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sábado, 29 de julho de 2023

Santa Marta, modelo de despretensão

Santa Marta (Guadium Press)

A irmã de Santa Maria Madalena e de São Lázaro deixou para toda a História um ensinamento de humildade. Ela nos pede que tenhamos os olhos voltados para a glória do Céu e não para os prestígios deste mundo.

Redação (29/07/2023 09:00, Gaudium Press) “Quem não vive para servir, não serve para viver”. Sem dúvida, trata-se de um antigo trocadilho para admoestar e, oportunamente, para desferir uma educada alfinetada na consciência de um irremediável indolente. De outro lado, pelo jogo natural das circunstâncias, é comum que pensemos nessa frase – tão cheia de sabedoria – diante de alguém muito dedicado e serviçal; nesse momento, não é verdade que esse ditado deixa de ter uma nota de repreensão e logo se transforma em um grande elogio?

Pois bem, de modo especial e elogioso podemos recordar no dia de hoje este sábio trocadilho, já que celebramos a feliz memória de Santa Marta, a irmã de Santa Maria Madalena e de São Lázaro.

Marta, Marta…

Casa de Marta (Guadium Press)

Uma atitude de Jesus em relação a Santa Marta nos chama a atenção: “Estando Jesus em viagem, entrou numa aldeia, onde uma mulher, chamada Marta, o recebeu em sua casa. Tinha ela uma irmã por nome Maria, que se assentou aos pés do Senhor para ouvi-lo falar. Marta, estando preocupada com serviço da casa, veio a Jesus e disse: Senhor, não te importas que minha irmã me deixe só a servir? Dize-lhe que me ajude. Respondeu-lhe o Senhor: Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a melhor parte, que lhe não será tirada” (Lc 10, 38-42).

À primeira vista, parece que Nosso Senhor recrimina a atitude de Marta. Ora, Marta estava preocupada em servir, por que Jesus havia de repreendê-la? De fato, Maria havia escolhido a melhor parte; ela estava junto a Ele contemplando seus gestos, admirando-o por suas palavras e não se preocupava com mais nada a não ser com aquilo que realmente importa nesta vida: amar a Deus. Mas por que Marta, por estar preocupada em servi-lo, devia ser repreendida?

É inegável que a contemplação é superior à ação. Assim, por que haveriam de ser maus a ação e o desejo de servir quando são propulsionados pelo amor e pela contemplação? Por que, então, Jesus repreende daquela forma a atitude de Santa Marta?

Para quem Jesus falava?

São Lucas deixa claro no seu Evangelho que Maria se assentou aos pés de Jesus para ouvi-lo falar. Ora, se Nosso Senhor falava, certamente, havia mais pessoas na casa além de Marta e Maria; caso contrário não falaria, mas sim, conversaria.

Com efeito, em sua sabedoria divina, Jesus não poderia deixar passar nenhuma ocasião na qual pudesse ensinar, repreender e guiar rumo à perfeição todos aqueles que conviviam com Ele. Ademais, pelo discernimento dos espíritos e por sua divindade, Jesus fazia com que cada palavra, gesto e olhar viessem como que na medida certa para cada um dos presentes.

Diante desse quadro, podemos admitir que houvesse ali junto a Ele, ouvindo-o, algumas pessoas que não estavam prontas para ouvir certas repreensões, e para as quais Nosso Senhor tinha que usar uma didática muito peculiar.

Uma alma marcada pela despretensão

Vendo na alma de Marta um reflexo de sua própria despretensão, Deus pôde nela encontrar um meio para fazer bem a terceiros. Nosso Senhor bem sabia com que disposições Marta o servia, com que extremos de amor e com que desejos de perfeição. Sobretudo, Nosso Senhor via quão bem ela aceitaria qualquer correção de sua parte, ainda que fosse aparentemente injusta.

Assim, aproveitando-se da circunstância em que ela se aproximou para solicitar a ajuda de sua irmã Maria, Jesus lançou sobre Marta uma repreensão que muito provavelmente cabia a algum – ou alguns – daqueles que estavam presentes. Marta, com toda a humildade, aceita aquela correção e a aplica para si, procurando tirar todo o proveito para atingir um grau de perfeição ainda maior.

Por que a melhor parte?

Em seguida, Nosso Senhor faz questão de dizer que Maria ficara com a melhor parte e que esta não lhe seria tirada. O que o Divino Mestre quis dizer com isto? Aquilo que Santa Marta estava fazendo era errado? Não.

Somente Nosso Senhor conhecia as intenções dos que o ouviam e, portanto, conhecia também que Marta o servia com toda a retidão de alma e boa intenção. Os outros presentes não sabiam disso e imediatamente aplicavam a si a repreensão feita àquela inocente e despretensiosa servidora.

Quando Jesus diz que Maria ficou com a melhor parte, entendemos, quase imediatamente, que Maria escolheu um modo de viver mais elevado, mais de acordo com a vontade de Deus e, enfim, mais santo que o de sua irmã Marta. E que, portanto, Deus ama mais a Maria, e Maria é mais santa (se assim se pudesse dizer) do que Marta.

Isso não deve ser considerado assim. A santidade é algo que não se compara; são aspectos diferentes do mesmo Deus que refulgem de modo também diferente em almas distintas.

Deus queria deixar marcada para a História a virtude conquistada por Santa Maria Madalena, mesmo depois de ter abandonado tudo numa vida desenfreada. Quis mostrar como é possível restaurar tudo o que se perdeu, e como o amor pode tudo. Quis mostrar como a misericórdia de Deus é infinita e capaz de todos os perdões.

A vocação de Marta: um caminho privilegiado

Marta (Guadium Press)

Para Marta foi diferente. Deus reservou o caminho da inocência e da fidelidade por toda a vida. Um caminho privilegiado de uma grande minoria da humanidade; destinado a almas especialmente eleitas e que agradam sobremaneira a Deus. Além desta predileção, Marta também era uma alegria para Nosso Senhor quando, internamente, no mais íntimo de sua alma, fazia refulgir a despretensão.

Maria enxugou os pés de Jesus com os próprios cabelos, uma clara manifestação de amor e serviço; Marta aceitou com mansidão e humildade, no segredo de seu coração, o heroico chamado da despretensão.

Mais uma vez devemos remarcar que não se deve comparar a santidade entre duas almas. Porém, um detalhe do Evangelho nos mostra quanto agrado traz a Deus esta postura de alma tomada por Santa Marta durante sua vida. Escreve São João: Ora, Jesus amava Marta, Maria, sua irmã, e Lázaro (Jo 11, 5).

À primeira vista não significa nada; mas não podia ser que o Deus feito Homem confundisse a ordem dos nomes ou ferisse o princípio de hierarquia ao formular uma frase por mais simples que fosse. Notemos, portanto, como diz o Evangelho: Jesus amava Marta – em primeiro lugar – Maria e Lázaro.

Santa Marta, modelo de equilíbrio e despretensão

Com certeza, além de muitas graças, Santa Marta tem a nos dar hoje alguma lição. Se é verdade que sua irmã Maria Madalena nos traz um modelo de conversão, de penitência, de entrega à vontade de Deus e de restauração, Santa Marta acrescenta ao quadro das virtudes a integridade, a despretensão, a fidelidade à inocência, a humildade diante da repreensão e do serviço a Deus. Ora, este serviço que Santa Marta quer nos ensinar não é, como muitos poderiam pensar, um incontrolável desejo de fazer e de obrar. Aliás, é também pôr em obras a nossa fé, mas com equilíbrio, com serenidade e com o espírito voltado à contemplação das coisas celestes; é fazer e obrar com despretensão, sem nenhum apego, com humildade, sabendo que tudo o que se faz com a intenção de agradar a Deus será transformado em glória no Céu, não em prestígio nesta Terra.

Por Afonso Costa

Fonte: https://gaudiumpress.org/

sexta-feira, 28 de julho de 2023

Padre Lício: O suicídio de padres no Brasil

Pe. Lício de Araújo Vale (Vatican News)

O suicídio é um fenômeno complexo e multifatorial. No caso dos padres, vários estudos apontam que os principais fatores de risco são o estresse, a solidão e a cobrança excessiva.

Padre Lício de Araújo Vale – Diocese de São Miguel Paulista 

Mesmo a fé sendo uma aliada essencial para dar sentido à vida, e os padres, importantes alicerces para a vivência da fé, algo tem acontecido que extrapola a força da crença e da vocação. Tenho feito o registro do suicídio notificado de padres no Brasil. A minha pesquisa começa com a morte do Pe. Bonifácio Buzzi, aos 57 anos, em Três Corações-MG, em 07 de agosto de 2016 e termina com a morte do Pe. Mário Castro, aos 55 anos, na Diocese de Roraima, em 19/06/2023. De agosto de 2016 a junho de 2023, 40 padres se mataram no Brasil.

O suicídio é um fenômeno complexo e multifatorial. No caso dos padres, vários estudos apontam que os principais fatores de risco são o estresse, a solidão e a cobrança excessiva. O Papa Francisco acrescenta a questão do clericalismo: “O clericalismo é uma peste na Igreja", afirmou ele em entrevista no voo de volta de Fátima, em 14/05/2017.

Nos dias de hoje, tanto a Igreja quanto os próprios sacerdotes enfrentam o desafio de atuar numa sociedade cada vez mais individualista, secularizada e espetacularizada, que apresenta grandes exigências causadas pelas mudanças sociais e pela pluralidade de valores. A evolução experimentada pela sociedade pós-moderna deixou sua marca na vida da Igreja, provocando uma mudança na imagem que as pessoas têm dela e, por conseguinte, de seus sacerdotes.

Diversas contingências incidem na realidade do sacerdote hoje. Neste artigo, convido vocês para de refletirem apenas sobre uma delas: o dilema entre a imagem teológica e a sociológica do presbítero.

Em muitos casos, a imagem teológica do sacerdote se contrapõe à imagem sociológica que lhe é atribuída na sociedade dita pós-moderna. A imagem teológica é aquela que o sacerdote projeta quando celebra os sacramentos, os sacramentais e quando se relaciona com seus colaboradores mais próximos. Por outro lado, a imagem sociológica é aquela que o presbítero recebe da sociedade, muitas vezes diferente daquela que ele tem de si próprio, o que pode causar estresse, solidão e abatimento. A contradição entre essas duas imagens pode levar o sacerdote a subvalorizar a imagem teológica, ou então enclausurar-se nela. Dessa forma, pode mover-se numa ambivalência que lhe facilite passar de uma imagem a outra. Mais ainda, a supervalorização da imagem teológica pode levá-lo a subestimar a imagem sociológica e cultivar o desejo de ocupar um posto na sociedade, ao passo que a infravalorização dessa imagem teológica pode levar a questioná-la e vê-la como um produto de uma teologia exagerada.

Portanto, o desafio dos sacerdotes neste aspecto resume-se a não fugir da realidade, refugiando-se na imagem teológica do presbítero, mas tampouco ignorar a imagem sociológica que se tem deles na sociedade atual. Mais ainda, devem viver coerentemente a dimensão teológica do sacerdócio, tão questionada a partir da realidade social em todos os seus aspectos. É o caso de um sacerdote recém-ordenado que fica deslumbrado com sua imagem teológica, motivo pelo qual nela se refugia e se identifica somente como sacerdote, porém começa a se distanciar de sua humanidade, de seu "ser pessoa" com qualidades e defeitos. Gostaria de lembrar aqui que no caso da vocação sacerdotal o Senhor chama "pessoas". Para "ser padre", é preciso "ser" primeiro.

Assim, evadir-se de sua verdadeira realidade pode resultar em uma personalidade fragmentada, inclusive com o aparecimento de transtornos psíquicos. O século XXI vem se caracterizando pela marcação de um ritmo diferente, no qual reinam o individualismo, a urbanização, a inteligência artificial, o metaverso, ou seja, uma outra realidade. Ser sacerdote no século XXI implica uma descoberta nova para a Igreja, porque os paradigmas anteriores e a experiência dos sacerdotes predecessores não respondem a todas as interrogações que os ministros ordenados atualmente enfrentam. Adaptar-se ao tempo presente mediante serviço fiel e efetivo ao chamado do Evangelho requer olhos e ouvidos atentos aos sinais dos tempos, habilidade para atender aos corações sedentos nesta mudança de época e cuidar de si.

Por fim, é relevante reconhecer a importância e urgência de uma melhor formação inicial nos seminários e noviciados (trabalhando mais efetivamente a dimensão humano-afetiva), a criação de estratégias pastorais mais apropriadas não só para a formação permanente, mas também para o cuidado dos próprios sacerdotes, como também enfrentar o medo e o preconceito em relação à saúde mental dos presbíteros.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

E quando perdoar alguém parece impossível?

Shutterstock | Yuri A

Por Cerith Gardiner

A Oração do Senhor é um lembrete de que o perdão é um processo que começa com um primeiro passo.

Para ser sincera, o meu tipo de oração favorito é aquele que eu mesma faço, que reflete o que está acontecendo na minha vida e no mundo ao meu redor num determinado momento. E independentemente do que ou de como eu rezo, gosto de terminar com um pai-nosso.

Ultimamente, porém, tenho achado muito mais difícil fazer essa oração, porque estou lutando para acreditar no que estou dizendo e me sinto falsa. Sinto que estou decepcionando a Deus.

A vida foi um pouco difícil no ano passado – para dizer o mínimo. Existe alguém na minha vida que causou tanto mal a mim e aos meus filhos que estou achando impossível perdoar. “Eu não vou te perdoar nem sequer em um milhão de anos” é a frase que me vem à mente toda vez que penso na dor que sofremos.

Mas eu sei que devo perdoar aqueles que me ofendem. E me pergunto sobre perdoar aqueles que ofenderam os meus filhos – será que Deus não está esperando demais de uma mãe? Mas no fundo eu sei a resposta.

Não se sinta uma pessoa falsa

Não tenho conseguido tirar da minha mente e das minhas orações a sensação de estar sendo falsa. E isso fez a minha situação atual parecer ainda pior. Felizmente, fui abençoado com colegas que são tão conhecedores e compreensivos em questões da vida espiritual que posso recorrer a eles para pedir conselhos com o clique de um botão.

E recebi um ótimo conselho recentemente: “A última coisa de que você precisa é achar que não está fazendo todo o necessário espiritualmente. Não se sinta falsa. Deus está satisfeito com você. Repita isso para si mesma, ok?”.

Essas palavras gentis me deram o impulso espiritual de que eu precisava, ao mesmo tempo em que me permitiram perceber que todo o processo de perdão é realmente isso – um processo. Um processo que pode ser longo, especialmente em circunstâncias complicadas. E como outro colega me lembrou: “Muitas vezes, o primeiro passo para perdoar é orar pela graça de querer perdoar a pessoa“.

A maravilha do perdão

Eu quero perdoar o indivíduo que nos causou muita dor? Não, ainda não.

Mas essa é a maravilha do perdão. Pode ser um caminho muito difícil, no qual somos chamados a pedir ajuda ao Senhor, embora pareça ir contra todos os instintos do nosso corpo.

Esta é a beleza da Oração do Senhor e o porquê de eu continuar a rezá-la. É um lembrete de que um dia perdoarei. Terei o desejo de perdoar, se continuar orando, e Deus será fiel e ficará feliz com os meus esforços.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Celibato eclesiástico: História e fundamentos teológicos (10/15)

Celibato eclesiástico (Presbíteros)

Celibato eclesiástico: História e fundamentos teológicos.

CARD. Alfons M. Stickler

        5. A Legislação do II Concílio Trullano.

Qual foi, então, a legislação da própria Igreja Oriental frente às essas disposições imperiais? Como já foi referido, no Oriente, há uma atividade que é desenvolvida em conjunto com a igreja ocidental com a Igreja sobre questões de fé, mas nunca chegou a uma legislação comum em matéria disciplinar.  

Uma vez que o Concílio Trullano I, do ano 680/81, não tinha emitido disposições disciplinares, o imperador Justiniano II, convocou um segundo Concílio “em Trullo”, no Outono de 690. Nele se tentou reunir todas a legislação disciplinar da Igreja bizantina, e decidir as necessárias atualizações e complementos, incluindo a legalização de situações carentes, de fato, do necessário suporte normativo. Isso foi feito através da promulgação de 102 cânones, que foram acrescentados mais tarde ao antigo Syntagma adauctum, transformando-se dessa forma no último Código da Igreja bizantina. 

Toda a disciplina atualizada no que respeita ao celibato foi fixado de forma vinculativa e com sanções adjuntas em sete cânones (3, 6, 12, 13, 26, 30, 48). Este Concilio II “em Trullo”, também chamado Quinisexto, foi um Concílio da Igreja bizantina, convocado e frequentado somente por seus bispos e mantido pela sua autoridade, que se apoiava de modo decisivo na autoridade de imperador. A Igreja Ocidental não enviou delegados (embora Apocrisário, o legado de Roma em Constantinopla, assistiu a esse Concílio) e nunca reconheceu este Concílio como ecumênico, apesar das repetidas tentativas e pressões, especialmente por parte do imperador. O Papa Sérgio (687 701), que procedia da Síria, negou o reconhecimento. João VIII (872-882) só reconheceu as disposições que não eram contrários à prática de Roma, em vigor até aquele momento. Qualquer outra referência por parte dos Romanos Pontífices aos cânones “trullanos” não deve ser considerada como outra coisa além de uma consideração, com um reconhecimento mais ou menos explícito, do direito particular da Igreja oriental. 

Então, de que fontes derivam as decisões “trullanas” sobre disciplina celibatária bizantina, vinculantes até hoje? Para responder adequadamente a esta pergunta é necessário considerar antes tais disposições. 

Cân. 3: decide que todos os que depois do batismo tenham contraído um segundo matrimônio ou tenha vivido em concubinato, bem como aqueles que se tinham casado com uma viúva, uma divorciada, uma prostituta, uma escrava ou uma atriz não poderiam tornar-se nem bispos, nem sacerdotes, nem diáconos. 

Cân. 6: declara que aos sacerdotes e diáconos não estão autorizados a se casar após a Ordenação. 

Cân. 12: ordena que os bispos não podem, após a Ordenação, coabitar com sua esposa e, por conseguinte, não podem mais usar do matrimônio; 

Cân. 13: estabelece que, ao contrário da prática romana que proíbe o uso do matrimônio, os sacerdotes, diáconos e subdiáconos da Igreja oriental, em virtude de antigas prescrições apostólicas, podem conviver com suas esposas e usar dos direitos do casamento para a perfeição e ordem correta, exceto nos tempos em que prestam o serviço no altar e celebram os sagrados mistérios, devendo ser continentes durante este tempo. Esta doutrina havia sido afirmada pelos Padres reunidos em Cartago: “os sacerdotes, diáconos e subdiáconos devem ser continentes durante o tempo do seu serviço ao altar, tendo em vista o que foi transmitido pelos Apóstolos e observado desde os tempos antigos também nós o custodiemos, dedicando um tempo para cada coisa, especialmente à oração e ao jejum: assim, pois, os que servem no altar devem ser em tudo continentes durante o tempo do seu serviço sagrado, para que possam obter o pedem a Deus com toda simplicidade.” Portanto, quem ouse privar, mais além do que estabelece os cânones apostólicos, aos ministros in sacris, quer dizer, aos sacerdotes, diáconos e subdiáconos da união e comunhão com as legítimas esposas, deve ser deposto, bem como aquele que, sob o pretexto de piedade, expulsa à sua esposa e insiste na separação. 

Cân. 26: decreta que um sacerdote que por ignorância houvesse contraído casamento ilícito tem de se conformar com a sua situação anterior, mas abstendo-se de todo ministério sacerdotal. Esse matrimônio deve ser dissolvido e toda comunhão com a esposa está proibida. 

Cân. 30: permite que os que, com consentimento mútuo, querem viver continentes não devem habitar juntos; isto é válido também para os sacerdotes que residem em países bárbaros (isso é entendido como os que vivem no território da Igreja ocidental). Esse compromisso assumido é, no entanto, uma dispensa dada a esses sacerdotes por sua pusilanimidade e pelos costumes das pessoas ao redor. 

Cân.: 48: manda que a mulher do bispo, que após consentimento mútuo, se separou, deve ingressar num mosteiro depois da Ordenação do marido e deve ser mantida por ele. Pode também ser promovida a diaconisa. 

Destas disposições conciliares resulta o seguinte: o Oriente conhece bem a disciplina celibatária do Ocidente. Apela, como no Ocidente, como apoio à prática diferente, a uma tradição que remontaria até os Apóstolos. De fato, a Igreja bizantina concorda na legislação trullana com a Igreja latina nos seguintes pontos, que como no Ocidente, se fundamenta nos textos sagrados do Novo Testamento: o casamento antes da sagrada Ordenação deve ter ser apenas um, e não com uma viúva ou com outras mulheres que a lei exclui. Não é legítimo um primeiro ou sucessivo casamento após a Ordenação. Os bispos não podem mais ter convivência matrimonial com a esposa, mas devem viver em plena continência, e por isso as mulheres não podem viver com eles, mas devem ser mantidas pela Igreja. Oriente exige ainda o ingresso das esposas num mosteiro ou a ordenação dessas como diaconisas. 

A diferença substancial da prática da Igreja Oriental se refere só aos graus do Ordem sagrado inferiores ao episcopado. Para estes, a abstenção do uso do matrimônio se exige somente durante o tempo do serviço efetivo no altar, que então estava limitado ao domingo ou a outro dia da semana. 

Encontramos aqui, portanto um volta à prática vigente no Antigo Testamento, que a Igreja havia rejeitado sempre explicitamente com razões claras. Pelo contrário, a convivência e o uso do matrimônio durante o tempo livre do serviço direto não somente é defendido aqui com grande resolução, mas que qualquer atitude contrária é castigada com gravíssimas sanções. A compreensível exceção para os sacerdotes que residem na Igreja latina é declarada como uma dispensa que se concede só por causa da evidente debilidade humana de tais sacerdotes e pelas dificuldades que provêm do ambiente, entre as quais está certamente o fato da geral prática de continência do clero ocidental. 

Alfons M. Stickler
Cardeal Diácono de São Giorgio in Velabro
CIDADE DO VATICANO 

Tradução para o português:

Pe. Anderson Alves.
Contato: 
amralves_filo@yahoo.com.br

Fonte: https://presbiteros.org.br/

Os Papas da Igreja nos 2000 anos

Os papas da Igreja (Cléofas)

Os Papas da Igreja nos 2000 anos

 POR PROF. FELIPE AQUINO

O Sagrado Magistério da Igreja é dirigido pelo Papa, sucessor de Pedro, Cabeça visível do Corpo de Cristo.

A história dos papas é, de certo modo, a história da própria Igreja. Apresentamos em seguida a relação dos Papas, desde Pedro até Francisco, conforme publicação oficial do Vaticano (atualizada). Apresentamos também a relação dos 37 antipapas; foram eleitos sem legitimidade. Esta longa cadeia de 267 Papas da Igreja católica é uma prova inequívoca da Instituição divina do papado, por Cristo, a fim de manter a unidade da Igreja e da sua doutrina. Somente a graça de Deus poderia manter esta sucessão ininterrupta de papas, apesar de toda a miséria humana, da qual eles não foram isentos. Nenhuma instituição humana teve tão longa vida e estabilidade.

1. 42-67 – S.PEDRO, de Betsaida (Galileia), morou na cidade de Antioquia e depois foi a Roma (42), onde morreu mártir no ano 67.
2. 67-76 – S. LINO, de Volterra, Toscana
3. 77-88 – S. CLETO ou ANACLETO, romano
4. 89-98 – S. CLEMENTE I, romano
5. 98-105 – S. EVARISTO, grego
6. 105-115 – S. ALEXANDRE I, romano
7. 115-125 – S. SISTO I, romano
8. 125-136 – S. TELÉSFORO, grego
9. 137-140 – S. HIGINO, grego
10. 140-155 – S. PIO I, de Aquiléia, Itália
11. 155-166 – S. ANICETO, Sírio
12. 166-175 – S. SOTERO, de Fondi
13. 175-189 – S. ELEUTÉRIO, de Nicópolis, Grécia
14. 189-199 – S. VÍTOR I, africano
15. 199-217 – S. ZEFERINO, romano
16. 217-222 – S.CALISTO I, romano

Antipapa: Hipólito (217-235)

17. 222-230 – S. URBANO I, romano
18. 230-235 – S. PONCIANO, romano
19. 235-236 – S. ANTERO, grego
20. 236-250 – S. FABIANO, romano
21. 251-253 – S. CORNÉLIO, romano

Antipapa: Novaciano (251)

22. 253-254 – S. LÚCIO I, romano
23. 254-257 – S. ESTÊVÃO I, romano
24. 257-258 – S. SISTO II, grego
25. 259-268 – S. DIONÍSIO, grego
26. 269-274 – S. FÉLIX, romano
27. 275-283 – S. EUTIQUIANO, de Luni, Toscana
28. 283-296 – S. CAIO, Dalmácia (hoje, Iugoslávia)
29. 296-304 – S.MARCELINO, romano
30. 307-309 – S. MARCELO I, romano
31. 309-310 – S. EUSÉBIO, grego
32. 311-314 – S. MELQUÍADES, africano
33. 314-335 – S. SILVESTRE I, romano
34. 336 – S. MARCOS, romano
35. 337-352 – S. JÚLIO I, romano
36. 352-366 – S. LIBÉRIO, romano

Antipapa: Félix II (355- 365)

37. 366-384 – S. DÂMASO I, espanhol

Antipapa: Ursino (366-367)

38. 385-398 – S. SIRÍCIO, romano
39. 399-401 – S. ANASTÁCIO I, romano
40. 401-417 – S. INOCÊNCIO I, de Roma
41. 417-418 – S. ZÓSIMO, grego
42. 418-422 – S. BONIFÁCIO I, romano

Antipapa: Eulálio (418-419)

43. 422-432 – S. CELESTINO I, sul da Itália
44. 432-440 – S. SISTO III, romano
45. 440-461 – S. LEÃO I (Magno), da Túscia (perto de Roma)
46. 461-468 – S. HILÁRIO, Sardenha
47. 468-483 – S. SIMPLÍCIO, de Tívoli (Roma)
48. 483-492 – S. FÉLIX III, romano
49. 492-496 – S. GELÁSIO I, africano
50. 496-498 – S. ANASTÁCIO II, romano
51. 498-514 – S. SÍMACO, da Sardenha

Antipapa: Lourenço (498-505)

52. 514-523 – S. HORMISDAS, de Frisinone
53. 523-526 – S. JOÃO I, da Túscia
54. 526-530 – S. FÉLIX IV, do Sannio (Roma)
55. 530-532 – BONIFÁCIO II, romano

Antipapa: Dióscoro (530)

56. 533-535 – JOÃO II, romano
57. 535-536 – S.AGAPITO I, romano
58. 535-540 – S. SILVÉRIO, de Frosinone
59. 540-555 – VIRGÍLIO, romano
60. 556-561 – PELÁGIO I, romano
61. 561-573 – JOÃO III, romano
62. 574-578 – BENTO I, romano
63. 578-590 – PELÁGIO II, romano
64. 590-604 – S. GREGÓRIO I, Gregório Magno, romano
65. 605-606 – SABINIANO, de Túsculo-Roma
66. 607 – BONIFÁCIO III, romano
67. 608-615 – S. BONIFÁCIO IV, de Valéria dei Marzi
68. 615-618 – S. ADEODATO I, romano
69. 619-625 – BONIFÁCIO V, Nápoles
70. 625-638 – HONÓRIO I, Campânia
71. 640 – SEVERINO, romano
72. 640-642 – JOÃO IV, dálmata
73. 642-649 – TEODORO I, grego
74. 649-655 – S. MARTINHO I, de Todi
75. 655-657 – S. EUGÊNIO I, romano
76. 657-672 – S. VITALIANO, de Segni
77. 672-676 – ADEODATO II, romano
78. 676-678 – DONO, romano
79. 678-681 – S. AGATÃO, siciliano
80. 682-683 – S. LEÃO II, siciliano
81. 684-685 – S. BENTO II, romano
82. 685-686 – JOÃO V, da Síria
83. 686-687 – CÓNON, grego

Antipapas: Teododoro (687), Pascoal (687-692)

84. 687-701 – S. SÉRGIO I, da Síria
85. 701-705 – JOÃO VI, grego
86. 705-707 – JOÃO VII, grego
87. 708 – SISÍNIO, da Síria
88. 708-715 – CONSTANTINO, da Síria
89. 715-731 – S.GREGÓRIO II, romano
90. 731-741 – S. GREGÓRIO III, Síria
91. 741-752 – S. ZACARIAS, grego
92. 752 – ESTÊVÃO, romano
93. 752-757 – S.ESTÊVÃO II (III), romano
94. 757-767 – S. PAULO I, romano

Antipapas: Constantino II (767-768), Filipe (768)

95. 768-772 – S. ESTÊVÃO III (IV), siciliano
96. 772-795 – ADRIANO I, romano
97. 795-816 – S.LEÃO III, romano
98. 816-817 – S. ESTÊVÃO IV, (V), romano
99. 917-824 – S. PASCOAL I, romano
100. 824-827 – EUGÊNIO II, romano
101. 827 – VALENTIM, romano
102. 827-844 – GREGÓRIO IV, romano

Antipapa: João (844)

103. 844-847 – SÉRGIO II, romano
104. 847-855 – S.LEÃO IV, romano

Antipapa: Anastácio (855)

105. 855-858 – BENTO III, romano
106. 858-867 – S. NICOLAU I, romano
107. 867-872 – ADRIANO III, romano
108. 872-882 – JOÃO VIII, romano
109. 882-884 – MARINO I, de Gallese
110. 884-885 – ADRIANO III, romano
111. 885-891 – ESTÊVÃO V (VI), romano
112. 891-896 – FORMOSO, romano
113. 896 – BONIFÁCIO VI, de Gallese
114. 896-897 – ESTÊVÃO VI (VII), romano
115. 897 – ROMANO, de Gallese
116. 897 – TEODORO II, romano
117. 898-900 – JOÃO IX, de Tívoli
118. 900-903 – BENTO IV, romano
119. 903 – LEÃO V, de Árdea

Antipapa: Cristóvão (903-904)

120. 904-911 – SÉRGIO III, romano
121. 911-913 – ANASTÁCIO III, romano
122. 913-914 – LÂNDON, de Sabina (Lácio)
123. 914-928 – JOÃO X, de Ravena
124. 928-929 – LEÃO VI, romano
125. 929-931 – ESTÊVÃO VII (VIII), romano
126. 931-935 – JOÃO XI, romano
127. 936-939 – LEÃO VII, romano
128. 939-942 – ESTÊVÃO VIII (IX), romano
129. 942-946 – MARINO II, romano
130. 946-955 – AGAPITO II, romano
131. 955-963 – JOÃO XII, romano
132. 963-964 – LEÃO VIII, romano
133. 964-965 – BENTO V, romano
134. 965-972 – JOÃO XIII, romano
135. 973-974 – BENTO VI, romano

Antipapa: Bonifácio VII (974)

136. 975-983 – BENTO VII, romano
137. 983-984 – JOÃO XIV, de Pavia
138. 985-996 – JOÃO XV, romano
139. 996-999 – GREGÓRIO V, de Caríntia, Alemanha

Antipapa: João XVI (997- 998)

140. 999-1003 – SILVESTRE II, francês
141. 1003 – JOÃO XVII, romano
142. 1003-1009 – JOÃO XVIII, de Áscoli Piceno
143. 1009-1012 – SÉRGIO IV, romano
144. 1012-1024 – BENTO VIII, romano

Antipapa: Gregório (1012)

145. 1024-1032 – JOÃO XIX, romano
146. 1033-1044 – BENTO IX, romano (primeiro pontificado)
147. 1045 – SILVESTRE III, romano
148. 1045 – BENTO IX, romano (segundo Pontificado)
149. 1045-1046 – GREGÓRIO VI, romano
150. 1046-1047 – CLEMENTE II, alemão
151. 1047-1048 – BENTO IX (terceiro pontificado)
152. 1048 – DÂMASO II, alemão
153. 1049-1054 – S. LEÃO IX, de Egisheim, Alemanha
154. 1054-1057 – VÍTOR II, de Dollestein, Alemanha
155. 1057-1058 – ESTÊVÃO IX (X), de Lorena, Alemanha

Antipapa: Bento X (1058)

156. 1059-1061 – NICOLAU II, de Borgonha, França
157. 1061-1073 – ALEXANDRE II, Milão

Antipapa: Honório II (1061-1072)

158. 1073-1085 – S. GREGÓRIO VII, de Soana, perto de Sena

Antipapa: Clemente III (1080 e 1084-1100)

159. 1086-1087 – B.VÍTOR III, de Benevento
160. 1088-1099 – B.URBANO II, francês
161. 1099-1118 – PASCOAL II, de Viterbo

Antipapas: Teodorico (1100-1102), Alberto (1102), Silvestre IV (1105-1111)

162. 1118-1119 – GELÁSIO II, de Gaeta

Antipapa: Gregório VIII (1118-1121)

163. 1119-1124 – CALISTO II, de Borganha, França
164. 1124-1130 – HONÓRIO II, de Ímola

Antipapa: Celestino II (1124)

165. 1130-1143 – INOCÊNCIO II, romano

Antipapas: Anacleto II (1130-1138), Vítor IV (1138)

166. 1143-1144 – CELESTINO II, de Cittá di Castello
167. 1144-1145 – LÚCIO II, de Bolonha
168. 1145-1153 – B.EUGÊNIO III, de Pisa
169. 1153-1154 – ANASTÁCIO IV, romano
170. 1154-1159 – ADRIANO IV, inglês
171. 1159-1181 – ALEXANDRE III, Sena

Antipapas: Vítor IV (1159-1164), Pascoal III (1164-1168), Calisto III (1168-1178), Inocêncio III (1179-1180)

172. 1181-1185 – LÚCIO III, de Lucca
173. 1185-1187 – URBANO III, de Milão
174. 1187 – GREGÓRIO VIII, de Benevento
175. 1187-1191 – CLEMENTE III, romano
176. 1191-1198 – CELESTINO III, romano
177. 1198-1216 – INOCÊNCIO III, Anagni
178. 1216-1227 – HONÓRIO III, romano
179. 1227-1241 – GREGÓRIO IX, Anagni
180. 1241 – CELESTINO IV, Milão
181. 1243-1254 – INOCÊNCIO IV, de Gênova
182. 1254-1261 – ALEXANDRE IV, de Anagni
183. 1261-1264 – URBANO IV, francês
184. 1265-1268 – CLEMENTE IV, francês
185. 1271-1276 – B. GREGÓRIO X, de Piacenza
186. 1276 – B. INOCÊNCIO V, de Savóia, França
187. 1276 – ADRIANO V, de Gênova
188. 1276-1277 – JOÃO XXI, português
189. 1277-1280 – NICOLAU III, romano
190. 1281-1285 – MARTINHO IV, francês
191. 1285-1287 – HONÓRIO IV, romano
192. 1288-1292 – NICOLAU IV, de Áscoli Piceno
193. 1294 – S.CELESTINO V, de Isérnia
194. 1294-1303 – BONIFÁCIO VIII, de Anagni
195. 1303-1304 – B.BENTO XI, de Treviso
196. 1305-1314 – CLEMENTE V, francês
197. 1316-1334 – JOÃO XXII, francês

Antipapa: Nicolau V (1328-1330)

198. 1334-1342 – BENTO XII, francês
199. 1343-1352 – CLEMENTE VI, francês
200. 1352-1362 – INOCÊNCIO VI, francês
201. 1362-1370 – B. URBANO V, francês
202. 1370-1378 – GREGÓRIO XI, francês
203. 1378-1389 – URBANO VI, de Nápoles
204. 1389-1404 – BONIFÁCIO IX, Nápoles
205. 1404-1406 – INOCÊNCIO VII, de Sulmona
206. 1406-1417 – GREGÓRIO XII, veneziano

Antipapas: Clemente VII (1378-1394), Bento XIII (1394-1423), Alexandre V (1409-1410), João XXIII (1410-1415)

207. 1417-1431 – MARTINHO V, de Genazzano (Roma)
208. 1431-1447 – EUGÊNIO IV, de Veneza

Antipapa: Félix V (1439-1449)

209. 1447-1455 – NICOLAU V, de Sarzana, Gênova
210. 1455-1458 – CALISTO III, espanhol
211. 1458-1464 – PIO II, de Pienza, Sena
212. 1464-1471 – PAULO II, de Veneza
213. 1471-1484 – SISTO IV, de Celle Lígure (Savona)
214. 1484-1492 – INOCÊNCIO VIII, de Gênova
215. 1492-1503 – ALEXANDRE VI, espanhol
216. 1503 – PIO III, de Sena
217. 1503-1513 – JÚLIO II, de Savona
218. 1513-1521 – LEÃO X, de Florença
219. 1521-1523 – ADRIANO VI, holandês
220. 1523-1534 – CLEMENTE VII, de Florença
221. 1534-1549 – PAULO III, de Viterbo
222. 1550-1555 – JÚLIO III, romano
223. 1555 – MARCELO II, de Montepulciano (Sena)
224. 1555-1559 – PAULO IV, de Nápoles
225. 1559-1565 – PIO IV, de Milão
226. 1566-1572 – S. PIO V, de Bosco Marengo, perto de Alexandria, Itália
227. 1572-1585 – GREGÓRIO XII, de Bolonha
228. 1585-1590 – SISTO V, de Grottammare
229. 1590 – URBANO VII, romano
230. 1590-1591 – GREGÓRIO XIV, de Cremona
231. 1591 – INOCÊNCIO IX, de Bolonha
232. 1592-1605 – CLEMENTE VIII, de Florença
233. 1605 – LEÃO XI, de Florença
234. 1605-1621 – PAULO V, romano
235. 1621-1623 – GREGÓRIO XV, de Bolonha
236. 1623-1644 – URBANO VIII, de Florença
237. 1644-1655 – INOCÊNCIO X, romano
238. 1655-1667 – ALEXANDRE VII, de Sena
239. 1667-1669 – CLEMENTE IX, de Pistóia
240. 1670-1676 – CLEMENTE X, romano
241. 1676-1689 – INOCÊNCIO XI, de Como
242. 1689-1691 – ALEXANDRE VIII, de Veneza
243. 1691-1700 – INOCÊNCIO XII, de Nápoles
244. 1700-1721 – CLEMENTE XI, de Urbino
245. 1721-1724 – INOCÊNCIO XIII, romano
246. 1724-1730 – BENTO XIII, de Bari
247. 1730-1740 – CLEMENTE XII, de Florença
248. 1740-1758 – BENTO XIV, de Bolonha
249. 1758-1769 – CLEMENTE XIII, e Veneza
250. 1769-1774 – CLEMENTE XIV, de Forli, Rímini
251. 1775-1799 – PIO VI, de Cesena
252. 1800-1823 – PIO VII, de Cesena
253. 1823-1829 – LEÃO XII, de Genga, Ancona
254. 1829-1830 – PIO VIII, de Cíngoli, Macerata
255. 1831-1846 – GREGÓRIO XVI, de Belluno
256. 1846-1878 – PIO IX, de Senigallia, Ancona
257. 1878-1903 – LEÃO XIII, de Carpineto
258. 1903-1914 – S. PIO X, de Riese, Treviso
259. 1914-1922 – BENTO XV, de Pegli, Gênova
260. 1922-1939 – PIO XI, de Désio, Milão
261. 1939-1958 – PIO XII, romano
262. 1958-1963 – JOÃO XXIII, de Sotto il Monte, Bérgamo
263. 1963-1978 – PAULO VI, de Concésio, Bréscia
264. 1978 – JOÃO PAULO I, de Canale D’Agordo*, Belluno
265. 1978-2005 – JOÃO PAULO II, de Cracóvia, Polônia
266. 2005-2013 – BENTO XVI, de Baviera, Alemanha
267. 2013-atualmente – FRANCISCO, de Buenos Aires, Argentina.

* Canale d’Agordo chamava-se, até 1964, Forno de Canale.

Nacionalidade dos Papas

Italianos (211), franceses (15), gregos (14), sírios (6), alemães (6), africanos (3), espanhois (3), dálmatas (2- iuguslavos), português (1), palestino (1), ingles (1), holandes (1), polonês (1), argentino (1).

Duração dos Pontificados

Os mais longos

Pio IX 32 anos
João Paulo II 27 anos
Leão XIII 25 anos
Pio VI 24 anos
Adriano I 23 anos
Pio VII 23 anos
Alexandre II 22 anos
Clemente IX 21 anos
Urbano VIII 21 anos
S. Silvestre 21 anos
S. Leão I (Magno) 21 anos
S. Leão III 21 anos
Pascoal II 19 anos
Pio XII 19 anos
Inocêncio II 18 anos
João XXII 18 anos
Bento XIV 18 anos
Pio XI 17 anos

Os mais curtos

Estevão 3 dias
Bonifácio VI 10 dias
Urbano VII 15 dias
Marcelo II 20 dias
Teodoro II 20 dias
Celestino IV 20 dias
Dâmaso II 20 dias
Pio XIII 26 dias
Leão XI 26 dias
Adriano V 28 dias
João Paulo I 33 dias
Gregório VIII 57 dias
Inocêncio IX 62 dias
Vitor III 113 dias

Número de papas por século

Século – Número de papas

I 5
II 10
III 14
IV 10
V 12
VI 13
VII 20
VIII 13
IX 20
X 23
XI 21
XII 16
XIII 17
XIV 10
XV 11
XVI 17
XVII 11
XVIII 8
XIX 6
XX 8
XXI 3

Papas que renunciaram

– Ponciano, em 235
– Celestino V, em 1294
– Gregório XII, 1415 (havia sido deposto pelo Concílio de Pisa, depois renunciou espontaneamente).
– Bento XVI, 2013

Papas que foram depostos

– Silvério, em 537
– João X, em 928
– João XI, em 935
– João XII, em 963
– Bento V, em 964
– Leão VIII, em 964
– Gregório XII, deposto ilegalmente pelo Concílio de Pisa em 1409, abdicou em 1415.
– Bento IX, deposto três vezes, em 1044, 1045 e em 1047.

Papas irmãos

S. Paulo I, sucedeu em 757 ao seu irmão S. Estevão II (III).
João XIX, sucedeu em 1024 ao seu irmão Bento VIII.

Papas que reeleitos 

– Bonifácio VII (antipapa), foi eleito a primeira vez em 974 e novamente eleito em 978.
– Bento IX (1032 – 1044), foi reeleito depois de ter sido deposto (1045), mais tarde foi novamente deposto e novamente reeleito (1047 – 1048).

Fonte: https://cleofas.com.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF