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sábado, 28 de outubro de 2023

Por que São Judas Tadeu também é retratado com um medalhão no peito?

immaculate-Shutterstock

Por Mónica Muñoz - Reportagem local - publicado em 26/10/23

Às vezes, a religiosidade popular confere significados errôneos a alguns símbolos utilizados na iconografia. Esse é o caso da imagem de São Judas Tadeu.

A intercessão dos santos é inegável, e a Igreja Católica conta com milhares de canonizados desde os primeiros séculos do cristianismo. Um dos mais antigos e populares é São Judas Tadeu, considerado primo de Jesus, segundo a tradição.

São Judas Tadeu é mencionado na Bíblia, no Evangelho de São João (14, 22). Também é conhecido como o padroeiro das causas difíceis e desesperadas. Porém, entre os símbolos que carrega, algumas imagens o representam com um medalhão no peito que traz estampada a face de Cristo.

O medalhão simboliza a fé inabalável que São Judas Tadeu teve em seu primo, Mestre e Senhor, a ponto de morrer por ele. Serve também para diferenciá-lo de Judas Iscariotes, aquele que traiu Jesus por 30 moedas.

Para saber mais, a Aleteia consultou o Pe. Jesús Rico Negrete, responsável por uma paróquia dedicada ao santo.

Medalha ou moeda?

Muitos fiéis confundem a efígie de Cristo que São Judas carrega no peito em forma de medalha, acreditando que se trata de uma moeda. 

Para o padre Jesús, ao se confundir a efígie com uma moeda, criaram-se superstições. Por exemplo: o fato de a intercessão de São Judas Tadeu ser procurada apenas para o bem material. “Há imagens que levam a bênçãos e que têm muitas moedas nos pés para dar sorte”, afirma o sacerdote, acrescentando que se trata de uma utilização errada e ignorante de uma imagem religiosa.

Para concluir, o Pe. Jesús convida-nos a pedir ao Senhor o bem material e o bem espiritual, isto é, um bem integral. Além disso temos de lembrar que devemos ver os santos como modelos de vida, o que será útil para a nossa própria santidade.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Papa na Oração pela Paz: Maria, intercedei pelo mundo em perigo

Oração pela Paz, 27 de outubro de 2023, Papa Francisco (Vatican Media)

Ao final desta sexta-feira, 27 de outubro, dia de jejum, oração e penitência convocado pelo próprio pontífice, a Basílica de São Pedro acolheu várias denominações cristãs para implorar a paz no mundo. Na conclusão do Santo Rosário e antes da Adoração Eucarística, Francisco rezou a Oração pela Paz, pedindo a intercessão de Nossa Senhora "nestes tempos dilacerados pelos conflitos e devastados pelas armas".

https://youtu.be/CkQXBiYAntg

Andressa Collet - Vatican News

O Papa Francisco presidiu a Oração pela Paz na Basílica de São Pedro ao final da tarde desta sexta-feira (27), encerrando o dia de jejum, oração e penitência que viu a participação de várias denominações cristãs e pessoas pertencentes a outras religiões. O Pontífice foi quem guiou o Santo Rosário e a Adoração Eucarística para implorar a paz no mundo.

Na conclusão do encontro na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco rezou a Oração pela Paz, invocando Nossa Senhora que "tem sofrido conosco e por nós", ao ver muitos dos seus "filhos provados pelos conflitos, angustiados com as guerras que dilaceram o mundo". Nesta que o Pontífice descreveu como uma "hora escura" em que o mundo vive, buscou o exemplo de Maria que sempre confiou em Deus diante das inquietações, dos temores e provações: "confiastes em Deus, e à apreensão respondestes com a solicitude, ao pavor com o amor, à angústia com o oferecimento". E Francisco continuou:

“Agora, Mãe, tomai a iniciativa por nós, novamente nestes tempos dilacerados pelos conflitos e devastados pelas armas. Voltai o vosso olhar de misericórdia para a família humana, que perdeu a senda da paz, preferiu Caim a Abel e, tendo esquecido o sentido da fraternidade, não reencontra a atmosfera de casa. Intercedei pelo nosso mundo em perigo e tumulto. Ensinai-nos a acolher e cuidar da vida – de toda a vida humana! – e a repudiar a loucura da guerra, que semeia morte e apaga o futuro.”

Mesmo que estejamos "ocupados com as nossas necessidades e distraídos com tantos interesses mundanos", não se canse de nós, insistiu o Papa a Maria, porque "sozinhos, não conseguimos": "tomai-nos pela mão, conduzi-nos à conversão, fazei-nos colocar Deus em primeiro lugar. Ajudai-nos a guardar a unidade na Igreja, e a ser artesãos de comunhão no mundo".

Na Oração pela Paz, Francisco ainda implorou "misericórdia" a quem "está preso no ódio, convertei quem alimenta e excita conflitos. Enxugai as lágrimas das crianças, assisti os idosos que estão sozinhos, amparai os feridos e os doentes, protegei quem teve de deixar a sua terra e os afetos mais queridos, consolai os desanimados, despertai a esperança".

O Papa, ao concluir a Oração, pediu a intercessão de Nossa Senhora para "inspirar caminhos de paz aos responsáveis das nações", para "reconciliar os filhos, seduzidos pelo mal, cegados pelo poder e pelo ódio". Enfim, Francisco pediu "compaixão de todos", ensinando-nos "a cuidar dos outros".

Um momento da Oração pela Paz (Vatican Media)

A Oração pela Paz do Papa Francisco

"Maria, pousai o vosso olhar sobre nós; eis-nos aqui na vossa presença! Vós sois Mãe, conheceis as nossas canseiras e as nossas misérias. Vós, Rainha da Paz, sofreis conosco e por nós, ao ver muitos dos vossos filhos provados pelos conflitos, angustiados com as guerras que dilaceram o mundo.

Nesta hora escura, colocamo-nos sob os vossos olhos luminosos e confiamo-nos ao vosso coração, sensível aos nossos problemas. Ele não esteve imune de inquietações e temores. Quanta apreensão ao ver que não havia lugar para Jesus na hospedaria! Quanto medo naquela fuga precipitada para o Egito, pois Herodes queria matá-Lo! Quanta angústia, quando O perdestes no templo! Mas, nas provações, fostes corajosa e audaz: confiastes em Deus, e à apreensão respondestes com a solicitude, ao pavor com o amor, à angústia com o oferecimento. Em vez de Vos alhear, nos momentos decisivos, tomastes a iniciativa: fostes apressadamente ter com Isabel, nas bodas de Caná obtivestes de Jesus o primeiro milagre, no Cenáculo mantivestes unidos os discípulos. E, quando no Calvário uma espada Vos trespassou a alma, Vós, mulher humilde e forte, tecestes de esperança pascal a noite do sofrimento.

Agora, Mãe, tomai a iniciativa por nós, novamente nestes tempos dilacerados pelos conflitos e devastados pelas armas. Voltai o vosso olhar de misericórdia para a família humana, que perdeu a senda da paz, preferiu Caim a Abel e, tendo esquecido o sentido da fraternidade, não reencontra a atmosfera de casa. Intercedei pelo nosso mundo em perigo e tumulto. Ensinai-nos a acolher e cuidar da vida – de toda a vida humana! – e a repudiar a loucura da guerra, que semeia morte e apaga o futuro.

Maria, já muitas vezes viestes até nós pedindo oração e penitência. Mas nós, ocupados com as nossas necessidades e distraídos com tantos interesses mundanos, temos permanecido surdos aos vossos convites. Contudo Vós, que nos amais, não Vos canseis de nós. Tomai-nos pela mão, conduzi-nos à conversão, fazei-nos colocar Deus em primeiro lugar. Ajudai-nos a guardar a unidade na Igreja, e a ser artesãos de comunhão no mundo. Recordai-nos a importância da nossa função, fazei-nos sentir responsáveis pela paz, chamados a rezar e adorar, a interceder e reparar por todo o género humano.

Sozinhos, não conseguimos; sem o vosso Filho, nada podemos fazer. Mas Vós levai-nos a Jesus, que é a nossa paz. Por isso, Mãe de Deus e nossa, vimos a Vós, buscamos refúgio no vosso Coração Imaculado. Imploramos misericórdia, Mãe da misericórdia; paz, Rainha da paz! Movei o íntimo de quem está preso no ódio, convertei quem alimenta e excita conflitos. Enxugai as lágrimas das crianças, assisti os idosos que estão sozinhos, amparai os feridos e os doentes, protegei quem teve de deixar a sua terra e os afetos mais queridos, consolai os desanimados, despertai a esperança.

A Vós confiamos e consagramos, para sempre, as nossas vidas, todas as fibras do nosso ser, aquilo que temos e somos. A Vós consagramos a Igreja para que, dando ao mundo testemunho do amor de Jesus, seja sinal de concórdia e instrumento de paz. Consagramos-vos o nosso mundo, especialmente os países e as regiões em guerra.

Vós, aurora da salvação, abri frestas de luz na noite dos conflitos. Vós, morada do Espírito Santo, inspirai caminhos de paz aos responsáveis das nações. Vós, Senhora de todos os povos, reconciliai os vossos filhos, seduzidos pelo mal, cegados pelo poder e pelo ódio. Vós, que estais próxima de cada um, encurtai as nossas distâncias. Vós, que tendes compaixão de todos, ensinai-nos a cuidar dos outros. Vós, que revelais a ternura do Senhor, tornai-nos testemunhas da sua consolação. Vós, Rainha da Paz, derramai nos corações a harmonia de Deus. Amém."

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

"Espírito de Assis" inspira iniciativas de paz. Dia 27, conexão com Praça São Pedro

Vista da Basílica de São Francisco em Assis (Vatican Media)

37 anos depois do encontro convocado por São João Paulo II, a cidade de "Poverello" mais uma vez se mobiliza pela paz. Em 27 de outubro, terá lugar a oração inter-religiosa liderada por mulheres de diferentes religiões, seguida pela conexão com a Praça de São Pedro onde será realizado um momento de oração pela paz na presença do Papa Francisco.

“Decidi convocar um dia de jejum e oração na sexta-feira, 27 de outubro, um dia de penitência para o qual convido os irmãos e irmãs das várias denominações cristãs, aqueles que pertencem a outras religiões e todos os que prezam a causa da paz no mundo, a participarem como acharem adequado. (Papa Francisco)”

O dia 27 de outubro marca o 37º aniversário do “Espírito de Assis” ,que recorda o histórico encontro inter-religioso de oração pela paz em 1986, desejado por São João Paulo II, e que reuniu lideranças de diversas religiões. Um aniversário que coincide com o dia de oração e de jejum, aberto também a representantes de outras confissões cristãs e de outras religiões, convocado pelo Papa Francisco na Audiência Geral da última quarta-feira.

Espiritualidade e oração para manter viva a fraternidade

“Num clima dramático de ódio, inimizade e violência – sublinha padre Tonio Dell'Olio, presidente da Comissão Espírito de Assis – somente o tênue fio da espiritualidade e da oração pode manter viva a fraternidade. Por isso permanecemos ainda mais fiéis ao espírito de Assis, cujo processo começou há 37 anos. A nós, a incumbência de continuar em plena sintonia com o Papa Francisco e com os líderes religiosos de todas as partes do mundo”.

Conscientização dos pequenos

A programação deste ano é caracterizada por vários momentos a partir de quinta-feira, 26 de outubro, às 10h, horário local, no Santuário da Despojamento em Assis, onde terá lugar um encontro de aprofundamento para as escolas, com o objetivo de apresentar aos jovens o Espírito de Assis e o que ali aconteceu há 37 anos.

Conexão com a Praça São Pedro

Na tarde do dia 27 de outubro, às 16h30, encontro na Porciúncula, dentro da Igreja Santa Maria dos Anjos, com a oração inter-religiosa pela paz com representantes de diferentes religiões, seguida pela conexão com a Praça São Pedro para o momento de oração pela paz com o Santo Padre.

No sábado, 28 de outubro, a partir das 16h30, na Sala de Conciliação do Município de Assis, será realizado o seminário intitulado: “As religiões podem parar a guerra?”, na qual participarão o bispo de Assis-Nocera Umbra-Gualdo Tadino e Foligno, dom Domenico Sorrentino, a prefeita de Assis, Stefania Proietti, padre Tonio Dell'Olio, Piero Damosso, jornalista Tg1 e autor do livro "A Igreja pode parar a guerra?”, o franciscano padre Enzo Fortunato e Rita Moussalem, responsáveis ​​pelo diálogo inter-religioso do Movimento dos Focolares.

Marco Impagliazzo, presidente da Comunidade de Sant'Egidio, estará conectado e será transmitido o testemunho de Victor Fadlun, presidente da Comunidade Judaica de Roma.

No domingo, 29 de outubro, às 12h, na Basílica Superior de São Francisco, terá lugar a Celebração Eucarística presidida por dom Sorrentino.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Qual a importância da apologética?

A importância da apologética (Editora Cléofas)

Qual a importância da apologética?

 POR PROF. FELIPE AQUINO

A apologética sempre foi importante em todos os tempos, e hoje também, especialmente pelo surgimento de inúmeras seitas e religiões que arrastam muitas pessoas.

Apologética é uma palavra que vem do grego, significa “defesa verbal”; é a defesa teológica de uma certa religião, no sentido de demonstrar a verdade da própria doutrina, defendendo-a de teses contrárias. Normalmente quando se fala de apologética, trata-se da defesa fundamentada da religião cristã. Ela está para a Teologia como a Filosofia está para as Ciências Humanas. Procura mostrar que a fé católica pode ser aceita e vivida pelos argumentos da razão. Esta parte da apologética recebeu o nome de escolástica e foi muito desenvolvida na Idade Média alta.

A apologética desenvolveu-se, sobretudo no Cristianismo. Ela faz uso dos conceitos teológicos, usando também os conhecimentos das línguas antigas, da moral, da história, e também das descobertas da arqueologia, paleontologia e das ciências modernas.

A apologética cristã não é um conjunto de regras fixas e impessoais, mas a explanação das verdades da fé, reveladas por Deus sob a direção do Espírito Santo.

Podemos dizer que São Paulo foi um dos primeiros apologetas da Igreja ao defender o cristianismo; inicialmente diante dos judeus que o perseguiam em suas viagens apostólica pela região da Turquia de hoje. Mas também São Paulo foi um grande defensor da fé cristã junto aos pagãos, não judeus, nessas mesmas viagens, especialmente em Atenas e Corinto na Grécia, na Macedônia e em Roma. A teologia católica é baseada fundamentalmente nos quatro Evangelhos e nas 13 Cartas de São Paulo, além das outras Cartas do Novo Testamento, usando também o Antigo Testamento.

Diante das perseguições dos imperadores romanos, durante 250 anos, desde Nero (ano 64), até Diocleciano (306), os primeiros papas da Igreja e os primeiros escritores cristãos, escreviam livros em defesa da fé católica. Eram as “apologéticas” que os mártires como Santo Inácio de Antioquia (†107), São Justino (†156), São Policarpo de Esmirna (†155), Santo Irineu de Lião (†200), além de outros como Aristides de Atenas (†130), Tertuliano (†220), escreviam para os imperadores romanos. Eusébio de Cesareia (†340), Santo Atanásio (†373), Santo Hilário de Poitiers (†367), São Basílio Magno (†369) e muitos outros Padres da Igreja, da era chamada Patrística, defenderam a fé cristã.

Nos séculos seguintes foram grande apologetas os doutores: Santo Agostino (†430), São Jerônimo (†420), São João Crisóstomo (†407), São João Cassiano (†407), São Leão Magno (†460), São Pedro Crisólogo (†450) e outros.

Os Padres da Igreja, os gigantes da fé católica, que defenderam a Igreja contra as inúmeras heresias dos primeiro séculos, desenvolveram profundamente a apologética na defesa sistematizada da fé cristã, sua origem, credibilidade, autenticidade e superioridade em relação às demais religiões e cosmovisões.

Na Patrística, chamam-se apologetas alguns Padres da Igreja que, sobretudo nos séculos II-V se dedicaram a escrever apologias ao Cristianismo, usando inclusive a filosofia grega de Platão, Aristóteles e outros filósofos gregos, que se mostraram compatíveis com a revelação cristã. Enfrentavam com coragem e lucidez os filósofos romanos e gregos, pagãos, como o romano Celso, que criticava severamente o Cristianismo.

O apologeta cristão defende também a moral de Cristo, e argumenta que, sem valores absolutos, não há razão para lutar por melhorias na sociedade, ou para condenar os atos de barbaridade. Mas somente a lei de Deus é perene e não pode ser mudada ao saber das épocas, das ideologias e dos interesses das pessoas. E essa constância mostra a sua divindade. Somente Aquele que é perfeito pode nos dar uma lei perfeita.

Sem dúvida foi pelo trabalho incansável e corajoso desses apologetas, que o império romano se tornou cristão a partir do ano 385 com o imperador Teodósio, o Grande. Algumas imperatrizes gostavam de ouvir esses grandes apologetas. Santa Helena, mãe do imperador Constantino, se tornou cristã, e seu filho também em 313, proibindo a partir daí a perseguição aos cristãos. O cristianismo entrou nos palácios dos imperadores por meio desses apologetas.

O objetivo dos escritos aos imperadores romanos, era de convencê-los do direito de existência legal dos cristãos dentro do Império Romano, o que era proibido. Os textos apologéticos desses grandes Padres da Igreja foram a base para o entendimento dos dogmas teológicos e dos conceitos fundamentais usados em teologia. Dessas apologias surgiu, por exemplo, o Credo Niceno-constantinopolitano, fruto dos Concílios universais de Nicéia (325) e de Constantinopla I (381), que confirmaram a divindade de Cristo e do Espírito Santo, tendo em vista as heresias de Ário e de Nestório. E muitas heresias foram debeladas nos Concílios universais de Constantinopla, Calcedônia, Éfeso, etc.

Esses Padres mostravam, usando a filosofia, que o cristianismo é a religião mais coerente com o raciocínio correto. Analisa e explica a existência de Deus, o sentido da vida, a origem do universo, das coisas e da vida humana, o sentido do sofrimento, a dignidade de pessoa, inclusive do escravo e da criança não nascida, mostrando que a doutrina bíblica é um sistema coerente. Mostra que tudo o que começa a existir deve ter uma causa. O Universo começou a existir. Logo, o Universo tem uma causa e um Criador.

Em todas as épocas podemos dizer que a Igreja teve grandes apologetas, porque sempre surgiram heresias e religiões combatendo a fé católica. Então, vamos encontrar na idade média os grandes defensores da fé católica, os grandes doutores da Igreja, como São Tomás de Aquino, Santo Anselmo, São Bernardo, São Domingos de Gusmão, Santo Alberto Magno, São Boaventura, etc.

No início da Idade Moderna (século 15), vamos encontrar os grande doutores da Igreja, defensores da fé católica contra os erros da Reforma protestante e outros erros: São Francisco de Sales, São Carlos Borromeu, São Pedro Canísio, Santa Teresa de Ávila, São João da Cruz, São João de Ávila, etc.

A apologética sempre foi importante em todos os tempos, e hoje também, especialmente pelo surgimento de inúmeras seitas e religiões que arrastam muitas pessoas que não chegam a pedir as “credenciais” dos seus fundadores e das suas doutrinas. A maioria delas conquistam seus adeptos por métodos sentimentalistas e assistências, sem fundamentação teológica convincente.

Não é objetivo e nem método da apologética atacar as outras religiões não católica, e nem mesmo discriminar as pessoas em crenças diversas, mas apenas apresentar os fortes argumentos da Revelação divina e da razão, em defesa da fé católica. Trata-se de convencer pela argumentação e não pela imposição de uma fé.

Prof. Felipe Aquino

Fonte: https://cleofas.com.br/

A distração, um defeito ou uma qualidade?

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Por Jeanne Larghero - publicado em 26/10/23

"Há distrações boas e distrações ruins", explica a filósofa Jeanne Larghero. Saber como se distrair, ou saber como aceitar suas distrações, pode ser um sinal de uma vida interior saudável.

A distração, para a pessoa que perde suas chaves, óculos, tíquetes de estacionamento e qualquer outra coisa que possa ter pego em algum momento do dia… A distração, para a pessoa que se esquece de uma reunião, chega para um compromisso no dia anterior ou no dia seguinte, descobre que todos estão esperando por ela e parece que acabou de voltar da lua… É irritante! Mas não vamos nos apressar em descartar o filho, amigo, companheiro ou marido distraído.

É claro que todos nós conhecemos o destino que Blaise Pascal reserva para o entretenimento: a incapacidade de habitar nas profundezas da alma, o que nos joga perpetuamente para fora de nós mesmos. “Toda a infelicidade do mundo vem de uma única coisa, que é não saber como ficar a sós e quieto em um quarto”, ele escreve em seus Pensamentos (nº 4/7). Inventamos distrações para evitar pensar e enfrentar o mundo da alma.

Portanto, há algo na distração que deploramos em nós mesmos, ou que nos incomoda nos outros, que tem a ver com essa tendência a viver na superfície de nós mesmos: o que é ouvido com um ouvido sai pelo outro, nada fica gravado, nada toca a memória ou penetra no coração, porque cada novo assunto de interesse expulsa o anterior sem nunca despertar uma atenção real. Aceitemos, portanto, a crítica de Pascal, que nos convida a reconhecer que, se nossa distração dói, é por causa da superficialidade que ela manifesta.

Deus ama, conhece e procura visitar tudo o que somos; ele não é indiferente às nossas preocupações domésticas ou financeiras; ele teve uma mãe que também tinha refeições para preparar!

No entanto, Platão conta uma famosa anedota sobre o estudioso Tales que, imerso em seus pensamentos profundos e na contemplação das estrelas, não olhou para onde estava pisando e acabou no fundo de um poço (Theaetetus, 172c-177b). Nossas distrações não são todas inconsequentes: elas revelam uma vida interior rica e presente que muitas vezes compete com a vida cotidiana. Nosso esquecimento, nossa falta de jeito e nossos erros expressam a tensão que existe em cada um de nós entre o chamado da vida interior e as necessidades urgentes do momento presente. A pessoa distraída também é aquele amigo precioso que repassa tudo o que está em seu coração.

Dê a si mesmo o direito de descansar

É por isso que não combatemos nossa propensão a perder as chaves ou esquecer o código do prédio simplesmente fazendo listas de tarefas. Nós a acalmamos permitindo que nossa vida interior ocupe seu lugar de direito, sabendo como “descansar em um quarto”. Nós o acalmamos ao criar uma passagem entre a superfície e a profundidade. E quando rezamos, se nossos pensamentos parasitas voltarem, se o cardápio de domingo ou a data do terço provisório se interpuserem entre nós e os mistérios do rosário, aproveitemos a oportunidade para dar-lhes um lugar próprio: Deus ama, conhece e procura visitar tudo o que somos, ele não é indiferente às nossas preocupações domésticas ou financeiras, ele teve uma mãe que também tinha refeições para preparar!

Aceitemos que Ele venha morar em nossas preocupações também: não as afastemos como distrações, mas aproveitemos a oportunidade para apresentá-las a Ele com sinceridade. E provavelmente elas deixarão de ressurgir como oportunidades perdidas, e todos aqueles que estão atrás de nossas chaves nos agradecerão no processo.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Sete formas de se unir ao papa no Dia de Oração e Jejum pela Paz na Terra Santa

Papa Francisco (Vatican Media)

O papa Francisco convocou para hoje (27) um Dia de Oração, Jejum e Penitência para pedir pela paz na Terra Santa e em todos os cantos do mundo.

No final da Audiência Geral de quarta-feira (25), o papa Francisco pediu mais uma vez a libertação dos reféns israelenses em Gaza e a entrada de ajuda humanitária aos palestinos.

Após o ataque surpresa do Hamas em 7 de outubro, Israel iniciou uma contraofensiva na Faixa de Gaza. Os bombardeios aéreos e o bloqueio imposto pelo governo israelense colocam em risco a população, que também sofre com a escassez de água, medicamentos, alimentos e eletricidade.

O papa Francisco disse que hoje (27), “viveremos um dia de jejum, oração e penitência; às 18 horas, em São Pedro, reunir-nos-emos para rezar e implorar a paz no mundo”.

Abaixo, sete formas de participar:

1. Ir à missa

Sem dúvida, o melhor que se pode oferecer a Deus na oração é assistir e participar da missa, porque ali Jesus, o Príncipe da Paz, está sempre presente.

Você pode ir à sua paróquia ou à igreja de sua preferência e oferecer a eucaristia pela paz na Terra Santa, na Ucrânia e onde quer que haja guerra.

Em geral, é um bom costume seguir o mandamento da Igreja de ir à missa todos os domingos e dias santos. Se puder comparecer diariamente e estiver ao seu alcance, seria melhor ainda.

2. Hora Santa

Neste tipo de dias de oração e jejum convocados pelo papa, em muitas igrejas realiza-se uma Hora Santa de adoração eucarística depois da missa, ou em horário especial.

Lembre-se que o melhor tempo gasto é aquele que você passa diante de Jesus no Santíssimo Sacramento do Altar.

3. Rezar o terço

São João Paulo II disse que o terço era a sua oração preferida e, certamente, é uma oração que o papa Francisco sempre incentiva as pessoas a rezarem, especialmente diante das necessidades urgentes, pois a Virgem Maria intercede por todos os fiéis diante de seu Filho Jesus.

Você pode rezar o terço na igreja, em casa, com a família, na comunidade ou até mesmo caminhando. Também é possível recitá-lo enquanto estiver no transporte público ou dirigindo. Leva apenas alguns minutos e você também pode oferecê-lo por suas intenções pessoais.

4. Rezar o terço da Divina Misericórdia

O terço da Divina Misericórdia é uma oração poderosa que você pode rezar com o seu terço. Dada pelo próprio Jesus a santa Faustina Kowalska, esta oração dura apenas alguns minutos.

Muitos o rezam às 15h, chamada “hora da Misericórdia”, porque nesse horário é lembrada a morte de Cristo na Sexta-Feira Santa.

5. Jejum e abstinência

O jejum é a privação voluntária de alimentos por um período de tempo determinado, enquanto a abstinência consiste em não consumir determinado alimento. Isso também pode ser oferecido.

Para jejuar, sugere-se fazer uma refeição completa durante o dia e algo mais leve duas vezes. Você também pode se abster de um determinado alimento, da música que você gosta para momentos de entretenimento, ou renunciar a algo lícito para oferecer aquela pequena penitência pela paz.

6. Ler a Bíblia

Ler a Sagrada Escritura é uma boa forma de rezar e entrar em diálogo com Deus. Você pode ler uma passagem do Evangelho ou outro trecho bíblico. Medite no que o Senhor quer lhe dizer.

Se você não tem certeza de qual parte da Bíblia escolher, um dos quatro Evangelhos e o livro dos Salmos são sempre uma boa opção, ou os Atos dos Apóstolos para saber como eram as primeiras comunidades cristãs.

7. Dar esmolas

Se você estiver em condições de ajudar materialmente aqueles que sofrem na Terra Santa ou em outro lugar por causa da guerra, você pode enviar sua doação para a Ajuda à Igreja que Sofre e/ou Caritas Internacional.

Se isso não for possível, ofereça esmola na sua paróquia ou dê-a a um pobre, incentivando-o também a rezar pela paz no mundo. Em geral, qualquer obra de misericórdia, tanto material como espiritual, será agradável aos olhos de Deus.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Apelos do Papa, voz de paz em um mundo devastado pela guerra

"A guerra é sempre uma derrota para a humanidade" Papa Francisco (Vatican Media)

No dia em que Francisco nos convida a dedicar ao clamor pela reconciliação no Oriente Médio, lembremos as circunstâncias em que o Sucessor de Pedro mobilizou espiritualmente católicos e não católicos para pedir o dom da fraternidade. Da Síria ao Sudão do Sul e ao Congo, do Líbano ao Afeganistão, o apelo do Pontífice é para dizer não à violência, "uma derrota para a humanidade".

Antonella Palermo - Cidade do Vaticano

A busca pela paz como um "incômodo" que não deixa o coração descansar. Foi isso que, nos dez anos de seu pontificado, o Papa Francisco se empenhou em fazer, sem perder uma oportunidade, convidando várias vezes, tanto cristãos como não cristãos, a viver dias de jejum e de oração justamente para invocar esse dom tão precioso.

Jejum e oração: um binômio no qual um alimenta o outro, reciprocamente, criando um espaço de descontinuidade dos ritmos cotidianos e uma postura aberta à acolhida. Experimentar uma condição de fraqueza é uma forma de desarmamento, uma consciência do sofrimento alheio que estimula a empatia e a fraternidade, um sentimento de privação que afasta o egocentrismo e convida a se sentir vinculado, e não em conflito, com o outro.

7 de setembro de 2013: paz na Síria, acabem com o barulho das armas

Era 2012, a guerra civil na Síria estava se intensificando: 75% dos rebeldes contra o regime no poder tinham um componente salafista extremista, e o conflito estava se tornando regional. Em 7 de setembro, o Papa Francisco convocou o que hoje lembramos como o primeiro Dia de Oração e Jejum pela paz "na amada nação da Síria, no Oriente Médio, no mundo inteiro!". Na vigília no sagrado da Praça São Pedro, milhares de pessoas se reuniram para direcionar seu olhar interior para essa mesma região que ainda hoje sofre as consequências da destruição, da dor e da morte. "O mundo de Deus é um mundo em que cada um se sente responsável pelo outro, pelo bem do outro", lembrou o Papa. "Quando a harmonia é quebrada, acontece uma metamorfose: o irmão a ser protegido e amado se torna o adversário a ser combatido, a ser suprimido." Em seguida, a denúncia ao fato de que "aperfeiçoamos nossas armas, nossa consciência adormeceu, tornamos mais sutis nossas razões para nos justificar". E o grito: "A violência e a guerra só trazem morte, falam de morte! [...] a guerra é sempre uma derrota para a humanidade".

23 de fevereiro de 2018: Sudão do Sul e República Democrática do Congo, não à violência

Era a primeira sexta-feira da Quaresma. O Papa e a Cúria Romana estavam concluindo os exercícios espirituais no que havia sido pensado como um dia especial de jejum e oração pelos povos sul-sudanês e congolês. A preocupação do Pontífice por esses dois países, onde apenas cinco anos depois seria realizada a tão desejada viagem apostólica, ainda se expressava no convite a semear a paz nos lugares onde a guerra civil e a instabilidade política, ao contrário, semeiam morte, insegurança e terror. Já em 23 de novembro de 2017, o sucessor de Pedro participou, na Basílica Vaticana, da iniciativa de oração por essas nações, pedindo também aos não católicos e não cristãos que encontrassem formas adequadas para "dizer concretamente 'não' à violência". "Porque", advertiu o Papa, "as vitórias obtidas por meio da violência são falsas vitórias; enquanto trabalhar pela paz é bom para todos!". Seus pensamentos naquela ocasião se dirigiram especialmente às mulheres que são vítimas de violência em zonas de guerra, às "crianças que sofrem por causa de conflitos aos quais são alheias, mas que lhes roubam a infância e, às vezes, até a vida". O apelo era para que fossem eliminadas todas as formas de hipocrisia, mantendo o silêncio ou negando os massacres de mulheres e crianças. "Aqui", denunciou o Papa, "a guerra mostra sua face mais horrível". E então o apelo aos governantes para que fossem permeados por um espírito nobre, íntegro, firme e corajoso na busca pela paz, "por meio do diálogo e da negociação".

4 de setembro de 2020: reconstruir o Líbano, para o bem comum

Um mês após a tragédia que atingiu o Líbano, com a explosão no porto da cidade de Beirute, durante a Audiência Geral de 2 de setembro de 2020, o Papa Francisco convocou um dia universal de jejum e oração a ser dedicado em solidariedade, em 4 de setembro, ao País dos Cedros. Porque, como repetiu São João Paulo II em 1989, "o Líbano não pode ser abandonado em sua solidão". Nesse caso, embora não houvesse nenhum conflito em andamento, a estabilidade política, econômica e social do país estava em risco. Considerando que a tolerância, o respeito, a coexistência e o pluralismo moldaram a sociedade libanesa, tornando-a única na região, "para o bem do país", disse Francisco, "mas também do mundo, não podemos permitir que esse patrimônio se disperse". O encorajamento foi para continuar a ter esperança e encontrar a força necessária para recomeçar. O pedido aos políticos e líderes religiosos foi para que "se engajem com sinceridade e transparência no trabalho de reconstrução, deixando de lado os interesses partidários e olhando para o bem comum e o futuro da nação". Para a comunidade internacional, a exortação do Pontífice para apoiar o país e ajudá-lo a sair da grave crise. No dia 4 de setembro, seria o cardeal Parolin quem representaria o Papa no país do Oriente Médio e levaria sua mensagem para que o Líbano "realize sua vocação de fraternidade".

29 de agosto de 2021: apelo pelo povo afegão "tão provado"  

"Intensificar a oração e praticar o jejum, a oração e o jejum, a oração e a penitência, este é o momento de fazê-lo": assim disse o Papa Francisco no Angelus do último domingo de agosto, há dois anos, no auge da crise no Afeganistão. Para o país asiático, que estava passando por semanas terríveis com o retorno violento do Talibã ao poder, o pontífice recomendou que se pedisse misericórdia e perdão ao Senhor. "Estou falando sério", especificou na ocasião, convencido de que a oração e o jejum são eficazes se observados com sinceridade de fé, e que portanto devem ser levados a sério. Portanto, não foi anunciada nenhuma data específica para se reunir dessa maneira, mas o povo de Deus foi mobilizado para não mostrar indiferença a uma população "tão provada". E também neste caso, a preocupação do Papa foi, acima de tudo, com as mulheres e as crianças, a quem pediu que não se esgotasse o envio de sua ajuda e de sua acolhida. A Comunidade de Santo Egídio, acolhendo com particular solicitude o convite de Bergoglio, reuniu-se no dia 15 de setembro em Roma, no coração do Trastevere, segundo as intenções do Pontífice, na certeza de que o jejum e a oração não são experiências anacrônicas ou espiritualistas.

2 de março de 2022: paz na Ucrânia, Deus nos quer irmãos, não inimigos

"Que a Rainha da Paz preserve o mundo da loucura da guerra": as palavras de Francisco na Audiência Geral de 23 de fevereiro do ano passado, quando o cenário na Ucrânia parecia estar comprometido. O anúncio do Papa foi o de viver a Quarta-feira de Cinzas, 2 de março, fazendo oração e jejum pela paz no país. Palavras tragicamente proféticas: no dia seguinte ao apelo, o exército russo invadiu a nação ucraniana. Que aqueles com responsabilidade política façam um sério exame de consciência diante de Deus, disse o sucessor de Pedro, que "é o Deus da paz e não da guerra, o Pai de todos, não apenas de alguns, que quer que sejamos irmãos e não inimigos. Rezo a todas as partes envolvidas", continuou o Pontífice, "para que se abstenham de qualquer ação que cause ainda mais sofrimento às populações, desestabilizando a convivência entre as nações e desacreditando o direito internacional". Muitos outros, dezenas e dezenas de apelos de cortar o coração, viriam a seguir. E o povo de Deus não se cansa de vigiar e implorar, ainda, por misericórdia, conversão e reconciliação.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

S. FRUMÊNCIO, BISPO, APÓSTOLO DA ETIÓPIA

São Frumêncio (YouTube)

27 outubro

Natural de Tiro, no Líbano, após várias vicissitudes, Frumêncio tornou-se Bispo de Axum, na Etiópia, cidade onde foi escravo por muitos anos da sua vida. A sua obra de evangelização, da qual partiram, depois, as missões para toda a África, foi tão incisiva, a ponto de receber o apelido de “Apóstolo da Etiópia”. A sua história foi narrada por Rufino de Aquileia.

Escravo na Etiópia, na corte do rei

O filósofo Mérope, atraído pelas suas viagens às Índias, cada vez mais frequentes, decidiu partir de Tiro, levando consigo seus sobrinhos: Frumêncio e Edésio. Na volta, o navio atracou em Abdulis, um porto no Mar Vermelho, onde foram atacados pelos etíopes. Nenhum membro da tripulação escapou do massacre, exceto os dois irmãos, que foram poupados porque eram muito jovens. Transportados para a corte do rei da Etiópia, em Axum, foram tratados com muito carinho, tanto que Edésio foi nomeado copeiro e Frumêncio administrador dos bens do reino.

Liberdade e retorno

Um pouco antes da sua morte, o rei da Etiópia decidiu conceder a liberdade aos dois jovens, mas a rainha quis continuar a mantê-los na corte, pedindo para administrarem o reino, até a herdeira, a pequena Ezana, atingir a maioridade. Quando isso aconteceu, finalmente, Edésio regressou ao Líbano, onde pode abraçar de novo a sua família; por outro lado, Frumêncio parou em Alexandria, no Egito, onde foi hospedado por Santo Atanásio. A este grande Bispo, ele contou a sua experiência na Etiópia, onde o rei lhe havia dado livre arbítrio para construir igrejas e encaminhar a população à religião cristã.

"Abuna Salama Kesetie Berhan"

Assim, após convocar um Concílio de Bispos, Santo Atanásio consagrou Frumêncio como primeiro Bispo de Axum, cidade da Etiópia considerada um trampolim para a evangelização do novo continente. Quando voltou, a população deu-lhe as melhores boas-vindas, denominando-o “Abuna Salama Kesetie Berhan”: “pai pacífico transmissor de luz”. Ali, o Bispo missionário fez grandes realizações: traduziu a Bíblia e a Liturgia alexandrina, para a língua local, enriquecendo-a com cantos e ritos populares cristãos.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

O clericalismo é uma praga, afirma Papa Francisco em audiência

O Papa Francisco afirma: o clericarismo é uma praga (Canção Nova)

“Chegou a hora de pastores e leigos caminharem juntos em cada âmbito da vida da Igreja, em todas as partes do mundo”, disse o Papa em audiência no Vaticano na manhã deste sábado, 18 de fevereiro de 2023.

Da redação, com Vatican News

Os leigos não são “hóspedes” na Igreja, mas estão em sua casa: foi o que disse o Papa ao receber em audiência este sábado, 18, os participantes do Congresso dos presidentes e referentes das Comissões para o Laicato das Conferências Episcopais. O Congresso é uma iniciativa do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, com a finalidade de refletir sobre a corresponsabilidade de pastores e fiéis a caminharem juntos na Igreja.

Em seu discurso, o Papa se deteve sobre a dimensão “sinodal” desta caminhada, pedindo a superação de modos de agir autônomos, já que a sinodalidade encontra sua fonte e fim último na missão: “pastores e fiéis leigos juntos. Não indivíduos isolados, mas um povo que evangeliza”.

“Esta é a intuição que devemos ter sempre: a Igreja é o santo povo de Deus. Na Lumen gentium 8, 12 isto é, não é populismo nem elitismo. Não. É o santo povo fiel de Deus. E isto não se aprende teoricamente, se entende vivendo.”

O sonho de uma Igreja missionária

Francisco resgatou sua Exortação apostólica Evangelii gaudium, onde expressa o sonho de uma Igreja missionária, mas para isso a Igreja precisa ser sinodal.

“Sonho uma Igreja missionária. E me vem à mente uma figura do Apocalipse, quando Jesus diz: ‘Estou à porta e bato’. É verdade, era para entrar: ‘Se alguém me abrir, entrarei e comerei com eel’. Mas hoje o drama da Igreja é que Jesus continua a bater à porta, mas a partir de dentro, para que o deixem sair! Muitas vezes a Igreja acaba prisioneira que não deixa o Senhor sair, o tem como propriedade, e o Senhor veio para a missão e nos quer missionários.”

Papa o Pontífice, este horizonte oferece a justa chave de leitura para o tema da corresponsabilidade, da valorização dos leigos. Isto não depende de uma alguma novidade teológica nem se trata de “reivindicações de categoria, mas se baseia numa correta visão da Igreja como Povo de Deus, dos quais os leigos fazem plenamente parte com os ministros ordenados. “Eles não são donos, são os servidores”.

Francisco afirmou que é preciso recuperar uma “eclesiologia integral”, onde deve ser acentuada a unidade, não a separação. O leigo não é um “não clérigo” ou um “não religioso”, mas batizado como membro do Povo santo de Deus. No Novo Testamento, afirma o Papa, não aparece a palavra leigo, mas se fala de fiéis, discípulos, irmãos – termos aplicados a todos: leigos e ministros ordenados. Portanto, o único elemento fundamental é a pertença a Cristo. Os mártires, por exemplo, não se declaram bispo ou leigos, mas cristãos.

“Também hoje, num mundo que se seculariza sempre mais, o que realmente nos distingue como Povo de Deus é a fé em Cristo, não o estado de vida. Somos batizados cristãos, discípulos de Cristo. Todo o resto é secundário.” Sacerdote, bispo ou cardeal que seja.

Leigos não são “hóspedes” em sua própria casa

Certamente os leigos são chamados a viver sua missão em ambientes seculares, mas isso não exclui que tenham capacidades, competências para contribuir para a vida da Igreja.

Neste processo, a formação dos leigos é indispensável para viver a corresponsabilidade. Formação não só acadêmica, mas prática, pois o apostolado laical é sobretudo testemunho. “Também neste ponto gostaria de destacar que a formação deve ser orientada para a missão, não só para as teorias, porque isso acaba nas ideologias. É terrível, é uma peste: a ideologia na Igreja é uma peste.” Por sua vez, os pastores também devem ser formados, desde o seminário, a uma colaboração cotidiana e ordinária com os leigos.

Esta corresponsabilidade permitirá superar dicotomias, medos e desconfianças recíprocas.

“Chegou a hora de pastores e leigos caminharem juntos em cada âmbito da vida da Igreja, em todas as partes do mundo. Os fiéis leigos não são ‘hóspedes’ na Igreja, estão em sua casa, por isso são chamados a cuidar da própria casa.”

Francisco pediu uma maior valorização dos leigos, sobretudo das mulheres, na vida das paróquias e dioceses. E oferece exemplos de colaboração com os sacerdotes: na formação de crianças e jovens, na preparação ao matrimônio, no acompanhamento da vida familiar, na organização de iniciativas, trabalhando nos escritórios das dioceses e contribuindo inclusive na formação de seminaristas e religiosos, recordando que um leigo também pode ser diretor espiritual.

Clericalismo, uma peste na Igreja

“Poderemos dizer: leigos e pastores juntos na Igreja, leigos e pastores juntos no mundo”, concluiu o Papa, citando o livro Meditations sur l’Eglise, em que o cardeal De Lubac alerta para o clericalismo.

“O clericalismo deve ser expulso. Um sacerdote, um bispo que cai nesta atitude faz muito mal à Igreja. Mas é uma doença contagiante e pior que um padre ou bispo clerical são os leigos clericalizados: por favor, são uma peste na Igreja. Leigo é leigo.”

Francisco finalizou seu discurso recomendando que todos tenham no coração e na mente esta bela visão da Igreja: “Uma Igreja propensa à missão e onde de unificam as forças e se caminha juntos para evangelizar”.

Fonte: https://noticias.cancaonova.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF