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terça-feira, 9 de maio de 2017

Documento da CNBB sobre iniciação cristã busca maior integração entre catequese e liturgia

Dom Eugênio Rixen, membro da comissão do tema central da Assembleia dos Bispos / Foto: CNBB

APARECIDA, 08 Mai. 17 / 01:30 pm (ACI).- Durante a 55ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, os prelados brasileiros aprovaram o texto sobre o tema central, “Iniciação à Vida Cristã”, que será publicado como um documento, a fim de promover maior integração entre catequese e liturgia.
Segundo Dom Eugênio Rixen, membro da comissão do tema central e Bispo da Diocese de Goiás, a partir de agora, “o debate e as novas práticas em torno do tema central, ‘iniciação à vida cristã’, vão se desdobrar nas ações dos organismos da Igreja, nas pastorais, dioceses e regionais”.
Reunidos durante a assembleia de 26 de abril a 5 de maio, em Aparecida (SP), os Bispos brasileiros refletiram sobre o tema da “Iniciação à Vida Cristã”, discutiram e avaliaram o texto preparado por uma comissão designada para este fim.
Dom Eugênio Rixen lembrou ao site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que muitas paróquias, dioceses e regionais já vêm discutindo e aprofundando o tema e, neste sentido, a aprovação na Assembleia Geral foi mais um passo desse processo.
Assinalou ainda a necessidade de maior aproximação entre catequese e liturgia, com celebrações próprias no estilo catecumenal, como a celebração da Entrega da Palavra de Deus.
Um dos instrumentos de trabalho que inspirou a temática central da 55º Assembleia Geral foi o Ritual de Iniciação à Vida Cristã de Adultos (Rica), que traz os passos a serem executados (itinerários) nessa caminhada de conhecimento e adesão à fé cristã.
“Sentimos muita disposição e boa vontade dos bispos em levar adiante as mudanças necessárias para que mais pessoas façam a experiência do encontro pessoal e transformador com Jesus Cristo”, expressou o Bispo.
O documento a ser publicado pela CNBB, indicou Dom Rixen, reconhece que atualmente vive-se em uma época dominada pelo secularismo. “Neste contexto, o texto reforça a necessidade de oferecer às pessoas uma profunda experiência de encontro com Jesus Cristo, por meio do Querigma”, assinalou.
Inspirado no capítulo 2 da Carta de São Paulo aos Filipenses, o texto reforça que não é suficiente apenas conhecer Jesus, mas buscar sentir o que ele sentiu e viver as suas atitudes: o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude.
Acidigital

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Livro destaca a história pouco conhecida da Igreja Católica nos EUA

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Washington - Estados Unidos (Sexta-feira, 05-05-2017, Gaudium Press) Numerosos dados pouco conhecidos da história dos Estados Unidos, referidos às dificuldades e contribuições da Igreja Católica na história do país, são o atrativo principal de um livro recentemente lançado pela editora 'Stella Maris' da Espanha: "A história dos Estados Unidos como jamais te contaram". Seu autor, o escritor catalão Jorge Soley, buscou reconhecer a contribuição da Espanha na história dessa nação e "a situação dos católicos nos Estados Unidos, durante muito tempo cidadãos de segunda", segundo comentou ao blog 'Somatemps'.
A história da Igreja Católica nos Estados Unidos é pouco conhecida inclusive em ambientes católicos e a discriminação padecida pelos fiéis em alguns lugares como o estado de Maryland durante a independência, não é frequentemente relatada. "Alguns fatos foram chave para mudar este estado das coisas", explicou Soley, "como o papel das monjas que cuidaram de milhares de feridos durante a Guerra Civil ou o da universidade católica de Notre Dame que foi determinante para acabar com o Ku Klux Klan, por não falar dos numerosos missionários que evangelizaram o selvagem Oeste (tanto o chefe índio 'Touro Sentado' como 'Buffalo Bill' acabaram seus dias no seio da Igreja Católica)".

O legado dos católicos no país norte-americano tem uma nova notoriedade pelos fatos como a próxima canonização do Beato Frei Junípero Serra, fundador de nove missões espanholas na Alta Califórnia, uma das quais muito perto do lugar que ocuparia a cidade de Los Angeles: o zelo evangelizador do religioso levou além da Fé o desenvolvimento a uma terra considerada inóspita e que tomaria posteriormente grande relevância para a vida do país.
Os dados inusuais coletados pelo autor contribuem para formar uma imagem mais completa da história do país e não se limitam ao tema religioso, abarcando histórias como a da Batalha de São Patrício, composto por desertores do Exército dos Estados Unidos que decidiram colocar-se do lado dos mexicanos, junto a uma minoria de alemães, canadenses, poloneses e franceses, na Intervenção dos Estados Unidos nesse país em 1846. Narrações como esta são acompanhadas por anedotas inesperadas, como a da figura de Al Capone, famoso por liderar a máfia, convertido no final de sua vida em um fiel piedoso, promotor da devoção à Divina Misericórdia. (EPC)

Conteúdo publicado em gaudiumpress.org, no link http://www.gaudiumpress.org/content/87055-Livro-destaca-a-historia-pouco-conhecida-da-Igreja-Catolica-nos-EUA#ixzz4gVMCXo3O
Autoriza-se a sua publicação desde que se cite a fonte. 


Do Livro Sobre o Espírito Santo, de São Basílio, bispo

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(Cap 15,35-36: PG 32,130-131)        (Séc.IV)


O Espírito vivifica
        O Senhor que nos concede a vida, estabeleceu conosco a aliança do batismo, como símbolo da morte e da vida. A água é imagem da morte e o Espírito nos dá o penhor da vida. Assim, torna-se evidente o que antes perguntávamos: por que a água está unida ao Espírito? É dupla, com efeito, a finalidade do batismo: destruir o corpo do pecado para que nunca mais produza frutos de morte, e vivificá-lo pelo Espírito, para que dê frutos de santidade. A água é a imagem da morte porque recebe o corpo como num sepulcro; e o Espírito, por sua vez, comunica a força vivificante que renova nossas almas, libertando-as da morte do pecado e restituindo-lhes a vida. Nisto consiste o novo nascimento da água e do Espírito:na água realiza-se a nossa morte, enquanto o Espírito nos traz a vida.
        O grande mistério do batismo realiza-se em três imersões e três invocações, para que não somente fique bem expressa a imagem da morte, mas também a alma dos batizados seja iluminada pelo dom da ciência divina. Por isso, se a água tem o dom da graça, não é por sua própria natureza mas pela presença do Espírito. O batismo, de fato, não é uma purificação da imundície corporal, mas o compromisso de uma consciência pura perante Deus. Eis por que o Senhor, a fim de nos preparar para a vida que brota da ressurreição, propõe-nos todo o programa de uma vida evangélica, prescrevendo que não nos entreguemos à cólera, sejamos pacientes nas contrariedades e livres da aflição dos prazeres e do amor ao dinheiro. Isto nos manda o Senhor, para nos induzir a praticar, desde agora, aquelas virtudes que na vida futura se possuem como condição natural da nova existência.
        O Espírito Santo restitui o paraíso, concede-nos entrar no reino dos céus e voltar à adoção de filhos. Dá-nos a confiança de chamar a Deus nosso Pai, de participar da graça de Cristo, de sermos chamados filhos da luz, de tomar parte na glória eterna, numa palavra, de receber a plenitude de todas as bênçãos tanto na vida presente quanto na futura. Dá-nos ainda contemplar, como num espelho, a graça daqueles bens que nos foram prometidos e que pela fé esperamos usufruir como se já estivessem presentes. Ora, se é assim o penhor, qual não será a plena realidade? E, se tão grandes são as primícias, como não será a consumação de tudo?
www.liturgiadashoras.org

Se um sacerdote se esquece de sua Mãe, é como se estivesse órfão, diz o Papa

Papa Francisco. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa
VATICANO, 08 Mai. 17 / 11:00 am (ACI).- O Papa Francisco recebeu em audiência a comunidade do Pontifício Colégio Português de Roma e convidou os sacerdotes a procurar a Virgem Maria quando tivessem alguma necessidade.
Francisco pediu que seguissem o exemplo da Virgem Maria, “que é a sua Mãe e os ama tanto”. “Deixem que Ela olhe para vocês, aprendam a ser mais humildes e também mais corajosos para seguir a Palavra de Deus”, encorajou.
“A relação com Maria nos ajuda a ter um bom relacionamento com a Igreja: as duas são mães”. “Devemos cultivar a relação filial com a Virgem Maria porque, se falta isto, a algo órfão no coração”, acrescentou.
“Se o sacerdote que esquece da sua Mãe, especialmente nos momentos de dificuldade, algo lhes falta. É como se fosse órfão, mas na verdade não é. Esqueceu-se de sua mãe. Mas nos momentos difíceis a criança sempre procura a sua mãe. E a Palavra de Deus nos ensina a ser como crianças nos braços da mãe”.
Francisco mencionou a sua viagem a Portugal nos dias 12 e 13 de maio: “O encontro com Nossa Senhora foi para os pastorinhos uma experiência de graça que fez com que se apaixonassem por Jesus. Como tenra e boa Mestra, Maria introduz os videntes no íntimo conhecimento do Amor trinitário e os leva a saborear Deus como a realidade mais bela da existência humana”.
O Papa convidou também a “conhecer e amar Cristo sempre buscando conformar-se mas com Ele, até o dom total”. “Concretamente vocês, queridos sacerdotes, são chamados a progredir, sem se cansar, em sua formação cristã e sacerdotal, pastoral e cultural”.
“Sua primeira preocupação deve ser sempre a de crescer no caminho da consagração sacerdotal, através da experiência amorosa de Deus: um Deus próximo e fiel como os Beatos Francisco e Jacinta e a Serva de Deus Lúcia”.
Por Álvaro de Juana
Acidigital

domingo, 7 de maio de 2017

IV Domingo da Páscoa: O Bom Pastor

+ Sérgio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília

O 4º Domingo da Páscoa é denominado “Domingo do Bom Pastor”pois nele sempre se proclama um trecho do capítulo 10 do Evangelho segundo João, que nos apresenta Jesus como o Bom Pastor. A cada ano, são destacados alguns traços do Bom Pastor.  O breve trecho, hoje proclamado (Jo 10,27-30), retrata Jesus, o Bom Pastor, destacando os seguintes aspectos: 1) ele conhece as suas ovelhas; 2) ele dá a vida eterna às suas ovelhas; 3) ele cuida do rebanho e protege as ovelhas, de tal modo, que ninguém pode arrancá-las de sua mão, nem arrebatá-las da mão do Pai. Ao mesmo tempo, as ovelhas são caracterizadas pelas seguintes atitudes: a) escutam a voz do Bom Pastor; b) seguem o Bom Pastor, assumindo a condição de discípulos. Seguir a Jesus Cristo e escutar a sua voz são traços essenciais dos discípulos.

As ovelhas do rebanho de Cristo deixam-se conduzir por ele, pois confiam naquele que dá a vida para que todos tenham a vida. O amor do Bom Pastor se manifesta, de modo especial, na cruz. Neste Tempo Pascal, nós estamos celebrando a vitória do Pastor que assumiu a condição de Servo e Cordeiro imolado, o “Cordeiro que tira o pecado do mundo”, que vence a morte e nos dá a vida. Por isso, voltamos o nosso olhar e o nosso coração para Ele, com confiança, procurando escutar a sua voz e praticar a sua Palavra. Entretanto, não se pode pertencer ao rebanho aceitando apenas o Pastor. Aqueles que seguem o Bom Pastor devem aceitar também as demais ovelhas do rebanho, os outros discípulos, como irmãos a serem amados. O discípulo-ovelha vive em comunhão. Por isso, valorize a sua comunidade e participe da vida da Igreja, especialmente, neste Tempo Pascal.
No Domingo do Bom Pastor, nós somos convidados a rezar especialmente por aqueles que colaboram no pastoreio do rebanho de Jesus, o Bom Pastor, através do sacerdócio e da vida religiosa. Por isso, a cada ano, neste domingo, realiza-se a Jornada Mundial de Oração pelas Vocações Sacerdotais e Religiosas, recordando-nos que o cultivo das vocações sacerdotais e religiosas é dever de toda a comunidade.
Agradecemos a todos os que se dedicam ao serviço vocacional em nossa Igreja, especialmente, aos formadores dos Seminários, aos animadores da Pastoral Vocacional e aos que contribuem para a Obra das Vocações Sacerdotais. Necessitamos de maior ajuda espiritual e material, especialmente, na sustentação de nossos Seminários. Nesta Jornada Mundial de Oração pelas Vocações Sacerdotais e Religiosas, rezemos pelos nossos padres, diáconos, religiosos, seminaristas e vocacionados, para que sejam fiéis, seguindo o exemplo de Jesus, o Bom Pastor, deixando-se por Ele conduzir.
Arquidiocese de Brasília

Papa Francisco adverte: Cuidado ao escutar outras vozes que não sejam a do Bom Pastor

Papa durante o Regina Coeli acompanhado pelos novos sacerdotes. Foto: Captura Youtube
VATICANO, 07 Mai. 17 / 08:25 am (ACI).- Depois da ordenação de 10 novos sacerdotes na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco presidiu a oração do Regina Coeli e advertiu sobre ouvir a voz de falsas sabedorias que não são as do Bom Pastor.
“Às vezes, racionalizamos muito a fé e corremos o risco de perder a percepção do timbre daquela voz, da voz de Jesus, Bom Pastor, que estimula, que fascina”. Para Jesus, “nunca somos estranhos, mas amigos e irmãos”, disse o Papa.
Entretanto, “nem sempre é fácil distinguir a voz do bom pastor. Existe sempre o perigo do ladrão, do bandido e do falso pastor”, advertiu
“Existe o risco de ser distraído pelo som de outras vozes”, por isso, “hoje somos convidados a não nos deixar distrair por falsas sabedorias deste mundo, mas seguir Jesus, Ressuscitado, como única guia segura que dá sentido à nossa vida”.
O Papa explicou que no Evangelho se apresentam duas imagens: a do pastore a da porta do redil. “O rebanho, que somos todos nós, tem como moradia um redil que serve de refúgio, onde as ovelhas vivem e descansam após o cansaço do caminho. E o redil tem um recinto com uma porta, onde há um guardião”.
“Várias pessoas se aproximam do rebanho. Há quem entra no recinto pela porta e quem sobe por outro lado. O primeiro é o pastor, o segundo um estranho que não ama as ovelhas, que quer entrar, mas por outros interesses. Jesus se identifica com o primeiro e manifesta uma relação de familiaridade com as ovelhas, expressa através da voz, com a qual chama e que elas reconhecem e seguem”.
“Cristo, Bom Pastor, tornou-se a porta da salvação da humanidade, porque ofereceu a sua vida pelas ovelhas. Jesus, bom pastor e porta das ovelhas, é um chefe cuja autoridade se expressa no serviço, um chefe que, para comandar, doa a vida e não pede aos outros para sacrificá-la”, acrescentou.
“É possível confiar em um chefe assim, como as ovelhas que escutam a voz do seu pastor, porque sabem que ele leva a campos bons e abundantes. Basta um sinal, um chamado, que elas o seguem, obedecem, caminham em direção da voz daquele que ouvem como presença amiga, forte e doce, que conduz e protege, consola e cuida”.
“Assim é Cristo para nós”, destacou o Papa. “Há uma dimensão da experiência cristã que talvez deixamos um pouco de lado: a dimensão espiritual e afetiva, o sentirmo-nos ligados por um vínculo especial ao Senhor como as ovelhas ao seu pastor”.
Por último, o Papa pediu que a Virgem Maria “acompanhe os dez novos sacerdotes que ordenei há pouco e sustente com sua ajuda os que são chamados, para que estejam dispostos e sejam generosos ao seguir sua voz”
Acidigital

sábado, 6 de maio de 2017

Do Comentário sobre o Evangelho de São João, de São Cirilo de Alexandria, bispo

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(Lib. 4,2: PG 73,563-566)     (Séc.V)


Cristo entregou seu corpo para a vida de todos

        Eu morro por todos, diz o Senhor, a fim de que por mim todos tenham vida. Eu morro para resgatar todos pela minha carne! A morte morrerá em minha morte e, juntamente comigo, a natureza humana que caíra, ressuscitará.
        Para tanto tornei-me semelhante a vós, um homem autêntico da descendência de Abraão, a fim de ser semelhante a meus irmãos. São Paulo compreendeu isto perfeitamente, ao dizer: Visto que os filhos têm em comum a carne e o sangue, também Jesus participou da mesma condição, para assim destruir, com a sua morte, aquele que tinha o poder da morte, isto é,o demônio (Hb 2,14).
        Ora, aquele que tinha o poder da morte, e por conseguinte, a própria morte, não poderia ser destruído de nenhuma outra maneira, se Cristo não tivesse se oferecido em sacrifício por nós. Um só foi imolado pela redenção de todos, porque a morte dominava sobre todos.
        Por isso diz-se nos salmos que Cristo se ofereceu a Deus Pai como sacrifício imaculado: Sacrifício e oblação não quisestes, mas formastes-me um corpo; não pedistes ofertas nem vítimas, holocaustos por nossos pecados. E então eu vos disse: “Eis que venho” (Sl 39,7-9).
        O Senhor foi crucificado por todos e por causa de todos a fim de que, tendo um morrido por
todos, vivamos todos nele. Não seria possível que a vida permanecesse sujeita à morte ou sucumbisse à corrupção natural. Sabemos pelas próprias palavras de Cristo que ele ofereceu sua carne pela vida do mundo: Eu me consagro por eles (Jo 17,19).
        Com isso ele quer dizer que se consagra e se oferece como sacrifício puro de suave perfume. Com efeito, tudo o que era oferecido sobre o altar, era santificado ou chamado santo, conforme a Lei. Cristo, portanto, entregou seu corpo em sacrifício pela vida de todos e assim a vida nos foi dada de novo por meio dele. Como isso se realizou, procurarei dizer na medida do possível.
        Depois que o Verbo de Deus, que tudo vivifica, assumiu a carne, restituiu à carne o seu próprio bem, isto é, a vida. Estabeleceu com ela uma comunhão inefável, e tornou-a fonte de vida, como ele mesmo o é por natureza.
        Por conseguinte, o corpo de Cristo dá a vida a todos os que dele participam; repele a morte dos que a ele estão sujeitos e os libertará da corrupção, porque possui em si mesmo a força que a elimina plenamente.
www,liturgiadashoras.org

É urgente retomar o caminho da ética para reconstruir o Brasil, alertam Bispos


Logo da CNBB. Imagem: CNBB
APARECIDA, 05 Mai. 17 / 01:00 pm (ACI).- Em nota, os Bispos brasileiros, reunidos na sua 55ª Assembleia Geral, afirmaram que “urge retomar o caminho da ética como condição indispensável para que o Brasil reconstrua seu tecido social”.

A declaração dos Prelados foi feita frente ao que diagnosticaram como “um País perplexo diante de agentes públicos e privados que ignoram a ética e abrem mão dos princípios morais, base indispensável de uma nação que se queira justa e fraterna”.
Intitulada “O grave momento nacional”, a nota foi publicada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na quinta-feira, 4 de maio, véspera do encerramento da Assembleia Geral.
No texto, a CNBB apresenta “à sociedade brasileira suas reflexões e apreensões diante da delicada conjuntura política, econômica e social pela qual vem passando o Brasil”.
“Não compete à Igreja apresentar soluções técnicas para os graves problemas vividos pelo País, mas oferecer ao povo brasileiro a luz do Evangelho para a edificação de ‘uma sociedade à medida do homem, da sua dignidade, da sua vocação’”, afirma, citando a encíclica Caritas in Veritate, de Bento XVI.
Confira a seguir a íntegra da nota da CNBB:
O GRAVE MOMENTO NACIONAL
“Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça” (Mt 6,33)
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil–CNBB, por ocasião de sua 55ª Assembleia Geral, reunida em Aparecida-SP, de 26 de abril a 5 de maio de 2017, sente-se no dever de, mais uma vez, apresentar à sociedade brasileira suas reflexões e apreensões diante da delicada conjuntura política, econômica e social pela qual vem passando o Brasil. Não compete à Igreja apresentar soluções técnicas para os graves problemas vividos pelo País, mas oferecer ao povo brasileiro a luz do Evangelho para a edificação de “uma sociedade à medida do homem, da sua dignidade, da sua vocação” (Bento XVI – Caritas in Veritate, 9).
O que está acontecendo com o Brasil? Um País perplexo diante de agentes públicos e privados que ignoram a ética e abrem mão dos princípios morais, base indispensável de uma nação que se queira justa e fraterna. O desprezo da ética leva a uma relação promíscua entre interesses públicos e privados, razão primeira dos escândalos da corrupção. Urge, portanto, retomar o caminho da ética como condição indispensável para que o Brasil reconstrua seu tecido social. Só assim a sociedade terá condições de lutar contra seus males mais evidentes: violência contra a pessoa e a vida, contra a família, tráfico de drogas e outros negócios ilícitos, excessos no uso da força policial, corrupção, sonegação fiscal, malversação dos bens públicos, abuso do poder econômico e político, poder discricionário dos meios de comunicação social, crimes ambientais (cf. Documentos da CNBB 50– Ética, Pessoa e Sociedade – n. 130)
O Estado democrático de direito, reconquistado com intensa participação popular após o regime de exceção, corre riscos na medida em que crescem o descrédito e o desencanto com a política e com os Poderes da República cuja prática tem demonstrado enorme distanciamento das aspirações de grande parte da população. É preciso construir uma democracia verdadeiramente participativa. Dessa forma se poderá superar o fisiologismo político que leva a barganhas sem escrúpulos, com graves consequências para o bem do povo brasileiro.
É sempre mais necessária uma profunda reforma do sistema político brasileiro. Com o exercício desfigurado e desacreditado da política, vem a tentação de ignorar os políticos e os governantes, permitindo-lhes decidir os destinos do Brasil a seu bel prazer. Desconsiderar os partidos e desinteressar-se da política favorece a ascensão de “salvadores da pátria” e o surgimento de regimes autocráticos. Aos políticos não é lícito exercer a política de outra forma que não seja para a construção do bem comum. Daí, a necessidade de se abandonar a velha prática do “toma lá, dá cá” como moeda de troca para atender a interesses privados em prejuízo dos interesses públicos.
Intimamente unida à política, a economia globalizada tem sido um verdadeiro suplício para a maioria da população brasileira, uma vez que dá primazia ao mercado, em detrimento da pessoa humana e ao capital em detrimento do trabalho, quando deveria ser o contrário. Essa economia mata e revela que a raiz da crise é antropológica, por negar a primazia do ser humano sobre o capital (cf. Evangelii Gaudium, 53-57). Em nome da retomada do desenvolvimento, não é justo submeter o Estado ao mercado. Quando é o mercado que governa, o Estado torna-se fraco e acaba submetido a uma perversa lógica financista. Recorde-se, com o Papa Francisco, que “o dinheiro é para servir e não para governar” (Evangelii Gaudium 58).
O desenvolvimento social, critério de legitimação de políticas econômicas, requer políticas públicas que atendam à população, especialmente a que se encontra em situação vulnerável. A insuficiência dessas políticas está entre as causas da exclusão e da violência, que atingem milhões de brasileiros. São catalisadores de violência: a impunidade; os crescentes conflitos na cidade e no campo; o desemprego; a desigualdade social; a desconstrução dos direitos de comunidades tradicionais; a falta de reconhecimento e demarcação dos territórios indígenas e quilombolas; a degradação ambiental; a criminalização de movimentos sociais e populares; a situação deplorável do sistema carcerário. É preocupante, também, a falta de perspectivas de futuro para os jovens. Igualmente desafiador é o crime organizado, presente em diversos âmbitos da sociedade.
Nas cidades, atos de violência espalham terror, vitimam as pessoas e causam danos ao patrimônio público e privado. Ocorridos recentemente, o massacre de trabalhadores rurais no município de Colniza, no Mato Grosso, e o ataque ao povo indígena Gamela, em Viana, no Maranhão, são barbáries que vitimaram os mais pobres. Essas ocorrências exigem imediatas providências das autoridades competentes na apuração e punição dos responsáveis.
No esforço de superação do grave momento atual, são necessárias reformas, que se legitimam quando obedecem à lógica do diálogo com toda a sociedade, com vistas ao bem comum. Do Judiciário, a quem compete garantir o direito e a justiça para todos, espera-se atuação independente e autônoma, no estrito cumprimento da lei. Da Mídia espera-se que seja livre, plural e independente, para que se coloque a serviço da verdade.
Não há futuro para uma sociedade na qual se dissolve a verdadeira fraternidade. Por isso, urge a construção de um projeto viável de nação justa, solidária e fraterna. “É necessário procurar uma saída para a sufocante disputa entre a tese neoliberal e a neoestatista (…). A mera atualização de velhas categorias de pensamentos, ou o recurso a sofisticadas técnicas de decisões coletivas, não é suficiente. É necessário buscar caminhos novos inspirados na mensagem de Cristo” (Papa Francisco – Sessão Plenária da Pontifícia Academia das Ciências Sociais – 24 de abril de 2017).
O povo brasileiro tem coragem, fé e esperança. Está em suas mãos defender a dignidade e a liberdade, promover uma cultura de paz para todos, lutar pela justiça e pela causa dos oprimidos e fazer do Brasil uma nação respeitada.
A CNBB está sempre à disposição para colaborar na busca de soluções para o grave momento que vivemos e conclama os católicos e as pessoas de boa vontade a participarem, consciente e ativamente, na construção do Brasil que queremos.
No Ano Nacional Mariano, confiamos o povo brasileiro, com suas angústias, anseios e esperanças, ao coração de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. Deus nos abençoe!
Aparecida – SP, 3 de maio de 2017.
Cardeal Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília
Presidente da CNBB
Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, SCJ
Arcebispo de São Salvador da Bahia
Vice-Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB
Acidigital/CNBB

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Papa: não aos rígidos de vida dupla, na Igreja é necessária a mansidão

Cidade do Vaticano (RV) – Também hoje, na Igreja, existem pessoas que usam a rigidez para encobrir os próprios pecados. Esta foi a advertência que o Papa Francisco fez na homilia da missa celebrada esta sexta-feira (05/05) na capela da Casa Santa Marta.
Comentando a Primeira Leitura, extraída dos Atos dos Apóstolos, o Pontífice falou sobre a figura de São Paulo que, de rígido perseguidor, se tornou manso e paciente anunciador do Evangelho.
“A primeira vez que aparece o nome de Saulo – observou Francisco – é na lapidação de Estevão”. Saulo era um “jovem, rígido, idealista” e estava “convencido” da rigidez da Lei.
Não aos rígidos de vida dupla
Era rígido, comentou o Papa, mas “era honesto”. Ao invés, Jesus “teve que condenar os rígidos que não eram honestos”:
“São os rígidos de vida dupla: se mostram belos, honestos, mas quando ninguém os vê, fazem coisas feias. Ao invés, este jovem era honesto: acreditava nisso. Quando falo disso, penso em muitos jovens que caíram na tentação da rigidez, hoje, na Igreja. Alguns são honestos, são bons, devemos rezar para que o Senhor os ajude a crescer no caminho da mansidão”.
Francisco prosseguiu dizendo que outras pessoas “usa a rigidez para encobrir as fraquezas, pecados, doenças de personalidade e usam a rigidez” para se afirmar sobre os outros. O Papa observou que Saulo, crescido nesta rigidez, não pode tolerar aquela que para ele é uma heresia e, assim, começa a perseguir os cristãos. “Pelo menos – comenta o Pontífice com amargura – deixava as crianças vivas: hoje, nem isso”.
Saulo então vai a Damasco para capturar os cristãos e conduzi-los prisioneiros a Jerusalém. E no caminho há o encontro “com outro homem que fala com uma linguagem de mansidão: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’”.
De perseguidor, São Paulo se torna evangelizador
A criança, disse, “o rapaz rígido, que se fez homem rígido – mas honesto! – se fez criança e se deixou conduzir para onde o Senhor o chamou. A força da mansidão do Senhor”. Saulo se torna então Paulo, anuncia o Senhor até o fim e sofre por Ele:
“E assim, este homem da própria experiência prega aos outros, de uma parte a outra: perseguido, com muitos problemas, inclusive na Igreja, também teve que sofrer com o fato que os próprios cristãos brigassem entre si. Mas ele, que tinha perseguido o Senhor com o zelo da Lei, dirá aos cristãos: ‘Com o mesmo que se afastaram do Senhor, pecaram, com a mente, com o corpo, com tudo, com os mesmos membros agora sejam perfeitos, deem glória a Deus’”.
Que os rígidos sigam o caminho da mansidão de Jesus
“Existe o diálogo entre a suficiência, a rigidez e a mansidão”, disse o Papa. “O diálogo entre um homem honesto e Jesus que lhe fala com doçura”. E assim, destacou, “começa a história deste homem que conhecemos ainda jovem, na lapidação de Estevão, e que acabará traído por um cristão”. Para alguns, a vida de São Paulo “é uma falência”, assim como aquela de Jesus:
“Este é o caminho do cristão: ir avante pelos vestígios que Jesus deixou, vestígios da pregação, do sofrimento, da Cruz, da ressurreição. Peçamos a Saulo, hoje, de modo especial pelos rígidos que existem na Igreja; pelos rígidos-honestos como ele, que têm zelo, mas erram. E pelos rígidos hipócritas, os de vida dupla, aqueles aos quais Jesus dizia: ‘Façam o que dizem, mas não o que fazem’. Hoje, rezemos pelos rígidos”.
Rádio Vaticano

Dos Sermões de Santo Efrém, diácono

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(Sermo de Domino nostro, 3-4.9: Opera edit. Lamy, 1,152-158.166-168) (Séc. IV)


A cruz de Cristo, salvação para o gênero humano
        Nosso Senhor foi calcado pela morte mas, por sua vez, esmagou-a como quem soca com os pés o pó da estrada. Sujeitou-se à morte e aceitou-a voluntariamente, para destruir aquela morte que não queria morrer. Nosso Senhor saiu para o Calvário carregando a cruz, para satisfazer as exigências da morte; mas, ao soltar um brado do alto da cruz, fez sair os mortos dos sepulcros, vencendo a oposição da morte. A morte o matou no corpo que assumira; mas ele, com as mesmas armas, saiu vitorioso da morte. A divindade ocultou-se sob a humanidade e assim aproximou-se da morte, que matou, mas também foi morta. A morte matou a vida natural e, por sua vez, foi morta pela vida sobrenatural.
        A morte não poderia devorá-lo se ele não tivesse um corpo nem o inferno tragá-lo se não tivesse carne. Foi por isso que desceu ao seio de uma Virgem para tomar um corpo que o conduzisse à mansão dos mortos. Com o corpo que assumira, lá entrou para destruir suas riquezas e arruinar seus tesouros.
        A morte foi ao encontro de Eva, a mãe de todos os viventes. Ela é como uma vinha cuja cerca foi aberta pela morte, por meio das próprias mãos de Eva, para que pudesse provar de seus frutos. Então Eva, mãe de todos os viventes, tornou-se fonte da morte para todos os viventes.
        Floresceu, porém, Maria, a nova videira, em lugar de Eva, a antiga videira; nela habitou Cristo, a nova vida, a fim de que, ao aproximar-se a morte com sua habitual segurança para alimentar a fome devoradora, encontrasse ali escondida, no seu fruto mortal, a Vida destruidora da morte. Quando, pois, a morte engoliu sem temor o fruto mortal, ele libertou a vida e com ela, multidões.
        O admirável filho do carpinteiro, que levou sua cruz até os abismos da morte que tudo devoravam, também levou o gênero humano para a morada da vida. E uma vez que o gênero humano, por causa de uma árvore, tinha se precipitado no reino das sombras, sobre outra árvore passou para o reino da vida. Na mesma árvore em que fora enxertado um fruto amargo, foi enxertado depois um fruto doce, para que reconheçamos o Senhor a quem criatura alguma pode resistir.
        Glória a vós, que lançastes a cruz como uma ponte sobre a morte, para que através dela as almas possam passar da região da morte para a vida!
        Glória a vós, que assumistes um corpo de homem mortal, para transformá-lo em fonte de vida para todos os mortais!
        Vós viveis para sempre! Aqueles que vos mataram, trataram vossa vida como os agricultores: enterraram-na como o grão de trigo; mas ela ressuscitou e, junto com ela, fez ressurgir uma multidão de seres humanos.
        Vinde, ofereçamos o grande e universal sacrifício do nosso amor. Entoemos com grande alegria cânticos e orações àquele que se ofereceu a Deus no sacrifício da cruz, para nos enriquecer por meio dela com a abundância de seus dons.
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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF