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quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus

REDAÇÃO CENTRAL, 01 Jan. 20 / 12:01 am (ACI).- A Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus (Theotokos) é a mais antiga que se conhece no Ocidente. Nas Catacumbas ou antiquíssimos subterrâneos de Roma, onde se reuniam os primeiros cristãos para celebrar a Santa Missa, encontram-se pinturas com esta inscrição.

Segundo um antigo testemunho escrito no século III, os cristãos do Egito se dirigiam a Maria com a seguinte oração: “Sob seu amparo nos acolhemos, Santa Mãe de Deus: não desprezeis a oração de seus filhos necessitados; livra-nos de todo perigo, oh sempre Virgem gloriosa e bendita” (Liturgia das Horas).
No século IV, o termo Theotokos era usado frequentemente no Oriente e Ocidente porque já fazia parte do patrimônio da fé da Igreja.
Entretanto, no século V, o herege Nestório se atreveu a dizer que Maria não era Mãe de Deus, afirmando: “Então Deus tem uma mãe? Pois então não condenemos a mitologia grega, que atribui uma mãe aos deuses”.
Nestório havia caído em um engano devido a sua dificuldade para admitir a unidade da pessoa de Cristo e sua interpretação errônea da distinção entre as duas naturezas – divina e humana – presentes Nele.
Os bispos, por sua parte, reunidos no Concílio de Éfeso (ano 431), afirmaram a subsistência da natureza divina e da natureza humana na única pessoa do Filho. Por sua vez, declararam: “A Virgem Maria sim é Mãe de Deus porque seu Filho, Cristo, é Deus”.
Logo, acompanhados pelo povo e levando tochas acesas, fizeram uma grande procissão cantando: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores agora e na hora de nossa morte. Amém”.
São João Paulo II, em novembro de 1996, refletiu sobre as objeções expostas por Nestório para que se compreenda melhor o título “Maria, Mãe de Deus”.
“A expressão Theotokos, que literalmente significa ‘aquela que gerou Deus’, à primeira vista pode resultar surpreendente; suscita, com efeito, a questão sobre como é possível que uma criatura humana gere Deus. A resposta da fé da Igreja é clara: a maternidade divina de Maria refere-se só a geração humana do Filho de Deus e não, ao contrário, à sua geração divina”, disse o Pontífice.
“O Filho de Deus foi desde sempre gerado por Deus Pai e é-Lhe consubstancial. Nesta geração eterna Maria não desempenha, evidentemente, nenhum papel. O Filho de Deus, porém, há dois mil anos, assumiu a nossa natureza humana e foi então concebido e dado à luz por Maria”, acrescentou.
Do mesmo modo, assinalou que a maternidade da Maria “não se refere a toda a Trindade, mas unicamente à segunda Pessoa, ao Filho que, ao encarnar-se, assumiu dela a natureza humana”. Além disso, “uma mãe não é Mãe apenas do corpo ou da criatura física saída do seu seio, mas da pessoa que ela gera”, enfatizou São João Paulo II.
Por fim, é importante recordar que Maria não é só Mãe de Deus, mas também nossa porque assim quis Jesus Cristo na cruz, quando a confiou a São João. Por isso, ao começar o novo ano, peçamos a Maria que nos ajude a ser cada vez mais como seu Filho e iniciemos o ano saudando a Virgem Maria.
Saudação à Mãe de Deus
Salve, ó Senhora santa, Rainha santíssima,
Mãe de Deus, ó Maria, que sois Virgem feita igreja,
eleita pelo santíssimo Pai celestial,
que vos consagrou por seu santíssimo
e dileto Filho e o Espírito Santo Paráclito!
Em vós residiu e reside toda a plenitude
da graça e todo o bem!
Salve, ó palácio do Senhor! Salve,
ó tabernáculo do Senhor!
Salve, ó morada do Senhor!
Salve, ó manto do Senhor!
Salve, ó serva do Senhor!
Salve, ó Mãe do Senhor,
e salve vós todas, ó santas virtudes
derramadas, pela graça e iluminação
do Espírito Santo,
nos corações dos fiéis
transformando-os de infiéis
em servos fiéis de Deus!
ACI Digital

terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Oração para se despedir do ano que termina e receber o Ano Novo

REDAÇÃO CENTRAL, 31 Dez. 19 / 11:30 am (ACI).- O final de 2019 está se aproximando e o mundo inteiro se prepara para receber o ano novo com festas e fogos de artifício, mas muitos se esquecem de celebrá-lo com Deus, dono da vida e do tempo. Por isso, compartilhamos esta oração para rezar junto com a sua família, comunidade ou amigos antes da meia-noite deste dia 31 de dezembro.

Recomenda-se estar perto do presépio. Juntos, começam dizendo: "Em nome do Pai..."
Depois se faz a seguinte oração:
Leitor 1: Senhor Deus, dono do tempo e da eternidade, o hoje e o amanhã, o passado e o futuro pertencem a Ti. Ao terminar este ano, queremos Te agradecer por tudo aquilo que recebemos de Ti.
Obrigado pela vida e pelo amor, pelas flores, pelo ar e pelo sol, pela alegria e pela dor, pelo que foi possível e pelo que não pôde ser. Oferecemos a Ti tudo o que fizemos neste ano, o trabalho que pudemos realizar, as coisas que passaram por nossas mãos e o que com elas pudemos construir.
Leitor 2: Apresentamos a Ti as pessoas que amamos ao longo destes meses, as amizades novas e as antigas, os mais próximos a nós e aqueles que estão mais distantes, aqueles que nos deram a sua mão e aqueles que pudemos ajudar, com quem compartilhamos a vida, o trabalho, a dor e a alegria.
Mas também, Senhor, hoje queremos Te pedir perdão, perdão pelo tempo perdido, pelo dinheiro desperdiçado, pelas palavras inúteis e pelo amor desperdiçado.
Todos: Perdão pelas obras vazias e pelo trabalho mal feito, e perdão por viver sem entusiasmo. Também pela oração que foi pouco a pouco sendo adiada e que agora venho apresentá-la. Por todos os esquecimentos, descuidos e silêncios, novamente, Te peço perdão.
Faltando poucos minutos para começar um novo ano, paro minha vida diante do novo calendário que ainda não estreou e apresento a Ti estes dias que apenas Tu sabes se chegarei a vivê-los.
Hoje Te peço para mim e para os meus a paz e a alegria, a força e a prudência, a clareza e a sabedoria. Quero viver cada dia com otimismo e bondade, levando a todos os lugares um coração cheio de compreensão e paz.
Fecha meus ouvidos a toda falsidade e meus lábios a palavras mentirosas, egoístas, ácidas ou agressivas. Em troca, abre meu ser a tudo o que é bom, que meu espírito se encha apenas de bênçãos e as derrame pelo meu caminho. Amém.
Para terminar, os participantes dão as mãos e rezam um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e um Glória. Em seguida, entre todos, se abraçam dizendo: “A paz esteja contigo. Feliz ano Novo!”.
ACI Digital

São Silvestre, que dá nome à tradicional corrida no Brasil

REDAÇÃO CENTRAL, 31 Dez. 19 / 05:00 am (ACI).- Neste 31 de dezembro, um grande evento para as ruas de São Paulo (SP) e já se tornou tradição no encerramento do ano no Brasil. É a Corrida Internacional de São Silvestre. Desde 1925, a corrida leva esse nome por conta do santo cuja festa é celebrada no mesmo dia, São Silvestre I.

Embora muitos ouçam todos os anos o seu nome associado ao evento esportivo, trata-se de um santo ainda pouco conhecido entre os brasileiros.
Natural de Roma, Silvestre foi eleito Papa em 314, a um ano do edito de Milão, por meio do qual o imperador Constantino concedeu liberdade de culto aos cristãos.
No período do seu pontificado, viu-se aflorar uma perigosa agitação doutrinária, com origem na pregação de Ario, sacerdote alexandrino que negava a divindade da segunda Pessoa e, consequentemente, o mistério da Santíssima Trindade.
Diante disso, Constantino convocou Bispos para abordar a questão. O Papa enviou seus representantes Ósio, Bispo de Córdova, e dois presbíteros.
Foi o primeiro Concílio Ecumênico (universal) que reuniu em Niceia, no ano 325, mais de 300 Bispos, com o próprio Imperador a presidir em lugar de honra.
Os Padres conciliares não tiveram dificuldade em fazer prevalecer a doutrina recebida dos Apóstolos sobre a divindade de Cristo, proposta energicamente pelo Bispo de Alexandria, Santo Atanásio. A heresia de Ario foi condenada sem hesitação e a ortodoxia trinitária ficou outorgada no chamado Símbolo Niceno ou Credo, ratificado por São Silvestre.
Constantino também doou ao Papa Silvestre o palácio imperial de Latrão, que foi a residência papal até Leão XI. Junto a esse palácio, mais tarde, foi construída a Basílica de São João de Latrão.
Foi também em seu pontificado que se ergueu a antiga Basílica de São Pedro.
São Silvestre I morreu em 31 de dezembro de 335 e foi sepultado no cemitério de Priscila. Os seus restos mortais foram transladados por Paulo I (757-767) para a Igreja erguida em sua memória.
Neste último dia do ano, agradeça a Deus pelo ano que passou e peça pelo que se inicia, por intercessão de São Silvestre, com esta oração.
Deus, nosso Pai, hoje é o último dia do ano. Nós vos agradecemos todas as graças que nos concedestes através dos vossos santos. E hoje pedimos a São Silvestre que interceda a vós por nós! Perdoai as nossas faltas, o nosso pecado e dai-nos a graça da contínua conversão.
Renovai as nossas esperanças, fortalecei a nossa fé, abri a nossa mente e os nossos corações, não nos deixeis acomodar em nossas posições conquistadas, mas, como povo peregrino, caminhemos sem cessar rumo aos Novos Céus e à Nova Terra a nós prometidos. Senhor, Deus nosso Pai, que o Vosso Espírito Santo, o Dom de Jesus Ressuscitado, nos mova e nos faça clamar hoje e sempre “Abba! Pai!”
Venha a nós o vosso Reino de paz e de justiça. Renovai a face da Terra, criai no homem um coração novo! Amém.
ACI Digital

domingo, 29 de dezembro de 2019

A SAGRADA FAMÍLIA - ANO A

+ Dom Sérgio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
O Natal não se reduz a um único dia festivo. O tempo do Natal se estende até a festa do Batismo do Senhor, a ser celebrada no próximo dia 12 de janeiro. Por isso, continuamos a celebrar o nascimento do Salvador, com alegria e louvor a Deus, procurando viver o que celebramos. O primeiro domingo após o Natal é dedicado à Sagrada Família, Jesus, Maria e José, modelo permanente para toda família. Neste domingo, nós bendizemos ao Senhor pela Família de Nazaré e pelas nossas famílias, suplicando as bênçãos de Deus para cada família, especialmente, pelas que passam por maiores sofrimentos.
O Evangelho segundo Mateus nos apresenta a Sagrada Família perseguida por Herodes, em fuga para o Egito (Mt 2,13-23). José e Maria enfrentam as dificuldades de uma longa viagem e da vida em terra estranha para salvar a vida do menino Jesus. Esta situação vivida pela Sagrada Família nos faz pensar nos sofrimentos de tantas famílias, especialmente, nas angústias e sacrifícios de tantos pais que lutam para salvar a vida de seus filhos.
A Carta de S. Paulo aos Colossenses nos mostra como devem viver as nossas famílias e as nossas comunidades. O Apóstolo nos recorda o mandamento do amor, “amai-vos uns aos outros”, oferecendo-nos valiosas indicações sobre como colocá-lo em prática. Ele destaca “a sincera misericórdia, a bondade, a humildade, a mansidão e a paciência” e, sobretudo, o perdão: “perdoando-vos mutuamente se um tiver queixa contra o outro; como o Senhor vos perdoou, assim perdoai também” (Cl 3,13). O perdão não poderá jamais faltar nos relacionamentos entre pais e filhos e entre irmãos. Sem o perdão, não pode haver unidade e paz numa família.
No livro do Eclesiástico, encontramos outra atitude a ser mais cultivada em nosso tempo: “honrar pai e mãe”. O amor e o respeito pelos pais, especialmente quando se encontrarem enfermos ou em idade avançada, são motivos de bênçãos para os filhos. Conforme o texto meditado, quem assim faz, “alcança o perdão dos pecados”, “será ouvido na oração” e “terá alegria com os próprios filhos” (Eclo 3,3-17).
Para viver bem o Natal é fundamental a participação na Igreja, família que acolhe todas as famílias. É preciso organizar-se para participar das missas neste período natalino, que para muitos é também período de férias. Em tempo de férias é necessário continuar a viver a fé. Ao organizar viagens e períodos de lazer, não deixe de dar prioridade à participação na missa dominical. Seja este um tempo especial também para a convivência fraterna com os familiares e amigos. Assim fazendo, as alegrias do Natal continuarão no novo Ano.
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

São Tomás Becket, mártir inglês

REDAÇÃO CENTRAL, 29 Dez. 19 / 07:00 am (ACI).- “Morro voluntariamente pelo nome de Jesus e pela defesa de sua Igreja”, disse São Tomás Becket de Canterbury antes de morrer como mártir e fiel à Igreja por se opor às intenções do rei da Inglaterra de controlar a Igreja local. Sua festa é celebrada neste dia 29 de dezembro.

São Tomás nasceu em Londres, Inglaterra, em 1118, em uma família trabalhadora. Foi educado pelos monges da Abadia de Merton em Surrey e chegou a estudar na Universidade de Paris. Quando seu pai morreu, passou a ter dificuldades financeiras e tornou-se empregado da corte do Arcebispo Theobald de Canterbury. Ganhou a confiança do Bispo e chegou a viajar com ele pela França, Roma e outros lugares. Do mesmo modo, tornou-se amigo do rei.
Em 1154, foi ordenado Diácono e serviu como negociador dos assuntos da Igreja com a coroa. Em seguida, por sugestão do Arcebispo Theobald, tornou-se chanceler da Inglaterra e administrou a lei com sabedoria e imparcialidade. Posteriormente, foi ordenado sacerdote e, no dia seguinte, recebeu a consagração episcopal.
Como Arcebispo, dedicou-se inteiramente ao serviço de Deus, desenvolvendo um profundo amor pela Eucaristia. Ao se recusar aos interesses de Henrique II, que queria que a Igreja na Inglaterra estivesse sujeita ao poder do rei, optou pelo exílio na França.
O rei da França persuadiu o rei inglês Henrique II a ir aonde Tomás estava para fazer as pazes. Depois de voltar à sua pátria, as discussões começaram novamente. O rei Henrique escutou que, da Normandia, o Papa tinha excomungado os Bispos recalcitrantes por usurpar os direitos do Bispo de Canterbury e São Tomás se manteria firme até que os Prelados prometessem obediência ao Sumo Pontífice.
O rei ficou irado e disse: “Não há ninguém que me livre deste sacerdote turbulento?”. Quatro cavaleiros o escutaram e decidiram resolver o assunto com suas próprias mãos.
Em 29 de dezembro de 1170, os cavaleiros com uma tropa de soldados apareceram do lado de fora da Catedral de Canterbury, exigindo ver o Arcebispo. Os presbíteros tentaram proteger o santo e o forçaram a se refugiar na Igreja, mas Tomás os proibiu de fechar a porta, sob desobediência, dizendo que “uma igreja não deve se converter em um castelo”.
Na penumbra da Igreja, os cavaleiros acusavam o Arcebispo de traidor. “Aqui estou eu”, Tomás. “Não traidor, mas um sacerdote de Deus. Surpreende-me que, com tal vestuário, entrem na igreja de Deus. O que querem comigo?”.
Um cavaleiro ergueu a espada para atacá-lo, mas um dos que andavam com São Tomás o protegeu com seu braço. Os quatro cavaleiros atacaram juntos e assassinaram o Arcebispo nos degraus do santuário.
De acordo com uma testemunha, suas últimas palavras foram: “Morro voluntariamente pelo nome de Jesus e pela defesa de sua Igreja”.
O crime causou indignação e o rei Henrique foi forçado a fazer penitência pública e construir o mosteiro em Witham, Somerset.
Passados 400 anos, quando o rei Henrique VIII rompeu a unidade da Igreja, São Tomás Becket foi removido do calendário de santos da Inglaterra, seu santuário foi destruído e as relíquias acabaram queimadas (alguns dizem que foram transferidas para Stoneyhurst).
Do mesmo modo, esse outro rei também chamado Henrique (VIII) mandou matar outro grande mártir inglês conhecida como São Thomas More.
ACI Digital

Festa da Sagrada Família


REDAÇÃO CENTRAL, 29 Dez. 19 / 05:00 am (ACI).- Hoje a Igreja celebra a festa da Sagrada Família e convida todos a olhar para Jesus, Maria e José, que desde o início tiveram que enfrentar os perigos do exílio no Egito, mas, sempre mostrando que o amor é mais forte do que a morte. Eles são um reflexo da Trindade e modelo de cada família.

A solenidade da Sagrada Família, que é celebrada dentro da Oitava de Natal, é uma festa que incentiva a aprofundar o amor familiar, examinar a situação do próprio lar e buscar soluções que ajudem o pai, a mãe e os filhos a serem cada vez mais como a Família de Nazaré.
Ao celebrar esta data em 2013, o Papa Francisco ressaltou que o “nosso olhar hoje para a Sagrada Família se deixa atrair também pela simplicidade da vida que essa conduz em Nazaré. É um exemplo que faz tanto bem às nossas famílias, ajuda-as a se tornarem sempre mais comunidades de amor e de reconciliação, na qual se experimenta a ternura, a ajuda mútua, o perdão recíproco”.
A vida familiar não pode ser reduzida a problemas de relacionamento, deixando de lado os valores transcendentes, já que a família é o sinal do diálogo entre Deus e o homem. Pais e filhos devem estar abertos à Palavra e ouvir, sem esquecer a importância da oração familiar que une fortemente os membros da família.
São João Paulo II, que é conhecido como o Papa das famílias, no Ângelus desta solenidade em 1996, destacou que “a mensagem que vem da Sagrada Família é, antes de tudo, uma mensagem de fé: a casa de Nazaré é aquela onde Deus está verdadeiramente no centro”.
“Para Maria e José esta opção de fé concretiza-se no serviço ao Filho de Deus que lhes foi confiado, mas exprime-se também no seu amor recíproco, rico de ternura espiritual e de fidelidade”, indicou.
Em muitas ocasiões, João Paulo II reforçou a importância da vivência da fé em família, por meio da oração. “A família que reza unida, permanece unida”, dizia, sugerindo que juntos rezassem o Rosário.
ACI Digital

Oração do Papa Francisco à Sagrada Família


Em sua exortação apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia, o Papa Francisco faz referências à Sagrada Família de Nazaré como exemplo para as famílias de hoje e termina este documento com uma oração especial dedicada a Jesus, Maria e José.
Em seu parágrafo 66, ao citar as palavras de Paulo VI na Alocução em Nazaré em 5 de janeiro de 1964, Francisco recorda que “a aliança de amor e fidelidade, vivida pela Sagrada Família de Nazaré, ilumina o princípio que dá forma a cada família e a torna capaz de enfrentar melhor as vicissitudes da vida e da história”.
“Sobre este fundamento – continua –, cada família, mesmo na sua fragilidade, pode tornar-se uma luz na escuridão do mundo. ‘Aqui se aprende (…) uma lição de vida familiar. Que Nazaré nos ensine o que é a família, a sua comunhão de amor, a sua austera e simples beleza, o seu carácter sagrado e inviolável; aprendamos de Nazaré como é preciosa e insubstituível a educação familiar e como é fundamental e incomparável a sua função no plano social’”.
A seguir, confira a oração do Papa Francisco à Sagrada Família:
Jesus, Maria e José,
em Vós contemplamos
o esplendor do verdadeiro amor,
confiantes, a Vós nos consagramos.
Sagrada Família de Nazaré,
tornai também as nossas famílias
lugares de comunhão e cenáculos de oração,
autênticas escolas do Evangelho
e pequenas igrejas domésticas.
Sagrada Família de Nazaré,
que nunca mais haja nas famílias
episódios de violência, de fechamento e divisão;
e quem tiver sido ferido ou escandalizado
seja rapidamente consolado e curado.
Sagrada Família de Nazaré,
fazei que todos nos tornemos conscientes
do carácter sagrado e inviolável da família,
da sua beleza no projeto de Deus.
Jesus, Maria e José,
ouvi-nos e acolhei a nossa súplica.
Amém.
ACI Digital

sábado, 28 de dezembro de 2019

Santos Inocentes, crianças que morreram por Cristo

REDAÇÃO CENTRAL, 28 Dez. 19 / 05:00 am (ACI).- “Ainda não falam e já confessam a Cristo. Ainda não podem mover os seus membros para travar batalha e já alcançam a palma da vitória”, disse uma vez São Quodvultdeus (século V) ao exortar os fiéis sobre os Santos Inocentes, as crianças que morreram por Cristo e cuja festa se celebra neste 28 de dezembro.

De acordo com o relato de São Mateus, o rei Herodes mandou matar em Belém e seus arredores os meninos menores de dois anos, ao sentir-se enganado pelos Reis Magos, os quais retornaram aos seus países por outro caminho para não lhe revelar onde estava o Messias.
A festa para venerar estes meninos que morreram como mártires foi instituída no século IV. A tradição oriental os recorda em 29 de dezembro, enquanto que a latina, no dia 28 deste mês.
Posteriormente, São Quodvultdeus, Padre da Igreja do Século V e Bispo de Cartago (norte da África), deu um sermão sobre este lamentável feito.
“Que temes, Herodes, ao ouvir dizer que nasceu o Rei? Ele não veio para te destronar, mas para vencer o demónio. Tu, porém, não o compreendes; e por isso te perturbas e te enfureces, e, para que não escape aquele único Menino que buscas, te convertes em cruel assassino de tantas crianças”, expressou.
O Santo ainda acrescenta: “Nem as lágrimas das mães nem o lamento dos pais pela morte de seus filhos, nem os gritos e gemidos das crianças te comovem. Matas o corpo das crianças, porque o temor te matou o coração”.
“As crianças, sem o saberem, morrem por Cristo; os pais choram os mártires que morrem. Àqueles que ainda não podiam falar, Cristo os faz suas dignas testemunhas”, enfatizou São Quodvultdeus.
ACI Digital

5 coisas que talvez não saiba sobre os Santos Inocentes

REDAÇÃO CENTRAL, 28 Dez. 19 / 06:00 am (ACI).- No marco da festa dos Santos Inocentes, apresentamos 5 coisas que talvez não sabia sobre estes mártires, cujas mortes seguem repercutindo na sociedade de hoje, segundo artigo de Pe. Sergio Román, publicado no SIAME (Serviço Informativo da Arquidiocese do México).

1. A história
Herodes disse aos Magos do Oriente que ele estava muito interessado no rei que tinha acabado de nascer e pediu-lhes para informá-lo sobre este rei em seu retorno para também ir adorá-lo. A estrela guiou os Magos até a criança e, cumprida sua missão, voltaram para seus países de origem por outros caminhos, pois um anjo lhes avisou em sonhos que Herodes queria matar Jesus.
Desapontado com os Magos, Herodes mandou matar todas as crianças menores de dois anos com o desejo de acabar com aquele Rei nascido em Belém, que colocava em perigo seu próprio reinado. Um genocídio. A matança dos inocentes. A Igreja os recorda no dia 28 de dezembro, unidos aos Natal, porque eles não morreram por Cristo, mas no lugar de Cristo.
2. Herodes, o Grande!
Assim se fazia chamar aquele rei da Palestina, fantoche do Império Romano. Foi grande porque soube ganhar guerras e conquistar terras para o seu reino, mas também por seus crimes: casou-se com Mariana, filha do sumo sacerdote Hircano II. Temeroso de que desejavam o seu reino, mandou matar seu genro, José; Salomé; o sumo sacerdote Hircano II; sua esposa Mariana; os irmãos dela, Aristóbulo e Alexandra; seus próprios filhos, Aristóbulo, Alexander e Antipatro.
Quando ficou enfermo, mandou prender todos os personagens importantes de Jericó, com a ordem de que assim que morresse, matassem-nos a flechadas. Quando Herodes morreu, esta ordem não foi cumprida. Com esses dados, podemos compreender que para ele foi fácil mandar matar os Santos Inocentes. Quantos foram? Hoje, sabe-se que Belém não devia ter mais de mil habitantes e que a este número, provavelmente, corresponderia uma população de 20 meninos.
3. A gruta de Belém
Santa Helena, mãe do imperador Constantino, que deu paz aos cristãos no século IV, construiu uma Basílica sobre a gruta de Belém, onde o Menino Jesus nasceu. Essa Basílica, reconstruída, ainda existe e guarda em sua cripta a preciosa gruta onde uma estrela de prata marca o lugar do santo nascimento. “Aqui nascei Jesus Cristo de Maria, a Virgem”, diz a inscrição em latim.
A gruta de Belém é um sistema de cavernas que se estendem debaixo da antiga basílica e do templo católico de Santa Catarina. Em uma dessas cavernas foram encontrados restos de crianças enterradas. O primeiro pensamento foi que eram os restos dos Santos Inocentes, mas os caixões correspondiam a uma época muito posterior. De todo modo, essa caverna foi dedicada à memória dos Santos Inocentes.
4. Ain Karen
Ain Karen é uma cidade perto de Jerusalém. Segundo a tradição, é o lugar da “Visitação” e do nascimento de João Batista. Este era mais velho do que Jesus apenas seis meses e existe a lenda de que também ao ser vítima de Herodes. Perseguida por soldados assassinos, sua mãe Isabel buscou uma rocha no monte atrás da qual ocultou seu pequeno João antes que os soldados a alcançassem.
Quando os soldados a alcançaram, procuraram até atrás da rocha, mas não viram nada. Quando saíram, Isabel correu para buscar seu menino e descobriu que a rocha tinha aberto um espaço para dar lugar em seu interior ao pequeno perseguido e, assim, salvou João Batista. Na Basílica da Visitação, sobre o monte, guarda-se uma estranha rocha que recorda esta história.
5. Os santos inocentes de hoje
A celebração litúrgica deve nos recordar não apenas o fato histórico daquelas crianças assassinadas no lugar de Cristo, mas também o acontecimento diário de todos aqueles inocentes perseguidos e assassinados entre nós. Os humanos somos capazes de monstruosidades que nos envergonham.
Seguimos assassinando por motivos religiosos, políticos, econômicos e, cada vez que denunciamos um desses crimes, clamamos indignados “Nunca mais!”, para, em seguida, repetir a história. Não permaneçamos indiferentes ante esses genocídios, despertemos em nós a solidariedade e unamos nossas vozes e nossas ações às desses inocentes que seguem morrendo no lugar de Cristo.
ACI Digital

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

São João Evangelista, o discípulo amado de Jesus

REDAÇÃO CENTRAL, 27 Dez. 19 / 05:00 am (ACI).- “Meus filhinhos, amai-vos uns aos outros”, costumava dizer São João Evangelista, o mais jovem dos Apóstolos e que se distingue como o “discípulo amado de Jesus”. Foi quem acolheu a Virgem Maria em sua casa e é padroeiro dos teólogos e escritores. Sua festa se celebra neste dia 27 de dezembro.

São João era judeu da Galileia, filho do Zebedeu e irmão do São Tiago Maior, com quem era pescador. Foi designado para acompanhar Pedro na preparação da última ceia, onde reclinou sua cabeça sobre o peito do Jesus. Esteve ao pé da cruz com a Virgem Maria, a quem levou para sua casa como Mãe para honrá-la, servi-la e cuidá-la.
Quando chegou a notícia do sepulcro vazio, São João correu junto a São Pedro para constatar. Foi quando os dois “viram e acreditaram”. Mais tarde, quando Jesus lhes apareceu à beira do lago da Galileia, Pedro perguntou sobre o futuro de João e o Senhor respondeu: “Se quiser que fique até que eu venha, o que te importa? Você, me siga”.
Por esta resposta, circulou o rumor de que João não ia morrer, algo que o próprio apóstolo desmentiu ao indicar que o Senhor nunca disse: “Não morrerá”.
Escreveu o Apocalipse, três epístolas e o Evangelho de São João, no qual se refere a si mesmo como “o discípulo que Jesus amava”.
Segundo São Clemente da Alexandria, em uma cidade, São João viu um jovem na congregação e, com o sentimento de que poderia tirar dele muita coisa boa, levou-o até o Bispo, o qual o próprio João havia consagrado, e lhe disse: “Em presença de Cristo e ante esta congregação, recomendo este jovem a seus cuidados”.
Pela recomendação de São João, o jovem se hospedou na casa do Bispo, que o instruiu na fé, batizou-o e confirmou. Entretanto, os cuidados do Bispo se esfriaram, o moço andou com más companhias e se tornou assaltante.
Depois de um tempo, São João voltou e pediu ao Bispo o encargo que Jesus Cristo e ele tinham encomendado a seu cuidado diante da Igreja. O Prelado se surpreendeu pensando que se tratava de algum dinheiro, mas o apóstolo lhe explicou que se referia ao jovem.
O Bispo exclamou: “Pobre jovem! Morreu”. “Do que morreu?”, perguntou São João. “Morreu para Deus, posto que é um ladrão”, respondeu-lhe. Ao ouvir isto, o ancião apóstolo pediu um cavalo e com a ajuda de um guia dirigiu-se às montanhas onde os assaltantes tinham seu esconderijo. Logo que entrou, foi feito prisioneiro.
No esconderijo dos malfeitores, o jovem reconheceu o santo e tentou fugir, mas o apóstolo gritou: “Moço! Por que foge de mim, seu pai, um velho e sem armas? Sempre há tempo para o arrependimento. Eu responderei por ti ante meu Senhor Jesus Cristo e estou disposto a dar a vida por sua salvação. É Cristo quem me envia”.
O rapaz ficou imóvel, baixou a cabeça, começou a chorar e se aproximou do santo para lhe implorar uma segunda oportunidade. São João, por sua vez, não abandonou o esconderijo dos ladrões até que o pecador foi reconciliado com a Igreja.
Esta caridade, que procurava inflamar nos outros, refletia-se em seu dito: “Meus filhinhos, amai-vos uns aos outros”. Uma vez lhe perguntaram por que repetia sempre a frase e São João respondeu: “Porque esse é o mandamento do Senhor e se o cumprirem já terão feito o bastante”.
Diferentemente de todos os outros apóstolos que morreram martirizados, São João partiu pacificamente para a Casa do Pai, em Éfeso, na Turquia, por volta do ano cem da era cristã e aos 94 anos de idade, segundo Santo Epifânio.
ACI Digital

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Santo Estêvão, diácono e primeiro mártir

REDAÇÃO CENTRAL, 26 Dez. 19 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 26 de dezembro, é celebrado o primeiro mártir de toda a Igreja Católica, Santo Estêvão. O protomártir morreu apedrejado logo depois de ser arrastado para fora da cidade, após ser levado ante o Sinédrio por falsas acusações. Ele acusou os judeus por ter chegado ao ponto de não reconhecer o Salvador e também de tê-lo crucificado.

Santo Estêvão, enquanto recebia o golpe das pedras, pronunciou as seguintes palavras: “Senhor Jesus, recebe meu espírito”. Estando de joelhos antes de morrer, exclamou com força: “Senhor, não lhes tenha em conta pecado”.
Na celebração da festa deste santo em 2013, o Papa Francisco assinalou que, “na verdade, na ótica da fé, a festa de Santo Estêvão está em plena sintonia com o significado profundo do Natal”.
“No martírio, de fato, a violência é vencida pelo amor, a morte pela vida. A Igreja vê no sacrifício dos mártires seu ‘nascimento ao céu’. Celebramos hoje, pois, o ‘nascimento’ de Estêvão, que em profundidade brota do Natal de Cristo. Jesus transforma a morte dos que o amam em aurora de vida nova”, acrescentou o Santo Padre.
Também o Papa Emérito Bento XVI, em 2012, ao falar do santo refletiu: “De onde o primeiro mártir cristão tirou a força para fazer frente a seus perseguidores e chegar até a entrega de si mesmo? A resposta é simples: de sua relação com Deus, de sua comunhão com Cristo, da meditação sobre a história da salvação, de ver a ação de Deus, que alcança seu ápice em Jesus Cristo”.
ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF