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sexta-feira, 4 de agosto de 2023

São João Maria Vianney: para se admirar e tomar como modelo

São João Maria Vianney (Guadium Press)

São João Maria Vianney foi santo, taumaturgo, grande pregador e verdadeiro pastor de seu rebanho. No entanto, seu perfil moral jamais estaria completo se ignorássemos outros predicados que especialmente brilharam ao longo de sua vida: perseguido, difamado e caluniado. E por quê? Íntegro, buscou o bem das almas.

Redação (02/08/2020 15:18, Gaudium Press) Nascido em 8 de maio de 1786, na pequena aldeia francesa de Dardilly, João Batista Maria Vianney foi, sem dúvida, um grande santo, e, por isso mesmo, motivo de grande ódio por parte do demônio.[1]

Desde pequeno, o jovem João dava mostras de uma profunda piedade, preferindo uma imagem de Nossa Senhora a qualquer brinquedo. Ao passar pelo celeiro, era comum vê-lo rezando neste local, quando possuía apenas quatro anos.

Após seus penosos estudos, pois não lhe era fácil tal encargo, João Batista foi ordenado e enviado como coadjutor na paróquia de Belley. Mas com a morte do pároco deste local, sua missão é encetada no pequeno e, quiçá, menos importante vilarejo francês: Ars.

Afetados profundamente pela recente Revolução, esses paroquianos de Ars já haviam sido pervertidos gravemente em seus costumes e, privados por longo tempo da formação religiosa, abandonaram a fé. Pois é justamente contra essa depravação moral que São João teria de combater.

Sermões, confissões, milagres, exorcismos e, sobretudo, uma integridade moral ilibada, tudo isso atraía multidões para aquela pequena cidadezinha francesa. Contudo, se muitos o veneravam, não poucos o odiavam…

O demônio passou a atormentá-lo à noite com espécies de aparições diabólicas. Porém, como isso não obtivesse resultado — pois só servia para aumento do mérito do santo — as forças infernais empregaram outro método.

Párocos de aldeias vizinhas começaram a ter tanta inveja da grande fama que ele possuía que negavam a seus fiéis a absolvição, caso estes fossem estar com o Cura d’Ars. E, colocando-se em acordo, enviaram ao bispo denúncias feitas a João, tais como: “Não tem conhecimentos teológicos suficientes para entrar em um confessionário”; as “pessoas não se convertem em contato com ele”; e outras difamações.

Entretanto, Dom Alexandre-Raymond Devie, Bispo de Belley naquela época, estava convicto da virtude de São João Maria Vianney, e, apenas para confirmar o que já lhe era conhecido, mandou alguns de seus auxiliares a Ars. Os comissários “voltaram tontos de admiração”[2], dizendo: “Meus senhores, é um santo, um santo que devemos admirar e tomar como modelo.”[3]

Com efeito, face à integridade de São João Maria Vianney a mentira de alguns, por mais que se multiplicassem as difamações e calúnias contra ele, nada pôde diante dessa verdade ilibada e cristalina

Certamente a Providência continuará a enviar modelos a serem seguidos pelos verdadeiros cristãos, mister nestes tempos incertos e calamitosos em que vivemos, como excelentemente o foi em seu século Cura d’Ars, um exemplo e padroeiro dos sacerdotes.

Por Thiago Cunha

[1] Os dados narrados a seguir foram extraídos das obras: GHÉON, Henri. O Cura d’Ars. 2 ed. São Paulo: Quadrante, 1998; MONNIN, Alfred. Le Curé d’Ars. Vie de M. Jean-Baptiste-Maria Vianney. Paris: Charles Douniol, 1861, t. II. s.d.

[2] GHÉON, Henri. O Cura d’Ars. 2 ed. São Paulo: Quadrante, 1998, p. 109.

[3] Idem, p. 110.

Fonte: https://gaudiumpress.org/

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Por que estou aqui?

Por que estou aqui? (Cléofas)

Por que estou aqui?

 POR PROF. FELIPE AQUINO

Será que o homem é um mero acidente biológico? E o gênero humano, uma simples etapa num processo evolutivo cego e sem sentido? Será que esta vida humana não passa de uma cintilação entre a longa escuridão que precede a concepção e a escuridão eterna que virá após a morte? E eu, serei apenas um grão de poeira insignificante no universo, lançado à existência pelo poder criador de um Deus indiferente, como a casca de laranja inútil que se joga fora sem pensar? Tem a vida alguma finalidade, algum plano, algum propósito? Enfim, de onde é que eu venho? E por que estou aqui?

Estas são as questões que qualquer pessoa normal levanta quando atinge idade suficiente para pensar com certa sensatez. Por isso, o novo Catecismo da Igreja Católica propõe-nos já no seu Prólogo a questão da nossa origem e do nosso fim: “Deus, infinitamente Perfeito e Bem-aventurado em si mesmo, num desígnio de pura bondade, criou livremente o homem para fazê-lo participar da sua vida bem-aventurada”.

É, condensada ao máximo, a resposta a todas as questões que formulávamos acima, e que podem resumir-se nesta outra: “Para que nos fez Deus?”.

Ao respondermos a essa pergunta, veremos que a resposta tem duas vertentes: a de Deus e a nossa. Se a considerarmos do ponto de vista de Deus, a resposta é: Deus nos fez para mostrar a sua bondade. Uma vez que Ele é o Ser infinitamente perfeito, a principal razão pela qual faz uma coisa deve ser uma razão infinitamente perfeita. Mas só há uma razão infinitamente perfeita para se fazer uma coisa: é fazê-la por Deus. Por isso, seria indigno de Deus, contrário à sua infinita perfeição, que Ele fizesse alguma coisa por uma razão inferior a Si mesmo.

Talvez compreendamos melhor esta verdade se a aplicarmos a nós. Mesmo para nós, a maior e melhor razão para fazermos alguma coisa é fazê-la por Deus. Se faço alguma coisa por outro ser humano – por mais nobre que seja a intenção, como alimentar um faminto – e a faço especialmente por essa razão, sem me referir a Deus de alguma forma, faço algo imperfeito. Não é uma coisa má, mas é menos perfeita, e isso seria assim mesmo se fosse um anjo ou a própria Virgem Santíssima quem realizassem essa ação, se prescindissem de Deus. Não existe um motivo maior para fazer uma coisa do que fazê-la por Deus, e isso é certo tanto para o que Deus faz como para o que nós fazemos.

A primeira razão, a grande razão pela qual Deus dez o universo e nos fez a nós, foi, portanto, a sua própria glória: para mostrar o seu poder e bondade infinitos. O seu infinito poder mostra-se pelo fato de existirmos. A sua infinita bondade, pelo fato de Ele nos querer fazer participar do seu amor e felicidade. E se nos parece que Deus é egoísta por fazer as coisas para sua própria honra e glória, é porque não podemos deixar de pensar nEle em termos humanos. Pensamos em Deus como se fosse uma criatura igual a nós. Mas a verdade é que não existe nada nem ninguém que mais mereça ser objeto do pensamento de Deus ou do seu amor que o próprio Deus.

No entanto, quando dizemos que Deus fez o universo (e nos fez a nós) para a sua glória, não queremos dizer, evidentemente, que Deus necessitasse dela de algum modo. A glória que dão a Deus as obras da sua Criação é a que denominamos “glória extrínseca”: é algo “fora de Deus”, que não lhe acrescenta nada. Guardadas as devidas proporções, é como um artista com grande talento para a pintura e a mente repleta de imagens: se as projeta sobre a tela para que outros as veja e admirem, isso de certa forma não lhe acrescenta nada: não o torna melhor nem mais talentoso do que era antes.

Assim, Deus nos fez primordialmente para a sua honra e glória. Daí que a primeira resposta à pergunta: “Para que nos fez Deus”: seja: “Para mostrar a sua bondade”. Porém, a principal maneira de Deus demonstrar a sua bondade baseia-se em que nos criou com uma alma espiritual e imortal, capaz de participar da sua própria felicidade. Mesmo nos assuntos humanos, sentimos que a bondade de uma pessoa se manifesta pela generosidade com que compartilha a sua pessoa e as suas posses com outros. Da mesma maneira, a bondade divina manifesta-se sobretudo pelo fato de nos fazer participar da sua própria felicidade, de nos fazer participar de Si mesmo.

Por essa razão, ao respondermos do nosso ponto de vista à pergunta: “Para que nos fez Deus”:, dizemos que nos fez para fazer-nos participar da sua vida bem-aventurada. As duas respostas são como que as duas faces da mesma moeda, o anverso e o reverso: a bondade de Deus fez-nos participar da sua felicidade e a nossa participação na sua felicidade mostra a bondade de Deus.

Retirado do livro: “A Fé Explicada”. Leo J. Trese.

Fonte: https://cleofas.com.br/

Encontrei o carregador perfeito

Tomas Hustoles | Shutterstock

Por Regina Andrews

É revigorante e um grande alívio saber que nunca perderei o carregador mais importante de todos.

“Onde está meu carregador?”

Essa é uma frase comum hoje em dia, mas há poucos anos ela nem estava em nosso léxico. 

Atualmente, fazemos quase tudo remotamente. A grande maioria de nossas atividades está centrada em nossos telefones celulares ou iPads. Para que esses dispositivos funcionem de maneira correta e eficiente, precisam ser carregados com frequência. Somente quando estão com bateria 100% é que operam na capacidade máxima.

Ok, acostumar com o celular, iPad e outros dispositivos demorou um pouco, mas as coisas estão indo bem. No entanto, o carregador é outra história. Ele é conectado a uma tomada elétrica e possui uma abertura na qual o cabo de conexão é inserido. Parece bastante simples, não é? Mas a realidade é que existem muitos tipos diferentes de carregadores… e muitos tipos diferentes de cabos. 

A menos que seus dispositivos sejam todos do mesmo fabricante, é provável que seu carregador e cabos não sejam compatíveis com muitos aparelhos. E mesmo que sejam do mesmo fabricante, as conexões podem não dar certo.

Esta é a situação que tenho enfrentado diariamente. Conectar tem o potencial de se tornar uma produção e tanto. É verdade que não sou uma pessoa matinal, mas depois de fazer minhas orações pela manhã e me preparar, geralmente desconecto meu celular do carregador ao lado da minha cama e desço as escadas. 

É quando as coisas começam a ficar realmente complicadas, porque os carregadores são movidos de uma tomada para outra ocasionalmente – então eles nem sempre ficam no mesmo lugar. Isso significa que tenho que encontrar o carregador compatível com o cabo do meu celular entre todos os outros carregadores da casa. Há um para o iPad, um para o meu telefone, um para o telefone do meu marido, um para o tablet dele, um para o meu laptop e assim por diante. A pior parte é que o dia realmente não pode começar até que todas as conexões adequadas tenham sido feitas. 

Depois de uma manhã particularmente confusa, fiquei exasperada e me ouvi murmurando algo como: “Oh, pelo amor de Deus, por que não consigo encontrar o carregador certo?”      

E então me ocorreu algo interessante. Não preciso procurar o carregador certo para fazer a conexão certa e começar o dia. Lembrei-me de que o carregador perfeito está sempre ao meu alcance, porque nosso Pai Celestial é o carregador definitivo. Obrigada pela lembrança, Espírito Santo!

É revigorante e um grande alívio saber que nunca perderei o carregador mais importante de todos e que posso me conectar à Sua fonte de poder e glória a qualquer momento. E, a propósito, também coloco etiquetas em todos os outros carregadores e cabos!

Fonte: https://pt.aleteia.org/

JMJ de Lisboa: a alegria do Papa de reencontrar jovens

Jovens da JMJ Lisboa (Vatican Media)

Finalmente os jovens do mundo inteiro chegaram a Lisboa para o grande evento da JMJ 2023. Ontem a missa de abertura da Jornada Mundial da Juventude no Parque Eduardo VII presidida pelo Patriarca de Lisboa dom Manuel Clemente. E nesta quarta-feira chega o Papa Francisco.

Silvonei José, Lisboa – Vatican News

Na tarde desta terça-feira a missa de abertura da Jornada Mundial da Juventude no Parque Eduardo VII presidida pelo Patriarca de Lisboa dom Manuel Clemente, com a presença de milhares de jovens. E nesta quarta-feira chega o Papa Francisco.

Quando faltavam exatamente 250 dias para o início da Jornada Mundial da Juventude que teve início neste dia 1º de agosto e se encerra no próximo dia 6 na presença de Francisco, o Santo Padre compartilhava a alegria do reencontro neste evento mundial em Portugal. Durante a tradicional audiência geral e falando aos peregrinos de língua portuguesa recordava que no domingo anterior tinha sido celebrado nas dioceses o Dia Mundial da Juventude, com o pensamento dirigido para o encontro de jovens que se realizará - disse - no próximo ano em Lisboa. “A alegria de nos encontrarmos e a vontade de estar juntos são sinais fundamentais para o mundo de hoje, dilacerado por confrontos e guerras”, afirmou.

Jovens da JMJ Lisboa (Vatican Media)

“Desde o ano de 2021, a Jornada Mundial da Juventude é celebrada nas Igrejas particulares precisamente na Solenidade de Cristo Rei. O tema desta JMJ, em Lisboa é 'Maria levantou-se e partiu apressadamente' (Lc 1,39).”

Então Francisco reforçava que “o segredo para permanecer jovem” está precisamente nestes dois verbos – levantar e partir. Dirigindo-se aos jovens, pediu para que “não fiquem parados pensando em si mesmos, desperdiçando a sua vida em busca de conforto ou da última moda”, mas que “se façam à estrada, saiam dos seus medos para estender a mão a quem precisa.” “Hoje precisamos de jovens que sejam verdadeiramente transgressores. Não conformistas. Que não sejam escravos dos celulares, mas mudem o mundo como Maria, levando Jesus aos outros, tratando dos outros, construindo comunidades fraternas com os outros, realizando sonhos de paz”, afirmou o Papa.

Jovens da JMJ Lisboa (Vatican Media)

Em 22 de abril de 1984, São João Paulo II instituía a JMJ, entregando a Cruz de Cristo e pedindo para que os jovens a levem ao mundo, “como sinal do amor do Senhor Jesus pela humanidade, e anunciem a todos que somente em Cristo morto e ressuscitado há salvação e redenção”. Desde aquele anúncio foram realizadas 36 JMJs, reunindo milhões de jovens de países diversos, que partiram de seus países para se encontrarem ao redor do Papa e realizar o grande encontro com Cristo.

Finalmente o dia chegou: Lisboa acolhe os jovens de todas as partes do mundo, na espera da chegada do Papa Francisco que vem confirmá-los na fé. Essa será a 37ª JMJ. Na mensagem enviada aos jovens para esta jornada, o Santo Padre recorda que, depois da Anunciação, Maria poderia ter se concentrado em si mesma, nas preocupações e temores derivados da sua nova condição. Mas, ao contrário, “‘levanta-se e põe-se em movimento’, porque tem a certeza de que os planos de Deus são o melhor projeto possível para a sua vida. Maria torna-se templo de Deus, imagem da Igreja a caminho, a Igreja que sai e se coloca a serviço, a Igreja portadora da Boa-Nova”.

Esse, portanto, é o propósito das JMJs: o encontro pessoal dos jovens com Jesus Cristo e com os irmãos, que os impele para ir e anunciar o Evangelho a todos os povos. E não foram poucas as ocasiões em que os papas reforçaram o sentido evangelizador das jornadas mundiais da juventude.

Jovens da JMJ Lisboa (Vatican Media)

Já na primeira edição internacional, realizada em 1987, em Buenos Aires, na Argentina, São João Paulo II exortou: “Jovens, Cristo, a Igreja, o mundo espera o testemunho de suas vidas, baseado na verdade que Cristo nos revelou!”. Em 2011, o Papa Bento XVI, em sua última JMJ antes de renunciar ao pontificado, convidou os jovens reunidos em Madri, na Espanha, a permanecerem firmes na fé. “Permanecer no Seu amor significa viver radicados na fé, porque esta não é a simples aceitação de uma verdade abstrata, mas uma relação íntima com Cristo, que nos leva a abrir o nosso coração a este mistério de amor e a viver como pessoas que se sabem amadas por Deus”, afirmou. Em 2013, ao concluir sua primeira JMJ, no Rio de Janeiro, o Papa Francisco exortou os jovens: “Ide, sem medo, para servir!” Diante de 3,7 milhões de pessoas na praia de Copacabana, o Bispo de Roma acrescentou: “Sabem qual é o melhor instrumento para evangelizar os jovens? Outro jovem! Este é o caminho a ser percorrido por vocês!”.

Como o próprio Papa Francisco expressou em sua mensagem, após o distanciamento causado pela pandemia, a JMJ deste ano em Lisboa será a ocasião de experimentar novamente a alegria do encontro com Deus e com os irmãos e, “como Maria, levemos Jesus dentro de nós, para comunicá-lo a todos”.

De Lisboa para a Rádio Vaticano, Silvonei José

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Por que batizar as crianças?

Batismo de criança (Canção Nova)

POR QUE BATIZAR AS CRIANÇAS?

Dom Leomar Antônio Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)

O Batismo é o primeiro sacramento que recebemos. Ele é a porta de entrada para a Igreja e para toda a vida sacramental. A palavra batismo vem do grego baptisma e significa imersão, banho, mergulho. Batizar é lavar, purificar, mergulhar na água. O Batismo cristão tem sua origem no próprio Jesus Cristo que enviou seus discípulos para evangelizar os povos e batizá-los em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.  

Trata-se de uma purificação feita com água que lava o pecado original, dando ao batizado uma nova condição de existência. Confere uma vida nova. O Batismo é um ato que confirma a conversão e insere o ser humano, criatura nova, em Cristo Jesus.  

matéria do sacramento é a água, e a forma são as palavras: “Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.”  Fórmula que vem do mandato de Jesus aos seus discípulos: “Batizai-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. (Mt 28,19).  

O costume de batizar as crianças vem do Cristianismo da idade antiga, quando os adultos, abraçando a fé, queriam que também seus filhos participassem da comunidade e aprendessem, desde cedo, a conhecer e a amar Jesus Cristo. Mais tarde, a prática de batizar crianças se tornou geral. A criança não recebe o Batismo sem fé, porque ela é batizada na fé da Igreja, encarregada de educá-la no Cristianismo por meio de seus pais e padrinhos.  

O Batismo de crianças não é um atentado à liberdade, porque a liberdade humana está sempre condicionada, e a criança, como nos demais níveis de vida, depende de seus pais a respeito da fé e do Batismo. O Batismo de crianças, enfim, exemplifica melhor a gratuidade da salvação e o amor de Deus para com todos. Ao crescer, a mesma criança terá o momento oportuno para fazer a confirmação da fé por ocasião da Crisma. 

No Batismo de crianças se reconhece quedesde cedo, a pessoa já faz parte da família de Deus epelo Batismo, é acolhida na comunidade dos seguidores de Jesus Cristo. Nessa comunidade, ela vai aprender a amar e a conhecer Jesus. Os pais e padrinhos, junto com a comunidadeestão comprometidos com a missão de alimentar e sustentar a fé da criança. 

Um texto de Orígenes, no Cristianismo dos primeiros séculos, afirma: “A Igreja recebeu dos apóstolos a tradição de administrar o Batismo também às crianças.” Assim, se tem a confirmação de que, no início da Igreja, desde o século II, havia o Batismo de crianças, ainda que fosse em raras ocasiões. No tempo da pregação apostólica, casas inteiras eram batizadas, o que nos leva a pensar que também as crianças recebiam esse sacramento diante de um lar cristão.   

Uma vez que as crianças nascem já com a natureza humana marcada pelo pecado original, é necessário que recebam o Batismo. Os pais cristãos não esperam que elas cresçam para receber as graças que o Batismo confere. A Igreja e os pais impediriam as crianças de receber a graça de serem filhas de Deus, se não administrassem a elas o Batismo pouco depois do nascimento; assim, se entende a necessidade de batizar as crianças o quanto antes.   

Evidentemente, o Batismo realizado em crianças supõe uma catequese pós-batismal, para que a pessoa entenda a graça recebida e cresça em sua vida espiritual.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

O Papa aos jovens: sejam mestres que defendam a vida do planeta

Encontro do Papa com os universitários  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

Francisco encontrou-se com os jovens universitários na Universidade Católica Portuguesa e em seu discurso destacou a figura do peregrino, pois nela "espelha-se a condição humana, pois todos somos chamados a confrontar-nos com grandes interrogativos para os quais não basta uma resposta simplista ou imediata, mas convidam a realizar uma viagem, superando-se a si mesmo, indo mais além".

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco encontrou-se, na manhã desta quinta-feira (03/08), com os jovens universitários na Universidade Católica Portuguesa (UCP), situada no centro de Lisboa, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude.

A Universidade Católica Portuguesa foi criada, em 1967, com o decreto Lusitanorum Nobilissima Gens da Santa Sé, a pedido da Conferência Episcopal Portuguesa. O Instituto é reconhecido como uma das melhores universidades de Portugal. A reitora da Universidade Católica Portuguesa é a professora Isabel Capeloa Gil.

"Obrigado, senhora reitora, pelas suas palavras", disse o Papa no início de seu discurso, afirmando "que todos nos sentimos «peregrinos», palavra esta cujo significado merece ser meditado".

"Na imagem do «peregrino», espelha-se a condição humana, pois todos somos chamados a confrontar-nos com grandes interrogativos para os quais não basta uma resposta simplista ou imediata, mas convidam a realizar uma viagem, superando-se a si mesmo, indo mais além. Trata-se de um processo que um universitário compreende bem, pois é assim que nasce a ciência. E de igual modo cresce também a busca espiritual", frisou o Santo Padre.

O Papa Francisco durante o encontro com os jovens universitários (Vatican Media)

Procurar e arriscar, os dois verbos do peregrino

Segundo Francisco, "peregrino é caminhar em direção a uma meta ou buscando uma meta. Há sempre o perigo de caminhar num labirinto, onde não há meta. Também não há saída. Desconfiemos das fórmulas pré-fabricadas - elas são labirínticas -, desconfiemos das respostas que parecem estar ao alcance da mão, daquelas respostas tiradas da manga como cartas de baralho; desconfiemos das propostas que parecem dar tudo sem pedir nada. Desconfiemos. A desconfiança é uma arma para poder seguir em frente e não ficar andando em círculos". "Procurar e arriscar: são os dois verbos do peregrino", sublinhou Francisco.

“Neste momento histórico, os desafios são enormes e os gemidos dolorosos, mas abracemos o risco de pensar que não estamos numa agonia, mas num parto; não no fim, mas no início dum grande espetáculo. Por isso sede protagonistas de uma «nova coreografia» que coloque no centro a pessoa humana, sede coreógrafos da dança da vida.”

As palavras da senhora Reitora serviram-me de inspiração sobretudo quando afirmou que «a universidade não existe para se preservar como instituição, mas para responder com coragem aos desafios do presente e do futuro». A auto-preservação é uma tentação, um reflexo condicionado pelo medo, que nos faz olhar para a existência de forma distorcida. Se as sementes se preservassem a si mesmas, desperdiçariam completamente a sua força geradora e condenar-nos-iam à fome; se os invernos se preservassem a si mesmos, não existiria a maravilha da primavera. Por isso, tende a coragem de substituir os medos pelos sonhos: não administradores de medos, mas empreendedores de sonhos!

Uma geração de mestres

"À universidade que se comprometeu a formar as novas gerações, seria um desperdício pensá-la apenas para perpetuar o atual sistema elitista e desigual do mundo com o ensino superior que continua sendo um privilégio de poucos. Se o conhecimento não for acolhido como uma responsabilidade, torna-se estéril. Se quem recebeu um ensino superior – que hoje, em Portugal e no mundo, continua sendo um privilégio –, não se esforça por restituir aquilo de que beneficiou, significa que não compreendeu profundamente o que lhe foi oferecido. o título de estudo não deve ser visto apenas como uma licença para construir o bem-estar pessoal, mas como um mandato para se dedicar a uma sociedade mais justa e inclusiva, ou seja, mais avançada", disse ainda o Pontífice.

https://youtu.be/FGU0SOndd-U

O Papa recordou a grande poetisa portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen, que numa entrevista, à pergunta «o que gostaria de ver realizado em Portugal neste novo século?», respondeu sem hesitar: «Gostaria que se realizasse a justiça social, a diminuição das diferenças entre ricos e pobres». Então, o Santo Padre perguntou aos jovens:  "Caros estudantes, peregrinos do saber: Que quereis ver realizado em Portugal e no mundo? Quais mudanças, quais transformações? E como pode a universidade, especialmente a Católica, contribuir para isso?"

A seguir, Francisco agradeceu os testemunhos dos jovens Beatriz, Mahoor, Mariana e Tomás. "Em todos havia um tom de esperança, uma carga de entusiasmo realista, sem queixas nem escapatórias idealistas".

“Também este idoso que vos fala sonha que a vossa geração se torne uma geração de mestres: mestres de humanidade, mestres de compaixão, mestres de novas oportunidades para o planeta e seus habitantes, mestres de esperança. Mestres que defendam a vida do planeta, ameaçada neste momento por uma grave destruição ecológica.”

Redefinir o que chamamos progresso e evolução

"Como alguns de vós sublinharam, devemos reconhecer a urgência dramática de cuidar da casa comum. No entanto, isso não pode ser feito sem uma conversão do coração e uma mudança da visão antropológica subjacente à economia e à política. Não podemos contentar-nos com simples medidas paliativas ou com tímidos e ambíguos compromissos", disse o Papa, acrescentando:

Trata-se, pelo contrário, de tomar a peito o que infelizmente continua sendo adiado: a necessidade de redefinir o que chamamos progresso e evolução. É que, em nome do progresso, já abriu caminho muito retrocesso. Vós sois a geração que pode vencer este desafio: tendes instrumentos científicos e tecnológicos mais avançados, mas, por favor, não vos deixeis cair na cilada de visões parciais. Não esqueçais que temos necessidade de uma ecologia integral, de escutar o sofrimento do planeta junto com o dos pobres; necessidade de colocar o drama da desertificação em paralelo com o dos refugiados; o tema das migrações junto com o da queda da natalidade; necessidade de nos ocuparmos da dimensão material da vida no âmbito de uma dimensão espiritual. Não queremos polarizações, mas visões de conjunto.

A contribuição feminina é indispensável

A seguir, o Papa disse que "se a fé não gera estilos de vida convincentes, não faz levedar a massa do mundo. Não basta que um cristão esteja convencido, deve ser convincente; as nossas ações são chamadas a refletir a beleza jubilosa e simultaneamente radical do Evangelho".

Segundo Francisco, é interessante que na nova cátedra, na Universidade Católica Portuguesa, dedicada à «Economia de Francisco», tenha sido escolhida a figura de Santa Clara.

“No inconsciente coletivo quantas vezes se pensa que as mulheres são de segunda classe, são suplentes, não jogam como titulares. Isso existe no inconsciente coletivo. A contribuição feminina é indispensável.”

Educação para o acolhimento e a inclusão

A propósito do Pacto Educativo Global relançado na JMJ, o Papa frisou que "os sete princípios da sua arquitetura incluem temas, desde o cuidado da Casa comum à plena participação das mulheres, à necessidade de encontrar novas formas de entender a economia, a política, o crescimento e o progresso".

O Pontífice convidou os jovens a estudarem "o Pacto Educativo Global e a apaixonarem-se por ele". "Um dos pontos que trata é a educação para o acolhimento e a inclusão. Sempre que alguém pratica um gesto de hospitalidade, desencadeia uma transformação", sublinhou.

Amigos, sinto-me feliz por ver-vos uma comunidade educativa viva, aberta à realidade, com o Evangelho que não se limita a servir de ornamento, mas anima as partes e o todo. Sei que o vosso percurso engloba diversos âmbitos: estudo, amizade, serviço social, responsabilidade civil e política, cuidado da casa comum, expressões artísticas... Ser uma universidade católica significa antes de mais nada que cada elemento está em relação com o todo e o todo revê-se nas partes. Assim, ao mesmo tempo que se adquirem competências científicas, vai-se amadurecendo como pessoa, no conhecimento de si mesmo e no discernimento do próprio caminho.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Oppenheimer: quando os homens brincam de ser deuses

Oppenheimer 
Universal Pictures

Por José Ángel Barrueco

O novo filme biográfico sobre o "pai da bomba atômica" não deixa de trazer alusões religiosas.

Em uma das principais cenas do recém-lançado filme “Oppenheimer“, Kitty diz ao marido, J. Robert Oppenheimer (a tradução não é literal): “Você está achando que, ao se deixar humilhar, vai ser perdoado pelo mundo? Não vai”.

Após a destruição das cidades de Hiroshima e Nagasaki pelas bombas atômicas que ele tinha ajudado a fabricar durante o Projeto Manhattan, em Los Alamos, Oppenheimer opta por se tornar uma espécie de mártir: um homem dividido entre o sucesso (o médico que aparece nas capas das publicações de maior prestígio) e a consciência (o cientista atormentado porque se tornou um “destruidor de mundos”); uma figura devastada pela culpa e pela necessidade de perdão, embora, como testemunha uma das personagens do filme, nunca tenha demonstrado remorso em público.

O longa-metragem de Christopher Nolan, com três horas de duração, exige esforço do espectador – o que é habitual na sua filmografia. Os filmes de Nolan devem ser vistos como quebra-cabeças a ser montados com base em pistas e muita dedicação mental. É por isso que tantos espectadores rejeitam o seu cinema: eles odeiam que os créditos finais comecem a rolar pela tela enquanto a sua mente ainda tenta desvendar os peculiares andaimes que o diretor vai erguendo no espaço e no tempo. Para quem vê no cinema não apenas entretenimento, mas uma possibilidade de exploração complexa da condição humana, ainda que o diretor não a facilite, os filmes de Nolan são um completo deleite.

Não faltam as alusões religiosas

Quem ficar apenas na superfície não entenderá totalmente a reconstrução cinematográfica do personagem. Aqui, Oppenheimer é uma figura trágica, uma pessoa que desperta a nossa raiva e a nossa pena ao mesmo tempo. Um homem que, juntamente com militares, políticos e cientistas, brincou de se tornar um deus; mas um deus nocivo. Essa ambição de se tornarem deuses os degenera em demônios, destruidores de mundos – talvez o oposto do que pretendiam.

Em outro momento do filme, J. Robert faz alusão ao seu possível status de “profeta”. Mas Isidor Rabi, outro físico, adverte: “Um profeta não pode estar errado. Nem uma vez”. O próprio Albert Einstein também o alerta: diz a ele que, assim que o castigarem o suficiente, começarão a lhe dar medalhas e a lhe prestar homenagens, mas elas não serão para o seu benefício, e sim para o deles próprios.

Oppenheimer
Oppenheimer

Oppenheimer também é consumido pela rivalidade que tem com alguns colegas. A inveja dos outros, principalmente de Lewis Strauss, acabará por levá-lo à farsa de um julgamento privado em que nenhuma prova é apresentada – mas que servirá para os seus detratores o despojarem das suas funções. Como o próprio Nolan apontou, esta parte do filme é uma homenagem a “Amadeus”, dirigido por Milos Forman, com Oppenheimer como um Mozart bem-sucedido, brilhante e bem-humorado, e Strauss como um Salieri invejoso e menor, afundado nas sombras. Nolan reconstrói a sua história saltando continuamente pelos momentos essenciais do Projeto, os anos que se seguiram e as audiências e julgamentos dos dois protagonistas.

Oppenheimer” é um filme que não carece de referências religiosas, nem dos conceitos de culpa e perdão. É o caso da cena em que o cientista declama: “Strike my heart, God One and Triune“, citando um poema-oração de John Donne que Oppenheimer usa para apresentar a sua ideia de nomear o primeiro teste atômico no Novo México como Trinity – ou seja, a Trindade. Ou o momento em que Kitty, a mulher forte, mas traída pelo seu marido, declara: “Você não pode cometer um pecado e depois pedir que todos nós sintamos pena de você na hora das consequências”. Ou quando outro cientista afirma que a bomba cairá sobre justos e injustos.

Oppenheimer
Oppenheimer

Sem dúvida, “Oppenheimer” é uma das melhores obras de Christopher Nolan – uma cinebiografia atípica para a sua filmografia (como foram, por exemplo, “Lincoln“, de Steven Spielberg, e “Mank“, de David Fincher), com atuações magistrais de todo o elenco, da primeira à última estrela, passando por atores menos conhecidos e pelas celebridades em participações especiais, como Cillian Murphy, Emily Blunt, Robert Downey Jr., Matt Damon, Tom Conti, Kenneth Branagh e Jason Clarke. É também um filme que nos alerta para os perigos do poder, do controle e da corrida armamentista, além de um alerta sobre o quanto alguns homens acabam queimados pelas próprias ambições.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Papa: o mundo precisa da Europa construtora de pontes e pacificadora

O Papa Francisco e o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa (Vatican Media)

No oceano da história, estamos a navegar num momento tempestuoso e sente-se a falta de rotas corajosas de paz. Olhando com grande afeto para a Europa, no espírito de diálogo que a caracteriza, apetece perguntar-lhe: Para onde navegas, se não ofereces percursos de paz, vias inovadoras para acabar com a guerra na Ucrânia e com tantos conflitos que ensanguentam o mundo? – questionou o Papa em seu 1º discurso em terras portuguesas, no Encontro com Autoridades, a sociedade civil e o Corpo Diplomático.

Raimundo de Lima – Vatican News

Sonho uma Europa, coração do Ocidente, que use o seu engenho para apagar focos de guerra e acender luzes de esperança; uma Europa que saiba reencontrar o seu ânimo jovem, sonhando a grandeza do conjunto e indo além das necessidades imediatas; uma Europa que inclua povos e pessoas, sem correr atrás de teorias e colonizações ideológicas. Foi o desejo expresso pelo Papa em seu primeiro discurso em terras portuguesas, esta quarta-feira, 2 de agosto, no Encontro com as Autoridades, a sociedade civil e o Corpo Diplomático - no Centro Cultural de Belém -, no âmbito de sua 42ª viagem apostólica internacional, para a JMJ Lisboa 2023.

Já no início de seu discurso Francisco se disse feliz por estar em Lisboa, cidade do encontro que abraça vários povos e culturas e que, nestes dias, se mostra ainda mais universal; torna-se, de certo modo, a capital do mundo. Isto condiz bem, enfatizou o Pontífice, com o seu caráter multiétnico e multicultural e revela os traços cosmopolitas de Portugal, que afunda as suas raízes no desejo de se abrir ao mundo e explorá-lo, navegando rumo a novos e amplos horizontes.

Ineficácia da nossa resposta às grandes questões de hoje

Do oceano, Lisboa conserva o abraço e o perfume. À vista dele, os portugueses são levados a refletir sobre os imensos espaços da alma e sobre o sentido da vida no mundo. Nesta linha, disse Francisco, gostaria também eu de partilhar convosco algumas reflexões, deixando-me levar pela imagem do oceano.

O oceano não liga apenas povos e países, mas também terras e continentes. As grandes questões hoje, como sabemos, são globais e já muitas vezes tivemos de fazer experiência da ineficácia da nossa resposta às mesmas, precisamente porque o mundo, diante de problemas comuns, se mantém dividido ou pelo menos não suficientemente unido, incapaz de enfrentar juntos aquilo que nos põe em crise a todos. Parece que as injustiças planetárias, as guerras, as crises climáticas e migratórias correm mais rapidamente do que a capacidade e, muitas vezes, a vontade de enfrentar em conjunto tais desafios, observou Francisco.

O Papa Francisco e o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa (Vatican Media)

Europa, para onde navegas?

Referindo-se à Jornada Mundial da Juventude, motivo desta sua viagem apostólica a Portugal, o Papa disse esperar que a mesma seja para o «velho continente», um impulso de abertura universal. Na verdade, o mundo tem necessidade da Europa, da Europa verdadeira: precisa do seu papel de construtora de pontes e de pacificadora no Leste europeu, no Mediterrâneo, na África e no Oriente Médio.

No oceano da história, estamos a navegar num momento tempestuoso e sente-se a falta de rotas corajosas de paz. Olhando com grande afeto para a Europa, no espírito de diálogo que a caracteriza, apetece perguntar-lhe: Para onde navegas, se não ofereces percursos de paz, vias inovadoras para acabar com a guerra na Ucrânia e com tantos conflitos que ensanguentam o mundo?

Mais investimento em armas do que no futuro dos filhos

E ainda, alargando o campo, prosseguiu Francisco: Que rota segues, Ocidente? A tua tecnologia, que marcou o progresso e globalizou o mundo, sozinha não basta; e muito menos bastam as armas mais sofisticadas, que não representam investimentos para o futuro, mas empobrecimento do verdadeiro capital humano que é a educação, a saúde, o estado social. Fica-se preocupado ao ler que, em muitos lugares, se investem continuamente os recursos em armas e não no futuro dos filhos.

Para onde navegais, Europa e Ocidente, com o descarte dos idosos, os muros de arame farpado, as mortandades no mar e os berços vazios? Para onde ides se, perante o tormento de viver, vos limitais a oferecer remédios rápidos e errados como o fácil acesso à morte, solução cômoda que parece doce, mas na realidade é mais amarga que as águas do mar?

Jornada Mundial da Juventude, ocasião para construir juntos

Mas Lisboa, abraçada pelo oceano, oferece-nos motivos para esperar, disse o Santo Padre, ressaltando que a Jornada Mundial da Juventude é ocasião para construir juntos.

Reaviva o desejo de criar coisas novas, fazer-se ao largo e navegar juntos rumo ao futuro. Vêm à mente algumas palavras ousadas de Fernando Pessoa: «Navegar é preciso; viver não é preciso (...); o que é necessário é criar» (Navegar é preciso). Trabalhemos, pois, com criatividade para construirmos juntos!

Lisboa, encontro com as Autoridades, 02 de agosto de 2023, Papa Francisco:

https://youtu.be/9rPLI5X9AZI

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

A imagem sugerida por Santo Afonso para quando tivermos que lidar com nossos pecados

Renata Sedmakova | Shuttersrtock

Por Philip Kosloski

Esse exercício pode nos ajudar a sentir o efeito espiritual dos nossos pecados, mesmo que não possamos entendê-los.

Quando pecamos contra Deus ou nosso próximo, normalmente não sentimos os efeitos disso. Às vezes, podemos perceber o erro que cometemos, mas persistimos em nosso pecado.

Uma história de Santo Afonso de Ligório ajuda a ilustrar o que realmente acontece quando pecamos:

“Na Índia, um jovem estava saindo de seu quarto com a intenção de cometer um pecado quando ouviu uma voz, dizendo: ‘Pare! Aonde você está indo?’. Ele se virou e viu uma imagem em relevo representando Nossa Senhora das Dores. Sacando a espada que estava em seu peito, ela disse: ‘Pegue esta adaga e perfure meu coração antes de ferir meu Filho, cometendo tal pecado’. Ao ouvir essas palavras, o jovem prostrou-se no chão e rompeu em prantos de profunda dor. Ele pediu e obteve o perdão de Deus e de Nossa Senhora.”

Esta é uma imagem poderosa, que pode ser usada em nossa vida diária.

Muitas vezes, há um pecado nosso que poderia ser chamado “pecado de estimação”. Sabemos que é errado, mas é difícil desistir dele. Então, pode ser útil para nós pararmos na próxima vez que estivermos à beira de pecar e imaginar diante de nós a Mãe Santíssima, entregando-nos uma espada e dizendo-nos para perfurar o coração dela.

Esse exercício pode nos ajudar a sentir o efeito espiritual do nosso pecado, mesmo que não possamos notá-lo. Esperançosamente, veremos a dor que a nossa falta incide em nós mesmos e nos outros, e iniciaremos o caminho para a renovação.

Deus quer nos libertar da escravidão do pecado e estende sua mão para nós, esperando que a aceitemos e sejamos recebidos de volta em seus braços amorosos.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF