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domingo, 25 de julho de 2021

Das Homilias sobre a Segunda Carta aos Coríntios, de São João Crisóstomo, bispo

S. João Crisóstomo | Pantokrator

(Hom. 14,1-2:PG6l,497-499)            (Séc.IV)

 

Transborda minha alegria em toda tribulação

Paulo de novo fala sobre a caridade, refreando a dureza da advertência. Depois de tê-los censurado e repreendido porque, amados, não haviam correspondido ao seu amor, mas haviam-se separado de seu afeto para se ligar a homens perniciosos, de novo suaviza a acerba repreensão, dizendo: Acolhei-nos em vossos corações, como quem diz: “Amai-nos”. Não é pesada a graça que pede, e é de maior vantagem para quem dá do que para quem recebe. Não disse “Amai”, mas algo que transpira compaixão: Acolhei-nos em vossos corações.

Quem foi que nos arrancou de vossos corações? Quem nos expulsou? Qual a causa de tanta estreiteza em vós? Acima dissera: Tendes vossos corações apertados; aqui declara abertamente o mesmo: Acolhei-nos em vossos corações. Assim, com isso os atrai de novo a si. Não é de somenos importância, quando se solicita o amor, que o amado entenda ser sua afeição de grande valia para quem ama.

Já o disse: Estais em nossos corações para a vida e para a morte. A força máxima do amor está em que, mesmo desprezado, quer morrer e viver juntamente com eles. Ora, não de qualquer modo estais em nossos corações, mas como declarei. Pode acontecer que alguém ame, mas fuja dos perigos. Conosco não é assim.

Estou repleto de consolação. Que consolação? Aquela que me vem de vós. Convertidos a melhores sentimentos, por vossas obras me consolais. É próprio de quem ama queixar-se de não ser amado e, ao mesmo tempo, temer que, excedendo-se na acusação, venha a magoar. Por isto acrescenta: Estou repleto de consolação, transborda minha alegria. Como se dissesse: “Senti grande tristeza por vós; contudo me enchestes de satisfação e me consolastes; não só tirastes a causa da tristeza, mas me cobristes com muito maior alegria”.

Em seguida manifesta sua grandeza não apenas ao dizer: Minha alegria transborda; como também no que segue: Em toda tribulação nossa. Foi tão grande o prazer que me causastes que não poderia ser obscurecido pela grande aflição. Tão imenso que reduziu a nada todos os sofrimentos que nos acometeram e não nos permitiu fôssemos abatidos pelo desgosto.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

É bom fazer promessas?

Presbíteros

É bom fazer promessas?

Em síntese:  O presente artigo analisa a prática das promessas feitas a Deus ou aos santos por pessoas desejosas de obter alguma graça. Tal prática tem fundamentado na própria Bíblia (cf. Gn 28,20-22; 1Sm 1,11). Todavia verifica-se que os autores bíblicos faziam advertências aos fiéis no sentido de não prometerem o que não pudessem cumprir (cf. Ecl 5,4). No Novo Testamento São Paulo quis submeter-se às obrigações do voto do nazireato (cf. At 18,18; 21,24). Estas ponderações mostram que a prática das promessas como tal não é má. É certo, porém, que as promessas não movem o Senhor Deus a nos dar o que Ele não quer dar, pois Deus já decretou desde toda a eternidade dar o que Ele nos dá no tempo, mas as promessas contribuem para afervorar o orante, excitando neste maior amor. Acontece, porém, que muitas vezes os cristãos não têm noção clara do porquê das promessas ou prometem práticas que eles não podem cumprir. Daí surgem duas obrigações para quem tem o encargo de orientar os irmãos: 1) mostre-lhes que as promessas nada têm de mágico ou de mecânico, nem se destinam a dobrar a vontade de Deus, como se o Senhor se pudesse deixar atrair por promessas, à semelhança de um homem; 2) procure incutir a noção de que o cristão é filho do Pai e, por isto, não precisa de prometer ao Pai; o amor filial com que o cristão reze a Deus, é mais eloqüente do que a linguagem das promessas, que podem ter um sabor “comercial” ou muito pouco filial. 

Comentário: Entre os fiéis católicos não é raro fazerem-se promessas a Deus ou a algum santo,… promessas de algum ato heróico a ser cumprido caso a pessoa receba a graça que deseja. Em conseqüência, fala-se de “pagar promessas”. Não raro os fiéis que prometem, depois de atendidos, não têm condições físicas, psíquicas ou financeiras para pagar as suas promessas. Sentem-se então angustiados, pois receiam que algo de mau ou um castigo lhes sobrevenha da parte de Deus por não cumprirem as suas “obrigações”. O problema é tormentoso e merece ser analisado desde as suas raízes, ou seja, a partir do conceito mesmo de piedade que os fiéis cristãos devem alimentar. É o que vamos fazer nas páginas subseqüentes, examinando: 1) a fundamentação bíblica, 2) a justificativa teológica das promessas, 3) a casuística ocasionada, 4) uma conclusão final.

1. Fundamentação bíblica

O costume de fazer promessas ou, segundo linguagem mais bíblica, votos tem origem na piedade popular anterior a Cristo. É documentado pela própria Bíblia, que nos mostra como pessoas, em situações difíceis necessitando de um auxílio de Deus, prometeram fazer ou omitir algo, caso fossem ajudadas pelo Senhor. Foi, por exemplo, o que aconteceu com Jacó, que, ao fugir para a Mesopotâmia, exclamou: “Se Deus estiver comigo, se me proteger durante esta viagem, se me der pão para comer e roupa para vestir e se eu regressar em paz à casa de meu pai,… esta pedra… será para mim casa de Deus e pagarei o dízimo de tudo quanto me concederdes” (Gn 28, 20-22). Ana, estéril, mas futura mãe de Samuel, fez a seguinte promessa: “Senhor dos exércitos, se vos dignardes olhar para a aflição da vossa serva e… lhe derdes um filho varão, eu o consagrarei ao Senhor durante todos os dias de sua vida e a navalha não passará sobre a sua cabeça”  (1Sm 1,11). Alguns salmos exprimem os votos ou as promessas dos orantes de Israel; assim os de número 65. 66. 116; Jn 2,3-9.

A própria Escritura, porém, dá a entender que, entre os membros do povo de Deus, houve abusos no tocante às promessas: algumas terão sido proferidas impensadamente: “É melhor não fazer promessas do que fazê-las e não as cumprir” (Ecl 5,4). Havia também quem quisesse cumprir as suas promessas oferecendo o que tinha de menos digno ou valioso em vez de levar ao Templo as suas melhores posses; é o que observa o Senhor por meio do profeta Malaquias: “Trazeis o animal roubado, o coxo ou o doente e o ofereceis em sacrifício. Posso eu recebê-lo de vossas mãos com agrado?… Maldito o embusteiro, que tem em seu rebanho um animal macho, mas consagra e sacrifica ao Senhor um animal defeituoso” (Ml 1, 13s). Com o tempo os mestres de Israel procuravam restringir a prática das promessas, pois podiam tornar-se um entrave para a verdadeira piedade. No Evangelho Jesus supõe que certos filhos se subtraiam ao dever de assistir aos pais, alegando que tinham consagrado a Deus todo o dinheiro disponível:

“Vós por que violais o mandamento de Deus por causa da vossa tradição? Com efeito, Deus disse: “Honra teu pai e tua mãe” e “Aquele que maldisser pai ou mãe, certamente deve morrer”. Vós, porém, dizeis: “Aquele que disser ao pai ou à mãe: Aquilo que de mim poderias receber, foi consagrado a Deus, esse não está obrigado a honrar pai ou mãe”. Assim invalidastes a Palavra de Deus por causa da vossa tradição” (Mt 15, 3-6). 

Todavia não consta que o Senhor Jesus tenha condenado o costume de fazer promessas como tal; ao contrário, os escritos do Novo Testamento atestam a prática de S. Paulo, que terá sido a dos cristãos da Igreja nascente e posterior:

“Paulo embarcou para a Síria… Ele havia rapado a cabeça em Cencréia por causa de um voto que tinha feito” (At 18,18). 

“Disseram os judeus a Paulo: “Temos aqui quatro homens que fizeram um voto… Purificar-te com eles, e encarrega-te das despesas para que possam mandar rapar a cabeça. Assim todos saberão que são falsas as notícias a teu respeito, e que te comportas como observante da Lei” (At 21, 23s). 

Em síntese, a praxe das promessas não é má, pois a S. Escritura não a rejeita, mas, ao contrário, torna-se objeto de determinações legais, como se depreende dos textos abaixo:

Lv 7,16: “Se alguém oferecer uma vítima em cumprimento de um voto ou como oferta voluntária, deverá ser consumida no dia em que for oferecida, e o resto poderá ser comido no dia imediato”. 

Nm 15,3: “Se oferecerdes ao Senhor alguma oferenda de combustão, holocausto ou sacrifício, em cumprimento de um voto especial ou como oferta espontânea…”. 

Nm 30,4-6: “Se uma mulher fizer um voto ao Senhor ou se impuser uma obrigação na casa de seu pai, durante a sua juventude, os seus votos serão válidos, sejam eles quais forem. Se o pai tiver conhecimento do voto ou da obrigação que se impôs a si mesma será válida. Mas, se o pai os desaprovar, no dia em que deles tiver conhecimento, todos os seus votos… ficarão sem valor algum. O Senhor perdoar-lhe-á, porque seu pai se opôs”. 

Dt 12,5s: “Só invocareis o Senhor vosso Deus no lugar que Ele escolher entre todas as vossas tribos para aí firmar o seu nome e a sua morada. Apresentareis ali os vossos holocaustos,… os vossos holocaustos,… os vossos votos…” 

Verifica-se, porém, que a prática dos votos nem sempre é salutar, merecendo por isto advertências da parte dos autores sagrados.

2. Qual a justificativa das promessas? 

É certo que as promessas não são feitas para atrair Deus como se atrairia um homem poderoso, capaz de ser aliciado por dádivas e “pagamentos”; Deus não muda de desígnio; desde toda a eternidade Ele já determinou irreversivelmente dar-nos o que Ele nos concede dia por dia. Todavia, ao determinar que nos daria as graças necessárias, Deus quis incluir no seu desígnio a colaboração do homem que se faz mediante a oração; com outras palavras: Deus quer dar…, e dará…, levando em conta as orações que Lhe fazemos. Sobre este fundo de cena as promessas têm valor não tanto para Deus quanto para nós, orantes; sim, as promessas nos excitam a maior fervor; são o testemunho e o estímulo da nossa devoção; supõe-se que quem promete e cumpre a sua promessa, exercita em seu coração o amor a Deus; ora isto é valioso. Por conseguinte, quem vive a instituição das promessas em tal perspectiva, pode estar fazendo algo de bom, pois concebe mais amor e fervor. Diz o Senhor no Evangelho, referindo-se à pecadora que lhe lavou os pés pecados lhe estão perdoados” (Lc 7,47). Paralelamente diríamos, pode estar-se abrindo mais plenamente à misericórdia e à liberalidade do Senhor Deus.

3. E a casuística das promessas? 

Há pessoas que, depois de receber o dom de Deus, se vêem embaraçadas para cumprir as suas promessas, porque não têm condições de saúde, de tempo ou de bens materiais para executar o que prometeram.

Que fazer?

– Antes do mais, afastem a hipótese, às vezes comunicada por religiões não cristãs, de que, se não “pagarem as suas obrigações”, estarão sujeitos a graves desgraças; na verdade, Deus não é vingativo nem é policial que pune contravenções, mas é Pai…, de tal modo que pensar em Deus deve despertar no cristão sentimentos de paz, confiança e alegria. Isto, porém, não quer dizer que o cristão despreocupadamente deixe de cumprir as suas promessas. Quem não as pode executar, procure um sacerdote e peça-lhe que troque a matéria da promessa. Esta solução condiz com os textos bíblicos que, de um lado, exortam a não deixar de cumprir o prometido (cf. Ecl 5,3), e, de outro lado, prevêem a insolvência dos fiéis e a possibilidade de comutação dos votos (ou promessas) por parte dos sacerdotes:

“Se aquele que fizer um voto não puder pagar a avaliação, apresentará a pessoa diante do sacerdote e este fixá-la-á; o valor será fixado pelo sacerdote de acordo com os meios de quem fizer voto” (Lv 27, 8; cf. Lv 27,13s.18.23). 

Poderá acontecer que, em certos casos, o padre julgue oportuno dispensar, por completo, de certa promessa o fiel cristão.

A propósito convém incutir que, se alguém quer fazer uma promessa, evite propor certas práticas que são um tanto irracionais (como ocorre na peça “O pagador de promessas”); procure, ao contrário, prometer práticas não somente exeqüíveis e razoáveis, mas também úteis à santificação do próprio sujeito ou ao bem do próximo. Não tem sentido prometer algo que outra pessoa deverá cumprir, como é o caso de pais que prometem vestir o seu filho “de São Sebastião” no dia da festa do Santo; esta prática como tal não fomenta o amor a Deus e ao próximo. Quanto aos exvoto (cabeças, braços, pernas… de cera), que se oferecem em determinados santuários, podem ter seu significado, pois contribuem para testemunhar a misericórdia de Deus derramada sobre as pessoas agraciadas; assim levarão o povo de Deus a glorificar o Senhor; mas é preciso que as pessoas agraciadas saibam por que oferecem tais objetos de cera, e não o façam por rotina ou de maneira inconsciente. Entre as práticas que mais se podem recomendar, apontam-se as três clássicas que o Evangelho mesmo propõe: a oração, a esmola e o jejum (cf. Mt 6,1-18). Com efeito, a S. Missa é o centro e o manancial, por excelência, da vida cristã, vida cristã que se nutre outrossim mediante a oração; a esmola e a colaboração com o próximo recobrem a multidão dos pecados (cf. 1Pd 4,8; Tg 5,20; Pr 10,12); o jejum e a mortificação purificam e libertam das paixões o ser humano, possibilitando-lhe mais frutuoso encontro com Deus através dos véus desta vida. Se a prática das promessas levar o cristão ao exercício destas boas obras, poderá ser salutar. Requer-se, porém, que os pastores de almas e os catequistas instruam devidamente os fiéis a fim de que compreendam que as promessas nada têm que ver com as “obrigações” dos cultos afro-brasileiros, mas hão de ser expressões do amor filial e devoto dos cristãos ao Senhor Deus.

4. Conclusão 

Como se vê, a prática das promessas pode ser fundamentada na própria Bíblia. Verifica-se, porém, que já os autores sagrados lhe faziam certas restrições. Hoje em dia nota-se que freqüentemente alimenta uma mentalidade religiosa “comercial” ou amedrontada e doentia, gerando facilmente o escrúpulo mórbido. Muitas pessoas se sobrecarregam com promessas e mais promessas que elas não conseguem cumprir; em vez de fomentar a vida cristã, as promessas a prejudicam não raras vezes. Por  isto é de sugerir que os cristãos reconsiderem tal costume, que de resto parece mais fundado numa concepção antropomórfica de Deus (concebido como o Grande Banqueiro, cuja benevolência é preciso cativar) do que na autêntica visão que o Cristianismo tem de Deus. Este é Pai, Aquele que nos amou primeiro, antes mesmo que O pudéssemos amar (cf. 1Jo 4,19.9s; Rm 5,7s); por conseguinte, somos seus filhos, certos de que o amor do Pai é irreversível ou não volta atrás, cientes também de que, antes que Lhe peçamos alguma coisa, Ele já decretou dar-nos tudo o que seja condizente com o nosso verdadeiro bem; diz São Paulo: “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, mas O entregou por todos nós, como não nos terá dado tudo com Ele?”  (Rm 8,32).

Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”
D. Estevão Bettencourt, osb.
Nº 262 – Ano 1982 – Pág. 202.


Fonte: https://www.presbiteros.org.br

Oração dos avós e dos idosos

Aleteia

"Agradeço porque me destes uma família e me abençoastes com uma longa vida".

Em preparação do Dia Mundial dos Avós e dos Idosos (25 de julho), o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida disponibiliza um vídeo onde avós e idosos do mundo inteiro recitam com o Papa a oração oficial do evento. Entre eles D. Laurant Noël, que, aos 101 anos, é o bispo mais idoso do mundo.

ORAÇÃO PELO PRIMEIRO DIA MUNDIAL DOS AVÓS E DOS IDOSOS

Dou-Vos graças, Senhor,
pelo conforto da Vossa presença:
mesmo na solidão
sois a minha esperança e a minha confiança;
desde a minha juventude, sois a minha rocha e fortaleza!
Agradeço porque me destes uma família
e me abençoastes com uma longa vida.
Agradeço pelos momentos de alegria e de dificuldade,
pelos sonhos realizados e pelos que estão por vir.
Agradeço por este momento de fecundidade renovada à qual me chamais.
Aumentai, ó Senhor, a minha fé,
fazei-me um instrumento da Vossa paz;
ensinai-me a acolher os que sofrem mais que eu,
a nunca deixar de sonhar
e a contar as Vossas maravilhas às novas gerações.
Protegei e guiai o Papa Francisco e a Igreja,
para que a luz do Evangelho chegue até aos confins da terra.
Enviai o Vosso Espírito, ó Senhor, para renovar o mundo,
para que se acalme a tempestade da pandemia,
para que os pobres sejam consolados e que todas as guerras acabem.
Sustentai-me na fraqueza,
e concedei-me viver plenamente
cada instante que me dais,
na certeza de que estais comigo todos os dias até ao fim do mundo.
Amém.

Fonte: Aleteia

S. CRISTÓVÃO, MÁRTIR

S. Cristóvão, Escola de Rimini  (© Musei Vaticani)
25 de julho
SÃO CRISTÓVÃO, MÁRTIR

Protetor dos viajantes

A figura mais frequente de São Cristóvão é representada por um gigante barbudo, que carrega o Menino Jesus nos ombros, ajudando-o a atravessar um rio; o Menino segura o mundo nas pontas dos dedos, como se brincasse com uma bola. Esta imagem remonta a uma das lendas hagiográficas mais famosas sobre a vida do Santo, martirizado em 25 de julho em Anatólia, na Lícia. Segundo esta tradição, seu verdadeiro nome era Reprobus, um gigante que queria prestar serviço ao rei mais poderoso do mundo.

Ao chegar à Corte de um rei, que achava ser invencível, pôs-se ao seu serviço. Mas, certo dia, percebeu que o rei, ao escutar o canto de um trovador que falava do diabo, fez o Sinal da Cruz. Então, perguntou-lhe por quê. E o rei lhe respondeu que tinha medo do diabo e que todas as vezes que o ouvia falar em seu nome, fazia o Sinal da Cruz para buscar proteção.

Desta forma, o diabo pôs-se a procurar o diabo, que pensava que fosse mais poderoso que o seu rei. Não demorou muito e o encontrou; assim, pôs-se a servi-lo e a segui-lo. Porém, um dia, passando por uma rua onde havia uma cruz, o diabo desviou seu caminho. Então, Reprobus perguntou-lhe por que havia agido desta maneira. E o diabo foi obrigado a admitir que Cristo tinha morrido na Cruz; por isso, diante da Cruz, tinha que fugir de medo.

Por fim, Reprobus deixou o diabo de lado e pôs-se à busca de Cristo. Certo dia, encontrou um eremita que lhe sugeriu construir uma cabana às margens de um rio, cujas águas eram perigosas, e colocar-se à disposição das pessoas a atravessá-lo, uma vez que tinha uma estatura gigantesca.

Um belo dia, o bom gigante ouviu uma voz de criança, que lhe pedia ajuda: era um menino que queria atravessar o rio. Então, o gigante o colocou sobre os ombros e o carregou para o outro lado daquele rio perigoso. Enquanto fazia a travessia, o peso daquela criança aumentava cada vez mais, tanto que, com muito custo, conseguiu chegar à outra margem. Lá, o menino revelou sua identidade: era Jesus e o peso, que havia carregado, era o do mundo inteiro, salvado pelo sangue de Cristo.

Esta lenda, além de inspirar a iconografia ocidental, fez com São Cristóvão fosse invocado como Padroeiro dos barqueiros, peregrinos, viajantes e motoristas.

Um Santo cinocéfalo

No Oriente, São Cristóvão é, geralmente, representado com a cabeça de cão, como testemunham muitos ícones existentes em São Petersburgo e Sofia. A iconografia do santo cinocéfalo, segundo alguns, demonstra que se trata de um culto surgido em âmbito helênico-egípcio, com clara referência ao culto a deus Anúbis. Outra hipótese seria ainda bem mais plausível e complexa: Reprobus se teria alistado no exército romano e se teria convertido ao cristianismo com o nome de Cristóvão. Ao ser denunciado pelo seu apostolado entre os pelotões, foi conduzido diante de um juiz que fez todas as tentativas para que renunciasse a Cristo; tendo resistido, foi, por fim, decapitado. Logo, Cristóvão “carregou Cristo” em seu coração até ao martírio, como o jumento carregou Cristo a Jerusalém, no dia de Ramos.

Por este motivo, ter-se-ia difundido no Oriente, inicialmente, o costume de representar Cristóvão com a cabeça de jumento, que, depois, teria mudado para uma cabeça de cão. Trata-se, porém, de uma iconografia existente no âmbito cristão, sem nenhuma relação com cultos pagãos.

Protetor da vista

Segundo a Lenda Dourada, o martírio de Cristóvão aconteceu em Anatólia, na Lícia. O Santo resistiu às torturas com hastes de ferro e metal incandescentes. Até as flechas que lhe atiraram, ficaram suspensas no ar; uma delas, voltou e transpassou o olho do soberano, que lhe havia ordenado o suplício. Assim, o rei mandou decapitar Cristóvão. Mas, antes de morrer, disse-lhe: “Banhe os olhos com o meu sangue e ficará curado”. O rei recuperou a visão e se converteu. Desde então, São Cristóvão foi invocado contra as doenças da vista.

Fonte: Vatican News

Dia Mundial dos Avós: o testemunho dos nossos leitores

Este 25 de julho marca a primeira edição do
Dia Mundial dos Avós e Idosos

“O futuro do mundo está nesta aliança entre os jovens e os idosos”, escreve o Papa Francisco na sua mensagem para o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, celebrado neste 25 de julho. Pedimos aos nossos leitores que enviassem testemunhos desta aliança e aqui você confere o resultado!

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

Inspirados pelo relato do Padre Douglas de Freitas Ferreira – que contou a influência de sua bisavó na escolha de se tornar sacerdote -, nossos leitores do Vatican News também compartilharam suas histórias de fé que tiveram como protagonistas os avôs.

Dos testemunhos que recebemos, não se pode deixar de destacar o traço migratório, como bem notou Lucia S. Amarante: “A vinda de meus avós assemelha-se aos refugiados dos dias atuais que, por motivo de guerras e conflitos, são obrigados a deixar seus bens materiais e a separar a família na tentativa de um futuro melhor. Mesmo longe de seu solo Mãe, meus avós não perderam a dignidade e a fé”.

“Não posso deixar de homenagear meus avós, imigrantes nascidos no final do séc XIX e início do séc XX, e todos aqueles que desbravaram terras desconhecidas, enfrentaram a diversidade cultural e a nova língua falada e escrita”.

Eis algumas histórias (editadas), começando por Eugênio Dodecézino Berto, que até o segundo nome é influência do Papa Pio XII:

Fui criado pelos meus avós paternos, a partir do três anos. Eles eram italianos, nascido no norte da Itália, ela da província de Trento, ele de Pádova. Muito religiosos, assim como meus pais, pois meu nome, Eugênio Dodecézimo é em homenagem a Eugenio Paccelli, Papa Pio XII (Pio Dodicesimo em ialiano). Frequentar a missa todos os domingos e de rezavam o terço todos os dias, à noite. Ficávamos de joelhos, eu em cima da cadeira, à luz da vela e lamparina, pois não havia rede elétrica na zona rual. A ladainha de Nossa Senhora era rezada em Latim.

Portanto, com meus avós recebi a formação inicial de cristão, aprendendo as orações comuns e a responder às perguntas do catecismo, em preparação para a primeira comunhão. Graças a eles e a minha formação no seminário, continuei praticando a fé, com participação nas atividades da Igreja, nas comunidades onde vivi e vivo. Por isso, agradeço a Deus pelo exemplo de vida cristã, rezando pela recompensa deles no céu.

Thalita Cristina Lizi

Desde que me lembro por gente, estava eu com meu avô, Osmar Carlos Lizi, andando por todos os lados daquela Igreja Aparecida de Bauru. Ele tinha muitos afazeres ali dentro, era coordenador do CPP, vice-tesoureiro, Mece, entre outros trabalhos que se doava pela igreja, com muito amor e dedicação. E aonde eu estava? Pequena, ali com ele, por todos os lados.

Os anos se passaram, e o "Ser Igreja" era o que ele mais me ensinava, e a todos de minha família. Muitos não entendiam e diziam "só vive na Igreja", "tenha tempo para outras coisas"... mas mal sabiam, que era ali que ele se tornava mais completo e feliz.

Em 2015, plena madrugada de Natal, meu avô recebeu um chamado de Deus, e foi executar o "Ser Igreja" lá ao lado do Pai. O sentimento de tristeza retoma só de lembrar, vez que além de avô, ele era pai, amigo e um grande exemplo de homem.

Hoje, eu não tenho a menor dúvida, que aquele aprendizado de criança, que meu avô me deu, foi o maior presente em minha vida! Viveria tudo o que vivi, e passaria por todas as batalhas novamente, pois sei que estar na Igreja, não torna o caminho mais leve: pelo contrário, o fardo fica ainda mais pesado. Mas caminhar nos ensinamentos de Deus, vale todo e qualquer esforço.

Matheus Nardo Caseri

O testemunho dos meus avôs foi determinante na construção da minha caminhada de fé. Desde pequeno eu os observava servindo nas celebrações como ministros, e nunca recusavam ajuda a quem mais precisava, não negavam nem a completos desconhecidos. 

Um dos momentos que mais me marcou na vida com meu avô Nim Caseri, foi no dia do seu sepultamento. Tinha sido um dia difícil e muito triste, pois um ano antes minha avó tinha falecido também; já era fim da tarde quando estava na casa do meu avô, que ficava na frente da Igreja da cidade de Guapiaçu (onde ele serviu muitos anos como ministro), estava triste depois de uma despedida difícil, quando duas pessoas chamaram no portão. Era um casal que eu nunca tinha visto e eles perguntaram pelo meu avô, disse que infelizmente ele havia falecido... Eles então disseram: " Então gostaríamos de transmitir nosso carinho e gratidão, pois a muitos anos atrás seu avô nos ajudou e graças a ele conseguimos ter uma vida melhor, tenha certeza de que ele descansa e está nos braços do Pai".

Aquelas poucas palavras me encheram de alegria e nunca mais as esqueci, foi um dos grandes ensinamentos do meu avô, que devemos ajudar a todos sem esperar por recompensas.

Fatima Dionisio

Meus avós vieram de Portugal morar no Rio de Janeiro. Com o passar dos tempos resolveram ir para Diocese de Duque de Caxias.

Com o passar dos tempos foram conhecendo a Diocese e viram a necessidade que havia em muitas famílias: falta de comida, amor de Deus, atenção.

Resolveram então fundar as Conferências Vicentinas para que muitos tivessem vida.

Em todas as missas, meu avô me dava a sacola de São Vicente de Paulo para depois da missa no lado de fora da paróquia o povo ajudar. Ficava eu com a sacolinha dizendo: Esmola para são Vicente de Paulo.

Vovó também pedia aos vizinhos ajuda numa quantia em dinheiro para ajudar na Construção da paróquia São Tadeu no Rio. Hoje, a Paróquia está linda, o padre que trabalhou por este acontecimento é português.

Meus avós e pais foram exemplo de caridade. Neste dedicado dia Mundial dos avós e idosos, quero agradecer a Deus pela vida do Papa Francisco por tamanho Carinho para com eles.

Uma Irmã Clarissa do Mosteiro Santa Maria dos Anjos - Dourados, MS

Trilhar os caminhos nos passos seguros, maduros e firmes de alguém que já viveu tanto, e tem tanto a nos ensinar, é uma grande graça. Tive muitos exemplos de santidade que me ajudaram muito na minha caminhada, vou citar aqui o da minha avó paterna, com a qual moramos durante muitos anos eu, meus pais e irmãos.

Meu avô paterno faleceu quando eu era muito nova, no entanto minha avó viveu ainda muitos anos, e foi sempre o ponto de referência da família, mestra na vida de fé e espiritualidade. Observando-a, aprendi muito, lições de fé que ajudaram a fundamentar minha vocação religiosa.

Aquela face marcada pelo tempo que transparecia a verdadeira beleza de uma alma experimentada na intimidade com Deus a ponto de tornar-se a própria oração, assim era minha avó. Os meus olhos de criança ficavam a observá-la se arrumando: o vestido, os sapatos, o guarda-chuva sempre a mão, a fita do apostolado da oração e o véu de renda negro. Todos os dias ela se arrumava assim para ir à Santa Missa.  

Um dia, ela exortou os netos: “lá no meu quarto existe um grande quadro, não mexam lá para não quebrá-lo”. Deixei-me levar pela curiosidade, e assim quando ninguém estava por perto, decidi que daria só uma olhadinha bem rápida. Havia um homem tão distinto, todo vestido de branco sentado numa cadeira enorme, ele tinha os olhos penetrantes, parecia a imagem de um santo. Mais tarde descobri que o precioso quadro que minha avó guardava com tanto zelo, era do amado São João Paulo II. Foi a primeira vez que meus olhos pousaram sobre sucessor de Pedro.

Minha avó só sabia escrever seu nome, simples e profundo como ela: Ana; o ramalhete devia ser entregue na reunião do apostolado da oração, então ela me pedia para preencher o papelzinho. Pude descobri ainda muito mais sobre ela! Quantas Missas, quantas comunhões, terços e mortificações que ela oferecia nas intenções do Apostolado da oração, em desagravo das ofensas cometidas contra os Corações de Jesus e Maria. Orações pela humanidade sofredora, nas intenções do Santo Padre… As suas palavras, aquele pequeno papel ficaram gravados em meu coração.

Os anos se passaram, respondi ao chamado de Jesus, e entrei para vida contemplativa na Ordem de Santa Clara, minha avó pôde ver-me religiosa e presenteou-me com uma linda toalha de crochê para mesa de comunhão. Logo ela faleceu e voou para o céu, assim se foi minha primeira catequista. Seus exemplos estão vivos em meu coração, e sei que lá do céu ela também intercede por mim!

Fonte: Vatican News

XVII DOM TEMPO COMUM - Ano "B"

Dom Paulo Cezar | arquibrasilia

Por Dom Paulo Cezar Costa - Arcebispo de Brasília

Jesus tomou os pães e deu graças

O Evangelho, retirado do capítulo sexto de São João (Jo 6, 1-15), começa com Jesus em Tiberíades: uma grande multidão O segue porque vê os sinais que Ele opera em favor dos doentes. Jesus subiu ao monte e sentou-se com os Seus discípulos. O Evangelista nos apresenta as coordenadas de tempo: “… estava próxima à Páscoa, festa dos judeus”. Levantando os olhos e vendo uma grande multidão que vinha ao Seu encontro, Jesus faz uma provocação a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que eles possam comer?”  Filipe dá uma resposta humana: “nem duzentas moedas de prata bastariam para dar um pedaço de pão a cada um”. André, irmão de Simão Pedro, diz: “Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes; mas o que é isso para tanta gente?” Também ele tem uma visão humana, pequena. Jesus tem um olhar maior, mais profundo, um olhar de Deus. Este texto nos alerta para a pequenez das nossas concepções, das nossas iniciativas, da nossa cosmovisão. Deus intervém nas Sagradas Escrituras quando existe a falta de algo ou a impossibilidade humana.

Para os apóstolos, o pouco que o menino tem não basta, mas para Jesus, ao invés, o pouco basta a quem crê na onipotência de Deus e na força do amor. O homem tem sempre pouco nas suas mãos, se colocado em relação com as necessidades do mundo: pouco dinheiro, pouca esperança, pouca coragem, pouca criatividade, poucos meios…, mas bastam quando são fecundados pela potência da fé e do desejo de codividir. Quando nossas atitudes são meramente humanas, correm o risco de se tornarem infrutíferas. Esta realidade nos faz colocar todo o nosso trabalho missionário, todo o pouco que fazemos, e que parece sem significado, diante do Senhor. É Ele quem multiplicará nossos cinco pães e dois peixes numa abundante refeição.  Diante da cegueira dos discípulos, Jesus toma nas mãos aquele pouco que se tem: “… Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes”. Esta multiplicação dos pães alimentou a multidão, mas ela é um sinal que remete à celebração eucarística onde uma comunidade de fé, necessitada de salvação, celebra a Eucaristia, onde o próprio Senhor ressuscitado se dá aos discípulos na caridade perfeita da Eucaristia.

Nesta caridade perfeita da Eucaristia, cada um de nós se encontra com o amor de Deus em Cristo Jesus, “todos somos chamados a dar aos outros o testemunho explícito do amor salvífico do Senhor que, sem olhar as nossas imperfeições, nos oferece a sua proximidade, a sua Palavra, a sua força, e dá sentido à nossa vida”[1]. Não devemos ter medo dos nossos meios, dos nossos poucos recursos ou até do nosso pequeno número. É a presença do Senhor no meio de nós, na caridade perfeita da Eucaristia, que transforma a situação e faz que da nossa pobreza possamos alimentar uma grande multidão.

Este texto nos convida à confiança. É no nosso pouco, colocado à Sua disposição, que Deus realiza a Sua obra. No centro de tudo o que fazemos deve estar sempre a confiança incondicional na Palavra de Jesus. É Ele que, através dos cinco pães e dois peixes, alimenta a grande multidão.

[1] PAPA FRANCISCO, Evangelii Gaudium, 121.

Fonte: Arquidiocese de Brasília

São Tiago Maior

S. Tiago Maior | Canção Nova
25 de julho

São Tiago Maior

Um dos doze Apóstolos de Jesus, São Tiago é conhecido como Tiago Maior, para diferenciá-lo de Tiago Menor, que era de Nazaré e primo de Jesus. Ele é conhecido também como: São Tiago Apóstolo, Santiago e Santiago de Compostela.

É padroeiro dos cavaleiros, peregrinos, farmacêuticos, veterinários, dos químicos. É também padroeiro da Espanha, Guatemala, Chile e Nicarágua.

Origens

São Tiago era irmão de São João Evangelista, o mais novo dos discípulos de Jesus. Era filho de Zebedeu e Salomé. Nascido em Betsaida, às margens do Mar da Galiléia. Tal como Pedro e André, vinha de uma família de pescadores. Zebedeu, Tiago e seu irmão João eram sócios de Pedro e André no trabalho da pesca. São Tiago foi um dos primeiros discípulos chamados por Jesus e fazia parte dos principais, dos mais íntimos, ao lado de Pedro e João. Nos momentos mais importantes da missão de Jesus, como a Transfiguração, a ressurreição da filha de Jairo, a Santa Ceia entre outros, esses três estavam sempre presentes.

Filho do trovão

São Tiago e seu irmão João foram apelidados por Jesus de “Filhos do Trovão”, como vemos no Evangelho de Marcos 3, 17. Isto aconteceu porque quando Jesus e uma grande comitiva de discípulos se preparavam para atravessar Samaria, os samaritanos recusaram-se a recebe-los. Tiago e João perguntaram a Jesus se poderiam mandar cair fogo do céu sobre os rebeldes. Mas Jesus os repreendeu dizendo que “Não veio para perder, mas para salvar as pessoas”.

Faz um pedido precipitado ao Senhor

O Evangelista Mateus narra uma passagem curiosa. Quando Jesus estava caminhando para seus últimos dias em Jerusalém, Salomé, mãe de Tiago e João, foi até Jesus com os dois filhos, ajoelhou-se e pediu ao Senhor que, quando viesse em sua glória, colocasse um de seus filhos à sua direita e o outro à esquerda. Jesus respondeu que os dois irmãos beberiam o mesmo cálice de sofrimento que Ele (Jesus) beberia. Porém, quanto a estar à direita ou à esquerda, somente o Pai é quem sabe e determina. Os outros discípulos ficaram indignados com o pedido. Jesus, então, deu-lhes uma lição de humildade dizendo que, no Reino dos Céus, o maior é aquele que se coloca a serviço de todos.

São Tiago na Espanha – Santiago de Compostela

São Tiago é o padroeiro da Espanha. Isto se deve a uma tradição que vem desde os primórdios do cristianismo. Conta-se que, logo após receber o Espírito Santo no dia de Pentecostes, São Tiago teria ido para a Espanha anunciar o Evangelho. Depois de ter passados por vários lugares na Península Ibérica, inclusive Portugal, sem obter muito sucesso no seu intento, voltou para Jerusalém, onde foi aclamado o líder da Igreja local. Após sua morte, seus restos mortais teriam sido trasladados para a Espanha e sepultados no local onde hoje se encontra a famosa Catedral de Santiago de Compostela, erguida em sua homenagem.

Primeiro entre os 12 Apóstolos a ser martirizado

A última vez que São Tiago aparece nas Sagradas Escrituras é em Atos 12, 1-2, onde se noticia seu martírio. O texto diz que Herodes Agripa, filho de Herodes, o grande (aquele que mandou matar os bebês inocentes em Belém), rei da região sul de Israel chamada Judéia, “Mandou matar Tiago, irmão de João, pelo fio da espada”. Isso aconteceu perto do ano 44, na cidade de Jerusalém. Esta é a única morte de um dos 12 Apóstolos a ser narrada na Bíblia.

Ordem de Santiago

Por causa de sua coragem em testemunhar Jesus Cristo a ponto de dar a própria vida por Ele, São Tiago tornou-se patrono do Exército Espanhol e também do Exército Português. A tradição conta que ele inspirou um grande número de soldados no combate à invasão muçulmana na Península Ibérica. Por causa disso foi criada a famosa Ordem de Santiago, para valorizar a honra, a lealdade, a coragem e a fé. Durante alguns séculos, pertencer a esta Ordem era uma grande honra.

Peregrinação a Santiago de Compostela

Durante a Idade Média, a Igreja concedeu indulgência plenária a todos aqueles que fizessem peregrinação à Catedral de Santiago de Compostela, com espírito de penitência, de arrependimento e de conversão. Por isso, um grande número de fiéis começou a fazer este caminho de peregrinação. A rota da peregrinação foi se estendendo cada vez mais e, hoje, chega a oitocentos quilômetros. O caminho é feito, na maioria das vezes, a pé. Mas também é feito de bicicleta e outros tipos de veículos movidos pelo esforço humano. A peregrinação sempre transforma o peregrino. É raro o peregrino chegar ao seu destino sem ter sido transformado pela oração, pela penitência e pelo “caminho”, que representa uma elevação espiritual.

Oração a São Tiago Maior

Apóstolo São Tiago, escolhido entre os primeiros, tu foste o primeiro a beber no cálice do Senhor, e és o grande protetor dos peregrinos; faz-nos fortes na fé e alegre na esperança, em nosso caminhar de peregrino seguindo o caminho da vida de Cristo e alenta-nos para que finalmente, alcancemos a glória de Deus Pai. Que Assim seja. Amém.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF