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domingo, 4 de setembro de 2022

Cardeal dom Paulo Cezar celebra primeira missa em Brasília

Cardeal Dom Paulo Cezar | PASCOM-arqbrasilia

Cardeal dom Paulo Cezar celebra primeira missa em Brasília

Neste sábado, 03 de setembro, dia em que a igreja celebra São Gregório Magno, Papa e doutor da Igreja, dom Paulo Cezar foi acolhido como Cardeal numa solenidade realizada durante a manhã na Catedral Metropolitana de Brasília. Estiveram presentes clero, políticos, embaixadores e fiéis de diversas paróquias espalhadas pelo Distrito Federal. Antes do início da celebração, uma escolta motociclística de batedores da PMDF acompanhou dom Paulo, desde a residência oficial até a Catedral, onde ele foi recebido ao som de Ave-Maria, versão Franz Shubert e o hino Pontifício, tocados pela banda do Corpo de Bombeiros do DF.

Durante a homilia, o Cardeal ressaltou a importância do diálogo aberto e lembrou que todos devem sempre seguir o caminho de Cristo.

‘’Devemos seguir o caminho da liberdade, quem segue Jesus se torna livre, vai se tornando servidor, vai assumindo verdadeiramente o caminho do serviço. O mundo precisa de servidores e não de ditadores, de homens e mulheres fechados em si. Quem trilha o caminho da liberdade de Cristo vai se tornando livre, vai se tornando verdadeiramente um servidor.’’

Dom Paulo ainda fez questão de ressaltar que as autoridades possam olhar sempre pelas pessoas, e que aproveitem de seus cargos para servirem a sociedade, sem se esquecer de quem são.

‘’Aqui em Brasília estão as diversas esferas do governo, o perigo do orgulho poder ir minando as condições do diálogo, do construir uma sociedade pautada no bem e na cultura do encontro. Devemos ter cuidado com o perigo do orgulho, da vaidade, de se apegar aquilo que pensamos ser, e esquecer quem somos. Todos somos seres humanos, somos todos servidores de Deus, servidores do amado povo.’’

Ao final da celebração, dom Paulo agradeceu a oportunidade de poder celebrar esse momento tão especial com a comunidade.

” Uma emoção poder celebrar com o meu povo, de poder estar com aqueles que me ajudam no dia a dia, que gastam diariamente a vida comigo, buscando fazer com que a Igreja seja uma Igreja evangelizadora e missionária, permitindo que a igreja chegue a periferia humana e tantas outras periferias existenciais.”

Cardeal Dom Paulo Cezar | PASCOM-arqbrasilia
Cardeal Dom Paulo Cezar | PASCOM-arqbrasilia
Cardeal Dom Paulo Cezar | PASCOM-arqbrasilia
Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Papa promulga nova Constituição para a Ordem de Malta

Ordem-de-Malta | Guadium Press
Francisco também nomeia um Conselho Provisório, cujas nomeações entram em vigor hoje.

Redação (03/09/2022 12:03Gaudium Press) O decreto de 3 de setembro é o último passo na reforma da Ordem de Malta, ordenada pelo Papa Francisco em 2017. No decreto papal, que entrou em vigor a partir da promulgação, o Papa Francisco revogou todos os altos cargos da Ordem, dissolveu o atual Conselho Soberano, estabeleceu um Conselho Soberano provisório e convocou um Capítulo Geral extraordinário a ser realizado em 25 de janeiro de 2023, festa da conversão de São Paulo.

O Pontífice recordou que a Ordem de Malta “sendo uma Ordem religiosa, depende, em suas diversas articulações, da Santa Sé” e acrescentou que “com paternal solicitude e preocupação acompanhei o progresso da Ordem nestes anos, apreciando os trabalhos realizados em várias partes do mundo, graças também à generosa contribuição dos Membros e Voluntários e também constatando a necessidade de iniciar uma profunda renovação espiritual, moral e institucional de toda a Ordem, especialmente e não apenas dos Membros da Primeira Classe, mas também dos da Segunda Classe”.

O Conselho Soberano Provisório será presidido pelo Grande Comandante, Fra’ Emmanuel Rousseau, o Grão-Chanceler, Riccardo Paternò di Montecupo, o Grão-Hospitalário, Fra’ Alessandro de Franciscis, e o Receptor do Tesouro Comum, Fabrizio Colonna.

Juntamente com eles, o Conselho Soberano Provisório terá como membros Fra’ Roberto Viazzo, Fra’ Richard Wolff, Fra’ John Eidinow, Fra’ João Augusto Esquivel Freire de Andrade, Fra’ Mathieu Dupont, Antonio Zanardi Landi, Michael Grace, Francis Joseph McCarthy e Mariano Hugo Windisch.-Graetz.

Francisco também confirmou todos os poderes atribuídos ao seu delegado especial para a Ordem de Malta, o cardeal Silvano María Tomasi, que ficará encarregado de preparar o próximo Capítulo Geral junto com o Conselho Soberano provisório.

A Ordem Soberana de Malta é uma ordem religiosa leiga da Igreja Católica e um Estado soberano sujeito ao direito internacional. Em 2017, o Papa Francisco ordenou reformas tanto da vida religiosa da ordem quanto de sua constituição.

Ao longo do processo de reforma, surgiram preocupações de que algumas das ações do Papa Francisco ameaçam a soberania da Ordem de Malta.

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Papa: a Igreja chamada a ser um “hospital de campo”

Papa Francisco com membros da Fundação AVSI | Vatican News

Em seu discurso aos participantes da iniciativa “Hospitais Abertos” o Papa convida a não desistir, ir em frente, ajudar, curar, amar. “Uma gota de água no deserto, porém até mesmo o deserto pedregoso da Síria, após as primeiras chuvas da primavera, está coberto por um manto verde”. O encontro foi nesta manhã (03) no Vaticano.

Jane Nogara - Vatican News

O Papa Francisco recebeu na manhã deste sábado, 3 de setembro, os participantes da iniciativa “Hospitais Abertos” na Síria. “Pensando na Síria – iniciou o Papa - vêm à mente as palavras do Livro das Lamentações: ‘Pois tão grande como o mar é a tua perdição, quem te curará’" (2,13). Estas são expressões que se referem aos sofrimentos de Jerusalém e também podem trazer à mente aqueles vividos pela população síria durante estes doze anos de conflito sangrento”.

"Quem te curará, Síria?". É a pergunta que o Papa se faz diante da realidade de hoje, continuando “a crise síria, segundo os observadores internacionais, continua sendo uma das crises mais graves do mundo, com destruição, crescentes necessidades humanitárias, colapso socio-econômico, pobreza e fome em níveis extremamente severos”. Diante deste imenso sofrimento, continuou Francisco “a Igreja é chamada a ser um ‘hospital de campo’, para curar tanto as feridas espirituais quanto físicas”.

“A Igreja, desde o tempo dos Apóstolos, tem permanecido fiel ao mandato de Jesus: ‘Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebeste, de graça dai' (Mt 10,8).”

Hospitais para todos

O Papa destacou que "Hospitais Abertos", significa, “aberto a pacientes pobres, independentemente de afiliação étnica ou religiosa. Esta característica - continuou - expressa uma Igreja que quer ser uma casa com as portas abertas e um lugar de fraternidade humana.

“Em nossas instituições de caridade, as pessoas, especialmente os pobres, devem se sentir ‘em casa’ e sentir um clima de acolhida digna.”

O efeito deste gesto recordou ainda, é duplo: “curar os corpos e recompor o tecido social, promovendo aquele mosaico de convivência exemplar entre vários grupos étnico-religiosos que é característico da Síria. A este respeito, é significativo que os muitos muçulmanos atendidos em seus hospitais sejam os mais gratos”, concluiu.

O Bom Samaritano

“Hoje vocês me presentearam com um belo ícone de Jesus, o Bom Samaritano. O homem infeliz da parábola do Evangelho, roubado e deixado meio morto na beira da estrada, pode ser outra imagem dramática da Síria, atacada, roubada e abandonada meio morta na beira da estrada. Mas não esquecida e abandonada por Cristo, o Bom Samaritano, e por tantos bons samaritanos: indivíduos, associações, instituições”. Então Francisco cita a Fratelli tutti confirmando: “A história do bom samaritano repete-se: torna-se cada vez mais evidente que a incúria social e política faz de muitos lugares do mundo estradas desoladas, onde as disputas internas e internacionais e o saque de oportunidades deixam tantos marginalizados, atirados para a margem da estrada”.

Uma gota de água é importante

Por fim o Papa disse ainda: “Diante de tantas e graves necessidades, sentimos o limite de nossas possibilidades de intervenção. Sentimo-nos um pouco como os discípulos de Jesus diante da grande multidão a ser alimentada: ‘Não temos nada além de cinco pães e dois peixes; mas o que é isto para tanta gente?’ (Jo 6,5-9). Uma gota de água no deserto, poder-se-ia dizer. No entanto, até mesmo o deserto pedregoso da Síria, após as primeiras chuvas da primavera, está coberto por um manto verde. Tantas pequenas gotas, tantos fios de grama!”

Concluindo disse:

“Que os doentes possam ser curados, que a esperança possa renascer, que o deserto possa reflorescer!”

São Marino, eremita

S. Marino | primeroscristianos
04 de setembro
São Marino, eremita

Único santo fundador e padroeiro de um Estado, Marino chegou a Rimini da Dalmácia no ano de 257 para trabalhar como pedreiro. Para escapar da perseguição anti-cristã, refugiou-se no Monte Titano, onde fundou sua comunidade junto com s. Leão. Foi ordenado diácono e morreu eremita em 366.

"Deixo vocês dois livres dos dois homens." (Marinha morrendo)

Esta frase, atribuída a s. Marino prestes a morrer, tem o seguinte significado: o santo, antes de voltar para a Casa do Pai, teria anunciado aos habitantes da pequena aldeia nascida no Monte Titano ao redor da comunidade que ele havia fundado, que teriam sido libertados ambos de a autoridade opressora do Imperador como da autoridade intrusiva do Papa.

Estas palavras são, de facto, a profecia da queda do Exarcado Bizantino no século VIII, e a fundação da independência da República que leva o seu nome e que ainda hoje sobrevive.

A chegada à Itália com seu amigo Leon

Estamos em 275. Os imperadores Diocleciano e Maximiano, além de exacerbar as perseguições contra os cristãos, decidiram reconstruir a cidade de Rimini, destruída pelos liburinos. Marino e seu amigo Léon, dois pedreiros, chegam da ilha de Arbe, na Dalmácia, e são imediatamente enviados ao Monte Titano para extrair e processar as rochas necessárias à reconstrução das paredes circundantes.

Mais tarde os dois se separaram: Leo se refugiou em Monte Feliciano – hoje Monte Feltro – Marino retornou a Rimini onde, além de trabalhar, pregou a fé e obteve muitas conversões. Logo sua fama alcançou o mar e sua terra natal, a Dalmácia. De repente, uma mulher aparece em cena alegando ser sua esposa.

Marino tem que se proteger em seu refúgio, mas isso não é suficiente: ele foge para o Monte Titano, onde constrói uma cela de monge e uma igreja em homenagem a São Pedro. A mulher, depois de algum tempo, finalmente se arrepende e retornando à cidade, antes de morrer, confessa suas falsidades.

A disputa com Dona Felicissima

A pequena comunidade fundada por Marino e León no Monte Feltro deve enfrentar novas ameaças. A terra que ocupam, de fato, é propriedade de uma certa Felicíssima e é reivindicada por seu filho, Veríssimo. Às reivindicações violentas dessas duas pessoas, os homens de Deus só podem opor suas orações.

Inesperadamente, Veríssimo adoece de paralisia e sua mãe, dilacerada pela dor, implora a Marino que rogue ao Senhor pela cura de seu filho; em troca, ele lhe dará todas as suas terras. A oração tem seu efeito e Deus concede a cura de Verissimo. Mãe e filho, além de um número considerável de parentes, se convertem e recebem o batismo diretamente das mãos de Marino.

Marino e o urso

Enquanto isso, o bispo de Rimini, s. Gaudêncio percebeu esses fatos e convocou Marino para lhe agradecer. Ele ficou tão impressionado com a personalidade dela que também lhe concedeu a ordem do diaconato. Quando Marino voltou para casa, segundo uma lenda famosa, encontrou o urso que havia despedaçado o burro que o ajudava em seu trabalho todos os dias.

O santo, então, domou o urso e "por penitência" obrigou-o a substituir o burro para realizar as atividades diárias de carregamento e transporte. Marino passará o resto de sua vida no Monte Feltro com sua comunidade, até sua morte em 366.

Francisco na beatificação de João Paulo I: transmitiu a bondade do Senhor

Beatificação do Papa João Paulo I | Vatican News

“Com o sorriso, o Papa Luciani conseguiu transmitir a bondade do Senhor. É bela uma Igreja com um rosto alegre, sereno e sorridente, que nunca fecha as portas, que não se lamenta nem guarda ressentimentos, não se apresenta com modos rudes, nem padece de saudades do passado”. Palavras do Papa Francisco na homilia da Santa Missa de Beatificação do Papa João Paulo I, neste domingo, 4 de setembro.

Jane Nogara - Vatican News

Na manhã deste domingo, 4 de setembro, foi realizada a Santa Missa com o Rito de Beatificação do Papa João Paulo I na Praça São Pedro no Vaticano. Na sua homilia, o Papa Francisco comentou o Evangelho do dia recordando das exigências de Jesus para segui-lo perguntando-se o significado das suas advertências.

Seguir Jesus

Refletindo as palavras de Jesus o Papa disse: “Em primeiro lugar, vemos muitas pessoas, uma multidão numerosa que segue Jesus”. “Nos momentos de crise pessoal e social em que estamos mais expostos a sentimentos de ira ou temos medo de qualquer coisa que ameaça o nosso futuro, ficamos mais vulneráveis e assim, na onda da emoção, confiamo-nos a quem com sagácia e astúcia sabe cavalgar esta situação, aproveitando-se dos temores da sociedade e prometendo ser o ‘salvador’ que resolverá os problemas, quando, na realidade, o que deseja é aumentar a sua popularidade e o próprio poder”. Porém Francisco adverte: “O Evangelho diz-nos que Jesus não procede assim. O estilo de Deus é diferente, porque não instrumentaliza as nossas necessidades, nunca Se aproveita das nossas fraquezas para se engrandecer a Si mesmo. A Ele, que não nos quer seduzir com o engano nem quer distribuir alegrias fáceis, não interessam as multidões oceânicas”, frisa ainda.

O discernimento

“Assim, em vez de Se deixar atrair pelo fascínio da popularidade, pede a cada um para discernir cuidadosamente os motivos por que O segue e as consequências que isso acarreta.”

“Com efeito – continua Francisco - pode-se seguir o Senhor por várias razões, e algumas destas –admitamo-lo – são mundanas: por trás duma fachada religiosa perfeita pode-se esconder a mera satisfação das próprias necessidades, a busca do prestígio pessoal, o desejo de aceder a um cargo, de ter as coisas sob controle, o desejo de ocupar espaço e obter privilégios, a aspiração de receber reconhecimentos, e muito mais. Isso acontece hoje entre os cristãos. Mas não é o estilo de Jesus; nem pode ser o estilo do discípulo e da Igreja”. Segui-Lo, continua, “significa ‘tomar a própria cruz’ (Lc 14, 27): como Ele, carregar os pesos próprios e os alheios, fazer da vida um dom, não uma posse, gastá-la imitando o amor magnânimo e misericordioso que Ele tem por nós”.

Ponderando em seguida: “Para o conseguir, porém, é preciso olhar mais para Ele do que para nós próprios, aprender o amor que brota do Crucificado”. Citando João Paulo I disse, nós mesmos “somos objeto, da parte de Deus, dum amor que não se apaga”. “Não se apaga: nunca se eclipsa da nossa vida, resplandece sobre nós e ilumina até as noites mais escuras”. "Amar, ainda que custe a cruz do sacrifício, do silêncio, da incompreensão, da solidão, da contrariedade e da perseguição".

Citando ainda o novo Beato esclareceu:

“Se queres beijar Jesus crucificado, não o podes fazer sem te debruçares sobre a cruz e deixar que te fira algum espinho da coroa, que está na cabeça do Senhor. O amor até ao extremo, com todos os seus espinhos: e não as coisas a meio, as acomodações ou a vida tranquila.”

Ainda falando do amor ou do medo de nos perdermos, renunciarmos a dar-nos, ou deixar inacabadas as coisas, Francisco recorda que se fizermos assim: “Acabamos por viver a meias: sem nunca dar o passo decisivo, sem levantar voo, sem arriscar pelo bem, sem nos empenharmos verdadeiramente pelos outros.

Viver plenamente o Evangelho

“Jesus pede-nos isto: vive o Evangelho e viverás a vida, não a meias, mas até ao fundo. Sem cedências.”

“Irmãos, irmãs, o novo Beato viveu assim: na alegria do Evangelho, sem cedências, amando até ao extremo. Encarnou a pobreza do discípulo, que não é apenas desapegar-se dos bens materiais, mas sobretudo vencer a tentação de me colocar a mi mesmo no centro e procurar a glória própria. Ao contrário, seguindo o exemplo de Jesus, foi pastor manso e humilde. Considerava-se a si mesmo como o pó sobre o qual Deus Se dignara escrever. Nesta linha, exclamava: ‘O Senhor tanto recomendou: sede humildes! Mesmo que tenhais feito grandes coisas, dizei: ‘somos servos inúteis’”.

Por fim Francisco concluiu a homilia recordando:

Com o sorriso, o Papa Luciani conseguiu transmitir a bondade do Senhor. É bela uma Igreja com um rosto alegre, sereno e sorridente, que nunca fecha as portas, que não exacerba os corações, que não se lamenta nem guarda ressentimentos, que não é bravia nem impaciente, não se apresenta com modos rudes, nem padece de saudades do passado, caindo no 'retrocedismo'. Rezemos a este nosso pai e irmão e peçamos-lhe que nos obtenha 'o sorriso da alma'; aquele transparente, aquele que não engana: o sorriso da alma, servindo-nos das suas palavras, peçamos o que ele próprio costumava pedir: 'Senhor, aceitai-me como sou, com os meus defeitos, com as minhas faltas, mas fazei que me torne como Vós desejais'”.

XXIII Domingo do Tempo Comum – Ano C

Presbíteros

Homilia de D. Anselmo Chagas de Paiva, OSB – XXIII Domingo do Tempo Comum – Ano C

Carregar a cruz atrás do Cristo

Lc 14,25-33               

Caríssimos irmãos e irmãs,

Para este domingo a Liturgia da Palavra nos convida a tomar consciência do quanto é exigente seguir o Senhor.  O tema principal que sobressai nas leituras bíblicas é o da primazia do Criador em nossa vida. Já na primeira leitura, tirada do Livro da Sabedoria (cf. Sb 9,13-9), nos sugere indiretamente o motivo desta primazia absoluta de Deus: nele encontramos respostas para as perguntas do homem de todos os tempos que procura a verdade acerca da Divindade e de si mesmo. Sem Deus ficamos enfraquecidos e, sem a oração, isto é, sem a união interior com Ele, nada podemos fazer, como disse claramente Jesus aos seus discípulos durante a Última Ceia (cf. Jo 15,5).

No trecho evangélico temos o caminho a ser percorrido por cada seguidor de Jesus. Ele próprio apresenta as condições necessárias aos seus discípulos: amá-lo mais do que qualquer outra pessoa e mais do que a própria vida; carregar a própria cruz e segui-lo, renunciando a tudo o que possui. É o que ele diz: “Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo” (v. 26). E continua: “Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo” (v. 27).

Para compreender estas palavras de Jesus é preciso lembrar que o Evangelista São Lucas escreveu o seu Evangelho num contexto de perseguições. Alguns cristãos preferiam morrer a renegar a sua fé. Outros esquivavam, procurando salvar os seus bens, a família e a própria vida. O Evangelista São Lucas quis, não tanto condenar estas fraquezas na fé, mas apresentar um encorajamento àqueles que se mantinham firmes na fé, até à morte. Eram esses, os mártires, os que seguem Jesus até no mistério da sua morte na cruz.

Para sermos discípulos de Jesus, nada podemos antepor ao nosso amor por Ele, devemos carregar também a nossa própria cruz e segui-lo. Jesus bem sabe qual é o caminho que o Pai lhe pede para percorrer: o caminho da cruz, do sacrifício de si mesmo pelo perdão dos nossos pecados. A obra de Jesus é precisamente uma obra de misericórdia, de perdão, de amor.

E este perdão universal e esta misericórdia passam através da cruz. Mas Jesus conta com os seus discípulos para que possam continuar a missão que o Pai lhe confiou.  E Ele dirá aos seus seguidores: “Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós… Àqueles que perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados” (Jo 20,21.22). O discípulo de Jesus renuncia a todos os bens porque encontrou em Cristo o Bem maior e reconhece nos outros bens um valor menor, tais como, os vínculos familiares e as outras relações.

Lembremos que em todos os séculos o Senhor chamou homens e mulheres para que o seguissem.  Eles deixaram tudo e tornaram, no mundo, um sinal luminoso do amor de Deus.  Basta pensar em pessoas como São Lourenço, Santa Luzia, São Bento, São Francisco de Assis, Santa Clara, Santo Inácio de Loyola, Santa Teresa de Ávila e muitos outros. Todos eles souberam deixar tudo, para estar à disposição de todos.

Para explicar esta exigência, Jesus usa duas parábolas: a da torre para construir e a do rei que vai para a guerra. Esta segunda parábola diz: “Qual o rei que, ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz” (Lc 14,31-32). Trata-se de uma parábola, mas, na verdade, existe uma guerra mais profunda que todos nós devemos combater. É a decisão forte e corajosa de renunciar ao mal e às suas seduções e escolher o bem. Esta guerra deve ser contra o mal, contra o ódio, a violência, ao erro e ao pecado.

Apenas o amor de Deus nos torna livres e isto constitui o centro da mensagem que o Senhor nos quer comunicar no trecho evangélico, aparentemente tão severo deste domingo. Com a sua palavra Ele afirma que podemos contar com o seu amor, o amor de Deus feito homem. Reconhecer isto é a sabedoria da qual nos falou a primeira leitura.

Inspirados na Carta de São Paulo a Filêmon (cf. Fm 9-10.12-17), que a liturgia da Palavra nos faz ler na segunda leitura, que é a mais breve de todas as cartas de São Paulo. Endereçada a Filêmon, aparentemente um membro destacado da Igreja de Colossos, São Paulo trata da questão de Onésimo, escravo de Filêmon, que havia fugido da casa do seu senhor. Ao encontrar-se com Paulo, ligou-se a ele e, com este convívio, transmitiu-lhe a fé, fazendo-o cristão e, ao mesmo tempo, seu colaborador.

No entanto, a situação podia tornar-se delicada, pois, de acordo com o princípio legal, ao dar guarda a um escravo fugitivo, Paulo poderia ser cúmplice de uma grave infração ao direito privado. Enfim, Onésimo corria o risco de ser preso, devolvido ao seu senhor e severamente castigado. É neste contexto que Paulo resolve enviar Onésimo a Filêmon, levando consigo uma carta, onde explica a Filêmon a situação e intercede pelo escravo fugitivo, pedindo que o receba, já não como escravo, mas como um irmão em Cristo. E insinua que, sendo possível, lhe devolva Onésimo, já que ele vem sendo de grande utilidade para Paulo. É um significativo texto, carregado de sentimentos fraternos.

A nova fraternidade cristã supera a separação entre escravos e livres e insere na história um episódio de promoção da pessoa que levará à abolição da condição de escravo de Onésimo.  Desta experiência particular de São Paulo com Onésimo, entendemos o impulso da promoção humana dado pelo Cristianismo ao caminho da civilização, do perdão, do amor e da fraternidade entre as pessoas.

Para Paulo, o amor deverá ser a suprema e insubstituível norma que dirige e condiciona as palavras, os comportamentos, as decisões. Ora, o amor tem consequências bem práticas, que os membros da comunidade cristã não podem esquecer. Implica ver em cada homem um irmão, independentemente do seu estatuto social. Todos são “filhos de Deus” e irmãos em Cristo. A conversão ao amor exige o reconhecimento da igualdade fundamental de todos os homens.  A partir do amor, devemos descobrir que todos são filhos do mesmo Deus e irmãos em Cristo; a partir do amor, o escravo descobre a afirmação clara da sua dignidade de homem. É esta a questão fundamental que o texto nos apresenta.

E a Eucaristia que estamos a celebrar é o Sacramento do amor, que nos recorda o essencial: a caridade e o amor de Cristo que renova os homens e o mundo. Sentimos estas manifestações nas expressões de São Paulo na Carta a Filêmon. Nesta pequena carta sente-se de fato toda a mansidão e ao mesmo tempo o poder irresistível da caridade, que é a principal força propulsora para o verdadeiro desenvolvimento de cada pessoa e também da humanidade. Portanto, devemos sempre lembrar do mandamento antigo e sempre novo: “Amai-vos uns aos outros como o Cristo nos amou” (Jo 13,34). 

Peçamos a Maria que nos ensine a colocar em prática os ensinamentos de seu Filho Jesus, para que possamos segui-lo todos os dias e, iluminados pelo Espírito Santo, sejamos no mundo, seus discípulos e testemunhas do amor e da misericórdia de Deus.  Assim seja.

Anselmo Chagas de Paiva, OSB
Mosteiro de São Bento/RJ

sábado, 3 de setembro de 2022

Meditações sobre a Ressurreição (Parte VII)

Ressuscitou | comshalom

7. AMOR NO CÉU E MISSÃO NA TERRA

Um olhar para o futuro 

No final do seu Evangelho, São João transcreve o diálogo tocante que Cristo manteve com Pedro:

– Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?

            – Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo!

Repetindo três vezes a sua declaração de amor, Pedro reparou as suas três negações. Depois disso, Jesus confirmou-o na sua missão de pastor supremo da Igreja e continuou caminhando e conversando com ele pela margem do lago de Genesaré.

Num dado momento, inesperadamente, o Senhor parou e fitou Pedro nos olhos. Antecipando a perspectiva do seu futuro, disse-lhe: Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais jovem, cingias-te e ias para onde querias. Mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres”. Por estas palavras, indicava o gênero de morte com que ele havia de glorificar a Deus. E depois de assim ter falado, acrescentou: “Segue-me!” (Jo 21, 15-19).

Assim foi. Durante a perseguição do imperador Nero, Pedro foi preso em Roma pelo “crime” de ser cristão, e, amarrado como um bandido, levaram-no ao patíbulo, onde o crucificaram. O Apóstolo, cheio da fé e da fortaleza que o Espírito Santo lhe infundia, padeceu e morreu serenamente, e – segundo a tradição – teve o detalhe delicado de pedir que o crucificassem de cabeça para baixo, pois se considerava indigno de morrer como o seu Senhor Jesus.

Uma primeira mensagem 

Prestando atenção a essa profecia de Jesus, reparamos que nela há duas mensagens. Uma encerra-se no modo em que Jesus alude à morte. A outra, no É modo como alude ao sofrimento, à Cruz. Detenhamo-nos um pouco em ambas. Desde já, é importante perceber que Jesus fala da morte e da dor com tanta naturalidade que é evidente que não pensa que nenhuma das duas seja uma coisa terrível, ruim. Isso faz pensar.

Mensagem sobre a morte. A própria naturalidade – naturalidade séria e grave, mas serena – com que Jesus fala da morte revela que, para Nosso Senhor, a morte não é nem uma tragédia nem o fim de tudo. Ele mesmo dissera que morrer é chegar passar para a casa do Pai (Cf. Jo 14,2). Quer dizer que a vida nesta terra é apenas um caminho – bem curto, por sinal – ; deve ser uma passagem que encaminha para a meta definitiva, que é o Céu, a união plena e feliz com Deus e o convívio com os amigos de Deus por toda a eternidade. Este é o verdadeiro fim e destino do homem.

Isso é algo que Pedro, sob a luz da fé e a graça do Espírito Santo, compreendeu muito bem, como se reflete nesse trecho da sua primeira carta aos fiéis cristãos: Bendito seja Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Na sua grande misericórdia, ele fez-nos renascer, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma viva esperança, para uma herança incorruptível, incontaminável e imarcessível, reservada para vós nos céus. (1 Pedr 1,3-4).

E, na segunda carta, falando da vocação cristã, diz com serena clareza: Portanto, irmãos, cuidai cada vez mais de assegurar a vossa vocação [...]. Assim vos será aberta largamente a entrada no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2 Pedr 1,10-11).

O triunfo, a realização autêntica da vida é a salvação eterna, é ser santo, é ir para o Céu. Que adianta – dizia Jesus – alguém ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua alma (Mat 16,26)

             Sem olhar para a vida eterna, todas as grandezas e conquistas deste mundo são pó e vento que passa. Mais ainda, uma vida carregada de “realizações”, mas virada de costas para Deus, é como um navio ricamente equipado, que navega com cargas valiosíssimas, mas não tem destino, não chegará a porto algum; seu destino consistirá em girar no redemoinho e afundar no abismo.

Uma segunda mensagem 

A segunda mensagem é a serenidade com que Jesus fala da dor – do martírio de Pedro – como de um bem, considerando-o como um modo de amar e de glorificar a Deus (Cf. Jo 21, 19).

O próprio Pedro chegará a ver o sofrimento, sob a luz poderosa da fé e do amor, como um verdadeiro tesouro. Àqueles cristãos do século primeiro, perseguidos de morte pelo Imperador (muitos foram queimados vivos como tochas, quando Nero incendiou Roma), escrevia-lhes dizendo que seus padecimentos eram a prova a que é submetida a vossa fé, mais preciosa do que o ouro perecível (1 Ped 1,7). E exortava-os deste modo: Alegrai-vos de ser participantes dos sofrimentos de Cristo, para que vos possais alegrar e exultar no dia em que for manifestada a sua glória (1 Ped 4,13). Referindo-se ainda a Jesus, acrescentava com palavras tocantes: Este Jesus vós o amais, sem o terdes visto; credes nele sem o verdes ainda, e isto é para vós a fonte de uma alegria inefável e gloriosa (1 Ped 1,8).

Ao meditar nessa fé dos que conheceram Cristo e os Apóstolos, causam-nos imensa pena aqueles que são incapazes de entender a grandeza do fim sobrenatural da nossa vida – Deus, o amor que dá sentido a tudo, o Céu – e vivem exclusivamente atrás do prazer, da ambição e da vaidade: balões ocos, furados, que a morte vai queimar. Só a alma iluminada pela luz do Espírito Santo pode compreender o paradoxo, incompreensível para um materialista, de que amar a Cruz – a Cruz-amor de Cristo e do cristão – é o segredo para se ser feliz, não só no Céu, mas já antes na terra. Mas este é um tema bem profundo, que agora ultrapassa a nossa reflexão [2]. Falta-nos ainda acompanhar a parte final do diálogo entre Cristo e Pedro que estamos meditando.

Uma passagem alegre e fecunda

Depois das palavras sobre o futuro de Pedro, houve mais um diálogo interessantíssimo. O apóstolo Pedro, voltando-se para trás, viu que o seguia aquele discípulo que Jesus amava – João, o narrador destas cenas – . Vendo-o, Pedro perguntou a Jesus: “Senhor, e este? Que será dele?” Jesus não lhe quis satisfazer a curiosidade, e respondeu-lhe de um modo aparentemente seco: “Que te importa…? Tu, segue-me!” (Jo 21,20-22)

Digo que é aparentemente seco, porque, entre Pedro e Jesus, havia uma confiança grande e afetuosa, difícil para nós de calibrar. Podemos, contudo, imaginar Nosso Senhor com um sorriso meio brincalhão, dizendo a Pedro algo assim: “Estamos falando agora é da tua vida, da tua missão e da tua entrada no Céu, não da vida dos outros. Cada filho de Deus tem a sua tarefa, a sua vocação própria. Deixa João tranqüilo. É claro que também tenho uma missão reservada para ele, e não é nada pequena (de fato João viveu até cerca dos cem anos, cuidou de Nossa Senhora, difundiu a fé entre milhares de pessoas, escreveu o quarto Evangelho e três Epístolas que fazem parte da Bíblia… nada menos!). Mas o que interessa é que tu, Pedro, cumpras a tua missão pessoal. Por isso, te digo: Tu segue-me!

Com certeza, estas palavras – Tu, segue-me! – provocaram um sobressalto no coração de Pedro, pois fora com esses mesmos termos que Jesus o chamara, três anos antes, à beira do mesmo lago onde agora estavam, para se tornar o seu apóstolo. O coração de Pedro deve ter acelerado. As lembranças do dia da vocação devem ter-lhe voltado à memória, rodando com a nitidez de um filme colorido.

Na realidade, havia uma correspondência significativa – querida por Cristo – entre aquele dia, já remoto, do primeiro chamado e esse dia do encontro com o Ressuscitado. No dia da sua vocação, Jesus, antes de comunicar-lhe a chamada, fez o prodígio da primeira pesca milagrosa, que São Lucas descreve no capítulo quinto, e à qual já nos referimos.  Naquele dia, após o milagre, Pedro jogou-se aos pés do Senhor, e este disse-lhe: “Não temas; de agora em diante serás pescador de homens” (Lc 5, 10). Era uma definição simbólica da vocação do apóstolo, e é também uma definição da vocação apostólica do cristão: Vinde após mim, e eu farei de vós pescadores de homens (Mat 4,19).

A Igreja nos ensina que todos os batizados temos uma vocação divina e uma missão a realizar no mundo. Deus chama-nos a todos para sermos pescadores de homens. Não podemos ficar pensando apenas na nossa santificação, na nossa salvação. Não é cristão ficar fechado nas preocupações e sonhos pessoais. Estamos chamados por Deus a envolver afetuosamente os outros – respeitando-lhes sempre a liberdade – nas “redes” da nossa caridade, do nosso amor fraterno, desse amor que deseja para todos o maior bem, isto é, trazê-los para junto de Cristo, tal como os Apóstolos puseram aos pés de Jesus os centos e cinquenta e três peixes grandes. Peixes que o próprio Jesus fez questão de que simbolizassem as almas: farei de vós pescadores de homens!

Perguntemo-nos, à vista disso, quantos parentes, amigos, colegas, conhecidos já levamos nós aos pés de Cristo, à alegria de se encontrarem com o olhar de Cristo, com a palavra de Cristo, com o Coração de Cristo; à felicidade de descobrirem junto de Jesus o amor que não acaba e que dá o sentido à vida?

O mar da Galiléia, para nós, é o mundo, e o “Pedro” atual, o Papa, no caso João Paulo II, posto ao leme da barca da Igreja, nos deu como lema – para o novo milênio – as mesmas palavras com que Jesus mandou Pedro pescar, naquele encontro do dia da vocação: –Duc in altum! – Mar adentro! Deus quer que recristianizemos o mundo! 

Por incrível que pareça, Deus, que é tudo e fez tudo, quer contar conosco para estender pelo mundo os frutos da Redenção que Cristo conquistou para nós na Cruz, ao preço do seu Sangue. Ele quer que o Reino de Deus também “dependa de nós”: do nosso exemplo, do nosso empenho em difundir a doutrina cristã, do nosso apostolado pessoal, feito com a palavra compreensiva, com a confidência amiga, com o conselho leal.

“Mar adentro! Sigamos em frente, com esperança! – escreveu João Paulo II na Carta sobre o novo milênio – Diante da Igreja – dizia – abre-se um novo milênio como um vasto oceano onde aventurar-se com a ajuda de Cristo […]. O mandato missionário introduz-nos no terceiro milênio, convidando-nos a ter o mesmo entusiasmo dos cristãos da primeira hora; podemos contar com a força do mesmo Espírito que foi derramado no Pentecostes e nos impele hoje a partir de novo sustentados pela esperança que não nos deixa confundidos (Rom 5,5)”.

Cheio de um santo otimismo, o mesmo Papa, na sua Carta sobre o Rosário, escrevia que o Cristianismo, “passados dois mil anos, nada perdeu do seu frescor original, e sente-se impulsionado pelo Espírito de Deus a “fazer-se ao largo” – mar adentro! – para reafirmar, melhor, para “gritar” Cristo ao mundo como Senhor e Salvador, como “caminho, verdade e vida” , como “o fim da história humana, o ponto para onde tendem os desejos da história e da civilização”.

Concluamos esta reflexão. A vida tem como meta, certamente, o Céu. Mas, antes de chegarmos ao Céu, é preciso que arregacemos as mangas e realizemos muitas coisas na terra. Sobretudo, é preciso que ajudemos muitos a encontrarem e amarem a Deus, porque Cristo nos deu essa missão no mundo e confia em nós.

[2]  Cf. F.Faus: A sabedoria da Cruz, Ed. Quadrante, São Paulo 2001

Fonte: https://presbiteros.org.br/

Estudo indica que casamentos mais humildes podem ser mais duradouros

Halfpoint | Shutterstock
Beautiful wedding couple is enjoying wedding
Por Octavio Messias

10% dos casais cujas festas superaram R$ 140 mil se divorciaram em menos de três anos.

Quando se pensa em casar, um dos principais empecilhos é de ordem financeira, uma vez que um casamento com festa completa para muitos convidados chega a ultrapassar o valor de um apartamento. E o tamanho do investimento financeiro no matrimônio não necessariamente corresponde à felicidade do casal. É o que mostra um estudo inglês encomendado pela Marriage Foundation: casais que optam por uma cerimônia simples têm estatisticamente mais chances de permanecerem juntos. 

Dos entrevistados que tiveram casamentos que custaram mais do que 20 mil libras (ou 140 mil reais), 10% deles se divorciaram em menos de três anos. Ou seja, gastaram tanto com a festa que esqueceram que teriam o resto da vida juntos.

Já entre os que tiveram cerimônias para 10 convidados ou menos, 34% só se divorciou depois de uma década (o que é mais do que o dobro do tempo médio de casamento do total da amostra). “Os dados endossam pesquisas anteriores dos EUA, sugerindo que casamentos caros podem ser ruins por causa do endividamento”, diz o diretor do estudo, Harry Benson. 

MOTIVOS CERTOS

Não é uma festa de arromba para centenas de convidados e com investimento de centenas de milhares de reais que faz um casamento dar certo. O que faz um casal permanecer junto ao longo de muitos anos é o amor entre os seus membros, o desejo de manter uma família, o respeito, a cumplicidade, a parceria, a afinidade, a intimidade, o entendimento, o companheirismo, projetos compartilhados e planos de construir uma vida juntos, o compromisso perante Deus. Valores financeiros (além do básico para viver bem) não entram, ou ao menos não deveriam entrar, nessa equação. 

De modo que, além do endividamento, que com certeza pode abalar a estabilidade de qualquer pessoa e, portanto, de qualquer casal, vale também considerar que talvez muita gente se case pelos motivos errados, seja por interesse financeiro, por carência, para sair da casa dos pais, para realizar o sonho infantil de viver um dia de príncipe ou princesa ou seja qual for a comodidade. O casamento pode ser fonte de grande felicidade e, talvez até mesmo por isso, requer cuidado, trabalho e manutenções constantes. 

Não se casa por nenhum outro motivo fora o cônjuge e o próprio casamento em si. E quando essa escolha é acertada, o tamanho da cerimônia e o número de convidados são o que menos importa. 

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Os enganos da avareza

Editora Cléofas

Os enganos da avareza

 POR PROF. FELIPE AQUINO

Certa vez o Papa João Paulo II disse que o pecado original tirou os nossos olhos de Deus e os voltou para as criaturas. Isto é, deixamos de buscar em Deus toda a nossa felicidade para busca-la nas criaturas. Mas, essas, porque estão abaixo de nós, não podem satisfazer a nossa sede de felicidade; somente Aquele que está acima de nós.

Toda a luta espiritual consiste nisso: voltar os olhos para Deus. Santo Agostinho dizia: “Não andes averiguando quanto tens, mas o que tu és”. Esse é o caminho de começo da volta. Temos a experiência de que nada é suficiente para quem não põe limite em seus caprichos. Quanto mais temos mais queremos; a sede é insaciável. Quem não se controla diante daquilo que é lícito, acaba sucumbindo naquilo que é ilícito.

Um velho professor nos dizia que ser rico não é ter muito, mas precisar de pouco. Se aprendemos a nos contentar com aquilo que é suficiente para vivermos, veremos que de pouco necessitamos. Santo Agostinho disse que o rico enche a bolsa de moedas e a alma de preocupações. Ele dizia que o homem fica acabrunhado sob o fardo da avareza; transpira ao peso de sua carga, arfa e padece fome. Trabalha como louco para afinal, tornar seu fardo mais pesado.

Por outro lado, não devemos abraçar a pobreza por amor à pobreza; pois isso é miséria. Devemos abraçar a pobreza por amor de nossa liberdade. Tudo que excede o necessário oprime e não eleva, pesa e não honra.

Santa Catarina disse no “Diálogo” que o cristão que possui bens, deve fazê-lo na humildade, sem orgulho, como coisa emprestada, não própria. Deus nos dá os bens para o uso. Não é pecado ter bens. Todas as coisas são boas e foram feitas por Deus para a utilidade dos homens. O errado e que faz sofrer é o apego.

O grande Doutor São Bernardo, ensina que “o avarento está sempre faminto como um mendigo, nunca chega a ficar satisfeito com os bens que deseja. O pobre, como senhor de tudo, os despreza, pois não deseja nada”.

De fato, não é fácil viver de acordo com esses pensamentos; mas é o caminho da volta dos olhos para Deus. Peçamos a sua graça; pois Santo Agostinho disse que “aquilo que pode parecer impossível à nossa natureza, é possível à graça de Deus”. Com ela, e disposição, voltaremos os olhos novamente para Deus. E seremos felizes!

Prof. Felipe Aquino

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF