneira tranquila. Horários pra comer, brincar, ir à escola, fazer deveres, atividades extra-curriculares. Em casa, o horário de dormir é sagrado. É importante para o casamento, assim eu e o Carlos conseguimos ter sempre um tempo sozinhos”.

Será que Mariana e Carlos ainda vão querer mais pimpolhos depois da chegada dos gêmeos?

“Se Deus mandar, lógico que sim!”

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Magistério da Igreja e Polêmicas do Sínodo da Amazônia

Crédito: Presbíteros

Magistério e Polêmicas do Sínodo da Amazônia

O material está estruturado de acordo com os títulos, sendo que cada um corresponde a uma polêmica ou controvérsia específica. Em sequência, os destaques em itálico apresentam uma síntese do assunto. Por fim, seguem citações de documentos oficiais, links correspondentes a cada uma das posições apresentadas.

  1. O que é o Sínodo dos Bispos

O Sínodo dos Bispos foi instituído por São Paulo VI. Foi previsto no Concílio Vaticano II. Trata-se de organismo que busca auxiliar o Papa no Governo da Igreja. Possui caráter expressamente consultivo e não deliberativo. Dito em outras palavras, apenas aconselha. Não toma qualquer decisão. Ou seja, mesmo que haja uma conclusão por parte dos bispos, o Papa não está obrigado a acatá-las.

O caráter deliberativo permanece restrito ao Santo Padre. A estrutura de funcionamento foi sucessivamente reformada. Como modificado pelo Papa Francisco, possui, atualmente, três fases: a) fase preparatória, em que o Povo de Deus é diretamente consultado, b) a fase celebrativa, em desenvolvimento, referente à reunião da assembleia dos bispos e, c) finalmente, a fase de implementação, quando as conclusões que são aprovadas de acordo com o entendimento do Papa são aceitas ou não pela Igreja.

http://www.sinodoamazonico.va/content/sinodoamazonico/pt/noticias/perguntas-frequentes-sobre-o-sinodo-dos-bispos–sinodoamazonico.html

  1. Características do Sínodo da Amazônia

O Sínodo da Amazônia tem como linha principal a evangelização que abrange todas as esferas de atuação da Igreja Católica. Essa reunião não tem nenhuma finalidade política, nem ideológica. O Papa Francisco critica a colonização ideológica na Amazônia, especialmente o desenvolvimentismo e o indigenismo.

“Podemos dizer que o Sínodo da Amazônia tem quatro dimensões: a pastoral, a cultural, a social e a ecológica. A primeira, a dimensão pastoral é a essencial, que engloba tudo.”

Discurso do Papa Francisco na abertura do Sínodo da Amazônia

http://w2.vatican.va/content/francesco/es/speeches/2019/october/documents/papa-francesco_20191007_apertura-sinodo.html

“O objetivo principal desta convocação é identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, também por causa da crise da Floresta Amazônica, pulmão de capital importância para nosso planeta.”

Papa em discurso de anúncio da uma Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a região Pan-amazônica.

O anúncio do Sínodo aconteceu no dia 15 de outubro de 2017, na Praça São Pedro, em Roma, logo após a canonização dos protomártires brasileiros de Cunhaú e Uruaçu e de dois adolescentes indígenas mexicanos mártires.

https://youtu.be/XxcOpVDzuec

“As ideologias são uma arma perigosa, sempre tendemos a agarrar uma ideologia para interpretar um povo. As ideologias são reducionistas, e nos levam a exageros em nossa pretensão de compreender intelectualmente, mas sem aceitar, compreender sem admirar, compreender sem assumir, e então se recebe a realidade em categorias, as mais comuns são as categorias dos “ismos”. Então quando temos que aproximarmos da realidade de algum povo originário falamos de indigenismos, e quando queremos dar-lhes alguma alguma pista de como viver melhor, não lhes perguntamos, falamos de desenvolvimentismo. Estes “ismos” reformulam a vida desde o laboratório iluminista.”

Discurso do Papa Francisco na abertura do Sínodo da Amazônia

http://w2.vatican.va/content/francesco/es/speeches/2019/october/documents/papa-francesco_20191007_apertura-sinodo.html

O Papa Francisco já tinha criticado o desenvolvimentismo e o indigenismo em 2018:

“Provavelmente, nunca os povos originários amazônicos estiveram tão ameaçados nos seus territórios como o estão agora. A Amazônia é uma terra disputada em várias frentes: por um lado, a nova ideologia extrativa e a forte pressão de grandes interesses econômicos cuja avidez se centra no petróleo, gás, madeira, ouro e monoculturas agroindustriais; por outro, a ameaça contra os vossos territórios vem da perversão de certas políticas que promovem a «conservação» da natureza sem ter em conta o ser humano, nomeadamente vós irmãos amazônicos que a habitais. Temos conhecimento de movimentos que, em nome da conservação da floresta, se apropriam de grandes extensões da mesma e negociam com elas gerando situações de opressão sobre os povos nativos, para quem, assim, o território e os recursos naturais que há nele se tornam inacessíveis. Este problema sufoca os vossos povos, e causa a migração das novas gerações devido à falta de alternativas locais.”

Encontro Com Os Povos Da Amazônia – Discurso do Santo Padre – Viagem Apostólica Do Papa Francisco Ao Chile E Peru

Puerto Maldonado – Coliseu Madre de Dios

Sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

  1. Evangelização dos índios

A preocupação com as populações indígenas e a evangelização destas é presente em toda a Igreja Latino-Americana, conforme demonstrado no Documento de Aparecida. O Papa Francisco estimula “a compreensão e exposição da verdade de Cristo partindo das tradições e culturas locais”.

“530. Como discípulos e missionários a serviço da vida, acompanhamos os povos indígenas e originários no fortalecimento de suas identidades e organizações próprias, na defesa do território e em uma educação intercultural bilíngüe e na defesa de seus direitos. Comprometemo-nos também a criar consciência na sociedade a respeito da realidade indígena e seus valores, através dos meios de comunicação social e outros espaços de opinião. A partir dos princípios do Evangelho, apoiamos a denúncia de atitudes contrárias à vida plena em nossos povos de origem e nos comprometemos a prosseguir na obra de evangelização dos indígenas, assim como a procurar as aprendizagens educativas e de trabalho com as transformações culturais que isso implica.“

https://img.cancaonova.com/noticias/pdf/DocumentoDeAparecida-VCelam.pdf – Documento de Aparecida

118. Os Bispos da Oceânia pediram que a Igreja neste continente «desenvolva uma compreensão e exposição da verdade de Cristo partindo das tradições e culturas locais», e instaram todos os missionários «a trabalhar de harmonia com os cristãos indígenas para garantir que a doutrina e a vida da Igreja sejam expressas em formas legítimas e apropriadas a cada cultura». Não podemos pretender que todos os povos dos vários continentes, ao exprimir a fé cristã, imitem as modalidades adotadas pelos povos europeus num determinado momento da história, porque a fé não se pode confinar dentro dos limites de compreensão e expressão duma cultura. É indiscutível que uma única cultura não esgota o mistério da redenção de Cristo.”

http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/apost_exhortations/documents/papa-francesco_esortazione-ap_20131124_evangelii-gaudium.html

  1. Cristianismo e a proteção ao meio ambiente

A defesa do meio ambiente e a condenação de um uso irresponsável da natureza são preocupações recorrentes de todos os papas desde que a sociedade tomou consciência da questão ecológica.

197. Notamos com tristeza que uma das contradições que mais perturbam e atormentam a nossa época é a seguinte: enquanto, por um lado, salientam-se as situações de mal-estar, e apresenta-se o espectro da miséria e da fome; por outro, utilizam-se, muitas vezes em grande escala, as descobertas da ciência, as realizações da técnica e os recursos econômicos, para criar terríveis instrumentos de ruína e de morte.

Papa João XXIII – Mater et Magistra

https://w2.vatican.va/content/john-xxiii/pt/encyclicals/documents/hf_j-xxiii_enc_15051961_mater.html

21. Por motivo da exploração inconsiderada da natureza, começa a correr o risco de destruí-la e de vir a ser, também ele, vítima dessa degradação. Não só já o ambiente material se torna uma ameaça permanente, poluições e lixo, novas doenças, poder destruidor absoluto; é mesmo o quadro humano que o homem não consegue dominar, criando assim, para o dia de amanhã, um ambiente global, que poderá tornar-se-lhe insuportável. Problema social de envergadura, este, que diz respeito à inteira família humana.

Papa Paulo VI – Octogesima Adveniens

http://w2.vatican.va/content/paul-vi/pt/apost_letters/documents/hf_p-vi_apl_19710514_octogesima-adveniens.html

Este estado de ameaça contra o homem, da parte dos seus mesmos produtos, tem várias direcções e vários graus de intensidade. Parece que estamos cada vez mais cônscios do fato de a exploração da terra, do planeta em que vivemos, exigir um planeamento racional e honesto. Ao mesmo tempo, tal exploração para fins não somente industriais mas também militares, o desenvolvimento da técnica não controlado nem enquadrado num plano com perspectivas universais e autenticamente humanístico, trazem muitas vezes consigo a ameaça para o ambiente natural do homem, alienam-no nas suas relações com a natureza e apartam-no da mesma natureza. E o homem parece muitas vezes não dar-se conta de outros significados do seu ambiente natural, para além daqueles somente que servem para os fins de um uso ou consumo imediatos. Quando, ao contrário, era vontade do Criador que o homem comunicasse com a natureza como « senhor » e «guarda » inteligente e nobre, e não como um « desfrutador » e « destrutor » sem respeito algum.

João Paulo II – Redemptor hominis, n. 15

http://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/encyclicals/documents/hf_jp-ii_enc_04031979_redemptor-hominis.html 

A Igreja sente o seu peso de responsabilidade pela criação e deve fazer valer esta responsabilidade também em público. Ao fazê-lo, não tem apenas de defender a terra, a água e o ar como dons da criação que pertencem a todos, mas deve sobretudo proteger o homem da destruição de si mesmo. Requer-se uma espécie de ecologia do homem, entendida no justo sentido. De facto, a degradação da natureza está estreitamente ligada à cultura que molda a convivência humana: quando a « ecologia humana » [124] é respeitada dentro da sociedade, beneficia também a ecologia ambiental. Tal como as virtudes humanas são intercomunicantes, de modo que o enfraquecimento de uma põe em risco também as outras, assim também o sistema ecológico se rege sobre o respeito de um projecto que se refere tanto à sã convivência em sociedade como ao bom relacionamento com a natureza.

Para preservar a natureza não basta intervir com incentivos ou penalizações económicas, nem é suficiente uma instrução adequada. Trata-se de instrumentos importantes, mas o problema decisivo é a solidez moral da sociedade em geral. Se não é respeitado o direito à vida e à morte natural, se se tornam artificiais a concepção, a gestação e o nascimento do homem, se são sacrificados embriões humanos na pesquisa, a consciência comum acaba por perder o conceito de ecologia humana e, com ele, o de ecologia ambiental.

Bento XVI – Caritas in Veritate

http://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/encyclicals/documents/hf_ben-xvi_enc_20090629_caritas-in-veritate.html

13. O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. O Criador não nos abandona, nunca recua no seu projecto de amor, nem Se arrepende de nos ter criado. A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum.

124. Em qualquer abordagem de ecologia integral que não exclua o ser humano, é indispensável incluir o valor do trabalho, tão sabiamente desenvolvido por São João Paulo II na sua encíclica Laborem excercens. Recordemos que, segundo a narração bíblica da criação, Deus colocou o ser humano no jardim recém-criado (cf. Gn2, 15), não só para cuidar do existente (guardar), mas também para trabalhar nele a fim de que produzisse frutos (cultivar). Assim, os operários e os artesãos «asseguram uma criação perpétua» (Sir 38, 34). Na realidade, a intervenção humana que favorece o desenvolvimento prudente da criação é a forma mais adequada de cuidar dela, porque implica colocar-se como instrumento de Deus para ajudar a fazer desabrochar as potencialidades que Ele mesmo inseriu nas coisas: «O Senhor produziu da terra os medicamentos; e o homem sensato não os desprezará» (Sir 38, 4).

Ponto 225. Uma ecologia integral exige que se dedique algum tempo para recuperar a harmonia serena com a criação, reflectir sobre o nosso estilo de vida e os nossos ideais, contemplar o Criador, que vive entre nós e naquilo que nos rodeia e cuja presença «não precisa de ser criada, mas descoberta, desvendada».[155]

  1. Polêmica: Críticas ao Instrumentum laboris do Sínodo da Amazônia como sendo um documento que expressa a visão do Papa Francisco

Instrumentum laboris não é um documento escrito pelo Papa, mas sim uma proposta de alguns bispos com temas para serem estudados. O Papa Francisco afirmou: “o Instrumentum Laboris, que, como sabem, é um texto mártir, destinado a ser destruído, porque é ponto de partida”.

A reflexão final do Magistério da Igreja sobre o tema só ficará disponível em março de 2020, se o Papa Francisco seguir a mesma postura dos sínodos anteriores, em que escreveu a Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, em 19 de março de 2018, depois do Sínodo no segundo semestre de 2017, bem como a publicação da Exortação Apostólica Amoris Laetitia, em 19 de março de 2016, depois do Sínodo no segundo semestre de 2015.

Foram feitas consultas, discutiram as Conferências Episcopais, em Conselho Pré-Sinodal, foi elaborado o Instrumentum Laboris, que, como sabem, é um texto mártir, destinado a ser destruído, porque é ponto de partida para o que o Espírito vai fazer em nós e, agora, caminharemos juntos sob a guia do Espírito Santo. Agora temos que deixar que o Espírito Santo se expresse nesta Assembleia, se expresse entre nós, se expresse conosco, através de nós e se expresse “apesar de nós”, apesar de nossas resistências, que é normal que existam, porque a vida do cristão é assim mesmo.

  1. Ordenação de homens casados e a possibilidade do Celibato dos sacerdotes acabar depois do Sínodo da Amazônia

O Papa Francisco deixa claro que não deseja mudar a lei do celibato, mas reconhece o problema de escassez de sacerdotes em regiões remotas e que pode ser estudada a ordenação de homens casados. Todavia, o Papa Francisco salienta que o fato de ser discutido, não quer dizer que deve ser feito, essa é a lógica do Papa Francisco e isso se aplica em várias situações.

Na Igreja católica de rito oriental eles podem fazer isso se fazem a opção celibatária ou de esposo antes do diaconato. Quanto ao rito latino, lembro-me de uma frase de São Paulo VI: “Prefiro dar a vida antes de mudar a lei do celibato”. Isso me veio em mente e quero afirmá-lo porque é uma frase corajosa. Ele disse isso em 1968-1970, num momento mais difícil do que o atual. Pessoalmente, penso que o celibato seja um dom para a Igreja e não concordo em permitir o celibato opcional. Não. Permaneceria alguma possibilidade nos lugares mais distantes, penso nas ilhas do Pacífico, mas é algo em que pensar quando há necessidade pastoral. O pastor deve pensar nos fiéis. Existe um livro do pe. Lobinger, interessante. É algo em discussão entre os teólogos, não há uma decisão minha. A minha decisão é: não ao celibato opcional antes do diaconato. É uma coisa minha, pessoal. Eu não o farei, isso é claro. Sou fechado? Talvez, mas não me sinto de colocar-me diante de Deus com esta decisão. Padre Lobinger diz: “A Igreja faz a eucaristia e a Eucaristia faz a Igreja. Mas onde não há Eucaristia há comunidade, pense nas ilhas do Pacífico. Lobinger pergunta: quem faz a Eucaristia? Os diretores e organizadores dessas comunidades são diáconos, religiosas ou leigos. Lobinger diz ainda: se poderia ordenar sacerdote um idoso casado, esta é a sua tese. Mas que exercite apenas o munus sanctificandi, isto é, celebre a missa, administre o Sacramento da Reconciliação e dê a unção dos enfermos. A ordenação sacerdotal dá os três munera: o munus regendi (o pastor que guia), o munus docendi (o pastor que ensina) e o munus sanctificandi. O bispo só lhe daria a licença para o munus sanctificandi. Esta é a tese. O livro é interessante e talvez isso possa ajudar a responder o problema. Acredito que o tema deve ser aberto nesse sentido para os lugares onde existe um problema pastoral, por falta de sacerdotes. Não digo que deve ser feito, eu não refleti, não rezei o suficiente sobre isso. Mas os teólogos debatem sobre isso, devem estudar. Estava conversando com um oficial da Secretaria de Estado, um bispo que teve que trabalhar num país comunista no início da revolução. Quando viram como essa revolução chegava nos anos 50, os bispos ordenaram secretamente camponeses, bons e religiosos. Depois que a crise passou, trinta anos depois, a coisa se resolveu. Ele me contou a emoção que sentiu quando numa celebração viu esses camponeses com mãos de camponeses colocarem suas vestes para concelebrar com os bispos. Na história da Igreja isso se verificou. É algo a ser pensado e sobre o qual rezar. Por fim, me esqueci de citar o Anglicanorum coetibus, de Bento XVI, para os sacerdotes anglicanos que se tornaram católicos, mantendo suas vidas como se fossem orientais. Lembro-me ter visto muitos deles com o colarinho clerical e com mulheres e crianças numa audiência de quarta-feira.

Há em algumas pessoas uma visão confusa do clericalismo que para ser e fazer a Igreja é preciso ser padre ou religioso. A dificuldade de entender que os leigos são chamados para viver plenamente sua vocação batismal buscando ser santo e ajudar na santificação das pessoas e do mundo, como afirma o concílio Vaticano II e todos os Papas até o Papa Francisco.

Padre Martín Lasarte, missionário Salesiano e padre sinodal, que tem 47 comunidades religiosas na região amazônica, 25 delas em áreas rurais ou na selva. Abaixo alguns comentários do Pe. Lasarte:

“A Igreja, na Coréia, nasceu graças a um leigo, batizado na China, e durante seu primeiro meio século de vida, até 1835, se estendeu apenas com leigos, até que pudesse haver uma presença estável de sacerdotes.

Também no Japão, a Igreja Católica permaneceu viva por mais de duzentos anos sem padres, em comunidades que tinham catequistas, batizantes e pregadores, todos leigos. “É interessante o lembrete que os cristãos guardaram até a chegada dos novos sacerdotes no século XIX: a igreja voltará ao Japão e vocês saberão por esses três sinais, os sacerdotes serão celibatários, haverá uma imagem de Maria e obedecerão ao Papa de Roma”.

  1. Ordenação de mulheres

Há três níveis do Sacramento da Ordem: diaconal (o homem se torna diácono), sacerdotal (o homem se torna padre), episcopal (o homem se torna bispo e pode ordenar outros padres).

Em 2 de agosto de 2016, o Papa Francisco criou a Comissão de Estudo sobre o Diaconato da Mulher. Por mais de dois anos essa comissão se reuniu, por fim apresentou um relatório sem aparentemente chegar a um consenso e depois a comissão foi encerrada. Em maio, o Papa Francisco disse: “Eu não tenho medo do estudo. Contudo, até agora, nada se concluiu.”. O Papa Francisco salienta que o fato de ser estudado, não quer dizer que deve ser feito, essa é a lógica do Papa Francisco e isso se aplica em várias situações.

A possibilidade de ordenação sacerdotal e episcopal feminina foi fechada definitivamente por São João Paulo II.

“Havia diaconisas, ao princípio; mas era ordenação sacramental ou não? É sobre isto que se discute, e não se vê claro. É verdade que ajudavam, por exemplo, na liturgia dos Batismos: como os Batismos eram por imersão, quando se batizava uma mulher, as diaconisas ajudavam; inclusive para a unção do corpo da mulher. Depois veio fora um documento, onde se via que as diaconisas eram chamadas pelo bispo, quando havia um litígio matrimonial, para a dissolução do matrimónio através do divórcio ou da separação. Quando a mulher acusava o marido de a espancar, as diaconisas eram enviadas pelo bispo para verificarem as contusões no corpo da mulher e poderem assim testemunhar no julgamento. Estas são as coisas que recordo. Fundamental, porém, é que não há certeza de que se tratasse duma ordenação com a mesma forma e finalidade da ordenação masculina. Alguns dizem: permanece a dúvida, vamos continuar a estudar. Eu não tenho medo do estudo. Contudo, até agora, nada se concluiu.”

https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2019-05/papa-francisco-viagem-bulgaria-macedonia-norte-coletiva-imprensa.html

4. Embora a doutrina sobre a ordenação sacerdotal que deve reservar-se somente aos homens, se mantenha na Tradição constante e universal da Igreja e seja firmemente ensinada pelo Magistério nos documentos mais recentes, todavia actualmente em diversos lugares continua-se a retê-la como discutível, ou atribui-se um valor meramente disciplinar à decisão da Igreja de não admitir as mulheres à ordenação sacerdotal.

Portanto, para que seja excluída qualquer dúvida em assunto da máxima importância, que pertence à própria constituição divina da Igreja, em virtude do meu ministério de confirmar os irmãos (cfr Lc 22,32), declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja.

São João Paulo II – Ordinatio Sacerdotalis – 22 de maio de 1994.

https://w2.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/apost_letters/1994/documents/hf_jp-ii_apl_19940522_ordinatio-sacerdotalis.html

  1. Influência e intromissão na soberania nacional do Brasil. O Sínodo apoiaria ou consentiria com a tentativa de internacionalização da Amazônia por meio de ONGs. O Sínodo teria como objetivo o desmembramento de territórios do Brasil, ingerindo diretamente em temas da política brasileira. O Sínodo proporia um conjunto de direitos que, em última análise, equivaleria à independência dos territórios ocupados por índios na Amazônia

O Sínodo não pretende qualquer ingerência em assuntos da soberania do Brasil ou de países cujo território abrange a Floresta Amazônica. Em realidade, a Igreja aborda termos gerais e não com um foco na política estrita, cuja atuação é própria dos governos dos Estados. O Papa Francisco tem preocupação com o desenvolvimento integral dos povos indígenas e a região amazônica.

Ponto 38: Mencionemos, por exemplo, os pulmões do planeta repletos de biodiversidade que são a Amazônia e a bacia fluvial do Congo, ou os grandes lençóis freáticos e os glaciares. A importância destes lugares para o conjunto do planeta e para o futuro da humanidade não se pode ignorar. Os ecossistemas das florestas tropicais possuem uma biodiversidade de enorme complexidade, quase impossível de conhecer completamente, mas quando estas florestas são queimadas ou derrubadas para desenvolver cultivos, em poucos anos perdem-se inúmeras espécies, ou tais áreas transformam-se em áridos desertos. Todavia, ao falar sobre estes lugares, impõe-se um delicado equilíbrio, porque não é possível ignorar também os enormes interesses económicos internacionais que, a pretexto de cuidar deles, podem atentar contra as soberanias nacionais. Com efeito, há «propostas de internacionalização da Amazónia que só servem aos interesses económicos das corporações internacionais».

Papa Francisco – Laudato Si

http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20150524_enciclica-laudato-si.html

  1. Por este Sínodo da Amazônia, querem transformar a Igreja Católica em uma espécie de ONG.

O Papa Francisco valoriza o trabalho das ONGs, mas afirma que a Igreja não é uma ONG ou iniciativa filantrópica porque é uma história de amor guiada pelo Espírito Santo

“E quando a Igreja quer se vangloriar da sua quantidade e cria organizações, escritórios e se torna um pouco burocrática, a Igreja perde a sua principal substância, e corre o perigo de se transformar numa organização não-governamental, numa ong. E a Igreja não é uma ong. É uma história de amor … Os escritórios são necessários, mas até um certo ponto: o importante é como ajudo esta história de amor. Mas quando a organização fica em primeiro lugar, o amor desaparece e a Igreja, coitada, se torna uma ong. E este não é o caminho… E a Igreja é mãe. E nós, com a força do Espírito, todos unidos, somos uma família na Igreja que é a nossa mãe.”

Fonte: https://www.presbiteros.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF