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quarta-feira, 22 de março de 2023

Qual é a diferença entre um monsenhor, um bispo e um cardeal?

Monsenhor Janus Urbanczyk (à esquerda), Dom David R. Choby 
(centro), Cardeal José de Jesús Pimiento / Crédito: © Vatican 
Media / ACI Prensa. Todos os direitos reservados

REDAÇÃO CENTRAL, 21 Mar. 23 / 05:00 am (ACI).- Embora monsenhores, bispos e cardeais usem uma batina com cores relacionadas ao seu cargo, nem sempre a maioria dos católicos consegue diferenciá-los.

A seguir, confira um guia rápido de ‘BeeCatholic’ para identificar cada cor e o seu simbolismo.

1. Monsenhor

Durante muitos séculos, o papa costumava conceder títulos honoríficos aos sacerdotes dentro da sua casa pontifícia. O título foi usado ao longo dos anos e logo foi dado a sacerdotes fora de Roma com a recomendação de um bispo; entretanto, há alguns anos foi limitado pelo papa Francisco, voltando à prática anterior.

Alguns sacerdotes que têm o título de monsenhor não necessariamente são bispos.

Ao ser membros da casa pontifícia, os monsenhores vestem a cor púrpura (que está mais próximo do magenta), uma batina com botões, uma faixa e geralmente não tem um solidéu ou uma cruz peitoral que os distingue de bispos e cardeais.

A cor púrpura está ligada à tradição no Império Romano para vestir novos dignitários com um manto púrpura. Na heráldica medieval, esta cor simbolizava a justiça, a majestade real e a soberania.

2. Bispo

Na maior parte da história da Igreja, o verde era a cor dos bispos. Esta cor ainda pode ser vista no brasão tradicional que cada bispo escolhe quando é eleito. Entretanto, no século XVI, a cor foi mudada para “vermelho amaranto”, chamada assim fazendo referência à cor da flor do amaranto. Parece a cor fúcsia.

Como tem uma cor semelhante à púrpura, tem um valor simbólico que está relacionado à tarefa do bispo de governar a diocese local.

Além disso, os bispos se identificam ao usar a mesma cor no solidéu e têm uma cruz peitoral.

3. Cardeal

O nome técnico da cor utilizada pelos cardeais é “escarlate”. Esta cor os diferencia como membros do colégio cardinalício e como “príncipes” da Igreja.

Quando o papa coloca o barrete (um chapéu com 3 ou 4 pontas que faz parte da vestimenta litúrgica) na cabeça do cardeal, ele diz: “(Isto é) Escarlate, como sinal da dignidade do cardinalato, o que significa a sua disposição para agir com coragem, e mesmo para derramar o seu sangue, em prol do aumento da fé cristã, da paz e tranquilidade do povo de Deus, e da liberdade e exaltação da Santa Igreja Romana”.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Papa: a Igreja vira peça de museu se não evangelizar a si mesma

Papa Francisco: É preciso evangelizar a si mesmo (Vatican News)

Você acredita verdadeiramente naquilo que anuncia? Vive aquilo em que acredita? Prega verdadeiramente aquilo que vive? Estas são três perguntas, feitas por São Paulo VI, que o Papa repropôs aos fiéis ao dar prosseguimento ao ciclo de catequeses sobre a evangelização.

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

Uma obra-prima, a “magna carta” da evangelização no mundo contemporâneo: assim o Papa definiu a a Exortação apostólica Evangelii Nuntiandi, de São Paulo VI, tema de sua catequese na Audiência Geral deste 22 de março.

Na Praça São Pedro, diante de milhares de fiéis, Francisco deu continuidade ao ciclo sobre o zelo apostólico, recordando que evangelizar não é uma mera transmissão doutrinal ou moral, mas o testemunho de um encontro pessoal com Jesus Cristo.

"Não se pode evangelizar sem testemunho", recordou o Pontífice. A coerência é fundamental. A credibilidade não vem ao se proclamar uma doutrina ou uma ideologia.

“Uma pessoa é crível se há harmonia entre aquilo que crê e aquilo que vive: como crer e como viver. Muitos cristãos só dizem crer, mas vivem de outra coisa, como se não fossem. E isto é hipocrisia. O contrário do testemunho é a hipocrisia.”

O Papa então repropôs três perguntas contidas no documento de Paulo VI: você acredita verdadeiramente naquilo que anuncia? Vive aquilo em que acredita? Prega verdadeiramente aquilo que vive?

Para o Papa, não podemos contentar-nos com respostas fáceis, predefinidas. Somos chamados a aceitar até o risco desestabilizador da busca, confiando plenamente na ação do Espírito Santo que age em cada um de nós.

Uma peça de museu

A evangelização, prosseguiu, pressupõe um caminho de santidade. Aliás, a santidade é fulcral: sem a santidade, a evangelização corre o risco de ser vã e infecunda. "Palavras, palavras, palavras", acrescentou o Francisco. 

Da santidade, nasce o zelo pela evangelização, que, por sua vez, faz crescer cada um dos fiéis em santidade na medida em que, antes de levar o Evangelho aos outros, ele próprio se reconhece como seu destinatário. 

Em outras palavras, devemos estar conscientes de que os destinatários da evangelização não são somente os outros, aqueles que professam outras crenças ou que não as professam, mas também nós mesmos, Povo de Deus.

“E devemos nos converter todos os dias, acolher a Palavra de Deus e mudar de vida: todos os dias. E assim se faz a evangelização do coração. (...) Para dar este testemunho, também a Igreja enquanto tal deve começar com a evangelização de si mesma. Se a Igreja não evangeliza a si mesma permanece uma peça de museu.”

Sem o Espírito Santo, a Igreja faz só propaganda

Uma Igreja que se evangeliza para evangelizar é uma Igreja que, guiada pelo Espírito Santo, é chamada a percorrer um caminho exigente, de contínua conversão e renovação. Isto implica também a capacidade de mudar os modos de compreender e viver a sua presença evangelizadora na história, evitando refugiar-se nos âmbitos protegidos da lógica do “sempre se fez assim”, uma mentalidade que o Papa definiu como "refúgios que adoecem a Igreja". "A Igreja deve ir adiante, deve crescer continuamente, assim permanecerá jovem."

Francisco então concluiu:

"A Igreja deve ser uma Igreja que dialoga com o mundo contemporâneo, que encontra todos os dias o Senhor e dialoga com o Senhor, e deixa entrar o Espírito Santo que é o protagonista da evangelização. Sem o Espírito Santo, nós podemos somente fazer propaganda da Igreja, não evangelizar. É o Espírito em nós que nos impulsiona para a evangelização e esta é a verdadeira liberdade dos filhos de Deus."

terça-feira, 21 de março de 2023

Sessenta anos atrás o primeiro ato do Concílio, porta da Igreja aberta para o mundo

Abertura do Concílio Vaticano II (Vatican News)

Desejado vivamente por São João XXIII e concluído por São Paulo VI, o Concílio Vaticano II iniciou seus trabalhos em 11 de outubro de 1962, evento cuja força propulsora não se esgotou, como tem sido constantemente reafirmado pelo magistério de todos os pontificados posteriores. A direção da caminhada nas palavras do Papa Rocalli: descer "ao tempo presente" com o "remédio da misericórdia mais do que o da severidade".

Amedeo Lomonaco – Vatican News

Já se passaram 60 anos da abertura do Concílio Vaticano II, um evento que mudou o rosto da Igreja. Um Concílio ecumênico, ou seja, universal, é a convocação feita pelo Papa para reunir o colégio dos bispos para enfrentar juntos, à luz do Evangelho, as novas questões colocadas pela história.

O anúncio

O Papa João XXIII foi quem anunciou o 21° Concílio da Igreja de Roma, em 25 de janeiro de 1959, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros: "Veneráveis Irmãos e Amados Nossos Filhos! Nos pronunciamos diante de vós, certamente tremendo um pouco pela emoção, mas ao mesmo tempo com humilde resolução de propósito, o nome e a proposta da dupla celebração: de um Sínodo Diocesano para a Urbe, e de um Concílio Ecumênico para a Igreja universal". Três anos mais tarde, em 2 de fevereiro de 1962, na Festa da Apresentação de Jesus no Templo, o Papa João anunciou a data de início desta grandiosa assembleia: "Esta data é 11 de outubro do ano de 1962; e é uma lembrança do Concílio de Éfeso, e precisamente a partida da igreja de São Pedro in Vincoli do padre Filipe - huius tituli presbyter - para Éfeso como representante do Papa Celestino”. A Igreja abre as fontes de sua doutrina para promover a concórdia, a paz e a unidade invocadas por Cristo.

Abertura do Concílio Vaticano II:

https://youtu.be/ltE9y3U3GvQ

A abertura

Portanto o Concílio Vaticano II foi inaugurado em 11 de outubro de 1962. Naquele dia, mais de 3 mil participantes, entre os quais cardeais, arcebispos, bispos, superiores de famílias religiosas desfilaram na Praça São Pedro. Eles vieram de todo o mundo e representavam todos os povos da Terra. A Basílica do Vaticano transformou-se em uma Sala Conciliar. Neste grande espaço com momentos de grande intensidade, ressoaram as palavras do Papa João XXIII para a solene abertura: “As situações e problemas gravíssimos que a humanidade enfrenta não mudam; de fato – afirmou o Papa pronunciado seu discurso em latim – “Cristo continua sempre a brilhar no centro da história e da vida”. “Todas as vezes que são celebrados, os Concílios Ecumênicos proclamam esta solene correspondência com Cristo e com a sua Igreja e levam à irradiação universal da verdade, à reta direção”. “Agora, porém – sublinha o Papa João XXIII - a Esposa de Cristo prefere usar mais o remédio da misericórdia do que o da severidade. Julga satisfazer melhor às necessidades de hoje mostrando a mais a validez da sua doutrina do que renovando condenações”. A Igreja é a Mãe amorosa de todos. O Concílio, através de apropriadas atualizações, dá um salto adiante no compromisso apostólico para apresentar a mensagem do Evangelho a todos os homens.

https://www.youtube.com/watch?v=g_0cOvPT4ZQ

(Cearemoniale Romanum)

O discurso da Lua

Outro momento gravado na história daquele dia da inauguração do Concílio Vaticano II foi a saudação, naquela mesma noite, que João XXIII dirigiu aos fiéis lotados na Praça São Pedro. Palavras ditas, espontâneas, que ficaram na história como "o discurso da Lua". A multidão em meio às luzes de mais de 100 mil tochas foi uma cena que comoveu o Pontífice, que decidiu olhar para fora da janela. Disse aos seus colaboradores mais próximos que só iria dar uma bênção. Mas depois, naquele momento tão excepcional para a vida da Igreja, pronunciou um discurso improvisado que tocou o coração de todos. "Queridos filhos, ouço suas vozes. A minha é apenas uma voz, mas condensa a voz do mundo inteiro; todo o mundo está aqui representado. Parece que até a lua antecipou-se esta noite – observai-a para o alto! - para contemplar este espetáculo". “Esta manhã", explicou o Papa João, "foi um espetáculo que nem a Basílica de São Pedro, que tem quatro séculos de história, alguma vez pôde contemplar". Em seguida, ressoam outras palavras que ficarão marcadas para sempre. "Quando regressarem à casa, vocês encontrarão seus filhos; façam uma carícia nas suas crianças e digam: ‘esta é a carícia do Papa’. Encontrarão algumas lágrimas por enxugar. Façam alguma coisa, digam uma boa palavra. ‘O Papa está conosco, especialmente nas horas tristes e de amargura’".

Papa João XXIII durante o discurso de abertura (Vatican News)

Os documentos do Concílio

Os trabalhos do Concílio Ecumênico Vaticano II foram articulados em quatro sessões. Deste capítulo fundamental da história da Igreja resultaram quatro Constituições, nove Decretos e três Declarações. A Constituição Dogmática sobre a Igreja é o documento mais solene de todo o Concílio. Abre-se com as palavras "Lumen gentium" (luz dos povos): "Mas porque a Igreja, em Cristo, é como que o sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano, pretende ela, na sequência dos anteriores Concílios, pôr de manifesto com maior insistência, aos fiéis e a todo o mundo, a sua natureza e missão universal. A Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina, que inicia com as palavras 'Dei Verbum', toca nos próprios fundamentos da fé da Igreja: a palavra de Deus, a sua revelação e a sua transmissão. A Constituição 'Sacrosantum Concilium' delineia os princípios gerais para a reforma e promoção da liturgia. A Constituição sobre a Igreja no mundo contemporâneo consiste de uma primeira parte sobre a vocação do homem, e uma segunda parte sobre alguns problemas mais urgentes.

Abertura do Concílio Vaticano II (Vatican News)

Os Papas e o Concílio

"Um evento de graça para a Igreja e para o mundo".  Escreveu o Papa Francisco no prefácio do livro intitulado "João XXIII. Vaticano II um Concílio para o Mundo". "Do Concílio Ecumênico Vaticano II recebemos muito. Aprofundamos, por exemplo, a importância do povo de Deus, categoria central nos textos conciliares, recordada até 184 vezes, o que nos ajuda a compreender o fato de que a Igreja não é uma elite de sacerdotes e consagrados e que cada batizado é um sujeito ativo para a evangelização". Para Bento XVI, o Concílio Vaticano II foi um "novo Pentecostes". Esperávamos que tudo se renovasse", disse aos sacerdotes de Roma em 14 de fevereiro de 2013, "que viria verdadeiramente um novo Pentecostes, uma nova era na Igreja (...) sentia-se que a Igreja não estava indo adiante, que se reduzia, que parecia uma realidade do passado e não a portadora do futuro". E naquele momento, esperávamos que esta relação fosse renovada, que mudasse; que a Igreja fosse novamente uma força para amanhã e uma força para hoje". São João Paulo II em sua carta apostólica Novo Millennio Ineunte chama o Concílio de "a grande graça da qual a Igreja se beneficiou no século XX: nele nos é oferecida uma bússola segura para nos orientarmos no caminho do século que agora começa".

No encerramento do Concílio, em 8 de dezembro de 1965, em sua "saudação universal", São Paulo VI enfatizou que "para a Igreja Católica ninguém é estranho": "Eis que esta é a nossa saudação": Que ela acenda em nossos corações esta nova centelha da divina caridade; uma centelha que pode incendiar os princípios, doutrinas e proposições que o Concílio preparou e que, assim inflamada de caridade, possam realmente operar na Igreja e no mundo aquela renovação dos pensamentos, de atividade, dos costumes, da força moral e da alegria e esperança, que foi o próprio propósito do Concílio".

UNICEF e Água: 190 milhões de crianças em risco

Vista aérea da Escola Primária Mbunya em Lengabo, província 
de Ituri, República Democrática do Congo 

"A perda da vida de uma criança é devastadora para as famílias. Mas a dor aumenta quando a morte é evitável e causada pela falta de necessidades básicas que muitos consideram garantidas, como água potável, banheiros e sabão", disse Wijesekera.

De acordo com uma nova análise do UNICEF, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, de 20 de março de 2023, 190 milhões de crianças em 10 países africanos correm maior risco de uma convergência de três ameaças relacionadas à água: água e saneamento inadequados, doenças relacionadas e riscos climáticos.

Criança toma banho no sudoeste de Camarões (Vatican News)

Segundo a análise do UNICEF, a tripla ameaça é mais grave no Benin, Burkina Faso, Camarões, Chade, Costa do Marfim, Guiné, Mali, Níger, Nigéria e Somália, tornando a África Ocidental e Central uma das regiões com maior insegurança hídrica e climática do mundo. Muitos dos países mais afetados, especialmente no Sahel, também enfrentam instabilidade e conflitos armados, que agravam ainda mais o acesso das crianças à água potável e ao saneamento.

"A África está enfrentando uma catástrofe hídrica. À medida que os choques climáticos e relacionados à água se intensificam globalmente, em nenhum outro lugar do mundo os riscos aumentam tão rapidamente para as crianças", disse o Diretor de Programas do UNICEF, Sanjay Wijesekera. “Tempestades devastadoras, inundações e secas históricas já estão destruindo estruturas e casas, contaminando os recursos hídricos, criando crises de fome e espalhando doenças. Mas por mais difíceis que sejam as condições atuais, sem ação urgente o futuro pode ser muito mais sombrio”.

Criança toma banho no sudoeste de Camarões (Vatican News)

A análise global - que examinou o acesso domiciliar à água e saneamento, o vínculos das mortes à água e ao saneamento entre crianças menores de cinco anos, e a exposição a riscos climáticos e ambientais - revela onde as crianças estão mais ameaçadas e onde o investimento em soluções para evitar mortes ​​é urgentemente necessário.

Nos 10 países mais afetados, quase um terço das crianças carece de acesso a pelo menos serviços básicos de água em casa e dois terços carecem de saneamento básico, como banheiros. Um quarto das crianças não tem escolha a não ser praticar a defecação ao ar livre. A higiene das mãos também é limitada: três quartos das crianças não podem lavar as mãos devido à falta de água e sabão em casa.

Como resultado, esses países também são aqueles com a maior carga de mortes infantis por doenças causadas por água e saneamento inadequados, como doenças diarreicas. Por exemplo, 6 em cada 10 países enfrentaram surtos de cólera no ano passado. Globalmente, mais de 1.000 crianças menores de cinco anos morrem todos os dias de doenças relacionadas à água e ao saneamento, e cerca de 2 em cada 5 vivem nesses 10 países de maior risco.

Uma estação de lavagem de mãos em frente à escola Hanti Goussou,  em Niamey, no 
Níger, usada no primeiro dia de aula após meses de fechamento da escola (Vatican News)

Esses países também estão entre os 25% dos 163 países do mundo com maior risco de exposição a ameaças climáticas e ambientais. Temperaturas mais altas – que aceleram a reprodução de patógenos – estão subindo 1,5 vezes mais rápido do que a média global em partes da África Ocidental e Central. Os níveis das águas subterrâneas também estão caindo, forçando algumas comunidades a cavar poços com o dobro da profundidade de apenas uma década atrás. Ao mesmo tempo, as chuvas tornaram-se mais erráticas e intensas, levando a inundações que contaminam os já escassos recursos hídricos.

Todos os 10 países identificados são classificados pela Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE) como frágeis ou extremamente frágeis, e as tensões do conflito armado em alguns países ameaçam desfazer o progresso em direção à segurança da água e do saneamento. Em Burkina Faso, por exemplo, os ataques a instalações de abastecimento de água se multiplicaram como tática para desalojar as comunidades. Em 2022, 58 pontos de abastecimento de água foram atacados, contra 21 em 2021 e 3 em 2020. Com isso, mais de 830 mil pessoas – mais da metade delas crianças – perderam o acesso à água potável no último ano.

A nova análise está sendo apresentada antes da Conferência da Água da ONU de 2023, a ser realizada em Nova York de 22 a 24 de março. Líderes mundiais, organizações de partes interessadas e outros participantes se reunirão pela primeira vez em 46 anos para revisar o progresso feito na garantia de acesso à água e saneamento para todos. Na conferência, o UNICEF pede:

Clarisse, 10, aluna de uma escola primária apoiada pelo UNICEF em Beni, mostra a seus
colegas como lavar as mãos corretamente (Vatican News)

- Um rápido aumento no investimento no setor, inclusive por meio do financiamento climático global.

- Fortalecer a resiliência climática do setor de água e saneamento e das comunidades.

- Priorizar as comunidades mais vulneráveis ​​nos programas e políticas de água e saneamento.

- Aumentar sistemas, coordenação e capacidades eficazes e verificáveis ​​para fornecer serviços de água e saneamento.

- Implementar o SDG6 Global Accelerator Framework da UN-Water e investir nos principais aceleradores.

Gentileza, silêncio, humildade: 3 pilares na espiritualidade das Mães do Deserto

Marvent / Shutterstock
Por Marzena Devoud

Ao contrário dos Padres do Deserto, suas contrapartes femininas são injustamente esquecidas. No entanto, sua sabedoria continua sendo um imenso tesouro a ser explorado. Descubra os três pilares de sua espiritualidade.

Livres, fascinados por Cristo, aspirando a um estilo de vida evangélico e conscientes de sua própria pequenez… Alguns deles tornaram-se famosos por sua grande sabedoria e santidade, tornando-se guias espirituais para alguns e professoras para outros. Embora tenha havido um renascimento de interesse pelas vidas e ensinamentos dos Padres do Deserto nas últimas décadas, suas contrapartes femininas permanecem nas sombras.

Entretanto, nas gravuras antigas que sobreviveram aos séculos, onde encontramos os ensinamentos de Antão, o Grande; Pacômio, o Grande ou Paulo de Tebas, os nomes de várias mulheres aparecem regularmente. Quem são elas?

Claramente, aqueles homens que, a partir do século III a.C., abandonaram a vida secular para embarcar na vida monástica nos desertos do Egito, Síria e Palestina, não estavam sozinhos. Como os eremitas masculinos designados pelo termo hebraico abba (pai), as mulheres chamadas amma (mãe), perseguiam uma vida monástica igualmente radical. Entre elas estavam três grandes figuras que, cativadas por Cristo, o seguiram, oferecendo-lhe suas vidas: Syncletica, Sarah e Theodora.

Segundo as Mães do Deserto, toda a vida delas é uma constante espera por Cristo e uma constante conversação com Ele

São mulheres que não têm medo de nada e que vivem uma relação mística “pessoa a pessoa” com Cristo. Segundo as Mães do Deserto, toda a vida é uma preparação para um encontro digno com Cristo. Para Amma Theodora é uma constante espera por Cristo e uma constante conversação com Ele. A contemplação da cruz de Cristo e seus sofrimentos se torna uma fonte de força.

A vida como uma vela no mar

Interiormente, em sua mente e em seu coração, o ser humano deve empreender e travar uma batalha espiritual. Se o lugar externo da luta é o deserto, a luta mais importante ocorre no coração. Esta convicção das Mães do Deserto é expressa por Amma Theodora, quando ela compara a vida à navegação no mar:

“Não pare no meio dos ataques do inimigo, ou sua paciência será arruinada. Além disso, para aqueles que vão para o mar, primeiro aproveitam um vento favorável e espalham suas velas, e depois são novamente confrontados com um vento contrário. Mas os marinheiros não abandonam o navio por causa de um vento acidental.Quando são atacados por uma tempestade, eles esperam um pouco e depois começam a navegar novamente. Da mesma forma, quando um vento de proa nos atinge, devemos desamarrar a cruz como uma vela e terminar a viagem sem medo. Aceitar as dificuldades e o sofrimento acaba se tornando a única maneira de encontrar Deus”.

(Gerontikon)

Segundo ela, a luta espiritual, na qual pode haver tanto fracassos quanto vitórias, não pode ser evitada. É a própria essência do ser humano. A maior tentação na vida espiritual seria, segundo as Mães do Deserto, fugir da tentação, evitar a dor. A guerra espiritual, embora ocorra com uma intensidade que varia nos diferentes momentos da vida, está ligada a uma vigilância que consiste em estar constantemente alerta, vigiando os pensamentos para lutar contra o diabo, que está sempre atento para arrastá-lo para o pecado.

“As pessoas que se consagraram a Deus nunca podem descansar sobre seus louros porque o inimigo, rangendo os dentes, está apenas esperando a oportunidade de atacá-las, ou seja, o momento em que tiram uma pequena soneca”, explica Amma Theodora (Meterikon 110).

Três pilares espirituais

Quais são então as três palavras-chave da espiritualidade das Mães do Deserto? Uma análise de textos antigos nos permite identificar os elementos-chave de sua espiritualidade: gentileza, silêncio e humildade. São a condição para a sobrevivência espiritual. Embora os caminhos para seu aprendizado possam ser muito diferentes, um mandamento de Deus conduz, segundo eles, à perfeição:

“O mandamento de Deus é: primeiro, gentileza; segundo, silêncio; terceiro, oração; quarto, leitura; quinto, lágrimas sinceras; sexto, lembrança de Deus e da morte; sétimo, humildade salutar” (Meterikon, 44).

Nesta cronologia de trabalho sobre si mesmo, gentileza e silêncio ocupam o primeiro lugar, pois são “a iluminação da alma”, “o companheiro que conduz à paz da alma”, “o resto dos pensamentos”, “o companheiro dos anjos”, “a alegria da alma e a alegria do coração”, “a sabedoria”. Finalmente, é onde “Cristo está”.

Quanto à humildade, “é impossível construir um navio sem um prego, então é impossível salvar-se sem humildade”, elas recomendam. Ou ainda: “Assim como não é possível ser uma planta e uma semente ao mesmo tempo, também é impossível, quando estamos rodeados pela glória do mundo, dar frutos celestiais”.

Esta prática ascética fundamental, com seus três pilares espirituais, é na verdade o único caminho que leva à interioridade. A única maneira de explorar as profundezas do próprio coração, e depois ir ao coração da própria vida. É simplesmente o único caminho que salva a alma porque leva à abertura a Deus e à contemplação de sua Palavra.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Um filme para se apaixonar pela Amazônia

Um filme sobre a Amazônia (Vatican News)

A experiência 3D, assinada pelo cineasta Estevão Ciavatta, leva o usuário, graças à sábia orientação de um cacique indígena, a uma viagem extraordinária na maior floresta pluvial do mundo ameaçada pelo homem e pelas mudanças climáticas. O objetivo: divulgar a beleza, aproximar as pessoas, incentivá-las a cuidar desse pedaço da Criação.

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

Um instrumento virtual para alertar sobre o real. E a realidade de que se fala é urgente: a preservação da floresta amazônica.

Esta é a finalidade do filme em 3D “Amazônia Viva”, uma experiência imersiva pela região do Rio Tapajós, no Estado do Pará, que utiliza filmagens em 360º para desvendar um dos lugares mais importantes do planeta e, assim, aproximar a Amazônia cada vez mais das pessoas.

O filme ainda leva o espectador a navegar pelos rios e torrentes da Amazônia
(Vatican News)

Um guia especial

Com nove minutos de duração, a “viagem” é conduzida pela cacica Raquel Tupinambá, da comunidade de Surucuá. A liderança indígena guia virtualmente o espectador por um dos biomas mais relevantes, fascinantes e, infelizmente, ameaçados pela ação do homem. Primeiramente, sobrevoa-se a imensidão verde da floresta para, depois, adentrar por igarapés, admirando árvores centenárias, encontrando pássaros, mergulhando com as crianças pelo rio, fazendo inclusive um passeio de canoa. Impossível ficar alheio a tamanha beleza, riqueza e exuberância.

Objetivo do filme

“Então esta é a missão, o objetivo do filme: trazer a floresta para perto das pessoas e levar as pessoas para dentro da floresta, ainda que seja em termos virtuais”, explica Carlos Vicente, facilitador nacional da Iniciativa Inter-religiosa Pelas Florestas Tropicais (IRI Brasil), idealizador do projeto. O filme, de fato, será é uma das principais ferramentas que a IRI utilizará em seus programas de sensibilização, formação e engajamento de lideranças e comunidades religiosas sobre a preservação da Amazônia e a defesa dos povos indígenas.

A Amazônia tem um papel fundamental

E sua divulgação começou precisamente na COP27, no Egito. E para Carlos, esta Conferência foi muito importante para o Brasil, já que todas as nações do mundo estão preocupadas com o aumento das emissões, que estão produzindo o aquecimento do planeta. Há o risco de que o aquecimento ultrapasse o que foi estabelecido no Acordo de Paris, que é 1 grau e meio. Neste contexto, a floresta Amazônia tem um papel fundamental, porque – explica Carlos – “se nós continuarmos destruindo, queimando, emitindo CO2, grande parte dos esforços do mundo inteiro pode ser perdido”.

“Porque não adianta reduzir as emissões num lugar e, por exemplo, a floresta tropical continuar queimando e emitindo. Mas por outro lado, ela é extremamente importante pela enorme reserva que ela tem de água, de biodiversidade e de diversidade cultural que precisa ser preservada para o bem do Brasil e para o bem da humanidade.”

Uma terra para proteger e amar (Vatican News)

O eco da Laudato si'

Do Egito, o filme chegou ao Vaticano e, quem sabe, ao Papa Francisco.

“O Papa Francisco e a Laudato Si’ e a Igreja Católica têm a liderança neste tema do cuidado da Casa Comum, como o Papa Francisco chama, o cuidado com a natureza, o respeito pelas populações indígenas, as comunidades locais. E a Iniciativa Inter-religiosa ela se inspira basicamente nesta missão, esta missão que o Papa traz de que nós devemos cuidar da Criação, cuidar da natureza, e assim estamos cuidando de todos, não só da geração atual, mas também das gerações futuras.”

“E nada melhor do que fazer isso pelo caminho da arte, da cultura, da espiritualidade e também da educação. Tudo isso vem dessa inspiração incrível, que está na Bíblia e que foi tão bem traduzida pelo Papa Francisco na sua encíclica Laudato Si.”

Com efeito, o Pontífice cita a floresta tropical em sua encíclica Laudato Si’, definindo-a um dos “pulmões do planeta repletos de biodiversidade”.

Hora de agir

“A importância destes lugares para o conjunto do planeta e para o futuro da humanidade não se pode ignorar. Os ecossistemas das florestas tropicais possuem uma biodiversidade de enorme complexidade, quase impossível de conhecer completamente, mas quando estas florestas são queimadas ou derrubadas para desenvolver cultivos, em poucos anos perdem-se inúmeras espécies, ou tais áreas transformam-se em áridos desertos.”

Em outro documento, na Exortação Apostólica “Querida Amazónia”, Francisco declama sua poesia para a região em forma de quatro sonhos. Ali, escreve, “a água é a rainha; rios e córregos lembram veias, e toda a forma de vida brota dela”. É precisamente esta a experiência vivida no filme “Amazônia viva”.

Restaurar a aliança entre o homem e o ambiente é um dos objetivos do filme
(Vatican News)

*Com roteiro e direção do premiado cineasta Estevão Ciavatta, da Pindorama

Filmes, e financiamento do Instituto Clima e Sociedade (iCS), “Amazônia Viva” será disponibilizada gratuitamente para todos os interessados em promover a conscientização da proteção da floresta Amazônica dentro e fora do Brasil.

São Nicolau de Flue: pai, soldado, eremita

São Nicolau de Flue | Guadium Press
21 de março
No dia de hoje, 21 de março, a Liturgia Católica celebra a memória de São Nicolau de Flue, eremita, asceta e místico suíço.

São Nicolau de Flue: pai, soldado, eremita

Redação (21/03/2022 11:44, Gaudium Press) Mais uma vez a guerra assola a humanidade: é o conflito no Leste Europeu que faz as cabeças do mundo inteiro se voltarem para lá, preocupadas. E a grande pergunta é: como fazer para instaurar a paz? A vida de São Nicolau de Flue, santo comemorado hoje, traz algumas respostas.

São Nicolau de Flue | Guadium Press

Vida flexível e voltada para a santidade

São Nicolau é suíço, mais conhecido por lá como o “irmão Klaus’, porque este era seu nome de família. Sempre quis ser monge ou religioso, com uma vida desenvolvida unicamente para o Senhor; porém, Este tinha outros planos.

Como era de uma família pobre, Nicolau decidiu, logo em sua primeira adolescência, não abandonar o pai nos cuidados com o campo, o sustento de sua família. Ao alcançar a maioridade, pensando em satisfazer sua vontade de ser monge, percebe a necessidade de sua família mais uma vez e, para concretizar os anseios dela, casa-se.

Sua esposa é uma mulher virtuosa, e, com santidade, cria seus dez filhos com Nicolau. Muitos deles procuram a vida virtuosa instigada pelos pais, e alguns entram na vida religiosa, como que cumprindo o desejo do pai.

Porém, quando vê que já não é mais necessário em sua casa, com os filhos já bem encaminhados, pede permissão para a esposa para se retirar da sociedade e vai viver como eremita, na beira de um riacho. É quando o Klaus se torna Nicolau, assumindo o nome deste santo do século IV. Ali, na vida eremítica voltada ao Senhor que tanto sonhara, São Nicolau não tem sossego: são muitos que lhe pedem orações, conselhos e posicionamentos. São Nicolau não se despedia de ninguém com o coração vazio.

São Nicolau de Flue | Guadium Press

São Nicolau de Flue: um santo para todas as funções

Mesmo assumindo a vida eremítica, São Nicolau saía muitas vezes para resolver problemas em seu país. Era um excelente diplomata, em algumas ocasiões persuadiu os governantes a não ir pelo caminho da guerra. Mas quando foi necessário, saiu ele mesmo em campanha, como soldado, para defender sua pátria. Até hoje, muitos invocam São Nicolau como Patrono da Suíça.

Ele também foi conselheiro de príncipes e potentados temporais, que sempre se inclinavam ao conhecimento e experiência do homem de Deus. Foi professor de catecismo, com pregações individuais; confortou corações abatidos pela dor da morte, foi amigo, pai, irmão.

Não houve pedaço de terra para o qual São Nicolau de Flue não tenha sido chamado. Porém, como santo autêntico, não abandonava suas orações ou vida interior: sempre que podia, voltava ao seu recolhimento eremítico na beira do riacho. Sua festa foi fixada para o dia 21 de março, data em que entregou sua alma nas mãos do Senhor. Deixando toda a pátria chorosa por sua partida, São Nicolau entrou no Céu dos varões santos, tendo sido pai, monge, eremita, professor e homem público.

São Nicolau de Flue | Guadium Press

Paz: a tranquilidade da ordem

De onde veio a capacidade de São Nicolau de Flue de apaziguar guerras, ou de concluí-las, se fosse preciso? E por que os homens de hoje já não possuem esta mesma dádiva?

Porque, antes de tudo, só alcançam a paz aqueles que estão em paz consigo mesmo. E o santo é o único que consegue atingir este estado: nele, tudo está bem direcionado, tudo está ordenado. Santo Agostinho diz que “a paz é a tranquilidade da ordem”.

Não pode haver paz no mundo se não há paz no coração humano. Infelizmente, esse é o porquê de haver guerras e desavenças: a complexidade do sistema, as dificuldades entre as nações se originam desta falta de ordem. Rezemos hoje a São Nicolau para que nos alcance o que Cristo veio trazer à Terra: “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz”: possuir uma alma ordenada, não escravizada pelo pecado. Assim, e só assim, viveremos em paz uns com os outros. (EPC)

Quaresma: a experiência transformadora do perdão

Quaresma: a experiência transformadora do perdão (Vatican News)

Aquele que realmente ama a Deus, ama também o seu próximo e a exemplo do próprio Deus perdoa sem medidas.

Dom Matias Moraes, OSB

O tempo da quaresma nos é propício para exercitarmos muitas práticas cristãs que nos aproximam cada vez mais do amor e misericórdia de Deus. Um dos convites que Nosso Senhor nos faz é que experimentemos o perdão. Numa sociedade marcada pelo ódio e violência, perdoar e ser perdoado parecem ser atitudes distantes de serem alcançadas. O Papa Francisco nos lembra que:  “Parece que a riqueza própria do diabo é esta: semear o amor não perdoando, viver apegado ao não-perdão. Mas o perdão é a condição para entrar no céu.” (Homilia na Casa Santa Marta, 17 de março de 2020)

Somos tentados a praticar o não-perdão todos os dias, quando caímos no egoísmo de pensarmos somente em nós mesmos, nas nossas próprias vontades e desejos, vivendo como se fôssemos o Senhor de nossas próprias vidas, e deixamos de lado o próprio amor Encarnado: Jesus Cristo.  Quando fazemos um verdadeiro encontro com Jesus, torna-se impossível não viver a dimensão do perdão. Nesse sentido a figura de São João Gualberto nos ilumina com seu testemunho e exemplo. Seu irmão fora assassinado, e como costume da época era sua missão vingar essa morte. Tomado pelo impulso de vingança João Gualberto ao encontrar-se com o assassino de seu irmão e já preparado para honrar a morte de um homem a quem ele tanto amara, se depara com um pedido de perdão daquele homem. Era uma Sexta-Feira Santa, dia em que Nosso Senhor e Salvador num supremo ato de amor doou sua vida por cada um de nós e nos abriu as portas do paraíso, derramando seu sangue na cruz, lavou e perdoou os pecados do mundo inteiro. O assassino disse a João Gualberto: Pelo mistério da Cruz que hoje celebramos eu rogo seu perdão! O jovem João não hesitou e o perdoou. Logo em seguida, abraçou a vida monástica e nunca mais abandonou a Jesus Cristo, a quem serviu fielmente por toda sua vida.

A experiência do perdão transforma as nossas vidas, mas o Papa recorda que: “não é fácil perdoar. Porque o nosso coração egoísta está sempre apegado ao ódio, às vinganças, aos rancores. Todos vemos famílias destruídas por ódios familiares que passam de geração em geração. Irmãos que, diante do caixão de um dos pais, não se saúdam porque levam adiante rancores antigos. Parece que o apegar-se ao ódio é mais forte do que o apegar-se ao amor; e este é propriamente o tesouro – digamos assim – do diabo. Ele esconde-se sempre entre os nossos rancores, entre os nossos ódios e fá-los crescer, mantendo-os ali para destruir. Destrói tudo. E muitas vezes destrói por coisas insignificantes.”

Não nos permitamos ser vencidos pelo ódio pois, como cristãos a nossa missão é iluminar o mundo com nosso testemunho de fé e amor a Deus e aos irmãos. Amemo-nos irmãs e irmãos, façamos a experiência do perdão e seremos autênticos discípulos de Jesus de Nazaré. Que São João Gualberto nos ajude a não hesitarmos, e ainda mais, a nos adiantarmos na prática da misericórdia!

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF