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quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Por que os cristãos creem na ressurreição e não na reencarnação?

Cristo ressuscitado. Pintura de Rafaellino Del Garbo.
Wikipédia / Domínio público

REDAÇÃO CENTRAL, 27 out. 21 / 06:00 am (ACI).- Talvez um tema da nova era (new age) que goza de popularidade no mundo atual é a reencarnação, uma crença que inclusive alguns católicos aceitam apesar de ser incompatível com a fé cristã.

Uma pesquisa realizada pelo prestigioso ‘Pew Center’ revelou que, por exemplo, 29% dos cristãos nos Estados Unidos aceitam a reencarnação como algo verdadeiro. No caso dos católicos, 36% admitem esta crença.

Onde surge a crença na ressurreição?

Embora a crença na ressurreição comece quando o Senhor Jesus ressuscitou no terceiro dia depois da sua morte, já havia alguma ideia a respeito disso entre alguns judeus e fariseus.

"Os fariseus acreditavam em anjos e almas espirituais e, geralmente, na ressurreição dos mortos", disse à CNA – agência em inglês do Grupo ACI– o diácono Joel Barstad, professor de Teologia no Seminário Saint John Vianney, em Denver (Estados Unidos).

"A ressurreição de Jesus entre os mortos confirmou essa crença, mas também lhe deu uma base sólida e profunda", acrescentou.

A doutrina cristã sobre a ressurreição se encontra no Catecismo da Igreja Católica, do número 988 ao 1001.

O número 989 assinala: “Nós cremos e esperamos firmemente que, tal como Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos e vive para sempre, assim também os justos, depois da morte, viverão para sempre com Cristo ressuscitado, e que Ele os ressuscitará no último dia. Tal como a d'Ele, também a nossa ressurreição será obra da Santíssima Trindade”.

“A palavra ‘carne’ designa o homem na sua condição de fraqueza e mortalidade. ‘Ressurreição da carne’ significa que, depois da morte, não haverá somente a vida da alma imortal, mas também os nossos ‘corpos mortais’ (Rm 8, 11) retomarão a vida”, diz o número 990.

“Crer na ressurreição dos mortos foi, desde o princípio, um elemento essencial da fé cristã. ‘A ressurreição dos mortos é a fé dos cristãos: é por crer nela que somos cristãos’”, assinala o número 991.

"A salvação é a unidade com Cristo, porque Cristo traz o Reino de Deus e esse Reino se realiza na ressurreição", disse à CNA Michael Root, professor de Teologia sistemática da Universidade Católica da América.

Joel Barstad afirmou que "um cristão é um indivíduo que realmente quer ser alguém agora e depois da morte até o fim do mundo, mas para que isso seja possível, vou precisar do meu corpo ressuscitado e os outros precisarão dos seus", explicou .

Por que os cristãos devem rejeitar a reencarnação?

Segundo Root, as duas razões principais para rejeitar a crença na reencarnação são: que ela se opõe à forma como Cristo oferece a salvação e porque é contra a natureza da pessoa humana.

Root explicou que a reencarnação "contradiz a imagem da salvação do Novo Testamento, onde a nossa participação na ressurreição de Cristo é efetivamente do que se trata a salvação" e "nos dá uma imagem muito diferente do que é ser humano: um ente incorpóreo que não está relacionado a nenhum tempo específico".

"O cristianismo leva muito a sério que somos seres com um corpo e qualquer noção de reencarnação considera que o ser só tem um tipo de ligação acidental com qualquer corpo específico, porque a partir dessa perspectiva a pessoa passa de um corpo para outro e outro e outro; e o fato de não ter um corpo específico acaba na ideia de que a pessoa não sabe quem ela é", destacou Root.

O documento do Vaticano sobre a Nova Era intitulado "Jesus Cristo portador da água da vida" diz que "a unidade cósmica e a reencarnação são incompatíveis ​​com a crença cristã de que a pessoa humana é um ser único, que vive uma vida só sobre a qual é totalmente responsável: este modo de entender a pessoa coloca em questão tanto a responsabilidade quanto a liberdade pessoal".

Barstad também assinalou que a crença na reencarnação não é algo positivo, nem para os budistas e hindus, que veem como algo de que se deve fugir.

"Não conheço uma doutrina sólida sobre a reencarnação (...) que considere a reencarnação de uma alma como algo bom; embora de repente alguns hindus ou estoicos a reconheçam como uma necessidade cósmica benigna; mas certamente a aspiração mais profunda" de alguns que acreditam nisso “seja dissolver completamente o nexo das relações temporais e corporais; ou seja, dissolver a relação com o corpo, de modo que não seja possível outra reencarnação para uma alma. A meta da alma é então se converter permanentemente em ninguém", destacou Barstad.

Esperança da ressurreição

Enquanto os cristãos podem experimentar o sofrimento na vida, também podem viver a esperança de que "são amados por Cristo que, através de sua própria morte humana e divina, e ressurreição, pode levá-los até o fim e remodelá-los, fazendo algo lindo a partir de uma confusão", explicou Barstad.

Além disso, os cristãos esperam a ressurreição dos outros, seus amigos e entes queridos, "para viver em um novo céu e uma nova terra".

"Por tudo isso evangelizamos, por isso nos arrependemos dos nossos erros e perdoamos aqueles que nos fazem algum mal. Por isso rezamos pelos mortos e os santos que já tem a visão beatífica de Deus também rezam por nós".

Os santos, concluiu o especialista, "ainda estão envolvidos com o mundo e esperam conosco a revelação final de Cristo que dará a todos a ressurreição".

Fonte: ACI Digital

Assis. 35 anos após a oração pela paz, reconhecida como "Casa da Vida"

Assis, o encontro inter-religioso em prol da paz de
27 de outubro de 1986 com João Paulo II  (Vatican Media)

A cidade de Assis recorda o histórico encontro desejado por São João Paulo II em 27 de outubro de 1986. Um espírito que se reflete no reconhecimento que a Fundação Internacional Raul Wallenberg entrega a toda a comunidade de Assis por ter contribuído para salvar centenas de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Eugenio Bonanata – Vatican News

O dia 27 de outubro se tornou um dia histórico para a cidade de Assis, pois nesta ocasião revive o Dia de Oração Inter-Religiosa pela Paz proclamado por São João Paulo II em 1986. Através de várias iniciativas procura-se evocar o espírito daquele dia inesquecível, seguindo um caminho unitário que atravessa a toda a cidade e se projeta muito além. Na agenda deste ano há dois eventos principais: a oração da tarde no refeitório da Porciúncula na presença de vários líderes religiosos e a cerimônia da manhã intitulada "Espírito de Assis", que a Diocese organizou no centro histórico em colaboração com as autoridades civis, no espírito de acolhida e paz.

Centenas de judeus salvos

No centro das comemorações está o novo status de Assis, que agora é declarada "Casa da Vida" por ter salvo centenas de judeus durante os anos sombrios da Segunda Guerra Mundial. Será inaugurada uma placa para este reconhecimento concedida pela Fundação Internacional Raul Wallenberg, a ONG criada em memória do diplomata sueco que salvou milhares de vidas da perseguição nazista na Hungria e cuja missão é destacar os muitos heróis silenciosos que atuaram nesta frente naqueles anos.

O projeto 'Casa da Vida' tem tem como objetivo a necessidade de não esquecer. É semelhante à iniciativa das "pedras de tropeço", que marcam as casas onde aconteceram as deportações, embora tenha uma ênfase diferente. “Fazemos isso já há sete anos", explica Silvia Costantini, vice-presidente da Fundação, "e consiste em colocar uma placa nos lugares do mundo que deram refúgio às pessoas que fugiam do país". Pela primeira vez, porém, nos encontramos diante de uma cidade inteira comprometida com esta rede clandestina de salvação que - acrescenta a responsável pelo Museu da Memória de Assis, Marina Rosati – tinha sua sede geral dentro do palácio do bispo".

Unidos para proteger

“O aspecto realmente interessante", aponta Silvia Costantini, "é que não houve um único caso de denúncia". Assim, todos os habitantes de Assis na época estavam unidos para garantir a proteção dos perseguidos". E não é coincidência que a data de 27 de outubro de 2021 tenha sido escolhida para voltar a chamar a atenção para este evento. "Esta é outra etapa do caminho traçado por João Paulo II em 1986, que também estamos levando adiante também com uma oração que se realiza no dia 27 de cada mês e que cada vez é dedicada a uma situação de guerra ou de extrema dificuldade econômica e social", continuou Rosati. A oração de outubro de 2021 é pelo destino e pela vida das crianças soldados, segundo o desejo do bispo Dom Domenico Sorrentino, que está organizando todas as atividades: desde o lançamento do Museu da Memória, localizado nas dependências da Cúria, até as comemorações de hoje.

Na escuridão, a luz do bem

"Uma cerimônia", afirma Rosati, "que está totalmente de acordo com o espírito de grande acolhida e paz que esta cidade transpira". De agora em diante, na Via Borgo San Pietro, uma placa recordará esta homenagem a todos os peregrinos que passarem, confiando que os jovens em particular lhe deem atenção. “O que queremos lembrar", conclui Silvia Costantini, "é que toda pessoa, mesmo no momento mais obscuro e difícil de sua história, pode escolher fazer o bem". Uma mensagem de solidariedade, de fraternidade e sobretudo de esperança, valores que nos unem à oração inter-religiosa pela paz desejada por João Paulo II".

Fonte: Vatican News

São Frumêncio

S. Frumêncio | Canção Nova
27 de outubro
SÃO FRUMÊNCIO

Origens

Frumêncio viveu uma história fantástica. Os dados que nos chegaram sobre ele contam a partir de sua adolescência. No tempo do imperador Constantino, no Século IV, Frumêncio era um dos discípulos de um filósofo chamado Merópio. Como discípulo, acompanhou seu mestre numa longa viagem à Índia. Quando retornavam, o navio parou no porto de Adulis, que fica no mar Vermelho. Neste porto, a vida de Frumêncio tomou um rumo inesperado e foi completamente transformada.

Piratas da Etiópia

No porto de Adulis, a embarcação em que Frumêncio viajava foi cruelmente atacada por piratas da etiópia. Estes, roubaram o navio e assassinaram todos os passageiros e tripulantes. Todos, menos Frumêncio e Edésio, dois amigos adolescentes, discípulos de Merópio. No momento do ataque, eles estavam entretidos lendo e conversando sobre um livro, debaixo de uma árvore. Porém, apesar de sobreviverem, foram levados como escravos para a Etiópia e entregues ao rei. Este fato mudou completamente a vida de Frumêncio e Edésio.

Conquistando o rei da Etiópia

Chegando à Etiópia, os dois adolescentes foram levados ao rei. Este, conversou com eles e detectou grande sabedoria e firmeza de caráter. Ambos confessaram ser cristãos e isto foi interpretado como virtude pelo rei. Por isso, ordenou que eles ficassem no palácio. Edésio recebeu a função de copeiro e Frumêncio passou a ser um secretário direto do rei. Aos poucos, Frumêncio foi conquistando a confiança de todos na corte, principalmente da rainha. Porém, ainda assim, eram escravos.

Libertação e missão

Quando a rainha ficou viúva, seu filho menor deveria assumir o poder. Como não tinha idade, a rainha assumiu em seu lugar, como regente. Em seguida, assinou a libertação de Frumêncio e Edésio, com uma condição: que eles só partissem, quando completassem a missão de educar o príncipe herdeiro. Ambos assumiram a missão com amor, enxergando nisso a possibilidade de contribuírem para um mundo melhor.

Uma igreja no porto

Algum tempo depois, Frumêncio e Edésio conseguiram autorização da rainha para construção de uma igreja perto do porto da cidade. O objetivo era atender aos mercadores cristãos que passavam pela Etiópia. A construção dessa igreja ajudou sobremaneira na difusão da fé cristã entre o povo da Etiópia, porque aquele porto era um ponto chave no país. A maioria dos mercadores passava por ali. Muito embora esta difusão da fé tenha acontecido de forma lenta e difícil. Mas foi a partir dessa igreja, semeada por São Frumêncio, que a semente da fé cristã começou a germinar no continente africano. Enquanto isso, Frumêncio e Edésio continuavam a formação do futuro rei da Etiópia.

Os dois irmãos de fé se separam

Quando Frumêncio e Edésio completaram o tempo de educação e formação do príncipe da Etiópia, a rainha cumpriu sua promessa e os libertou. Edésio decidiu voltar para sua terra natal, que também era a de Frumêncio, a cidade de Tiro, perto de Sidônia, na antiga Fenícia, hoje Líbano. Em Tiro, Edésio se encontrou com São Rufino. Este, na época, era historiador e registrou toda a odisseia que os dois irmãos de fé, Frumêncio e Edésio, enfrentaram. Frumêncio, por sua vez, foi para a cidade de Alexandria, no Egito. Ali, mais uma vez, sua vida tomaria um novo rumo.

Bispo da Etiópia

Frumêncio foi se encontrar com o Bispo de Alexandria, Santo Atanásio, para lhe fazer um pedido muito especial: designar um bispo e vários missionários para a evangelização da Etiópia. Santo Atanásio, porém, cheio de sabedoria, indicou São Frumêncio como primeiro bispo da Etiópia. Frumêncio, sentindo aí o chamado de Deus, respondeu afirmativamente. Santo Atanásio, então, ordenou-o e consagrou-o bispo.

De volta à Etiópia

Quando voltou com alguns missionários, São Frumêncio encontrou o jovem que tinha sido seu pupilo empossado como rei da Etiópia. O jovem nutria grande estima por aquele que tinha sido tão bom e sábio mestre. Sabendo que Frumêncio se tornara bispo, o jovem rei abraçou a fé, converteu-se e pediu o batismo. Em seguida, convidou o povo de seu país a acompanhá-lo na alegria do seguimento de Jesus Cristo. Assim, a fé cristã começou a se enraizar na Etiópia.

Abba Salama

São Frumêncio começou sua missão auxiliado pelos missionários e pelo testemunho do rei, seu ex-pupilo. Por causa de sua santidade e bondade, São Frumêncio passou a ser chamado pelo povo etíope de "Abba Salama", que quer dizer "Pai da Paz". Ele dedicou toda a sua vida à evangelização da Etiópia, até sua morte em 380. São Frumêncio passou a ser chamado de "Apóstolo da Etiópia".

Oração a São Frumêncio

Ó Deus, que aos vossos pastores associastes São Frumêncio, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, dai-nos, por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé, para participarmos de sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.”

Fonte: Cruz da Terra Santa

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Da Carta aos filipenses, de São Policarpo, bispo e mártir

S. Policarpo | Cléofas

Da Carta aos filipenses, de São Policarpo, bispo e mártir

(Nn.6,1-8,2: Funk 1,273-275)       (Séc.I)

Cristo deu-nos o exemplo com a sua vida

Sejam os presbíteros inclinados à compaixão, misericordiosos para com todos, reconduzam os que se desviaram do caminho, visitem todos os enfermos; não se descuidem da viúva, do órfão ou do pobre. Mas sempre cheios de solicitude para o bem diante de Deus e dos homens (cf. 2Cor 8,21), evitem a cólera, a acepção de pessoas, o julgamento injusto.

Repilam para longe toda a avareza; não dêem logo crédito contra alguém, não sejam demasiado severos ao julgar, certos de que todos nós somos devedores do pecado. Se, portanto, suplicamos a Deus perdoar-nos, devemos também nós perdoar. Pois estamos diante do Senhor e dos olhos de Deus e teremos todos de comparecer perante o tribunal de Cristo, e cada um prestará contas de si (Rm 14,10.12). Desse modo sirvamo-lo com temor e todo o respeito como nos ordenou ele e os apóstolos, que nos anunciaram o Evangelho, como também os profetas, que predisseram a vinda de nosso Senhor. Atentos, façam todo o bem, afastem-se dos escândalos, dos falsos irmãos e daqueles que usam o nome do Senhor com hipocrisia e induzem ao erro os homens superficiais. Todo aquele que não confessar ter Jesus Cristo vindo na carne é um anticristo (cf. 1Jo 4,2.3; 2Jo 7). E quem não testemunhar o martírio da cruz, vem do demônio. E quem fizer servir as palavras de Deus a seus desejos e disser não haver ressurreição nem juízo, este é o primogênito de Satanás. Por isso, deixando de lado a futilidade de muitos e os falsos sistemas, voltemos à doutrina que nos foi entregue desde o início, vigilantes na oração (cf.1Pd 4,7) e fiéis aos jejuns. Elevemos preces a Deus que tudo vê, para que não nos deixe cair em tentação (Mt 6,13), conforme disse o Senhor: O espírito na verdade é pronto, mas a carne é fraca (Mt 26,41).

Perseveremos sem cessar em nossa esperança e penhor de nossa justiça, que é Jesus Cristo: Em seu corpo carregou sobre o madeiro os nossos pecados, ele que não cometeu pecado nem se encontrou engano em sua boca (1Pd 2,24.22); mas, por nossa causa, para que vivamos nele, tudo suportou. Sejamos, por conseguinte, imitadores de sua paciência e, se sofremos por seu nome, nós lhe daremos glória. Foi este o exemplo que nos deu em si mesmo, e nós cremos.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Por que o envelhecimento nos proporciona mais alegria e liberdade

Rido | Shutterstock
Por Michael Rennier

Podem haver cabelos grisalhos e rugas, mas os benefícios do envelhecimento são inúmeros - e mudam vidas.

Eu estava dando aula de catecismo para as crianças da paróquia esta semana quando uma delas, provavelmente em uma tentativa desesperada de me distrair de qualquer ponto obscuro da teologia sobre a qual eu divagava, perguntou por que meu cabelo está ficando grisalho… Sim, eu realmente preciso repensar minha política de permitir que as crianças façam as perguntas que quiserem.

Não sou mais exatamente jovem, mas ninguém deveria estar cavando minha sepultura ainda.

Admito que notei sinais de envelhecimento. Fico com dores no corpo por muito mais tempo depois das minhas corridas diárias. Em vez de ficar acordado a noite toda para ler ansiosamente, adormeço cedo o suficiente para acordar antes do nascer do sol. Uma noite fora da cidade é a ideia mais desagradável do mundo, e eu estremeço só de pensar em estar em um lugar lotado com música alta tocando.

Envelhecimento e ansiedade

Conforme eu envelheço, também há grandes diferenças em meu nível de ansiedade – que é menor agora. Como estudante universitário, eu me preocupava constantemente com o futuro, arranjar um emprego, onde iria viver. Eu me preocupava com amizades, garotas, a ideia de casamento e vocação. Vivia em um pavor existencial constante. Eu me importava muito com o que as outras pessoas pensavam de mim e ficava profundamente incomodado com as conversas que haviam dado errado ou coisas embaraçosas que eu havia dito ou feito. Não achava que eu fosse superar tudo isso.

Em minha experiência, envelhecer foi um processo de deixar tudo isso para trás e me tornar livre.

O envelhecer e a liberdade

Suspeito que o motivo seja tão simples quanto a experiência. Eu vim a entender que não importa o que eu faça, que erros eu cometa, que dificuldades o mundo jogue no meu caminho, eu não vou desmoronar. Ainda não, pelo menos. Eu superei tudo o que foi lançado no meu caminho, nem sempre da maneira mais graciosa, mas neste ponto não importa mais. Na verdade, ganhar experiência com a idade tem sido incrível e, quanto mais vivo, mais o bem supera o mal. Os amigos são gentis e generosos, o casamento é a melhor decisão que já tomei, os filhos são muito divertidos e a família é uma fonte de força constante.

A família

Há muita segurança na família. Acho que realmente não entendia isso quando era mais jovem. Eu amava minha família, mas estava mais focado em fazer meu caminho no mundo sozinho. Em meu orgulho, hesitei em permitir que alguém me ajudasse. Eu queria que meus sucessos fossem meus.

Com o passar dos anos, isso mudou à medida que percebi que quem sou hoje é muito mais por causa do amor que minha família investiu em mim do que por causa de meus próprios talentos e habilidades. Em qualquer caso, é muito mais importante nos cercarmos de amor do que de sucesso no mundo. Então, a família se tornou cada vez mais o foco do meu tempo e energia.

Prioridades

O envelhecimento trouxe uma reordenação de prioridades.

Como diz minha amiga Maddie,

“Ninguém fala sobre como o envelhecimento pode ser tão alegre e libertador. Os anos vêm com sua cota de dor de cabeça e cabelos brancos, sim, mas também com mais lições de sabedoria e abnegação com as quais enfrentar essa dor e trazer um propósito. Me sinto mais livre para escolher o que amo.”

Eu concordo. Quanto mais velho fico, mais confiante fico em escolher o que é mais importante.

Erros

Outro benefício do envelhecimento é que, nas minhas primeiras quatro décadas de vida neste planeta, cometi muitos erros. Posso deixar esses erros no passado e estou livre para cometer novos. Espero que não sejam muitos novos, mas não tenho mais a ilusão de que serei perfeito se me esforçar um pouco mais. Não tenho mais noção de como vou escrever o grande romance americano ou ser um atleta rico e famoso. Com essas ilusões ano passado, estou livre para buscar a excelência em termos mais honestos.

O escritor George Eliot diz: “Todo ano nos tira pelo menos uma expectativa vã e nos ensina a considerar algum bem sólido em seu lugar. Nunca vou acreditar que nossos dias mais jovens são os mais felizes.”

Envelhecer graciosamente não apenas “acontece”, no entanto. Como diz Eliot: “É preciso passar tantos anos aprendendo a ser feliz”.

Envelhecimento e sabedoria

É importante que não vivamos em negação à medida que envelhecemos, presumindo que viver mais anos automaticamente confere sabedoria. Isso não é verdade. Mas o que é verdade é que cada dia é uma oportunidade a ser aproveitada, e há um desafio que chega a cada dia, é uma experiência que só vem com o tempo na terra. À medida que o alcançamos, tornamo-nos progressivamente mais felizes e mais livres.

Enquanto estou ansioso para adquirir mais cabelos brancos, minha intenção é continuar me perguntando com surpresa este mundo estranho e fascinante que Deus criou para nós e meu lugar nele. E a maneira como, mesmo que o tempo me seja tirado, só fico mais feliz.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

10 sugestões para celebrar os santos e “esquecer” o Halloween

Caricaturas de Santos / Agostinianos de Granada
(Captura do Youtube)

REDAÇÃO CENTRAL, 26 out. 21 / 05:00 am (ACI).- Em um artigo publicado pelo Sistema Informativo da Arquidiocese do México (SIAME), a advogada Alejandra María Sosa Elízaga, propõe 10 sugestões práticas para festejar em família, em grupo ou com a comunidade paroquial na véspera da Solenidade de Todos os Santos, dia 31 de outubro.

“Como todos os anos, por causa dessa data, comércios e ruas estão inundados de diabos, fantasmas, monstros, esqueletos (caveiras), e demais parafernálias de ‘Halloween’. Muitas pessoas tomam isso como algo normal e até divertido, mas, pensando bem, do ponto de vista cristão, o que tem de divertido em disfarçar as crianças ou decorar a casa com personagens que representam o mal, a escuridão, o oposto daquele que é a Luz do mundo, inimigos do Senhor em quem cremos?”, explica a autora no artigo intitulado “Celebramos os santos, não os espantos!”.

Além disso, acrescentou que a intenção é organizar “uma festa simples, divertida, na qual estejam presentes as duas coisas que as crianças mais gostam do Halloween: fantasias e doces, mas dando-lhes um toque, para que não seja uma festa pagã e muito menos anticristã”.

A seguir, 10 dicas práticas para uma boa celebração:

1. Fantasias de santos

Que todos, crianças e adultos, se fantasiem de santos e cada um diga por que escolheu essa fantasia, o que mais gosta desse santo ou santa.

2. Doces com santinhos

Não dê guloseimas decoradas de Halloween para crianças que baterem à porta pedindo doces. Dê doces normais, enfeitados com carinhas sorridentes com auréolas; presenteie também com santinhos.

3. Realizar atividades por equipes

Divida os participantes da festa em equipes, dê materiais (papel, cordas etc.) para que se divirtam elaborando uma fantasia de santo para algum membro do grupo; que cada equipe explique por que escolheu aquele santo e conte o que sabe sobre sua vida. Dê a todos prêmios por sua criatividade e esforço.

4. Desenhar os santos

Que crianças e adultos se entretenham fazendo e pintando desenhos de seus santos favoritos (não precisa sair perfeito) para colá-los na parede em exposição.

5. Fazer fotografias dos participantes com auréolas

Recorte auréolas de papel e cole-as na parede em diferentes alturas, para que os participantes parem diante delas e possam fazer uma foto, na qual pareça que têm auréola. As fotografias de todos como santos ficam muito simpáticas.

6. Contar histórias

Que cada um dos participantes se prepare antecipadamente para contar alguma história interessante, comovente ou divertida sobre algum santo.

7. Festival de vídeo

Organize um mini festival de vídeos da vida dos santos.

8. Frases de santos por todo local

Coloque entre os avisos da Igreja ou em alguma parede do local papéis com frases favoritas de diversos santos, sobretudo, do santo padroeiro dessa igreja particular.

9. Celebrar uma Missa

Participem juntos no dia 1º de novembro da Missa da Solenidade de Todos os Santos.

10. Ler o Catecismo

Leia o que o Catecismo da Igreja Católica ensina sobre os santos (entre eles os numerais 956 e 957) e, ao final, faça uma oração para pedir a intercessão dos santos, em especial dos padroeiros ou favoritos dos participantes.

Fonte: https://www.acidigital.com/

JMJ 2023: vai começar a grande peregrinação em Portugal

Missa de entrega da Cruz aos jovens de Lisboa  (Vatican Media)
JMJ 2023

Os símbolos da JMJ vão percorrer as dioceses de Portugal. A partir do Algarve vai ter início uma grande experiência espiritual na companhia da cruz peregrina e do ícone mariano “Salus Populi Romani”. Com acompanhamento em permanência no Vatican News.

Rui Saraiva – Portugal

Vêm de Espanha onde estiveram durante os meses de setembro e outubro. Os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) vão atravessar o rio Guadiana passando em Ayamonte, de Espanha para Portugal, chegando ao Algarve.

Aquela diocese portuguesa vai acolher a cruz peregrina e o ícone mariano “Salus Populi Romani” a partir de 29 de outubro e durante todo o mês de novembro. Primeira etapa da grande peregrinação em Portugal.

Fomos falar com João Costa que é o responsável do Comité Organizador Diocesano (COD) algarvio. Declara que a presença dos símbolos pode ser a possibilidade concreta de ir a sítios onde de outra forma seria difícil entrar. Um verdadeiro dom e um estímulo para mudar a Igreja e as pessoas.

“É um estímulo muito grande para toda a juventude algarvia e não só. Muitas vezes refiro que a Jornada Mundial pode ser um dom para todas as dioceses e para a Igreja portuguesa. E a presença dos símbolos vai tornar cada vez mais real este dom. De mudar a nossa Igreja, de mudar as pessoas, mudar os jovens e poder chegar um pouquinho mãos longe e inovar, fazer coisas diferentes. E é isso sobretudo que a presença dos símbolos nos dá: a possibilidade concreta de ir a sítios onde de outra forma não conseguiríamos entrar; a possibilidade concreta de ir ter com pessoas que, se calhar, nunca se cruzariam na nossa vida; é a possibilidade concreta de Deus fazer história na vida de alguns que de outra forma sem os símbolos não conseguiríamos lá chegar” – afirma João Costa.

O jovem algarvio lembra que a peregrinação dos símbolos “não é só uma coisa presente nas redes sociais, mas “é um sonho tornado realidade”, sobretudo para os jovens integrados na JMJ.

“Para os jovens e as paróquias que já estão integradas na Jornada Mundial da Juventude é um sonho tornado realidade. Não é só uma coisa presente nas redes sociais, mas está presente na nossa diocese e vai percorrer a nossa diocese. Começa por aqui e vai percorrer o país todo, na esperança de chegar a Lisboa e fazer sentido toda esta peregrinação” – sublinha.

Os símbolos da JMJ começam no sul de Portugal uma grande peregrinação que percorrerá todo o país, enchendo de esperança as suas 21 dioceses. E será este o itinerário a seguir nos próximos meses até julho de 2023:

Novembro 2021: Diocese do Algarve

Dezembro de 2021: Diocese de Beja  

Janeiro 2022: Diocese de Évora  

Fevereiro 2022: Diocese de Portalegre-Castelo Branco

Março de 2022: Diocese da Guarda  

Abril de 2022: Diocese de Viseu  

Maio de 2022: Diocese de Funchal  

Junho de 2022: Diocese de Angra  

Julho de 2022: Diocese de Lamego

Agosto de 2022: Diocese de Bragança-Miranda

Setembro de 2022: Diocese de Vila Real

Outubro de 2022: Diocese do Porto

Novembro de 2022:  Diocese de Setúbal  

Dezembro de 2022: Diocese das Forças Armadas e de Segurança

Janeiro de 2023: Diocese de Viana do Castelo

Fevereiro de 2023: Diocese de Braga  

Março de 2023: Diocese de Aveiro  

Abril de 2023: Diocese de Coimbra

Maio de 2023: Diocese de Leiria-Fátima  

Junho de 2023: Diocese de Santarém  

Julho de 2023: Diocese de Lisboa

Entretanto, a cruz peregrina e o ícone mariano estiveram em peregrinação nos últimos meses em Espanha, na Polónia e em Angola. Em particular, no país africano lusófono, esta peregrinação foi especialmente sentida e vivida em clima de grande alegria e entusiasmo.

Recordemos que na Missa de acolhimento dos símbolos em Luanda, no dia 9 de julho, na paróquia da Sagrada Família, D. Filomeno Vieira Dias, presidente da Conferência Episcopal de Angola e S. Tomé (CEAST) apelou aos jovens para viverem estes momentos com intensidade, e disse que os símbolos estão revestidos de vivências no caminhar da história da Igreja.

Na ocasião, D. Filomeno Vieira Dias agradeceu o gesto dos irmãos portugueses, em especial ao padre Filipe Diniz, diretor do departamento nacional de Portugal da Pastoral Juvenil e que estava presente naquela celebração em Angola. D. Filomeno sublinhou o desafio lançado pela JMJ para uma maior proximidade aos países de língua oficial portuguesa.

A peregrinação dos símbolos da JMJ por Angola percorreu as dioceses de Luanda, Sumbe, Benguela, Huambo, Viana e Caxito de 9 de julho a 18 de agosto.

Chegou a hora de Portugal! A partir do Algarve, neste mês de novembro, a cruz peregrina e o ícone mariano vão-se fazer presentes na vida de todos. Uma oportunidade única de comunhão e de participação. Um momento de experiência espiritual intensa que vai marcar a vida dos portugueses.

Laudetur Iesus Christus

Fonte: https://www.vaticannews.va/

Santo Evaristo, papa

Santo Evaristo | Vatican News
26 de outubro
SANTO EVARISTO

Santo Evaristo foi o Papa de número cinco a liderar a Igreja  Católica no começo do Cristianismo. Evaristo foi o Sumo Pontífice entre os anos 101 e 107 d. C. Como seus antecessores, ele também foi martirizado em Roma, por pregar o Cristianismo e não renegar sua fé em Jesus Cristo.

Origem judaica

Santo Evaristo era filho de um judeu chamado Judas. Seu pai tinha nascido em Belém, mas mudou-se para Antioquia quando adolescente. Judas educou o filho Evaristo dentro do judaísmo. Evaristo manifestou  desde cedo ser aberto à virtude. Tinha inclinação para as letras e as ciências. Seu pai percebeu esta aptidão  incentivou seu filho. Por isso, Evaristo tornou-se homem de grandes talentos.

Conversão

Não se sabe como nem a época exata em que Santo Evaristo se tornou cristão, mas presume-se que tenha sido em Antioquia e que, depois disso, ele tenha ida para Roma. Sabe-se, porém que, em Roma, ele ficou logo conhecido por sua santidade e passou a ser membro das lideranças da igreja. Santo Evaristo tinha o dom de acender a fé no coração dos cristãos, dando belos exemplos de caridade cristã e virtudes.

Santo Evaristo, o quinto Papa da Igreja Católica

Por todas essas qualidades, Santo Evaristo foi eleito o quinto Papa da Igreja, logo depois que São Clemente foi martirizado. Sabe-se que, a princípio, ele não queria assumir, alegando ser indigno. Mas o clero e os fiéis insistiram unânimes e ele acabou aceitando a missão. Era o ano 101 da era cristã.

As dificuldades no Papado

Assim que assumiu a  liderança da Igreja, Santo Evaristo passou a enfrentar dificuldades externas que atacavam a Igreja, e outras vindas de dentro. De fora da Igreja, vinham as perseguições do imperador romano.

De dentro da Igreja, vinham as heresias ameaçando desvirtuar a fé. Muitos desses hereges eram verdadeiros líderes de igrejas de outras localidades e reivindicavam que seus erros doutrinários fossem aceitos como verdades de fé.

Mas Santo Evaristo tinha consigo o verdadeiro depósito da fé recebido dos Apóstolos e não deixou que a Igreja caísse no erro. Por causa de suas intervenções, a Igreja se manteve no rumo certo, sem se desviar, conservando a fé pura.

Regras eclesiásticas

Além de lutar fortemente contra as heresias da época,  Santo Evaristo também fez por onde aperfeiçoar a  disciplina da Igreja, criando regras bastante prudentes e emitindo decretos.  Santo Evaristo foi o primeiro a dividir a cidade de Roma em paróquias.

Essas paróquias, claro, não eram como são hoje. Eram comunidades pequenas, mas que tinham sua vida própria. Ele organizou isso. Foi ele também quem determinou que o casamento se tornasse público e fosse acompanhado por um sacerdote.

Zelo

Cheio de zelo, Santo Evaristo fazia questão de ir visitar paróquias,  procurando sempre fazer com que suas ovelhas mantivessem a fé pura, sem influências de heresias. Preocupou-se com a formação das crianças e dos escravos, que eram comuna na época. Insistia que os escravos tinham que receber o mesmo tratamento que os libertos.

Devoção a Santo Evaristo

Trajano era o imperador romano que reinava no tempo de Santo Evaristo. Dizem que ele pessoalmente não tinha nada contra os cristãos, mas sim contra seus assessores pagãos, que o influenciavam maliciosamente. Assim, estes, ao tomarem conhecimento do zelo, do número crescente de fiéis cristãos e dos frutos do apostolado de Santo Evaristo, arderam em ódio e passaram a criar uma péssima imagem do Papa Evaristo diante do imperador.

Lutaram bastante até conseguirem que Trajano ordenasse que ele fosse preso. Em seguida, forjaram um julgamento e conseguiram a condenação oficial do santo à pena de morte. Os relatos atestam que Santo Evaristo sentiu grande alegria ao receber sua sentença de morte por causa de Jesus Cristo. As autoridades romanas ficaram estupefatas ao verem que o Papa não temia a morte e se regozijava ao saber que daria sua vida por causa de Cristo.

Seu testemunho serviu, na verdade, para a conversão de inúmeros cidadãos romanos ao cristianismo. Eles viam no testemunho dos mártires a mais eloquente profissão de fé, pois eles confirmavam com a própria vida a verdade eterna em que acreditavam. Assim, condenado, santo Evaristo foi morto no dia 26 de outubro de 107. Sua sepultura foi colocada no Vaticano, ao lado da sepultura de São Pedro.

Oração a Santo Evaristo

Ó Deus, que concedestes ao Papa Santo Evaristo a graça do Magistério Romano, permiti que, pela sua intercessão, sejamos sempre fiéis ao papa e aos Srs. Bispos a ele unidos. Amém.

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF