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segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Santo André Kim Taegon e companheiros

S. André Kim e Companheiros | arquisp
20 de setembro

Santo André Kim Taegon e companheiros

A Igreja coreana tem, talvez, uma característica única no mundo católico. Foi fundada e estabelecida apenas por leigos. Surgiu no início de 1600, a partir dos contatos anuais das delegações coreanas que visitavam Pequim, na China, nação que sempre foi uma referência no Extremo Oriente para troca de cultura.

Ali os coreanos tomaram conhecimento do cristianismo. Especialmente por meio do livro do grande padre Mateus Ricci, "A verdadeira doutrina de Deus". Foi o leigo Lee Byeok que se inspirou nele para, então, fundar a primeira comunidade católica atuante na Coréia.

As visitas à China continuaram e os cristãos coreanos foram, então, informados, pelo bispo de Pequim, de que suas atividades precisavam seguir a hierarquia e organização ditada pelo Vaticano, a Santa Sé de Roma. Teria de ser gerida por um sacerdote consagrado, o qual foi enviado oficialmente para lá em 1785.

Em pouco tempo, a comunidade cresceu, possuindo milhares de fiéis, Porém começaram a sofrer perseguições por parte dos governantes e poderosos, inimigos da liberdade, justiça e fraternidade pregadas pelos missionários. Tentando acabar com o cristianismo, matavam seus seguidores. Não sabiam que o sangue dos mártires é semente de cristãos, como já dissera o imperador Tertuliano, no início dos tempos cristãos. Assim, patrocinaram uma verdadeira carnificina entre 1785 e 1882, quando o governo decretou a liberdade religiosa.

Foram dez mil mártires. Desses, a Igreja canonizou muitos que foram agrupados para uma só festa, liderados por André Kim Taegon, o primeiro sacerdote mártir coreano. Vejamos o seu caminho no apostolado.

André nasceu em 1821, numa família da nobreza coreana, profundamente cristã. Seu pai, por causa das perseguições, havia formado uma "Igreja particular" em sua casa, nos moldes daquelas dos cristãos dos primeiros tempos, para rezarem, pregarem o Evangelho e receberem os sacramentos. Tudo funcionou até ser denunciado e morto, aos quarenta e quatro anos, por não renegar a fé em Cristo.

André tinha quinze anos e sobreviveu com os familiares, graças à ajuda dos missionários franceses, que os enviaram para a China, onde o jovem se preparou para o sacerdócio e retornou diácono, em 1844. Depois, numa viagem perigosa vivida, tanto na ida quanto na volta, num clima de perseguição, foi para Xangai, onde o bispo o ordenou sacerdote.

Devido à sua condição de nobre e conhecedor dos costumes e pensamento local, obteve ótimos resultados no seu apostolado de evangelização. Até que, a pedido do bispo, um missionário francês, seguiu em comitiva num barco clandestino para um encontro com as autoridades eclesiásticas de Pequim, que aguardavam documentos coreanos a serem enviados ao Vaticano. Foram descobertos e presos. Outros da comunidade foram localizados, inclusive os seus parentes.

André era um nobre, por isso foi interrogado até pelo rei, no intuito de que renegasse a fé e denunciasse seus companheiros. Como não o fez, foi severamente torturado por um longo período e depois morto por decapitação, no dia 16 de setembro de 1846 em Seul, Coréia.

Na mesma ocasião, foram martirizados cento e três homens, mulheres, velhos e crianças, sacerdotes e leigos, ricos e pobres. De nada adiantou, pois a jovem Igreja coreana floresceu com os seus mártires. Em 1984, o papa João Paulo II, cercado de uma grande multidão de cristãos coreanos, canonizou santo André Kim Taegon e seus companheiros, determinando o dia 20 de setembro para a celebração litúrgica.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

domingo, 19 de setembro de 2021

5 MITOS SOBRE A SANTA INQUISIÇÃO (Parte 1/6)

Apologistas da Fé Católica

5 MITOS SOBRE A SANTA INQUISIÇÃO

Texto da phd em História Medieval, Dra. Marian Horvat

Introdução

Para a sensibilidade do século XX, falar de “Santa” e “Inquisição” na mesma frase parece uma contradição. Nunca houve um assunto tão escrito – ou calado – como a Santa Inquisição. A mentalidade moderna tem uma dificuldade natural na compreensão de uma instituição como a Inquisição, porque o processo inquisitorial não foi baseado em doutrinas liberais, tais como a liberdade de pensamento que se tornou central na cultura ocidental no século 18. A mente moderna tem dificuldade em compreender a crença religiosa como algo objetivo, fora do âmbito do julgamento privado livre. A mente moderna não consegue ver a Igreja Católica como uma sociedade perfeita e soberana, onde a ortodoxia deve ser mantida a qualquer custo.

A intolerância religiosa não é um produto exclusivo da Idade Média: em todos os lugares e sempre, no passado, homens incrédulos perturbavam o bem comum e a paz pública tanto quanto causavam dissensões religiosas e conflitos. Na Idade Média, tornou-se aceito que o tipo mais grave de crise foi o que ameaçava a unidade e a segurança da Igreja Latina, e não proceder contra os hereges com todos os meios à disposição da sociedade cristã, não só era tola, mas uma traição ao próprio Cristo. O conceito moderno do Estado secular, neutro em relação a todas as religiões, teria chocado a mente medieval.
Os homens modernos experimentam dificuldade em compreender esta instituição, porque eles perderam de vista três fatos. Primeiro de tudo, eles deixaram de compreender a crença religiosa como algo objetivo, como um dom de Deus e, portanto, fora do âmbito do julgamento privado livre. Em segundo lugar, já não veem na Igreja uma sociedade perfeita e soberana, baseada substancialmente em uma pura e autêntica revelação, cujo primeiro e mais importante dever deve ser de naturalmente manter imaculado este original depósito da fé. Que a ortodoxia deveria ser mantida a qualquer custo parecia evidente para a mente medieval. A heresia, uma vez que afetava a alma, era um crime mais perigoso do que o assassinato, uma vez que a vida eterna da alma valia muito mais do que a vida mortal da carne.

Finalmente, o homem moderno perdeu de vista uma sociedade em que a Igreja e o Estado constituem uma forma de governo coeso. A autoridade espiritual estava inseparavelmente entrelaçada com a secular da mesma forma que a alma se une com o corpo. Dividir os dois em compartimentos separados teria sido impensável. O Estado não pode ser indiferente sobre o bem-estar espiritual em seus assuntos sem ser culpado de traição ao seu primeiro Soberano, Nosso Senhor Jesus Cristo. Antes da revolução religiosa do século 16, esses pontos de vista eram comuns a todos os cristãos.

Como observa William Thomas Walsh em Caracteres da Inquisição, a supressão positiva da heresia pelas autoridades eclesiásticas e civis na sociedade cristã é tão antiga como o monoteísmo em si. (Em nome da religião, Moisés matou muito mais pessoas do que Torquemada condenou). No entanto, a Inquisição, por si só, como um tribunal eclesiástico distinto, é de origem muito mais tardia. Historicamente, operada como uma fase no crescimento da legislação eclesiástica que adaptou determinados elementos do procedimento legal romano. Em seu próprio tempo, ela certamente não teria sido entendida como ela é apresentada hoje. Pois, como Edward Peters aponta tão bem em seu marco estudo sobre a Inquisição, “Inquisition”, a lenda da inquisição foi uma “invenção” das disputas religiosas e conflitos políticos do século 16.
Mais tarde foi adaptado para as causas de tolerância religiosa e da iluminação filosófica e política nos séculos 17 e 18. Este processo, que sempre foi anticatólico e, geralmente, anti-espanhol, tornou-se universalizado. Assim, eventualmente, a Inquisição tornou-se representante de todas as religiões repressivas que se opunham a liberdade de consciência, liberdade política e esclarecimento filosófico.

Fonte: https://apologistasdafecatolica.wordpress.com/

Nossa missão comum é proteger os filhos de Deus: mensagem do Papa à Conferência de Varsóvia

Reconhecer nossos erros e nossos fracassos - Papa Francisco | Vatican News

O Papa Francisco enviou neste sábado uma mensagem em vídeo à Conferência internacional sobre a proteção de menores e adultos vulneráveis ​​para as Igrejas da Europa Central e Oriental que se realiza na Polônia de 19 a 22 de setembro. Organizado pela Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores e pela Conferência Episcopal da Polônia, o encontro contará com a participação de representantes de episcopados, ordens religiosas e profissionais leigos de 20 países.

Gabriela Ceraso – Cidade do Vaticano

A crise dos abusos sexuais perpetrados por membros da Igreja é um “transtorno muito grave" para a qual se buscam respostas adequadas a partir da escuta humilde das vítimas, da procura da verdade e do pedido de perdão.

O Papa retoma deste compromisso e do caminho que dele derivou por anos, a mensagem que dirige neste sábado àqueles que se preparam para participar, de 19 a 22 de setembro, em Varsóvia, da Conferência Internacional sobre a Proteção dos Menores e de Adultos Vulneráveis ​​para as Igrejas da Europa Central e Oriental. A mensagem em vídeo será apresentada na abertura dos trabalhos.

Organizada pela Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores e pela Conferência Episcopal polonesa, o encontro reunirá bispos, sacerdotes, superiores de congregações religiosas masculinas e femininas, psicoterapeutas e especialistas leigos para discutir o tema "Nossa missão comum de proteger os filhos de Deus."

Somente a verdade e o perdão restabelecem a confiança

Vocês não são os primeiros a dar "esses passos necessários" e é "improvável" que sejam os últimos "nestes tempos difíceis", mas certamente "vocês não estarão sozinhos”. Ao assegurar sua proximidade aos trabalhos que terão início neste domingo, 19, o Papa reitera a prioridade no caminho de reação à chaga dos abusos, que já havia emergido em Roma na Cúpula dos líderes das Conferências Episcopais do mundo em fevereiro de 2019.

Francisco cita o discurso de dois anos atrás e o encorajamento então expressado de que "o bem das vítimas" não seja colocado de lado em favor da mal-entendida preocupação pela reputação da Igreja como instituição. Pelo contrário - diz hoje o Papa - só enfrentando a verdade destes comportamentos cruéis e buscando humildemente o perdão das vítimas e sobreviventes, a Igreja poderá encontrar o seu caminho para ser novamente considerada com confiança um lugar de acolhimento e segurança para os necessitados”.

Uma reforma concreta que ouça o apelo das vítimas

O abuso de menores nos círculos eclesiásticos em todo o mundo lançou uma sombra sobre a coerência e a sinceridade da Igreja, e para recuperar isso são necessárias expressões de contrição que se transformem em um “caminho de reforma” em termos de prevenção e de certeza de uma mudança real e confiável”. Neste sentido, o reiterado apelo à Conferência de Varsóvia.

Encorajo-vos a ouvir o apelo das vítimas e a comprometer-vos - uns com os outros e com a sociedade no sentido mais amplo - nestas importantes discussões, pois realmente dizem respeito ao futuro da Igreja na Europa Central e Oriental, não somente o futuro da Igreja, também o coração do cristão, dizem respeito à nossa responsabilidade.

Erros e fracassos podem abrir novos horizontes

O que aconteceu certamente representa um erro e um fracasso, mas não só. Na mensagem em vídeo, o Papa destaca que “reconhecer nossos erros e nossos fracassos pode nos fazer sentir vulneráveis ​​e frágeis, é certo. Mas também pode representar um tempo de graça esplêndida, um tempo de esvaziamento, que abre novos horizontes de amor e serviço mútuo."

Ser humildes instrumentos do Senhor

Se reconhecermos nossos erros, não teremos nada a temer, porque será o próprio Senhor quem nos terá conduzido até aquele ponto.

Por fim, citando a frase de Abraham Lincoln, décimo sexto presidente dos Estados Unidos da América - 'Sem malícia para com ninguém e com caridade para com todos -, o Papa indica a atitude com a qual trabalhar juntos, bispos, religiosos, leigos e vítimas para enfrentar os "desafios comuns":

Exorto-vos a serem humildes instrumentos do Senhor, a serviço das vítimas de abusos, vendo-as como companheiras e protagonistas de um futuro comum, aprendendo uns com os outros a se tornar mais fiéis e resilientes para que, juntos, possamos enfrentar os desafios futuros. 

Fonte: https://www.vaticannews.va/

O Milagre de São Januário

Editora Cléofas
Por Prof. Felipe Aquino

Todos os anos, desde de 1389, durante a comemoração da festa de São Januário, acontece o milagre da liquefação do seu sangue coagulado, que se repete diante de milhares de fiéis que se reúnem todos os anos no dia 19 de setembro, em torno da Capela do Tesouro da Catedral de Nápoles, Itália. Esta relíquia está conservada em dois frascos. O milagre é atestado por mais de 5000 processos verbais. No milagre da liquefação do sangue do mártir, este perde peso e aumenta de volume.

Montesquieu, que assistiu a duas liquefações em 1728 disse: “Posso declarar que o milagre de São Januário não é fraude; os padres estão de boa fé”. Em 15 de setembro de 1902, o conteúdo das ampolas foi submetido a exame eletroscópico diante de testemunhas. O cientista Sperindeo que realizou a experiência, disse: “Vi aparecer por trás da linha D, a faixa escura característica do sangue, e entre as duas uma zona clara”. Não há dúvida de que se trata de sangue humano.

São Januário foi martirizado e morto dia 19 de setembro de 305 d.C., na terrível e última perseguição romana do imperador Diocleciano, ante de Constantino acabar com elas. Ele era bispo de Benevento. São Januário foi martirizado com muitos outros cristãos em Pozzuoli, jogados às feras no anfiteatro da cidade. Como as feras não o atacaram, o governador ordenou que fosse morto pela espada, juntamente com o diácono Sósio, Próculo, Festo, Desidério, Eutiquio e Acúrcio. Os cristão, segundo o costume, recolheram um pouco do sangue dos mártires e os colocaram em algumas ampolas. Os restos mortais de São Januário foram sepultados em Nápoles, comprovados pela arqueologia, inclusive com uma pintura de São Januário, do século V.

Todos os anos, neste dia, a ampola com o sangue coagulado é apresentada à multidão pelo arcebispo da Cidade, cardeal Crescenzio Sepe junto com o prefeito de Nápoles.

Existe ainda no santuário o Busto-relicário de prata de São Januário sobre o altar da Catedral de Nápoles que, segundo a tradição, contém o crânio do mártir.

Este milagre maravilhoso acontece também em outros dias do ano, além do dia 19 de setembro; ocorre também em maio, mês dedicado à Virgem Maria e em 16 de dezembro. No dia 16 de dezembro houve um milagre atribuído a São Januário. Em 1631, Vesúvio, um enorme vulcão que fica perto de Nápoles e que no ano 70 destruiu as cidades de Herculano e Pompeia, entrou em erupção. Era algo assustador e que o povo temia.

Então, a Igreja de Nápoles realizou uma procissão levando a cabeça (crânio) do mártir e uma ampola com sangue sagrado até a Igreja de Santa Catarina, em Formiello, perto do vulcão que começava a erupção. Esta cessou imediatamente e o rio de lava e a chuva de cinzas foram cessaram e não houve nenhuma vítima.

Em 4 de maio de 1799, primeiro sábado do mês, o Vesúvio entrou novamente em erupção, Nápoles estava agitada politicamente por causa da implantação da República no lugar da monarquia. Neste primeiro sábado do mês, foi organizada uma procissão para São Januário. Neste dia aconteceu o milagre da liquefação do sangue do mártir.

Ex-católicos fundadores de novas igrejas: o pe. Zezinho comenta

Pe. Zezinho | Facebook

"Vários deles mudaram de igreja para serem pastores e terem um púlpito".

O pe. Zezinho comentou, em sua rede social, sobre ex-católicos fundadores de novas igrejas. Eis o que ele escreveu:

“Foram muitos! Queriam anunciar Jesus como os padres, mas eram leigos e não tinham suficiente estudo para serem ordenados sacerdotes católicos e dirigir uma comunidade. Alguns foram seminaristas católicos. Outros eram leigos e palestristas de movimentos católicos. Mas queriam mais!

Faziam parte de movimentos onde alguns mestres ensinavam que o Espírito Santo inspira qualquer um que crê nele. Deixavam claro que a Igreja Católica não valorizava os leigos. Achavam a Igreja muito clerical. E na sua diocese, realmente, os líderes leigos não sentiam apoio. Queriam mais!

Eram também chamados pelo Espírito Santo. E por que não ‘ordenados’ por Ele? Então vários deles ou mudaram de igreja para serem pastores e terem um púlpito ou fundaram sua própria Igreja na qual seriam apóstolos, fundadores e bispos. Diziam que Deus os chamara para evangelizar numa nova Igreja. Mas agora seriam pastores e até bispos da sua própria Igreja. Acharam um nome e começaram a chamar novos fiéis para a sua nova Igreja!”.

Ex-católicos fundadores de novas igrejas

O padre prosseguiu:

“A história da fé cristã e o passado não interessava. Nem os dogmas contavam, exceto os próprios da sua nova igreja. Disciplina, sim. Sem isto, sua nova igreja não prosperaria!

Agora eles eram fundadores de uma igreja e não seriam simples leigos. Eram reverendos, apóstolos e bispos. No Brasil há centenas, se não forem milhares. Fundadores de uma nova igreja inspirada em Pentecostes. Romperam com as antigas igrejas e, agora, ‘inspirados pelo Espírito Santo’, pregam sua nova versão da fé em Deus Pai, em Cristo e no Espírito Santo.

Nossa Constituição permite e os outros cristãos históricos discordam, mas respeitam. Dois mil ou quinhentos anos de pregação nada dizem para eles que começaram há quarenta ou vinte ou cinco anos. Argumentam que Jesus começou com apenas doze ou cento e vinte seguidores. Por que não eles? Afinal, eles representam a ‘novidade da fé’. Há milhões de pequenos lugares de leitura da Bíblia e de oração em assembleia que pregam novas igrejas e o ‘novo’ da fé. Agora é a vez deles!

Cristãos ecumênicos os ouvem, mas sabem o que eles pregam. E, como o sábio mestre Gamaliel, dizem: ‘Vamos ver o que serão'”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

XXV DOM TEMPO COMUM - Ano B

Dom Paulo Cezar | arquibrasília

Por Dom Paulo Cezar Costa / Arcebispo de Brasília

Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos

            O Evangelho deste domingo (Mc 9, 30-37) nos apresenta Jesus em movimento: Jesus e os discípulos atravessavam a Galileia.  Mas Jesus não queria que ninguém soubesse, pois estava ensinando os seus discípulos. Este texto e outros mostram a consciência que Jesus tem de que deve formar os Seus discípulos. O discípulo é aquele, aquela que vai tomando a fisionomia de Jesus, que vai moldando a sua existência segundo Jesus.

O que Jesus ensina aos Seus discípulos? Ensina qual é o Seu caminho, onde culminará a Sua missão: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles O matarão. Mas três dias após sua morte, Ele ressuscitará” (Mc 9, 31). Jesus é o Filho do Homem e terá um destino de sofrimento e glorificação. Ele não é um messias político. O conceito de Messias trazia em si, naquele tempo, uma forte conotação política, pois Israel estava sobre o domínio de Roma e vivia uma forte efervescência de revolta contra os romanos, o que se deu pelos anos 70 d.C. Jesus mostra para os discípulos que o Seu messianismo está na linha do serviço como amor. Sua missão é aquela de fazer da Sua vida um dom de amor, um dom de serviço pela salvação de todos. Este é o caminho de Jesus.

O Evangelho sublinha a ignorância dos discípulos que não compreendiam as palavras de Jesus e tinham medo de perguntar. Não compreender e não perguntar significa a incapacidade de entrar nos mistérios do Reino de Deus, de entrar na dinâmica do Reino.

Quando chegam a Cafarnaum, estando em casa, Jesus pergunta para os discípulos: “O que discutíeis pelo caminho?”. Eles ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior. Jesus, no caminho, estava ensinando que Ele era o Messias Servo, que Seu caminho era aquele do amor, do serviço. Os discípulos estavam no caminho oposto, discutindo sobre a grandeza, sobre quem era o maior. É o desejo de grandeza que existe no coração humano.

Compartilho uma historieta: conta-se que, quando o papa era eleito, um cardeal lhe apresentava uma bandeja com algodão ensopado de álcool e se colocava fogo naquele algodão que ia sendo consumido, e este gesto era acompanhado das palavras: Santidade, assim passa a glória do mundo”. Verdade ou não, o fato é que a historieta coloca, diante de nós, a fugacidade do poder, da glória deste mundo. Quem se apega à vaidade deste mundo morre com ela. É preciso entrarmos na escola da humildade, da percepção de que o poder é o serviço.

Jesus mostra que o caminho do discípulo é o do serviço: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos”. Estas palavras, acompanhadas do gesto de pegar a criança e a colocar no meio deles, mostram que o caminho do discípulo e da discípula de Jesus Cristo é aquele do serviço, do amor. Jesus foi o servo por excelência. Quem quiser servir Jesus precisa se colocar no caminho do serviço, do amor. Quem acolhe o menor é a Jesus que acolhe, e quem acolhe Jesus é ao próprio Pai que estará acolhendo. Sejam nossas vidas um caminho de serviço, não um afogar-se na própria vaidade, numa busca desenfreada por grandeza e poder. Que este evangelho nos ajude a nos colocarmos na escola do serviço, do amor.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Arquidiocese de Seul: 40 dias de oração pela vida, contra aborto

"Mesmo que não possamos impedir legalmente o aborto podemos,
todavia, promover uma mudança de mentalidade da sociedade,
rezando ao Senhor, com sinceridade e confiança",
dizem os bispos  (2021 Getty Images)

Em janeiro de 2021, o governo aprovou as medidas legislativas necessárias para declarar inconstitucional a criminalização do aborto e revogar a lei de 1953. Na ocasião, o presidente da “Comissão para a Vida”, da Conferência Episcopal Coreana, Dom Linus Seonghyo Lee, expressou sua “consternação” e reiterou que “a Igreja continuará a sua batalha pela tutela da vida, que deve ser respeitada e protegida, segundo a dignidade humana”.

Vatican News

Por meio de sua Comissão para a Vida, a Arquidiocese de Seul, Coreia do Sul, vai aderir à iniciativa “40 dias de oração pela vida e para pôr um ponto final no aborto”, prevista para se realizar de 22 de setembro a 31 de outubro.

Esta iniciativa, criada em 2007, no Texas, Estados Unidos, tem hoje um alcance internacional e conta com a participação não só de lideranças católicas, mas também de muitos grupos cristãos. De fato, além da Arquidiocese de Seul, participam também a “Associação médica pela Vida” e várias organizações cristãs da capital coreana sem fins lucrativos.  

Durante 40 dias, todos os participantes se encontrarão diariamente no Parque Yeontral da capital, onde recitarão uma oração especial, elaborada para a ocasião, pelo fim do aborto e pela proteção dos nascituros. Devido às normativas contra a Covid, os momentos de oração serão realizados em pequenos grupos, para respeitar o distanciamento social.

O padre Park Jung-woo, secretário da Comissão arquidiocesana para a Vida afirma: “A Igreja não pode impedir com uma lei a interrupção voluntária da gravidez (IVG). Mas mesmo que não possamos impedir legalmente o aborto podemos, todavia, promover uma mudança de mentalidade da sociedade, rezando ao Senhor, com sinceridade e confiança. É possível ainda jejuar por esta intenção”.

Não é a primeira vez que a Conferência Episcopal Coreana intervém em defesa da sacralidade da vida e a importância de tutelá-la desde a sua concepção. Em 2018, os bispos coreanos lançaram uma petição contra o aborto, que contou com um milhão de assinaturas. Não obstante, em 11 de abril de 2019, o Tribunal Constitucional estabeleceu que a criminalização do aborto, que remonta à “Lei da Saúde Materno-Infantil de 1953” é ilegal. Por isso, pediu ao governo para acabar com a proibição desta prática até 2020: uma sentença que levou os bispos a escrever uma carta ao Chefe de Estado, o católico Moon Jae-in, expressando as suas preocupações.

Em outubro de 2020, o Parlamento anunciou um projeto de lei para descriminalizar a IVG até à 14ª semana de gravidez, permitindo-a entre a 14ª e a 24ª semana, em caso de estupro.

Enfim, em janeiro de 2021, o governo aprovou as medidas legislativas necessárias para declarar inconstitucional a criminalização do aborto e revogar a lei de 1953. Na ocasião, o presidente da “Comissão para a Vida”, da Conferência Episcopal Coreana, Dom Linus Seonghyo Lee, expressou sua “consternação” e reiterou que “a Igreja continuará a sua batalha pela tutela da vida, que deve ser respeitada e protegida, segundo a dignidade humana”. Dom Linus concluiu, dizendo: “A legalização do aborto é um reconhecimento público do homicídio".

Fonte: Vatican News Service - IP

https://www.vaticannews.va/

São Januário ou Gennaro

S. Januário | arquisp
19 de setembro

São Januário ou Gennaro

A esse santo é atribuído o "milagre do sangue de são Januário", ou Gennaro, como é o seu nome na língua italiana. Durante a sua festa, no dia 19 de setembro, sua imagem é exposta à imensa população de fiéis. Por várias vezes, na ocasião a relíquia do seu sangue se liquefaz, adquirindo de novo a aparência de recém-derramado e a coloração vermelha. A primeira vez, devidamente registrada e desde então amplamente documentada, ocorreu na festa de 1389. A última vez foi em 1988.

O mais incrível é que a ciência já tentou, mas ainda não conseguiu chegar a alguma conclusão de como o sangue, depositado num vidro em estado sólido, de repente se torna líquido, mudando a cor, consistência, e até mesmo duplicando seu peso. Assim, segue, através dos séculos, a liquefação do sangue de são Januário como um mistério que só mesmo a fé consegue entender e explicar.

Por isso o povo de Nápoles e todos os católicos devotam enorme veneração por são Januário. Até a história dessa linda cidade italiana, cravada ao pé da montanha do Vesúvio, confunde-se com a devoção dedicada a ele, que os protege das pestes e das erupções do referido vulcão. Na verdade, ela se torna a própria história deste santo que, segundo os atos do Vaticano, era napolitano de origem e viveu no fim do século III. Considerado um homem bom, caridoso e zeloso com as coisas da fé, foi eleito bispo de Benevento, uma cidade situada a setenta quilômetros da sua cidade natal. Era uma época em que os inimigos do cristianismo submetiam os cristãos a testemunharem sua fé por meio dos terríveis martírios seguidos de morte.

No ano 304, o imperador romano Diocleciano desencadeou a última e também a mais violenta perseguição contra a Igreja. O bispo Januário foi preso com mais alguns membros do clero, sendo todos julgados e sentenciados à morte num espetáculo público no Circo. Sua execução era para ser, mesmo, um verdadeiro evento macabro, pois seriam jogados aos leões para que fossem devorados aos olhos do povo chamado para assistir. Porém, a exemplo do que aconteceu com o profeta Daniel, as feras tornaram-se mansas e não lhes fizeram mal. O imperador determinou, então, que fossem todos degolados ali mesmo. Era o dia 19 de setembro de 305.

Alguns cristãos, piedosamente, recolheram em duas ampolas o sangue do bispo Januário e o guardaram como a preciosa relíquia que viria a ser um dos mais misteriosos e incríveis milagres da Igreja Católica. São Januário é venerado desde o século V, mas sua confirmação canônica veio somente por meio do papa Sixto V em 1586.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

sábado, 18 de setembro de 2021

UMA CENA INTRIGANTE

Simplemente Evangelho

Dom Jacinto Bergmann
Arcebispo de Pelotas (RS)

Já estava com o meu artigo semanal praticamente elaborado, quando hoje (quinta-feira, 16 de setembro) deparei-me com o trecho do Evangelho que a Igreja oferece para a Liturgia Eucarística da Memória hodierna dos mártires São Cornélio (viveu de 211 a 253 e foi Pontífice) e São Cipriano (viveu de 210 a 258 e foi Bispo). Deixei-me intrigar pela cena descrita no trecho do Evangelho e o resultado dessa cena intrigante é a minha reflexão que ora partilho nesse artigo. (Uso o significado de intrigante como adjetivo – “que desperta curiosidade”, “que surpreende”, “que faz querer entender…”).

A cena inicia com um fariseu que convida Jesus para uma refeição em sua casa. Jesus entra na casa do fariseu e põe-se à mesa. Já começa intrigante o convite desse fariseu a Jesus para uma refeição e ele aceitando o convite, marcando presença e colocando-se à mesa. Como é possível um convite de um fariseu a Jesus e como é possível a aceitação da parte de Jesus ao convite? Como podem sentar-se junto à mesa um fariseu e Jesus, uma vez que os fariseus não aceitavam a ele e ele tantas vezes os criticando fortemente pela sua hipocrisia?

A cena cresce intrigantemente quando certa mulher, conhecida na cidade como pecadora, sabendo que Jesus estava à mesa na casa do fariseu, porta um alabastro de perfume e entra na casa, fica por detrás de Jesus e provocando uma “cena” deveras intrigante: chora aos pés de Jesus, com as lágrimas começa a banhá-los, enxuga-os com os cabelos, cobre-os de beijos e os unge com o perfume. Como é possível uma mulher pecadora invadir uma refeição familiar, intrometendo-se na intimidade da refeição? Como explicar seus atos tão estranhos para o momento e ambiente: Entrar na casa, postar-se por detrás do convidado, chorar aos seus pés, enxugá-los com os cabelos e ungi-los com o perfume que tinha levado consigo? Tudo da mulher não estava fora do lugar e da hora?

A surpresa toma conta do fariseu, quando ele vê o espetáculo proporcionado pela mulher e com razão fica pensando: “Se este homem fosse profeta, saberia que tipo de mulher está tocando nele, pois é pecadora”. Como é possível esses dois extremos se encontrarem: o profeta, “o certo e puro” e a mulher, “o errado e impuro”, e isso em sua casa como anfitrião?

Jesus, com afã de explicar algo deste espetáculo, conta a parábola dos dois devedores de um credor: um foi perdoado pela dívida de quinhentas moedas de prata e outro pela dívida de cinquenta. E Jesus, então, lança a pergunta intrigante: “Qual dos dois devedores amará mais o credor?” Diante da resposta do fariseu: “Acho que é aquele ao qual perdoou mais”, Jesus deixa o seu comentário: “Tu julgaste corretamente!” Não é intrigante esse comentário de Jesus? Como é possível julgar corretamente e não agir corretamente?

Foi então que Jesus, na casa do fariseu sentado à mesa com ele, simplesmente (aparentemente mal agradecido pelo convite e responsável por permitir o espetáculo feito pela mulher) ainda “critica” o fariseu. Tudo o que a mulher fez, ele não fez: Nada de água para lavar os pés, nada do beijo de saudação e nada de óleo derramado na cabeça. E conclui categoricamente: “Os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados porque ela mostrou muito amor. Aquele a quem se perdoa pouco mostra pouco amor”. Como é possível Jesus ser tão transparente e honesto a tal ponto de colocar o fariseu anfitrião em “maus lençóis”? Arranca dele a verdade do amor e do perdão e a verdade do perdão e do amor, e isso, com uma crítica a uma certa hipocrisia do próprio anfitrião: “Julgas corretamente, mas não ages corretamente”.

A cena acima é deveras intrigante. Não pretendo tirar o seu caráter intrigante. Ao contrário, deixo-a intrigar a minha vida e missão. Por que também não ousar pedir aos leitores de se deixarem envolver no “intrigante” desta cena?

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Sobrevivente do Holocausto manda carta de agradecimento ao Papa Francisco

By Grabowski Foto | Shutterstock
Por Francisco Vêneto

"Suas palavras fundamentais não podem deixar ninguém indiferente nos lugares onde o mal dominou".

Sobrevivente do Holocausto, a escritora judia Edith Steinschreiber Bruck escreveu carta de agradecimento ao Papa Francisco pelas suas declarações durante o recente encontro com a comunidade judaica da Eslováquia. O Papa havia afirmado que, no Holocausto, “o nome de Deus foi desonrado”.

Edith Steinschreiber Bruck é natural da Hungria, mas vive na Itália desde os seus 20 anos de idade. Na juventude, ela foi presa pelos nazistas, junto com seus pais e três irmãos, nos campos de concentração de Auschwitz e Dachau.

Os pais e um dos irmãos morreram durante a brutal reclusão nos campos de extermínio, enquanto Edith, o outro irmão e a irmã puderam ser resgatados pelas tropas aliadas em 1945.

Sobrevivente do Holocausto

Após aquele traumático período, Edith procurou reconstruir a vida e se tornou escritora de contos, romances, peças teatrais e roteiros para o cinema. Entre suas obras mais importantes estão as memórias publicadas ainda em 1959 sobre a experiência dos campos de concentração. Ela também dirigiu filmes na Itália e, mais recentemente, vem palestrando em escolas e universidades sobre o Holocausto.

O Papa Francisco esteve na casa da escritora em Roma no dia 20 de fevereiro de 2021.

Agora, ela escreveu ao pontífice e lhe enviou a carta por intermédio do jornalista italiano Stefano Maria Paci, que a entregou ao Papa durante o voo de regresso da Eslováquia para Roma.

Eis o texto da missiva de Edith:

“Querido Papa Francisco,

As suas palavras sobre o antissemitismo, nunca erradicado, são hoje mais atuais do que nunca, não só nos países que está visitando, mas em toda a Europa. Espero que a sua visita tenha efeitos positivos.

Eu o tenho acompanhado e escutado as suas palavras fundamentais, que não podem deixar ninguém indiferente nos lugares onde o mal dominou. Que Deus acompanhe hoje cada um dos seus passos de paz, de convivência, e abra os corações e as consciências ainda pouco claras!

Espero que a sua voz e o calor que ela emana alcance e toque e desperte a bondade que há dentro de cada um. Às vezes, é também na escuridão mais profunda que se abre caminho na luz. Eu o sei e por isso vivo e espero.

Soube pelos meus amigos húngaros que o senhor deixou um rastro de amor.

Obrigada por ficar conosco o máximo de tempo possível.

Com gratidão e infinitas graças, um abraço da irmã Edith”.

 Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF