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terça-feira, 4 de maio de 2021

Hoje começa a novena a Nossa Senhora de Fátima

ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 04 mai. 21 / 05:00 am (ACI).- “Rezem, rezem muito e façam sacrifícios pelos pecadores, porque muitas almas vão ao inferno por não ter quem se sacrifique e reze por elas”, disse Nossa Senhora de Fátima em uma de suas aparições.

A Festa de Nossa Senhora de Fátima é uma das celebrações marianas mais conhecidas no mundo inteiro e celebra-se em 13 de maio, em memória à primeira aparição de Nossa Senhora em 1917 nas colinas da Cova da Iria (Portugal), a três pastorinhos, Lúcia dos Santos e seus primos Francisco e Jacinta Marto.

Como é costume na Igreja, milhares de fiéis se preparam nove dias antes para esta grande celebração e, por isso, apresentamos uma Novena a Nossa Senhora de Fátima que pode ser rezada em família, comunidade ou de modo pessoal:

Oração inicial para todos os dias

Santíssima Virgem, que nos montes de Fátima vos dignastes revelar aos três pastorinhos os tesouros das graças que podemos alcançar, rezando o Santo Rosário, ajudai-nos a apreciar sempre mais essa santa oração, a fim de que, meditando os mistérios da nossa redenção, alcancemos as graças que insistentemente vos pedimos (pedir a graça).

Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente as que mais precisarem.

Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós.

(Reza-se uma dezena de Ave-Marias em saudação a Nossa Senhora de Fátima)

Oração preparatória

Ó Santíssima Virgem Maria, Rainha do Rosário e Mãe de misericórdia, que vos dignastes manifestar em Fátima a ternura de vosso Imaculado Coração trazendo-nos mensagens de salvação e de paz, confiados em vossa misericórdia maternal e agradecidos das bondades de vosso amantíssimo coração, viemos a vossos pés para render-vos o tributo de nossa veneração e amor.

Concedei-nos as graças de que necessitamos para cumprir fielmente vossa mensagem de amor, e a que vos pedimos nessa novena, se forem elas para maior glória de Deus, honra vossa e proveito de nossas almas.

Assim seja.

Oração final

Ó Deus, cujo Unigênito, com Sua vida, Morte e Ressurreição mereceu-nos o prêmio da salvação eterna, suplicamo-Vos: concedas-nos que, meditando os mistérios do Santíssimo Rosário da bem-aventurada Virgem Maria, imitemos os exemplos que nos ensinam e alcancemos o prêmio que prometem. Pelo mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

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Primeiro dia – Penitência e reparação

Ó Santíssima Virgem Maria, Mãe dos pobres pecadores, que aparecendo em Fátima deixastes transparecer em vosso rosto celestial uma leve sombra de tristeza para indicar a dor que causam os pecados dos homens, os quais, com maternal compaixão, exortastes a não afligir mais a vosso Filho com a culpa e a reparar os pecados com a mortificação e a penitência, dai-nos a graça de uma sincera dor dos pecados cometidos e a resolução generosa de reparar com obras de penitência e mortificação todas as ofensas que se inferem a vosso Divino Filho e o vosso Coração Imaculado.

Segundo dia – Santidade de vida

Ó Santíssima Virgem Maria, Mãe da divina graça, que vestida de nívea brancura vos aparecestes aos pastorinhos singelos e inocentes, ensinando-os assim o quanto devemos amar e procurar a inocência da alma, e que pedistes por meio deles a emenda dos costumes e a santidade de uma vida cristã perfeita, concedei-nos misericordiosamente a graça de saber apreciar a dignidade de nossa condição de cristãos e levar uma vida conforme as promessas batismais.

Terceiro dia – Amor à oração

Ó Santíssima Virgem Maria, vaso insigne de devoção, que aparecestes em Fátima tendo pendente de vossas mãos o Santo Rosário, e que insistentemente repetias:  “Orai, orai muito” para conseguir findar, por meio da oração, os males que nos ameaçam. Concedei-nos o dom e o espírito de oração, a graça de sermos fiéis no cumprimento do grande preceito de orar, fazendo-o todos os dias, para assim observar bem os santos mandamentos, vencer as tentações e chegar ao conhecimento e amor de Jesus Cristo, nesta vida, e à união feliz com Ele na outra.

Quarto dia – Amor à igreja

Ó Santíssima Virgem Maria, rainha da Igreja, que exortastes aos pastorinhos de Fátima a rogar pelo Papa e infundistes em suas almas sinceras uma grande veneração e amor por ele, como vigário de vosso Filho e Seu representante na Terra, infunde também a nós o espírito de veneração e docilidade à autoridade do Romano Pontífice, de adesão inquebrantável a seus ensinamentos, e nele e com ele um grande amor e respeito a todos os ministros da santa Igreja, por meio dos quais participamos da vida da graça nos sacramentos.

Quinto dia – Maria, saúde dos enfermos

Ó Santíssima Virgem Maria, saúde dos enfermos e amparo dos aflitos, que movida pelo rogo dos pastorinhos, fizestes já curas em vossas aparições em Fátima, e haveis convertido este lugar, santificado por vossa presença, em oficina de vossas misericórdias maternais em favor de todos os aflitos; ao vosso coração maternal acudimos cheios de filial confiança, mostrando as enfermidades de nossas almas e as aflições e doenças todas de nossa vida.

Deixai sobre elas um olhar de compaixão e as remedíeis com a ternura de vossas mãos, para que assim possamos servir-vos e amar-vos com todo nosso coração e com todo nosso ser.

Sexto dia – Maria, refúgio dos pecadores

Ó Santíssima Virgem Maria, refúgio dos pecadores, que ensinastes aos pastorinhos de Fátima a rogar incessantemente ao Senhor para que os desgraçados não caiam nas penas eternas do inferno, e que manifestastes a um dos três que os pecados da carne são os que mais almas arrastam àquelas terríveis chamas, colocai em nossas almas um grande horror ao pecado e o temor santo da justiça divina, e ao mesmo tempo despertai nelas a compaixão pelos pobres pecadores e um santo zelo para trabalhar com nossas orações, exemplos e palavras por sua conversão.

Sétimo dia – Maria, alívio das almas do purgatório

Ó Santíssima Virgem Maria, rainha do Purgatório, que ensinastes aos pastorinhos de Fátima a rogar a Deus pelas almas do Purgatório, especialmente pelas mais abandonadas, encomendamos à inesgotável ternura de vosso maternal coração todas as almas que padecem naquele lugar de purificação, em particular as de todos os nossos chegados e familiares e as mais abandonadas e necessitadas; aliviais suas penas e levai-as prontas à região da luz e da paz, para ali cantar perpetuamente vossas misericórdias.

Oitavo dia – Maria, rainha do rosário

Ó Santíssima Virgem Maria, que em vossa última aparição vos destes a conhecer como a Rainha do Santíssimo Rosário, e em todas as aparições recomendastes a reza dessa devoção como o remédio mais seguro e eficaz para todos os males e calamidades que nos afligem, tanto da alma quanto do corpo, tanto públicas quanto privadas, colocai em nossas almas uma profunda estima pelos mistérios de nossa Redenção que se comemoram na reza do Rosário, para assim viverem sempre de seus frutos.

Concedei-nos a graça de ser sempre fiéis à prática de rezá-lo diariamente para honrarmos a vós, acompanhando vossas alegrias, dores e glórias, e assim merecer vossa maternal proteção e assistência em todos os momentos da vida, mas especialmente na hora da morte.

Nono dia – Imaculado Coração de Maria

Ó Santíssima Virgem Maria, Mãe nossa dulcíssima, que escolhestes aos pastorinhos de Fátima para mostrar ao mundo as ternuras de vosso coração misericordioso e lhes propusestes a devoção ao mesmo como o meio com o qual Deus quer dar a paz ao mundo, como o caminho para levar as almas a Ele, e como uma prenda suprema de salvação, fazei, ó coração da mais terna das mães, que possamos compreender vossa mensagem de amor e de misericórdia, que a abracemos com filial adesão e que a pratiquemos sempre com fervor.

E assim seja vosso coração nosso refúgio, nossa esperança e o caminho que nos conduz ao amor e à união com vosso Filho Jesus.

ACI Digital

ESTUDOS BÍBLICOS: SOLA SCRIPTURA (Parte 2/7)

Ecclesia

SOLA SCRIPTURA

Na vaidade de suas mentes

Uma análise ortodoxa deste ensinamento ortodoxo

Por John Whiteford

Tradução de Rafael Resende Daher

1º Falsa Suposição: A Bíblia deve ser entendida como última palavra sobre a fé, piedade e louvação.

A) É O ENSINAMENTO DA ESCRITURA "TOTALMENTE SUFICIENTE"?

A suposição mais óbvia por de trás da doutrina da Sola Scriptura é a de que a bíblia possui tudo o que é preciso para a vida do Cristão — tudo o que é necessário para a verdadeira fé, prática, devoção e louvação. O trecho mais citado para apoiar esta suposição é:

"… e desde a infância conheces as Sagradas Escrituras e sabes que elas têm o condão de te proporcionar a sabedoria que conduz à salvação, pela fé em Jesus Cristo. Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra" (II TM 3:15-17).

Os que usam esta passagem para defender a Sola Scriptura, afirmam toda a "auto-suficiência" da Bíblia, porque "Somente a Bíblia Sagrada pode fazer o homem piedoso e perfeito... a perfeição pode ser atingida sem a necessidade da tradição." [1]

Mas o que pode ser realmente dito baseando-se nesta passagem? Para os iniciantes, devemos perguntar sobre o que o apóstolo Paulo está falando quando ele fala a Timóteo sobre ele conhecer a Bíblia desde criança. Devemos estar seguros de que Paulo não está falando sobre o Novo Testamento, pois o Novo Testamento ainda não havia sido escrito quando Timóteo ainda era uma criança — na realidade, ele ainda não estava pronto quando Paulo escreveu esta Epístola a Timóteo, e muito menos o Cânon do Novo Testamento como o que conhecemos hoje. Obviamente, na maioria das referências da Bíblia encontradas no Novo Testamento, vemos que Paulo está falando do Velho Testamento, assim, se esta passagem for usada para fixar os limites da autoridade inspirada, não só a Tradição fica excluída, mas também todo o Novo Testamento.

Em segundo lugar, se Paulo pretendesse excluir a tradição por ser algo não benéfico, deveríamos saber por qual motivo Paulo utilizou no mesmo capítulo tradições orais que não estavam na Bíblia. Os nomes de Janes e Jambres não aparecem no Velho Testamento, contudo, em II TM 3:8 Paulo os chama de adversários de Moisés. Paulo utiliza a tradição oral para falar o nome dos dois mágicos mais proeminentes do Egito, que aparecem durante o Êxodo (7:8). [2] E este não é a única fonte não-bíblica utilizada no Novo Testamento — outro exemplo mais conhecido aparece na Epístola de São Judas que cita o Livro de Enoque (Judas 14:15 c.f. Enoque 1:9).

Quando a Igreja canonizou os livros da Bíblia oficialmente, o principal propósito era estabelecer uma lista de livros autorizados, para proteger a Igreja dos livros espúrios que reivindicavam autoria apostólica, mas que eram na verdade, trabalhos de hereges (v.g. o Evangelho de Tomé). Os grupos heréticos não conseguiam basear seus ensinamentos na Santa Tradição, pois seus ensinamentos eram criados fora da Igreja, então a única maneira que possuíam para autorizar suas heresias era distorcendo o significado da Bíblia, além de forjar novos livros, apóstolos, ou santos do Velho Testamento. A Igreja sempre se defendeu contra os ensinamentos heréticos reivindicando as origens apostólicas da Santa Tradição (provando-as pela Sucessão Apostólica, c.f. o fato de que seus bispos e professores possuem uma descendência histórica e direta dos Apóstolos), e também reivindicando a universalidade da Fé Ortodoxa (c.f. o fato de que a Fé Ortodoxa é a mesma fé que os Cristãos Ortodoxos sempre aceitaram ao longo da história e do mundo). A Igreja se defendeu contra os livros espúrios e heréticos estabelecendo uma lista autorizada de Livros Sagrados, que foram recebidos pela Igreja como Divinamente inspirados, tanto os do Velho Testamento como os de origem apostólica.

Estabelecendo a lista canônica da Bíblia Sagrada, a Igreja não pretende insinuar que toda a Fé Cristã e toda a informação necessária para a louvação e regra da Igreja está contida apenas na Bíblia. [3] Uma coisa que está além dos debates sérios é sobre a questão de quando a Igreja conclui os Cânones dos Livros Sagrados em fé e louvação, assim como a discussão se a fé a louvação atual é a mesma da do período primitivo — isto é uma verdade histórica. Como na estrutura da autoridade da Igreja, os bispos Ortodoxos em vários Concílios resolveram a questão do Cânon — e na Igreja Ortodoxa é assim até hoje quando qualquer pergunta sobre a doutrina ou a disciplina deve ser resolvida.

NOTAS DE RODAPÉ

1. George Mastrantonis, trans., Augsburg e Constantinopla: Correspondência entre os Teólogos de Tubingen e o Patriarca Jeremias II de Constantinopla sobre a Confissão de Fé de Augsburg (Brookline, Mass.: Holy Cross Orthodox Press, 1982), 114.

2. "The Illustrated Bible Dictionary," vol. 2 (Wheaton: Tyndale House Publishers, 1980), "Jannes and Jambres," de A. F. Walls, 733 -734.

3. Realmente, esta lista nem sempre foi a que a Igreja preservou desde a Antiguidade e que considerou como maior parte da Tradição. Por exemplo, o livro de Enoque, citado entre os livros canônicos, não fazia parte do cânon. Não pretendo saber por que isso ocorreu, mas por alguma razão, a Igreja resolveu preservar este livro, e ainda não o designou para a leitura na Igreja ou no cânon dos livros canônicos.


ECCLESIA

Santuário Nacional de Aparecida recebe Romaria da Arquidiocese de São Paulo

Romaria ao Santuário Nacional de Aparecida (SP) | Guadium Press
Esta é a 120ª edição do encontro, que foi presidido pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer e teve por tema “A ti recorremos, Mãe Aparecida, nosso consolo e esperança”.

São Paulo – Aparecida (03/05/2021 16:21, Gaudium Press) O Santuário Nacional de Aparecida acolheu neste domingo, 02 de maio, uma romaria da Arquidiocese de São Paulo que teve por tema “A ti recorremos, Mãe Aparecida, nosso consolo e esperança”. Esta foi a 120ª edição do evento, que foi presidido pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer.

Por conta da pandemia de Covid-19, apenas um grupo de leigos e religiosos puderam participar do encontro, representando as paróquias e comunidades das seis regiões episcopais. A Santa Missa foi concelebrada pelos bispos auxiliares e alguns sacerdotes da Arquidiocese.

https://youtu.be/ckmZYzz9X1c

É tão bom voltar à casa da Mãe

Em sua homilia, Dom Odilo manifestou sua alegria em poder voltar ao Santuário Nacional. “É tão bom voltar à casa da Mãe e, mais ainda, quando a vida está difícil, quando as coisas estão complicadas, como agora. Tantos problemas, tantas situações de sofrimento, dor, ansiedade, luto, mas, também, de esperança. Quantas coisas bonitas também estão acontecendo graças à força que vem da Fé, da generosidade, da caridade”, ressaltou.

O purpurado recordou, ainda, que, nas horas difíceis, a mãe dá forças. “É isto que nós todos precisamos neste tempo. Nossa Senhora não está desatenta às dores e necessidades dos seus filhos”, assegurou.

Devemos permanecer unidos à videira que é Cristo e nela dar frutos

Abordando o Evangelho do dia, o Cardeal de São Paulo explicou que os católicos devem permanecer unidos à videira que é Cristo e nela dar frutos. “Ser cristão significa produzir os frutos da Fé, do Evangelho. Por isso mesmo, nossa vida deveria estar todos os dias sempre voltada a produzir esses frutos”, destacou.

Além disso, frisou a necessidade da perseverança e constância no testemunho de Fé. “O ramo só ficará vivo se ele permanecer unido à videira. Se nós, como cristãos, não perseveramos na Fé e na união com Cristo, nossa vida será vazia e morrerá”.

Por fim, o Cardeal Odilo exortou os fiéis a não desanimarem, afirmando que tudo isto está sendo pedido para nós durante este tempo de pandemia. “Devemos continuar firmes, a crer, a esperar, mas também a fazer a nossa parte. Sim! A produzir, nesta condição que estamos vivendo, os frutos da Fé”, concluiu. (EPC)

(Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO; Matheus Andrade/Santuário Nacional de Aparecida – A12)

https://gaudiumpress.org/

Como era o senso de humor de Jesus?

yoeml | Shutterstock

Se no Novo Testamento não vemos ou ouvimos Jesus rindo, isso não significa que ele não tinha humor.

O riso é benéfico para o homem. Ele nos livra de nossa rigidez, de nossos medos, da tentação de nos levarmos muito a sério. No entanto, pode-se questionar se o riso não é consequência do pecado original e, ao mesmo tempo, um consolo desta situação de exílio em que nos encontramos. A vida é difícil, o riso às vezes a suaviza e oferece uma nova perspectiva para enfrentar os desafios.

O sorriso vive no coração antes de iluminar o rosto

Na verdade, é impossível beatificar o riso, qualquer riso. Como diz um Padre da Igreja, “quem ri com Satanás não poderá alegrar-se com Cristo”. O riso é mau, bem o sabemos: a ironia dolorosa, a zombaria desdenhosa, a falta de vergonha contra a qual o apóstolo Paulo adverte as suas comunidades (Ef 5, 4). Como a palavra sugere, rir em voz alta ou ter uma explosão de riso pode ser o sinal de uma perda de controle desumanizante em última instância.

As bem-aventuranças segundo São Lucas são seguidas dos quatro “infortúnios”, entre os quais esta palavra que nos faz pensar: “Infeliz, vós que rides agora, porque estais de luto e de lágrimas”. Sem se entregar ao Cura d’Ars, que muitas vezes advertia seu rebanho contra os festivais de aldeia, é preciso reconhecer que as críticas, os filmes, os shows, as festas que deveriam nos fazer rir às vezes não são engraçados, pelo contrário. Podemos nos surpreender o quão longe vão o escárnio, a grosseria, a estupidez de certas piadas de artistas de humor.

No entanto, há uma risada boa, tônica, amigável e até moral. Comediantes de verdade são pessoas que amam outras pessoas. Com eles, rir é bom. Em casa, humor e humildade andam de mãos dadas; eles têm a mesma raiz: o húmus de nossa condição humana comum. Com eles, aprendemos não a diversão, mas a alegria. Podemos rir menos dessa risada espasmódica que finalmente cessa e nos deixa com nossa tristeza não curada. Mas vamos sorrir mais; o sorriso é a alegria que permanece; habita o coração antes de iluminar o rosto.

Em sua sagrada humanidade, Jesus sentiu e irradiou uma alegria divina

Nos Evangelhos, Jesus não carece de humor. Ele precisa, aliás, de algum humor, diante do peso dos discípulos. Que pensem no padeiro quando Jesus fala do fermento dos fariseus, ou que, depois de duas multiplicações dos pães, ainda tenham medo de morrer de fome!

Gosto de pensar no sorriso de Jesus. Vemo-lo no Evangelho que partilha as nossas alegrias humanas: as bodas de Caná; o balbuciar das crianças que os Apóstolos, muito sérios, querem expulsar; as refeições amigáveis, mesmo e especialmente com pecadores; o assombro diante dos lírios do campo, o pôr do sol, a semente que se transforma em árvore… E também a alegria litúrgica das assembleias na sinagoga; as peregrinações ao Templo; a “primeira missa”, tão desejada, na noite da Quinta-feira Santa.

E novamente a alegria da evangelização: estremeceu de alegria pelo Espírito Santo e começou a louvar o Pai, que se dá a conhecer aos mais pequenos. A alegria mais profunda do Pai e do Filho é amar-se totalmente: nele coloquei todo o meu amor. Na sua santa humanidade, Jesus experimentou e irradiou esta alegria divina, superior a qualquer outra, e que quer tornar-se nossa própria alegria: “Assim falo neste mundo, para que nele haja a minha plena alegria” (Mt 16,5 -12).

Aleteia

Papa Francisco abre congresso sobre natalidade na Itália, a mais baixa da UE

Papa Francisco. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa

Roma, 03 mai. 21 / 02:46 pm (ACI).- O Papa Francisco vai inaugurar um congresso sobre o futuro da demografia na Itália. O objetivo é chamar falar da responsabilidade de reconstruir o país após a pandemia incentivando novos nascimentos. A Itália é atualmente o país da Europa com menor taxa de natalidade seguida pela Espanha, Grécia, Finlândia e Portugal.

O evento, denominado Estados Gerais da Taxa de Nascimento, será realizado na sexta-feira, 14 de maio às 9h15, horário local (14h15 em Brasília), no Auditório della Conciliazione, próximo à Praça de São Pedro. A iniciativa é do Forum delle Associazioni Familiari (Forum das Associações Familiares), que reúne vários grupos que defendem a vida e a família na Itália.

“O Fórum foi fundado em 1992 com o objetivo de trazer à atenção do debate cultural e político italiano a família como um tema social. Desde então, ela tem reunido movimentos e associações do mundo católico que têm entre seus interesses estatutários a defesa da família. Até o momento, o Fórum é composto por 47 associações e 18 fóruns regionais, que por sua vez são compostos por fóruns locais e 582 associações”, diz o site oficial da associação.

O evento reunirá empresas, mídia, instituições e representantes do mundo da cultura para discutir a crise demográfica na Itália.

Relatório do Instituto Nacional Italiano de Estatística (ISTAT) divulgado em 3 de maio de 2020 mostra que houve nova redução no número de nascimentos, uma tendência que se observa desde 2008. Em 12 anos o número de nascimentos anuais passou de 557 mil para 404 mil, uma redução de 30%.

Segundo o Eurostat (a agência de estatísticas da União Européia), a Itália é o país com a menor taxa de natalidade da União Européia, com apenas 7 nascimentos por cada 1.000 habitantes.

Após o discurso do Papa Francisco, a Ministra italiana da Família, Elena Bonetti, o Ministro da Educação, Patrizio Bianchim, e o Presidente da Região do Lácio, Nicola Zingaretti, tomarão a palavra.

O Presidente do ISTAT, Gian Carlo Blangiardo, apresentará então dados e projeções sobre a taxa de natalidade na Itália para as próximas décadas.

Em seguida, haverá três mesas redondas com a participação de representantes de empresas, bancos, da mídia, do esporte e do entretenimento.

ACI Digital

Papa Francisco: usemos a mídia para construir e fortalecer o bem comum

O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa é celebrado
em 03 de maio  (AFP or licensors)

Tuíte do Papa para o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa dedicado à informação como um bem público. Prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini: nós somos o que comunicamos, não há liberdade sem responsabilidade.

Michele Raviart/Mariangela Jaguraba – Vatican News

"Usemos todos os instrumentos que temos, especialmente o poderoso instrumento da mídia, para construir e fortalecer o bem comum." É o que escreve o Papa Francisco num tuíte na conta @pontifex, por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, celebrado pelas Nações Unidas, nesta segunda-feira (03/05). O convite de Francisco, lembrando também a campanha de Signis, movimento católico que une os profissionais da comunicação de mais de cem países, é o de comprometer-se a utilizar os meios de comunicação para a paz.

O impacto da informação sobre a pandemia

O tema do dia, "a informação como bem público", afirma o site da Unesco, "é de relevância urgente para todos os países do mundo", pois é preciso reconhecer "a mudança que o sistema de comunicação está causando em nossa saúde, nos direitos humanos, nas democracias e no desenvolvimento sustentável".

UE: O jornalismo é a vacina contra a infodemia

"Em tempos da Covid-19 é mais claro do que nunca que o acesso a informações confiáveis pode ser uma questão de vida ou morte. No entanto, a crônica se tornou uma odisseia cotidiana. O jornalismo é a vacina contra a infodemia, (ou seja, a circulação de uma quantidade excessiva de informações, às vezes não cuidadosamente verificadas, ndr). "Vamos protegê-lo", escreve o Serviço de Ação Externa da União Europeia num tuíte. O jornalismo é a "vacina principal" contra a desinformação, reitera o último relatório dos Repórteres sem Fronteiras, que mostra que em mais de 130 países a imprensa está "total ou parcialmente bloqueada".

Ruffini: todos nós somos responsáveis pelo que comunicamos

prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, falou sobre o tema "informação como bem público" como convidado do programa "Rádio Vaticano com você".

Ruffini: Dizer que a informação é um bem público significa que nós somos o que comunicamos. Diz-se que a informação é poder, porque com base nas informações que recebemos e compartilhamos, formamos opiniões, e se as informações não são livres e não são controladas, o bem público de compartilhar a verdade se perde. É claro que não há verdade se não há liberdade e não há liberdade se não há responsabilidade. Dizer que a informação é um bem público significa que todos nós estamos de alguma forma envolvidos em garantir que haja informação plural, mas também que a informação se baseia na construção de um valor comum, de um bem comum, que é dado pela verdade das coisas que compartilhamos. Garantir a liberdade de imprensa significa garantir um sistema onde há liberdade. Claro que há também a liberdade de cometer erros, mas o que nos une é o desejo de compartilhar informações verdadeiras para o bem público.

Este ano, com a pandemia, percebemos o quanto a informação também está ligada à saúde pública, porque a informação correta sobre a pandemia também está intimamente ligada à assimilação de comportamentos que tivemos que adotar. Qual foi o papel da informação neste sentido este ano?

Ruffini: Vamos imaginar como teria sido este ano sem informação. Pensemos nos períodos de confinamento como teriam sido sem a possibilidade de comunicar; como as notícias descontroladas teriam circulado e como este aspecto relacional de compartilhar informações, que faz parte de nosso ser humano, teria faltado. Por outro lado, percebemos também a quantidade de informações falsas que circularam e também a dificuldade de orientar os processos de informação com relação ao desejo de cada um de nós de querer saber tudo e imediatamente, o que não é tão fácil, porque a informação para ser completa requer tempo. Como a informação pode nos ajudar a sair da pandemia? Volta ao conceito de antes. A saúde é um bem público. A informação é um bem público. Compartilhar informações precisas e falsificar informações falsas é um compromisso que deve envolver, na era digital, cada um de nós e não pensar que existe a possibilidade de delegar a outros. Normalmente, desta forma, caminhamos para regimes totalitários. Faz parte da responsabilidade dos jornalistas e também dos leitores. Na era digital compartilhamos informações que muitas vezes não nos damos ao trabalho de verificar e com isso somos talvez portadores "saudáveis" de um vírus diferente da Covid, que é o vírus da má informação. Pensar que isto pode ser delegado a um "controlador vigilante" da verdade ou da falsidade das notícias tem seus próprios riscos, que são os de limitar a liberdade de imprensa. Portanto, acredito que a pandemia nos ensina que, para combater a "pandemia da desinformação, todos nós devemos ser responsáveis".

Também porque é necessário de certa forma "reaprender" a espera entre a notícia do evento e sua recepção. Costumávamos ler no jornal o que tinha acontecido no dia anterior e agora tudo é instantaneamente comentado, assimilado e partilhado em tempo real. Há cada vez menos tempo para esse papel de mediação, que é um dos principais papéis da imprensa.

Ruffini: Devemos sempre verificar o reflexo com a reflexão, isso vale tanto para a imprensa quanto à mídia profissional e eu insisto em dizer "todos nós", porque somos todos, mesmo os não profissionais, protagonistas deste mundo digital da informação. Estamos acostumados a não querer esperar pelo tempo que serve, como se a vida fosse um “game on” o um “game over”, tudo muito rápido ou instantâneo, mas na realidade, além da velocidade das notícias, há também a necessidade de uma análise profunda, há a necessidade de verificação. É preciso estar ciente disso.  No final, é necessário que todos aprendamos regras.

Há outro aspecto e aqui eu cito as palavras do Papa em sua última mensagem para o Dia das Comunicações Sociais a respeito da gestão da relação entre informação e pandemia. O Papa fala sobre a importância de ir ver as coisas, de estar presente. "Quem nos contará sobre a espera de cura nas aldeias mais pobres da Ásia, América Latina e África", escreve ele, para enfatizar que existe o risco de um duplo nível de informação, o primeiro centrado nos países ricos nos quais é ainda mais fácil dar informação, deixando de fora o resto do mundo.

Ruffini: Há algo de paradoxal neste mundo globalizado no qual a pandemia tem mostrado como somos interdependentes uns dos outros, mesmo daqueles que nos parecem muito, muito distantes. Neste paradoxo, facilmente nos iludimos de que podemos delinear tudo em nossa história, na narração de nossas vidas e, portanto, que podemos contar a pandemia apenas para os países desenvolvidos ou que podemos falar da crise econômica apenas para nosso país, ou melhor, talvez para a nossa região de nosso país. Este não é o caso e isto também faz parte da responsabilidade. Ainda a respeito da liberdade de imprensa, o teólogo Bonhoeffer disse que liberdade e responsabilidade são conceitos correlativos e, portanto, a responsabilidade, à qual o Papa nos convida com sua mensagem, é a de ir ver aonde ninguém quer ir, porque se não formos não entendemos e se não entendemos a história que contamos é falsa. No final, isso também é míope no que diz respeito às coisas que são mais importantes para nós, porque não podemos apenas cuidar de nós mesmos nos separando do outro, porque no final também nos machucamos.

Vatican News

Milagre ocorrido no Brasil leva à beatificação de fundador dos Salvatorianos

Gisele Cardoso dos Santos com a filha, Lívia Maria, e o marido,
Fernando Ferreira da Silva / Foto: Cortesia Gisele Cardoso

JUNDIAÍ, 03 mai. 21 / 01:16 pm (ACI).- Em 2014, quando descobriu durante a gravidez que havia um problema que colocava em risco a sua vida e a de sua filha, Gisele Cardoso dos Santos não teve dúvidas e logo recorreu à intercessão de Padre Francisco Maria da Cruz Jordan; o milagre aconteceu, a pequena Lívia Maria nasceu saudável, a mãe ficou bem e agora, após reconhecimento por parte do Vaticano, o fundador dos Salvatorianos será beatificado no próximo dia 15 de maio.

O milagre pela intercessão de Pe. Jordan aconteceu em Jundiaí (SP), onde, no começo de 2014, Gisele e o marido Fernando Ferreira da Silva descobriram a gravidez. Porém, logo no início da gestação, a mãe teve um deslocamento do saco gestacional. Os exames mostraram também que a placenta estava mais espessa, o que impedia a passagem dos nutrientes necessários para o desenvolvimento do bebê, que não estava crescendo conforme o esperado.

Encaminhada para a realização de exames mais específicos, Gisele recebeu outra notícia: o feto estava com uma possível má-formação óssea, com displasia esquelética, ossos longos curtos e restrição de crescimento intrauterino. Além disso, havia a suspeita de que a mãe estivesse com tumor placentário.

Diante desse diagnóstico, “ficamos preocupados, tristes e choramos”, contaram Gisele e Fernando à ACI Digital. Entretanto, o casal, que faz parte da família salvatoriana, logo se apegou à fé e recorreu à intercessão de Pe. Jordan. Segundo Gisele, foi “algo espontâneo”.

“Assim que descobrimos, no carro comecei a chorar e disse: ‘Padre Jordan vai nos ajudar’”, recordou. Eles, então, seguiram para a casa da mãe dela e, “ao chegar, a primeira coisa que vimos em cima do murinho da cozinha foi um livrinho com a imagem de Padre Jordan e de Nossa Senhora”, lembrou Gisele, para quem, este foi um sinal.

Embora os exames seguintes confirmassem a má-formação, Lívia Maria nasceu saudável no dia 8 de setembro de 2014, dia da Natividade de Nossa Senhora e também da morte de Pe. Francisco Maria da Cruz Jordan.

“Jesus nos concedeu este milagre, através da intercessão de Padre Jordan e de Nossa Senhora. Apesar dos prognósticos dos médicos, nós acreditávamos, pedíamos, e muitos rezavam por nós”, relatou Gisele.

Quando perguntada sobre como a pequena Lívia está atualmente, a própria menina respondeu: “bem”. E Gisele completou, ressaltando que sua filha é “alegre, feliz, como uma criança de 6 anos, descobrindo-se”.

Após o nascimento de Lívia, Gisele e Fernando deram este testemunho no grupo de leigos de espiritualidade salvatoriana A Caminho do Salvador. Então, o diretor espiritual do grupo pediu que enviassem este relato para o vice-postulador da causa de beatificação de Pe. Jordan. Assim o casal fez e, em 11 de novembro de 2015 teve início o processo sob cuidados do bispo de Jundiaí, Dom Vicente Costa.

Durante este processo, foram coletados os laudos, exames médicos, depoimentos, toda uma documentação que foi lacrada e enviada para o Vaticano. E, em junho de 2020, o Papa Francisco autorizou a promulgação do decreto relativo ao milagre.

A cerimônia de beatificação de Padre Jordan acontecerá na Basílica de São João de Latrão, em Roma, às 10h30 (5h30, no horário de Brasília), e contará com a presença da família Cardoso Silva.

“Lívia disse que está feliz em estar em Roma, na beatificação. Para nós, é um momento único, não temos palavras para expressar nossa alegria, nos sentimos honrados e felizes”, expressou Gisele Cardoso e concluiu: “Nossa missão é evangelizar para que tudo seja para honra e glória de Deus”.

Biografia

Padre Francisco Maria da Cruz Jordan | Salvatorians

Padre Francisco Maria da Cruz Jordan nasceu na aldeia de Gurtweil, na Floresta Negra, Alemanha, em 16 de junho de 1848, em uma família simples. Foi batizado no dia seguinte e recebeu o nome de João Batista.

Aos 14 anos, ficou órfão de pai e precisou abandonar os estudos para trabalhar e ajudar no sustento da família. Voltou a estudar aos 21 anos, com ajuda de benfeitores e, aos 26, iniciou seus estudos universitários. Foi ordenado sacerdote em 21 de julho de 1878, mas não pôde assumir uma tarefa pastoral em sua terra natal por causa da instabilidade política (Revolução Cultural) da época.

Então, mudou-se para Roma, a fim de estudar idiomas orientais. Realizou uma viagem ao Oriente Médio para aperfeiçoar os conhecimentos nestes idiomas e, durante sua peregrinação à Terra Santa, dedicou a maior parte de seu tempo à oração pessoal e à meditação.

Ao retornar para Roma, em 1880, recebeu a bênção e o consentimento do Papa Leão XIII para estabelecer os três graus da Sociedade Apostólica Instrutiva. O primeiro grau da Sociedade foi fundado oficialmente no dia 8 de dezembro de 1881.

Os planos de Padre Jordan se desenvolveram e acabaram se concretizando na Sociedade do Divino Salvador (para homens) e na Congregação das Irmãs do Divino Salvador (para mulheres).

Por causa da Primeira Guerra Mundial, Padre Jordan teve que deixar Roma e mudar-se para Friburgo, na Suíça, onde passou os últimos anos de sua vida. O sacerdote morreu em Tafers, em 8 de setembro de 1918.

ACI Digital

São Floriano

S. Floriano | ArqSP
04 de maio

O mais antigo registro sobre Floriano foi encontrado num documento de doação datado do século VIII, através do qual o presbítero Reginolfo oferecia para a Igreja algumas propriedades de terras, dentre as quais, "as do lugar aonde foi enterrado o precioso mártir Floriano".

Floriano viveu na cidade de Mantem, próxima de Kems, Alemanha. Na época, Diocleciano era o imperador e Aquilino, o comandante do exército romano na região do Danúbio, atual Áustria, onde existiam numerosas colônias do Império e vários batalhões de soldados que faziam sua defesa. Floriano era militar em um desses batalhões.

Os legionários romanos cristãos foram muito importantes, porque levaram a fé de Cristo às regiões mais remotas do Império Romano, pagando por essa difusão com a própria vida. Famosos e numerosos foram os mártires que pertenceram a essas legiões, mortos sob a perseguição do imperador Diocleciano no início do século IV. Entre eles encontramos Floriano e seus companheiros.

Diocleciano foi imperador de grande energia, estadista de rara habilidade e inteligência, mas se tornou um fanático inimigo da Igreja. Desencadeou a mais longa e duradoura perseguição contra ela, na intenção de varrer todos os vestígios do cristianismo. Contava, para isso, com a ajuda de seu genro Galério, colega nas armas e no domínio do Império.

Foi dele o decreto que proibia qualquer tipo de culto cristão. Exigia que todos os livros religiosos, começando pela Bíblia Sagrada, fossem queimados e ampliou a perseguição para dentro do seu próprio exército. Os soldados eram obrigados a prestar juramento de fidelidade ao imperador e levar oferendas aos ídolos, sob pena de morte.

Muitos militares recusaram obedecer à ordem do imperador e foram executados. Um deles foi Floriano, acompanhado por mais quarenta companheiros. Eles se apresentaram ao comandante Aquilino, do acampamento de Lorch, Áustria, para comunicar que eram cristãos e que não poderiam servir ao exército do imperador. Por esse motivo foram presos.

Durante o processo de julgamento, nenhum deles renunciou à fé em Cristo. Foram condenados a serem jogados no rio Ens, com uma pedra amarrada no pescoço. A sentença foi executada no dia 4 de maio de 304. O corpo de Floriano foi recolhido por uma senhora cristã, que o sepultou. No século VIII, sua veneração foi oficialmente introduzida na Igreja pelo Martirológio Romano, que manteve esta data para a festa litúrgica.

No local da sua sepultura construíram um convento beneditino. Mais tarde, passou para os agostinianos, que difundiram a sua memória e a de seus companheiros. O seu culto se popularizou rapidamente na Áustria e na Alemanha, onde os fiéis recorrem a ele pedindo proteção contra as inundações. Por essa sua tradição com a água, ao longo do tempo são Floriano se tornou o protetor contra os incêndios e padroeiro dos bombeiros.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

segunda-feira, 3 de maio de 2021

ESTUDOS BÍBLICOS: SOLA SCRIPTURA (Parte 1/7)

Ecclesia

SOLA SCRIPTURA

Na vaidade de suas mentes

Uma análise ortodoxa deste ensinamento ortodoxo

Por John Whiteford

Tradução de Rafael Resende Daher

Nota do Editor:

John Whiteford formou-se na Associação de Pastores Nazarenos, e se converteu à Ortodoxia logos após o término de seu B. A sobre Religião na Universidade Nazarena, em Betânia, Oklahoma. Seu primeiro contato com a Ortodoxia ocorreu após seu envolvimento em um grupo Pro-Vida (Rescue) local, do qual o Padre Anthony Nelson fazia parte, junto com seus paroquianos. Após um ano de pesquisas da Escritura e dos ensinamentos da Igreja Primitiva, e através do amor, paciência e orações do Padre Anthony e de seus paroquianos da igreja de São Bento, John Whiteford foi recebido na Santa Igreja Ortodoxa. [Quando escreveu este artigo, John servia como leitor na Igreja de São Vladimir, Houston, Texas, e continuava seus estudos. Depois foi ordenado Diácono].

Conteúdo:

Introdução: Estão os Protestantes sem Esperança?

Por que Somente a Escritura?

Problemas com a Doutrina da Sola Scriptura

É uma doutrina baseada em muitas falsas suposições. 1º Falsa Suposição: A Doutrina da Sola Scriptura não é digna de seus próprios critérios. As tentativas das interpretações Protestantes não Funcionam.

A Proximidade da Ortodoxia com a Verdade.

Conclusão

Introdução: Estão os Protestantes sem Esperança?

Desde minha conversão do Protestantismo Evangélico à Fé Ortodoxa, tenho notado um espanto geral entre os ortodoxos, sobre como um Protestante se converteu. Isto não ocorre por eles duvidarem da fé Ortodoxa, mas ficam espantados de como algo conseguiu vencer a velha teimosia Protestante de nunca estar errada! Pude entender que muitos Ortodoxos possuem uma visão confusa e limitada sobre o que é o Protestantismo, e de onde chegam seus adeptos. Assim, os fiéis Ortodoxos caminham longe dos Protestantes, pois embora usem as mesmas palavras, não se comunicam por não falarem a mesma linguagem teológica — em outras palavras, não possuem a mesma base teológica para discutir suas diferenças. Claro que quando a pessoa considera os mais de vinte mil grupos Protestantes existentes (que a única semelhança entre eles é a de que todos clamam que possuem o correto entendimento da Bíblia), alguém que simpatize com algum destes pode ficar um pouco confuso.

Apesar de todo este caminho, há definitivamente uma esperança aos Protestantes. Os Protestantes buscam um equilíbrio teológico, de verdadeira louvação, e a antiga Fé Cristã está praticamente batendo na porta das nossas Igrejas (para quem não está prestando atenção, isto pode parecer estranho). Já não estão mais satisfeitos com as contradições e os escândalos do atual Protestantismo Americano, mas quando abrirmos a porta, deveremos estar preparados para responder suas perguntas! Muitos que perguntam são ministros Protestantes, ou até mesmo leigos bem informados, que procuram sinceramente a verdade, mas eles devem desaprender muitas coisas, e necessitam de informações dos Cristãos Ortodoxos para serem informados destes assuntos — Cristãos Ortodoxos que necessitam saber de onde eles chegam, e o mais importante, conhecer o que eles acreditam!

Ironicamente (ou providencialmente) surge um interesse sobre a Ortodoxia nos americanos de origem protestante, assim como quando foram abertas as portas do bloco-Comunista, quando povo Ortodoxo foi assaltado por uma quantidade sem precedentes de cultos e religiões.

Desta maneira, os evangélicos e carismáticos americanos vão tropeçando um no outro — cada um com suas seitas em busca de prestigio, igualando-se aos russos ateus! Assim, nós Ortodoxos devemos nos apresentar com ainda mais urgência — de um lado, há a tarefa missionária de apresentar a Fé aos protestantes do ocidente, e do outro, devemos combater a expansão das heresias entre os Ortodoxos, aqui e nos países tradicionalmente Ortodoxos. Em qualquer caso, a primeira tarefa é nos equiparmos do conhecimento e entendimento dos assuntos que nos confrontam.

Talvez a característica mais assustadora do Protestantismo — a característica que a deu uma reputação de teimosia, são as suas numerosas diferenças e contradições. Como o Hydra mítico, suas diversas cabeças se multiplicam, é uma tarefa árdua confrontar e entender estas heresias individualmente, mas esta não é a chave para sua derrota. Para entendermos as convicções de cada seita, precisamos de um conhecimento sobre a história e o desenvolvimento do Protestantismo, além de muita pesquisa em cada parte da teologia protestante, sobre sua generalidade, louvação etc, assim como um estudo para entender algumas tendências cruciais que o influencia hoje em dia (como liberalismo, sentimentalismo). Até mesmo entendendo tudo isso, não conseguiremos acompanhar o ritmo de novos grupos que surgem quase diariamente. Ainda entre tantas diferenças, há uma suposição que une todos estes milhares grupos discrepantes na categoria geral de "protestante." Todo grupo protestante (com algumas qualificações secundárias) acredita que entende a Bíblia da maneira correta, entretanto, eles discordam sobre o que a Bíblia diz, e geralmente concordam que a pessoa que deve interpretar a Bíblia — por conta própria! — sem a Tradição da Igreja. Se qualquer pessoa pode entender esta crença, e o motivo dela estar errada, e como é a maneira correta de entender a Bíblia, então qualquer protestante pode entender a maneira correta. Até mesmo grupos tão diferentes como os Batistas e Testemunhas de Jeová não são tão diferentes neste ponto essencial — quando você tiver a oportunidade de ver um Batista e um Testemunha de Jeová discutindo a Bíblia, você notará que a análise final é sempre diferente uma da outra. Se eles estão igualados intelectualmente, eles não entrarão em discussões sobre esta aproximação da Bíblia, para que ninguém desconfie que esta aproximação mútua e dividida da Bíblia é o problema. Esta mentira é o coração deste Hydra de heresias — perfure seu coração e suas cabeças cairão imediatamente ao chão.

Por que Somente a Escritura?

Se nós desejamos entender o que os protestantes pensam, devemos primeiro saber em que eles acreditam. Na verdade, devemos nos colocar no lugar dos primeiros reformadores, como Martinho Lutero, para só assim termos uma avaliação correta das razões que o levaram a acreditar na Doutrina da Sola Scriptura (ou "Somente a Bíblia"). Quando a pessoa considera a corrupção da Igreja Romana daquela época, e os ensinamentos degenerados que ela promoveu — além de que o Ocidente estava há vários séculos sem nenhum contato significativo com a herança Ortodoxa — é difícil imaginar como Lutero poderia ter conseguido resultados melhores dentro destas limitações. Como pôde Lutero apelar contra a tradição para lutar contra estes abusos, quando a tradição (como tudo em que o Ocidente romano acreditava) havia sido personificado pelo papado responsável por estes abusos. Para Lutero, era a tradição que havia errado, e para reformar a Igreja, ele deveria fazer um novo entendimento correto da Bíblia. Porém, Lutero nunca buscou eliminar totalmente a tradição, mas sim usar a Bíblia como a "única" verdade, para poder se libertar de parte das tradições romanas que eram corruptas. Infelizmente, sua retórica ficou distante de sua prática, e os reformadores mais radicais levaram a idéia da Sola Scriptura a uma conclusão lógica.

Problemas com a Doutrina da Sola Scriptura

É uma doutrina baseada em muitas falsas suposições

Uma suposição é algo que concebemos no início, normalmente sem consciência. Quando a suposição é válida, tudo acaba bem, mas uma suposição errada conduz inevitavelmente às falsas conclusões. A pessoa que tem esperança de chegar a uma conclusão utilizando uma suposição falsa, deve perguntar a si mesmo onde está o erro. Os protestantes que estão dispostos a avaliar o estado do atual mundo protestante de maneira honesta, devem perguntar se a Sola Scriptura, ensinamento fundamental do Protestantismo, vêm de Deus, pois esta suposição resultou em mais de vinte mil grupos discrepantes que não concordam em assuntos básicos da Bíblia, ou o que significa ser um Cristão? Por que (se somente a Bíblia é suficiente, sem a Santa Tradição) batistas, testemunhas de Jeová e metodistas reivindicam que acreditam no que a Bíblia diz, mas nenhum deles concorda em o que a Bíblia diz? Obviamente, aqui está uma situação na qual os protestantes devem achar que estão errados. Infelizmente, a maioria dos protestantes estão dispostos a colocar a culpa deste problema em qualquer coisa — qualquer coisa menos no problema que é a raiz. A idéia da Sola Scriptura é fundamental para o Protestantismo tanto que para nega-la, é questionar Deus, como disse Nosso Senhor: "Toda árvore boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos" (MT 7:17). Se julgarmos a Sola Scriptura pelos seus frutos, chegaremos a conclusão de que esta árvore deve ser cortada, e lançada ao fogo (MT 7:19)

Ecclesia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF