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sábado, 25 de setembro de 2021

Dom Vital: O valor do Batismo

Dom Total
O VALOR DO BATISMO

O batismo é a porta de entrada dos sacramentos e da vida eclesial. Ele alude à vida eterna com Deus.

Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA.

O batismo é um dos sete sacramentos da vida da Igreja, tendo como ponto essencial a adoção de serem filhos e filhas de Deus Uno e Trino, o perdão dos pecados, a participação à vida da comunidade, a realização de obras de caridade. O batismo é a porta de entrada dos sacramentos e da vida eclesial. Ele alude à vida eterna com Deus. O Senhor mesmo desejou que os seus seguidores e as suas seguidoras recebessem o batismo, pois antes de partir para a casa do Pai, Jesus apareceu aos seus discípulos e lhes falou que toda a autoridade tinha sido dada no céu e na terra, de modo que eles deveriam ir ao mundo fazer discípulos seus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (cfr. Mt 28,19). Desde o início a Igreja batizou os fiéis assumindo com fé e com alegria o mandato do Senhor. É importante ver a sua ação na história da Igreja primitiva pelo batismo, como ela iluminou as pessoas para viverem os seus compromissos com Deus e com as pessoas para chegar até hoje, a atuação eclesial do batismo.

O ato de imersão

O batismo era o ato de mergulhar ou de ser imerso na água, não sendo uma prática cristã, mas ele estava presente no judaísmo para a admissão dos prosélitos. No cristianismo, com o tempo ocorreu à prática sacramental através do catecumenato, o período que preparava os adultos para os sacramentos do batismo, da crisma e da eucaristia. Os catecúmenos prometiam diante do bispo ou do sacerdote, o rompimento com o pecado, as seduções do demônio, e pela fé entravam numa nova relação com Deus Uno e Trino, agregando-se ao povo da nova aliança, iniciada pelo Senhor Jesus [1].

O batismo nos primeiros séculos

São Justino de Roma, padre da Igreja do século II afirmou que todas as pessoas instruídas nas coisas de Deus, eram conduzidas a um lugar onde havia água e pelo mesmo banho de regeneração com que outros foram regenerados, assim como São Justino, elas seriam regeneradas, tomariam na água o banho em nome de Deus, Pai, que é soberano do universo e do Salvador Jesus e do Espírito Santo. Tudo seguia as palavras de Jesus que disse que se a pessoa não renascer de novo, não entrará no Reino dos céus (cfr. Jo 3,3-4). O fato é que este nascimento, sendo o batismo para São Justino, ele dava o perdão dos pecados anteriores, e havia a benção na água e sobre a pessoa que se regenerava dava-se o arrependimento de seus pecados em nome de Deus [2].

O batismo em unidade com os sacramentos da iniciação cristã

Tertuliano, padre do século II e III afirmou que o batismo dá a purificação dos pecados que a fé obtém sendo marcado no Pai e no Filho e no Espírito Santo (cfr. Mt 28,19). Em virtude da benção batismal tinham como testemunhas da fé os mesmos garantes da salvação; e o número dos nomes divinos dava confiança à esperança humana. Após o banho, os fiéis eram ungidos com uma unção abençoada conforme a antiga práxis eclesial. Os fiéis eram denominados ´cristos´, pela crisma que era uma unção a qual se conferiu tal nome também ao Senhor, unção ocorrida em modo espiritual pelo fato de que foi ungido do Espírito de Deus, por Deus Pai [3].

O ser humano morre ao pecado

Santo Agostinho, bispo dos séculos IV e V dizia que Cristo, sem pecado, morreu na carne, semelhante ao pecado, para salvar as pessoas do pecado. Cristo Jesus quis selar com a sua ressurreição a nossa vida nova, ressurgida pela sua morte pela qual a humanidade estava morta no pecado. É esta a virtude do grande sacramento do batismo que se celebra na comunidade, por muitos que participavam a tal graça morriam ao pecado, precisamente como as pessoas afirmavam que Cristo morreu ao pecado, sendo morto na carne, na imagem do pecado [4]. Assim o batismo é o grande sacramento de vida com o Senhor e com a Igreja.

O batismo e o ministro

Santo Agostinho enfrentou os donatistas que colocavam a validade do batismo pela dignidade do ministro, afirmando que a graça do batismo sempre vem de Deus, que o sacramento é de Deus e o que ser humano é somente o ministro. Se ele for bom é intimamente unido a Deus e trabalha com Deus mesmo; se for pecador, então é Deus a operar por meio dele o rito visível do sacramento [5].

O batismo, o novo nascimento

Santo Ireneu, bispo de Lyon, séculos II e III disse que o batismo é o novo nascimento. Por isso tinha presentes o creio, os artigos de fé, dos quais concedia os fiéis renascer a Deus Pai por meio de seu Filho na unidade do Espírito Santo. O fato é que os portadores do Espírito Santo de Deus são conduzidos ao Verbo, ao Filho, que é quem os acolhe e os apresenta ao Pai, e o Pai lhes dá a incorruptibilidade [6]. Desta forma é dado em nome de Deus Uno e Trino para a vida da comunidade e com o próprio Senhor.

O batismo na Igreja antiga

Pseudo Dionísio, o aeropagita, juiz convertido ao cristianismo, século I, dizia que os fiéis encontravam-se ao redor do bispo nas quais por três vezes renunciavam a Satanás e também por três vezes prometiam acreditar em Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, Deus Uno e Trino. O pontífice, o bispo o imergiam por três vezes na água e para as três imersões davam-se emersões do batizando invocava-se as três Pessoas da Santíssima Trindade, depois o entregavam ao padrinho, o vestiam com um habito conveniente e reconduziam-no ao pontífice, ao bispo que o marcava com o sacrossanto crisma, que era lhe declarado digno de participar à santíssima eucaristia [7].

Conduzidos à piscina sagrada

São Cirilo de Jerusalém, bispo do século IV afirmou aos que tinham recebido os sacramentos da iniciação à vida cristã no sábado santo, às catequeses mistagógicas, que eles foram conduzidos à piscina sagrada do divino batismo, como Cristo o foi da cruz ao sepulcro situado lá vizinho. E a cada um deles houve o interrogatório se o fiel acreditava em nome do Pai e do Filho e do Espírito Sato. Eles proclamaram a sua profissão de fé de salvação e por três vezes foram imersos na água, pela qual por três vezes emergiram; tudo isso era percebido para o bispo de Jerusalém aos fiéis apontando um símbolo da sepultura de Cristo que durou três dias [8].

O batismo é o sacramento que coloca a pessoa em comunhão com o Deus Uno e Trino e ao mesmo tempo impulsiona-a a missão de fazer com que as pessoas sejam discípulas, discípulos do Senhor Jesus Cristo, no mundo de hoje. É muito importante a preparação das pessoas para o sacramento do batismo e a participação dos pais e dos padrinhos na vida da comunidade eclesial missionária para a vivência dos sacramentos da iniciação à vida cristã, sendo o batismo a porta de entrada dos sacramentos, da vida eclesial e missionária.

[1] Cfr.A. Hamman – M. Flores Colín. Battesimo. In: Nuovo Dizionario Patristico e di Antichità Cristianediretto da Angealo Di Berardino, A-E. Marietti, Genova, 2006, pgs. 735-736.

[2] Cfr. Justino de Roma, 1 Apologia, 61, 3-10. Paulus, SP, 1995, pgs. 76-77.

[3] Cfr. Tertulliano. Il battesimo, 6, 1-2; 7, 7,1. Texto critico di CCL 1, de J. G. Ph. Borleffs. Introduzione, traduzione, note e appendice, Attilio Carpin. Edizioni San Clemente, Edizioni Studio Domenicano, Bologna, 2011, pgs. 146-151.

[4] Cfr. Agostino. Manualetto, 13, 41-43. In: La teologia dei padri, v. 4. Città Nuova Editrice, Roma, 1982, pg. 144.

[5] Cfr. Agostino. Le Lettere, I, 105, 12 (Ai donatisti). In: La teologia dei padri, v. 4, pg. 151.

[6] Cfr. Irineu de Lyon, Demonstração da pregação apostólicaI, 7. Paulus, SP, 2014, pg. 76.

[7] Cfr. Pseudo-Dionigi Areopagita. La Gerarchia ecclesiastica, 2, 2-7. In: La teologia dei padri, v. 4, pgs. 141-142.  

[8] Cfr. Cirillo di Gerusalemme, Catechesi mistagogica, 2, 4-5. In: La teologia dei padri, v. 4, pg. 147.

Fonte: https://www.vaticannews.va/

Redescobrindo a esperança: enfrentando a depressão

LightField Studios | Shutterstock
Por Hozana

Redescobrir a esperança na travessia da depressão é recordar-se de que a vida sempre terá a última palavra.

Antes de qualquer coisa, gostaria de advertir ao leitor que este artigo não é um artigo de psicologia. Sabemos que a depressão não é uma questão de querer, nem de falta de fé, de Deus ou de coragem. Ela é uma doença psiquiátrica crônica, que se manifesta através de uma profunda tristeza que leva a um sentimento de desesperança. A pessoa que enfrenta a depressão se sente inútil, sem razão para levantar, comer, se arrumar. E a espiral descendente pode levar a atos irreversíveis, como o suicídio.

Se este artigo não trata da depressão sob o ângulo da psicologia, de que trataremos? De como, num contexto espiritual, a virtude de Esperança pode ajudar a atravessar a depressão.

A fé cristã e a virtude da esperança

A fé cristã tem como um de seus fundamentos a Esperança que nasce da vitória do Cristo sobre a morte. Com a ressurreição somos testemunhas de que a vida sempre terá a última palavra. Se a fé somente (salvo um milagre, o que é sempre possível) não cura automaticamente da depressão, a esperança pode ajudar a atravessá-la.

Toda a caminhada do povo de Deus na Sagrada Escritura é semeada por momentos de grandes atos de fé, momentos de vitórias, também de dúvidas et tristezas. Lembremo-nos dos salmos… Sempre encontramos passagens que falam das mais diversas situações e sentimentos humanos, inclusive, a desesperança que se manifesta pela tristeza. O salmo 12, por exemplo, começa assim: “Até quando, Senhor, de todo vos esquecereis de mim? Por quanto tempo ainda desviareis de mim os vossos olhares? Até quando aninharei a angústia na minha alma, e, dia após dia, a tristeza no coração?”

Somos conscientes de que o Senhor não abandona seu servo, seu amigo. Mas é justamente este sentimento que a depressão exacerba pois o sentimento de abandono é o fruto da desesperança. Sabemos que o contexto deste salmo é uma questão de conflito.

O inimigo que oprime

A depressão é um inimigo que oprime e que impede de ver o sol em dia ensolarado. Neste contexto, a fé que leva à esperança, pode ajudar na travessia, no combate. É importante e essencial a ajuda psicológica, mas não deixemos de lado o contexto espiritual que pode ser uma muleta que ajudará na caminhada. 

E como não se deixar invadir completamente por esse sentimento de desesperança? Fixando o agora, o hoje. 

Viver a graça do tempo presente. Essa atitude não é a mais simples que podemos ter. Sempre estamos focados no futuro. Querendo planejar a vida e fazer todo o necessário para isso. A graça do tempo presente é o enraizamento no agora. Mesmo se este agora é doloroso ou dolorido, a dor pode ser ainda maior se olhamos para o amanhã com um sentimento de não haver perspectivas. E se olharmos para o amanhã com os olhos da angústia e do medo –  motores da depressão, que destorcem a realidade – nos distanciamos do real, do agora. 

Esperança é caminho

A esperança não é sinônimo de resultado. A esperança é um caminho, uma estrada que somos convidados a trilhar, juntos, com o Senhor. Dia após dia. O mesmo salmista que grita seu sofrimento e sua solidão é o mesmo que vai manifestar sua confiança, sem saber ao certo o que vai acontecer, ele não está fixado no resultado, mas na fidelidade de Deus. Ele sabe que Deus, apesar das aparências, não o abandona. “Iluminai meus olhos com vossa luz, para eu não adormecer na morte…” pedirá o salmista, não sem concluir com um ato de esperança: “Antes possa meu coração regozijar-se em vosso socorro! Dia após dia, um passo de cada vez. 

Quando temos medo e a noite nos assusta… Sempre há Esperança! O Senhor é a Luz que conduz nossos passos e sustenta nossas vidas. É Ele quem reacende em nós a Luz da esperança. Reze conosco o retiro online Redescobrindo a Esperança: enfrentando a depressão com a Comunidade Filhos de Maria, pela rede social de oração Hozana (clique aqui para participar).

“Vivendo, vivendo”

Concluo citando a primeira estrofe da música “Vivendo”, interpretada pelo padre Fabio de Melo e pela Kell Smith, que poderia ser uma espécie de “salmo” contemporâneo.  Diz assim: “Como é que faz pra se manter em meio ao caos. Ter esperança mesmo sem ver o final: Vivendo. Vivendo.” Um gesto de cada vez. Enraizado no tempo presente.

Redescobrir a esperança na travessia da depressão é recordar-se de que a vida sempre terá a última palavra. E vivendo no tempo presente, ajudado pelos entes queridos e profissionais, dando um espaço para Deus, ainda que bem pequeno, renasce a esperança, e se pode chegar até o fim. E assim, como o salmista, dizer: “Então cantarei ao Senhor pelos benefícios que me concedeu.”

Padre Emmanuel Albuquerque, pelo Hozana

Fonte: https://pt.aleteia.org/

5 MITOS SOBRE A SANTA INQUISIÇÃO (Parte 6/6)

Apologistas da Fé Católica

5 MITOS SOBRE A SANTA INQUISIÇÃO

Texto da phd em História Medieval, Dra. Marian Horvat

MITO 5: “O homem é mais livre e feliz quando o estado ou nação não faz profissão pública de qualquer religião verdadeira. Portanto, o verdadeiro progresso reside na separação entre Igreja e Estado.”

Realidade: Este é o cerne da questão. O elemento mais dinâmico, a questão mais essencial é encontrada na atitude do espírito humano em relação às questões de religião e filosofia. Para entender completamente a resposta, é necessário assumir vários pressupostos.

O conceito católico da história é baseado no fato de que os Dez Mandamentos são normas fundamentais do comportamento humano que correspondem à lei natural. Para auxiliar o homem na sua fraqueza, para guiar e dirigi-lo e preservá-lo de sua própria tendência para o mal e erro resultante do pecado original, Jesus Cristo deu à Igreja um magistério infalível para ensinar e orientar as nações. A adesão do homem ao Magistério da Igreja é o fruto da fé. Sem fé, o homem não pode conhecer e inteiramente praticar os Mandamentos.
Portanto, como o homem eleva-se na ordem da graça pela prática da virtude inspirado pela graça, ele elabora uma cultura, uma ordem política, social e econômica em consonância com os princípios básicos e imutáveis da lei natural. Estas instituições e esta cultura assim formadas no seu conjunto podem ser chamadas de civilização cristã. Além disso, as nações e os povos só podem alcançar uma civilização perfeita, uma civilização em completa harmonia com a lei natural, no âmbito de uma civilização cristã e por meio de correspondência à graça e as verdades da fé.
Por isso, o homem deve dar o seu reconhecimento firme à Igreja Católica como a única verdadeira Igreja de Deus e ao seu Magistério universal autêntico como infalível. Portanto, o homem deve saber, professar e praticar a fé católica.
Historicamente, deve-se perguntar quando essa civilização cristã passou a existir. A resposta pode chocar e até mesmo irritar muitos. Houve um momento em que uma grande parte da humanidade conhecia este ideal de perfeição, conhecia e tendiam a ele com fervor e sinceridade. Este período, por vezes referido como a Idade de Ouro do cristianismo, é a época dos séculos 12 e 13, quando a influência da Igreja na Europa estava em seu apogeu. Princípios cristãos, então dominavam relações sociais mais completas do que em qualquer outro período antes ou depois, e o Estado cristão em seguida, aproximou-se mais de perto do seu pleno desenvolvimento. Leão XIII se refere a este período em sua encíclica Immortale Dei (1885) nos seguintes termos:

“Houve uma época em que a filosofia do Evangelho governava os Estados. Nesta época a influência da sabedoria cristã e da sua sabedoria divina penetrava as leis, instituições e costumes dos povos, todas as categorias, todas as relações da sociedade civil. A religião instituída por Jesus Cristo, solidamente estabelecida em toda a dignidade era devida isso, floresceu em toda parte, devido ao favor dos príncipes e a proteção legítima dos magistrados. Neste tempo, o Sacerdócio e o Império estavam ligados com uma feliz concórdia e da troca amigável de bons ofícios. Organizados desta forma, a sociedade civil deu frutos superior a todas as expectativas e sua memória persiste e vai continuar a persistir, e nenhum artifício de seus inimigos será capaz de corromper e obscurecê-la.”

Um retrato da sociedade católica implica acima de tudo uma ideia exata do que a relação entre a Igreja e a sociedade temporal deveria ser. O Estado, em princípio, tem a obrigação de professar oficialmente a verdade da fé católica, e, como consequência, proibir o funcionamento e o proselitismo de hereges. Não só a Igreja, mas toda a sociedade temporal foi criada para a salvação de nossas almas, como São Tomás de Aquino mostrou conclusivamente em De Regimine Principum. Nele, São Tomás nos mostra como absolutamente todas as coisas criadas por Deus foram criadas para a salvação de nossas almas e devem ser meios que servem de forma positiva para a nossa santificação. Os próprios homens foram criados para a salvação uns dos outros. É por isso que eles vivem juntos na sociedade. Assim, tanto a sociedade temporal quanto a espiritual deve contribuir para o objetivo principal da existência do homem, a salvação de sua alma eterna.
Esta exposição da sociedade implica uma compreensão da hierarquia de valores, em que os valores espirituais têm um patrimônio maior do que os materiais. Por exemplo, na Summa Theologica (II, II, ii, 3), São Tomás observa que, se é apenas para condenar falsificadores até a morte, então certamente é necessário condenar à morte aqueles que tinham cometido o crime muito pior de falsificação da Fé. Pois a salvação eterna deve ser considerada maior do que a propriedade temporal e o bem-estar de todos devem ser considerados como maior do que o bem-estar do indivíduo.
Estas afirmações têm consequências dolorosas para o espírito liberal dos nossos dias. Pois, se o Estado proclama que uma única religião é a verdadeira, ele tem a obrigação de princípio de proibir a difusão de seitas de carácter herético. Entende-se que na sociedade católica a maior finalidade do Estado está em reconhecer a Igreja Católica, na defesa dela, na aplicação de suas leis, no atendimento a ela. Em uma sociedade Católica, o Papa tem uma autoridade indireta sobre tudo o que toca nos interesses da Igreja. Desta forma, o Papa é elevado acima de todos os poderes temporais. Quando um chefe de Estado é herético, o papa tem o direito de depô-lo, como no caso de Henrique IV da França, o pretendente legítimo ao trono francês. Em outras palavras, um herege não tem o direito de governar um país católico.
Como aponta o Padre Denis Fahey aponta, na realeza de Cristo, na Idade Média, o Estado cumpriu a sua obrigação de professar a religião que Deus mesmo havia estabelecido e através do qual Ele queria ser adorado e cultuado – a religião católica. Quando os católicos respondem às objeções dos não católicos sobre a Inquisição, eles às vezes parecem perder de vista o princípio formal da ordem animando a civilização da Idade Média. Se um Estado proclama uma religião como sendo a verdadeira religião, tem uma obrigação como uma questão de princípio de proibir a difusão de heresia e as seitas heréticas. Esta obrigação é muito dolorosa para a mentalidade liberal aceitar. A Heresia era considerada um crime, porque o Estado reconheceu a religião católica pelo o que objetivamente é, a verdadeira religião estabelecida por Deus, e não um arranjo temporário simples, aqui hoje, acabada amanhã.
Ao apresentar os princípios do Reinado Social de Cristo, o Padre Denis Fahey diz:

“A verdade é que o Estado, então, agarrou o princípio formal da organização social ordenada no mundo real e que a Inquisição foi criada para defender a seguridade do mundo em ordem contra os fomentadores da desordem… Esse mesmo princípio é pretendido por Deus para moldar a nova matéria e as novas circunstâncias de todas as idades que se sucederam. Socialmente organizado, o homem no mundo redimido por Nosso Senhor não é como Deus quer que ele seja, a menos que ele aceite o sobrenatural e a supranacional Igreja Católica.
O mundo moderno tem se desviado da ordem e está sofrendo por sua apostasia e desordem. Esta grande verdade deve ser proclamada de forma inequívoca, para que a vida interior com a qual celebramos a festa da realeza de Cristo possa ser aprofundada. É infinitamente melhor cair lutando por a verdade integral do que ganhar uma vitória aparente por meias verdades.”

Escurecer o nome da Santa Inquisição tem, obviamente, encontrado raiz nesta tendência generalizada, mesmo entre os príncipes da Igreja, de “reduzir gradualmente” estes princípios da ordem social católica. Enquanto, na base, o problema da Santa Inquisição deve ser examinado ao nível filosófico, também não há dúvida de que ao longo dos séculos “Inquisição” assumiu uma dimensão monstruosa fora de proporção com os fatos.
As canetas de propagandistas protestantes durante a Reforma deram início ao processo de criação do mito, descrevendo a Inquisição como apenas mais um exemplo dos males de Roma. Em suas obras o tribunal foi apresentado como o instrumento supremo de intolerância. Onde quer que o catolicismo triunfasse, segundo eles, não só a liberdade religiosa, mas civil, era extinta. A Reforma, de acordo com esta interpretação, trouxe a libertação do espírito humano dos grilhões da escuridão e superstição. A Propaganda ao longo destas linhas provou-se surpreendentemente eficaz.
No entanto, quanto os estudiosos da última década começaram a examinar os arquivos, os estudos mostraram que os interesses da verdade ordenam que a Inquisição fosse reduzida às suas dimensões adequadas. Sua importância pode ser muito exagerada, se contamos com as imagens altamente fictícias apresentadas pelos propagandistas, filósofos do Iluminismo da idade do romantismo e do liberalismo que se seguiram. Estes escritores, que ainda se inclui Lord Acton, falsamente assumem que a Inquisição era parte integrante de uma filosofia especial de intolerância flagrante e crueldade. Na realidade, ela evoluiu como um produto da sociedade que ela servia. Em suma, as mentes católicas objetivas que estão militantes contra os erros do liberalismo e do modernismo de nossa própria era e que olham com admiração o espírito e as instituições da Idade da Fé, podem permanecer com uma admiração saudável pela Santa Inquisição.

– Marian Horvat, “The Holy Inquisition, Myth or Reality?”

Fonte: https://apologistasdafecatolica.wordpress.com/

Risco de prisão não preocupa pró-vidas que rezam diante de clínicas de aborto na Espanha

Grupo pró-vidas | ACI Digital
Por Blanca Ruiz | ACI Prensa

MADRI, 24 set. 21 / 04:30 pm (ACI).- O Congresso dos Deputados da Espanha aprovou, no dia 22 de setembro, o projeto de lei apresentado em maio pelo Partido Socialista Obreiro Espanhol (PSOE) que pune com prisão os pró-vida que abordem as imediações das clínicas de aborto para rezar.

Nayeli Rodríguez, responsável por 40 dias pela vida na Espanha disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que a medida “se baseia num relatório elaborado pela ACAI (Associação de Clínicas Acreditadas para a Interrupção da Gravidez), que é a primeira interessada em que o negócio do aborto prospere”. Ela disse que “o aborto é pago com os nossos impostos em centros privados. Portanto, não é de forma alguma imparcial. Está baseada numa mentira”.

Segundo Nayeli Rodríguez, a proposta de lei “pretende restringir as liberdades dos cidadãos a partir de um delito inventado, pois já existe em nossa legislação um delito de assédio. Mas como não lhes serve, eles necessitam de um para os seus próprios interesses”.

“Hoje somos os pró-vida. Amanhã serão os médicos e a objeção de consciência. Depois de amanhã, quem será? Nós, que despertamos consciências, sempre somos incômodos para os poderosos. Quando a doutrinação não funciona, o passo seguinte é a proibição e a utilização da lei contra aqueles que devem ser protegidos”, disse Rodríguez.

A ministra espanhola da Igualdade, Irene Montero, afirmou em 23 de setembro que “a objeção de consciência não pode ser um obstáculo para que as mulheres exerçam seu direito de interromper uma gravidez. Temos de reformar a lei para que ela seja regulada e garantir que, neste país, o aborto seja garantido na saúde pública”.

Se o projeto de lei for aprovado, os pró-vida que se aproximem às imediações das clínicas de aborto poderão ser condenados de 3 meses a 1 ano de prisão, ou a trabalhos comunitários num período de 31 a 80 dias.

Nayeli Rodríguez afirmou que “a prisão não nos preocupa em absoluto. Se Deus quiser que sejamos presos, iremos para a prisão. Estamos convencidos: nós seguimos Cristo, não aos homens. Ele deu muito mais por nós. O que menos podemos dar-lhe para lhe corresponder? Defendemos os mais pequeninos, os mais fracos e inocentes da sociedade e por eles qualquer esforço é pouco. Se não os defendemos, quem o fará?”

Segundo Rodríguez, a repercussão que o projeto de lei está tendo nos meios de comunicação tem ajudado a campanha a ter mais visibilidade.  “A participação está aumentando. Várias pessoas já nos escreveram para levar 40 Dias pela Vida para a sua cidade”.

Nayeli diz que a missão de 40 Dias pela Vida é “rezar pelas vítimas do aborto: as mães e pais, os bebês, os trabalhadores das clínicas de aborto, os vizinhos, a própria sociedade... e enquanto houver aborto continuaremos rezando pelas suas vítimas”.

“Estamos aqui para dar voz àqueles que não a têm. Sabemos que, se tentarem nos silenciar, ficaremos mais fortes”, afirmou ela.

Fonte: https://www.acidigital.com/

O Papa: criar unidade sem anular a diversidade

Encontro do Papa com bispos amigos dos Focolares | Vatican News

No encontro com os Bispos amigos dos Focolares o Papa disse para “ousarem a unidade. A partir da consciência de que a unidade é dom”, porém “sem anular a diversidade”.

Jane Nogara - Vatican News

O Papa Francisco recebeu neste sábado (25) um grupo de Bispos amigos do Movimento dos Focolares. Depois de uma breve saudação aos presentes recordou que “a Obra de Maria, ou Movimento dos Focolares, sempre cultivou, através do carisma recebido de sua fundadora Chiara Lubich, o sentido e o serviço da unidade: unidade na Igreja, unidade entre todos os crentes, unidade em todo o mundo, ‘em círculos concêntricos’”.

Criar a unidade sem anular a diversidade

“Em meio às lacerações e às destruições da guerra - disse o Papa - o Espírito colocou no coração jovem de Clara uma semente de fraternidade e comunhão. Uma semente que daquele grupo de amigas, em Trento, se desenvolveu e cresceu, atraindo homens e mulheres de todas as línguas e nações com a força do amor de Deus, que cria unidade sem anular a diversidade, ao contrário, valorizando-a e harmonizando-a”.

Ao recordar a evidente “parentela” entre este carisma e o ministério dos bispos Francisco ponderou:

“Nós, bispos, estamos a serviço do povo de Deus, para que possam ser edificados na unidade da fé, da esperança e da caridade. No coração do bispo, o Espírito Santo imprime a vontade do Senhor Jesus: que todos os cristãos sejam um, para louvor e glória do Deus Uno e Trino e para que o mundo creia em Jesus Cristo.”

Unidade atraída pela forma misericordiosa do seu Mistério pascal

Em seguida reiterou:

“Papa e bispos, estamos a serviço não de uma unidade externa, de uma ‘uniformidade’, mas do mistério de comunhão que é a Igreja em Cristo e no Espírito Santo, a Igreja como Corpo vivo, como povo que caminha na história e, ao mesmo tempo, para além da história. Povo enviado no mundo para testemunhar Cristo, porque Ele, Lumen gentium, Luz das gentes, possa atrair todos para si, com a força suave e misericordiosa do seu Mistério pascal”.

“Sonho” da fraternidade

“Queridos irmãos, podemos dizer, que este é o ‘sonho’ de Deus. É seu plano reconciliar e harmonizar em Cristo tudo e todos. Este é também o ‘sonho’ da fraternidade, ao qual dediquei a Encíclica Fratelli tutti.”

O Papa recordou que diante de tantas adversidades presentes no mundo de hoje “o Espírito nos chama a ‘ousar ser um’, como diz o título seu encontro. Ousar a unidade. A partir da consciência de que a unidade é dom.

Os que têm coragem

“A coragem da unidade é testemunhada sobretudo pelos santos: há alguns dias, celebramos São Cornélio, Papa, e São Cirprião, Bispo... Mas pensemos também em tantas testemunhas de nosso tempo, pastores e leigos, que tiveram a ‘audácia da unidade’, pagando às vezes pessoalmente um preço muito alto.

“Porque a unidade que Jesus Cristo nos deu e continua a nos dar não é unanimismo, não é concordar a todo custo. Obedece a um critério fundamental, que é o respeito pela pessoa, o respeito pelo rosto do outro, especialmente dos pobres, dos pequenos, dos excluídos.”

Por fim o Papa saudou os presentes:

Agradeço o compromisso com o qual vocês levam avante este caminho de amizade - lembrem-se: sempre aberto, nunca exclusivo - a fim de crescer a serviço da comunhão. 

Fonte: https://www.vaticannews.va/

Santa Aurélia e Santa Neomísia

psaojose
25 de setembro

Santa Aurélia e Santa Neomísia

Aurélia nasceu na Ásia Menor, no Oriente e era muito unida à sua irmã Neomisia. Elas costumavam procurar pobres e doentes pelas ruas para fazer-lhes caridade. E assim fizeram durante toda a adolescência, mantendo-se muito piedosas e fervorosas cristãs. Aurélia sempre dizia à irmã que, ao atingirem a idade suficiente, iriam visitar todos os lugares sagrados da Palestina, em uma longa peregrinação.

De fato, Aurélia e Neomísia foram para a Terra Santa e viram onde Jesus nasceu e viveu. Depois, fizeram todo o trajeto percorrido por ele até o monte Calvário, onde foi crucificado e morreu para salvar-nos. Aurélia, envolvida pela religiosidade da região e com o sentimento da fé reforçado, decidiu continuar a peregrinação até Roma. Assim, visitaria o célebre santuário da cristandade do Ocidente, sempre acompanhada pela irmã.

Elas não sabiam que os sarracenos muçulmanos estavam invadindo várias regiões italianas e que, avançando, já tinham atacado e devastado a Calábria e a Lucânia. Quando chegaram a Roma, as duas foram surpreendidas, na via Latina, por um grupo de invasores, que as identificaram como cristãs. Ambas foram agredidas e chicoteadas até quase à morte. Mas um fortíssimo temporal dispersou os perseguidores, que abandonaram o local. Por isso as duas foram libertadas e puderam seguir com sua viagem.

Mas, estando muito feridas, resolveram estabelecer-se na pequena Macerata, situada aos pés de uma colina muito perto da cidade de Anagni. Lá, elas retomaram a vida de caridade, oração e penitência, sempre auxiliando e socorrendo os pobres, velhos e doentes. Aurélia também tinha os dons da cura e da profecia. Assim, a fama de santidade das duas irmãs cristãs difundiu-se entre a população. Diz a tradição que Aurélia salvou os fiéis da paróquia daquela diocese. Foi num domingo de chuva, ela correu para avisar o padre que parasse a missa, pois iria cair um raio sobre a igreja. O padre, inspirado pelo Espírito Santo, ouviu seu conselho e os fiéis já estavam a salvo quando o incidente aconteceu.

Aurélia e a irmã adoeceram e morreram no mesmo dia, 25 de setembro, de um ano não registrado. Os seus corpos foram sepultados na igreja de Macerata. Mais tarde, o bispo daquela diocese, aproveitando a visita do papa Leão IX à cidade, preparou uma cerimônia solene para trasladar as relíquias das duas irmãs para a catedral de Anagni. Outra festa foi preparada quando a reconstrução da catedral terminou. Então, as relíquias de Aurélia e Neomísia foram colocadas na cripta de são Magno, logo abaixo do altar dedicado a ele.

O culto a santa Aurélia é um dos mais propagados e antigos da tradição romana. Ao longo dos séculos, Aurélia deu nome a gerações inteiras de cristãs, que passaram a festejar a santa de seu onomástico como protetora pessoal. De modo que a festa de santa Aurélia, no dia 25 de setembro, foi introduzida no calendário litúrgico da Igreja pela própria diocese de Anagni. O único texto que registrou esta tradição faz parte do Cod. Chigiano C.VIII. 235, escrito no início do século XIV. Somente em 1903 o culto obteve a confirmação canônica. Assim, as urnas contendo as relíquias das irmãs são expostas aos devotos e peregrinos durante a celebração litúrgica. Contudo há um fato curioso que ocorre nesta tradição desde o seu início. É que a maioria dos devotos só lembra que é o dia da festa de santa Aurélia, e apenas a ela agradecem pela intercessão nas graças alcançadas.

Fonte: https://franciscanos.org.br/

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Nota sobre o estado de saúde de Dom José Freire Falcão

Cardeal Dom Falcão | arquibrasilia
24 de setembro 2021

Na madrugada deste dia 24 de setembro, Dom Falcão teve uma piora em seu quadro respiratório e renal, sendo necessária uma entubação respiratória para dar um conforto maior a sua condição.

O Cardeal dom José Freire Falcão, arcebispo emérito de Brasília, está internado desde o dia 17 de setembro, como medida preventiva, após testado positivo para o COVID-19. O Cardeal completará 96 anos em outubro.

Pedimos a toda a Arquidiocese que continuem nesta grande comunhão de orações,  rezando a Deus, pedindo a intercessão da Virgem Maria, de São José, de São Pio e São João Paulo II, seus santos devotos,  por este grande e zeloso pastor de nossa igreja.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Do Sermão sobre os pastores, de Santo Agostinho, bispo

hostexas.org

Do Sermão sobre os pastores, de Santo Agostinho, bispo

(Sermo 46,29-30: CCL 41,555-557) (Séc. V)

Os pastores bons estão todos no único pastor

Cristo te apascenta com justiça; ele distingue as suas ovelhas das que não são suas. As minhas ovelhas ouvem minha voz e me seguem (cf. Jo 10,27).

Encontro aqui todos os pastores bons no único pastor. Os pastores bons não faltam, mas estão no único. Os que estão divididos são muitos. Aqui se fala de um só, porque se quer valorizar a unidade. Na verdade não se diz agora que os pastores se calarão e será um só o pastor, porque o Senhor não encontra a quem confiar suas ovelhas. Ele as confiou porque encontrou a Pedro. Mais ainda, no próprio Pedro, ele recomendou a unidade. Eram muitos os apóstolos, mas a um só disse: Apascenta minhas ovelhas (Jo 21,17). Deus nos livre de que não haja agora bons pastores, de que nos venham a faltar. Esteja longe de sua misericórdia não criá-los e constituí-los.

Na realidade, se houver boas ovelhas, haverá também bons pastores, pois das boas ovelhas se formam os bons pastores. Mas os bons pastores estão todos no Único, são um só. Se eles apascentam, é Cristo que apascenta. Os amigos do esposo não dizem ser sua a voz, mas com imensa alegria se rejubilam com a voz do esposo. Por conseguinte, é ele que apascenta quando aqueles apascentam. E diz: “Eu apascento”, porque sua voz está neles, sua caridade neles se encontra. Ao próprio Pedro, a quem entregava suas ovelhas como a outra pessoa, queria torná-lo um só consigo, e depois entregar-lhe as ovelhas, de forma que ele fosse a cabeça, fosse a personificação do corpo, isto é, da Igreja, e, à semelhança do esposo com a esposa, fossem dois em uma só carne.

Querendo, pois, entregar as ovelhas, mas não como se as confiasse a outro, que lhe diz antes? Pedro, tu me amas? Respondeu ele: Eu te amo. De novo: Tu me amas? Respondeu: Amo. Pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu: Amo (cf. Jo 21,15-17). Confirma a caridade para consolidar a unidade. É ele, portanto, que apascenta; um só neles e eles no único.

Cala-se a respeito dos pastores, mas não se cala. Gloriam-se os pastores, mas quem se gloria, no Senhor se glorie (2Cor 10,17). É isto apascentar o Cristo, é isto apascentar por Cristo, é isto apascentar em Cristo; não se apascenta fora de Cristo! Não foi, na verdade, por falta de pastores, como se o Profeta houvesse predito estes maus tempos futuros que disse: Eu apascentarei minhas ovelhas, não tenho a quem confiá-las. Ainda Pedro estava nesse corpo e nessa vida terrena e também os Apóstolos, quando aquele único, em quem todos são um, disse: Tenho outras ovelhas que não são deste redil. Preciso buscá-las para que haja um só rebanho e um só pastor (Jo 10, 16).

Estejam então todos no único pastor e façam ouvir a única voz do pastor, aquele que as ovelhas escutam, e possam seguir seu pastor; não a este ou àquele, mas ao Único. E todos nele falem com uma só voz, não tenham vozes diferentes. Rogo-vos, irmãos, dizei todos a mesma palavra e não haja divisão entre vós(ICor 1,10). A esta voz, lavada de toda a divisão, purificada de toda a heresia, ouçam-na as ovelhas e sigam seu pastor, aquele que diz: As ovelhas que são minhas escutam minha voz e me seguem (Jo 10,27).

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

6 rotas de peregrinação ao Santuário Nacional de Aparecida

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Estas rotas proporcionam momentos de paz e oração aos romeiros que as percorrem a pé ou de bicicleta.

Durante os meses de setembro e outubro, milhares de devotos peregrinam a pé ou de bicicleta até o Santuário Nacional de Aparecida. São fiéis que saem de várias regiões do país para render graças à padroeira do Brasil e participar de sua festa (12 de outubro).

Para atender esses romeiros, existem pelo menos seis rotas que ligam cidades de três estados à capital nacional da fé. Todos os trajetos estão no site do Santuário de Aparecida. “Os trajetos proporcionam uma experiência de fé profunda, por meio da oração, contemplação da natureza, do silêncio, do desapego”, lê-se no site.

Abaixo, seis “rotas de devoção” com destino ao Santuário Nacional de Aparecida.

1CAMINHO DA FÉ

São mais de 1.500 km de trilha, cruzando a Serra da Mantiqueira entre São Paulo e Minas Gerais. A rota inclui 71 cidades. Clique aqui para mais informações.

2CAMINHO DE NOSSA SENHORA

O trajeto une o Santuário da Divina Misericórdia, no Rio de Janeiro, ao Santuário de Aparecida, em São Paulo. São 20 cidades percorridas neste percurso.

3CAMINHO DE APARECIDA

Com saída de Alfenas, MG, veículos de apoio de quatro rodas podem acompanhar o trajeto, que tem 265 quilômetros de extensão. Pontos de alimentação estão a cada 25 quilômetros. Saiba mais sobre este percurso aqui.

4CAMINHO RELIGIOSO DA ESTRADA REAL

Este caminho liga o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, em Caeté, MG, ao Santuário de Aparecida. São 1.032 km, passando por 38 cidades entre Minas Gerais e São Paulo. Acesse o site para saber mais sobre esta rota.

5ROTA DA LUZ

São 201 km de trajeto, passando por 9 cidades do interior de São Paulo e Vale do Paraíba. Um percurso com lindas paisagens e momentos de paz e oração para os romeiros. Clique aqui para mais informações.

6CAMINHO DA PADROEIRA

São 330 km de percurso misto (estradão e estrada) que cruzam as belas paisagens da Mata Atlântica e da Serra da Mantiqueira entre Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. A rota passa por 20 cidades.

Fonte: Santuário Nacional de Aparecida

https://pt.aleteia.org/

5 MITOS SOBRE A SANTA INQUISIÇÃO (Parte 5/6)

Apologistas da Fé Católica

5 MITOS SOBRE A SANTA INQUISIÇÃO

Texto da phd em História Medieval, Dra. Marian Horvat

MITO 4: “A Inquisição espanhola excedeu todas as barbáries, aterrorizando toda a sociedade com suas práticas tirânicas e cruéis.”

Realidade: Em 6 de novembro de 1994, a BBC de Londres exibiu um testemunho incrível contra a falsidade dessas reivindicações em um documentário intitulado “O Mito da Inquisição espanhola”. Nele, os historiadores admitiram que “esta imagem é falsa. É uma distorção disseminada há 400 anos e aceita desde então. Cada caso que veio antes da Inquisição espanhola em sua história de 300 anos tinha seu próprio arquivo”. Agora, esses arquivos estão sendo reunidos e estudados adequadamente pela primeira vez. O prof. Henry Kamen, um especialista no campo, admitiu candidamente que os arquivos são detalhados, exaustivos, e trazem à luz uma versão muito diferente da Inquisição espanhola.
Antipatias protestantes alimentaram esta campanha de propaganda contra a Igreja Católica e o poderoso líder da dinastia Habsburgo que comandava os exércitos mais poderosos na Europa, Carlos I da Espanha. Seus medos se intensificaram especialmente depois da batalha de Muhlberg, em 1547, onde os inimigos de Carlos eram virtualmente aniquilados. A sucessão de Felipe II ao trono espanhol e sua própria oposição dedicada ao Protestantismo espalhou tais temores. Como Philip escreveu a seu embaixador em Roma, em 1566:

“Podeis assegurar a Sua Santidade que em vez de sofrer o menor dano à religião e ao serviço de Deus, eu preferiria perder todos os meus estados e uma centena de vidas se as tivesse. Pois eu não proponho nem desejo ser governante de hereges.”

No entanto, enquanto os espanhóis muitas vezes triunfavam no campo de batalha, eles eram perdedores abjetos na guerra de propaganda. Eles não fizeram nenhuma defesa contra a lenda de crueldade e barbárie espanhola criada para que a Europa simpatizasse com a revolta protestante na Holanda. Difamar a Inquisição passou a ser a escolha mais natural de arma para alcançar este fim.
Muitos folhetos e brochuras, numerosas e horrendas para enumerar aqui, têm sido escritos desde o século 16. Basta mencionar apenas alguns: A Apologia de William de Orange, escrito pelo francês huguenote Pierre Loiseleur de Villiers em 1581, consagrou toda a propaganda anti-Inquisição dos últimos quarenta anos em um documento político que “validava” a revolta holandesa. Em 1567, Renaldo González Montano publicou seuSanctae Inquisitionis Hispanicae Artes aliquot detectae ac palam traductae, que logo foi traduzido em todos os principais idiomas da Europa Ocidental e amplamente divulgado. Ele contribuiu decisivamente para o que se tornou conhecida como a“Lenda Negra”, que associada a Inquisição com os horrores da câmara de tortura. Estas contas foram ampliadas em cima por outros escritores protestantes, como o Rev. Ingram Cobain no século 19, que descreveu um de seus itens fictícios de tortura: a linda boneca em tamanho real que cortava a vítima com mil facas quando ele era forçado a abraçá-la. O mito foi criado e assumiu proporções que fazem fronteira com o ridículo na literatura, relatos de viajantes, narrativas maçônicas (veja a ilustração), sátiras (Voltaire, Zaupser), peças de teatro e óperas (Schiller, Verdi), histórias (Victor Hugo) e romances góticos de séculos mais tarde.
No que diz respeito a tortura, Prof. Kamen disse recentemente:

“Na verdade, a Inquisição usava tortura muito raramente. Em Valência, descobri que de 7.000 casos, apenas dois por cento sofreram alguma forma de tortura em tudo e, geralmente por não mais de 15 minutos… Eu não encontrei ninguém sofrendo tortura mais do que duas vezes”.

O Prof. Jaime Contreras concordou:

“Nós encontramos, ao comparar a Inquisição espanhola com outros tribunais, que a Inquisição espanhola utilizava a tortura muito menos. E se compararmos a Inquisição espanhola com tribunais de outros países, vemos que a Inquisição espanhola tem um registro praticamente limpo no que diz respeito à tortura.”

Durante este mesmo período no resto da Europa, a crueldade física hedionda era comum. Na Inglaterra, transgressores eram executados por danificar arbustos em jardins públicos, caçar furtivamente veados, roubar lenços de uma mulher e tentativa de suicídio. Na França, os que roubaram ovelhas eram estripados. Durante o reinado de Henrique VIII, a punição reconhecida para um envenenador era para ser cozido vivo em um caldeirão. Até 1837, 437 pessoas foram executadas na Inglaterra em um ano por vários crimes, e até a passagem da Lei de Reforma, a morte era a pena reconhecida por falsificação, ladrões de cavalo, roubo, incêndio, roubo e interferência do serviço postal e sacrilégio. É claro que ao acusar a Inquisição espanhola sobre acusações específicas de crueldade física e brutalidade insensível, devemos proceder com alguma cautela.
O mito do poder e do controle ilimitado exercido pela Inquisição espanhola também é infundado. Na Espanha do século 16, a Inquisição foi dividida em vinte tribunais, cada um cobrindo milhares de milhas quadradas. No entanto, cada tribunal não tinha mais do que dois ou três inquisidores e um punhado de funcionários administrativos. O Prof. Kamen observou:

“… Estes inquisidores não tinham poder para controlar a sociedade na forma como os historiadores têm imaginado que tinham. Eles não tinham poder. Eles não tinham nenhuma função, eles não tinham as ferramentas para fazer o trabalho. Nós, reforçando essa imagem, demos-lhes as ferramentas que nunca existiram.”

Na realidade, contato limitado da Inquisição com a população compõe parte da razão pela qual ela não atraiu a hostilidade dos espanhóis. Fora das grandes cidades, vilas viam um inquisidor uma vez a cada dez anos ou mesmo uma vez em um século. Uma razão para as pessoas apoiarem a Inquisição foi precisamente porque era raramente vista, e ainda menos frequentemente ouvida. Kamen também registra que, em cada período de História, há registros de crítica forte e amarga oposição. No entanto, baseado na exploração de documentos inquisitoriais pela primeira vez por Llorente, e depois por Henry Charles Lea, os estudiosos cometeram erro de estudar a Inquisição isoladamente de todas as outras dimensões da cultura e da sociedade espanhola, como se tivesse tido um papel central na religião, política, cultura e economia e como se nenhuma oposição ou crítica fosse permitida. A sátira de Menendez y Pelayo sobre aqueles que culpavam o tribunal por todos os males da Espanha ressalta este ponto de vista:

“Por que não houve indústria na Espanha? Por causa da Inquisição. Por que nós espanhóis somos preguiçosos? Por causa da Inquisição. Por que há touradas na Espanha? Por causa da Inquisição. Por que os espanhóis tiram uma sesta? Por causa da Inquisição.”

A Inquisição não pode ser responsabilizada pela “decadência da aprendizagem e da literatura espanhola”, afirma Peters em seu aclamado Inquisition estudo objetivo, apesar das afirmações do historiador protestante Charles Lea ou historiador católico Lord Acton. “Depois do trovão do Índice de 1559”, ele afirma: “que foi dirigido principalmente contra a piedade vernácula, nenhum ataque foi feito contra a literatura espanhola e nenhum em mais de cem escritores espanhóis entrou em conflito com a Inquisição. Na verdade, muito tempo depois das medidas de 1558-1559. A Espanha continuou a ter uma vida intelectual ativa baseada em uma experiência do mundo mais vasto da que a de qualquer outro país europeu”.

Um mito final e mais importante continua a ser examinado...

Fonte: https://apologistasdafecatolica.wordpress.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF