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domingo, 1 de maio de 2022

“Eu vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros.” (Jo 13,34)

Crédito: Editora Cidade Nova

“Eu vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros.” (Jo 13,34) | Palavra de Vida Maio

por Web Master   publicado em 29/04/2022

ESTAMOS no momento da Última Ceia. Jesus, à mesa com seus discípulos, acaba de lavar-lhes os pés. Poucas horas depois Ele seria preso, condenado à morte, crucificado. Quando o tempo é curto e a meta se aproxima, dizem-se as coisas mais importantes: deixa-se o “testamento”.

Ao narrar esse episódio, o Evangelho de João não traz o relato da instituição da Eucaristia. Em seu lugar relata o lava-pés. E é nesse enfoque que o Mandamento Novo deve ser compreendido. Jesus primeiro faz e depois ensina, e por essa razão sua palavra tem autoridade.

O mandamento de amar o próximo já constava no Antigo Testamento: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19,18). Mas Jesus destaca nele um aspecto novo, a reciprocidade: é o amor mútuo que cria e identifica a comunidade dos discípulos.

O amor mútuo tem sua raiz na própria vida divina, na dinâmica trinitária, que o homem é capaz de compartilhar graças ao Filho. Chiara Lubich exemplifica isso, oferecendo uma imagem que pode nos iluminar: Jesus, quando veio à terra, não veio do nada, como cada um de nós, mas veio do Céu. E assim como um migrante, quando vai para um país longínquo, se adapta ao novo ambiente, mas também leva os próprios usos e costumes e frequentemente continua a falar a sua língua, Jesus também adaptou-se aqui na terra à vida de todo homem, mas trouxe – por ser Deus – o modo de viver do Céu, da Trindade, que é amor, amor mútuo.1

“Eu vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros.”

Aqui entramos no coração da mensagem de Jesus, que nos reconduz à vitalidade das primeiras comunidades cristãs e que ainda hoje pode ser o sinal que distingue todos os nossos grupos, as nossas associações. Em um ambiente onde a reciprocidade é uma realidade viva, experimentamos o significado de nossa existência, encontramos a força para seguir adiante nos momentos de dor e de sofrimento, recebemos sustento nas inevitáveis dificuldades, saboreamos a alegria. 

São muitos os desafios que enfrentamos todos os dias: a pandemia, a polarização, a pobreza, os conflitos: imaginemos, por um momento, o que aconteceria se conseguíssemos colocar em prática essa Palavra de Vida no nosso dia a dia: diante de nós encontraríamos novas perspectivas, aos nossos olhos se abriria o genuíno projeto da humanidade, motivo de esperança. Mas, afinal, quem nos impede de despertar essa Vida em nós mesmos e de reavivar ao nosso redor relações de fraternidade que possam se estender para cobrir o mundo inteiro?

“Eu vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros.”

Marta é uma jovem voluntária que dá assistência a detentos na preparação para os exames universitários. Ela conta: A primeira vez que entrei na prisão, encontrei pessoas com medos e fragilidades. Tentei estabelecer um relacionamento primeiramente profissional, depois de amizade, baseado no respeito e na escuta. Logo percebi que não era só eu que estava ajudando os presos, mas que também eles me davam todo o apoio. Um dia, enquanto eu ajudava um estudante para um exame, faleceu uma pessoa da minha família e, ao mesmo tempo, o jovem teve sua condenação confirmada pelo tribunal de segunda instância. Estávamos ambos em péssimas condições. Durante as aulas eu percebi que ele remoía um grande sofrimento dentro de si. Mas conseguiu confiá-lo a mim. Carregar juntos o peso dessa dor nos ajudou a seguir em frente. Quando o exame terminou, ele veio me agradecer, dizendo que sem mim não teria chegado ao fim. Enquanto, por um lado, na minha família uma vida cessava, por outro lado eu sentia que estava salvando outra vida. Percebi que a reciprocidade torna possível criar relações verdadeiras, de amizade e de respeito.
 

1) LUBICH, Chiara. Maria, transparência de Deus, São Paulo: Cidade Nova, 2003, p. 87. 

2) Cf. http://www.unitedworldproject.org/workshop/unesperienza-al-di-la-delle-sbarre-relazioni-di-cura-reciproca/

Fonte: https://www.cidadenova.org.br/

O que Jesus disse a Santa Faustina sobre a Rússia?

DyziO | Shutterstock
Por Philip Kosloski

Em 1936 Santa Faustina ofereceu um dia de orações pela Rússia, pois Jesus estava angustiado com o que estava acontecendo naquele país.

Durante a década de 1930, a freira polonesa Faustina Kowalska teria tido revelações particulares de Jesus Cristo.

Mais tarde, as visões que ela teve dariam início à devoção da “Divina Misericórdia”, e inspirariam São João Paulo II a estabelecer o “Domingo da Divina Misericórdia” no 2º domingo depois da Páscoa.

Emdezembro de 1936, Santa Faustina escreveu em seu Diário que ela ofereceu seu dia pela Rússia:

“Ofereci este dia pela Rússia; ofereci todos os meus sofrimentos e as minhas orações por esse pobre país. Depois da Comunhão, Jesus me disse: ‘Não posso suportar por mais tempo esse país; não Me tolhas as mãos, Minha filha’. Compreendi que, se não fossem as orações das almas agradáveis a Deus, toda essa nação teria sido reduzida a nada. Oh! Como sofro por causa dessa nação que expulsou Deus das suas fronteiras.”

Diário de Santa Faustina, 818

Isso, de fato, aconteceu foi pouco tempo depois que Stálin assinou a Constituição da União Soviética, em 5 de dezembro de 1936. Durante o mesmo ano, Stálin começou o “O Grande Expurgo”, em que 750.000 pessoas foram mortas por oposição ao governo.

Mas devemos confiar que a Divina Misericórdia de Jesus triunfa sobre todos e as “orações das almas que agradam a Deus” podem ajudar a virar o jogo em qualquer guerra – e até converter os corações dos líderes na Rússia.

Enfim, acima de tudo devemos rezar com Santa Faustina: “Jesus, eu confio em Vós!

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Por que São José é chamado “patrono do trabalho”?

S. José Operário | Crédito: Editora Cléofas
Por Prof. Felipe Aquino

São José foi como um instrumento útil e nobre que se utiliza para o trabalho, mas que depois se deixa de lado, sem reclamar. Em sua casa habitava o Messias, o Salvador do mundo, o “desejado das nações”; “o mais belo dos filhos dos homens”, como disse o salmista, mas São José nunca disse nada. Nunca se vangloriou disso. Quis sempre se conservar oculto; foi verdadeiramente um trabalhador humilde. E quando vieram os dias gloriosos e cheios de milagres para Jesus, José já não estava neste mundo. Toda a vida do Santo foi, portanto, um período contínuo de vida interior e de trabalho. Por isso a Igreja o tomou como Patrono dos trabalhadores.

São José é proposto pela Igreja, não só como modelo de uma categoria de pessoas, mas como modelo universal, ou seja, modelo de todas as virtudes, para todos e em qualquer idade e condição; e de modos especial, a todos que trabalham.

O grande São Justino (†167), filósofo e mártir nascido na Palestina, diz-nos que São José fabricava cangas de bois e charruas, uma espécie de arado.

A vida de São José esteve cheia de trabalho: primeiro em Nazaré, depois talvez em Belém, mais tarde no Egito e por último novamente em Nazaré. O seu ofício requeria naquela época destreza e habilidade. Na Palestina, um “carpinteiro” era um homem hábil, especialmente hábil e muito apreciado. Todos deviam conhecer José pelo seu trabalho. Não podia ser outro o perfil humano daquele que secundou com prontidão os planos de Deus e se viu submetido às mais difíceis provas, conforme nos relata o Evangelho de São Mateus.

No dia 1º de maio a Igreja celebra a memória de S. José Operário. O Papa Pio XII, instituiu em 1955 a festa de são José Operário, protetor e modelo de todos os trabalhadores. Pio XII quis cristianizar esta festa porque ela foi durante muito tempo um símbolo da terrível luta de classe marxista com manifestações de bandeiras vermelhas e punhos cerrados no ar. O 1º de maio tinha assumido um caráter contestatório sob a bandeira do socialismo internacional, signo do ódio e da vingança social. Disse o Papa Pio XII, naquele memorável dia 1º de maio de 1955, a uma manifestação de 200 mil operários que lotavam a Praça de São Pedro, e que substituíam o grito de ódio e morte marxista pelo da ressurreição e vida:

“Quantas vezes nós manifestamos e explicamos o amor da Igreja para com os operários! Apesar disso, propaga-se muito a atroz calúnia de que “a Igreja é a aliada do capitalismo contra os trabalhadores”. Ela, mãe e mestra de todos, teve sempre particular solicitude pelos filhos que se encontram em condições mais difíceis, e também, na realidade, contribuiu notadamente para a consecução dos apreciáveis progressos obtidos por várias categorias de trabalhadores. Nós mesmos, na radiomensagem do Natal de 1942, dizíamos:

“Movida sempre por motivos religiosos, a Igreja condenou os diversos sistemas do socialismo marxista e condena-os também hoje, sendo direito e dever seu permanecer, preservar os homens das correntes e influxos que põem em perigo a salvação eterna deles”.

“Neste dia 1º de maio, que o mundo do trabalho tomou como festa própria, nós, vigários de Cristo, queremos reafirmar, em forma solene, a dignidade do trabalho a fim de que inspire na vida social as leis da equitativa repartição de direitos e deveres. Tomado neste sentido pelos operários cristãos, o primeiro de maio, em vez de ser fomento de discórdias, de ódio e de violências, é e será um convite constante `a sociedade moderna de completar o que ainda falta à paz social. Seja portanto o 1º de maio uma festa cristã, um dia de júbilo para o triunfo concreto e progressivo dos ideais cristãos da grande família do trabalho”.

O Evangelho chama São José de “justo”, o que nos leva a entender que no seu trabalho era um homem dedicado e humilde e que sempre se comportou de maneira honesta e digna com os que servia. São Paulo disse aos colossenses: “Servos, obedecei em tudo aos senhores terrenos, servindo não pelo motivo de que estais sendo vistos, como quem busca agradar aos homens, mas com sinceridade de coração, por temor a Deus” (Col 3,22). E lembra aos senhores: “Senhores, tratai vossos servos com justiça e igualdade. Sabeis perfeitamente que também vós tendes um Senhor no Céu” (Col 4,1). Este é o espirito novo que deve haver no trabalho cristão; um relacionamento de justiça e de amor entre empresários e trabalhadores. E não a sanguinária luta de classes, que diminui tanto o trabalho quanto o trabalhador.

Poucos anos antes de São José abrir sua oficina em Nazaré, e escritor romano Cícero escrevia: “…Têm uma inferior profissão todos os artesões, porque numa oficina não pode haver algo de decoroso”. O filósofo Aristóteles tinha sido mais categórico ao perguntar em seu primeiro livro da Política: “Devem-se contar entre os cidadãos também os operários mecânicos?”

A resposta foi dada pelo exemplo de Jesus Cristo que quis participar da condição operária ao lado de São José.

“Do ponto de vista cristão – como se lê no manual da Ação Católica – o movimento operário não é senão uma forma de elevação da humanidade, um aspecto especial daquele fenômeno geral da ascensão vislumbrado na parábola dos talentos”.

Para ressaltar a nobreza do trabalho a Igreja propõe para a nossa meditação São José operário.

Pio XII e João XXIII (o papa que introduziu o nome de São José no cânon da missa) renderam homenagem a este exemplar de vida cristã, ao homem trabalhador e honesto, fiel à palavra de Deus, obediente, virtudes que o Evangelho sintetiza em duas palavras: “homem justo”.

“Os proletários e os operários – escreveu Leão XIII, na encíclica “Rerum Novarum” – têm como direito especial o de recorrer a São José e de procurar imitá-lo”.

Na Encíclica de Leão XIII, de 15 de agosto de 1899, “Quamquam pluries” sobre São José, o Papa fala deste santo como Modelo especialmente para os trabalhadores:

“Os proletários então, os operários e todos os de humilde condição, devem, por um título que lhes é próprio, recorrer a São José e dele aprender o que tem a fazer. Pois ele, embora de régia estirpe, unido em matrimônio com a mais santa e excelsa entre as mulheres, e pai adotivo do Filho de Deus, passou contudo a vida no trabalho e, com seu trabalho e arte, obteve o necessário ao sustento dos seus.

“Bem considerando, não é objetiva a condição dos que vivem em humilde estado; e o trabalho do operário, longe de desonrar, pode ao contrário, quando unido às virtudes, enobrecer amplamente. José, satisfeito com o pouco e com o seu, suportou, de ânimo forte e elevado, as privações e dificuldades inseparáveis da paupérrima vida, a exemplo de seu Filho que, Senhor de todas as coisas, assumindo as aparências de servo, voluntariamente abraçou uma extrema pobreza e penúria de tudo.

“A estas considerações, os pobres e todos quantos ganham a vida com o trabalho das próprias mãos devem erguer a alma e pensar e sentir justamente. Se é verdade que a justiça lhes consente poder libertar-se da indigência e elevar-se a melhor condição, nem a razão, nem a justiça lhes permitem subverter a ordem estabelecida pela providência de Deus. Antes, o chegar a cometer violências e fazer tentativas com rebeliões e tumultos, é um partido inconsiderado, que o mais das vezes agrava os mesmos males cuja diminuição se desejava. Por isso, querendo os proletários agir com juízo, não coloquem suas esperanças nas promessas de sediciosos, mas no exemplo e no patrocínio do bem-aventurado José, como na materna caridade da Igreja, que tanto se interessa por sua condição”.

Retirado do livro: “O Sentido Cristão do Trabalho”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.

Fonte: https://cleofas.com.br/

1º de maio na visão cristã do mundo do trabalho

Crédito: Diocese de Governador Valadares (MG)

Dom Carmo João Rhoden
Bispo Emérito de Taubaté (SP) 

1º de maio na visão cristã do mundo do trabalho. Afirma São Paulo: quem não trabalha, também não come. (2Ts 3,10)

1° Primeiro de maio é o dia mundial do trabalho. Através deste, homens e mulheres se realizam, transformam o mundo e assim se tornam felizes e ajudam o mundo a progredir. Mas nem sempre foi assim: lembremos do primeiro de maio, no passado, nos Estados Unidos. 

2° Há muitas formas de trabalhar: não só com manual, mas também o intelectual, o das pesquisas e o tecnológico.Etc.. etc… Em todos esses setores há exemplos a serem imitado. A Pátria recorda seus heróis, a sociedade seus beneméritos e a Igreja seus santos e santas. Entre os maiores esta São José. 

 No campo da medicina, temos muitíssimos benfeitores da humanidade, começando por Hipócrates, e passando por Alexis Carel: prêmio Nobel. Na política, temos entre outros Conrad Adenauer, Gandi. Na indústria sobressai Henry Ford, na ciência A. Einstein, Max Planck e outros. 

4° A geopolítica mundial não favoreceu o mundo o mundo do trabalho, ao menos nos países subdesenvolvidos. Na economia não há milagres e sim cifras, ganância, imposições, quando não violência. Quantas crianças precisam morrer, jovens atirar-se aos vícios e às drogas…. É lamentável. E dizer que há os que sustentam que o pecado e a invenção da Igreja…. Pergunto: foi ela quem ensinou ser o homem lobo para o homem? (Hobbes), “ou ser o homem inferno para os homens? ” (Sartre). Eu defendo a tese de Dostoievski: “onde Deus não existe tudo é permitido”. Não é isso que estamos vendo na Rússia com Putin? Não vimos já esse filme, antes também? 

5° As Encíclicas sociais contém uma riquíssima doutrina tratando do trabalho humano. Laboren Exercens (V). (Ecentensimus. Annus (V) e outras mais. Afirma João Paulo II, ser o trabalho, “a chave da questão social”. E também o fulcro da civilização moderna. CF.L.E. Se há tantos multimilionários e ao mesmo tempo tanta miséria no mundo, algo está profundamente errado. Só não ver quem não quer. 

6° Saudamos cordialmente a todos os trabalhadores e trabalhadoras e igualmente lhes agradecemos em nome de todas as pessoas de boa vontade. Possa ser o grande São José o padroeiro de todos e de todas. Então digamos: São José rogai por nós! 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

III DOMINGO DA PÁSCOA - Ano C

Dom Paulo Cezar | arqbrasilia

III DOMINGO DA PÁSCOA

Palavra do Pastor

Dom Paulo Cezar Costa

Arcebispo de Brasília

Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?

O Evangelho deste domingo (Jo 21, 1-19) nos apresenta uma grande cena com atos interligados. É a aparição do Senhor ressuscitado aos discípulos. Jesus desce até onde eles estão: não têm o que comer. É a partir da necessidade de alimento que o Senhor se manifesta aos discípulos. Primeiro Jesus manda os discípulos jogarem as redes à direita da barca e eles jogam, e apanham cento e cinquenta e três grandes peixes e a rede não se rompeu. Em seguida, comem peixe e pão com Jesus. Por fim, tem-se o diálogo de Jesus com Simão, quando Jesus lhe pergunta três vezes se ele O ama: Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?

No início da cena está a pesca obedecendo às palavras de Jesus: “Lançai as redes à direita da barca e achareis (…)”. Quando se pesca obedecendo ao que Jesus ordena, sempre se terá uma pesca abundante. A barca tem o simbolismo da Igreja que necessita, pelos mares da história, sempre ouvir a Palavra de Jesus, sempre lançar as suas redes obedecendo às palavras do Mestre. Mediante a pesca milagrosa, o discípulo amado diz a Pedro: “É o Senhor”. O discípulo amado é um grande exemplo para nós, no caminho da fé, pois é o homem que, pelos sinais, reconhece a presença do Senhor. Ele entrou na intimidade de Jesus, no mistério de Jesus. Nas palavras de Orígenes: “… é o homem que repousou a cabeça sobre o peito de Jesus”. Por isso, os sinais lhe falam da presença do Senhor.

Jesus prepara a refeição para os discípulos. É o ressuscitado que, no Seu amor, vai congregando os discípulos e os alimenta na sua fome, tal como continua a nos alimentar hoje por meio da Palavra e da Eucaristia. Jesus tinha comido tantas vezes com os discípulos, eles tinham experimentado a sua proximidade, o Seu amor. Jesus tinha celebrado com eles a última ceia. Agora Ele os alimenta de novo. O pão relembra a Eucaristia. O peixe, alimento comum na terra de Jesus, é símbolo Dele mesmo. Pão e peixe serão símbolos de Cristo no cristianismo das origens. O Ressuscitado sempre alimenta os Seus que estão carentes de pão, de amor, de sentido, de eternidade. Ele, de novo, assa o pão e o peixe para nós.

Na parte final do Evangelho, temos o diálogo de Jesus com Pedro, o mesmo que tinha negado Jesus por três vezes na Paixão, no pátio do sumo sacerdote. Agora, ele deve reafirmar a fé em Jesus por três vezes e Jesus o confirma na missão: “apascenta as minhas ovelhas”. O apóstolo deve reafirmar o seu amor pelo mestre. Seu amor é ainda fraco, ele não é capaz de manifestar um amor totalmente gratuito por Jesus.  Quando Jesus pergunta com o verbo agapan, que significa o amor na sua gratuidade, o amor de Deus, Pedro responde com philein, que significa amor de amizade.

A pergunta de Jesus quer suscitar o amor de Pedro e o nosso hoje. São João Crisóstomo afirma: “… É seu próprio amor pela Igreja que ele queria fazer resplandecer seja aos olhos de Pedro, seja aos nossos próprios olhos, a fim de despertar em nossas almas um semelhante ardor.” (Tratado sobre o sacerdócio, II, 1)

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

São José Operário

S. José Operário | arquisp
01 de maio

São José Operário

Basta traçar um paralelo entre a vida cheia de sacrifícios de são José, que trabalhou a vida toda para ver Nosso Senhor Jesus Cristo dar a vida pela humanidade, e a luta dos trabalhadores do mundo todo, pleiteando respeito a seus direitos mínimos, para entender os motivos que levaram o papa Pio XII a instituir a festa de "São José Trabalhador", em 1955, na mesma data em que se comemora o dia do trabalho em quase todo o planeta.

Foi no dia 1o de maio de 1886, em Chicago, maior parque industrial dos Estados Unidos na época, que os operários de uma fábrica se revoltaram com a situação desumana a que eram submetidos e pelo total desrespeito à pessoa que os patrões demonstravam. Eram trezentos e quarenta em greve e a polícia, a serviço dos poderosos, massacrou-os sem piedade. Mais de cinqüenta ficaram gravemente feridos e seis deles foram assassinados num confronto desigual. Em homenagem a eles é que se consagrou este dia.

São José é o modelo ideal do operário. Sustentou sua família durante toda a vida com o trabalho de suas próprias mãos, cumpriu sempre seus deveres para com a comunidade, ensinou ao Filho de Deus a profissão de carpinteiro e, dessa maneira suada e laboriosa, permitiu que as profecias se cumprissem e seu povo fosse salvo, assim como toda a humanidade.

Proclamando são José protetor dos trabalhadores, a Igreja quis demonstrar que está ao lado deles, os mais oprimidos, dando-lhes como patrono o mais exemplar dos seres humanos, aquele que aceitou ser o pai adotivo de Deus feito homem, mesmo sabendo o que poderia acontecer à sua família. José lutou pelos direitos da vida do ser humano e, agora, coloca-se ombro a ombro na luta pelos direitos humanos dos trabalhadores do mundo, por meio dos membros da Igreja que aumentam as fileiras dos que defendem os operários e seu direito a uma vida digna.

Muito acertada mais esta celebração ao homem "justo" do Evangelho, que tradicional e particularmente também é festejado no dia 19 de março, onde sua história pessoal é relatada.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

São Peregrino Laziosi

S. Peregrino Laziosi | arquisp
01 de maio

São Peregrino Laziosi

Peregrino pertencia à família dos nobres Laziosi. Nasceu na cidade de Forli, no norte da Itália, no ano 1265. Cresceu em meio a uma população conhecida pelo espírito reacionário e anárquico. Tornou um jovem idealista, de caráter intempestivo, recebendo o apelido de "furacão".

Certa ocasião, ocorreu um incidente grave num dos tumultos populares freqüentes, porque a população se dividia entre os que apoiavam as ordens do papa e os que preferiam seguir as do imperador germânico. Foi quando a cidade recebeu um interdito do papa Martino IV, como castigo pelas desordens e atitudes rebeldes. Houve séria reação entre as partes. Para acalmar os ânimos, o papa pediu ao superior geral dos servitas, futuro santo Filipe Benicío, que estava no mosteiro da cidade, para agir em seu nome e apaziguar os fiéis.

Era uma tarefa delicada. Filipe, então, usando o púlpito da igreja, fez um discurso fervoroso solicitando a todos que obedecessem ao sumo pontífice. Foi quando um grupo liderado por Peregrino, então com dezoito anos, o ameaçou de agressão. O jovem foi mais longe, chegando a dar-lhe um tapa no rosto. Filipe aceitou a ofensa. Depois, Peregrino, mobilizando a população com gritos, fez com que fosse expulso da cidade.

Filipe saiu humilhado, mas rezando firmemente pela conversão dos agitadores e principalmente pelo jovem agressor. Deus ouviu sua prece. Peregrino, caindo em si, sentiu arrependimento, vergonha e remorso. Ficou tão angustiado que, dias depois, foi procurar Filipe, para, prostrando-se a seus pés, pedir perdão.

Naquele instante, Peregrino estava convertido realmente. Mais tarde, aos trinta anos, ingressou na Ordem dos Servos de Maria, os servitas, como irmão penitente. A tradição diz que foi o próprio Filipe que entregou o hábito a Peregrino. Mas o certo foi que ele enviou o arrependido agressor para fazer o noviciado em Sena. Só depois voltou para Forli, onde, no mosteiro, exerceu o apostolado do bem semeando a paz.

Peregrino distinguiu-se pela obediência ao regulamento, pela penitência e mortificação. Durante trinta anos, cumpriu uma penitência imposta a si mesmo: ficava sempre em pé, nunca se sentava. Quando atingiu os sessenta anos de idade, devido a isso, tinha uma ferida cancerosa na perna direita, causada por varizes.

Era tão grave seu estado de saúde, que o médico receitou a amputação da perna, para salvar sua vida. Porém, na véspera da operação, Peregrino acordou, subitamente, no meio da noite e sentiu que devia ir rezar na capela diante de Jesus Crucificado. Assim fez: com muito esforço para caminhar, ajoelhou-se e rezou com fervor pedindo que Cristo lhe concedesse a graça da cura. Foi envolvido por um êxtase contemplativo tão profundo que viu Jesus descer da cruz e tocar sua ferida. Uma vez refeito da visão, voltou para o leito e adormeceu. Na manhã seguinte, o médico constatou que havia ocorrido um milagre. Peregrino estava sem nenhuma ferida, Jesus o havia curado.

O milagre só fez aumentar a veneração que os habitantes da cidade já lhe dedicavam. Peregrino morreu no primeiro dia de maio de 1345, vítima de uma febre. Durante seus funerais, dois milagres ocorreram e foram atribuídos à sua intercessão. Seu culto se estendeu pelo mundo todo rapidamente, pois os fiéis recorrem a ele como padroeiro dos doentes cancerosos.

Em 1726, foi canonizado pelo papa Bento XIII, sendo o dia de sua morte o indicado para celebrar a sua memória, quando também se comemora são José, Operário. Por isso sua festa pode ocorrer nos primeiros dias do mês de Maria. A relíquia do manto de são Peregrino Laziosi é conservada à veneração dos fiéis brasileiros na igreja de Nossa Senhora das Dores, no bairro do Ipiranga, em São Paulo.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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sábado, 30 de abril de 2022

Papa: no contexto trágico da guerra, acolher é um ato de fé

Papa recebe peregrinos da Eslováquia | Vatican News

Em setembro do ano passado, o Papa foi à Eslováquia. Neste sábado, os eslovacos vieram a Roma para agradecer a visita. Enaltecendo a acolhida recebida, Francisco falou da importância de refugiar quem foge da guerra, pois assim se realiza não só um ato de caridade, mas também de fé, ao reconhecer Jesus no irmão e na irmã.

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

O Papa Francisco acolheu na manhã deste sábado, na Sala Paulo VI, cerca de quatro mil peregrinos da Eslováquia, que vieram ao Vaticano para agradecer ao Pontífice a visita que fez ao país em setembro de 2021.

Integravam o grupo autoridades civis e eclesiásticas, como o presidente do Parlamento eslovaco, Boris Kollár, e o Presidente da Corte Constitucional, Ivan Fiačan. Outra presença marcante foi a do cardeal Jozef Tomko, o membro mais idoso do Colégio Cardinalício com 98 anos, que reside em Roma na qualidade de prefeito emérito da Congregação para a Evangelização dos Povos.

Em seu discurso, o Pontífice saudou a todos, recordando as etapas de sua viagem apostólica. “Foi para mim um grande prazer ver como a Igreja na Eslováquia vive a riqueza da diversidade dos ritos e tradições, como uma ponte que une o Ocidente e o Oriente cristão.”

Como fez em Bratislava e em outras cidades, Francisco encorajou novamente os eslovacos a promoverem a cultura do encontro, que se constrói na busca da harmonia entre as diversidades, segundo o estilo de vida proposto pelo Evangelho. Esta mesma harmonia, constatou o Papa, às vezes é ferida pelos pecados e limites humanos. “Por isso, durante a minha visita, rezamos também pela cura das feridas”, acrescentou, exortando os peregrinos a invocarem sempre o Espírito Santo, criador da harmonia e bálsamo das feridas.

Acolher é um ato de fé

Francisco citou de modo especial o encontro com a comunidade de ciganos, e apreciou a notícia de que o tapete usado naquela ocasião foi reaproveitado e distribuído entre as famílias do bairro, para o acolhimento das visitas.

E ao falar em acolhimento, enalteceu o refúgio oferecido no contexto “trágico da guerra” na Ucrânia a inúmeras mães e crianças obrigadas a fugir.

“Olhando para seus olhos, vocês são testemunhas da violência que a guerra provoca aos laços familiares, privando os filhos da presença do pai, da escola, e abandonando os avós. Eu os exorto a continuarem rezando e trabalhando pela paz, que se constrói na vida de todos os dias, inclusive com gestos de caridade acolhedora.”

Quem acolhe um necessitado, não realiza somente um ato de caridade, mas também de fé, porque reconhece Jesus no irmão e na irmã, afirmou ainda o Papa, recordando que o acolhimento dos eslovacos se manifestou também para com os cubanos.

Francisco concluiu citando os santos Cirílio e Metódio e confiando os peregrinos à materna proteção de Nossa Senhora das Sete Dores, padroeira da Eslováquia: “Que ela os acompanhe no caminho e os ensine a consolar e levar esperança. Aquela esperança que jamais desilude e que tem um nome: Cristo Ressuscitado!” 

Ao final da audiência, antes de conceder a bênção apostólica, o Papa se desculpou por cumprimentá-los sentado, obedecendo a ordens médicas, para não sobrecarregar o seu joelho.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

EM MAIO, A JORNADA DE ORAÇÃO E MISSÃO PELA PAZ DA CNBB É DEDICADA AOS REFUGIADOS DE GUERRA

CNBB

A Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que sofre (ACN) promovem, neste domingo, dia 1º de maio, a Jornada de Oração e Missão pela Paz dedicada aqueles que sofrem com as inúmeras guerras em torno do globo – os refugiados de guerra.

“Que nosso olhar se compadeça de tantos homens e mulheres, de todas as idades, que precisam sair de suas casas para buscar um lugar de paz e segurança. Há muito sofrimento no coração dessas pessoas, na história dessas pessoas e o sofrimento aumenta mais quando em lugares onde esperam ser recebidos e acolhidos há hostilidade”, diz o assessor da Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, padre Daniel Rocchetti.

Ele explica que a Jornada de Oração e Missão pela Paz do mês de maio contempla justamente as duas faces da moeda: “os corações despedaçados de pessoas que deixam suas casas por causa das guerras; e a abertura do coração para acolher essas pessoas, dar-lhes suporte”.

O vídeo produzido para essa edição da Jornada de Oração e Missão relembra que o Papa Francisco tem constantemente refletido sobre essa realidade, uma vez que aumentaram as multidões de pessoas que deixam seus países e suas tradições por conta da guerra em seu território.

“Rezemos, portanto, nesse primeiro dia de maio e durante todo o mês pelos refugiados de guerra e tenhamos a coragem de acolher aqueles que vem pedir exílio em nosso país, o Brasil”.

Confira o vídeo:

 https://youtu.be/RUKQ82l82b8

Jornada de Oração e Missão pela Paz

As jornadas são um convite para contribuir, especialmente, com a oração que é uma das formas mais significativas de colaborar com o trabalho missionário. De acordo com a comissão, a Jornada de Oração e Missão pela Paz faz parte de uma série que coloca o valor da oração como “agir missionário” e propõe que cada cristão católico dedique um tempo do dia para rezar por determinado país ou causa.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Venda do Twitter, liberdade de expressão e responsabilidade

Worawee Meepian | Shutterstock
Por Pe. Patrick Briscoe

A Doutrina Social da Igreja teria algo a dizer sobre a venda do Twitter?

Obilionário Elon Musk negociou um acordo para comprar o Twitter por cerca de US$ 44 bilhões. Esse acordo, que pode ou não ser aprovado, parece ser animado pelo desejo de Musk de promover a liberdade de expressão na plataforma.

Pouco depois de anunciar sua tentativa de comprar a mídia social, Musk disse: “O Twitter se tornou uma espécie de praça da cidade, então é realmente importante que as pessoas tenham a percepção de que podem falar livremente dentro do limites da lei”. 

Musk também falou várias vezes sobre a censura do Twitter. Criticou, inclusive, a suspensão do New York Post da plataforma.

Elon Musk também afirmou que, “para o Twitter merecer a confiança do público, ele deve ser politicamente neutro”.

O bilionário também falou sobre a liberdade de expressão: “Por ‘liberdade de expressão’, quero dizer simplesmente o que está de acordo com a lei”. Ele ainda declarou: “Sou contra a censura que vai muito além da lei”. Então, para Musk, as proibições e suspensões do Twitter vão além da lei do país, mas esse é o único princípio que deve reger a liberdade de expressão?

Doutrina social católica e liberdade de expressão

Compêndio da Doutrina Social da Igreja afirma:

“O valor da liberdade, enquanto expressão da singularidade de cada pessoa humana, é respeitado e honrado na medida em que se consente a cada membro da sociedade realizar a própria vocação pessoal; buscar a verdade e professar as próprias ideias religiosas, culturais e políticas; manifestar as próprias opiniões; decidir o próprio estado de vida e, na medida do possível, o próprio trabalho; assumir iniciativas de caráter econômico, social e político.” 

Aqui a Igreja fala do direito de articular as próprias opiniões. Parece razoável concluir que isso se estenderia às plataformas de mídia social, que, como Musk vê, se tornaram a praça pública.

Qualquer coisa serve?

Para a Igreja, no entanto, isso não significa que vale tudoOs críticos de Musk se preocupam com os limites da liberdade de expressão. No passado, o Twitter permitia postagens incitando diretamente a violência, como aconteceu durante a “Primavera Árabe”. Outros estão preocupados em reviver a experiência de assédio que sofreram anteriormente no site.

A Igreja Católica ensina que existem limites para “o bem comum e a ordem pública”. Mas isso exige dos cidadãos as virtudes gêmeas da prudência e da responsabilidade.

Prudência

Para Tomás de Aquino, o teólogo dominicano medieval, a prudência é a rainha das virtudes morais. Segundo ele, a prudência é regnetiva, ou, como ele diz, “sabedoria sobre os assuntos humanos”. A prudência é a virtude que, como diz Thomas Hibbs, “envolve não simplesmente a subordinação de particulares a universais apropriados, mas a avaliação de circunstâncias concretas e contingentes”. A prudência orienta a aplicação dos princípios morais, animando o prudente a aplicá-los na vida cotidiana.

No Twitter, a prudência deve conter a depreciação e o discurso desnecessariamente depreciativo. Porque a prudência orienta homens e mulheres para o autêntico florescimento humano, ela anima o princípio católico que exige que a liberdade de expressão seja ordenada ao bem comum. A autêntica liberdade humana, em última análise, permite que a pessoa se afaste “de tudo o que possa impedir o crescimento pessoal, familiar ou social” (Compêndio, n. 200).

Responsabilidade

Na perspectiva católica, “a vida humana em sociedade é ordenada, produz frutos de bondade e responde à dignidade humana quando se fundamenta na verdade”. Para que isso aconteça em uma sociedade, homens e mulheres devem aceitar a responsabilidade por suas ações. 

Em uma plataforma digital, é fácil interagir descuidadamente ou anonimamente. Na melhor das hipóteses, isso pode ser divertido. No pior cenário, essas trocas distorcem a realidade e prejudicam o tecido da sociedade, das pessoas que vivem em comunhão umas com as outras. Aspectos particularmente viciosos das personalidades podem ser amplificados, enquanto as virtudes pessoais são silenciadas ou ocultas. A responsabilidade requer autenticidade e vulnerabilidade. Somente com esse núcleo de virtudes podem ocorrer trocas autênticas.

A possível compra do Twitter por Musk levanta muitas questões sobre a natureza da liberdade de expressão. Esperemos que outras vozes católicas aproveitem o momento para refletir mais profundamente sobre o que isso significa na praça pública digital.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF