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sábado, 30 de outubro de 2021

UNICEF aos Membros do G20: Desigualdade no acesso às vacinas trava o mundo inteiro

Doses de Vacina COVAX contra Covid-19 dos EUA chegam
à Guiné-Bissau

Membros do G20 receberam 15 vezes mais doses per capita da vacina contra Covid-19 do que os Países da África Subsaariana e, por ocasião do encontro, em Roma, nos próximos dias 30 e 31 de outubro, dos seus líderes, 48 Embaixadores e apoiantes do UNICEF pedem aos Países ricos que entreguem as doses das vacinas até finais de dezembro.

Cidade do Vaticano

Segundo uma nova análise do UNICEF, os países do G20 receberam 15 vezes mais doses da vacina Covid-19 per capita do que os países da África Subsaariana. A pesquisa, realizada pela empresa de análises científicas Airfinity, revela a gravidade da desigualdade no acesso às vacinas entre os Países de alta renda e os de baixa renda, sobretudo em África.

As doses per capita distribuídas aos países do G20 são 15 vezes maiores do que as doses per capita entregues aos países da África Subsaariana; 15 vezes mais numerosas do que as doses per capita recebidas pelos países de baixa renda; e 3 vezes mais numerosas do que as doses per capita recebidas por todos os outros países considerados em conjunto.

“A desigualdade no acesso às vacinas não está apenas a travar os países mais pobres, mas está a travar o mundo inteiro”, disse Henrietta Fore, Diretora Geral do UNICEF. "Enquanto os líderes se encontram para definir as prioridades da próxima fase da resposta ao Covid-19, é fundamental recordar que, na corrida pela vacina contra o Covid, ou vencemos juntos ou perdemos juntos."

Os Países ricos com mais quantidades de doses do que precisam comprometeram-se generosamente a doar estas doses aos países de baixa e média renda através da COVAX, mas as doses prometidas estão sendo transferidas demasiado lentamente. Dos 1,3 bilhões de doses adicionais que os países ricos se comprometeram a doar, foram fornecidos à COVAX apenas 194 milhões.

Os países africanos, em particular, foram amplamente deixados sem acesso às vacinas contra o Covid-19. Menos de 5% da população africana está totalmente vacinada, deixando muitos países em alto risco de novas epidemias.

Enquanto os líderes se preparam para se encontrar durante o G20 em Roma nesta semana, 48 embaixadores e apoiantes do UNICEF em África subscreveram uma carta aberta, na qual pedem aos líderes para que honrem as suas promessas de distribuir urgentemente as doses das vacinas, sublinhando que "o que está em jogo não poderia ser maior". Os signatários da carta, entre os quais Angelique Kidjo, Arlo Parks, Davido, Tendai Mtawarira, Femi Kuti, Tony Elumelu, Ramla Ali, Winnie Byanyima e outros, pedem aos líderes para doarem as vacinas até dezembro, juntamente com os recursos necessários para transformar as vacinas em vacinações.

“Cada dia que passa a África permanece desprotegida, acumula-se a pressão sobre os já frágeis sistemas de saúde, onde pode haver apenas uma parteira para centenas de mães e crianças”, lê-se na carta. “Enquanto a pandemia provoca um aumento da má nutrição infantil, os recursos são desviados dos serviços de saúde salva-vidas e das vacinações infantis. As crianças que já são órfãs correm o risco de perder os avós. O desastre está se aproximando das famílias na África Subsaariana, 4 em cada 5 das quais dependem do sector informal para a sua alimentação diária. A pobreza ameaça o retorno das crianças à escola, à proteção contra a violência e aumenta o risco de matrimónios precoces."

Segundo a OMS, estima-se que, a nível global, esteja entre 80 mil e 180 mil o número de agentes da saúde que morreram de Covid-19 entre janeiro de 2020 e março de 2021. Menos de 1 em cada 10 agentes da saúde em África foi totalmente vacinado e mais de 128 mil foram infectados pelo vírus. A agência também descobriu que apenas 1 em cada 7 infecções são rastreadas em África devido a testes limitados, o que significa que o número real é provavelmente muito maior.

"Salvar vidas em África significa começar salvando as vidas daqueles que salvam vidas", disse Fore. “Demasiadas comunidades no continente africano já estavam a lutar com sistemas de saúde problemáticos. Não podem enfrentar mais um ano desta crise global suportando assim tantas mortes evitáveis ​​e doenças prolongadas."

Fonte: Vatican News(https://www.vaticannews.va/)

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF