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segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Jornalista brasileiro publica livro sobre a cultura do descarte nas redes sociais

Jornalista Filipe Domingues na Rádio Vaticano/Vatican News

Baseado nas respostas dos jovens no Sínodo de 2018, Filipe Domingues concluiu sua tese de doutorado no ano passado e publicou um livro, que fala sobre consumismo e cultura do descarte na “era dos selfies”.

Filipe Brogliatto – Cidade do Vaticano

O jornalista brasileiro Filipe Domingues, radicado em Roma e especialista na cobertura do Vaticano, publicou um livro que contextualiza – pelo olhar dos Jovens do Sínodo de 2018 –, um dos principais problemas da atualidade: a falta de comprometimento para com o próximo. O livro Selflessness in the Age of Selfies – “O altruísmo na era dos selfies” (em tradução livre para o português) –, é resultado da pesquisa realizada por Domingues para sua tese de doutorado na Universidade Gregoriana de Roma. Atualmente, além do trabalho como correspondente para jornais brasileiros, o jovem é vice-diretor do The Lay Centre, uma comunidade que recebe leigos que moram na capital italiana por motivos de estudo.

Para divulgar a publicação, Filipe esteve na Rádio Vaticano-Vatican News e concedeu entrevista ao padre Bruno Franguelli. De acordo com Domingues, o livro surgiu a partir de um questionamento pessoal sobre os estudos que tratam do egoísmo presente na sociedade e como as respostas dos jovens no Sínodo poderiam elucidar alguns temas significativos. Além disso, sua tese de doutorado também analisou as possibilidades e atitudes que ajudaria a acabar com esse problema crônico. “Como a gente pode esvaziar esse egoísmo, esse egocentrismo que a gente vê nas redes sociais?”, afirma o jornalista.

Filipe participou das consultas e acompanhou de perto a rotina do Sínodo, que ocorreu entre os dias 3 e 28 de outubro de 2018. “Nesse livro, eu usei muitas coisas que os jovens falaram no sínodo”, diz Domingues. O jornalista acredita que se os jovens não tivessem sido ouvidos nesse processo, muitas questões importantes não teriam chegado para reflexão da Igreja Católica e comunidade, entre elas, os modelos de relacionamento interpessoal, a sexualidade, a educação, a família, as maneiras de utilizar o tempo, dentre outras.

Consumismo

“A cultura do descarte é basicamente um outro nome para aquilo que a gente chama de consumismo”, afirma Domingues. Atualmente – diz ele –, quase todas as relações e práticas sociais estão baseadas no consumo, principalmente por conta da lógica do mercado, que ele mesmo define como “o ambiente onde a gente consome, um ambiente de encontro e de troca”.   

Porém, segundo Domingues, o problema é quando a lógica do mercado passa a dominar outras partes da vida pessoal. Como exemplo, ele cita os relacionamentos: “quando eu vou escolher as minhas relações com base nas vantagens e desvantagens, pensando na oferta e demanda, isso é um problema”, diz. O jornalista lembra também que os produtos e objetos são feitas para estragar logo porque o mundo capitalista depende do consumo e do crescimento econômico. “Você precisa sempre produzir coisas novas, para que haja consumo, crescimento e gere emprego”, afirma.

“A cultura do descarte é uma cultura que a gente consome muito, consome rápido, a gente consome em uma lógica de mercado. A gente desperdiça coisas, desperdiça objetos mas também vidas e pessoas, que acabam ficando fora de qualquer dinâmica social”, resume o escritor.

Vatican News

Dignidade e acesso aos bens

Outro grande problema da sociedade é a concentração dos bens e riquezas – inclusive naturais – nas mãos de poucas pessoas, geralmente os mais ricos, afirma Filipe. “O princípio é que todos nós temos a mesma dignidade. Deus criou o mundo para todos. A criação é para todos. Então, se a gente instrumentaliza isso e só quem tem dinheiro e recursos tem acesso à terra e a água, isso é um problema. Precisamos criar mecanismos de distribuição e de acesso aos bens” afirma Domingues. 

Para além do desperdício de materiais e produtos que o consumismo pode gerar, também existe uma outra dimensão, que é a humana. “Se a gente consome muito, consome rápido e troca as coisas muito rápido, o resultado é um grande desperdício. Esse desperdício na nossa cultura é material. Mas tem também uma dimensão humana, que o Papa Francisco nos lembra sempre. Ela fala que existe uma parte da sociedade hoje que está marginalizada, fora da dinâmica e de tudo que acontece. Essa parcela é esquecida como se não existisse. É aquilo que chamam de globalização da indiferença”, lembra Filipe.

Fé como objeto de consumo

Além dos relacionamentos e da questão econômica e financeira, Domingues diz que a fé também se transformou em um componente dessa engrenagem. “A gente vive em uma sociedade em que também a manifestação da fé virou objeto de consumo. Buscamos o ambiente ou a igreja no contexto que nos agrada mais, que é mais conveniente, que tenha um custo-benefício mais adequado”.

O jornalista explica que muitas pessoas acabam participando dessa dinâmica de consumo da religião ou da própria fé porque é aquela que mais agrada, que faz bem para elas mesmas. “Não estou disposto a fazer nenhum sacrifício, a fazer nada diferente da rotina. O consumo, também na dimensão da fé, trabalha no conforto e no prazer”, afirma.

Mídia tradicional e redes sociais

No livro Filipe lembra que, ao contrário da grande parte da mídia tradicional, as redes sociais não nascem dentro de uma lógica de mercado, pensando em dinheiro ou no lucro. “Elas nascem de uma proposta de democratização, de abertura a todos, de acesso. Nascem com o objetivo de que vamos nos unir e todo mundo vai poder falar” completa ele.

Porém, Domingues recorda também que, aos poucos, a lógica do mercado começa a invadir também as redes sociais, a partir daquilo que chamamos de monetização, quando o Facebook se transforma em uma empresa que precisa dar lucro.

O escritor afirma que o mecanismo do “curtir”, virou uma maneira de saber o que o usuário gosto ou não, para depois oferecer algum anúncio ou enquadrar em alguma categoria, para posteriormente vender como um produto. “A monetização desvirtuou um pouco as redes sociais”, diz ele.

Filipe Domingues na conversa com padre Bruno Franguelli SJ

Redes Sociais no Sínodo dos Jovens em 2018

A tecnologia presente nas relações e a influência das redes digitais, foram temas recorrentes no Sínodo de 2018. Filipe explica que muitos dos pontos levantados no livro são contextualizados justamente com base nas falas dos jovens. E, o mais importante, destaca ele, é que “se a gente quer falar de redes sociais, de igreja e mundo digital, a gente tem que envolver os jovens nessa conversa”.

Analisando as respostas dos jovens nos questionários do Sínodo apresentadas, Domingues diz que eles confirmam toda essa questão da cultura do descarte nas redes sociais. Cada dia mais – completa o escritor – “os jovens sentem uma pressão de se mostrar bem, de aparecer bem para seu grupo restrito de ‘amigos’ na internet.

Para o jornalista, a possibilidade de bloquear, apagar, restringir, também vai fechando as pessoas naquilo que os estudiosos chamam de ‘bolha’. “Se eu só fico com as pessoas que eu gosto, com as pessoas que são iguais a mim e não com os outros, eu começo a me fechar em uma bolha. Assim, a minha visão de mundo vai ficando limitada”, afirma Filipe.

Mudanças nas relações

Outro ponto abordado por Filipe em seu livro, é a questão da mudança ocasionada pelas redes sociais e a internet nas interpessoais. O jornalista afirma que essa mudança não ocorre apenas na formação de “amigos pela rede digital”, mas também no próprio relacionamento familiar, entre pais e filhos, por exemplo.

“As relações vão mudando. A mídia, ao longo dos anos, foi substituindo papéis sociais que antes eram de instituições tradicionais, como igreja, família e escola. Hoje a mídia ocupa boa parte desses papéis. Entre eles o de educar, que é um papel tipicamente da família e da escola”, diz Filipe Domingues.

Para o escritor, atualmente “a televisão, Youtube e a Netflix, estão fazendo o papel de educar”. Além disso, esses meios de comunicação estão ensinando as questões “de valores, o que é conceito de família, o que é bom e o que é ruim, está sendo ensinado pela mídia”, conclui ele.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Francisco de Sales

S. Francisco de Sales | arquisp
24 de janeiro

São Francisco de Sales

Francisco de Sales, primogênito dos treze filhos dos Barões de Boisy, nasceu no castelo de Sales, na Sabóia, em 21 de agosto de 1567. A família devota de São Francisco de Assis, escolheu esse para ele, que posteriormente o assumiu como exemplo de vida. A mãe se ocupava pessoalmente da educação de seus filhos. Para cada um escolheu um preceptor. O de Francisco era o padre Deage, que o acompanhou até sua morte, inclusive em Paris, onde o jovem barão fez os estudos universitários no Colégio dos jesuítas.

Francisco estudou retórica, filosofia e teologia que lhe permitiu ser depois o grande teólogo, pregador, polemista e diretor espiritual que caracterizaram seu trabalho apostólico. Por ser o herdeiro direto do nome e da tradição de sua família, recebeu também lições de esgrima, dança e equitação, para complementar sua já apurada formação. Mas se sentia chamado para servir inteiramente a Deus, por isso fez voto de castidade e se colocou sob a proteção da Virgem Maria.

Aos 24 anos, Francisco, doutor em leis, voltou para junto da família, que já lhe havia escolhido uma jovem nobre e rica herdeira para noiva e conseguido um cargo de membro do Senado saboiano. Ao vê-lo recusar tudo, seu pai soube do seu desejo de ser sacerdote, através do tio, cônego da catedral de Genebra, com quem Francisco havia conversado antes. Nessa mesma ocasião faleceu o capelão da catedral de Chamberi, e, o cônego seu tio, imediatamente obteve do Papa a nomeação de seu sobrinho para esse posto.
Só então seu pai, o Barão de Boisy, consentiu que seu primogênito se dedicasse inteiramente ao serviço de Deus. Sem poder prever que ele estava destinado a ser elevado à honra dos altares; e, muito mais, como Doutor da Igreja!

Durante os cinco primeiros anos de sua ordenação, o então padre Francisco, se ocupou com a evangelização do Chablais, cidade situada às margens do lago de Genebra, convertendo, com o risco da própria vida, os calvinistas. Para isso, divulgava folhetos nos quais refutava suas heresias, mediante as verdades católicas. Conseguindo reconduzir ao seio da verdadeira Igreja milhares de almas que seguiam o herege Calvino. O nome do padre Francisco começava a emergir como grande confessor e diretor espiritual.

Em 1599, foi nomeado Bispo auxiliar de Genebra; e, três anos depois, assumiu a titularidade da diocese. Seu campo de ação aumentou muito. Assim, Dom Francisco de Sales fundou escolas, ensinou catecismo às crianças e adultos, dirigiu e conduziu à santidade grandes almas da nobreza, que desempenharam papel preponderante na reforma religiosa empreendida na época com madre Joana de Chantal, depois Santa, que se tornou sua co-fundadora da Ordem da Visitação, em 1610.

Todos queriam ouvir a palavra do Bispo, que era convidado a pregar em toda parte. Até a família real da Sabóia não resistia ao Bispo-Príncipe de Genebra, que era sempre convidado para pregar também na Corte.

Publicou o livro que se tornaria imortal: "Introdução à vida devota". Francisco de Sales também escreveu para suas filhas da Visitação, o célebre "Tratado do Amor de Deus", onde desenvolveu o lema : "a medida de amar a Deus é amá-lo sem medida". Os contemporâneos do Bispo-Príncipe de Genebra não tinham dúvidas a respeito de sua santidade, dentre eles Santa Joana de Chantal e São Vicente de Paulo, dos quais foi diretor espiritual.

Francisco de Sales faleceu no dia 28 de dezembro de 1622, em Lion, França. O culto ao Santo começou no próprio momento de sua morte. Ele é celebrado no dia 24 de janeiro porque neste dia, do ano de 1623, as suas relíquias mortais foram trasladadas para a sepultura definitiva em Anneci. Sua beatificação, em 1661, foi a primeira a ocorrer na basílica de São Pedro em Roma. Foi canonizado quatro anos depois. Pio IX declarou-o Doutor da Igreja e Pio XI proclamou-o o Padroeiro dos jornalistas e dos escritores católicos. Dom Bosco admirava tanto São Francisco de Sales que deu o nome de Congregação Salesiana à Obra que fundou para a educação dos jovens.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

domingo, 23 de janeiro de 2022

A Idade Moderna – De Erasmo a Nietzsche (Parte 3/6)

Presbíteros

A Idade Moderna
De Erasmo a Nietzsche
ESTUDOS DE IDEIAS POLÍTICAS
por Eric Voegelin

Tradução e abreviação de M. C. Henriques, Lisboa, Ática, 1996

§ 4. As 95 teses

Nesta análise, importa insistir em problemas específicos porquanto, além de impossível, pouco adiantaria ver uma por uma as circunstâncias da Reforma. Pode dizer-se que a espiritualidade das massas no final do séc. XV era superior à de épocas anteriores. Disso eram prova obras como a Imitação de Cristo e a Theologia Germanica do anônimo de Frankfurt publicada e prefaciada pelo próprio Lutero. Mas embora as Ordens mendicantes, em particular, tivessem elevado o nível espiritual das populações urbanas, a vaga de misticismo do séc. XIV-XV já não fora canalizada pela Igreja para formas institucionais: pelo contrário, dera origem aos movimentos sectários do “povo de Deus”. E não era preciso ser um destes “espírito livres” para desaprovar muitas das práticas da Igreja a exigir reforma imediata; bastava ter formação mística.

Entre os fatores que contribuíram para a explosão de 1517, as indulgências foram a centelha que a acendeu. A prática das indulgências era tradicional e significava a remissão dos castigos temporais impostos pela Igreja como sinal exterior da verdadeira contrição. Tais remissões de castigos, por vezes muito severos, eram praticadas desde o séc. VII. A comutação do castigo em penas pecuniárias era conforme às regras de remissão do Direito Romano. Ademais, costumava-se justificar o costume mediante a doutrina desenvolvida por Alexandre de Halles no séc. XIII, o Thesaurus Meritorum, ou seja, a acumulação num tesouro da Igreja das expiações supérfluas dos Santos. Numa palavra, a prática das indulgências era uma legítima concessão da Igreja ao ambiente cultural da sociedade, em ordem ao progresso da Cristianização. O abuso inicia-se com a incompreensão popular das indulgências como remissão da culpa e não exclusivamente como remissão do castigo temporal, em particular com a compreensão das indulgências plenárias como remissão da culpa futura. Em termos populares, as indulgências eram um bilhete para o céu sendo certo que, para recolher benefícios, a Igreja não contrariava convenientemente esta explicação.

No início do séc. XVI, o sistema envolvia vastas somas de dinheiro e de interesses financeiros internacionais, agravados pelas circunstâncias de 1517. Para Roma, a venda tornara-se uma fonte de rendimentos regulares e extraordinários. Em 1510, Júlio II lançara a Indulgência do Jubileu, sobretudo para custear a nova basílica de São Pedro. A venda fora iniciada em Magdeburgo em 1515. O responsável eclesiástico local era Alberto de Branderburgo, arcebispo de Magdeburgo, Maiença e Halberstadt. 50% do produto da venda eram para os cofres dos Fuegger que tinham adiantado a Alberto a soma necessária para a compra quer dos bispados quer da dispensa pontifícia que lhe permitia a acumulação de cargos. Aliás, os agentes dos Függer acompanhavam in loco o comissário das vendas, o dominicano Tetzel. E é nesta rede de alta finança que rebenta a afixação das 95 teses Acerca do Poder e Eficácia das Indulgências. As teses são um debate académico em latim, semelhante a tantas outras disputationes universitárias da época. Mas insistiam que as indulgências não compram o castigo divino; não abarcam os mortos do Purgatório; e não são justificadas pelo thesaurus meritorum pois só o Espírito divino pode perdoar.

A explosão espalha-se a ritmo veloz. Em duas semanas surge a tradução alemã das teses na Imprensa da Universidade de Wittenberg Um mês depois Lutero é, para surpresa sua, uma figura europeia. A venda de indulgências decai. O arcebispo de Magdeburgo queixa-se a Roma. A Cúria ordena ao importuno monge agostinho que se cale. Tetzel, o comissário das indulgências, publica contra-teses. Eck ataca Lutero; este dá a réplica. O Inquisidor Mazzolini escreve Acerca do Poder Pontifício. No capítulo de 1518 em Heidelberg, os Agostinhos discutem a questão e o monge de Wittenbegr responde-lhes por escrito: é instado a ir a Roma. Desce à liça o Eleitor da Saxónia que considera haver uma afronta a um professor da sua Universidade, além de que a Casa de Brandenburgo ocupara bispados tradicionalmente atribuídos a membros da Casa da Saxónia e que ele nem sequer autorizara a venda de indulgências nos seus domínios. O Papa Leão X revoga a convocação de Lutero a Roma pois não convinha ter o Eleitor da Saxónia por inimigo na eleição, já muito próxima, do Imperador da Alemanha; determina que o monge compareça perante o Cardeal Cajetanus na Dieta de Augsburgo. A entrevista com o legado do papa corre mal e Lutero escreve que o tentaram silenciar. Pouco depois, o camerlengo papal Von Miltitz obtém de Lutero a promessa de silêncio desde que o não atacassem. Mas Eck volta de novo à carga, agora com a questão da Igreja Grega, provocando a já referida disputa de Leipzig em 1519. A guerra de panfletos e sermões continua com escritos de ambas as partes. Surge a bula papal Exurge Domine queimada por Lutero em Dezembro de 1520. Em três anos, o episódio desenvolvera-se numa revolução nacional-cristã da Alemanha contra Roma tornando quase impossível qualquer compromisso. O ritmo vertiginoso dos acontecimentos impediu a ponderação necessária para resolver questões doutrinárias, feriu todos os sentimentos possíveis e imagináveis e preparou o cisma.

BIBLIOGRAFIA:

Joseph Denifle, Luther und seine Entwicklung, 2 vols., 1904-6

Jacques Maritain, Trois Réformateurs, 1923

Fonte: https://www.presbiteros.org.br/

DOMINGO DA PALAVRA DE DEUS

CNBB
23 de janeiro

DOMINGO DA PALAVRA DE DEUS: SANTA SÉ AUTORIZOU QUE CELEBRAÇÃO NO BRASIL OCORRA EM SETEMBRO

A Igreja, em âmbito universal, celebra no domingo, 23 de janeiro, o Domingo da Palavra de Deus, conforme estabelecido pelo Papa Francisco com o Motu Proprio “Aperuit illis”. No documento, o pontífice definiu que o 3º Domingo do Tempo Comum deve ser dedicado à celebração, reflexão e divulgação da Palavra de Deus.  

Já aqui no Brasil, há o incentivo que a data seja lembrada, como forma de conservar a unidade com a Igreja que, em todo o mundo, vai se dedicar ao pedido do Papa Francisco. Mas a ênfase nas celebrações deve permanecer em setembro, uma vez que há no país uma tradição cinquentenária de celebrar o Mês da Bíblia, por ocasião do dia de São Jerônimo, em 30/9. 

É importante lembrar, inclusive, que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por intermédio da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, fornece subsídios e indicações para intensificar a celebração do Mês da Bíblia em setembro. 

Consulta à Santa Sé

A autorização para tal organização foi concedida pela Santa Sé, mediante um pedido específico. Após consulta do episcopado brasileiro, foi autorizado manter a tradição de celebrar o Dia da Bíblia no último domingo do mês de setembro, que há 50 anos é, no Brasil, dedicado à Palavra de Deus.  

Durante a 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o episcopado aprovou o envio de um pedido à Santa Sé para que o Domingo da Palavra de Deus fosse celebrado aqui no Brasil no último domingo de setembro, próximo à festa do santo que traduziu os textos sagrados para o latim. 

Fomos autorizados a manter a celebração do Domingo da Bíblia no último domingo de setembro, conforme o nosso costume precedente”, explica a assessora da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, Mariana Aparecida Venâncio.  

“Por esse motivo, ainda que recordemos a Palavra de Deus no 3º Domingo do Tempo Comum, como maneira de reafirmar nossa comunhão com o Papa Francisco e com a Igreja do mundo inteiro, a ênfase nas celebrações e os subsídios oferecidos permanecem em setembro, que já é, tradicionalmente, o Mês da Bíblia, celebrado com grande entusiasmo no Brasil há mais de 50 anos”, salienta Mariana.  

A manutenção dessa tradição nacional, sublinha a assessora, deve-se ao fato de que “o empenho das nossas comunidades para com o mês de setembro realiza o desejo expresso pelo Papa Francisco na Aperuit illis, de que o Domingo da Palavra de Deus promova ‘a celebração, reflexão e divulgação da Palavra de Deus’ (AI 3)”. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Legalização do aborto nos EUA completa hoje 49 anos, baseada em uma farsa

JEFFREY BRUNO | JEFFREY BRUNO

Norma McCorvey, a mulher cujo caso levou à legalização do aborto, se converteu à Igreja Católica anos depois e se tornou pró-vida.

A legalização do aborto nos EUA completa 49 anos neste dia 22 de janeiro, data em que, no ano de 1973, a Suprema Corte daquele país emitiu a sentença do caso Roe versus Wade.

Trata-se de um processo apresentado em 1970 por Norma McCorvey, cujo pseudônimo era Jane Roe. Ela alegava ter ficado grávida em decorrência de um estupro coletivo. Suas advogadas Sarah Weddington e Linda Coffee, na época recém-formadas pela Escola de Direito da Universidade do Texas, convenceram a jovem de que a sua melhor alternativa seria o aborto, mas o procedimento não era permitido por lei. Ela então entrou na justiça para obter a autorização. Durante o julgamento do processo, porém, a bebê de Norma nasceu e foi entregue para adoção.

A sentença foi dada em 22 de janeiro de 1973, quando a Suprema Corte decidiu pela aprovação do aborto. Desde então, só nos Estados Unidos, estima-se que quase 65 milhões de seres humanos tenham sido legalmente exterminados no útero materno em seus estágios iniciais de desenvolvimento. Segundo o site Worldometers, 22% de todas as gravidezes nos EUA terminam em aborto provocado, desconsiderando-se os abortos espontâneos.

A farsa que levou à legalização

O caso que abriu as portas para o aborto, no entanto, era uma farsa.

Em 1987, Norma McCorvey admitiu que tinha contado uma grande mentira no tribunal: ela não havia sido estuprada por bandidos. O pai da sua bebê, segundo ela própria, era um homem que ela conhecia – e amava.

Depois de confessar a farsa, Norma se converteu ao catolicismo e se dedicou à causa pró-vida, defendendo os direitos inalienáveis dos nascituros. Ela faleceu em 18 de fevereiro de 2017.

advogada Sarah Weddington, uma das duas que induziram Norma a forjar um estupro e a mentir para a Suprema Corte a fim de obter o “direito” ao aborto, morreu em 26 de dezembro de 2021, aos 76 anos.

O pe. Frank Pavone, da organização pró-vida Priests for Life, declarou que Sarah Weddington “será sempre uma lembrança do maior erro já cometido pelo Supremo Tribunal” dos Estados Unidos. Ele acrescentou que a advogada “não foi uma heroína para as mulheres nem para a liberdade, porque elas sofreram grandes danos com o aborto legal”. O sacerdote fez votos de que a morte de Sarah Weddington “seja uma lembrança de que a sentença Roe versus Wade é uma decisão cujo tempo já passou e que também deve ser deixada de lado”.

De fato, os Estados Unidos estão finalmente passando por um momento de revisão da sentença que decretou a inexistente “liberdade” de exterminar bebês em gestação:

Legalização do aborto nos EUA completa 49 anos hoje

A Igreja Católica nos Estados Unidos promove anualmente, em 22 de janeiro, a Marcha pela Vida, uma grande manifestação em que pessoas de todo o país, independentemente de religião ou de identificação partidária, apoiam publicamente os direitos do nascituro e a reversão da sentença de 1973.

Em 2021, devido à pandemia de covid-19, a Marcha pela Vida foi realizada virtualmente. Em 2022, a Marcha foi antecipada em um dia, realizando-se em 21 de janeiro. Antes mesmo de acontecer, o evento já foi notícia porque um restaurante de Washington, cujos administradores são declaradamente defensores do aborto, se recusou a atender um grupo pró-vida e cancelou as suas reservas para um café-da-manhã. É a “democracia” dos que dizem defender a “liberdade de escolha” – desde que seja a escolha deles.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Marcha pela vida congrega milhares de pessoas, nos Estados Unidos

Guadium Press
Milhares de participantes se congregaram para apoiar o direito a vida e se opor ao aborto. A Marcha pela Vida acontece em um contexto judicial favorável que visa restringir o aborto nos Estados Unidos.

Redação (22/01/2022 12:30, Gaudium Press): Milhares de americanos engajados na luta pela vida participaram da 49ª edição da Marcha pela Vida (March for Life), na última sexta-feira, 21 de janeiro.

A Marcha acontece em um contexto favorável em torno do debate que visa revogar o decreto “Roe vs. Wade”, o qual permite o aborto no país.

Jeanne Mancini, presidente e organizadora da Marcha pela Vida disse que os participantes “esperam e rezam para que o ano de 2022 traga uma mudança histórica para a vida”.

O Padre Mike Schmitz, conhecido pelo podcast americano “Bible in a Year“, também participou da Marcha pela vida e se expressou em entrevista à EWTN dizendo que “Há uma razão para estarmos aqui. E as razões têm princípios. A Igreja apresentou ao mundo há 2.000 anos esta verdade de que todo ser humano importa, que toda vida importa… Cada pessoa aqui importa”.

A passeata que começou na Esplanada Nacional (Mall) terminou diante da Suprema Corte.

Guadium Press

O aborto nos Estados Unidos

Em 22 de janeiro de 1973, a Corte Suprema Americana aprovou por 7 votos contra 2 o decreto conhecido como Roe vs Wade permitindo o acesso ao aborto até, aproximadamente, a 24 semana de gestação.

O decreto Roe vs Wade é superior às leis locais de cada Estado, o que garante o acesso ao aborto em todo território americano independentemente das leis estaduais

Uma importante iniciativa “pró-vida” que “põe certo freio na extensão da prática do aborto na rede pública hospitalar”, afirma professor especialista em Bioética.
Guadium Press

Novo debate sobre a proibição do aborto

Recentemente a Suprema Corte Americana, de maioria conservadora, visa revogar o decreto abortista. O fato ocorre após a decisão dos juízes em acolher a análise de uma lei de Mississipi que proíbe o aborto a partir da 15 semana de gestação.

O Estado do Texas também aprovou em setembor passado uma lei proibindo o aborto a partir do momento em que se detecte batimentos cardíacos no feto, o que costuma acontecer por volta da 6 semana ou antes mesmo que a mulher tome conhecimento da gravidez.

Com a revogação e anulação da lei Roe vs Wate, cada estado americano seria livre para legislar o acesso ao aborto. Quase metade dos estados já têm leis restritivas ao aborto.

A decisão da Suprema Corte só será conhecida em junho de 2022, mas seis dos nove juízes são favoráveis à revogação. (FM)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

III Domingo do Tempo Comum - Ano C

Dom Paulo Cezar | arqbrasilia

Palavra do Pastor

Dom Paulo Cezar Costa

Arcebispo Metropolitano de Brasília

III Domingo do Tempo Comum

Jesus e a Escritura de Israel

https://youtu.be/p4JZYuw25JI

A palavra de Deus, deste terceiro Domingo do Tempo Comum, coloca diante de nós, a centralidade da Palavra de Deus. Na primeira leitura, a Lei é lida diante do povo e este renova a sua aliança com Deus (Ne 8, 2-4. 5-6. 8-10). No Evangelho, tem- se a introdução do Evangelho de São Lucas (Lc 1, 1-4), onde o evangelista mostra que o Evangelho nasce da pesquisa, da averiguação dos fatos. A idéia de iniciar a sua obra com um prólogo é sugestiva. O autor quer colocar o seu escrito no mesmo nível dos outros escritos literários da época e mostrar que o seu conteúdo não é reservado a um pequeno grupo de iniciados, mas possui um valor universal: a história de Jesus pertence à história do mundo e tem algo a dizer aos homens do mundo greco–romano (G. Rossé, Il vangelo di Luca, 33).  O Evangelho nasce de fatos históricos, da verdade sobre Jesus Cristo.

Na segunda parte, tem-se Jesus na sinagoga de Nazaré (Lc 4, 14-21). Nazaré é sua terra natal, lugar onde todos o conhecem, o viram crescer, tem relação com a sua família. A sinagoga é o lugar da leitura da Palavra de Deus. Os Judeus se reuniam na sinagoga todos os sábados para ouvirem a leitura da Palavra. A sinagoga era casa da Palavra. Em tantos outros momentos encontramos Jesus na sinagoga. O texto salienta: “segundo o seu costume”. Em Nazaré, Jesus desde a sua Juventude tinha freqüentado regularmente o serviço litúrgico sinagogal todos os sábados e dias festivos. Jesus tinha uma grande familiaridade com as Escrituras do seu Povo. Jesus conhece as Escrituras, as cita, as manda colocar em prática. “Segundo o seu costume” coloca em luz a fidelidade de Jesus a religião do seu povo, nos mostra que a fé cristã não nasceu de um aventureiro, mas de um representante do autêntico Israel, no qual o fruto chegou à maturidade.

Esta familiaridade de Jesus com as Escrituras de Israel, deve inspirar o nosso caminho de discípulos missionários hoje. É fundamental este contato diário com a Palavra de Deus. A Constituição sobre a Revelação do Vat. II, Dei Verbum, n. 25 nos alerta: “… é necessário que nos consagremos ao ministério da Palavra, nos apegarmos às Escrituras por meio de assídua leitura sacra e diligente estudo, para que não venha a ser “vão pregador da Palavra de Deus externamente quem não a escuta interiormente”. A Escritura é Deus presente que me interpela. Escutando a sua Palavra “é como se víssemos a sua própria boca” (São Gregório Magno). “A Escritura é a mesa de Cristo… a qual nos alimentamos, compreendemos aquilo que devemos amar, desejar e em que ter os olhos fixos” (Alcuino). Não existe verdadeiro discipulado de Jesus sem um verdadeiro e autêntico contato com a Palavra de Deus.

Na sinagoga de Nazaré, Jesus proclama o profeta Isaias: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com uma unção para anunciar a Boa Nova aos pobres; para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor”. Jesus é o grande Evangelizador, O Pai o Ungiu com o Espírito Santo e o enviou para Evangelizar, para proclamar a Boa Nova. Todos os membros da Igreja participam, a seu modo, na missão evangelizadora de Cristo. Daqui nasce a co-responsabilidade de cada batizado em assumir a ação Evangelizadora, o anúncio e o testemunho de Jesus Cristo.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Papa convoca um dia de oração pela paz na Ucrânia

Tensão na fronteira entre Rússia e Ucrânia | Vatican News

Francisco propôs que a próxima quarta-feira, 26 de janeiro, seja um dia de oração pela paz. “Faço um forte apelo a todas as pessoas de boa vontade, para que elevem orações a Deus onipotente, para que cada ação e iniciativa política esteja a serviço da fraternidade humana”, disse o Pontífice ao final da oração do Angelus deste domingo.

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

O Papa voltou a manifestar a sua preocupação com as tensões na Ucrânia, “que ameaçam infligir um novo golpe à paz” no país, colocando em discussão a segurança da Europa.

“Faço um forte apelo a todas as pessoas de boa vontade, para que elevem orações a Deus onipotente, para que cada ação e iniciativa política esteja a serviço da fraternidade humana”, disse Francisco, recordando que quem persegue os próprios fins em detrimento dos demais despreza a própria vocação de homem, "porque todos fomos criados irmãos".

Diante deste cenário preocupante, o Pontífice então propôs que a próxima quarta-feira, 26 de janeiro, seja um dia de oração pela paz.

Diplomacia ativada

As crescentes tensões na fronteira entre Rússia e Ucrânia preocupam não só o Papa, mas toda a comunidade internacional. A diplomacia está multiplicando as reuniões e videoconferências para evitar uma agressão militar russa, que no momento nega qualquer possibilidade de uma medida militar real.

No entanto, há mais de 120.000 soldados russos já posicionados na fronteira ucraniana e no território do Donbass, onde, como em Kiev, os exercícios estão na ordem do dia. Também prossegue o fluxo de munições e instrutores militares dos países da OTAN. Um primeiro carregamento de armas, cerca de 90 toneladas, já chegou sob as ordens do presidente estadunidense Joe Biden.

A partir de segunda-feira, os ministros das Relações Exteriores dos 27 países da UE se reunirão por videoconferência com o Secretário de Estado norte-americano Blinken, que está retornando das negociações com Moscou em Genebra. Possíveis sanções em caso de invasão estão sendo consideradas. Também estão previstas conversações bilaterais entre o Reino Unido e a Rússia.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santo Irineu é proclamado Doutor da Igreja

Santo Irineu de Lyon / Papa Francisco. Crédito: Daniel Ibáñez (ACI Prensa)

Vaticano, 21 jan. 22 / 11:20 am (ACI).- O papa Francisco proclamou santo Irineu de Lyon Doutor da Igreja universal, informou a sala de imprensa da Santa Sé nesta sexta-feira, 21 de janeiro.

“Santo Irineu de Lyon, vindo do Oriente, exerceu seu ministério episcopal no Ocidente: foi uma ponte espiritual e teológica entre os cristãos orientais e ocidentais”, afirma o decreto do papa.

O decreto diz que “seu nome, Irineu, expressa essa paz que vem do Senhor e que reconcilia, reintegrando na unidade”. Irineu vem de eirenaíos, que significa “pacífico” em grego. “Por estes motivos, depois de ter recebido o consentimento da Congregação para as Causas dos Santos, com minha Autoridade Apostólica, declaro-o Doutor da Igreja com o título de Doctor unitatis” (Doutor da unidade).

“Que a doutrina de tão grande mestre possa encorajar cada vez mais o caminho de todos os discípulos do Senhor rumo à plena comunhão”, conclui o decreto.

“Doutor da Igreja” é um título que a Igreja Católica, através do papa ou de um concílio ecumênico, concede oficialmente a alguns santos, reconhecendo-os como eminentes mestres da fé para os fiéis católicos de todos os tempos.

Santo Irineu é o segundo Doutor da Igreja proclamado por Francisco. O primeiro foi são Gregório de Narek, em 2015.

O papa anunciou sua intenção de proclamar santo Irineu de Lyon como doutor da Igreja em outubro; e ontem, através de um comunicado, concretizou a decisão que finalmente foi anunciada hoje.

O papa Francisco recebeu a proposta da Congregação para as Causas dos Santos durante a audiência concedida ontem ao prefeito, cardeal Marcello Semeraro

Santo Irineu nasceu no ano 125 na Ásia Menor, provavelmente em Esmirna, atual Turquia.

De sólida formação acadêmica e religiosa, tinha amplo conhecimento das Sagradas Escrituras, literatura e filosofia, esteve em estreito contato com os discípulos dos apóstolos, como são Policarpo.

Como bispo de Lyon na Gália, atual França, destacou-se por combater heresias com argumentos que apresentou em cinco livros nos quais refutava as diferentes seitas, colocando-as diante da doutrina correta emanada dos ensinamentos dos Apóstolos e das Sagradas Escrituras. 

Ele conseguiu refutar o gnosticismo, uma corrente herética que representava a principal ameaça à fé e à Igreja da época, que considerava que a salvação pode ser alcançada pelo conhecimento.

A Enciclopédia Católica explica que “Irineu escreveu em grego muitas obras que lhe garantiram um lugar excepcional na literatura cristã, porque apresentam, sobre assuntos religiosos controversos de vital importância, o testemunho de um contemporâneo da era heroica da Igreja, que escutou são Policarpo, o discípulo de são João, e que de certa forma, pertenceu à era apostólica”.

"Nenhum desses escritos chegou até nós no texto original, embora muitos grandes fragmentos deles existam como citações em escritores posteriores", acrescenta.

Segundo a tradição, santo Irineu foi martirizado, mas os detalhes de sua morte são desconhecidos. Os restos mortais de santo Irineu foram sepultados em uma cripta, sob o altar da então chamada Igreja de São João, mas que depois passou a se chamar Igreja de Santo Irineu. Este túmulo ou santuário foi destruído pelos calvinistas em 1562 e os últimos vestígios de suas relíquias desapareceram.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Santo João Esmoler

S, João Esmoler | arquisp
23 de janeiro

Santo João Esmoler

Este santo dava tanta importância à esmola, que não só dela vivia como com ela provia uma grande quantidade de famílias, e até cidades inteiras. Assim foi o apostolado do bispo João, chamado de "Esmoler".

O século sete é tido, para a Humanidade, como uma época de opulência para os poderosos e de miséria para o povo, mas o bispo João nunca deixou de atender a quem quer que o tenha procurado. Os registros e a tradição mostram que a Providência Divina sempre vinha à sua ajuda e, de uma forma ou de outra, os mantimentos de que precisava acabavam chegando às suas mãos. Certamente Deus queria fazer dele um exemplo.

João pertencia a uma família cristã e nasceu no ano 556, na Ilha de Chipre, numa cidade chamada Amatunte, onde seu pai além de muito rico era o governador. João sentia-se chamado para a vida religiosa desde pequeno, alimentando esse desejo até a idade adulta. Como os pais o impediram de se tornar um sacerdote, com a humildade que lhe era peculiar, João obedeceu às suas ordens e se casou. Mas seu caminho já estava traçado por Deus. Pouco tempo depois do casamento a esposa faleceu. Embora, o sofrimento fosse muito grande com a perda, ele decidiu seguir seu chamado e se tornou um sacerdote.

Seu trabalho junto aos pobres deu tantos frutos que foi eleito bispo de Alexandria e, nesta posição de destaque, pôde fazer mais ainda pelos necessitados. Prontamente mandou cadastrar todos os pobres da cidade, onde se catalogaram mais de sete mil e quinhentos. Às quartas e sextas-feiras eram recebidos e auxiliados em tudo que estivesse ao seu alcance. Quando a população católica da Pérsia se viu perseguida por causa de sua fé, foi no Egito do bispo João Esmoler, que encontrou alimento e abrigo.

Na época em que Jerusalém foi arrasada pelos pagãos, também foi o bispo João quem para lá mandou comida e até recursos para a reconstrução das igrejas. Entretanto, consigo mesmo era o desapego em pessoa. Tinha uma única coberta, velha e maltrapilha. Quando um amigo de posses lhe deu um cobertor novinho e felpudo, jogando a velha coberta fora, João dormiu apenas uma noite com ele, em sinal de agradecimento, e no dia seguinte o colocou à venda. Sabedor do gesto do bispo, o doador comprou o cobertor e lhe deu de presente outra vez. Como seu admirador, lhe propôs um jogo: quantas vezes ele o colocasse à venda, tantas vezes o compraria para lhe dar de presente novamente. Assim, o lucro para os pobres foi grande.

Já sexagenário, em 619, decidiu viajar para Constantinopla aceitando o convite do imperador, que desejava vê-lo. Porém, ao chegar à cidade de Rhodes, recebeu uma mensagem profética, de que a sua morte estava bem próxima. João Esmoler chamou o discípulo que o acompanhava, disse-lhe que ia cancelar a visita ao imperador, "pois o Rei dos reis também o chamava" e Ele tinha prioridade. Assim, foi para sua Ilha de Chipre onde morreu serenamente no dia 23 de janeiro desse mesmo ano.

Em 1974, o cardeal de Veneza, Albino Luciani, que depois se tornaria o Papa João Paulo I, teve a honra de hospedar na Igreja Matriz de Casarano as relíquias do corpo de Santo João Esmoler e seu chapéu de bispo, este que continua guardado nessa igreja e localidade. Desse modo percebemos que o seu culto se mantém cada vez mais forte e vigoroso.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF