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segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Sonho profético de são João Bosco celebrado em Brasília completa 142 anos

Santuário dom Bosco, em Brasília | Monasa Narjara | ACI Digitak.

Por Monasa Narjara*

30 de ago. de 2025

O “sonho-visão” ou sonho profético do fundador dos salesianos, são João Bosco, com uma "terra prometida" localizada entre os “paralelos 15 e 20” do globo terrestre fez 142 anos em 30 de agosto. A visão de dom Bosco aconteceu em 1883, dá exatamente a latitude em que está localizada Brasília, que só foi inaugurada em 21 de abril de 1960 durante o governo do então presidente Juscelino Kubitschek. 

A profecia de dom Bosco, co-padroeiro de Brasília, diz que “entre o grau 15 e o 20, havia uma enseada bastante extensa, que partia do ponto onde se formava um lago” e “uma voz repetidamente” disse a ele: “Quando se vierem cavar as minas escondidas em meio a estes montes, aparecerá aqui a terra prometida, que jorra leite e mel. Será uma riqueza inconcebível".

Segundo o escrito dos salesianos, “toda profecia” de dom Bosco “é, por si só, obscura em seu enunciado, usando em sua expressão termos genéricos e linguagem imaginosa, figurativa”, mas, “mesmo sob este ponto de vista, é admirável notar como dom Bosco situou nitidamente no tempo e no espaço o objetivo de sua previsão”.

Sonho profético de dom Bosco

A profecia de são João Bosco foi relatada por ele durante uma “reunião da Assembleia Geral da Congregação Salesiana, no dia 4 de setembro” do mesmo ano, enquanto o padre salesiano, Lemoyne “recolhia as memórias do santo”, transcrevendo o relato e “submetendo-o à correção de dom Bosco. “Este o examinou com atenção, acrescentando e modificando”, narra as Memórias biográficas de são João Bosco, publicada em 1935.

Dom Bosco contou que "na noite que precedia a festa de santa Rosa de Lima, 30 de agosto”, teve “um sonho”:  “Percebi que estava dormindo e parecia-me, ao mesmo tempo, correr a toda velocidade, a ponto de me sentir cansado de correr, de falar, de escrever e de esforçar-me no desempenho das ocupações costumeiras. Enquanto hesitava se tratava de sonho ou de realidade, pareceu-me entrar em um salão, onde se achavam muitas pessoas, falando de assuntos vários".

“...Nesse interim, aproximou-se de mim um jovem de seus dezesseis anos, amável e de beleza sobre-humana, todo radiante de viva luz, mais clara que a do sol...".

Segundo os salesianos, este jovem que “se apresenta como amigo seu e dos salesianos” acompanhou dom Bosco “durante toda a misteriosa viagem” e “vem, em nome de Deus, dar-lhe um pouco de trabalho”.

São João Bosco relata que este jovem pede que ele “sente-se” a uma mesa que está no meio de um salão, “sobre a qual estava enrolada uma corda” e pede que ele “puxe” esta “corda”. O santo conta que viu “que essa corda estava marcada com linhas e números, como se fosse uma fita métrica” e percebe, “mais tarde, que aquele salão estava situado na América do Sul, exatamente por sobre a linha do Equador, correspondendo os números impressos na corda aos graus geográficos de latitude...".

"Observo que então via tudo de conjunto, como que em miniatura. Depois, como direi, vi tudo em sua real grandeza e extensão. Foram os graus marcados na corda correspondendo exatamente aos graus geográficos de latitude, que me permitiram gravar na memória os sucessivos pontos que visitei, viajando na segunda parte do sonho. Meu jovem amigo continuava: “Pois bem, estas montanhas são como balizas: são um limite. Entre elas e o mar está a messe oferecida aos Salesianos. São milhares, são milhões de habitantes que esperam o seu auxílio: aguardam a fé”, disse dom Bosco destacando que “aquelas montanhas eram as Cordilheiras da América do Sul e aquele mar o Oceano Atlântico...".

Ao escutar a moção do jovem, dom Bosco disse que ia pensando: “Mas para se conseguir isto, vai ser preciso muito tempo” e exclamou em voz alta: “Não sei mais o que responder”. Mas o jovem, lendo seus pensamentos disse: “Isto acontecerá antes que passe a segunda geração”.

“E qual será a segunda geração?”, perguntou o santo. “A presente não se conta. Será uma outra, depois outra”, respondeu o jovem. “E quantos anos compreende cada geração dessas?”, indagou o salesiano. “60 anos”, disse o moço. “E depois?”, perguntou novamente dom Bosco. “Quer ver o que sucederá depois? Venha cá”, falou o jovem.

“E sem saber como, encontrei-me numa estação de estrada de ferro. Havia muita gente. Embarcamos. Perguntei onde estávamos. Respondeu o moço: “Note bem! Observe! Viajaremos ao longo da cordilheira. O senhor tem estrada franqueada também para leste, até o mar. É outro dom do Senhor". Assim dizendo, tirou do bolso um mapa, que mostrava assinalada a diocese de Cartagena (Colômbia). Era o ponto de partida”, relatou o santo dizendo que, “enquanto olhava o mapa, a máquina apitou e o trem se pôs em movimento” e ao longo da viagem aprendeu “coisas belíssimas e inteiramente novas sobre astronomia, náutica, meteorologia, sobre a fauna, a flora e a topografia daqueles lugares, que ele me explicava com maravilhosa precisão...”

Ele também contou que ao olhar “através das janelas do vagão”, via “variadas e estupendas regiões”, com “bosques, montanhas, planícies, rios tão grandes e majestosos que não era capaz de os acreditar assim tão caudalosos, longe que estavam da foz...”. “Meus olhos tinham uma potência visual maravilhosa, não encontrando obstáculos que os detivessem de estender-se por aquelas regiões. Enxergava nas vísceras das montanhas e no subsolo das planícies. Tinha debaixo dos olhos as riquezas incomparáveis daqueles países, riquezas que um dia serão descobertas. Via numerosos filões de metais preciosos, minas inexauríveis de carvão, depósitos de petróleo tão abundantes como nunca se encontraram até então em outros lugares, pontuou o santo.

Mas segundo dom Bosco, isso “não era tudo”, “entre o grau 15 e o 20, havia uma enseada bastante extensa, que partia do ponto onde se formava um lago. Disse então uma voz repetidamente: Quando se vierem cavar as minas escondidas em meio a estes montes, aparecerá aqui a terra prometida, que jorra leite e mel. Será uma riqueza inconcebível".

E continuando sua viagem, ao longo da cordilheira, ele também passou pelas “margens do Uruguai". Segundo o santo, já no fim da viagem, “o jovem guia tirou do bolso uma carta geográfica de incrível beleza” e perguntou a ele se queria “ver a viagem” que ele tinha feitos, “as regiões percorridas?”. E ao dizer que sim, o moço “desdobrou então o mapa, em que se desenhava com admirável exatidão toda a América do Sul”.

“Ademais, já estava representando tudo o que existia, que existe, e haverá de existir naquelas regiões, sem confusão de espécie alguma, pelo contrário, com tal nitidez que, de um só relance, se abrangia tudo. Compreendi tudo no instante, mas, pela multiplicidade das circunstâncias, durou pouco tal clareza, cedendo lugar à completa confusão que ora me ocupa a mente. Enquanto observava aquele mapa, esperando que o rapazinho acrescentasse ainda alguma explicação, agitado que estava-pela surpresa de tudo quanto vira, pareceu-me que soassem as Ave-Marias, ao alvorecer. Despertando, percebi que eram os sinos da paróquia de são Benigno. O sonho durara a noite inteira", finalizou a profecia.

“Embora o objeto” da visão de dom Bosco “não seja exclusivamente nem mesmo explicitamente Brasília, podemos afirmar que dom Bosco viu, em 1883, o que hoje, em parte, é realidade”, diz o escrito enfatizando que isso “reforça” a narração do santo: "Quando vierem explorar as riquezas escondidas neste planalto, surgirá aqui a terra prometida, onde jorrará leite e mel. Será uma riqueza inconcebível". “Ora, a maior repercussão não obteve nenhuma outra descoberta, em outros pontos da referida faixa continental”, frisou os salesianos.

*Monasa Narjara é jornalista da ACI Digital desde 2022 e foi jornalista na Arquidiocese de Brasília entre 2014 a 2015.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/64319/sonho-profetico-de-sao-joao-bosco-celebrado-em-brasilia-completa-142-anos

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF