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domingo, 13 de julho de 2025

Viu um homem na cruz e soube que era Deus: a conversão de uma ateia chinesa na Espanha

Shushu, com o marido Josemi e o filho Emmanuel, na Jornada Eucarística Mariana Juvenil (JEMJ) no santuário de Covadonga, Espanha. | Almudena Martínez-Bordiú/EWTN

Por Almudena Martínez-Bordiú*

11 de julho de 2025

A chinesa Shushu chegou à Espanha em 2016 com 23 anos de idade para estudar filologia hispânica. Ela não imaginou que teria um encontro transformador com Cristo Crucificado que a levaria a abraçar a fé católica.

"Não temos mérito algum, tudo se deve ao Senhor que nos guia”, disse Shushu no santuário de Covadonga, Espanha, à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI. “Sua misericórdia é imensa".

Ela estava lá com seu marido e com Emmanuel, seu filho, para falar sobre sua conversão do ateísmo ao catolicismo a milhares de jovens reunidos na inauguração da Jornada Eucarística Mariana Juvenil (JEMJ) em 4 de julho.

Um encontro revelador com Cristo crucificado e o amor e a felicidade das irmãs Servas da Casa da Mãe, na Espanha; levaram Shushu, uma jovem ateia da China, a abraçar a fé católica.

Tudo aconteceu no dia 31 de outubro de 2016 na cidade de Alcalá de Henares. Shushu estava na Espanha havia um mês e tinha ido a uma festa de Halloween, por curiosidade e pela atmosfera festiva. As fantasias grotescas de zumbi, o barulho de correntes arrastando pelo chão e a música alta e soturna perturbaram sua alma.

Inquieta e com o coração pesado, ela decidiu sair e caminhar sem rumo, até que chegou à imponente catedral dos Santos Justo e Pastor, onde começou a ouvir uma música — quase celestial — que contrastava drasticamente com o mal-estar que acabara de sentir.

Atraída por aquela melodia, ela decidiu entrar na igreja, e foi então que seus olhos viram um Cristo crucificado, de quem ela não conseguia desviar o olhar. Aquele encontro marcou uma virada em sua vida.

"Havia uma cruz muito grande, e eu vi Jesus lá, e isso teve um grande impacto em mim", disse ela à ACI Prensa.

Shushu diz que passou sua infância num ambiente profundamente ateu, típico da China comunista, em que nem sua família nem seu círculo mais próximo tinham fé ou falavam sobre Deus.

“Apesar disso, quando olhei para a cruz, pensei: Tem uma pessoa na cruz”, disse ela. “E por intuição sobrenatural, pensei que era Deus, que o próprio Deus estava na cruz, e não poderia ser ninguém mais".

Um olhar paterno

Cheia de paz, Shushu decidiu ir ao confessionário para falar com um padre, sem saber ao certo em que consistia o sacramento da Reconciliação.

Quando terminou de falar, agradeceu ao padre por ouvi-la e, quando estava prestes a sair, o padre abriu a janela do confessionário.

“Ele olhou para mim com um olhar muito especial”, disse Shushu em seu testemunho divulgado na JEMJ.

Naquele padre, diz ela conta, reconheceu "um olhar paternal" que lhe deu "muita confiança", e sentiu que ele a esperava há muito tempo. Foi ele quem a apresentou às irmãs Servas da Casa da Mãe, que se tornaram sua nova "família espanhola".

“Eu não sabia de nada; nunca tinha visto uma freira na minha vida”, diz Shushu com humor e certa desenvoltura. No entanto, ela diz que a felicidade “angelical” delas chamou sua atenção.

“Nunca tinha visto alguém tão feliz, tão alegre, tão jovem”, diz a jovem chinesa. “Decidi me converter depois de conhecer as freiras”.

Queria ser filha de Deus

Então uma das freiras pegou-a pela mão e perguntou: “Você quer ser batizada?” Ao que Shushu perguntou: “O que significa ser batizada?”

"Ela me disse que ser batizada significa ser filha de Deus, como nós”, diz a jovem chinesa. “Naquele momento, eu não entendia nada, nem sabia por que uma chinesa podia ser filha de Deus ou por que Deus é meu Pai".

No entanto, a felicidade que emanava dos rostos das freiras do Lar da Mãe a convenceu.

"Era como se eu sentisse um chamado no meu coração: eu também queria ser batizada; eu queria ser como elas, uma filha de Deus", diz ela

Ela foi batizada com o nome de Shushu Maria.

O caminho para sua conversão não foi fácil, marcado pelas dificuldades inerentes ao crescimento num ambiente profundamente ateu.

No entanto, ela conseguiu seguir em frente graças à orientação e ao testemunho das freiras, cujo apoio foi fundamental para abrir seu coração à fé.

“Fui batizada na mesma igreja onde entrei pela primeira vez e também me casei lá”, diz Shushu. As cerimônias ocorreram diante do crucifixo em que ela conheceu Jesus Cristo.

Hoje, aos 32 anos de idade, ela acredita firmemente que a Espanha é sua “pátria espiritual”, o lugar onde foi batizada e começou “uma nova vida”.

Ela também se sentiu extremamente grata por poder anunciar seu testemunho no santuário de Covadonga, que Shushu diz ser "o coração da Espanha e um lugar muito importante em sua história".

Em Covadonga, o rei Pelaio, primeiro rei de Astúrias, teve uma visão da Virgem Maria que lhe garantiu a vitória contra os muçulmanos. A vitória de Pelayo deu início à reconquista à reconquista da Espanha que se completou em 1492, com a expulsão dos islâmicos da península Ibérica.

*Almudena Martínez-Bordiú é uma jornalista espanhola correspondente da ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, em Roma e no Vaticano, com quatro anos de experiência em informação religiosa.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/63599/viu-um-homem-na-cruz-e-soube-que-era-deus-a-conversao-de-uma-ateia-chinesa-na-espanha

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF