Em comemoração ao Dia Mundial do Café, a Revista
traça um panorama sobre a bebida, bastante apreciada no Brasil, segundo maior
consumidor mundial.
REVISTA DO CORREIO
Ailim Cabral
Tainá Hurtado*
postado em 13/04/2024 /
atualizado em 14/04/2024
Métodos de preparo mais usados pelos
brasileiros
59% Coador de pano
42% Cafeteira elétrica com coador de papel
35% Coador de papel
13% Cafeteira italiana ou moka
11% Máquina de sachê ou cápsula
9% Espresso de máquina
6% Cafeteira prensa francesa
6% Solúvel
1% Outros
Horários de consumo mais comuns
98% Ao acordar
89% Durante a manhã
79% Após o almoço
64% Durante a tarde
38% À noite
Motivação para tomar café
57% Melhorar o humor e a disposição
39% Ritual, prazer e bem-estar
37% Momento para pausa, reflexão e paz
3% Degustar e saborear a bebida
3% Oportunidade de interação com pessoas
Fonte: dados de estudo feito pelo Instituto
Axxus em 2021
Mitos
e verdades
Muito se fala que o consumo de café diário pode trazer diversos
benefícios e também malefício, se ingerido
exacerbadamente. Algumas das informações que propagam por aí são verdadeiras,
outras nem tanto. Por isso, junto com especialistas, a Revista separou
informações para você tomar o seu cafezinho de forma proveitosa, consciente e
saudável.
Doenças neurológicas
Os benefícios do café vão de melhorar o foco,
a energia e a concentração até a prevenção de doenças. “O café tem uma
variedade gigante de compostos bioativos, incluindo muitos antioxidantes, ácido
clorogênico, polifenóis, e todos eles podem, sim, proporcionar muitos
benefícios”, afirma a nutricionista Camila Pedrosa.
De acordo com a Associação Brasileira da
Indústria do Café (Abic), estudos vêm mostrando que o consumo de café pode
estar relacionado com a redução dos riscos de doenças neurodegenerativas, como
a doença de Parkinson e o Alzheimer. Um estudo de corte apontado pela Abic
mostrou que homens que consumiam pelo menos três a quatro xícaras de café por
dia apresentavam um risco cinco vezes menor de desenvolver Parkison do que os
não consumidores.
“Alguns estudos sugerem que os compostos
antioxidantes e anti-inflamatórios presentes no café podem desempenhar um papel
na proteção do cérebro contra danos oxidativos e inflamação, processos que
estão relacionados com o desenvolvimento do Alzheimer’, explica o neurologista
Nicolas Balduino.
Insônia
O café é comumente consumido para dar energia e
tirar a sonolência. Segundo Nicolas Balduino, isso ocorre devido
à capacidade da cafeína de bloquear a ação da adenosina, neurotransmissor
responsável pela promoção da sensação de sonolência e relaxamento. A cafeína,
por sua vez, pode se ligar aos mesmos receptores da adenosina, causando o
efeito contrário.
“Como resultado, a cafeína estimula o sistema
nervoso central, aumentando a vigilância, a concentração, a capacidade de
atenção e a energia”, afirma. É por esse motivo que, se consumido próximo ao
horário de se deitar, o café pode propiciar insônia ou outros distúrbios do
sono. “É recomendável evitar o consumo de café algumas horas antes de dormir e
monitorar a sensibilidade individual à cafeína”, completa o neurologista.
Ansiedade
Pelos mesmos motivos que o café interfere na
qualidade do sono, a bebida também pode, em algumas pessoas, aumentar os
sintomas de ansiedade, como agitação, tremores, palpitações e dificuldade para
relaxar. “A cafeína pode aumentar a produção de cortisol, o hormônio do
estresse, o que pode contribuir para a sensação de ansiedade em algumas
pessoas", afirma Balduino. O médico ressalta que a resposta à cafeína pode
variar de pessoa para pessoa, por isso é importante ficar atento à
sensibilidade individual para consumir em quantidades que não sejam
prejudiciais.
Irritação gástrica
Outro ponto importante de se ficar atento quanto ao consumo de café é que, em excesso, ele pode piorar casos de gastrite em pessoas com predisposição. Segundo a nutricionista Camila Pedrosa, isso ocorre devido à estimulação de ácido clorídrico no estômago, que auxilia no processo digestivo. “Isso vai aumentar a inflamação da mucosa do intestino, aquela mucosa gástrica, e pode contribuir para a piora dos casos de gastrite”, detalha.
Grávidas
Segundo Camila Pedrosa, a cafeína atravessa a
placenta e pode, sim, afetar o feto, por isso, em muitos casos, a recomendação
é que ocorra a redução do consumo de café, assim como de alimentos com muita
cafeína. “Essa quantidade adequada para uma gestante precisa ser em comum
acordo com o obstetra, para que não tenha efeitos adversos no feto”, explica a
nutricionista.
Crianças
De acordo com Nicolas Balduino, o consumo de café por crianças deve ser feito com
moderação, cautela e sob orientação médica. É
importante observar a sensibilidade da criança à cafeína, pois os efeitos
colaterais indesejados também podem acometer os pequenos. Por terem corpos
menores, eles podem sentir os efeitos negativos da cafeína consumindo uma
quantidade menor que um adulto.
“Recomenda-se que crianças de 4 a 6 anos não
consumam mais do que 45mg de cafeína por dia, e crianças de 7 a 9 anos não
consumam mais do que 62,5mg por dia”, diz Nicolas. Outra dica dada pelo
especialista é evitar o consumo perto da hora de dormir, pois os efeitos da
cafeína podem afetar a qualidade do sono, momento de grande importância para o
desenvolvimento infantil.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele
Negromonte
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