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quinta-feira, 27 de junho de 2024

São Cirilo de Alexandria

São Cirilo de Alexandria (A12)
27 de junho
São Cirilo de Alexandria

São Cirilo de Alexandria, nasceu no ano de 370, no Egito. Sobrinho de Teófilo, bispo de Alexandria, assumiu a diocese em 412, após a morte do tio. Governou a diocese até o ano 444, data do seu falecimento.

Durante esses trinta e dois anos de episcopado, exerceu forte liderança na Igreja, pois detinha profundo conhecimento teológico e era muito humilde. Deixou muitos escritos e firmou a posição da Igreja no Oriente. Primeiro, resolveu o problema com os judeus que habitavam a cidade: ou deixavam de atacar a religião católica ou deviam mudar-se da cidade. Depois, foi fechando as igrejas onde não se professava o verdadeiro cristianismo.

É considerada a sua maior obra a defesa do dogma de Maria, como a Mãe de Deus. Ele se opôs e combateu Nestório, patriarca de Constantinopla, que professava ser Maria apenas a mãe do homem Jesus e não de Um que é Deus, da Santíssima Trindade, como está no Evangelho. Por esse erro de pregação, Cirilo escreveu ao papa Celestino, o qual organizou vários sínodos e concílios, onde o tema foi exaustivamente discutido. Em todos eles, o papa foi representado por Cirilo.

No Concilio de Éfeso, em 431, finalmente se chegou à conclusão do tema com a condenação dos erros de Nestório e a proclamação da maternidade divina de Nossa Senhora. Também foram considerados hereges os bispos que não aceitavam a santidade de Maria.

Sua data é celebrada por toda a Igreja Católica, do Oriente e do Ocidente, são Cirilo de Alexandria, recebeu o título de doutor da Igreja treze séculos após sua morte, durante o pontificado do papa Leão XIII.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

“Toda a nossa vida é uma primavera, porque temos em nós a verdade que não envelhece e essa verdade anima toda a nossa caminhada “. São Cirilo acreditava que o homem vive no tempo e no espaço, mas algo dentro de si o impulsiona para realidades mais profundas e elevadas. Que Deus nos inspire e oriente, para que busquemos sempre as realidades mais profundas e elevadas que Ele deseja para nós, segundo o espírito e fé de São Cirilo de Alexandria.

Oração:

“Eu vos saúdo, Maria, mãe de Deus, tesouro venerável de todo o universo, farol que se não extingue, brilhante coroa da virgindade, cetro da boa doutrina…Eu vos saúdo, vós que, no vosso seio virginal, contivestes aquele que é imenso e incompreensível; vós por quem a Santa Trindade é glorificada e adorada; vós por quem a cruz preciosa do Salvador é exaltada por toda a terra; vós por quem o céu triunfa, os anjos se rejubilam, os demônios fogem, o tentador é vencido, a criatura culpada se eleva ao céu, o conhecimento da verdade se estabelece sobre as ruínas da idolatria; vós por quem os fiéis obtêm o batismo, e são ungidos com o óleo da alegria; vós, por quem todas as igrejas do mundo foram fundadas, e as nações conduzidas à penitência; vos, enfim, por quem o Filho único de Deus, que é a luz do mundo, iluminou aqueles que se achavam sentados nas sombras da morte!…Haverá homem que possa louvar dignamente a incomparável Maria?”


Fonte: https://www.a12.com/

quarta-feira, 26 de junho de 2024

Do Tratado sobre a amizade espiritual, do beato Elredo, abade

A verdadeira, perfeita e eterna amizade (iCatólica)

Do Tratado sobre a amizade espiritual, do beato Elredo, abade

(Lib. 3:PL195,692-693)            (Séc. XII)

Verdadeira, perfeita e eterna amizade

            Jônatas, jovem de grande nobreza, sem olhar para a coroa régia nem para o futuro reinado fez um pacto com Davi, igualando assim, pela amizade, o súdito ao senhor. Deu preferência a Davi, mesmo quando este foi expulso por seu pai o rei Saul, tendo de se esconder no deserto, como condenado à morte, destinado à espada. Jônatas então humilhou-se para exaltar o amigo perseguido: Tu, são suas palavras, serás rei e eu serei o segundo depois de ti.

            Que espelho estupendo da verdadeira amizade! Admirável! O rei, furioso contra o servo, excitava todo o país contra um possível rival do reino. Assim, acusava sacerdotes de traição, trucidando-os por uma simples suspeita. Percorria as matas, esquadrinhava os vales, cercava com suas tropas os montes e penhascos, fazendo todos prometerem tornar-se vingadores da indignação real.

            Entretanto, Jônatas, o único que poderia ter razão de invejar, só ele julgou dever resistir a seu pai, oferecendo a paz ao amigo, aconselhando-o em tão grande adversidade, preferindo a amizade ao reino: Tu serás rei e eu serei o segundo depois de ti. Em contraste, vede como o pai estimulava a inveja do adolescente contra o amigo, apertava-o com repreensões, amedrontava-o com ameaças de ser despojado do reino, prometendo privá-lo da nobreza.

            Quando pronunciou sentença de morte contra Davi, Jônatas não abandonou o amigo. Por que deve morrer Davi? que culpa tem? que fez ele? Tomou sua vida em suas mãos e feriu o filisteu e tu te alegraste. Por que então irá morrer? A tais palavras, louco de cólera, o rei tentou transpassar Jônatas, com a lança contra a parede, ameaçando aos gritos: Filho de mãe indigna, bem sei que gostas dele para vergonha tua, confusão e infâmia de tua mãe. Depois vomitou todo o veneno sobre o coração do jovem, acrescentando incentivo à sua ambição, alimento à inveja, estímulo à rivalidade e à amargura: Enquanto viver o filho de Isaí, não se estabelecerá o teu reino.

            Quem não se abalaria com tais palavras? Quem não se encheria de inveja? Que amor, que agrado, que amizade elas não corromperiam, não diminuiriam, não fariam esquecer? Jônatas, o moço cheio de afeição, guardou o pacto da amizade, forte contra as ameaças, paciente contra o furor, desprezou o reino por causa da amizade, esquecido das glórias, bem lembrado da graça. Tu serás rei e eu serei o segundo depois de ti.

            Esta é a verdadeira, perfeita, estável e eterna amizade, aquela que a inveja não corrompe, suspeita alguma diminui, não se desfaz pela ambição. Assim provada, não cede; assim batida, não cai; assim sacudida por tantas censuras, mostra-se inabalável e, provocada por tantas injúrias, permanece imóvel. Vai, então, e faze tu o mesmo.

 Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Papa: há necessidade de crentes coerentes, comprometidos com a paz

Papa com os líderes muçulmanos de Bolomha (Vatican Media)

Pouco antes da Audiência Geral, o Papa saudou uma delegação da Mesquita de Bolonha, a quem entregou um discurso no qual convida cristãos, judeus e muçulmanos - que adoram “o Deus Único” -, a serem os primeiros a oferecer ao mundo contemporâneo um testemunho de fraternidade. O Pontífice também exortou ao respeito pela liberdade religiosa: “Cada crente deve sentir-se livre para propor – nunca impor – a sua religião a outras pessoas, crentes ou não”.

Tiziana Campisi – Cidade do Vaticano

O breve encontro com um grupo de muçulmanos de Bolonha no escritório da Sala Paulo VI, antes da Audiência Geral, é a oportunidade para o Papa Francisco exortar mais uma vez à fraternidade universal. E o fez, na saudação dirigida à delegação da Mesquita da capital emiliana, na qual pede sobretudo aos crentes de qualquer fé que promovam a harmonia entre os povos:

O mundo, especialmente neste momento histórico, necessita de crentes coerentes e fortemente comprometidos na construção e manutenção da paz social e mundial.

O exemplo de cristãos, judeus e muçulmanos

A acolher “uns aos outros como irmãos” são chamados "antes de tudo” cristãos, judeus e muçulmanos, que adoram “o Deus Único”, e que “fazem referência, ainda que em maneiras diferentes, a Abraão como pai na fé”, é o convite do Papa, que considera o “testemunho de fraternidade” dos fiéis das religiões monoteístas “indispensável e muito precioso” no mundo de hoje:

Nós, que tivemos o dom desta pertença religiosa, somos chamados a ser abertos e acolhedores para com aqueles que não a compartilham, porque são, como todos nós, membros da única família humana.

Que seja respeitada a liberdade de consciência e de religião 

No texto do discurso, Francisco sublinha que “o diálogo sincero e respeitoso entre cristãos e muçulmanos é um dever” para aqueles que querem “obedecer à vontade de Deus”, que deseja que “os seus filhos se queiram bem, se ajudem reciprocamente, e que, caso surja alguma dificuldade ou mal-entendido entre eles, cheguem a um acordo com humildade e paciência”. Mas o diálogo exige que sejam reconhecidos a “dignidade” e os “direitos de cada pessoa”, acrescenta o Papa, e entre estes, antes de mais nada, a “liberdade de consciência e de religião”:

Além disso, cada crente deve sentir-se livre para propor – nunca impor! – a própria religião a outras pessoas, crentes ou não. Isto exclui qualquer forma de proselitismo, entendido como exercício de pressão ou ameaças; deve rejeitar qualquer tipo de favores financeiros ou de trabalho; não deve tirar vantagem da ignorância das pessoas.

Também “os casamentos entre pessoas de religiões diferentes não devem ser uma oportunidade para converter o cônjuge” ao próprio credo, acrescenta por fim Francisco, que faz votos à delegação que a delegação da mesquita de Bolonha para manter “boas relações com a Igreja Católica: com o bispo, com o clero e com os fiéis, no respeito mútuo e na amizade" e agradecendo às comunidades muçulmanas por serem "artesãs da paz".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Um grande cristão (2)

Panorâmica do complexo do Monte Calvário de Domodossola | 30Giorni

Arquivo 30Dias - 09/2007

Um grande cristão

Entrevista com o cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos: “Beatifica-se uma límpida figura sacerdotal, que ofereceu toda a sua pessoa a Jesus e à Igreja. Que sofreu por isso. Uma figura que foi guia e conforto para muitos cristãos que vieram depois dele”.

Entrevista com o cardeal José Saraiva Martins de Gianni Cardinale

O ponto da relação com Pio IX é relevante na vida de Rosmini. Num primeiro momento, parece que o papa Mastai queria criá-lo cardeal; depois, no entanto, eles devem ter deixado de se entender...
SARAIVA MARTINS: De fato, existem testemunhos que revelam a grande estima que Pio IX tinha por Rosmini, que o Papa queria criar cardeal e até nomear secretário de Estado. Mas surgiram depois turbulências políticas e a criação da República Romana, em 1849, que enterraram essa hipótese. Como alguns estudiosos sublinham, não foram benéficas para Rosmini a inimizade e a antipatia de cardeais mais próximos da Áustria, a começar pelo influente Giacomo Antonelli.
4488070">. Além disso, a relação com João Paulo I foi singular.

Em que sentido?
SARAIVA MARTINS: O servo de Deus Albino Luciani, quando ainda era um jovem sacerdote, escreveu uma tese muito crítica sobre Rosmini, e quem lhe respondeu foi um jovem rosminiano, padre Clemente Riva, que depois se tornou auxiliar de Roma. Em 1978, quando Luciani se tornou papa, quis encontrar o cardeal vigário e seus auxiliares. Quando chegou a vez de Riva, João Paulo I disse a Poletti: “Esse eu conheço...”. Mas disse isso com um grande sorriso. A ponto de Riva – ele mesmo contou isso –, que também tinha um certo receio por esse encontro, ter-se sentido muito aliviado. É preciso acrescentar a isso que temos testemunhos dignos de confiança que falam de como o papa Luciani expressou seu desejo de reabilitar pessoalmente a figura de Rosmini.

Certamente, a obra mais famosa de Rosmini é Das cinco chagas da Santa Igreja. Ela foi inserida no Índice, mas foi também amplamente reabilitada mesmo antes do próprio Índice dos livros proibidos ter sido abolido...
SARAIVA MARTINS: Por certos aspectos, é um livro profético, antecipador, talvez até demais para seu tempo. E o destino dos profetas, na Bíblia, mas também – pobres de nós! – na história da Igreja, muitas vezes é serem pouco compreendidos e perseguidos.

Uma das cinco chagas indicadas por Rosmini é a das nomeações episcopais...
SARAIVA MARTINS: A questão das nomeações episcopais é um ponto sempre muito delicado na vida da Igreja. Eu me dou conta disso também por ser membro, há anos, da Congregação para os Bispos. Rosmini queria desarraigar a influência, já deletéria, que os poderes mundanos exerciam na escolha dos pastores e, por isso, desejava o retorno à antiga prática segundo a qual os bispos eram escolhidos pelo clero e pelo povo.

Essa prática pode realmente ser recuperada?
SARAIVA MARTINS: As normas com as quais se escolhem os bispos não são de direito divino e, portanto, podem ser sempre aperfeiçoadas. Mas um envolvimento direto, quase eletivo, dos fiéis leigos na escolha de um bispo seria impensável hoje. Basta pensar, entre outras coisas, no papel que poderiam desempenhar nesse sentido os meios de comunicação social. Na época de Rosmini, a televisão ainda não existia...

Uma outra chaga indicada por Rosmini diz respeito à liturgia...
SARAIVA MARTINS: Rosmini entendia o drama de uma liturgia que já não podia ser compreendida pelo povo e, muitas vezes, nem por parte dos próprios celebrantes. Nisso também, suas intuições anteciparam o movimento de renovação litúrgica e as exigências expressas na constituição Sacrosanctum Concilium, do Vaticano II.

Permita-me uma pergunta talvez um pouco extemporânea. Que atitude poderia ter Rosmini hoje diante do motu proprio Summorum pontificum?
SARAIVA MARTINS: A história não é feita de “se”. Mas eu não acredito que se Rosmini estivesse vivo hoje seria contrário ao motu proprio a que o senhor se refere. Mesmo porque ele tinha um elevado conceito de liberdade e teria recebido muito bem o gesto de um papa que concede a liberdade aos fiéis que lhe pedem licença para assistir a uma liturgia que, de qualquer forma, foi durante séculos a liturgia oficial da Igreja. Além disso, deve-se levar em conta que Rosmini desejava que tanto o clero quanto o povo pudessem entender e amar a liturgia, e com isso queria afirmar a necessidade de dar atenção também ao estudo da liturgia e não simplesmente – como alguns acreditam – a que fosse traduzida em língua corrente.

Que outros aspectos do Vaticano II foram antecipados por Rosmini?
SARAIVA MARTINS: Um dos aspectos que certamente teve Rosmini como percursor do último Concílio foi o da liberdade religiosa. Sobre esse tema, Rosmini foi realmente um antecipador incompreendido. A Dignitatis humanae lhe deve muitíssimo.

Quando Rosmini morreu, tinha menos de sessenta anos. Existe mesmo a possibilidade de que tenha sido envenenado?
SARAIVA MARTINS: De fato, na Positio preparada pelo padre Papa são relacionados testemunhos que nos levariam a pensar em várias tentativas de envenenamento de Rosmini. Todavia, faltam provas seguras nesse sentido. Mas não surpreende que o abade pudesse ser objeto de tentativas de eliminação física: ele certamente era uma figura incômoda, sobretudo para alguns centros de poder político.

O postulador da causa de Rosmini revelou que o custo total da causa, em si, e da cerimônia de beatificação é um tanto alto. Perdoe-me a formulação um pouco irreverente: é tão caro assim se tornar santo?
SARAIVA MARTINS: Não existe uma tabela de preços para se tornar beato ou santo. É claro que cada processo tem custos inevitáveis: o papel, a impressão, os justos honorários para os peritos leigos e eclesiásticos e para os postuladores e seus colaboradores. Devo acrescentar, nesse sentido, que para as causas, por assim dizer, “necessitadas” existe um fundo especialmente voltado à cobertura dessas despesas, ao qual é possível recorrer.

 Fonte: https://www.30giorni.it/

O Papa: reconduzir a uma nova vida aqueles que caem na escravidão das drogas

Audiência Geral de 26/06/2024, com o Papa Francisco (Vatican News)

A catequese de Francisco, na Audiência Geral, foi dedicada à trágica realidade da dependência de drogas no âmbito do Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas celebrado nesta quarta-feira, 26 de junho. Segundo o Papa, "a redução da dependência de drogas não pode ser alcançada através da liberalização do seu consumo, isto é uma ilusão". O Pontífice definiu os traficantes como "assassinos e traficantes de morte".

https://youtu.be/qnX2UH0V3hg

Mariangela Jaguraba - Vatican News

Nesta quarta-feira (26/06), Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, o Papa Francisco dedicou sua catequese, na Audiência Geral, a este tema.

O Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas foi instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1987. O tema deste ano é "A evidência é clara: investir na prevenção".

João Paulo II e Bento XVI sobre as drogas

São João Paulo II afirmou que "o abuso de drogas empobrece todas as comunidades onde está presente. Diminui a força humana e a fibra moral. Isso prejudica os valores estimados. Destrói o desejo de viver e contribuir para uma sociedade melhor". Francisco recordou que quem faz uso de drogas "traz consigo uma história pessoal diferente, que deve ser ouvida, compreendida, amada e, na medida do possível, sanada e purificada". Os usuários de drogas "continuam tendo uma dignidade enquanto pessoas filhas de Deus”. "Todo mundo tem dignidade", acrescentou o Papa.

"No entanto, não podemos ignorar as intenções e más ações dos distribuidores e traficantes de drogas. Eles são assassinos", sublinhou Francisco, recordando que o Papa Bento XVI usou palavras severas durante sua visita à comunidade terapêutica "Fazenda da Esperança"no Brasil, em 12 de maio de 2007. Assim disse Bento XVI: “Digo aos que comercializam a droga que pensem no mal que estão provocando a uma multidão de jovens e de adultos de todos os segmentos da sociedade: Deus vai exigir de vocês satisfações. A dignidade humana não pode ser espezinhada desta maneira”.

Pôr fim à produção e ao tráfico

Segundo o Papa, "a redução da dependência de drogas não pode ser alcançada através da liberalização do seu consumo, isto é uma ilusão, como foi proposto por alguns, ou já implementado, em alguns países. Se for liberalizada o consumo será maior".

“Tendo conhecido muitas histórias trágicas de usuários de drogas e suas famílias, estou convencido de que é moralmente necessário pôr fim à produção e ao tráfico destas substâncias perigosas.”

Quantos traficantes de morte existem, porque os traficantes de drogas são traficantes de morte! - quantos traficantes de morte existem, movidos pela lógica do poder e do dinheiro a qualquer custo! Esta praga, que produz violência e semeia sofrimento e morte, exige um ato de coragem de toda a nossa sociedade.

A prevenção para combater o abuso e o narcotráfico

"A produção e o tráfico de drogas também têm um impacto destrutivo na nossa casa comum", disse ainda o Papa, sublinhando que "isto tem se tornado cada vez mais evidente na bacia amazônica".

“Outra forma prioritária de combater o abuso e o narcotráfico é a prevenção, que se faz promovendo maior justiça, educando os jovens para os valores que constroem a vida pessoal e comunitária, acompanhando quem está em dificuldade e dando esperança para o futuro.”

O trabalho da Igreja

O Pontífice disse que em suas viagens em várias dioceses e países ele visitou "diversas comunidades de recuperação inspiradas no Evangelho". "São um testemunho forte e esperançoso do compromisso dos sacerdotes, das pessoas consagradas e dos leigos em pôr em prática a parábola do Bom Samaritano. Do mesmo modo, sinto-me confortado pelos esforços empreendidos por diversas Conferências Episcopais para promover legislação e políticas justas relativas ao tratamento das pessoas dependentes do consumo de drogas e à prevenção para deter este flagelo", disse ainda Francisco.

O Papa citou como exemplo a rede da Pastoral latino-americana de Acompanhamento e Prevenção das Dependências (PLAPA). "O estatuto desta rede reconhece que 'a dependência do álcool, das substâncias psicoativas e de outras formas de dependência (pornografia, novas tecnologias, etc.) é um problema que nos afeta indistintamente, para além da diversidade dos contextos geográficos, sociais, culturais, religiosos e etários. Apesar das diferenças, queremos organizar-nos como rede: partilhar experiências, o entusiasmo e as dificuldades'".

Francisco mencionou também os Bispos da África Austral, que em novembro de 2023 convocaram um encontro sobre o tema “Capacitar os jovens como agentes de paz e de esperança”. Os representantes da juventude presentes na reunião reconheceram aquela assembleia como um “marco significativo para uma juventude saudável e ativa em toda a região”. Prometeram ainda: “Aceitamos o papel de Embaixadores e Defensores que vão lutar contra o uso de substâncias. Pedimos a todos os jovens que tenham empatia uns com os outros em todos os momentos”.

Não ficar indiferentes

“Queridos irmãos e irmãs, perante a trágica situação da dependência de drogas de milhões de pessoas em todo o mundo, perante o escândalo da produção e do tráfico ilícito de drogas, “não podemos ficar indiferentes. O Senhor Jesus parou, fez-se próximo, curou as feridas.”

Seguindo "o estilo da sua proximidade, também nós somos chamados a agir, a parar diante de situações de fragilidade e de dor, a saber escutar o grito da solidão e da angústia, a inclinar-nos para levantar e reconduzir a uma nova vida aqueles que caem na escravidão das drogas". "Rezemos também pelos criminosos que gastam e fornecem drogas aos jovens: são criminosos, são assassinos. Rezemos por sua conversão", disse ainda o Papa.

Por fim, neste Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, Francisco convidou a renovar "como cristãos e comunidades eclesiais o nosso compromisso de oração e de combate às drogas".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Josemaria Escrivá

São Josemaria Escrivá (A12)
26 de junho
São Josemaria Escrivá

Josemaría Escrivá de Balaguer nasceu em Barbastro na Espanha, em 9 de janeiro de 1902. Ele cresce uma família católica, ele era o segundo de um total de seis filhos do casal José Escrivá e Maria Dolores Alba.

Já na infância ele se depara com as dores da vida, entre os anos de 1910 e 1913, as três irmãs mais novas morreram. Já no final de 1914, sua família se muda para Logronho, pois a empresa de seu pai faliu.

Em 1917, Josemaría sente o chamado de sua vocação, a partir de um fato inusitado, ao perceber as pegadas de um carmelita que caminhava descalço na neve, ele se sentiu tocado por Deus e que precisava se entregar ao serviço de Deus.

Em 1918 iniciou seus estudos no Seminário de Logronho, como aluno externo, em 1920, entrou para o Seminário de São Carlos, de Saragoça.

No dia 28 de Março de 1925, foi ordenado sacerdote na capela do Seminário. No dia 30, celebrou a primeira Missa na Basílica do Pilar, em sufrágio pela alma do pai que havia falecido há quatro meses. Passou a exercer o ministério em um povoado rural. Depois, trabalhou em Saragoça. Autorizado pelo bispo, foi para Madri em 1927, onde se formou em Direito.

Em 2 de outubro de 1928, Josemaría participava de um retiro espiritual e, enquanto meditava, “vê” a missão que o Senhor lhe chamava: iniciar um novo caminho vocacional na Igreja, promover a busca da santidade e o apostolado através da santificação do trabalho ordinário no meio do mundo, sem mudar de status. Nascia assim a Opus Dei. Poucos meses depois, o Senhor o fez compreender que deveria incluir também as mulheres.

Em 24 de fevereiro de 1947, o Papa Pio XII concedeu o decretum laudis e, em 16 de junho de 1950, a aprovação definitiva.

São Josemaría Escrivá morreu por causa de uma parada cardíaca, no dia 26 de junho de 1975. Ele estava em seu escritório, aos pés de uma imagem de Nossa Senhora de Guadalupe.

A Opus Dei já estava presente nos cinco continentes, tendo mais de sessenta mil membros em oitenta países.

 Foi beatificado em 17 de maio de 1992 e sua canonização aconteceu no dia 6 de outubro de 2002, em cerimônia celebrada pelo papa São João Paulo II.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão:

O objetivo do Opus Dei é elevar a Deus toda realidade criada, com a ajuda da graça, para que Cristo reine em todos e em tudo; conhecer Jesus Cristo, torná-lo conhecido, levá-lo a todos os lugares. Imagino que de tudo tirais oportunidade para ter intimidade com Deus e com a sua Mãe bendita, nossa Mãe, e com São José, nosso Pai e Senhor, e com os nossos Anjos da Guarda, para ajudar a Igreja Santa, nossa Mãe, que está tão necessitada, que está a passar tão mal no mundo, neste momento! Temos de amar muito a Igreja e o Papa, seja ele quem for. Pedi ao Senhor que o nosso serviço seja eficaz para a sua Igreja e para o Santo Padre”.

Oração:

“Ó Deus, que por mediação da Santíssima Virgem Maria, concedestes inumeráveis graças a São Josemaria, sacerdote, escolhendo-o como instrumento fidelíssimo para fundar o Opus Dei, caminho de santificação no trabalho profissional e no cumprimento dos deveres cotidianos do cristão, fazei que eu saiba também converter todos os momentos e circunstâncias da minha vida em ocasião de Vos amar, e de servir com alegria e com simplicidade a Igreja, o Romano Pontífice e as almas, iluminando os caminhos da terra com o resplendor da fé e do amor. Concedei-me por intercessão de São Josemaria o favor que vos peço... Assim seja. Pai Nosso, Ave-Maria, Glória.”


Fonte: https://www.a12.com/

terça-feira, 25 de junho de 2024

Um grande cristão (1)

A igreja de São Marcos, em Rovereto, onde Rosmini foi batizado em 25 de março de 1797; Rosmini foi pároco dessa mesma igreja, de 1834 a 1835, mas antes, em setembro de 1823, organizou nela o Panegírico à santa e gloriosa memória de Pio VII | 30Giorni

Arquivo 30Dias - 09/2007

Um grande cristão

Entrevista com o cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos: “Beatifica-se uma límpida figura sacerdotal, que ofereceu toda a sua pessoa a Jesus e à Igreja. Que sofreu por isso. Uma figura que foi guia e conforto para muitos cristãos que vieram depois dele”.

Entrevista com o cardeal José Saraiva Martins de Gianni Cardinale

“Estou realmente contente pelo fato de Antonio Rosmini ser finalmente elevado à glória dos altares. Estou contente pela Igreja e, se me permitem, também pessoalmente. Desde minha época como professor na Pontifícia Universidade Urbaniana, sempre citei com prazer os escritos esclarecedores desse grande, agudo, profético pensador.” O cardeal José Saraiva Martins já está preparando com muito cuidado a homilia que pronunciará em novembro próximo, em Novara, quando presidirá à celebração com a qual o grande sacerdote de Rovereto será inscrito no álbum dos beatos. E não esconde sua satisfação pessoal por ter finalmente chegado esse momento eclesial tão importante. Até porque, realmente, não é todos os dias que um eclesiástico que teve proposições suas condenadas formalmente pelo Santo Ofício recebe uma reabilitação tão completa.

Eminência, por que o senhor parece tão contente por poder presidir à beatificação de Rosmini?
JOSÉ SARAIVA MARTINS: Porque se trata de uma límpida figura sacerdotal, que ofereceu toda a sua pessoa a Jesus e à Igreja. Que sofreu por isso. Uma figura que foi guia e conforto para muitos cristãos que vieram depois dele. Cristãos que pertencem à esfera intelectual, pois Rosmini era um grande pensador, mas também simples fiéis, tocados pelo testemunho dos religiosos e das religiosas das congregações fundadas pelo abade de Rovereto. Rosmini é realmente um cristão que viveu da maneira mais elevada as virtudes humanas e cristãs.

No entanto, no caso de Rosmini, não foi fácil fazer que essas virtudes fossem reconhecidas...
SARAIVA MARTINS: De fato, a causa de beatificação – imagino que o senhor esteja se referindo a isso – foi particularmente complexa. Por uma série de motivos.

Em primeiro lugar, motivos doutrinais.
SARAIVA MARTINS: Realmente, os escritos de Rosmini foram objeto de críticas por parte de outros eclesiásticos, críticas que culminaram no decreto Post obitum, do então Santo Ofício, no qual eram condenadas quarenta proposições extraídas de suas obras. Mas era uma condenação póstuma, posterior a sua morte – post obitum, justamente – e, portanto, Rosmini não pôde se defender; além disso, eram proposições extrapoladas de seu contexto, por isso interpretadas de maneira arbitrária.

Entre os “inimigos” históricos de Rosmini, estão os jesuítas...
SARAIVA MARTINS: São algumas personalidades da Companhia de Jesus da época. Mas os jesuítas, já há bastante tempo, mudaram de opinião. Seu atual preposto-geral, Kolvenbach, escreveu um artigo na revista Filosofia oggi (f. IV/1997) no qual caracteriza Rosmini como um profeta do terceiro milênio. Nesse artigo, Kolvenbach diz: “Ao longo de sua vida, alguns jesuítas, ‘não destacados’, para dizer a verdade, publicaram libelos contra ele. [...] É oportuno lembrar que esses jesuítas, agindo fora das normas de obediência, foram desaprovados pelo preposto-geral, padre Jan Roothaan”. Além disso, há alguns anos, La Civiltà Cattolica publicou um artigo “reparador”, escrito pelo saudoso bispo rosminiano Clemente Riva; é um fato muito inusitado, visto que nessa publicação só aparecem artigos assinados por padres jesuítas.

Padre Cornelio Fabro, crítico não arrependido de Rosmini, escreveu que a mudança de opinião dos jesuítas seria devida a um “complexo de culpa exasperado”.
SARAIVA MARTINS: É verdade que o falecido padre Fabro manteve seu juízo negativo sobre Rosmini. Um juízo respeitável, mas hoje extremamente minoritário.

Seja como for, o fato é que a condenação do decreto Post obitum acabou por ser retirada.
SARAIVA MARTINS: Efetivamente, a Congregação para a Doutrina da Fé, guiada pelo cardeal Ratzinger, estudou de novo a questão rosminiana e estabeleceu que, apesar do decreto Post obitum, nada obstava à beatificação do religioso.

Outro aspecto prejudicial à causa de Rosmini foi o político, com seu ativismo em favor de uma unidade política da Itália e sua aversão ao domínio austríaco, de resto correspondida...
SARAIVA MARTINS: As idéias e opiniões políticas, por si sós, não são determinantes para a beatificação. Na verdade, a Igreja já elevou à glória dos altares o papa Pio IX, que, justamente no campo político, depois de um entendimento inicial, também fez avaliações divergentes das de Rosmini. O que se pode dizer é que a história, depois, encaminhou-se por trilhos que o próprio Rosmini de certa forma imaginara.

Na Positio preparada pelo padre Papa são relacionados testemunhos que nos levariam a pensar em várias tentativas de envenenamento de Rosmini. Todavia, faltam provas seguras nesse sentido. Mas não surpreende que o abade pudesse ser objeto de tentativas de eliminação física

Fonte: https://www.30giorni.it/

A Fé de Jesus Cristo e a Mística de Suas Aparições

Jesus Cristo (c. Vatican News)

A Revelação de Deus, Uno e Trino, ocorre, desde o pecado das origens, através da Pessoa de Jesus Cristo (Vida, Palavra, Verbo Eterno do Pai, Redentor, Único Salvador, Verdadeiro Deus + Verdadeiro Homem = duas Naturezas, em uma só Pessoa).

Diác. Adelino Barcellos Filho* - Diocese de Campos/RJ.

“Todo aquele que o Pai me dá virá a mim; esta é a Vontade daquele que me enviou: que eu não deixe perecer nenhum daqueles que me deu, mas que os ressuscite no último dia” (João 6).

É possível perceber a notória importância da Fé de Jesus Cristo e Seu desejo de Ser, em mim e em você, no trato com o Pai; por isso, cabe o desejo, o anseio de suplicar esta mesma Fé em nossa Vida, em nossa existência,  trata-se da maneira mais perfeita do cumprimento da Santíssima Vontade: “Em verdade, em verdade vos digo: o Filho de si mesmo não pode fazer coisa alguma; ele só faz o que vê fazer o Pai; e tudo o que o Pai faz, o faz também semelhante­mente o Filho” (João 5). “Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mateus, 11).

Na Audiência Geral do dia 24 de abril de 2024, o Papa Francisco afirma que, "no caminho rumo à plenitude da vida, que pertence ao destino de cada pessoa, o cristão goza de uma assistência particular do Espírito de Jesus Cristo". Assim sendo, a simplicidade (humildade) do nosso Mestre e Senhor deve permear também toda a nossa Vida, para que não corramos o risco, da autossuficiência, arrogância, presunção e petulância, na maioria das vezes enxergados, nos outros e nós deixamos de olhar para nós mesmos, numa auto análise ou revisão de consciência.

No Ciclo de Catequeses sobre “Os Vícios e as Virtudes”, o Santo Padre adverte que, "O coração do homem pode ceder às más paixões, pode dar ouvidos a tentações nocivas disfarçadas sob vestes convincentes, mas também pode opor-se a tudo isto. Por mais difícil que seja, o ser humano foi feito para o Bem, que o realiza verdadeiramente, e pode também praticar esta Arte, fazendo com que certas disposições se tornem permanentes nele ou nela”. A minha e a sua condição de pecador, não nos dá o direito de pecar: “Vai e não tornes a pecar” (João 8); por mais que rondem as tentações e “fogos passionais”“Eu prefiro o Paraíso” (Felipe Neri).

Durante algumas décadas, uma das Palavras das Sagradas Escrituras, que muito me incomoda, inquieta e desafia sempre é a seguinte: “aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai”. Como assim, tantas vezes nos encontramos fracos, fragilizados e débeis, ou seja, como cultivar, em si mesmo, a Fé sobrenatural de Jesus Cristo, evitar ou fugir da Fé “carnal”, fazer as obras que Jesus Cristo faz é abrir possibilidades de fazer obras maiores, somente pela Força e Poder de Sua Ressurreição e Ascensão, que Ele espera de mim e de você uma total adesão e Comunhão ao Seu “Projeto” do Reino de Deus, que é Ele mesmo.

Quanto à Fé “carnal”, Ele nos revelou no Horto das Oliveiras, “Meu Pai, se é possível, afaste de mim este cálice! Todavia, não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres” (Mateus 26), “afasta esse sofrimento, afasta essa dor, eu não mereço, não tenho condição de suportar, porque o Senhor faz isso comigo?”(fé carnal); a resposta da Fé sobrenatural (fé espiritual) é,  “por Cristo, com Cristo e em Cristo, sou capaz de fazer o que desejas, em Seu Plano de Amor, para minha Vida e minha Vocação”. O iluminado Padre Zezinho, em uma Canção, colabora conosco neste entendimento: “Amar como Jesus Amou; Sonhar como Jesus sonhou; Pensar como Jesus pensou; Viver como Jesus viveu; Sentir o que Jesus sentia; Sorrir como Jesus sorria; E ao chegar ao fim do dia, Eu sei que eu dormiria muito mais feliz”. Ser Feliz não depende dos dias maus ou bons, a Dinâmica da Vida Trinitária, em mim e em você, é Feliz, porque a Trindade é Feliz.

Quando o Evangelho de Lucas (17, 5) relata o pedido dos Apóstolos, “Aumenta a nossa fé!” É uma motivação para crescermos na Espiritualidade verdadeiramente Cristã, suplicando ao Senhor: “Aumentai em mim, Senhor Jesus, a Vossa Fé, para que eu possa corresponder dia após dia, qual seja a Santíssima Vontade do Pai”; é uma Graça do reconhecimento da presença continuada de Deus, Uno e Trino, e a possibilidade de crescer na intimidade com Ele, multiplicando os dons e os talentos, por Ele concedidos, na Coragem, no Amor, na Esperança.

É interessante observar que, Jesus não responde de forma direta à Oração dos Discípulos, usa do recurso da Parábola (mensagem indireta, por meio de comparação ou analogia = semelhança entre coisas ou fatos distintos) para retratar a capacidade de viver, de se desenvolver, força vital, vigor da FÈ. Quem afirmou que é “o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”(João 14, 6)?  Pela Sua Revelação«Deus invisível, na riqueza do seu Amor, fala aos homens como amigos e convive com eles, para os convidar e admitir à Comunhão com Ele» (Dei Verbum, 2: AAS 58 (1966) 818). A resposta adequada a este convite é a Fé do próprio Jesus Cristo.

Pela Féo homem submete completamente a Deus a inteligência e a vontade; com todo o seu ser, o homem dá assentimento (concordância, anuência) a Deus revelador” (Dei Verbum, 5: AAS 58 (1966) 819). A Sagrada Escritura chama «obediência da Fé» a esta resposta do homem a Deus Revelador (Romanos 1, 5; 16, 26). A Dinâmica Trinitária na Alma Humana, iniciada no Sagrado Batismo é norteadora de toda a Vida Cristã e exige por Si e em Si mesma, a necessidade de entrarmos em um processo sempre dinâmico, pessoal e comunitário, de cuidado, de sinodalidade (caminhar unidos, em só Coração, numa só Alma).

O marco histórico e espiritual ocasionado pela Ressurreição de Jesus Cristo, não se restringe ao fato do túmulo vazio, mas à Sua Presença Santíssima do Seu Corpo Ressuscitado, que atravessa paredes, desde a primeira aparição, foi feita a experiência mística, da Mãe de Jesus e dos Apóstolos, apoiada nas virtudes da Fé, Esperança e da Caridade (unida à doação da própria vida, que produz solidariedade). É depois da Ressurreição que a Filiação Divina de Jesus aparece no Poder da Sua humanidade glorificada: “segundo o Espírito de Santidade, foi estabelecido Filho de Deus, no Poder, por Sua Ressurreição dos mortos”(Romanos 1).

Na Constituição Apostólica Lumen Gentium, Concílio Vaticano II,  sobre a Igreja, Corpo Místico de Cristo (Ele é a Cabeça e nós os membros), em seu parágrafo 7, “O Filho de Deus, vencendo, na natureza humana a Si unida, a morte, com a Sua morte e ressurreição, remiu o homem e transformou-o em Nova Criatura (cf. Gálatas, 6; II Coríntios, 5). Pois, comunicando o Seu Espírito, fez misteriosamente de todos, os Seus irmãos, chamados de entre todos os povos, como sendo o Seu Corpo.  

É nesse Corpo que a vida de Cristo se difunde nos que creem (fazem adesão incondicional), unidos de modo misterioso (revelado) e real, por meio dos Sacramentos, a Cristo padecente e glorioso”(Cf. São Tomás, Summa Theol. III, q. 62, a. 5, ad 1). Sobretudo, naqueles Sacramentos considerados de Iniciação Cristã (Batismo, Eucaristia, Confirmação ou Crisma), na Vida da Igreja, no fazer teológico. Estar atentos que a Fé de Jesus Cristo, em nós, precisa ser Trinitária, na vivência litúrgica, na convivência cristã, na sinodalidade (Espírito de Unidade do Povo Cristão, Caminhar Unido).

Até o dia, em que seremos reconduzidos, com todo o universo, com o auxílio da Virgem Maria,  dos Santos Anjos de todos os Santos, de toda a criação; na Eterna Doxologia, enxertados no Coração Eucarístico (Presença Viva, Corpo, Sangue, Alma e Divindade, como prometeu “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”(Mateus 28), "por Cristo, com Cristo e em Cristo" devotarmos "a Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda honra e toda a glória, agora e para sempre“. Pelos séculos dos séculos sem fim. Assim seja.

*Diácono da Igreja Católica Apostólica Romana (Ordenado com vistas à Ordenação Sacerdotal). Pós-graduado em Gerenciamento Socioambiental Costeiro - COPPE/UFRJ. Especialista em Educ. Profissional e EJA (Educação de Jovens e Adultos, Catecumenato) IFF/RJ. Teologia - ISTARJ (Instituto Superior de Teologia da Arquidiocese do Rio de Janeiro). Licenciatura Plena em Filosofia - PUC/MG. Professor na Formação Pedagógica de Educadores; Formação Humana e Profissional de mais de 500 dentistas, na FOC - Faculdade de Odontologia de Campos/RJ; Coordenação e Docência em dois Institutos Federais (IFRJ e IFF). Atualização de estudos teológicos - ETRM/RJ (Escola Teológica Redemptoris Mater). Convalidação Teológica iniciada no Centro Educacional Claretiano (com TCC defendido). Atualmente provisionado por Sua Exa. Reverendíssima Dom Roberto Francisco Ferrería Paz - Bispo da Diocese de Campos/RJ, na Paróquia São Tomé. Experiência na área de Teologia e Filosofia, Ambiente e Educação. Participações em bancas de TCC (mais de 60): Pós Graduações e Ensino Médio. 

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

A santidade, vocação universal

O chamado universal à santidade (pspsp.curitiba)

A SANTIDADE, VOCAÇÃO UNIVERSAL

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
 

Cadernos do Concílio – Volume 22 

Hoje nos debruçaremos no volume 22 da Coleção Cadernos do Concílio Ecumênico Vaticano II, em preparação ao jubileu da esperança do próximo ano e a comemoração dos sessenta anos de encerramento do Concílio Ecumênico Vaticano II. Foi elaborada pela Igreja essa coleção Cadernos do Concílio para que mesmo de forma resumida os fiéis possam ter contato com os documentos elaborados ao longo dessa Assembleia dos bispos de todo o mundo.  

Ao mesmo tempo a coleção foi elaborada para que de certa forma esses documentos fossem atualizados e sem perder a essência usam uma linguagem mais apropriada para os nossos dias. Além do mais, podemos usar os livrinhos dessa coleção para estudar em grupos em nossas paróquias e comunidades. Existe também um livro chamado de “Compêndio do Concílio Vaticano II” que tem todas as decisões e documentos do Concílio inseridos nele. Com certeza será de grande valia essa aquisição, tanto do Compêndio como dos volumes dessa coleção Cadernos do Concílio, e estudar os dois.  

O tema escolhido para esse volume 22 da coleção Cadernos do Concílio é: “A santidade, vocação universal”, ou seja, todos os batizados são chamados a viver a santidade no dia a dia, não que necessariamente serão canonizados pela Igreja, mas todo cristão batizado deve almejar a vida eterna e o Reino dos céus. Não somente almejar, mas querer estar na vida eterna, e isso será possível após trilharmos uma vida reta e santa aqui na terra. 

O caminho para alcançar a santidade consiste em edificar o Reino de Deus aqui na terra, ou seja, amando e perdoando o próximo e colocando em prática a justiça e a caridade. Somos convidados a edificar o Reino de Deus aqui na terra e vive-lo depois de maneira plena no céu.  

Quando somos batizados somos incorporados a Cristo e à sua Igreja e chamados a ser sacerdotes, profetas e reis, e ainda, sal na terra e luz no mundo. Ser sacerdote, profeta e rei quer dizer que fazemos parte do sacerdócio comum de todos os fiéis, pois somos incorporados a Cristo eterno sacerdote. Ao mesmo tempo quer dizer que somos chamados a ser discípulos e missionários do Senhor, sendo profetas nos dias de hoje, anunciando o Reino de Deus.  

Ao mesmo tempo somos chamados a ser “sal e luz”, ou seja, temos que iluminar a vida dos outros e não ser escuridão ou trevas. Iluminar significa anunciar Jesus Cristo para o outro e tirá-lo da escuridão, do mesmo modo que Barnabé fez com Paulo. E ser sal significa que a nossa vida tem que ter sabor, ou seja, que nossa vida tenha sentido e objetivo, procurando edificar aqui na terra o Reino de Deus.  

A Constituição Conciliar Lumen Gentium, fruto justamente do Concílio Ecumênico Vaticano II e que temos mencionado nos últimos volumes dessa coleção, no número 11, vai dizer: “todos os cristãos, seja qual for sua condição ou estado, são chamados pelo Senhor, cada um no seu caminho, à perfeição da santidade pela qual é perfeito o próprio Pai” (Lumen Gentium, 11).  

A santidade é uma vocação, ou seja, um chamado de Deus, é Ele quem chama a viver a santidade, do mesmo modo que é Ele quem nos chama para o batismo. E ele chama a todos sem distinção de idade, profissão, raça ou condição social. Todos os seguidores de Cristo devem almejar a santidade e responder positivamente a esse chamado de Deus. São Paulo nos diz que devemos nos guiar pelo Espírito Santo, pois ele nos santifica, e não nos guiarmos pela carne que nos levará ao pecado. Peçamos todos os dias que o Espírito nos santifique e que nossas ações diárias reflitam o amor, a caridade, a justiça e a paz. Deus nos escolheu para santidade e para conduzir outros irmãos para o mesmo caminho.  

Viver a santidade não é algo tão difícil ou complicado, basta viver no dia a dia os mandamentos da lei de Deus e a caridade com o próximo. Jesus em Mateus (5, 1-12) direciona o caminho para que todos os cristãos vivam a santidade, ou seja, viver as bem-aventuranças. Por mais que algumas vezes não seja fácil temos que buscar ser perfeitos como o Pai Celeste é perfeito.  

Por fim, por isso, que no final do ano celebramos finados no dia 2 de novembro, depois de termos celebrado a Solenidade de Todos os Santos no dia 01 de novembro, ou no domingo seguinte se a solenidade cai durante a semana. Essas duas solenidades são tão próximas porque querem dizer que o caminho de todo o cristão é a vida eterna ao lado de Deus, após ter trilhado um caminho de santidade aqui na terra.  

Convido a tomarem esse volume 22 da coleção Cadernos do Concílio em mãos e ler um pouco sobre a nossa vocação universal a santidade. E ainda, ler a Lumen gentium a partir do número 11. Ser santo é um caminho possível e não muito difícil, se trata de negar aquilo que nos afasta de Deus e dizer Sim para aquilo que nos aproxima do Senhor. Em suma viver a santidade no dia a dia é colocar em prática as bem-aventuranças, e esse é o caminho para a vida eterna.

 Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF