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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Sonho profético de são João Bosco celebrado em Brasília completa 142 anos

Santuário dom Bosco, em Brasília | Monasa Narjara | ACI Digitak.

Por Monasa Narjara*

30 de ago. de 2025

O “sonho-visão” ou sonho profético do fundador dos salesianos, são João Bosco, com uma "terra prometida" localizada entre os “paralelos 15 e 20” do globo terrestre fez 142 anos em 30 de agosto. A visão de dom Bosco aconteceu em 1883, dá exatamente a latitude em que está localizada Brasília, que só foi inaugurada em 21 de abril de 1960 durante o governo do então presidente Juscelino Kubitschek. 

A profecia de dom Bosco, co-padroeiro de Brasília, diz que “entre o grau 15 e o 20, havia uma enseada bastante extensa, que partia do ponto onde se formava um lago” e “uma voz repetidamente” disse a ele: “Quando se vierem cavar as minas escondidas em meio a estes montes, aparecerá aqui a terra prometida, que jorra leite e mel. Será uma riqueza inconcebível".

Segundo o escrito dos salesianos, “toda profecia” de dom Bosco “é, por si só, obscura em seu enunciado, usando em sua expressão termos genéricos e linguagem imaginosa, figurativa”, mas, “mesmo sob este ponto de vista, é admirável notar como dom Bosco situou nitidamente no tempo e no espaço o objetivo de sua previsão”.

Sonho profético de dom Bosco

A profecia de são João Bosco foi relatada por ele durante uma “reunião da Assembleia Geral da Congregação Salesiana, no dia 4 de setembro” do mesmo ano, enquanto o padre salesiano, Lemoyne “recolhia as memórias do santo”, transcrevendo o relato e “submetendo-o à correção de dom Bosco. “Este o examinou com atenção, acrescentando e modificando”, narra as Memórias biográficas de são João Bosco, publicada em 1935.

Dom Bosco contou que "na noite que precedia a festa de santa Rosa de Lima, 30 de agosto”, teve “um sonho”:  “Percebi que estava dormindo e parecia-me, ao mesmo tempo, correr a toda velocidade, a ponto de me sentir cansado de correr, de falar, de escrever e de esforçar-me no desempenho das ocupações costumeiras. Enquanto hesitava se tratava de sonho ou de realidade, pareceu-me entrar em um salão, onde se achavam muitas pessoas, falando de assuntos vários".

“...Nesse interim, aproximou-se de mim um jovem de seus dezesseis anos, amável e de beleza sobre-humana, todo radiante de viva luz, mais clara que a do sol...".

Segundo os salesianos, este jovem que “se apresenta como amigo seu e dos salesianos” acompanhou dom Bosco “durante toda a misteriosa viagem” e “vem, em nome de Deus, dar-lhe um pouco de trabalho”.

São João Bosco relata que este jovem pede que ele “sente-se” a uma mesa que está no meio de um salão, “sobre a qual estava enrolada uma corda” e pede que ele “puxe” esta “corda”. O santo conta que viu “que essa corda estava marcada com linhas e números, como se fosse uma fita métrica” e percebe, “mais tarde, que aquele salão estava situado na América do Sul, exatamente por sobre a linha do Equador, correspondendo os números impressos na corda aos graus geográficos de latitude...".

"Observo que então via tudo de conjunto, como que em miniatura. Depois, como direi, vi tudo em sua real grandeza e extensão. Foram os graus marcados na corda correspondendo exatamente aos graus geográficos de latitude, que me permitiram gravar na memória os sucessivos pontos que visitei, viajando na segunda parte do sonho. Meu jovem amigo continuava: “Pois bem, estas montanhas são como balizas: são um limite. Entre elas e o mar está a messe oferecida aos Salesianos. São milhares, são milhões de habitantes que esperam o seu auxílio: aguardam a fé”, disse dom Bosco destacando que “aquelas montanhas eram as Cordilheiras da América do Sul e aquele mar o Oceano Atlântico...".

Ao escutar a moção do jovem, dom Bosco disse que ia pensando: “Mas para se conseguir isto, vai ser preciso muito tempo” e exclamou em voz alta: “Não sei mais o que responder”. Mas o jovem, lendo seus pensamentos disse: “Isto acontecerá antes que passe a segunda geração”.

“E qual será a segunda geração?”, perguntou o santo. “A presente não se conta. Será uma outra, depois outra”, respondeu o jovem. “E quantos anos compreende cada geração dessas?”, indagou o salesiano. “60 anos”, disse o moço. “E depois?”, perguntou novamente dom Bosco. “Quer ver o que sucederá depois? Venha cá”, falou o jovem.

“E sem saber como, encontrei-me numa estação de estrada de ferro. Havia muita gente. Embarcamos. Perguntei onde estávamos. Respondeu o moço: “Note bem! Observe! Viajaremos ao longo da cordilheira. O senhor tem estrada franqueada também para leste, até o mar. É outro dom do Senhor". Assim dizendo, tirou do bolso um mapa, que mostrava assinalada a diocese de Cartagena (Colômbia). Era o ponto de partida”, relatou o santo dizendo que, “enquanto olhava o mapa, a máquina apitou e o trem se pôs em movimento” e ao longo da viagem aprendeu “coisas belíssimas e inteiramente novas sobre astronomia, náutica, meteorologia, sobre a fauna, a flora e a topografia daqueles lugares, que ele me explicava com maravilhosa precisão...”

Ele também contou que ao olhar “através das janelas do vagão”, via “variadas e estupendas regiões”, com “bosques, montanhas, planícies, rios tão grandes e majestosos que não era capaz de os acreditar assim tão caudalosos, longe que estavam da foz...”. “Meus olhos tinham uma potência visual maravilhosa, não encontrando obstáculos que os detivessem de estender-se por aquelas regiões. Enxergava nas vísceras das montanhas e no subsolo das planícies. Tinha debaixo dos olhos as riquezas incomparáveis daqueles países, riquezas que um dia serão descobertas. Via numerosos filões de metais preciosos, minas inexauríveis de carvão, depósitos de petróleo tão abundantes como nunca se encontraram até então em outros lugares, pontuou o santo.

Mas segundo dom Bosco, isso “não era tudo”, “entre o grau 15 e o 20, havia uma enseada bastante extensa, que partia do ponto onde se formava um lago. Disse então uma voz repetidamente: Quando se vierem cavar as minas escondidas em meio a estes montes, aparecerá aqui a terra prometida, que jorra leite e mel. Será uma riqueza inconcebível".

E continuando sua viagem, ao longo da cordilheira, ele também passou pelas “margens do Uruguai". Segundo o santo, já no fim da viagem, “o jovem guia tirou do bolso uma carta geográfica de incrível beleza” e perguntou a ele se queria “ver a viagem” que ele tinha feitos, “as regiões percorridas?”. E ao dizer que sim, o moço “desdobrou então o mapa, em que se desenhava com admirável exatidão toda a América do Sul”.

“Ademais, já estava representando tudo o que existia, que existe, e haverá de existir naquelas regiões, sem confusão de espécie alguma, pelo contrário, com tal nitidez que, de um só relance, se abrangia tudo. Compreendi tudo no instante, mas, pela multiplicidade das circunstâncias, durou pouco tal clareza, cedendo lugar à completa confusão que ora me ocupa a mente. Enquanto observava aquele mapa, esperando que o rapazinho acrescentasse ainda alguma explicação, agitado que estava-pela surpresa de tudo quanto vira, pareceu-me que soassem as Ave-Marias, ao alvorecer. Despertando, percebi que eram os sinos da paróquia de são Benigno. O sonho durara a noite inteira", finalizou a profecia.

“Embora o objeto” da visão de dom Bosco “não seja exclusivamente nem mesmo explicitamente Brasília, podemos afirmar que dom Bosco viu, em 1883, o que hoje, em parte, é realidade”, diz o escrito enfatizando que isso “reforça” a narração do santo: "Quando vierem explorar as riquezas escondidas neste planalto, surgirá aqui a terra prometida, onde jorrará leite e mel. Será uma riqueza inconcebível". “Ora, a maior repercussão não obteve nenhuma outra descoberta, em outros pontos da referida faixa continental”, frisou os salesianos.

*Monasa Narjara é jornalista da ACI Digital desde 2022 e foi jornalista na Arquidiocese de Brasília entre 2014 a 2015.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/64319/sonho-profetico-de-sao-joao-bosco-celebrado-em-brasilia-completa-142-anos

A esperança na voz de São Paulo Apóstolo

Praça São Pedro - Estátua de São Paulo (Vatican News)

O tema do Jubileu, "A esperança não decepciona", também serve como um chamado para um mundo em busca de paz e renovação. É um convite para que as pessoas se voltem para Deus, encontrem a esperança em sua fé e a compartilhem com o mundo, promovendo fraternidade, solidariedade e um mundo melhor."

Jackson Erpen* - Cidade do Vaticano

Na teologia paulina, a esperança ocupa um lugar central como virtude que sustenta o cristão no caminho da fé. Para São Paulo, não se trata de mero otimismo humano, mas da certeza enraizada na promessa de Deus e na ressurreição de Cristo. Ela projeta o crente para o futuro definitivo, mas atua também no presente, dando forças para enfrentar tribulações. Assim, a esperança é dom do Espírito que alimenta a perseverança e mantém a confiança de que “a glória futura” supera os sofrimentos do agora.

Além disso, Paulo apresenta a esperança como parte inseparável da tríade fé–esperança–caridade. Ela não isola o indivíduo, mas o integra na comunidade, pois é no corpo de Cristo que essa expectativa encontra seu sentido. O apóstolo recorda que a esperança “não decepciona”, porque se apoia no amor de Deus derramado nos corações. 

Depois de "A esperança na boca dos Salmistas" e  "A esperança na boca dos Profetas", Pe. Gerson Schmidt* nos propõe hoje "A esperança na voz de São Paulo Apóstolo":

"Para São Paulo, não crer na ressurreição dos mortos é estar “sem esperança” (1Tess 4,13; 1Cor 15,19; Ef 2,12). Ele mesmo diz que se não cremos na Ressurreição, é vã a nossa fé. O apóstolo dos gentios diz assim: “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança” (1Tess 4,13). E continua a dizer aos que esperam somente nessa vida terrena: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem” (1Cor 15,19). Diz mais: “Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos aos convênios da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo. Mas agora em Cristo Jesus, vós, que dantes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto”. Paulo alerta para uma realidade nova, a partir da fé em Cristo, para viver uma esperança nova. Com Cristo, há uma nova criatura que não vive mais sem esperança e sem Deus no mundo. Para São Paulo, um batizado já está ressuscitado. Vemos isso na Carta ao Romanos, quando o apóstolo diz: “Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com Ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos mais ao pecado. Pois o morto foi justificado do pecado. Sabemos que Cristo, tendo ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte já não tem poder sobre ele” (Rm 6,1-7). O verdadeiro cristão já possui nesse mundo o penhor da Vida Eterna e a sua esperança pode assim superabundar. Na mesma carta do apóstolo aos Romanos (15,13) lemos assim: "Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz na fé que vocês têm, para que transbordem de esperança pelo poder do Espírito Santo". Este versículo expressa um desejo para os cristãos, pedindo que Deus, a fonte de esperança, os preencha com alegria e paz através da fé, resultando em uma abundância de esperança fortalecida pelo Espírito Santo. Esse cumprimento em Cristo da esperança de Israel, na espera da promessa de seu ungido e escolhido para salvação do Povo, é a revelação plena do motivo da esperança cristã.

Pode então o cristão esperar verdadeiramente tomar parte na herança prometida. Ele pode e deve como Abraão “esperar contra toda a esperança” em razão de sua fé nas promessas (Rm 4,18-25). E da sua confiança na fidelidade de Deus que garantirá a fidelidade do homem desde o seu chamamento e vocação até à Glória (Rm 8,28-30). Por isso, as esperança mais legítimas humanas, em São Paulo, perdem seu valor, diante da realidade nova de Cristo. "Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi todas as coisas e as considero como refugo, como lixo, para que possa ganhar a Cristo". Esse trecho da Carta aos Filipenses (3,8), Paulo declara que considera tudo como perda em comparação com o "supremo valor" de conhecer Jesus Cristo. Ele afirma que considera suas conquistas anteriores e posses como "lixo" para poder ganhar a Cristo e ser encontrado nele. A esperança de São Paulo é estar com Cristo, na expectativa de receber o prêmio, pois guardou a fé (Fp 3,14). A tradução bíblica, direta do grego, na Carta a Timóteo afirma assim: “Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda” (2Tm 4,8).

Não poderíamos de falar, sobre a esperança na voz de São Paulo com o lema do Jubileu da Esperança 2025. A frase "a esperança não decepciona" é uma citação bíblica, encontrada em Romanos 5,5, que se refere à esperança cristã, baseada no amor de Deus derramado nos corações pelo Espírito Santo. Ela expressa a ideia de que a esperança em Deus não nos frustrará, mesmo diante de dificuldades e incertezas. O tema do Jubileu de 2025, proclamado pelo Papa Francisco, é "Peregrinos de esperança" e enfatiza a importância da esperança como dom e mensagem central para o tempo presente.

A esperança, nesse contexto, não é apenas um sentimento otimista, mas uma atitude de confiança e expectativa no bem, fundada em Deus. Ela nos fortalece nas tribulações, nos encoraja a perseverar e nos leva a buscar um futuro melhor, mesmo em meio a desafios. A esperança cristã não é uma ilusão, mas uma certeza baseada na promessa e fidelidade de Deus.

O tema do Jubileu, "A esperança não decepciona", também serve como um chamado para um mundo em busca de paz e renovação. É um convite para que as pessoas se voltem para Deus, encontrem a esperança em sua fé e a compartilhem com o mundo, promovendo fraternidade, solidariedade e um mundo melhor."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

domingo, 31 de agosto de 2025

Dom Paulo Cezar celebra evento católico em Brasília: "Precisamos de momentos de alegria"

Dom Paulo Cezar: "A gente sente que, no caminho da fé, nós não estamos sozinhos" - (crédito: João Pedro Carvalho/CB/D.A Press)

O arcebispo de Brasília e cardeal incitou à fé as mais de 70 mil pessoas presentes no evento "Desperta Brasil".

Por Raphael Pati*

postado em 31/08/2025

Para uma multidão de fiéis que praticamente lotou o Estádio Nacional Mané Garrincha, o cardeal e arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa incitou os jovens e adultos a permanecerem na fé e ser “peregrinos da esperança”, fazendo referência ao lema do ano jubilar celebrado pela Igreja Católica em 2025.

O arcebispo participou do evento Desperta Brasil, que conta com a presença de mais de 70 mil pessoas e reúne os principais nomes da música católica do Brasil, como Frei Gilson, Pe. Adriano Zandoná, Pe. Chrystian Shankar, Irmã Kelly Patrícia, entre outros. O evento começou às 15h deste sábado (30/8) e se encerra às 8h30 do dia seguinte (31/8), sendo 19 horas ininterruptas de shows, palestras e celebrações.

“Na vida humana, na vida espiritual, no nosso crescimento, não pode existir esse marasmo, não pode existir esse sono. É preciso despertar. A fé nos desperta no nosso barulho, no nosso sonho e deve nos fazer sonhar, sonhar grande, deve nos fazer ter sonhos segundo os horizontes de Deus. E quem sonha vive, quem não sonha perdeu um pouco a capacidade de viver”, disse o cardeal aos fiéis presentes.

Ao Correio, o cardeal manifestou estar contente com a participação dos fiéis brasilienses e reforçou a mensagem de buscar a Jesus Cristo como o sentido da vida. “No nosso caminho, precisamos de momentos de alegria, precisamos de momentos assim onde nós sentimos o outro a outra, onde nós sentimos que tanta gente está caminhando conosco. Então a gente sente que, no caminho da fé, nós não estamos sozinhos”, disse.

*Raphael Pati 

Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2025/08/7238310-dom-paulo-cezar-celebra-evento-catolico-em-brasilia-precisamos-de-momentos-de-alegria.html

Hoje é celebrada a Virgem das Lágrimas, que chora e intercede pelo mundo

Virgem das Lágrimas. | Crédito: ACI Digital.

Por Redação central*

31 de ago. de 2025

Hoje (31) é celebrada a Virgem das Lágrimas, uma devoção que surgiu em Siracusa, Itália, onde uma imagem do Imaculado Coração de Maria derramou lágrimas de "dor" e "esperança" pelo mundo, como disse são João Paulo II.

O fato ocorreu em 1953, na casa do humilde do casal Angelo Lannuso e Antonina Lucia Giusti, que tinham a imagem mariana, de gesso, que ficava pendurada na parede sobre a cama do casal e que derramou lágrimas durante quatro dias, entre 29 de agosto e 1º de setembro.

A imagem foi um presente de casamento e, quando chorou, a primeira pessoa que viu foi Antonina, que estava grávida do seu primeiro filho.

O casal vidente do milagre das lágrimas. Foto: Santuário della Madonna delle lacrime

Segundo Famiglia Cristiana, as autoridades eclesiásticas foram muito cautelosas com o que aconteceu. O pároco Giuseppe Bruno chegou à casa do casal acompanhado por vários especialistas, entre os quais o doutor Michele Cassola, abertamente ateu.

No local, os especialistas, que mais tarde participariam da comissão investigativa, também testemunharam as lágrimas da Virgem. Depois disso, a imagem não derramou mais lágrimas.

O líquido recolhido foi submetido a diversas análises que foram comparadas com lágrimas de um adulto e uma criança de dois anos e sete meses.

Cassola, que liderava a comissão, não tinha explicação científica para o que os estudos revelaram: efetivamente, o líquido derramado pela imagem mariana era correspondente às lágrimas humanas. O relatório foi divulgado em 9 de setembro de 1953.

Três meses depois, em 12 de dezembro de 1953, dia em que a Igreja celebra Nossa Senhora de Guadalupe, os bispos da região de Sicília declararam por unanimidade que a imagem da Mãe de Deus chorou.

Em 17 de outubro de 1954, o papa Pio XII se referiu a este evento prodigioso e, em uma mensagem de rádio ao congresso regional mariano de Sicília, disse: "Os homens compreenderão a linguagem misteriosas destas lágrimas? Oh, as lágrimas de Maria? No Gólgota foram lágrimas de dor por Jesus e tristeza pelo pecado do mundo. Ainda chora pelas novas chagas no Corpo Místico de Jesus?".

"Ou chora por tantos filhos nos quais o erro e a culpa extinguiram a vida da graça e ofendem gravemente a divina majestade? Ou são lágrimas de espera pela demora da volta dos outros filhos, que um dia foram fiéis e que agora são arrastados por falsas miragens entre as hostes dos inimigos de Deus? ".

O grande número de fiéis que iam venerar a imagem milagrosa fez com que construíssem um santuário em 1968, que depois foi renovado em 1994. A consagração foi realizada naquele ano por são João Paulo II, em 6 de novembro.

Durante a sua visita pastoral a Catania e a Siracusa, o papa peregrino disse que as lágrimas da Virgem "testemunham a presença da Mãe Igreja no mundo".

"São lágrimas de dor por aqueles que rechaçam o amor de Deus, pelas famílias separadas ou que têm dificuldades, pela juventude ameaçada pela civilização de consumo e muitas vezes desorientada, pela violência que ainda provoca tanto derramamento de sangue, e por todas as incompreensões e pelos ódios que abrem abismos profundos entre os homens e os povos", acrescentou.

Em 5 de maio, 2016, o papa Francisco fez a vigília de oração "para enxugar as lágrimas", por ocasião do Jubileu da Misericórdia, quando o relicário da Virgem das Lágrimas foi levado ao Vaticano.

Naquela ocasião, o papa disse que “junto de cada cruz, está sempre a Mãe de Jesus. Com o seu manto, Ela enxuga as nossas lágrimas. Com a sua mão, faz-nos levantar e acompanha-nos pelo caminho da esperança”.

Dois anos depois, em 25 de maio de 2018, Francisco celebrou novamente uma liturgia na presença do relicário com as lágrimas da Virgem.

Na capela da Casa Santa Marta, onde reside, o papa disse: “Trouxeram de Siracusa a relíquia das lágrimas de Nossa Senhora. Hoje estão aqui, e rezemos a Nossa Senhora para que nos dê e também à humanidade necessitada o dom das lágrimas, que nós possamos chorar: pelos nossos pecados e por tantas calamidades que provocam sofrimento ao povo de Deus e aos filhos de Deus”.

O Santuário Mariano de Siracusa recebe cerca de um milhão de pessoas que peregrinam até o local todos os anos.

*A Agência Católica de Informação - ACI Digital, faz parte das agências de notícias do Grupo ACI, um dos maiores geradores de conteúdo noticioso católico em cinco idiomas e que, desde junho de 2014, pertence à família EWTN Global Catholic Network, a maior rede de televisão católica do mundo, fundada em 1981 por Madre Angélica em Irondale, Alabama (EUA), e que atinge mais de 85 milhões de lares em 110 países e 16 territórios.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/53085/hoje-e-celebrada-a-virgem-das-lagrimas-que-chora-e-intercede-pelo-mundo

Deus está sempre pensando em você e amando você

Conde | Shutterstock

Gilberto Vanderlei - Philip Kosloski - publicado em 31/08/25

Às vezes, podemos cair na crença de que Deus não se importa conosco e está ausente em nossas vidas, quando, na verdade, Ele está sempre pensando em nós.

Durante nossas horas mais sombrias, é comum acharmos que Deus não nos ama ou que, de alguma forma, nos abandonou em nossa miséria.

É justamente nesses momentos que precisamos ser lembrados do amor constante de Deus por nós e de como Ele está sempre atento a cada um de nós.

Estamos em seus braços neste exato momento

São João Eudes, sacerdote do século XVII conhecido por promover a devoção ao Sagrado Coração, refletiu sobre essa realidade em um texto incluído no livro Meditações sobre diversos assuntos.

Ele se concentra, em particular, no fato de que Deus pensa em nós a cada instante de nossa vida:

“Desde o momento da minha criação até agora, Ele me carregou em seus braços, em seu seio e em seu Coração, com mais cuidado e amor do que uma mãe carrega seu filho, e não houve um único momento em que Ele não tenha pensado em mim, me amado e me preservado.”

A realidade é que, se Deus de alguma forma “se esquecesse” de nós, simplesmente deixaríamos de existir, como explica São João Eudes:

“[S]e Deus retirasse sua Onipotente Mão que me sustenta, e deixasse de me preservar por um único instante, eu naquele mesmo momento retornaria ao nada de onde Ele me tirou. Portanto, Ele me concede a cada instante sucessivo o mesmo ser que me deu no primeiro momento da minha vida, com o mesmo poder e bondade com que o conferiu então.”

O fato de que Deus continuamente nos sustenta e nos ama em nossa própria existência deve nos levar a agradecer a Ele e a dedicar nossas vidas a Ele:

“Pertencemos a Ele, portanto, por tantos laços quantos têm sido os momentos da nossa vida, e Lhe somos profundamente devedores por cada instante, assim como pelo primeiro.”

Deus pode parecer ausente de nossas vidas às vezes, mas é justamente nesses momentos que Ele está mais próximo de nós. Talvez não possamos ver fisicamente sua presença nem senti-la claramente, mas Ele está lá.

Nossa própria existência é prova de que Deus nos ama e vê grande valor em nossas vidas.

Esteja em paz, sabendo que Deus está com você neste exato momento, pensando em você e olhando para você. Cabe a nós pensar em Deus e deixar que Ele nos contemple com o amor de um Pai.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/08/31/deus-esta-sempre-pensando-em-voce-e-amando-voce/

Reflexão para o XXII Domingo do Tempo Comum (C)

Evangelho do domingo (Vatican News)

O Deus de Jesus Cristo é o Emanuel, Deus Conosco, que vem armar sua tenda em nosso meio, que vem participar de nossas alegrias e tristezas, que vem viver a nossa vida e nos quer ver alegres, felizes, em paz.

Vatican News

No Evangelho, Jesus está jantando na casa de pessoas importantes da sociedade judaica. Ele observou, não apenas neste jantar, mas em diversas refeições de que participou, especialmente em banquetes, que as pessoas faziam verdadeiras ginásticas para estarem em lugar de destaque, próximos do anfitrião ou do homenageado. Ele aproveitou o momento para fazer algumas observações que não são de etiqueta, mas de postura em relação ao Reino do Céu.

Ele inicia quebrando certa visão conservadora de Deus e de relacionamentos “queridos” por ele.

Para Jesus não existe um Deus distante das pessoas e nem a necessidade de render-lhe homenagem com mortificações, penitências e jejuns. O Deus de Jesus Cristo é o Emanuel, Deus Conosco, que vem armar sua tenda em nosso meio, que vem participar de nossas alegrias e tristezas, que vem viver a nossa vida e nos quer ver alegres, felizes, em paz.

Em seguida, o Senhor faz uma advertência sobre quem convidar para o festim.

Os convidados deverão ser os coxos, os aleijados, os excluídos, aqueles que jamais poderão retribuir o convite. Dentro da tradição, os convidados seriam irmãos, parentes, amigos e vizinhos. Jesus, rejeitou esse costume e deu novas orientações, como vimos.

Jesus dá o alerta em relação aos marginalizados, aos esquecidos. É com eles, com os que estão presentes apenas para servir, que o Senhor se identificou. Do mesmo modo Maria, nas Bodas de Caná, se identificou com os servidores, por isso ela percebeu a falta de vinho. Se estivesse sentada à mesa, não perceberia, mas como certamente estava ajudando a servir, apesar de convidada, percebeu.

Neste momento poderemos nos perguntar de que lado nos posicionamos? Qual é nosso lugar social no mundo em que habitamos? Lugar social não tanto de nascimento, mas de opção. Colocamo-nos ao lado dos ricos, dos incluídos ou nos identificamos com os despossuídos?

Depois o Senhor entra na questão do acolhimento. Banquete, almoço, jantar ou uma simples refeição, supõe acolhida. Acolhemos apenas os sadios, os perfeitos, os íntegros, os santos, ou temos espaço para os doentes, para os que levam vida irregular e estão fora do politicamente e eticamente aceito?

Acolher os cegos, coxos e aleijados, significava na sociedade judaica acolher os pecadores, já que o defeito físico, a doença e a miséria eram vistos como consequências de pecados.

Jesus não está se referindo a uma refeição concreta, mas a uma postura de vida que aceita os puros, perfeitos, santos aos olhos dos valores éticos de nossa sociedade e rejeita aqueles que deveriam estar cobertos de vergonha pela vida que levam ou que levaram, pelas suas opções erradas, pela demonstração pública de que rejeitaram as inspirações para o bom caminho. Podemos pensar nos alcoólatras, drogados, viciados em jogos de azar, prostitutas e outros praticantes de atitudes que desabonam mocinhas e mocinhos virtuosos.

Concluindo nossa reflexão, peçamos ao Senhor a graça de mudarmos nosso lugar social e de nos identificarmos com aqueles que ele, sua e nossa bendita Mãe, se identificaram, ou seja, com os pobres, com os marginalizados.

Que a celebração eucarística, que nossa presença na igreja durante a missa, seja sinal do que acontece em nosso interior, e sintamo-nos irmanados com aquele que estiver ao nosso lado, seja conhecido ou não, bem apresentável ou não.

Não importa tanto se em nossa vida é frequente esse tipo de refeição, mas é fundamental que isso faça parte de nosso coração, de nosso querer, de nossa identificação, de nosso lugar de fé.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

NOVOS SANTOS: O espanto com a passagem de Deus (Parte 2/2)

A cerimônia de beatificação de Dom Luís Orione em 26 de outubro de 1980 | 30Giorni

Arquivo 30Dias nº  08/09 - 2003

O espanto com a passagem de Deus

O postulador da causa de Dom Orione conta a história do milagre que abriu caminho para a canonização do fundador da Pequena Obra da Divina Providência.

por Giovanni Cubeddu

Mas o senhor acreditou imediatamente nessa história?
PELOSO: Durante a investigação diocesana, como postulador, coletei meticulosamente todos os depoimentos, relatórios médicos e registros médicos. E uma convicção razoável cresceu em mim de que aquela primeira história de sua filha Gabriella sobre a intercessão de Dom Orione poderia ter algum fundamento. Os documentos foram então encaminhados, como de costume, à Congregação para as Causas dos Santos. Uma consulta médica inicial solicitou documentos adicionais, e a atenção e a discussão dos médicos se concentraram posteriormente no exame de sangue. Finalmente, em 16 de janeiro deste ano, a consulta médica declarou, por unanimidade, que Penacca de fato sofria de carcinoma, cuja regressão era impensável. Os únicos medicamentos que Penacca havia tomado nesse ínterim foram medicamentos para o coração e um inalador para asma, de modo que a comissão pôde declarar, por unanimidade, que a regressão da doença "não é clinicamente explicável".

Com base nisso, a consulta teológica analisou a sequência cronológica entre o diagnóstico da doença, a oração de intercessão e a cura; avaliou o julgamento científico de "inexplicável"; verificou se a invocação estava realmente ligada ao evento inexplicável e a quem ela havia sido efetivamente dirigida. O conselho de teólogos também votou por unanimidade para acreditar que se tratava de um milagre. A sessão ordinária de cardeais e bispos, em 3 de junho, após reexaminar tudo, quando questionada sobre se um milagre havia ocorrido por intercessão de Dom Orione, respondeu " afirmativamente ", unanimemente afirmativamente.

Oficialmente, é um caso estabelecido. Mas, especificamente, o que sua primeira testemunha lhe disse?
PELOSO: Sua filha, Gabriella, contou-me sobre seu desespero ao perceber que seu pai ia morrer e sobre descobrir naqueles momentos o que significava a presença de um pai. Ela não era uma criança; quando isso aconteceu, tinha mais de cinquenta anos. Pediu a Deus que lhe mostrasse Sua paternidade e deixasse seu pai idoso viver. Pediu a Dom Orione uma graça: "O senhor sempre esteve em casa e já salvou papai durante a guerra; obtenha-nos esta graça." E entregou-se a ele de todo o coração. Disse-me que havia experimentado uma sensação de paz: "Eu cuidarei do papai." E então, depois dessa entrega na capela de São Rafael — quanto tempo poderia ter durado? Vinte minutos, meia hora? —, ela subiu para a enfermaria — era véspera de Ano Novo — e, de acordo com as enfermeiras, colocou uma máscara, circulando pelos leitos para dar a todos os votos de felicidades, doces e espumante, tão liberta e feliz se sentia.

Por que recorrer a Dom Orione?
PELOSO: Nas regiões de Alexandria e Pavia, Dom Orione é uma figura querida ao coração do povo. Penacca o conhecia e se lembrava de quando, na década de 1930, Dom Orione visitou sua cidade para a célebre coleta de potes de cobre usados, que seriam derretidos para a construção da estátua da Madonna della Guardia, que agora brilha, com 14 metros de altura, na torre do santuário.

O episódio que marcou sua devoção a Dom Orione estava ligado à Segunda Guerra Mundial, em 1940. Penacca nasceu em 1912 e, como todos os conscritos de seu ano, estava prestes a partir. Sentia-se perdido, pois sofria de uma situação familiar muito precária, com uma esposa doente, dois pais idosos e três filhos para sustentar, além dos quatro de um irmão que morreu jovem. Então, se ele partisse, o que aconteceria com sua família? Dom Orione havia morrido em 12 de março daquele ano, e Penacca imediatamente pensou em recorrer a ele em busca de misericórdia. E foi rezar onde estava enterrado, no santuário da Madonna della Guardia em Tortona. O fato é que, sem que Penacca jamais tivesse pedido, o comandante militar local o separou de todos os seus companheiros, colocando-o no comando da defesa antiaérea de Tortona, para que ele nunca mais partisse! Seus outros conterrâneos foram todos enviados para a frente russa, e ninguém de Tortona retornou. Depois de algum tempo, os artilheiros antiaéreos perceberam que Pierino sabia tocar o instrumento de sopro e o colocaram como corneteiro.

"No fim, não disparei um único tiro", lembrou ele, e, quando necessário, tinha liberdade para circular pela cidade e cuidar das necessidades da família. Penacca considerou tudo isso uma bênção e, a partir de então, passou a carregar uma foto de Dom Orione na carteira. Quando a família o repreendia por fumar demais, preocupada com sua saúde, ele os deixava conversar um pouco, mas então, com bom humor, pegava a carteira e exibia a foto de Dom Orione, como se dissesse: "Parem com isso, eu o peguei!" Pierino fez o mesmo em 1990, quando não se sentia bem: "Mas depois melhorei." Até sua última hospitalização e morte em fevereiro de 2001 — por causas completamente alheias ao câncer — Penacca nunca mais passou um dia no hospital.

Sua esposa também conhecera Dom Orione. Ela era originária dos "cascinotti" de Tortona e trabalhava como operária. Dom Orione costumava visitar as fábricas durante as férias, e foi assim que ela o conheceu e, mais tarde, contou aos filhos sobre ele.

Ela mencionou as orações dos deficientes anteriormente.
PELOSO: Até as crianças infelizes do Piccolo Cottolengo de Seregno, as "boas crianças", rezavam a Dom Orione. Pierino há muito tempo trazia frutas precoces, caixas de frutas e outras caridades para aquela casa. Havia um laço fraternal especial com um dos assistentes do instituto, Ennio, um homem de grande fé e generosidade. Sendo um amigo de confiança e frequentador assíduo dos Penaccas, Ennio foi o primeiro a saber do sangramento que Pierino vinha escondendo há algum tempo; ele imediatamente percebeu a gravidade do sintoma e o forçou a revelá-lo para tratamento. Quando recebeu a primeira confirmação médica do tumor, ele não hesitou em pedir ajuda a Dom Orione por meio da invocação das "boas crianças": "Tínhamos algumas relíquias de Dom Orione com as quais rezávamos. Também rezamos muito com as crianças deficientes do Piccolo Cottolengo. E então tive uma certeza: não se preocupe, tudo ficará bem." Eram deficientes mentais, em sua maioria adultos, mas não incapazes de fé e de compreender certas coisas.

Qual é a experiência de um postulador?
PELOSO: Estudei extensivamente a vida de Dom Orione, escrevi sobre ela, compartilhei-a porque é um benefício para todos... e me senti surpreso e grato por ter a sorte de contribuir para esse reconhecimento do milagre. Eu tinha uma paixão alegre por tudo isso e também um certo medo de não fazer o suficiente para revelar uma maravilha que, após investigações iniciais, entendi ser um milagre. Resolvi minhas últimas dúvidas sobre a autenticidade do milagre durante a investigação diocesana. No início, eu era o mais crítico. Não queria causar uma má impressão ou desperdiçar o tempo e o dinheiro da minha congregação. Passado esse momento, segui em frente.

Agora, se eu olhar para trás, para todas as investigações, os documentos, todas as explicações detalhadas, vejo com mais clareza aquele momento em que a ciência parou — os médicos disseram à família de Penacca: "Levem-no para casa, não vale a pena tentar nem tratar" — e, no entanto, a vida de Pierino Penacca recomeçou. Naquele momento — estou convencido disso depois de tantas evidências objetivas — Deus interveio, cuja benevolência foi movida, neste caso claramente, por Dom Orione. Dizer isso parece incrível. Mas nunca esquecerei.

Testemunhar, experimentar a presença de Deus na vida é sempre fonte de grande admiração e até desperta um sentimento de indignidade, mas então temos que dizer: "É verdade, é absolutamente verdade", mesmo correndo o risco de parecer ingênuos. Nossa mente inconscientemente se rebela e se recusa a admitir que o que sempre aconteceu não está acontecendo; que não há explicações naturais para um evento que contradiz as leis da natureza.
A Igreja continua a exigir que, em alguns casos, os milagres sejam estudados e reconhecidos. Esta é uma prática que alguns questionam hoje. Mesmo quando me esforcei para continuar a investigação do milagre — teria preferido não fazê-lo, visto que ainda considerava Dom Orione um santo —, estava convencido de que valia a pena, para atingir o objetivo de apresentar um sinal de Deus que emerge além da natureza. Isso fortalece a fé.

A Igreja acolhe e preserva cuidadosamente cada sinal de Deus. Neste caso, considera o milagre uma confirmação de Deus do julgamento humano a respeito da santidade de Dom Orione. Devemos oferecer a nossa fé a Deus igualmente, olhando para Jesus Cristo, morto e ressuscitado. No entanto, de vez em quando, ter alguns sinais como estes ajuda-nos a superar a nossa fraqueza.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Papa: a humildade é a forma plena da liberdade, vem à tona quando aprendemos a servir

Angelus, 31/08/2025 - Papa Leão XIV (Vatican News)

A humildade é a liberdade de si mesmo. Quem se exalta parece não ter encontrado nada mais interessante do que a si mesmo. Mas quem compreendeu ser tão precioso aos olhos de Deus, tem coisas maiores pelas quais se exaltar e tem uma dignidade que brilha por si mesma. Ela vem à tona, está em primeiro lugar, sem esforço e sem estratégias, quando, em vez de nos servirmos das situações, aprendemos a servir: disse o Papa no Angelus deste domingo, XXII do Tempo Comum.

Raimundo de Lima – Vatican News

A humildade é a forma plena da liberdade. Ela é a liberdade de sim mesmo. Foi o que disse o Pontífice no Angelus deste domingo, 31 de agosto, o XXII Domingo do Tempo Comum. Na alocução que precedeu a oração mariana, Leão XIV ateve-se página do Evangelho do dia (Lc 14,1.7-14) em que Jesus é convidado para almoçar por um dos chefes dos fariseus. Inicialmente, o Santo Padre observou que estar à mesa juntos, especialmente nos dias de descanso e de festa, é um sinal de paz e comunhão, em todas as culturas, e que receber convidados amplia o espaço do coração, e ser convidado requer a humildade de entrar no mundo do outro. “Uma cultura do encontro se alimenta desses gestos que aproximam”, acrescentou, frisando que “encontrar-se nem sempre é fácil”.

Jesus se aproxima realmente, não permanece alheio

O Evangelista nota que os comensais “ficavam observando” Jesus, e geralmente Ele era visto com certa desconfiança pelos intérpretes mais rigorosos da tradição. Apesar disso, o encontro acontece, porque Jesus se aproxima realmente, não permanece alheio à situação. Ele se torna verdadeiramente hóspede, com respeito e autenticidade. Ele renuncia às boas maneiras que são apenas formalidades para evitar o envolvimento mútuo.

Assim, em seu estilo próprio, continuou o Santo Padre, com uma parábola, descreve o que vê e convida quem o observa a pensar. Ele percebeu que há uma corrida para ocupar os primeiros lugares. Isso acontece também hoje, não na família, mas nas ocasiões em que é importante “ser notado”; então, estar juntos se transforma em uma competição.

Somos chamados à liberdade

Irmãs e irmãos, sentar-nos juntos à mesa eucarística, no dia do Senhor, significa também para nós deixar a palavra a Jesus. Ele torna-se voluntariamente nosso hóspede e pode descrever-nos como Ele nos vê. É muito importante ver-nos com o seu olhar: repensar como muitas vezes reduzimos a vida a uma competição, como nos descompostamos para obter algum reconhecimento, como nos comparamos inutilmente uns aos outros. Parar para refletir, deixar-nos abalar por uma Palavra que questiona as prioridades que ocupam o nosso coração: é uma experiência de liberdade. Jesus chama-nos à liberdade.

No Evangelho, reiterou o Pontífice, Ele usa a palavra “humildade” para descrever a forma plena da liberdade. A humildade, de fato, é a liberdade de si mesmo. Ela nasce quando o Reino de Deus e sua justiça realmente despertam nosso interesse e podemos nos permitir olhar para longe: não para a ponta dos nossos pés, mas para longe!

A Igreja seja aquela casa onde todos são sempre bem-vindos

Quem se exalta, em geral, parece não ter encontrado nada mais interessante do que a si mesmo e, no fundo, é muito inseguro. Mas quem compreendeu ser tão precioso aos olhos de Deus, quem sente profundamente ser filho ou filha de Deus, tem coisas maiores pelas quais se exaltar e tem uma dignidade que brilha por si mesma. Ela vem à tona, está em primeiro lugar, sem esforço e sem estratégias, quando, em vez de nos servirmos das situações, aprendemos a servir.

Pedimos hoje, concluiu Leão XIV, que a Igreja seja para todos um ginásio de humildade, ou seja, aquela casa onde todos são sempre bem-vindos, onde não é preciso conquistar lugares, onde Jesus ainda pode tomar a palavra e nos educar em sua humildade, em sua liberdade. Maria, a quem agora rezamos, é verdadeiramente a Mãe desta casa.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sábado, 30 de agosto de 2025

3 santos que amavam a vida ao ar livre

Image by Daniel Esparza | Sora

Daniel R. Esparza - publicado em 29/08/25

Com o exemplo desses santos, considere sair de casa não apenas para lazer, mas para se renovar.

O clima agradável nos convida a sair — para parques ensolarados, trilhas secas nas montanhas, ventos quentes e noites tranquilas. Para aqueles que anseiam por descanso, clareza ou simplesmente um ritmo mais lento, a Igreja oferece mais do que regras e leituras: oferece inspiradores.

Estes três santos, cada um profundamente atraído para o ar livre — não para escapar, mas para encontrar — mostram-nos como o tempo ao ar livre pode se tornar tempo com Deus. Suas vidas, marcadas pela simplicidade e reverência pela criação, oferecem inspiração para moldar nosso próprio verão de maneiras pequenas, mas significativas.

São Francisco de Assis (Festa: 4 de outubro)

Francisco é frequentemente lembrado como o santo gentil que falava com os pássaros, mas seu amor pela criação não era sentimentalismo. Era teologia. Ele via cada criatura, cada árvore e pedra, como um reflexo do Criador. Seu Cântico das Criaturas louva o sol e a lua não como metáforas, mas como membros reais da família de Deus —Irmão Sol, Irmã Lua.

Ele vagou descalço pelo interior da Itália, abençoando campos, abraçando leprosos e pregando sob o céu. Francisco nos ensina a ver o mundo natural. Não como cenário, mas como texto sagrado— escrito por uma mão amorosa.

Experimente isto: Caminhe descalço na grama ou na areia. Reze o Salmo 104 lentamente. Permita-se observar a beleza sem se apressar diante dela.

São Carlos de Foucauld (Festa: 1º de dezembro)

Após anos de desilusão, Charles encontrou a fé — e então a seguiu no vasto silêncio do Saara. Ele viveu como eremita entre o povo tuaregue na Argélia, aprendendo sua língua, adotando sua cultura e preferindo a presença à pregação. O deserto, austero e impressionante, tornou-se o cenário para sua silenciosa imitação de Cristo.

A vida de Charles nos lembra que o tempo ao ar livre nem sempre significa retiro — pode significar hospitalidade radical, escuta e testemunho humilde. Ele via Deus não apenas na beleza da paisagem, mas também na dignidade de seus semelhantes.

Experimente isto: acorde cedo numa manhã e saia antes que o mundo acorde. Observe a luz mudar. Ofereça o seu dia a Deus em silêncio.

São Giles (Festa: 1º de setembro)

Pouco se sabe ao certo sobre Giles, mas ele é lembrado como um eremita do século VII que vivia nas florestas do sul da França. Ele escolheu a solidão entre animais e árvores, longe das cidades e da aclamação. Segundo a lenda, ele sobreviveu com ervas e leite de cabra, buscando não o isolamento, mas a intimidade — com Deus, com a natureza, com a tranquilidade.

Giles nos convida a redescobrir o sagrado na simplicidade. Sua vida fala aqueles que se sentem sobrecarregados, invisíveis ou superestimulados. Às vezes, a coisa mais sagrada que podemos fazer é nos afastar — não para sempre, mas apenas o tempo suficiente para ouvir.

Experimente isto: passe 10 minutos ao ar livre, sem celular. Sem música. Sem fotos. Apenas ouça. Que seja uma oração.

Esses santos não oferecem uma lista de verificação para uma vida santa. Eles oferecem uma atitude: de atenção, humildade e gratidão — não apenas em capelas, mas também em campos, desertos e à luz do amanhecer. Considere sair de casa, não apenas para lazer, mas para renovação.

Afinal, o mundo está cheio de sacramentos esperando para serem notados.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/08/29/3-santos-que-amavam-a-vida-ao-ar-livre/

EXPOSIÇÕES: São Camilo de Lellis, a encantadora instituição de caridade

São Camilo de Lellis ajudando as vítimas da peste, G. Guglielmi, 1746, Museus do Vaticano | 30Giorni

Arquivo 30Dias nº 10 - 2004

São Camilo de Lellis, a encantadora instituição de caridade

A exposição, dedicada ao mercenário de Abruzzo que converteu e revolucionou o sistema de saúde de sua época, inclui relíquias, cartas, livros e equipamentos médicos. Inclui também o crucifixo que lhe dizia: "Vá em frente, covarde, pois este trabalho é meu, não seu..."

por Piergiorgio Greco

A maca fala abruzês, assim como a campainha para chamar a enfermeira, assim como a famosa técnica de trocar lençóis sem tirar o paciente da cama. E o "folheto" que as próprias enfermeiras devem preencher ao final de seus plantões fala abruzês, assim como a divisão do trabalho em turnos, mas também as regras de ventilação e iluminação nas enfermarias, assim como a "cômoda", a cadeira que serve de banheiro. Em uma palavra: a enfermagem moderna fala abruzês porque o inventor de tudo isso, São Camilo de Lellis, fala abruzês, ou melhor, falava abruzês.

O tempestuoso mercenário, nascido em Bucchianico (Chieti) em 25 de maio de 1550, amante do jogo e de uma vida dissoluta, após sua conversão revolucionou a própria compreensão da saúde com seu brilhantismo, sua concretude, sua paixão, mas também, se não acima de tudo, reintroduzindo no ambiente hospitalar uma experiência que o Renascimento Humanista — estamos entre o final do século XVI e o início do século XVII — havia obliterado ruinosamente: a caridade para com os sofredores. E assim, quase ouvimos o tom distintamente abruzês desse padre gigante ao admoestar energicamente — enfatizando, nós, trabalhadores do terceiro milênio, como diríamos — seus enfermeiros empenhados em cuidar dos doentes, dos pestilentos, dos desamparados: "Mais coração! Mais alma em suas mãos!"

Este é justamente o título da grande exposição que acontece em Bucchianico de 10 de julho a 20 de novembro, como parte do evento "Camillo de Lellis. A Caridade Encantadora", organizado pelo Centro Cultural Jacques Maritain de Chieti e pelos Ministros dos Enfermos, mais conhecidos como Camilianos, a ordem religiosa fundada por São Camilo, agora presente em todo o mundo. A exposição, concebida no porão do santuário na Piazza Roma pelos arquitetos Angelo Molfetta, diretor artístico do evento, e Marco Cimini, apresenta trinta e três painéis e uma série de documentos e objetos relacionados ao santo — cartas, livros, equipamentos médicos, roupas e até mesmo o crucifixo que lhe disse: "Vá em frente, covarde, pois esta obra é minha, não sua..." A exposição é dividida em cinco seções educacionais, culminando na peça central de toda a exposição: o coração de São Camilo, que veio especialmente do Generalato em Roma, gentilmente cedido pelo superior da Ordem, Padre Frank Monks, que explica: "Quando vieram me pedir esta importante relíquia, os amigos dos Maritain ficaram tão entusiasmados que não consegui dizer não!"
"Observando mais atentamente", explica o professor Maurizio Roccioletti, presidente do Centro Maritain, "o coração não é apenas o fim, mas também o início da exposição. De fato, não se compreenderia Camilo de Lellis completamente se não se considerasse o que é o 'coração' do homem — isto é, a sede de verdade e felicidade que mobiliza a todos, como retratado no primeiro painel. A grandeza do padroeiro dos doentes reside no fato de ter dito sim, com energia e sem concessões, àquele que lhe preenchia completamente o coração: Jesus, que conheceu aos 25 anos na estrada que o levava de San Giovanni Rotondo a Manfredonia, na Puglia. Era 2 de fevereiro de 1575: a partir de então, Camilo entregou-se de corpo e alma aos seus 'senhores e mestres', os doentes e os sofredores. Por isso", acrescenta, "a redescoberta deste grande santo dirige-se principalmente ao mundo da saúde, que hoje, mais do que nunca, se interessa por mudanças que muitas vezes deixam de lado a dignidade da pessoa que sofre".

Uma imagem da exposição | 30Giorni

O evento, que conta com o alto patrocínio da Presidência da República, marca o quatrocentos anos da presença dos Ministros dos Enfermos em Bucchianico: como atesta a carta exposta na primeira vitrine, em 14 de novembro de 1604, Camilo concordou com a abertura de uma fundação em sua cidade natal.

Além da exposição, os organizadores planejaram uma série de eventos culturais centrados na figura do "gigante da caridade": concertos de música renascentista, leituras antológicas, conferências científicas e concursos para escolas (a programação completa está disponível no site www.sancamillo2004.it ). Mas, sem dúvida, como demonstram os pelo menos dois mil visitantes que afluíram a Bucchianico nos últimos meses, a exposição continua sendo o "coração" de tudo (visitas guiadas podem ser reservadas até 20 de novembro pelo telefone +39 333 9309558).

"As mensagens de Monsenhor Giussani", diz Roccioletti, "assim como as do Cardeal Sodano e do Ministro da Saúde Sirchia, são o reconhecimento de um trabalho realizado com paixão e coragem. Temos certeza", conclui, "de que o encontro com Camillo é um encontro com um homem verdadeiro, ainda possível hoje para aqueles que buscam verdadeira e honestamente a verdade e a felicidade."

Fonte: https://www.30giorni.it/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF