Mónica
Muñoz - publicado em 11/07/25
O popular passatempo das redes sociais deixa de ser algo
inócuo quando nos interessamos demasiadamente, sem perceber, pelas desgraças
alheias nos transforma em espectadores que faltam à caridade.
As redes sociais vieram para ficar. Sem perceber, nos
deixamos envolver por publicações — ou posts — que se tornam virais quando
divulgam situações vergonhosas ou desgraças alheias, e a situação piora quando,
movidos pela morbidez, buscamos mais informações. E a caridade, onde fica?
A busca pela fofoca
O Papa Francisco, em muitas ocasiões, alertou contra a
fofoca, que caminha lado a lado com a murmurar. Em seu último discurso de Natal
à Cúria Romana, insistiu:
"Às vezes, falei sobre a murmuração. É um mal
que destrói a vida social, faz adoecer o coração das pessoas e não leva a lugar
nenhum. O povo diz muito bem: 'são discursos vazios'".
Lamentavelmente, as redes sociais estão carregadas de
fofocas de todo tipo. Desde as "notícias", que na maioria das vezes
são ruins, até os comentários que as pessoas deixam nas publicações, não nos
esquecendo das fake news que nada mais é do que a mentira, propriamente dita.
Porque hoje qualquer pessoa se arroga o direito de dar sua
opinião, seja por escrito ou em vídeo, sobre assuntos que deveriam ser
privados, mas que são expostos sem pudor, como mortes, acidentes e situações
que causam dor às famílias dos envolvidos.
A consequência lógica é que, seja uma pessoa comum, um
governante ou uma figura pública, isso gera uma morbidez insana que provoca a
busca por detalhes sobre o que aconteceu com o próximo, e não precisamente para
orar por ele, mas para satisfazer a curiosidade.
Mas recordemos que as redes sociais não fazem distinções, e
quem se afilia a alguma delas deve entender que perde sua privacidade.
Cuidar do que vemos nas redes por caridade
Diz o apóstolo Tiago:
"... ninguém pode dominar a língua, que é um flagelo
sempre ativo e cheio de veneno mortal. Com ela bendizemos ao Senhor, nosso Pai,
e com ela maldizemos os homens, feitos à imagem de Deus. Da mesma boca saem a
bênção e a maldição" (Tiago 3, 8-10).
É muito importante que detectemos quando caímos no vício da
morbidez e que nos detenhamos antes de querer averiguar e comentar, pois está
em jogo nossa saúde espiritual e a dos irmãos afetados.
E que entendamos que, embora não sejam próximos a nós,
devemos agir com respeito diante da dor ou da vergonha alheia, pois ninguém
está isento de passar por uma situação desagradável e de ter alguém a expô-la
nas redes sem seu consentimento — lamentavelmente.
Mas, acima de tudo, atuemos com caridade. Deus nos pedirá
contas de cada palavra inútil e nos premiará por cada boa ação que fizermos aos
outros. Portanto, sejamos amáveis e compassivos com todos e não consumamos nem
fomentemos conteúdos lixo que possam colocar em risco nossa alma.
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