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domingo, 25 de julho de 2021

Dia Mundial dos Avós: o testemunho dos nossos leitores

Este 25 de julho marca a primeira edição do
Dia Mundial dos Avós e Idosos

“O futuro do mundo está nesta aliança entre os jovens e os idosos”, escreve o Papa Francisco na sua mensagem para o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, celebrado neste 25 de julho. Pedimos aos nossos leitores que enviassem testemunhos desta aliança e aqui você confere o resultado!

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

Inspirados pelo relato do Padre Douglas de Freitas Ferreira – que contou a influência de sua bisavó na escolha de se tornar sacerdote -, nossos leitores do Vatican News também compartilharam suas histórias de fé que tiveram como protagonistas os avôs.

Dos testemunhos que recebemos, não se pode deixar de destacar o traço migratório, como bem notou Lucia S. Amarante: “A vinda de meus avós assemelha-se aos refugiados dos dias atuais que, por motivo de guerras e conflitos, são obrigados a deixar seus bens materiais e a separar a família na tentativa de um futuro melhor. Mesmo longe de seu solo Mãe, meus avós não perderam a dignidade e a fé”.

“Não posso deixar de homenagear meus avós, imigrantes nascidos no final do séc XIX e início do séc XX, e todos aqueles que desbravaram terras desconhecidas, enfrentaram a diversidade cultural e a nova língua falada e escrita”.

Eis algumas histórias (editadas), começando por Eugênio Dodecézino Berto, que até o segundo nome é influência do Papa Pio XII:

Fui criado pelos meus avós paternos, a partir do três anos. Eles eram italianos, nascido no norte da Itália, ela da província de Trento, ele de Pádova. Muito religiosos, assim como meus pais, pois meu nome, Eugênio Dodecézimo é em homenagem a Eugenio Paccelli, Papa Pio XII (Pio Dodicesimo em ialiano). Frequentar a missa todos os domingos e de rezavam o terço todos os dias, à noite. Ficávamos de joelhos, eu em cima da cadeira, à luz da vela e lamparina, pois não havia rede elétrica na zona rual. A ladainha de Nossa Senhora era rezada em Latim.

Portanto, com meus avós recebi a formação inicial de cristão, aprendendo as orações comuns e a responder às perguntas do catecismo, em preparação para a primeira comunhão. Graças a eles e a minha formação no seminário, continuei praticando a fé, com participação nas atividades da Igreja, nas comunidades onde vivi e vivo. Por isso, agradeço a Deus pelo exemplo de vida cristã, rezando pela recompensa deles no céu.

Thalita Cristina Lizi

Desde que me lembro por gente, estava eu com meu avô, Osmar Carlos Lizi, andando por todos os lados daquela Igreja Aparecida de Bauru. Ele tinha muitos afazeres ali dentro, era coordenador do CPP, vice-tesoureiro, Mece, entre outros trabalhos que se doava pela igreja, com muito amor e dedicação. E aonde eu estava? Pequena, ali com ele, por todos os lados.

Os anos se passaram, e o "Ser Igreja" era o que ele mais me ensinava, e a todos de minha família. Muitos não entendiam e diziam "só vive na Igreja", "tenha tempo para outras coisas"... mas mal sabiam, que era ali que ele se tornava mais completo e feliz.

Em 2015, plena madrugada de Natal, meu avô recebeu um chamado de Deus, e foi executar o "Ser Igreja" lá ao lado do Pai. O sentimento de tristeza retoma só de lembrar, vez que além de avô, ele era pai, amigo e um grande exemplo de homem.

Hoje, eu não tenho a menor dúvida, que aquele aprendizado de criança, que meu avô me deu, foi o maior presente em minha vida! Viveria tudo o que vivi, e passaria por todas as batalhas novamente, pois sei que estar na Igreja, não torna o caminho mais leve: pelo contrário, o fardo fica ainda mais pesado. Mas caminhar nos ensinamentos de Deus, vale todo e qualquer esforço.

Matheus Nardo Caseri

O testemunho dos meus avôs foi determinante na construção da minha caminhada de fé. Desde pequeno eu os observava servindo nas celebrações como ministros, e nunca recusavam ajuda a quem mais precisava, não negavam nem a completos desconhecidos. 

Um dos momentos que mais me marcou na vida com meu avô Nim Caseri, foi no dia do seu sepultamento. Tinha sido um dia difícil e muito triste, pois um ano antes minha avó tinha falecido também; já era fim da tarde quando estava na casa do meu avô, que ficava na frente da Igreja da cidade de Guapiaçu (onde ele serviu muitos anos como ministro), estava triste depois de uma despedida difícil, quando duas pessoas chamaram no portão. Era um casal que eu nunca tinha visto e eles perguntaram pelo meu avô, disse que infelizmente ele havia falecido... Eles então disseram: " Então gostaríamos de transmitir nosso carinho e gratidão, pois a muitos anos atrás seu avô nos ajudou e graças a ele conseguimos ter uma vida melhor, tenha certeza de que ele descansa e está nos braços do Pai".

Aquelas poucas palavras me encheram de alegria e nunca mais as esqueci, foi um dos grandes ensinamentos do meu avô, que devemos ajudar a todos sem esperar por recompensas.

Fatima Dionisio

Meus avós vieram de Portugal morar no Rio de Janeiro. Com o passar dos tempos resolveram ir para Diocese de Duque de Caxias.

Com o passar dos tempos foram conhecendo a Diocese e viram a necessidade que havia em muitas famílias: falta de comida, amor de Deus, atenção.

Resolveram então fundar as Conferências Vicentinas para que muitos tivessem vida.

Em todas as missas, meu avô me dava a sacola de São Vicente de Paulo para depois da missa no lado de fora da paróquia o povo ajudar. Ficava eu com a sacolinha dizendo: Esmola para são Vicente de Paulo.

Vovó também pedia aos vizinhos ajuda numa quantia em dinheiro para ajudar na Construção da paróquia São Tadeu no Rio. Hoje, a Paróquia está linda, o padre que trabalhou por este acontecimento é português.

Meus avós e pais foram exemplo de caridade. Neste dedicado dia Mundial dos avós e idosos, quero agradecer a Deus pela vida do Papa Francisco por tamanho Carinho para com eles.

Uma Irmã Clarissa do Mosteiro Santa Maria dos Anjos - Dourados, MS

Trilhar os caminhos nos passos seguros, maduros e firmes de alguém que já viveu tanto, e tem tanto a nos ensinar, é uma grande graça. Tive muitos exemplos de santidade que me ajudaram muito na minha caminhada, vou citar aqui o da minha avó paterna, com a qual moramos durante muitos anos eu, meus pais e irmãos.

Meu avô paterno faleceu quando eu era muito nova, no entanto minha avó viveu ainda muitos anos, e foi sempre o ponto de referência da família, mestra na vida de fé e espiritualidade. Observando-a, aprendi muito, lições de fé que ajudaram a fundamentar minha vocação religiosa.

Aquela face marcada pelo tempo que transparecia a verdadeira beleza de uma alma experimentada na intimidade com Deus a ponto de tornar-se a própria oração, assim era minha avó. Os meus olhos de criança ficavam a observá-la se arrumando: o vestido, os sapatos, o guarda-chuva sempre a mão, a fita do apostolado da oração e o véu de renda negro. Todos os dias ela se arrumava assim para ir à Santa Missa.  

Um dia, ela exortou os netos: “lá no meu quarto existe um grande quadro, não mexam lá para não quebrá-lo”. Deixei-me levar pela curiosidade, e assim quando ninguém estava por perto, decidi que daria só uma olhadinha bem rápida. Havia um homem tão distinto, todo vestido de branco sentado numa cadeira enorme, ele tinha os olhos penetrantes, parecia a imagem de um santo. Mais tarde descobri que o precioso quadro que minha avó guardava com tanto zelo, era do amado São João Paulo II. Foi a primeira vez que meus olhos pousaram sobre sucessor de Pedro.

Minha avó só sabia escrever seu nome, simples e profundo como ela: Ana; o ramalhete devia ser entregue na reunião do apostolado da oração, então ela me pedia para preencher o papelzinho. Pude descobri ainda muito mais sobre ela! Quantas Missas, quantas comunhões, terços e mortificações que ela oferecia nas intenções do Apostolado da oração, em desagravo das ofensas cometidas contra os Corações de Jesus e Maria. Orações pela humanidade sofredora, nas intenções do Santo Padre… As suas palavras, aquele pequeno papel ficaram gravados em meu coração.

Os anos se passaram, respondi ao chamado de Jesus, e entrei para vida contemplativa na Ordem de Santa Clara, minha avó pôde ver-me religiosa e presenteou-me com uma linda toalha de crochê para mesa de comunhão. Logo ela faleceu e voou para o céu, assim se foi minha primeira catequista. Seus exemplos estão vivos em meu coração, e sei que lá do céu ela também intercede por mim!

Fonte: Vatican News

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF