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segunda-feira, 6 de junho de 2022

São Gerardo Tintori

S. Gerardo Tintori | arquisp
06 de junho

São Gerardo Tintori

Até o ano do seu nascimento, 1135, os hospitais que surgiram na Europa foram fundados, a maioria, por obra de religiosos. Mas o de Monza, sua cidade natal, em 1174, quem o fez nascer foi ele, Gerardo Tintori. Ele investiu toda a fortuna que herdou do seu pai, um nobre muito rico, nos doentes abandonados. Colocou a obra sob o controle da prefeitura e dos religiosos da igreja de São João Batista, e reservou para si o trabalho mais exaustivo: carregar nas costas os doentes recolhidos nas ruas, banhá-los, alimentá-los e servi-los.

Alguns voluntários se juntaram a ele, que os organizou como um grupo de leigos, unidos, entretanto, por uma disciplina de vida celibatária. Gerardo era considerado santo ainda em vida por todos os habitantes da cidade. A tradição diz que ele conseguiu impedir uma enchente do rio Lambro, salvando o hospital da inundação; que também enchia as despensas prodigiosamente com alimentos, e a cantina com vinho.

A ele eram atribuídos outros pequenos prodígios, envoltos de delicadeza e poesia: consta que Gerardo pediu aos sacristãos da igreja que o deixassem fazer penitência rezando toda a noite dentro dela, prometendo para eles cestas de cerejas frescas e maduras. E no dia seguinte, de fato, entregou as cerejas maduras para todos. Todavia era o mês de dezembro, nevava e não era a época das cerejas maduras.

Quando ele morreu, no dia 6 de junho de 1207, começaram as peregrinações à sua sepultura, na igreja de Santo Ambrósio, mais tarde incorporada à paróquia da igreja com seu nome. Correu a voz popular contando outros milagres atribuídos à sua intercessão e seu culto propagou-se entre os fiéis.

O reconhecimento canônico de sua santidade só foi obtido por iniciativa do bispo de Milão, Carlos Borromeu, hoje santo, que encaminhou o pedido a Roma. Em 1583, foi proclamada sua canonização pelo papa Gregório XIII.

São Gerardo Tintori é um dos padroeiros da cidade de Monza, e seus compatriotas dedicaram-lhe, no século XVII, um monumento; e até hoje o chamam de "Pai da Cidade". Na igreja de São João Batista, em que ele fazia orações e penitências, pode ser visto seu retrato pintado, onde está representado vestindo roupas surradas, descalço e com uma cesta de cerejas maduras, como as que distribuiu naquela noite de inverno europeu.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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domingo, 5 de junho de 2022

Dia Mundial do Meio Ambiente

Foto: Getty Images

Ecoado há 50 anos em Estocolmo, ideal ganha nova luz sob cenário de guerra, fome, inflação e crise climática. “Temos responsabilidade de ação”, diz Marcelo Furtado, da Coalizão Brasil.

Por Vanessa Barbosa, do Um Só Planeta

05/06/2022


Nas últimas décadas, o mundo tem experimentado avanços científicos e tecnológicos em velocidade jamais vista na história da civilização. Adquirimos o poder de transformar, de inúmeras maneiras e em uma escala sem precedentes, tudo o que nos cerca.


Se, por um lado, progredimos em muitos aspectos como sociedade, também deixamos um rastro de pegadas de impacto pesadas no caminho. Na esteira da pandemia de Covid-19, enfrentamos guerra, aumento da fome e aprofundamento de crises ambientais, sociais e econômicas, que parecem se retroalimentar. Como orquestrar uma resposta sistêmica a esses desafios e ao maior de todos --- a crise climática -- que ameaça aprofundar as mazelas contemporâneas?


Olhar para trás, aprender com o passado, rever planos e promessas para reorientar a rota e fortalecer o propósito comum é uma saída. Não à toa o Dia Mundial do Meio Ambiente de 2022, celebrado neste domingo (5) traz o tema #UmaSóTerra, o mesmo que ecoou 50 anos atrás durante um marco para o ambientalismo: a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano de 1972, ocorrida em Estocolmo, na Suécia. Neste ano, também celebramos os 30 anos da Rio 92, que contou com presença maciça de chefes de estado e deu origem a importantes documentos que até hoje balizam as discussões de alto nível sobre meio ambiente no mundo.


Sobre tudo isso e mais um pouco, Um Só Planeta conversou com o ambientalista e membro fundador da Coalizão Brasil Clima Floresta e AgriculturaMarcelo Furtado. Além de passar em revista os desdobramentos desses grandes encontros, Marcelo analisa os desafios e oportunidades para efetivamente agirmos como um só Planeta e construirmos uma Terra mais próspera, justa, resiliente e saudável.


“Estocolmo posicionou politicamente a questão ambiental mostrando que desenvolvimento a qualquer custo não era um caminho para a sociedade e que aquela ideia de poluir primeiro para ganhar dinheiro e só depois falar de questões sociais e ambientais era uma visão equivocada”, contou. “Naquele momento, começamos a ver grandes crises de contaminação e poluição, que despertaram na população a consciência de que não dava para viver ignorando a preservação ambiental”.


Duas décadas depois da conferência de Estocolmo, a urgência do desenvolvimento sustentável mobilizou as discussões na ECO-92, no Rio de Janeiro, que reuniu diplomatas e chefes de Estado de 183 países. Nasciam ali acordos globais para enfrentar desafios como a desertificação, perda de biodiversidade e as emissões crescentes de gases de efeito estufa, causadores do aquecimento global.

O documento Agenda 21 foi um dos principais resultados desse encontro, que mostrou a importância de governos, empresas, organizações não-governamentais e todos os setores da sociedade refletirem global e localmente sobre a forma pela qual poderiam cooperar para solucionar os problemas socioambientais, incluindo a erradicação da pobreza e da fome.


Proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica direcionam o programa de ação que, na Assembleia Geral das Nações Unidas em 2015, daria origem à Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, com 17 objetivos globais. Como o termo “agenda” sugere, trata-se de um guia de um novo modelo de desenvolvimento para o século XXI pautado por uma sociedade global mais pacífica, justa, sustentável.


Para Marcelo, existe um grande vácuo entre toda a "arquitetura de compromissos" desenhada e a implementação de ações efetivas que impactem a sociedade positivamente. A atual intensificação das mudanças climáticas, inflação elevada, insegurança energética e alimentar, acentuadas pela guerra da Rússia na Ucrânia, compartilham um chamado comum, diz ele.


“O quanto nós, como sociedade, ao deixarmos de fazer a lição de casa que tinha que ser feita estamos pagando um preço cada vez mais alto. Mas quem paga de verdade o preço mais alto são os mais pobres e mais vulneráveis”, enfatiza. Essa constatação impõe aos países a necessidade de rever políticas agrícolas, econômicas e energéticas a partir da perspectiva da justiça ambiental e climática.

“Por que nossa agricultura ainda não é sustentável como deveria ser? Por que o Brasil, como grande produtor de alimentos, ainda tem altíssimos índices de desmatamento?”, provoca. “Sem natureza não tem economia. O que faz com que consigamos produzir alimentos e produzir energia nesse país é o fato de termos uma floresta amazônica em pé produzindo água”, afirma o ambientalista e cofundador da Coalizão Brasil Clima Floresta e Agricultura.


“Nós temos uma responsabilidade de ação. Faltou vontade política dos governos? Não há dúvida. Mas ao mesmo tempo há uma responsabilidade que as empresas têm que executar, o setor financeiro, o setor energético e alimentar. Os consumidores têm responsabilidade nas suas escolhas e nós, como cidadãos, também temos responsabilidade grande, seja como atores de transformação através de nosso voto, seja como como demandantes [de mudanças] em todos os seus níveis, municipal, estadual, federal e global”, defende.


Marcelo reconhece que o mundo já teve momentos melhores como "sociedade planetária integrada", diferentemente do sentimento de polarização que predomina atualmente, mas diz que foram essas experiências do passado que nos deixam uma mensagem de esperança. "Talvez seja exatamente em momentos de retrocesso que precisamos revisitar marcos importantes para mostrar que a sociedade não aceita retrocessos, que o único caminho que temos é de ir pra frente com urgência, solidariedade e cooperação".


Fonte: https://umsoplaneta.globo.com/

O que é o relativismo?

Relativismo | Mscperu.org

O que é o relativismo?

Em síntese: O relativismo é uma corrente que nega toda verdade absoluta e perene assim como toda ética absoluta, ficando a critério de cada indivíduo definir a sua verdade e o seu bem. Opõe-se-lhe o fundamentalismo, que afirma peremptoriamente a existência de algumas verdades e algumas normas fundamentais. .. O indivíduo se torna o padrão ou a medida de todas as coisas. Tal atitude está baseada em fatores diversos, entre os quais o historicismo: com efeito a história mostra que tudo evolui e se tornam obsoletas coisas que em tempos passados eram plenamente válidas. A Igreja rejeita o relativismo, mas também não aceita o fundamentalismo: ao lado de verdades e normas perenes, existem outras, de caráter contingente e mutável. Ao cristão toca o dever de testemunhar ao mundo de hoje que a profissão d fé e a Moral católicas nada têm de obscurantista e de recusa dos autênticos valores da civilização contemporânea.

No fim do século passado manifestou-se com certa pujança o fenômeno do relativismo. Segundo esta corrente, o intelecto humano não pode alcançar a verdade como tal, mas apenas aspectos enquadrados dentro do subjetivismo de quem os professa. Essa relativização da Verdade e da Ética tem conseqüências de vasto alcance na vida moderna, de modo que lhe dedicaremos as páginas subseqüentes. Trataremos de apresentar as notas típicas do relativismo, suas causas e a atitude que cabe ao cristão assumir diante do problema.

1. Relativismo: em que consiste?

O relativismo é a recusa de qualquer proposição filosófica ou ética de valor universal e absoluto. Tudo o que se diga ou faça é relativo ao lugar, à época e demais circunstâncias nas quais o homem se encontra. No setor da filosofia não se poderia falar da verdade ou erro-falsidade, como na área da Moral não se poderia apregoar o bem a realizar e o mal a evitar. O homem (indivíduo) seria a medida de todas as coisas, como já dizia o filósofo grego Protágoras. Em conseqüência o comportamento do homem ignora a lei natural, que é a lei de Deus incutida a todo ser humano desde que ele dispõe do uso da razão; da mesma forma a sociedade só conhece e respeita as leis que os seus governantes lhe propõem sem questionar a consonância dessas leis (ditas “positivas”) com a lei do Criador: por conseguinte, se as leis dos governantes legalizam o aborto, a clonagem, o anti-semitismo. .., a população lhes obedece, não levando em conta que, antes da palavra do legislador humano, existe a do Legislador Divino, que é a mesma para todos os homens.

Os comentadores dessa situação chegam a falar de uma “ditadura do relativismo”, contra a qual não há como apelar para uma instância ulterior, mas elevada ou mais profunda. A essa ditadura aludia o então Cardeal Joseph Ratzinger aos 18 de abril de 2005 na homilia da Missa preparatória do conclave:

Baseando-se em Ef 4, 14 (“não vos deixeis sacudir por qualquer vento de doutrina”), advertia o pregador: “Quantos ventos de doutrina viemos a conhecer nestes últimos decênios, quantas correntes ideológicas, quantas modalidades de pensar…! O pequeno barco do pensamento de não poucos cristãos foi freqüentemente agitado por essas ondas, lançado de um extremo para o outro: do marxismo ao liberalismo ou mesmo libertinismo, do coletivismo ao individualismo radical, do ateísmo a um vago misticismo religioso, do agnosticismo ao sincretismo. .. Todos os dias nascem novas seitas e se realiza o que diz São Paulo sobre a falsidade dos homens, sobre a astúcia que tende a atrair para o erro (Ef 4, 14). O ter uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, é muitas vezes rotulado como fundamentalismo. Entrementes o relativismo ou o deixar-se levar para cá e para lá por qualquer vento de doutrina aparece como orientação única à altura dos tempos atuais. Constitui-se assim uma ditadura do relativismo, que nada reconhece de definitivo e deixa como último critério o próprio eu e suas veleidades”.

Assim é posta de lado a metafísica, de acordo com a advertência de Ludwig Wittgenstein: “É preciso não falar daquilo que a mente do homem não atinge”.

Examinemos sumariamente algumas modalidades do relativismo:

1.1. Relativismo filosófico

Não se pode pretender chegar a uma verdade objetiva, pois a mente humana não conhece a realidade como ela é, mas como o sujeito a consegue enquadrar dentro dos seus parâmetros de pensamento. A verdade portanto não é aquilo que a filosofia clássica ensina (conformação do intelecto com a realidade em si), mas, ao contrário, é a conformação da realidade com o intelecto. A verdade assim é algo de subjetivo, pessoal, em vez de ser objetiva e universal, para todos os homens. Já que não há um intelecto só para todos os homens, mas cada qual tem seu intelecto, diverso do intelecto do próximo ou mesmo oposto a este, em conseqüência há muitas verdades. Cada um tem a sua própria verdade.

1.2. Relativismo ético

Não existem normas morais válidas para todos os homens; os valores éticos variam de acordo com as fases da história e das culturas; há normas e opiniões subjetivas, que o indivíduo formula para si mesmo, fazendo uso da sua liberdade, que é refreada apenas pelos limites que os direitos alheios lhe opõem.

O relativismo assim descrito conhece um único absoluto, a saber: o ser humano ou, mais precisamente, a liberdade de cada ser humano. Essa liberdade é indiscutível .

Pergunta-se agora:

2. Quais as causas do fenômeno relativista?

Apontaremos cinco causas:

2.1. Filosofia imanentista

Imanência opõe-se a Transcendência. Significa a negação de todo valor que esteja além do alcance da experiência humana. Ora o relativismo contemporâneo é ateu; vê na religião e na Moral católicas um obstáculo  e um adversário, pois Deus parece escravizar o homem e a Moral católica parece destinada a tornar o homem infeliz ou cerceado. Como pode o ser humano levar Deus em conta, já que todo tipo de conhecimento não é senão uma “representação” mental e subjetiva?

2.2. O historicismo

O historicismo ensina que “tudo é histórico” ou provisório e variável; o que ontem era importante, hoje deixa de ser tal. Ora a verdade é conhecida e vivida na história, sujeita a contínuas mudanças; ela é “filha do seu tempo”. Tudo o que é verdadeiro e bom é tal unicamente para o seu tempo, e não de modo universal, para todos os tempos e todos os homens. Nenhuma cultura tem o direito de se julgar melhor do que as outras; todos os modos de pensar e viver têm o mesmo direito.

2.3. O contínuo e insaciável progresso

Apesar de todas as dificuldades e hesitações por que passa a ciência, há quem julgue que ela trará ao homem as almejadas respostas; proporcionará um crescente bem-estar, porque desvinculadas de qualquer ligação religiosa ou moral. Tenha-se em vista a teoria da evolução, que deu início à nova concepção da humanidade,. .. a época das luzes, que sucedeu ao “obscurantismo” medieval… os regimes democráticos, que tomam o lugar do ancien regime ou da monarquia absoluta dos reis…

2.4. O ceticismo

O ceticismo ensina que não há verdades objetivas e normas morais sempre válidas e que, mesmo que as houvesse, o homem não seria capaz de as apreender. Na época moderna, o ceticismo desponta com René Descartes (+ 1650), que propõe a “dúvida metódica” e vai dominando o pensamento posterior sob formas diversas: agnosticismo, empirismo, positivismo de Augusto Comte, fideísmo, “o pensamento fraco” (como dizem).

O relativismo é marcado também pelo ceticismo. A verdade é pragmática, prática: são verdadeiras e válidas as teorias que levam a resultados concretos satisfatórios; se determinada concepção resolve (ao menos aparentemente) um problema concreto, é tida como verídica e ponto de referência para o comportamento humano.

2.5. O utilitarismo

Associado ao ceticismo, o utilitarismo só aceita o que pode ajudar a viver em certo bem-estar aqui e agora. Tal bem-estar é geralmente hedonista, ou seja, avesso ao sacrifício, à renúncia, ao incômodo e tem por programa: “Maximizar o prazer e minimizar a dor”.

Exposto sumariamente o que seja o relativismo, resta perguntar:

3. Como diante dele se situa a Igreja?

Responderemos em duas etapas

3.1. A Igreja não é fundamentalista

O fundamentalismo é uma atitude que teve origem no ambiente protestante dos Estado Unidos na segunda metade do século XIX: apega-se ferrenhamente a certas proposições da Bíblia e não permite que sejam estudadas à luz das pesquisas lingüísticas e arqueológicas modernas, pois a ciência poria em perigo a fé. Portanto professa a criação do mundo em seis dias de 24 horas; Moisés seria o autor do Pentateuco tal como chegou até nós; o livro de Daniel terá sido escrito por inteiro nos tempos de Nabucodonosor (século VI a.C.)… O mundo moderno é dominado por Satanás, que Jesus derrotará definitivamente quando vier (e talvez venha em breve) a julgar os homens.

Fundamentalista é, por exemplo, a atitude do Islã, que propõe:

1) o Corão é livro divinamente inspirado e deve ser entendido ao pé da letra;

2) o Islã deve reger as leis do Estado, pois todos devem conformar-se aos preceitos de Alá.

O fundamentalismo, aliás, também penetrou em outras correntes religiosas, como o Judaísmo e o próprio Cristianismo (em alguns de seus setores).

Há também o fundamentalismo leigo, não religioso, principalmente no campo da política, quando se procura impor à sociedade o fanatismo de um chefe “carismático” e tirânico.

Pois bem; a Igreja não é fundamentalista. Ela aceita e promove os estudos bíblicos voltados para a lingüística, à arqueologia, a paleontologia. .. Professa que a Bíblia é inspirada por Deus, que utilizou formas de pensamento antigo e oriental para se revelar. A Igreja reconhece que, fora dela, existem valores suscitados pelo próprio Deus ou, como diziam os Padres da Igreja, existem “sementes do Verbo” (logoi spermatikói); cf. Declaração Nostra Aetate nº 2 do Concílio do Vaticano II. Professa outrossim a liberdade religiosa ou o direito que todo ser humano tem de estudar livremente a questão religiosa e viver de acordo com suas conclusões sem ser coagido a abraçar algum Credo que violente a sua consciência, nem adotar o ateísmo; ver Declaração Dignitatis Humanae do Concílio:

“2. Este Concílio Vaticano declara que a pessoa humana tem direito à liberdade religiosa. Consiste tal liberdade em que todos os homens devem ser imunes de coação, tanto por parte de pessoas particulares, quanto de grupos sociais e de qualquer poder humano, de tal modo que, em matéria religiosa [in re religiosa], ninguém seja obrigado a agir contra a própria consciência, nem seja impedido de agir de acordo com ela, em particular e em público, nem só ou associado a outros, dentro dos devidos limites.

Declara, além disso, que o direito à liberdade religiosa está realmente fundado na própria dignidade da pessoa humana, tal como é conhecida tanto pela palavra revelada de Deus como pela própria razão. Este direito da pessoa humana à liberdade religiosa deve ser de tal forma reconhecido no ordenamento jurídico da sociedade que se transforme em direito civil”.

Para evitar mal-entendidos, seja dito: o Concílio apregoa a liberdade para pesquisar o problema religioso. Essa pesquisa, porém, é obrigatória, pois se trata de dar sentido à vida; se Deus existe, o rumo é um; se não existe, o rumo é outro. Ninguém está autorizado a fugir dessa pergunta: Deus existe? …Mas pesquise sem sofrer coação.

Há portanto um meio-termo entre o fanatismo cego fundamentalista e o relativismo. Quem não é relativista, não é necessariamente fanático.

3.2. A Igreja professa a Verdade Absoluta

A inteligência humana foi feita para a Verdade e não para a penumbra das semi-verdades ou do erro. O homem aspira naturalmente à Verdade; esta aspiração congênita não pode ser frustrada num mundo em que as demandas têm sua resposta; com efeito

– para o olho, há a luz para a qual ele foi feito.
– para o ouvido, há o som.
– para os pulmões, há o ar.
– para o estômago, há o alimento.

Não haveria então resposta para as aspirações mais elevadas do ser humano à Verdade e ao Bem?

A Igreja sabe que a Palavra de Deus revela com veracidade quem é Deus e qual o seu plano de salvação. Fora das verdades da fé, julga que o homem, pesquisando através de altos e baixos, pode chegar ao conhecimento da Verdade Absoluta.

O fato, porém, de professar a Verdade Absoluta não deve tornar o fiel católico cego e fanático. Sim; muitos seres humanos podem estar professando o erro, julgando que o erro é a verdade; estão de boa fé numa fé (ou religião) errônea. Deus não lhes pedirá contas daquilo que Ele não lhes revelou, mas há de julgá-los de acordo com os ditames da sua consciência que, sincera e candidamente, os impelia ao erro.

É o que ensina o Concílio do Vaticano II em Lumen Gentium nº 16.

“O Salvador quer que todos os homens sejam salvos. Aqueles portanto que sem culpa ignoram o Evangelho de Cristo e sua Igreja, mas de coração sincero buscam a Deus e se esforçam, com o auxílio da graça, por cumprirem com obras a sua vontade conhecida pela voz da consciência, também esses podem alcançar a salvação eterna. A Divina Providência não recusa os meios necessários para a salvação àqueles que, sem culpa, ainda não chegaram ao conhecimento explícito de Deus, mas procuram com a graça divina viver retamente”.

Há um só Deus para todos os homens; Ele distribui suas luzes sobre todo indivíduo como lhe apraz e não pede mais do que a justa resposta da criatura à Palavra que o Senhor lhe comunica.

Ao proclamar a verdade absoluta, a Igreja não ignora a influência, às vezes prejudicial, das culturas na formulação dos juízos religiosos e éticos de cada indivíduo, mas os católicos crêem que esses possíveis obstáculos e desvios podem ser corrigidos pela insistência de quem procura sinceramente.

Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
D. Estevão Bettencourt, Osb.,
Nº 531, Ano 2006, Página 394.

Fonte: https://www.presbiteros.org.br/

Jesus de Nazaré ontem e hoje

As capas de quatro edições do livro de Joseph Ratzinger-Bento XVI,
Jesus de Nazaré | 30Dias
Arquivo - Revista 30Dias - 05/2007

O arcebispo emérito de Milão resenha para 30Dias o livro Gesù di Nazaret, de Joseph Ratzinger-Bento XVI.

 

do cardeal Carlo Maria Martini

O cardeal Carlo Maria Martini | 30Dias

Muitos são os livros sobre Jesus que saíram nestes últimos tempos, em diversas línguas e escritos de diversos pontos de vista. Isso sublinha a extraordinária atualidade da figura de Jesus e a multiplicidade de abordagens possíveis. Mas nunca, até hoje, tinha acontecido de sair um livro sobre Jesus escrito por um papa. O papa João Paulo II nos acostumou a alguns relatos sobre sua vida. Mas é a primeira vez que sai um livro escrito por um papa que enfrenta um tema tão árduo e amplo. É verdade que neste livro são tratados apenas alguns aspectos da vida de Jesus, desde o Batismo até a Transfiguração. O autor espera poder completar sua obra daqui a não muito tempo. Em todo caso, a pergunta é obrigatória: as palavras contidas neste volume são palavras de um papa, com a força magisterial que lhes é devida, ou são reflexões de um estudioso que expressa convicções pessoais, por mais que venham de uma longa familiaridade com seu tema e de seu envolvimento pessoal com a vida da Igreja, e com o seguimento de Cristo?

O próprio Papa pretende desfazer essa possível ambigüidade, afirmando: “Decerto não preciso dizer expressamente que este livro não é de forma alguma um ato do magistério, mas unicamente expressão da minha investigação pessoal do ‘rosto do Senhor’ (cf. Sl 27, 8). Por isso, qualquer um está livre para se contrapor ao que eu digo. Peço apenas às leitoras e aos leitores aquela simpatia antecipada sem a qual não se dá nenhuma compreensão” (p. 20). Sendo assim, nós nos propomos a resenhar o livro com simpatia e liberdade de espírito.

O autor, ao longo de seus períodos de estudo e ensino em diversas universidades alemãs (lembro-me de que eu mesmo assisti a suas aulas na Universidade de Münster, na Vestefália), pôde acompanhar as diversas etapas da pesquisa histórica sobre Jesus. Ele mesmo escreveu sobre isso na década de 1960, e eu me lembro de ter lido aquelas páginas com grande interesse. De lá para cá, as discussões sobre a possibilidade de saber algo historicamente seguro sobre a vida de Jesus continuaram, com a tendência a separar o Cristo histórico do Cristo da fé.

Ao ler as páginas deste livro, encontramos freqüentemente referências a esse pano de fundo, a começar pela distância que o autor toma do grande exegeta católico contemporâneo Rudolf Schnackenburg, já nas páginas da premissa: “É claro que, com esta visão da figura de Jesus, eu vou além do que diz, por exemplo, Schnackenburg, enquanto representante de boa parte da exegese contemporânea”. Essa exegese “nos abriu uma grande quantidade de materiais e conhecimentos por meio dos quais a figura de Jesus pode se tornar presente para nós com uma vivacidade e profundidade que poucas décadas atrás não conseguíamos nem imaginar”. Todavia, o autor pretende aplicar “os novos critérios metodológicos, que nos permitem uma interpretação propriamente teológica da Bíblia, mas requerem a fé, sem com isso querer ou poder de modo algum renunciar à seriedade histórica” (p. 19).

Começa-se, assim, a delinear o método próprio do autor, sobre o qual voltaremos mais adiante. Por agora, ocupemo-nos do livro em si mesmo. Ele tem por título Jesus de Nazaré, e, como eu disse acima, dedica-se aos fatos da vida de Jesus do Batismo até a Transfiguração. A obra tem como título Jesus de Nazaré, mas penso que o verdadeiro título deveria ser, mais precisamente, “Jesus de Nazaré ontem e hoje”. De fato, o autor passa com facilidade da consideração dos fatos que dizem respeito a Jesus à importância de tais fatos para os séculos seguintes e para a nossa Igreja. Por isso, o livro está cheio de alusões às questões contemporâneas.

Por exemplo, ao falar da tentação no deserto, quando Satanás oferece a Jesus a dominação do mundo, o autor afirma que “seu verdadeiro conteúdo se torna visível quando constatamos a maneira como toma uma forma sempre nova ao longo da história. O império cristão bem cedo procurou transformar a fé num fator político de unidade do império. O reino de Cristo devia, portanto, assumir a forma de um reino político, com todo o seu esplendor. A fragilidade da fé, a fragilidade terrena de Jesus Cristo devia ser amparada pelo poder político e militar. Ao longo dos séculos, essa tentação – assegurar a fé mediante o poder – reapresentou-se constantemente, de diferentes formas, e a fé sempre correu o risco de ser sufocada pelo próprio abraço do poder” (pp. 62-63).

Esse tipo de consideração sobre a história posterior a Jesus e sobre a atualidade dá ao livro uma amplitude e um sabor que outros livros sobre Jesus, preocupados apenas com a discussão meticulosa dos acontecimentos de sua vida, não possuem.

O autor mostra que, sem a realidade de Jesus, feita de carne e sangue, o cristianismo se torna simples moralismo e assunto para o intelecto. Por isso, ele também está preocupado em ancorar a fé cristã nas raízes hebraicas, e o faz não apenas referindo-se à profecia de Dt 18, 15, da qual parte a discussão do livro, mas também lembrando muitas outras passagens do Antigo Testamento citadas por Jesus, as quais, além de constituir o quadro dentro do qual devemos entender suas palavras, dão um contexto preciso a sua história.

Mas o que lhe importa sobretudo é o fato de que esse Jesus tem uma visão de Deus como nenhum outro homem tem. Ele cita, por isso, o prólogo do Evangelho de João: “Ninguém jamais viu a Deus: o Filho único, que está voltado para o seio do Pai, este o deu a conhecer” (Jo 1, 18). É esse o ponto a partir do qual é possível compreender a figura de Jesus. Isso leva a uma certa compenetração entre conhecimentos históricos e conhecimentos de fé. Cada um desses caminhos, seja a razão, seja a fé, mantém sua dignidade, liberdade e método próprios, sem misturas nem confusões.

De tudo isso transparece claramente também o método de trabalho. O autor é totalmente contrário ao que recentemente, sobretudo na literatura americana anglo-saxã, foi chamado “o imperialismo do método histórico-crítico” (veja-se, por exemplo, W. Brueggemann, Teologia dell’Antico Testamento, 2002). O autor reconhece que esse método é importante, mas que com ele se corre o risco de desmembrar o texto e tornar incompreensíveis os fatos a que esse texto faz referência. Ele se propõe, portanto, a ler os diferentes textos no quadro da totalidade da Escritura. Assim, fica claro “que no conjunto há uma direção, que o Antigo e o Novo Testamento estão intimamente ligados entre si. Certamente, a hermenêutica cristológica, que em Jesus Cristo vê a chave de tudo e, partindo d’Ele, aprende a entender a Bíblia como unidade, pressupõe uma opção de fé e não pode derivar do simples método histórico. Mas essa opção de fé tem a seu lado a razão – uma razão histórica –, e permite ver a íntima unidade da Escritura e entender, assim, de modo novo, também cada uma das partes do caminho, sem eliminar sua originalidade histórica própria” (p. 15).

O autor refuta, portanto, a contradição entre fé e história, pois está convencido de que o Jesus dos Evangelhos é uma figura historicamente sensata e coerente, e de que a fé da Igreja não pode poupar-se de ter uma certa base histórica. Na prática, tudo isso significa que o autor, como ele mesmo diz, deposita confiança nos Evangelhos, mesmo integrando tudo o que a exegese moderna diz sobre eles. Daí resulta um Jesus real, um Jesus histórico no sentido verdadeiro do termo, cuja figura é muito mais lógica e historicamente compreensível que as reconstruções com as quais fomos confrontados ao longo das últimas décadas (cf. pp. 17-18).

O autor está convencido de que “só se tiver acontecido algo extraordinário, se a figura e as palavras de Jesus tiverem superado radicalmente todas as esperanças e expectativas da época, se explica a sua crucifixão e a sua eficácia” (p. 18). A mesma eficácia que levou seus discípulos a reconhecerem n’Ele, num intervalo de vinte anos, o nome que o profeta Isaías havia reservado apenas a Deus.

Em conseqüência disso, o autor expressa seu convencimento de “que o tema mais profundo do anúncio de Jesus era seu mistério pessoal, o mistério do Filho, no qual Deus está entre nós e se mantém fiel a sua palavra” (p. 224). Isso é verdade, particularmente, para o sermão da montanha, ao qual o autor consagra dois capítulos, como também para a mensagem das parábolas e para as outras grandes palavras de Jesus.

Se esse é o método do autor, o que se deve pensar desta obra do ponto de vista geral? O autor confessa que este livro é o resultado de um longo caminho interior (pp. 7 e 20). Começou a trabalhar nele durante as férias do ano de 2003. O livro, todavia, é o fruto maduro de uma meditação e de um estudo que ocuparam uma vida inteira.

A conclusão dessa meditação e desse estudo é que Jesus não é um mito, mas um homem de carne e sangue, uma presença extremamente real na história. Podemos seguir os caminhos que ele percorreu. Podemos ouvir suas palavras graças às testemunhas. Ele morreu e ressuscitou.

Este livro constitui, portanto, um ardente testemunho de um grande estudioso – que hoje tem também um lugar de primeiro plano na Igreja Católica – sobre Jesus de Nazaré e seu significado para a história da humanidade e a percepção da verdadeira figura de Deus. É sempre reconfortante ler testemunhos como esse. Eu acho o livro muito bonito: ele é também um livro que se lê com certa facilidade (eu aconselharia o leitor a começar pelos capítulos sobre os discursos de Jesus). Não é um livro pesado, ainda que seja um livro que faz pensar.

O livro não se limita apenas ao aspecto intelectual. Mostra-nos o caminho do amor a Deus e ao próximo, como diz muito bem, ao explicar a parábola do bom samaritano: “Agora nós nos damos conta de que todos precisamos do dom do amor salvífico do próprio Deus, para que possamos nos tornar também pessoas que amam. Precisamos sempre de Deus, que se faz nosso próximo, para que nós também, por nossa vez, possamos nos tornar próximos” (p. 238).

Ele enfrenta também o tema do “fracasso do profeta”, de todo verdadeiro profeta: “Sua mensagem se contrapõe demais à opinião comum, aos hábitos correntes. Só mediante o fracasso sua palavra se torna eficaz. Esse fracasso do profeta paira como uma pergunta obscura sobre toda a história de Israel, e de certa forma se repete incessantemente na história da humanidade. Sobretudo, é sempre novamente também o destino de Jesus Cristo: Ele acaba na cruz. Mas da cruz deriva justamente a grande fecundidade” (p. 226).

Todavia, nesta altura convém esperar pelo segundo volume, no qual será tratado amplamente o mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus. A leitura deste livro nos convida, assim, a esperar cheios de desejo o que se seguirá a ele.

Fonte: http://www.30giorni.it/

Ataque a igreja na Nigéria deixa mortos e feridos em Pentecostes

ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 05 jun. 22 / 12:30 pm (ACI).- Homens armados invadiram hoje, 5 de junho, Solenidade de Pentecostes, a Igreja de São Francisco, na cidade de Owo, no estado de Ondo, Nigéria, matando e ferindo fiéis.

O número de mortos ainda não foi divulgado, mas imagens e vídeos postados nas redes sociais mostram o massacre. Vários usuários acusam os Fulani, etnia majoritariamente muçulmana.

O governador de Ondo, Arakunrin Akeredolu, se disse profundamente triste com o ataque. No Twitter, classificou-o como "vil e satânico".

Akeredolu disse que "é um ataque calculado ao povo pacífico do Reino de Owo, que tem desfrutado de relativa paz ao longo dos anos".

Afirmou ainda que estava em contato com dom Jude Ayodeji Arogundade, Bispo de Ondo.

Akeredolu disse que as autoridades civis "vai destinar todos os recursos disponíveis para caçar esses agressores e fazê-los pagar".

"Nunca nos curvaremos às maquinações de elementos implacáveis ​​em nossa determinação de livrar nosso estado dos criminosos", disse ele.

Fonte: https://www.acidigital.com/

SOLENIDADE DE PENTECOSTES

Dom Paulo Cezar | arqbrasilia

SOLENIDADE DE PENTECOSTES

Palavra do Pastor

Dom Paulo Cezar Costa

Arcebispo de Brasília

Recebei o Espírito Santo

     Estamos celebrando a solenidade de Pentecostes, festa da Torah para o mundo judaico e, para nós cristãos, é o dom do Espírito Santo. O ressuscitado vai ao Pai e manda sobre os seus o dom do Espírito santo. O Espírito Santo agiu no ministério de Jesus e na vida da Igreja. O relacionamento de Jesus com o Espírito é sublinhado desde o seu nascimento (Lc 1,35). No batismo de Jesus, no Jordão, o Espírito desce sobre Jesus (Mc 1,9-11; os sinóticos narram o batismo de Jesus, porém João não narra, mas diz que viu o Espírito descer sobre Ele em forma de pomba [Jo 1,32-34]). Lucas, no texto das tentações, diz que Jesus foi conduzido pelo Espírito para o deserto (recebido no Jordão); depois, na sinagoga de Nazaré, Ele lê o profeta Isaías 61 e recorda a descida do Espírito sobre Ele, que O consagrou com a unção (no batismo). Na morte na cruz, Jesus entregou o Espírito (Jo 19,30). Tal entrega há um profundo significado teológico. É o ato pelo qual Jesus consumou o seu sacrifício. A carta aos Hebreus diz “por um Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo a Deus como vítima sem mancha”.

Pentecostes é o ressuscitado que, indo ao Pai, manda sobre os seus o Espírito Santo, unge os discípulos com o Espírito Santo (At 2, 1-11). O espírito transformará a vida dos discípulos e a vida da Igreja.   A vida dos discípulos, “que parecia ter chegado ao fim, é renovada pela juventude do Espírito: aqueles jovens que, dominados pela incerteza se sentiam no fim, foram transformados por uma alegria que os fez renascer. Foi o Espírito Santo que fez isto. O Espírito não é, como poderia parecer, uma coisa abstrata; é a Pessoa mais concreta, mais próxima, aquela que muda a nossa vida” (Papa Francisco, homilia de 9 de junho de 2019).  O Espírito age na vida de cada pessoa. É o Espírito que nos faz crer em Jesus: “Ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, a não ser por obra do Espírito” (1Cor 12, 3). A fé é obra do Espírito. Se somos pessoas de fé, isto é dom do Espírito.

O Espírito age constantemente na vida da Igreja enriquecendo-a com ministérios, carismas e dons. É ele quem vai suscitando a riqueza e beleza do corpo eclesial (1 Cor 12, 3-7. 12-13).

A teologia católica contemporânea sublinha que o Espírito Santo é esta Pessoa-Amor que se comunica, manifesta o ser mais profundo de Deus, que se autocomunica exteriormente (ad extra) como dom. Se, por um lado, este amor é a expressão mais íntima de Deus – da união do Pai e do Filho -, por outro lado, é a expressão da autocomunicação ad extra deste amor superabundante, ao tempo em que é o cumprimento da obra redentora. O Espírito Santo é, também, por uma parte, a união entre o Pai e o Filho, e, por outra parte, o amor de Deus que se comunica. Ele é a Pessoa escondida, muitas vezes desconhecida, que se revela na sua ação.

Sergio Bulgakov (filósofo e teólogo cristão) diz que “o Espírito Santo é a união do Pai e do Filho na terceira pessoa; o Pai é sinal do amor sacrifical paterno, o Filho do amor sacrifical filial e o Espírito Santo é o amor exultante da gratidão”.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Apelo de Francisco: por favor, não levem a humanidade à ruína!

Regina Coeli - Praça São Pedro  (Vatican Media)

Após a oração do Regina Coeli Francisco reafirmou: “sobre a humanidade desceu novamente o pesadelo da guerra, que é a negação do sonho de Deus”.

Silvonei José – Vatican News

Após a oração do Regina Coeli neste domingo na Praça São Pedro, o Papa Francisco recordou que em Pentecostes, o sonho de Deus sobre a humanidade tornou-se realidade; cinquenta dias após a Páscoa, povos que falam línguas diferentes se encontraram e se entenderam.

Mas agora, - disse Francisco - cem dias após o início da agressão armada contra a Ucrânia, sobre a humanidade desceu novamente o pesadelo da guerra, que é a negação do sonho de Deus: povos em confronto, povos que se matam uns aos outros, povos que, em vez de se aproximarem, são expulsos de suas casas.

Papa Francisco | Vatican News

E à medida que a fúria da destruição e da morte se acende e os confrontos se ampliam, alimentando uma escalada que é cada vez mais perigosa para todos, renovo meu apelo aos responsáveis pelas nações: por favor, não levem a humanidade à ruína! Não levem a humanidade à ruína, por favor!

Francisco pediu que se realizem negociações reais, negociações reais para um cessar-fogo e para uma solução sustentável.

Que o grito desesperado do povo que sofre seja ouvido - nós o vemos todos os dias na mídia - que a vida humana seja respeitada e que seja detida a macabra destruição de cidades e vilarejos no leste da Ucrânia. Por favor, continuemos a rezar e a nos comprometermos pela paz, sem nos cansarmos.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF