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segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Oração: elevação da alma a Deus

Gorodenkoff | Shutterstock

Por Vanderlei de Lima - publicado em 12/03/23

Os santos, sem exceção, seguiram estes ensinamentos a respeito do sublime valor da oração:

Dentre as diversas definições de oração, uma muito precisa é a de São João Damasceno († 749), Padre da Igreja grega, citada no Catecismo da Igreja Católica n. 2259, que diz: “A oração é a elevação da alma a Deus ou o pedido a Deus dos bens convenientes”.

Todos os seres criados, cada um a seu modo, louvam a Deus ou Lhe dão glória. Os minerais, os vegetais e os animais irracionais pelo fato de serem frutos da sabedoria divina proclamam a grandeza do Criador pela simples razão de existirem. Já os seres humanos espelham a grandeza de Deus de maneira consciente e explícita (ajoelham-se, falam, cantam etc.).

Essas razões de louvores presentes, naturalmente, nos homens e mulheres em geral devem estar muito mais impregnadas nos cristãos, pois pelo Batismo nos tornamos filhos de Deus por Jesus Cristo, na Igreja, e por isso nos dirigimos, filialmente, ao Senhor como a um pai amoroso (cf. Gl 4,4-6; Rm 8,15).

Dirigimo-nos para pedir a Deus a força, que só a oração pode dar, de sermos bons cristãos. Afinal, sem Deus nada podemos fazer (cf. Jo 15,5), pois nossa força vem d’Ele (cf. 2Cor 3,5) e é n’Ele que está o nosso querer e agir, ou seja, a nossa vida (cf. Fl 2,13), uma vez que com Ele tudo podemos (cf. Fl 4,14).

Os santos, sem exceção, seguiram esses ensinamentos a respeito do sublime valor da oração. Santo Afonso Maria de Ligório (†1787), fundador da Congregação do Santíssimo Redentor, os Redentoristas, por exemplo, ensina: “Todos os santos se santificaram por meio da oração; todos os condenados se perderam por não terem rezado; se o tivessem feito, com persistência, ter-se-iam salvado”.

Toda oração deve ser feita em Cristo que vive em nós (cf. Gl 2,20) e na Igreja, Corpo Místico do mesmo Cristo prolongado na história (cf. Cl 1,24; 1Cor 12,12-21), a quem o cristão deve estar unido. Aquele que não pensa e não sente com a Mãe Igreja vai aos poucos se afastando de Deus para buscar sua salvação em cisternas furadas que não podem conter água (cf. Jr 2,13). Aqui importa notar que o fiel que se põe a rezar deve ter por meta as quatro atitudes abaixo elencadas.

1) Adoração que é o reconhecimento da absoluta soberania de Deus. Rezamos e adoramos porque Deus é Deus e merece o nosso reconhecimento, independentemente de tudo o mais. Essa adoração pode se dar por palavras, gestos (ajoelhar-se, prostrar-se por terra, erguer as mãos etc.) ou simplesmente no profundo silêncio interior.

2) Ação de graças é o agradecimento da criatura ao Criador pelos benefícios recebidos. É importante notar que não devemos agradecer somente as coisas que julgamos boas, mas, ao contrário, precisamos aprender a dar graças também pelas cruzes que nos vêm. Na vida, tudo concorre para o bem dos que amam o Senhor (cf. Rm 8,28).

3) Expiação é o pedido de perdão pelos nossos pecados e a reparação pelos pecados do mundo. Todos somos pecadores e precisamos da misericórdia do Pai. Aqui entra uma constatação importante: um(a) santo(a) não é alguém sem pecados, mas, sim, aquele(a) que se reconhece pecador(a) e sinceramente se arrepende.

4) Súplica é a apresentação das nossas necessidades espirituais e materiais ao Senhor enquanto somos peregrinos nesta terra. É lícito pedir coisas legítimas ao Senhor sempre sob a indiscutível condição de que seja feita a vontade d’Ele e não a nossa (cf. Mt 26,39), pois Deus nem sempre dá o que pedimos, mas, sim, o que nós mais precisamos naquele momento.

Como se vê as quatro formas de rezar se resumem a duas como no Pai-Nosso: primeiro, olhar para o Pai com gratidão e, segundo, voltar-se para as nossas misérias suplicando Sua poderosa ajuda.

Eis um importante meio para se santificar: a oração diária e constante.

Para aprofundamento: Catecismo da Igreja Católica n. 2558-2865.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

NAZARENO: Às margens do Jordão (Batismo) - Cap. 9

Nazareno (Vatican Media)

Cap. 9 - Às margens do Jordão (Batismo)

Para Jesus, é o momento de partir. Maria sabe disso e lhe dá um alforje com comida e água, úteis para a viagem. Ele se dirige para Betânia, às margens do Jordão, onde João, filho de Zacarias, batiza com água, convidando-os a mudar de vida e a se converterem, esperando por aquele que batizará no Espírito. João e Jesus nunca se conheceram, embora tenham sido muito próximos quando ambos estavam no ventre de suas respectivas mães. Jesus pede para ser batizado, como todo mundo. João, tremendo, derrama água sobre a cabeça descoberta do nazareno. Nesse exato momento, o sol parece girar e se aproximar deles; uma estranha luz corta o céu azul em dois e uma pequena pomba esvoaça insistentemente sobre suas cabeças enquanto uma voz do alto diz: "Este é meu Filho, o Amado...".

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2023/09/01/09/137284825_F137284825.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Francisco na COP28: ouçamos os gemidos da terra e o grito dos pobres

O cardeal Pietro Parolin na COP28 em Dubai (Vatican Media)

No terceiro dia da cúpula dos chefes de Estado sobre mudanças climáticas, o cardeal secretário de Estado Pietro Parolin subiu à tribuna da COP28 para transmitir a mensagem do Santo Padre. Uma mensagem forte, combinando a proteção da Criação com a ciência, para incentivar decisões em favor do desenvolvimento da energia renovável, apoiando a educação para estilos de vida sustentáveis e a eliminação de combustíveis fósseis

Manuel Tavares/Raimundo de Lima - Vatican News

O cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, encontra-se em Dubai, Emirados Árabes Unidos, para participar da 28ª edição da Conferência dos Estados-Partes (COP28), sobre as “Mudanças Climáticas”, promovida pela ONU, em andamento de 30 de novembro a 12 de dezembro.

Devido ao seu estado de saúde, o Santo Padre não pôde participar do evento, mas delegou o Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, para ler o seu discurso, onde explica, inicialmente, o motivo da sua ausência, mas confirma a sua presença espiritual no evento:

Infelizmente não posso acompanhar-lhes, como gostaria, mas estou com vocês, devido à urgência da hora em que vivemos, como também porque, agora mais do que nunca, o futuro de todos depende do presente que escolhermos”.

“Estou com vocês, continua Francisco, porque a devastação da criação é uma ofensa a Deus, um pecado não só pessoal, mas também estrutural, que recai sobre os seres humanos, sobretudo os mais frágeis; trata-se de um grave perigo, porque, sobre cada um de nós, incumbe o risco de desencadear um conflito entre as gerações. As mudanças climáticas são “um problema social global, intimamente ligado à dignidade da vida humana”.

“Estamos trabalhando por uma cultura de vida ou de morte?”

Por isso, o Papa pergunta: “Estamos trabalhando por uma cultura de vida ou de morte?” A esta pergunta responde com um apelo:

“Peço-lhes, com veemência, para escolher a vida, escolher o futuro! Ouçamos os gemidos da terra e o grito dos pobres; prestemos atenção às esperanças dos jovens e aos sonhos das crianças! Todos nós temos uma grande responsabilidade: garantir que não lhes seja negado o próprio futuro.”

As mudanças climáticas em curso, afirma Francisco, derivam do sobreaquecimento da terra, causado principalmente pelo aumento na atmosfera dos gases de efeito estufa, mas também pelas atividades humanas, que, nas últimas décadas, se tornaram insustentáveis para o ecossistema.

A ambição de produzir e possuir, explica o Papa, transformou-se em obsessão e ganância, sem limites, fazendo do ambiente objeto de uma exploração desenfreada. O clima enlouquecido emite um alerta para acabarmos com o delírio de omnipotência. Com humildade e coragem.

Multilateralismo é um caminho a ser percorrido juntos

Neste sentido, o Santo Padre pergunta ainda: “Qual o obstáculo que impede este percurso?” E responde: “As divisões entre nós”. Porém, temos que nos preocupar com o futuro, que deverá ser de todos senão não existirá. Tenta-se descarregar as responsabilidades ambientais sobre a multidão dos pobres ou sobre a natalidade. E o Papa replica:

“Não é culpa dos pobres, porque quase metade do mundo, a mais indigente, é responsável apenas por 10% das emissões atmosféricas poluidoras. Os pobres, indígenas, desflorestamento, fome, insegurança hídrica e alimentar, fluxos migratórios, natalidade são apenas vítimas”.

A propósito, Francisco afirma: “O progresso de tantos países não deve ser penalizado, pois já está sobrecarregado por onerosas dívidas externas. Seria justo encontrar adequados meios para perdoar tais dívidas, para além da dívida ecológica”.

Em nome da Casa Comum, onde moramos, o Pontífice se dirige aos irmãos e irmãs, presentes em Dubai, propondo um caminho para sair deste impasse: “Esta Conferência já é um caminho, mas a prática do multilateralismo também é um caminho a ser percorrido em conjunto. É preciso reconstruir a confiança, fundamento do multilateralismo, que vale para o cuidado da criação como para a paz”.

Criar um Fundo Mundial para acabar com a fome no mundo

Neste sentido, Francisco recorda: “Quantas energias a humanidade está desperdiçando em várias guerras, como a de Israel e Palestina, Ucrânia e em muitas regiões do mundo. Tais conflitos, ao invés de resolver os problemas, só pioram as coisas. Os armamentos só destroem vidas e a Casa Comum. Por isso, faz uma proposta:

“Com o dinheiro utilizado em armas e em despesas militares, constituamos um Fundo Mundial, para acabar com a fome no mundo; realizemos atividades, que promovam o desenvolvimento sustentável dos países mais pobres, diante das mudanças climáticas; ouçamos os povos, jovens e crianças, que são as bases de um novo multilateralismo.”

Aqui, o Papa adverte: “As mudanças climáticas precisam de uma mudança política e de uma conversão ecológica, pois não há mudanças duradouras sem mudanças culturais. A Igreja católica garante seu compromisso e apoio, através da educação, para sensibilizar a participação comum e promover estilos corretos de vida. Esta Conferência da ONU seja um ponto de partida e de mudança de rota, para acelerar a transição ecológica, que só será possível por meio de três aspectos: eficientes, vinculantes e monitoráveis”.

Francisco conclui seu discurso recordando que, em 2024, comemoramos 800 anos da composição do Cântico das Criaturas, por obra de São Francisco de Assis. Logo, “Sejam artífices de uma política, que dê respostas concretas e coesas. A dignidade do serviço que os senhores prestam é servir! Em nome de São Francisco, exorto-lhes: “Deixemos de lado as divisões e unamos as nossas forças! Diante das guerras e devastações ambientais, optemos por um futuro comum de paz e fraternidade”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São João Damasceno

São João Damasceno (A12)

 04 de dezembro

São João Damasceno

João nasceu no ano 675 na Síria, em Damasco, (por isso "Damasceno"). Nesta época os muçulmanos ocupavam esta região e, também, a Palestina, e eram relativamente respeitosos com a religião cristã. Seu pai era funcionário do Califa, e pelo seu prestígio chegou a ser eleito prefeito da cidade. João, educado no catolicismo, ajudou o pai e teve a oportunidade de um ótimo futuro, tanto social como economicamente. Renunciou, porém, a tudo, distribuiu seus bens aos pobres e aos 25 anos fez-se monge no convento de São Sabas, próximo a Jerusalém.

Desde então, dedicou-se à vida no claustro, ao silêncio, aos estudos e à atividade literária. Quase nunca saiu do mosteiro. Sua humildade e caridade levaram a que fosse venerado como santo ainda em vida.

Porém a importância de João foi ainda além. Seus escritos recapitulam cinco séculos de história da Igreja e antecipa novas diretrizes que se desenvolveriam na idade Média. A sua obra mais conhecida, “A Fonte da Ciência”, tenta uma exposição sistemática do dogma católico, incluindo noções filosóficas e um desenvolvimento histórico, originais. Por isso ele foi comparado, no Oriente, a São Tomás de Aquino, o maior teólogo católico do Ocidente.

Os escritos de João incluem quase todos os setores da doutrina cristã, como teologia dogmática, apologética, ascética etc. De particular importância são a sua defesa sobre a Imaculada Conceição de Nossa Senhora, a Sua maternidade divina, Sua virgindade perpétua e a Sua Assunção ao Céu em corpo e alma, ou seja, temas que somente séculos depois teriam definição mais clara para a Igreja.

Diz-se que um se seus livros, defendendo o culto das imagens contra os iconoclastas (“Orações sobre as Imagens Sagradas”), teria levado à sua prisão e decepamento da mão direita, para que não pudesse escrever mais; nesta mesma noite, Nossa Senhora lhe teria aparecido e curado milagrosamente. Porém não é certo se tal versão é fato verdadeiro.

 Faleceu no mosteiro de São Sabas, a quatro de dezembro de 749, e foi proclamado em 1890 Doutor da Igreja.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Nunca será suficientemente exaltada a escolha, ao longo da vida, do tempo destinado à oração e meditação. Naturalmente que a vocação de São João Damasceno é algo específico, mas todo católico deve ter momentos diários de intimidade profunda com Deus. Só assim chegaremos a receber, na quietude e silêncio da alma, o conhecimento que Deus quer nos dar a cada um, e – como consequência natural e obrigatória – o amor à Nossa Senhora, indispensável para uma fé esclarecida e fundamentada.

Oração:

São João Damasceno, que escolhestes “o opróbrio de Cristo às riquezas da Arábia, e uma vida de maus tratos às delícias do pecado” (in: Atas do VII Concílio Ecumênico), intercedei a Deus para que nós, neste mundo muitas vezes hostil a Ele, tenhamos a coragem e a perseverança de jamais abandonar a verdadeira Fé, defendê-la e praticá-la, sempre unidos fortemente a Maria, de modo que a humildade e caridade das nossas vidas se tornem caminho de salvação para nós e para o próximo. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

domingo, 3 de dezembro de 2023

1º Domingo do Advento (B)

Advento (catequisar)

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
 

“Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos para que sejamos salvos” (Sl 79/80) 

Iniciamos o novo ano litúrgico celebrando neste domingo o primeiro do tempo do Advento. Como dissemos, com a celebração de hoje inicia-se um novo ano litúrgico para a Igreja, diferentemente do ano cível, o ano da Igreja termina na última semana do Tempo Comum e o novo ano inicia-se nas primeiras vésperas do primeiro Domingo do Advento.  

O tempo do Advento visa a preparação para o Natal do Senhor (mistério da encarnação), e é um tempo de expectativa e preparação, por isso ao longo do tempo do advento não se canta o hino do Glória que volta na grande noite de Natal. A cor litúrgica usada ao longo desse tempo é o roxo, indicando um tempo de esperança, conversão penitência, reflexão e espera pela chegada do Senhor. A Igreja recomenda que todos os fiéis realizem a confissão sacramental ao menos duas vezes ao ano, uma em preparação à Páscoa e outra em preparação ao Natal do Senhor. Por isso, aproveitemos esse tempo para nos reconciliar com o Senhor e com o nosso próximo. Teremos em todas as paróquias os mutirões de confissões para proporcionar essa possibilidade a todas as pessoas. 

Ao longo deste tempo do Advento somos convidados a seguir o exemplo de São João Batista e anunciar a todos que o Reino de Deus está próximo. Evangelizar os amigos, vizinhos, colegas de trabalho e de comunidade, anunciando o amor de Deus por nós e convidando as pessoas a mudarem de vida. Do mesmo modo que São João Batista somos convidados a ser precursores, ou seja, preparar a vinda do Senhor com alegria.  

Ao longo desse tempo do Advento nos depararemos com alguns personagens marcantes, que nos ajudarão a rezar e adentrar na espiritualidade desse tempo. São eles: Isaías, São João Batista, Arcanjo Gabriel e Nossa Senhora. Nos dois primeiros Domingos do Advento a liturgia tratará mais sobre a segunda vinda de Cristo e os dois últimos Domingos tratará sobre a primeira vinda.  

 O tempo do Advento vai até o 4º Domingo do Advento, e, neste ano até por volta das 15h celebra-se a liturgia do 4º Domingo do Advento e a partir das 15h celebra-se as primeiras vésperas do Natal e as várias missas do natal, em especial, a missa da noite de Natal. O Natal esse ano será na segunda-Feira, dia 25 de dezembro.  

Preparando Natal vamos vivenciar com alegria e esperança esse tempo do Advento deixando-nos conduzir pela palavra e pelos sinais deste tempo. 

 A primeira leitura deste Domingo é do livro do profeta Isaías (Is 63,16b-17.19b;64,2b-7), Isaías começa exaltando a Deus como nosso Redentor, depois Isaías faz um lamento de como que Deus deixou o povo ficar por tempo longe de seu amor e de sua misericórdia. Mas, Deus fez isso por causa da dureza de coração do povo que se afastou do Deus de Israel e preferiu os ídolos. Como o Senhor é misericordioso, resgata esse povo e traz de volta para a terra de Israel. 

Assim como todos os profetas, Isaías profetiza a vinda do Senhor, cerca de 400 anos a. C., e quando o Senhor vier julgará cada um de acordo com as suas obras e virá para salvar o povo de Israel de seus pecados e selar uma aliança eterna com todo o povo. Uma aliança que tempo nenhum irá destruir. 

O salmo responsorial é o 79 (80), diz em seu refrão: “Iluminai a vossa face sobre nós, convertei-nos para que sejamos salvos”. O Senhor vem nesse Natal para iluminar as nossas trevas e abrir os nossos caminhos para o amor e a justiça. O Senhor espera que com a sua vinda nós possamos nos converter e deixar para trás aquilo que desagrada a Deus, praticando aquilo que agrada a Deus com certeza seremos salvos.  

A segunda leitura é da primeira carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor 1,3-9), Paulo elogia a comunidade de Corinto, pois eles eram perseverantes no ensinamento transmitido pelo apóstolo e nutriam um amor mútuo uns pelos outros. O apóstolo inicia a carta com uma saudação conhecida de todos nós: “Irmãos, a vós, graça e paz da parte de Deus nosso Pai, e de Nosso Senhor Jesus Cristo” (1Cor 1,3).  

Para Paulo e para a comunidade, a segunda vinda de Cristo se daria de forma eminente, ou seja, seria logo. Mas, como o próprio Jesus disse quando esteve entre nós, somente o Pai sabe quando será esse dia. Então, não adianta querer ficar adivinhando quando será ou dizendo que está perto esse dia. Vivamos cada dia de uma vez e quando for o momento nos encontraremos com o Senhor. Mas, Paulo diz que a comunidade estava no caminho certo para o encontro com o Senhor. Ele é fiel e o desejo D’Ele é salvar todos nós.  

O Evangelho desse Domingo é segundo Marcos (Mc 13,33-37), nesse Evangelho Jesus alerta aos discípulos dizendo para eles ficarem atentos, pois não se sabe o dia ou a hora da vinda do Senhor. Jesus pede aos discípulos e para nós hoje, que estejamos sempre vigilantes, pois não se sabe quando será o dia ou a hora. Essa vigilância devemos praticar amando o nosso próximo, praticando a justiça, a caridade, o perdão e o amor aos irmãos. Ou seja, ser vigilantes e fazer com que o Reino de Deus aconteça aqui na terra, para que depois o vivamos de maneira plena no céu.  

A liturgia dos dois primeiros Domingos do Advento trata mais especificamente sobre a segunda vinda de Cristo e aquilo que se dará no grande dia da “parusia”, as leituras têm mais um caráter apocalíptico (o Senhor virá). Nos dois últimos Domingos as leituras se voltam mais precisamente ao Natal, ou seja, tratam da primeira vinda de Nosso Senhor (Ele veio).  

De certa forma ao longo do tempo do Advento vamos repetir a cada Domingo essa súplica: “Vinde, Senhor Jesus”. Pois, ao celebrarmos o Advento queremos suplicar a vinda do Senhor, seja o nascimento D’Ele em nosso coração ou suplicar o nosso encontro com Ele, em sua segunda vinda.  

Celebremos com alegria esse primeiro Domingo do Advento e que pouco a pouco a luz do Senhor possa ir iluminando o nosso coração e a nossa vida. Do mesmo modo que a cada Domingo vamos acendendo uma vela da coroa do advento, e a luz vai dando lugar as trevas, que a nossa vida possa ser iluminada por essa luz e deixemos para trás as ações das trevas.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

A bela amizade entre Santo Inácio e São Francisco Xavier

Santo Inácio de Loyola e São Francisco Xavier (Aleteia)

Por Oleada Joven - publicado em 04/12/19

Eles se conheceram na universidade e a amizade transformou a vida de São Francisco Xavier.

Francisco nasceu perto de Pamplona (Espanha) em 1506. Era de família que tinha sido rica, mas perdeu tudo por causa das guerras.

Desde muito jovem, tinha grandes ambições mundanas e desejos de vencer na vida. Era esperto e de excelentes qualidades para os estudos. Deus o faria se destacar, mas na santidade.

Foi estudar na Universidade de Paris e lá conheceu Santo Inácio de Loyola, com quem formou uma grande amizade, repetindo a famosa frase de Jesus: “Do que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”

Este pensamento foi liberando Francisco de suas ambições mundanas, do desejo e vaidade. Assim, ele foi caminhando para a vida espiritual.

A amizade com Santo Inácio transformou Xavier por completo. Francisco foi um dos sete primeiro religiosos com os quais Santo Inácio fundou a Companhia de Jesus.

Ordenado sacerdote, colaborou com Santo Inácio e seus companheiros no ensino do catecismo. Também pregava em Roma e em outras cidades.

Artigo originalmente publicado em Oleada Jovem, traduzido e adaptado ao português 

Fonte: https://pt.aleteia.org/

NAZARENO: Três dias de angústia (Jesus entre os doutores do Templo) - Cap. 8

Nazareno (Vatican Media)

Cap. 8 - Três dias de angústia (Jesus entre os doutores do Templo)

Aos 12 anos de idade, todas as crianças judias que se preparam para a iniciação religiosa, o bar mitzvah, vão com suas famílias ao Templo de Jerusalém, onde podem se encontrar com os doutores da lei e conversar com eles. Esse é o momento em que o menino lê a Torá, a lei bíblica revelada por Deus por meio de Moisés, pela primeira vez em público. Isso também acontece com Jesus, que permanece em Jerusalém sem que Maria e José percebam. Depois de voltarem para casa, os dois saíram novamente à procura dele e, após três dias, o encontraram no Templo, sentado entre os mestres, ouvindo-os e interrogando-os. E todos que o ouviam ficavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. Maria e José também ficaram encantados e perguntaram a Jesus sobre seu comportamento, e ele respondeu: "Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?" Todos retomam o caminho de volta para casa. O tempo passa, quando Jesus está prestes a completar 30 anos, José adoece e morre cercado pelo amor de Maria e do seu filho.

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2023/08/30/17/137284763_F137284763.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

O Papa no Angelus: no Advento, encontrar nos necessitados, Jesus que vem

Ângelus de 03/12/2023 (Vatican Media)

É bom nos perguntarmos hoje como podemos preparar um coração acolhedor para o Senhor. Podemos fazer isso nos aproximando de seu Perdão, de sua Palavra, de sua Mesa, encontrando espaço para a oração, acolhendo-o naqueles que precisam. Cultivemos sua espera sem nos distrairmos com tantas coisas inúteis e sem reclamar o tempo todo, mas mantendo nosso coração alerta, ou seja, ansioso por Ele, desperto e pronto, impaciente para encontrá-Lo: disse o Papa no Angelus deste domingo, início do Advento.

https://youtu.be/U9REJgnkEMg

Raimundo de Lima – Vatican News

Eis um belo programa para o Advento: encontrar Jesus que vem em cada irmão e irmã que precisa de nós e compartilhar com eles o que pudermos: escuta, tempo, ajuda concreta. Foi a exortação do Papa no Angelus deste domingo, 3 de dezembro, início do Advento, tempo de preparação para o Natal que se aproxima.

Como no domingo anterior, a oração mariana foi rezada da Casa Santa Marta, para não expor o Santo Padre a mudanças bruscas de temperatura, vez que que está se recuperando de uma inflamação pulmonar que o acometeu há mais de uma semana. O texto foi lido por monsenhor Paolo Braida, chefe de escritório na Secretaria de Estado.

Ângelus de 03/12/2023 (Vatican Media)

Advento, tempo de espera vigilante

Na alocução que precedeu a oração mariana, Francisco destacou que o breve Evangelho que a liturgia nos propõe neste I Domingo do Advento Jesus nos dirige três vezes uma exortação simples e direta. Vigiai. Portanto, o tema é vigilância.

Como devemos entendê-la? – perguntou o Pontífice, acrescentando: às vezes, pensamos nessa virtude como uma atitude motivada pelo medo de um castigo iminente, como se um meteorito estivesse prestes a cair do céu e ameaçasse, se não o evitássemos a tempo, nos esmagar. Mas esse certamente não é o significado da vigilância cristã!

Jesus ilustra isso com uma parábola, falando de um senhor que está voltando e de seus servos que o estão esperando. Na Bíblia, o servo é a "pessoa de confiança" do patrão, com quem muitas vezes há uma relação de cooperação e afeto. Pensemos, por exemplo, que Moisés é definido servo de Deus e que também Maria diz de si mesma: "Eis aqui a serva do Senhor".

Receber Jesus especialmente nos mais necessitados

Portanto, observou, a vigilância dos servos não é de medo, mas de anseio, esperando encontrar seu senhor que vem. Eles se mantêm prontos para seu retorno porque lhe querem bem, porque têm em mente que, quando ele chegar, encontrará uma casa acolhedora e organizada.

É com essa expectativa cheia de afeto que também queremos nos preparar para receber Jesus: no Natal, que celebraremos daqui a algumas semanas; no fim dos tempos, quando voltará em glória; todos os dias, quando Ele vier ao nosso encontro na Eucaristia, em sua Palavra, em nossos irmãos e irmãs, especialmente os mais necessitados.

De modo especial durante essas semanas, exortou Francisco, preparemos cuidadosamente a casa do coração, para que ela seja organizada e hospitaleira. A vigilância, de fato, significa manter o coração preparado. É a atitude do vigia que, durante a noite, não se deixa tentar pelo cansaço, não adormece, mas permanece acordado na expectativa da luz que se aproxima.

Cristo é a nossa luz

O Senhor é a nossa luz e é bom preparar o coração para recebê-lo com a oração e hospedá-lo com a caridade, os dois preparativos que, por assim dizer, o deixam confortável. A esse respeito, diz-se que São Martinho de Tours, um homem de oração, depois de dar metade de seu manto a um pobre, sonhou com Jesus vestido exatamente com aquela parte do manto que ele havia dado.

Queridos, é bom nos perguntarmos hoje como podemos preparar um coração acolhedor para o Senhor. Podemos fazer isso nos aproximando de seu Perdão, de sua Palavra, de sua Mesa, encontrando espaço para a oração, acolhendo-o naqueles que precisam.

Cultivemos sua espera sem nos distrairmos com tantas coisas inúteis e sem reclamar o tempo todo, mas mantendo nosso coração alerta, ou seja, ansioso por Ele, desperto e pronto, impaciente para encontrá-Lo. Que a Virgem Maria, mulher da espera, nos ajude a receber seu Filho que vem, concluiu.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Francisco Xavier nos encoraja a amar a Deus por apenas uma razão

Public Domain

Por Philip Kosloski - publicado em 03/12/19

Pergunte a si mesmo, por que você ama a Deus?

Quando dizemos que “amamos a Deus”, às vezes nem sempre é pelas razões mais puras. Podemos amar a Deus porque ele nos abençoa com muitas graças ou porque curou nosso coração partido.

Embora basear nosso amor a Deus em eventos particulares de nossas vidas ou na promessa futura do Céu não seja ruim em si, São Francisco Xavier nos incentiva a amar a Deus por causa de quem ele é e por como nos amou primeiro.

Da maneira semelhante à qual uma criança ama os pais desde os primeiros momentos de sua vida, também devemos amar a Deus incondicionalmente. Esse tipo de amor pode suportar qualquer tipo de dificuldade e nos ajudará quando nos sentirmos sozinhos e abandonados.

Aqui está uma oração tradicionalmente atribuída a São Francisco Xavier, chamada “Hino do Amor”, que ilustra esse princípio básico, focando em como devemos amar a Deus não por causa de qualquer ganho futuro ou para evitar castigo, mas porque Deus é Deus e já mostrou as profundezas do seu amor por nós na cruz.

Ó Deus, eu te amo por ti mesmo e não que eu possa ganhar o Céu; nem porque aqueles que não Te amam devam sofrer a dor eterna do Inferno. Tu, ó meu Jesus! Por mim abraçaste a Cruz; por mim, suportaste e lança e os espinhos e a desgraça múltipla; E mágoas e tormentos sem número, e suor de agonia; a própria morte – e tudo por alguém que era seu inimigo. Então por que, ó abençoado Jesus Cristo, não te amaria bem, não por ganhar o Céu, ou de escapar do Inferno; não com a esperança de ganhar nada, não buscando recompensa; mas como a mim mesmo me amou, ó Senhor sempre amoroso? Então eu te amo e amarei, e em Teu louvor cantarei, só porque Tu és o meu Deus, E o meu Eterno Rei.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

sábado, 2 de dezembro de 2023

Os perigos da maconha e das drogas “recreativas”, uma advertência a partir da fé

Folhas de maconha. | Armando Olivo Martín del Campo CC BY-SA 4.0 DEED

Por Walter Sánchez Silva

1 de dez de 2023

O arcebispo de Denver (EUA), dom Samuel Aquila, falou sobre os perigos do consumo de maconha e de drogas classificadas como “recreativas”. Ele propôs alguns princípios para enfrentar esta realidade, que ele mesmo testemunhou desde a legalização da cannabis no estado do Colorado em 2012.

Numa entrevista transmitida pelo canal What We Need Now (O que precisamos saber agora) na plataforma Substack no dia 28 de novembro, o arcebispo disse que a legalização e a aceitação cultural das drogas têm sido “devastadoras” para a sociedade. No dia 10 de novembro último ele escreveu uma carta pastoral sobre o tema, publicada no site da arquidiocese.

“Senti a necessidade de falar sobre os efeitos devastadores que vi em primeira mão, especialmente em muitos estados que seguiram o Colorado. A legalização da maconha e a aceitação do uso de drogas foram desastrosas para a nossa sociedade e os recursos católicos são limitados neste sentido”, disse dom Aquila na entrevista.

Sobre a perspectiva atual de que existem drogas “recreativas”, como algumas pessoas defendem, Áquila disse: “Compreendendo que somos pessoas criadas para a comunhão de amor, podemos julgar que as drogas são apenas um bem aparente. São ruins para nós, porque diminuem nossa capacidade de conhecer e amar”.

“As drogas diminuem o nosso domínio de nós mesmos ao danificarem as próprias faculdades que nos tornam humanos: inibem o uso da razão, enfraquecem a orientação da nossa vontade para o bem e treinam as nossas emoções para esperar um alívio rápido com prazer artificial”, disse.

Dois princípios

O arcebispo de Denver disse que as Escrituras ensinam que “fomos feitos à imagem de Deus. E se isso não bastasse, somos convidados à comunhão eterna com Ele”.

Por isso, continuou, “podemos propor dois princípios essenciais que explicam porque as drogas recreativas são imorais: 1.- Já que os seres humanos são muito valiosos, é errado o uso de qualquer substância que seja prejudicial à vida humana. 2.- Qualquer coisa que diminua o uso da razão no homem e atente contra a sua dignidade como pessoa humana é, portanto, prejudicial”.

Segundo Áquila, “as drogas agridem a pessoa humana, afetando-a física, intelectual, psicológica, social e moralmente”.

Quanto à crença de que a maconha não é prejudicial, dom Aquila contou que no Colorado “viu-se um aumento no vício, com o uso desordenado de maconha dobrando em um período de menos de 20 anos. Isso não é surpreendente, uma vez que o uso de cannabis entre os habitantes do Colorado aumentou dramaticamente desde a sua legalização [em 2012].”

“Mais pessoas usando maconha significa inevitavelmente mais dependência”, lamentou.

Uma resposta a partir da fé

O arcebispo de Denver disse que no “coração do uso de drogas” geralmente se encontram dois temas: “Uma crise de valores e uma privação de vínculo relacional que tornam a pessoa aberta e suscetível ao uso de drogas”.

“Diante das drogas que oferecem prazer, Jesus quer nos dar a plenitude do amor, da alegria e da paz, que são uma constante em meio aos altos e baixos da vida. Em vez de procurar produtos químicos quando nos sentimos cansados ​​e tristes, Jesus nos convida a ir até Ele, que nos promete descanso e abundância”, disse o arcebispo.

“A coisa mais importante que podemos fazer como cristãos, em resposta à cultura das drogas, é anunciar o Evangelho”.

“É através do amor, da misericórdia, do significado e da esperança encontrados em Cristo que as pessoas podem ser dissuadidas do uso de drogas ou inspiradas a libertarem-se da sua influência”, concluiu.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF