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sexta-feira, 18 de junho de 2021

Santa Sé sugere que o papa Francisco vai à reunião da ONU sobre clima

Cúpula da Basílica de S. Pedro. Crédito:
Foto: Miguel Pérez Pichel / ACI Prensa

Vaticano, 17 jun. 21 / 03:58 pm (ACI).- É "muito provável" que o papa Francisco participe no encontro "Fé e Ciência: Rumo à COP 26" em outubro no Vaticano, disse o Arcebispo Paul Richard Galagher, encarregado da Santa Sé para a relação com os Estados. Seria "surpreendente se ele não participasse", disse Galagher em uma coletiva de imprensa sobre o encontro na quinta-feira, 17 de junho. Galagher disse não estar descartada a presença do papa também na própria Conferência das Nações Unidas de Mudança Climática, em Glasgow, na Escócia, de 1 a 12 de novembro.

O evento no Vaticano será no dia de São Francisco, 4 de outubro e reunirá 40 líderes religiosos e 10 cientistas para debater o tema das alterações climáticas e “a contribuição das religiões na preservação da casa comum”.

O encontro será organizado pelas embaixadas da Itália e do Reino Unido junto à Santa Sé, na qualidade de representantes dos presidentes rotativos do G20 e do G7, que também terá um evento subsequente sobre alterações climáticas a ser realizado na África.

O arcebispo Galagher disse que o interesse do papa pelas questões ambientais se tornou "tangível com a publicação da encíclica Laudato Si ", que suscitou "uma enorme resposta dos movimentos católicos em todo o mundo".

“Devemos - disse Dom Gallagher - responder a todas as inquietudes do mundo, e é justo que as pessoas de fé tenham uma contribuição particular a dar”. Para ele, “a questão do clima representa uma boa oportunidade para trabalhar juntos e é revigorada pelos desenvolvimentos do ensinamento do Papa sobre a fraternidade humana".

“Precisamos de decisões corajosas, para não deixar um mundo de conflitos nas grandes questões, como aconteceu com a migração”, sublinhou o Arcebispo.

Sally Axworthy, embaixadora do Reino Unido junto à Santa Sé, destacou “a obrigação moral de proteger o planeta e as pessoas afetadas pelas crises climáticas, em particular povos indígenas, Estados em desenvolvimento em pequenas ilhas e nações menos desenvolvidas”.

Pietro Sebastiani, embaixador da Itália junto à Santa Sé, sublinhou que “os líderes religiosos já desempenharam um papel fundamental no passado na criação das condições para o sucesso da COP21 em Paris em 2015 e muitos deles se referiram repetidamente à responsabilidade compartilhada de pessoas de fé para cuidar de toda a Criação”.

“O evento de 4 de outubro terá como objetivos - diz o embaixador - ilustrar o dever comum de enfrentar as mudanças climáticas, a ambição crescente em relação ao encontro de Paris”, assim como destacar o papel das religiões em “liderar o caminho” e incentivar os fiéis a contribuir pessoalmente para a proteção do meio ambiente e em particular para a desaceleração do aumento da temperatura global do Planeta”.

A lista de Estados e confissões religiosas representados na reunião de 4 de outubro ainda não foi anunciada.

Fonte: ACI Digital

Cooperativismo jesuítico-guarani, uma semente de fraternidade (Parte 1/3)

Caminhantes do percurso de 30 dias "Caminho das Missões",
em Jesus PY (Foro: José Roberto de Oliveira) 

Cooperativismo jesuítico-guarani

"Um processo de cooperação é extremamente importante para o mundo novo que nós sonhamos, para esse mundo mais igualitário, mais fraternal". A cooperação deve ser o fundamento do nosso mundo cristão, porque é um jeito de romper os individualismos que existem dentro de cada um de nós, afirma o pesquisador das Missões jesuítico-guaranis, uma "utopia" que existiu na América do Sul nos séculos XVII e XVIII.

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

Eles eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações. Apossava-se de todos o temor, e pelos apóstolos rea­lizavam-se numerosos prodígios e sinais. Todos os que abraçavam a fé viviam unidos e possuíam tudo em comum; vendiam suas propriedades e seus bens e repartiam o dinhei­ro entre todos, conforme a necessidade de cada um. Perseverantes e bem unidos, frequentavam diariamente o templo, partiam o pão pelas casas e tomavam a refeição com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo. E, cada dia, o Senhor acrescentava a seu número mais pessoas que eram salvas.” (Atos 2, 42-47)

A vivência das primeiras comunidades cristãs é referência até os dias de hoje para a vida na Igreja, em particular para as Ordens religiosas, Congregações e novas comunidades, mas também foi fonte de inspiração para outras experiências ao longo da história.

De fato, não faltaram na humanidade experiências, não propriamente religiosas, que almejavam uma sociedade, se não ideal, ao menos com relações mais fraternas em todos os níveis entre seus membros. Algo do gênero foi expresso por exemplo, na obra “Utopia” de Tomas Morus ou “A Nova Atlântida” de Francis Bacon. 

No mesmo sentido o Cooperativismo, surgido oficialmente em 1844 em Manchester, Inglaterra, com a criação da Rochdale Society of Equitable Pioneers (Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale), com uma proposta diferenciada especialmente para as relações de trabalho. O contexto era o da Revolução Industrial, que foi responsável por grandes transformações no processo produtivo e nas relações de trabalho, promovendo o surgimento da indústria e consolidando o processo da formação do capitalismo.

Cada vez mais autores, no entanto, a exemplo de George Holyoake, defendem que a experiência cooperativista é bem anterior, tendo sido praticada já nas Reduções Jesuítico-guaranis da América do Sul nos séculos XVII e XVIII, tese esta corroborada pelo estudioso gaúcho José Roberto de Oliveira*, que a define como “Cooperativismo cristão”.

Na entrevista ao Vatican News, o historiador e pesquisador santo-angelense fala da organização nas Reduções e das relações de trabalho, sempre marcadas pela “colaboração e cooperação”, aonde todos trabalhavam para um projeto, uma ideia, uma produção comum. Era uma organização inspirada na fé e marcada pela ideia da união e integração entre os membros da comunidade - e entre as comunidades - e a ajuda recíproca.

Essa organização cooperativada do trabalho e das relações nas Reduções era baseada na essência do mundo guarani - que “é uma essência de união dentro de suas aldeias”, que “funcionavam em um modelo extremamente coletivo” - unida à experiência dos jesuítas levada da Europa ao Novo Mundo. O resultado foi um grande desenvolvimento daquelas comunidades. Basta recordar a primeira fundição de aço da América do Sul na Redução de São João Batista, a exportação de produtos agrícolas, manufaturados e instrumentos musicais para todo o continente e para a Europa. 

Mas não só o trabalho e a produção marcavam a vida dessas comunidades, mas também o conhecimento, a educação. "Desde os meninos, os jovens", todos tinham que estudar, exatamente "porque era fundamental o processo de desenvolvimento Reducional", pontua José Roberto.

Questionado, o pesquisador foi enfático em defender o trabalho dos jesuítas e o sistema de Reduções como “uma via possível” aos indígenas “de não serem escravizados no modelo bandeirante (luso-brasileiro) ou das encomendas (espanhol)”.

Ao final de sua entrevista, o convite para que seja conhecida essa “experiência cristã, fundamental para o mundo que se construiu e que temos hoje, e que se Deus quiser, teremos no futuro um mundo mais irmão, mais fraterno, mais igualitário”:

Quando escrevi o livro “Pedido de perdão, triunfo da humanidade”, que é um livro sobre as Missões, um dos temas abordados foi exatamente esse do comparativismo que ocorreu nas Missões entre os anos 1600 e anos 1700. Dentro da herança social e econômica que ocorreu aqui nas Missões, é fundamental a gente estudar e aprofundar essa relação. Nós tivemos alguns textos agora no início dos anos 2000, especialmente o Vergílio Périus, que é presidente das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul - tem uma organização importante atrás - ele defende as ideias do estudioso jesuíta Rafael Carbonell de Masy e que é chegada a hora de contar a verdadeira história do início do cooperativismo no mundo. E ele defende, então, com bastante clareza, essas ideias de que no início da formação do período jesuítico-guarani – cerca de 1626-27 - se dá o início do processo de formação do cooperativismo no mundo.

Era um trabalho coletivo dos povos missioneiros, aonde jesuítas e indígenas guaranis, através do seu centro da formação histórica e cultural dos guaranis, aonde há união, fraternidade, a ideia da ajuda mútua – que  talvez não se use em muitos outros lugares essa expressão, mas é o “mutirão” exatamente a ajuda mútua - é a ideia que passou para esse mundo nativo e depois para a América Latina, a ideia do mutirão, aonde todos colaboram para um projeto comum, para uma ideia comum, para uma produção comum. Daí então, lá daquele período, inicia esse processo importante que é a ideia da cooperação e da integração. E veja que essa ideia fundamental de cristãos colaborando para projetos comuns, vem muito do centro da ideia do cristianismo, que é essa ideia de todos colaborarem para que tenhamos um processo comum, um projeto andando como sociedade, como família também, também como indivíduos, e num mundo com tantas necessidades como nós temos hoje, é uma saída bastante importante, distante da ideia digamos, de um capitalismo, ou lá de outro lado de um socialismo, exatamente no meio disso, ocupando o que tem de bom dos dois lados, a ideia da cooperação, a ideia do cooperativismo, então buscando aquelas ideias que uniram todo aquele processo da chegada do jesuítas - a partir especialmente de 1585, aqui nessa macrorregião, construindo naquele início, a partir de 1609 as Reduções – então vem o centro dessa ideia de que aqueles 159 anos da presença e da união entre jesuítas e guaranis, ali se forma uma ideia inicial e bastante abrangente do que foi aquele cooperativismo cristão na Améric

Cruz Missioneira - Foto: José Roberto de Oliveira

Como era a organização social e como se davam as relações de produção de trabalho nas Reduções Jesuíticas e se essa experiência cooperativista nas Reduções era mais devida à própria organização dos guaranis ou foi preponderantemente ligada à experiência de fé levada pelos jesuítas?

Veja que o processo de cooperação que ocorreu naquele período, é um processo ligado à vários setores da formação das comunidades jesuítico-guaranis, desde os princípios básicos de como todo o processo da produção, ele era organizado e contabilizado. Começa dessas ideias da organização do processo, de como se estabeleciam, por exemplo, a formação das lavouras, do momento onde toda aquela produção era guardada nos armazéns comunais, então todo o método sempre é um método de colaboração e cooperação. As próprias atividades, por exemplo, de infraestrutura, de criação, de grandes meios de produção, e toda infraestrutura, desde as casas, o processo de construção de igrejas, de colégios, ou seja, o conjunto todo sempre tem a ideia fundamental da cooperação.

Tem uma frase fundamental, digamos, daquele período: “Dê cada um de acordo com as suas capacidades, para cada um segundo suas necessidades”. Essa frase, ela coloca muito, digamos, o centro da ideia que fazia com que aquela máquina toda funcionasse perfeitamente. Então cada grupo familiar, cada cidadão, dentro daquele conjunto, colaborava com a capacidade que ele tinha. Uns eram especialistas na área da pecuária, outros da agricultura, outros por exemplo na indústria, fundidores, e tantos outros produtores de instrumentos musicais, cada um de acordo com a sua índole, de acordo com a sua capacidade. E depois, no retorno para as famílias, para cada um segundo as suas necessidades. Havia famílias maiores, menores. Então isso tudo se estabelecia de acordo com aquela estrutura existente e com as necessidades de cada um. Por exemplo, essas atividades todas de consumo. Então imagina, por exemplo, a distribuição diária da produção que se dava por toda a Redução. Desde, por exemplo, a organização dos serviços de transporte, o conjunto da organização dos trabalhos. Imagina por exemplo uma Redução maior, como São Miguel, que tinha entre sete e oito mil pessoas, como organizar diariamente toda essa produção, de homens, mulheres, jovens, cada um dentro do seu setor.

Imagem do Arquivo de Simancas, Espanha

Porque a gente não pode nunca esquecer o que foram as Missões. Então, foram um grande processo de exportação, de produção e de exportação, por exemplo a produção de mate, fumo, algodão, açúcar, tecidos de algodão, bordados, rendas, objetos, por exemplo, de torno, mesas, baús, madeiras, preciosas, né, que eram então feitas as esculturas e todo tipo de produção a partir disso. Na outra área peles, curtumes, arreios de couro, rosários, escapulários, frutas de todo o tipo, a produção por exemplo, animal/pecuária: cavalos, mulas, carneiros, e excedentes também de várias indústrias que tinham em cada Redução. Como a indústria, por exemplo, de instrumentos musicais, que muitos instrumentos as orquestras europeias trocaram com os instrumentos aqui das Missões, ali nos anos 1700, especialmente. Tudo era vendido para a Europa, Buenos Aires, Corrientes, Santa Fé, Lima, ou seja, era um grande estado de produção também. E veja, que todo esse processo era um processo de organização cooperativada, Cooper, onde todos cooperavam para todos esses processos. Os próprios serviços sociais, o cuidar das pessoas.

Por exemplo, quando você pensa em um local como “cotiguaçu”, que está dentro de cada Redução Jesuítica, dentro das 30 Reduções havia um local chamado “cotiguaçu”, que é o quê? [Era o local] aonde toda a comunidade cuidava das viúvas, dos órfãos, daqueles que tinham necessidade, havia todo um processo de produção. O Tupambaé, que é a produção de Deus, aonde toda a comunidade produzia e obviamente resolvia suas questões internas, colaborava com as suas questões sociais. Então havia um grande modelo de cooperação geral. Os próprios serviços educacionais, por exemplo, também a mesma questão, o mesmo modelo, sempre de cooperação, aonde desde os meninos, os jovens, então todos tinham que estudar, exatamente porque era fundamental o processo de desenvolvimento Reducional, através do conhecimento.

Os serviços habitacionais, da mesma forma, as construções das casas, não se davam a casa de João, do Pedro, do Antônio, não era um processo individual, era um processo coletivo, aonde todos colaboravam com o todo, e aquele todo, então, ele ia multiplicando aqueles serviços, por exemplo, o serviço habitacional. E assim, então, a produção industrial, a agropecuária, o conjunto todo, sempre se dava no modelo de ajuda mútua, nesse modelo de mutirão, aonde todos cuidavam do conjunto, para que esse conjunto crescesse, se desenvolvesse e produzisse os bens de serviços. A gente nunca pode esquecer, que toda a produção era orientada para a satisfação das necessidades de todo. As pessoas, então, tinham suas necessidades internas, mas obviamente tinham também essa questão da visão do mercado, o que que estava se consumindo, né? Então, por exemplo, tem textos lindos, por exemplo, aqui em Santo Ângelo, a Redução de San Ángel Custodio, a produção aqui foi o grande produtor de erva-mate daquele momento do mundo, porque os grandes ervais estavam muito próximos da Redução de Santo Ângelo Custódio, então a erva-mate produzida aqui, então ela era - muitos dos nossos nativos colhiam essa erva, traziam para o processo industrial aqui e ela era vendida para vários lugares. Tem um texto que mostra, por exemplo, 70-80 carretas levando erva-mate até Lima, no Peru. Imagina, entre ida e vinda, uma viagem praticamente de um ano. Então, toda a circunstância, tudo era num processo de união, de integração. Por exemplo, a questão da propriedade, todo solo pertencia ao conjunto da comunidade, não havia um processo individualista, onde um era dono de um pedaço de terra. O conjunto todo trabalhava nesse processo de colaboração mútua, isso é muito importante e que mostra a essência do cooperativismo, a essência da cooperação como elemento fundamental de produção, distribuição e de organização do sistema.

Escultura guarani em madeira - Foto: José Roberto de Oliveira

Fonte: Vatican News

São Gregório João Barbarigo

S. Gregório João Barbarigo | ArquiSP
18 de junho

São Gregório João Barbarigo

Gregório João Barbarigo nasceu em Veneza, no dia 16 de setembro de 1625, numa família rica da aristocracia italiana. Aos quatro anos de idade ficou órfão de mãe, sendo educado pelo pai, que encaminhou os filhos no seguimento de Cristo. Foi tão bem sucedido que Gregório, aos dezoito anos de idade, era secretário do embaixador de Veneza.

Em 1648, acompanhou o embaixador à Alemanha para as negociações do Tratado de Vestefália, referente à Guerra dos Trinta Anos. Na ocasião, conheceu Fábio Chigi, o núncio apostólico, que o orientou nos estudos e o encaminhou para o sacerdócio.

Quando o núncio foi eleito papa, com o nome de Alexandre VII, nomeou Gregório Barbarigo cônego de Pádua; em 1655, prelado da Casa pontifícia e dois anos mais tarde foi consagrado bispo de Bérgamo. Finalmente, em 1660, tornou-se cardeal.

O papa sabia o que estava fazendo, pois as atividades apostólicas de Gregório Barbarigo marcaram profundamente a sua época. Dotou o seminário de Pádua com professores notáveis, provenientes não só da Itália, mas também de outros países da Europa, aparelhando a instituição para o estudo das línguas orientais. E fundou uma imprensa poliglota, uma das melhores que a Itália já teve.

Pôde desenvolver plenamente seu trabalho pastoral, fundando escolas populares e instituições para o ensino da religião, para orientação de pais e educadores. Num período de peste, fez o máximo na dedicação ao próximo. Cuidou para estender a assistência à saúde para mais de treze mil pessoas.

Gregório Barbarigo fundou, ainda, inúmeros seminários, que colocou sob as regras de são Carlos Borromeu, e constituiu a Congregação dos Oblatos dos Santos Prosdócimo e Antônio. Foi um dos grandes pacificadores do seu tempo, intervindo, pessoalmente, nas graves disputas políticas de modo que permanecessem apenas no campo das idéias.

Depois de executar tão exuberante obra reformista, morreu em Pádua no dia 18 de junho de 1697. Foi canonizado por seu conterrâneo, o papa João XXIII, em 1960, que, como afirmou no seu discurso na solenidade, elevou são Gregório João Barbarigo ao posto que ele merecia ocupar na Igreja.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

quinta-feira, 17 de junho de 2021

MENSAGEM DO PAPA PARA O DIA MUNDIAL DOS POBRES É UM CONVITE A “NÃO PERDER JAMAIS A OPORTUNIDADE DE FAZER O BEM”

CNBB

Para a quinta edição do Dia Mundial dos Pobres, a ser celebrado no próximo dia 14 de novembro, o Papa Francisco apresentou a sua mensagem que tem como tema “Sempre tereis pobres entre vós”, trecho extraído do Evangelho de São Marcos.

Na mensagem, o Papa afirma que os pobres de qualquer condição e latitude evangelizam-nos, porque permitem descobrir de modo sempre novo os traços mais genuínos do rosto do Pai: “Eles têm muito para nos ensinar”.

Confira os principais pontos da mensagem:

Descobrir Cristo neles

Além de participar do sensus fidei, nas suas próprias dores, Francisco afirma que os pobres conhecem Cristo sofredor. “É necessário que todos nos deixemos evangelizar por eles. A nova evangelização é um convite a reconhecer a força salvífica das suas vidas, e a colocá-los no centro do caminho da Igreja. Somos chamados a descobrir Cristo neles: não só a emprestar-lhes a nossa voz nas suas causas, mas também a ser seus amigos, a escutá-los, a compreendê-los e a acolher a misteriosa sabedoria que Deus nos quer comunicar através deles. O nosso compromisso não consiste exclusivamente em ações ou em programas de promoção e assistência; aquilo que o Espírito põe em movimento não é um excesso de ativismo, mas primariamente uma atenção prestada ao outro, considerando-o como um só consigo mesmo. Esta atenção amiga é o início duma verdadeira preocupação pela sua pessoa e, a partir dela, desejo de procurar efetivamente o seu bem» (Papa Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 198-199)”.

Jesus não só está do lado dos pobres, mas também partilha com eles a mesma sorte

No texto, Francisco diz que os pobres não são pessoas externas à comunidade, mas irmãos e irmãs cujo sofrimento se partilha, para abrandar o seu mal e a marginalização, a fim de lhes ser devolvida a dignidade perdida e garantida a necessária inclusão social. “Aliás sabe-se que um gesto de beneficência pressupõe um benfeitor e um beneficiado, enquanto a partilha gera fraternidade. A esmola é ocasional, ao passo que a partilha é duradoura. A primeira corre o risco de gratificar quem a dá e humilhar quem a recebe, enquanto a segunda reforça a solidariedade e cria as premissas necessárias para se alcançar a justiça. Enfim os crentes, quando querem ver Jesus em pessoa e tocá-Lo com a mão, sabem aonde dirigir-se: os pobres são sacramento de Cristo, representam a sua pessoa e apontam para Ele”.

Convertei-vos e acreditai no Evangelho

O Papa salienta, na mensagem, que precisamos de aderir com plena convicção ao convite do Senhor: “Convertei-vos e acreditai no Evangelho (Mc 1, 15). Esta conversão consiste, primeiro, em abrir o nosso coração para reconhecer as múltiplas expressões de pobreza e, depois, em manifestar o Reino de Deus através dum estilo de vida coerente com a fé que professamos. Com frequência, os pobres são considerados como pessoas aparte, como uma categoria que requer um serviço caritativo especial. Seguir Jesus comporta uma mudança de mentalidade a esse propósito, ou seja, acolher o desafio da partilha e da comparticipação. Tornar-se seu discípulo implica a opção de não acumular tesouros na terra, que dão a ilusão duma segurança em realidade frágil e efémera; ao contrário, requer disponibilidade para se libertar de todos os vínculos que impedem de alcançar a verdadeira felicidade e bem-aventurança, para reconhecer aquilo que é duradouro e que nada e ninguém pode destruir (cf. Mt 6, 19-20)”.

Sempre tereis pobres entre vós

Francisco afirma que o título da mensagem é um convite a não perder jamais de vista a oportunidade que se nos oferece para fazer o bem. “Como pano de fundo, pode-se vislumbrar o antigo mandamento bíblico: «Se houver junto de ti um indigente entre os teus irmãos (…), não endurecerás o teu coração e não fecharás a tua mão ao irmão necessitado. Abre-lhe a tua mão, empresta-lhe sob penhor, de acordo com a sua necessidade, aquilo que lhe faltar. (…) Deves dar-lhe, sem que o teu coração fique pesaroso; porque, em recompensa disso, o Senhor, teu Deus, te abençoará em todas as empresas das tuas mãos. Sem dúvida, nunca faltarão pobres na terra» (Dt 15, 7-8.10-11). E no mesmo cumprimento de onda se coloca o apóstolo Paulo, quando exorta os cristãos das suas comunidades a socorrer os pobres da primeira comunidade de Jerusalém e a fazê-lo «sem tristeza nem constrangimento, pois Deus ama quem dá com alegria» (2 Cor 9, 7). Não se trata de serenar a nossa consciência dando qualquer esmola, mas antes contrastar a cultura da indiferença e da injustiça com que se olha os pobres”.

Os pobres estão no meio de nós 

Francisco faz votos de que o Dia Mundial dos Pobres, chegado já à sua quinta celebração, possa radicar-se cada vez mais nas Igrejas locais e abrir-se a um movimento de evangelização que, em primeira instância, encontre os pobres lá onde estão. “Não podemos ficar à espera que batam à nossa porta; é urgente ir ter com eles às suas casas, aos hospitais e casas de assistência, à estrada e aos cantos escuros onde, por vezes, se escondem, aos centros de refúgio e de acolhimento… É importante compreender como se sentem, o que estão a passar e quais os desejos que têm no coração”, diz.

“Os pobres estão no meio de nós. Como seria evangélico, se pudéssemos dizer com toda a verdade: também nós somos pobres, porque só assim conseguiríamos realmente reconhecê-los e fazê-los tornar-se parte da nossa vida e instrumento de salvação”, finaliza.

Confira a mensagem do Papa na íntegra (AQUI).

CNBB

Inglaterra e Gales batem todos os seus recordes históricos de abortos

Rattiya Thongdumhyu | Shutterstock
Por Francisco Vêneto

Os 210 mil bebês abortados são quase o triplo do total de mortes por covid-19 em todo o Reino Unido em 2020.

A Inglaterra e o País de Gales batem todos os seus recordes históricos de abortos ao confirmarem que, só em 2020, registraram 210.860 casos da eufemisticamente chamada “interrupção voluntária da gravidez”: é o maior número anual de abortos desde a sua aprovação no Reino Unido, em 1967.

O relatório oficial com esses dados foi divulgado no último dia 10 de junho pelo Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido.

A título de comparação, limitada meramente aos números, o total de óbitos em decorrência da covid-19 em todo o Reino Unido em 2020, até 31 de dezembro, foi de 74.223. O total inclui os 4 países que formam a união: Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda do Norte. O número de 210.860 abortos, porém, não inclui a Escócia nem a Irlanda do Norte, mas, ainda assim, já é quase o triplo do total de mortes causadas pelo coronavírus em todo o território do reino.

E vale recordar que, em 2020, o Reino Unido foi o país mais atingido pela pandemia em toda a Europa. Nem mesmo a atualização dos números de mortes causadas pela pandemia no Reino Unido no dia de hoje, isto é, 16 de junho de 2021, é suficiente para chegar perto do número de abortos executados na união durante o ano passado.

Recordes históricos de abortos

Trata-se de um triste recorde que supera outro: o ano de 2019 também tinha registrado o maior número de abortos legais da história do Reino Unido até então. Em 2020, a funesta marca foi batida pela diferença de 1.341 abortos a mais.

Com a justificativa da pandemia de covid-19, o governo do Reino Unido autorizou as britânicas a abortarem bebês até a 10ª semana de gestação sem sequer precisarem sair de casa, liberando a automedicação.

O próprio Departamento de Saúde e Assistência Social da união admitiu que 3.083 abortos cometidos em 2020 foram eugênicos, ou seja, não havia nenhum quadro de inviabilidade ou sequer doença do nascituro. A organização Right to Life UK detalhou esses abortos:

  • 693 foram executados só porque os bebês tinham a síndrome de Down;
  • 35 foram realizados só porque os bebês apresentavam fenda labial ou palatina, que podem ser tratadas com cirurgia;
  • 65 foram abortos “seletivos”, ou seja, a gestante esperava mais que um bebê e escolheu qual(is) viveria(m) e qual(is) não.

Catherine Robinson, porta-voz da Right to Life UK, declarou:

“A perda de 210.860 vidas por causa do aborto na Inglaterra e no País de Gales no ano passado é uma tragédia nacional. Cada um desses abortos representa um fracasso da nossa sociedade na proteção da vida dos bebês no útero e um fracasso na oferta de apoio total às mulheres cuja gravidez não foi planejada. No ano passado, nós nos unimos como nação e fizemos grandes sacrifícios para proteger as pessoas vulneráveis ​​do contágio da covid-19. Infelizmente, como sociedade, nós também acabamos com milhares de vidas vulneráveis ​​por meio do aborto”.

 Fonte: Aleteia

Turquia quer transformar todas as antigas igrejas cristãs em mesquitas

Guadium Press
Onde quer chegar o presidente da Turquia Erdogan com a sua política?

Redação (16/06/2021 12:22Gaudium Press) Mesmo que neguem, parece que a Turquia está em vias de converter todas as antigas igrejas cristãs em mesquitas.

Além do caso midiático da Basílica de Hagia Sophia, há casos não tão comentados, mas muito reais, como o do museu antigamente conhecido como Mosteiro de Chora, que abrigava a famosa igreja do Santíssimo Salvador, e que hoje é usada para o culto muçulmano, denominada Mesquita Kariye.

A história deste mosteiro é semelhante à de Hagia Sophia (Santa Sophia): construída em 534, foi convertida em uma mesquita em 1511, durante o domínio otomano de Constantinopla. Depois foi convertida em um museu em 1945 pela autoridade civil e agora é novamente um lugar de culto islâmico. Isso só pode ser qualificado como a islamização da Turquia.

Outros exemplos

Outro exemplo: no início da década de 2010, museus localizados dentro dos muros das antigas igrejas bizantinas de Trabzon e Iznik também foram transformados em mesquitas pelas autoridades turcas. Em seguida, em 2017, foram confiscados os bens pertencentes à igreja siríaca.

Alguns opinam que essa onda de islamização é favorecida pela fraca resposta internacional à conversão da Basílica de Hagia Sophia em mesquita, o que encorajou os pró-islâmicos, que agora encontram no partido do governo uma completa consonância.

O caminho tomado pela islamização de Hagia Sophia e do Mosteiro de Chora, com sucesso para os islamitas, provavelmente será seguido com outras antigas ex-igrejas. Esse processo fará mais pressão sobre a minoria cristã, que provavelmente começará a pensar cada vez mais na migração, sob pena de perder a fé.

E a pergunta permanece: o Presidente Erdogan quer reviver o Império Otomano?

Com informações de Cristiani Today

https://gaudiumpress.org/

Cardeal Rosa Chávez sobre direito à água: o que “está em jogo é a vida das pessoas"

vatican.va

"Se a lei não é como pensamos que deveria ser, a luta deve continuar, porque a vida das pessoas está em jogo", diz o cardeal, que enfatiza: "esta questão não podemos deixá-la de lado." Também está pendente na Assembleia Legislativa a ratificação constitucional de uma reforma que reconhece o acesso à água e ao saneamento como um direito. A medida, aprovada pela legislatura anterior, requer 56 votos para entrar em vigor. Centenas de salvadorenhos foram à Assembleia Legislativa para exigir a ratificação desta reforma constitucional.

Vatican News

El Salvador. O cardeal salvadorenho Gregorio Rosa Chávez disse em entrevista coletiva esperar que a iniciativa da lei sobre a água que o governo apresentará contenha os avanços feitos na proposta apoiada e elaborada pela Igreja católica e organizações ambientais.

"Esperamos que não acabe no lixo, porque é algo muito bem elaborado, para que as pessoas tenham a água como um direito humano fundamental", frisou o purpurado, que desde fevereiro de 1982 é bispo auxiliar de San Salvador.

Excluído projeto proposto pela Igreja e organizações

O presidente salvadorenho Nayib Bukele anunciou nesses dias que o tema da água será tratado na Assembleia Legislativa e falou sobre um projeto em particular.

O cardeal Rosa Chávez disse não conhecer o conteúdo do projeto, mas espera que "seja levado em conta o que foi feito até agora", e chamou de "irresponsável" a forma como foi deixado de lado o projeto proposto pela Igreja e organizações ao qual faltava somente uma assinatura.

Acesso à água e ao saneamento como um direito

"Se a lei não é como pensamos que deveria ser, a luta deve continuar, porque a vida das pessoas está em jogo", disse ainda o cardeal, que enfatizou: "esta questão não podemos deixá-la de lado."

Também está pendente na Assembleia Legislativa a ratificação constitucional de uma reforma que reconhece o acesso à água e ao saneamento como um direito. A medida, aprovada pela legislatura anterior, requer 56 votos para entrar em vigor. Centenas de salvadorenhos foram à Assembleia Legislativa em 8 de junho para exigir a ratificação desta reforma constitucional.

(com Fides)

Fonte: Vatican News

Evangelização também pode começar com atos de amor, diz cardeal

Cardeal Luis Antonio Tagle. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa
Por Mercedes de la Torre | ACI Prensa

Vaticano, 16 jun. 21 / 12:04 pm (ACI).- Em algumas partes do mundo, o primeiro passo para a evangelização é por meio de “atos concretos de amor”, disse o cardeal Luis Antonio Tagle, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos e presidente da Caritas Internationalis, no dia 15 de junho.

Num encontro com jornalistas na sala de imprensa da Santa Sé por ocasião do encerramento da campanha “Compartilhe a viagem” (“Share the Journey”), o cardeal Tagle falou sobre essa iniciativa lançada em 2017 pela Caritas Internationalis com o desafio de “difundir uma nova cultura em todo o mundo, uma cultura viva de encontro, uma nova visão da acolhida do migrante como pessoa humana”.

O cardeal filipino disse que “em algumas partes do mundo, o primeiro passo para a evangelização, para tornar Jesus conhecido, para fazer conhecer a mensagem do Evangelho do amor, são os atos concretos de amor”. Devemos “dar graças a Deus” pela “liberdade para anunciar, verbalizar, articular o Evangelho” em algumas partes do mundo.

Tagle contou que, durante uma visita a um campo de refugiados no Líbano, alguns refugiados lhes perguntaram: “por que vocês estão fazendo isso por nós? Por que vocês pensam em nós?”, Logo, uma menina se aproximou e disse: “O seu Deus é lindo”.

O cardeal enfatizou a “interligação” entre o trabalho da Caritas e a evangelização. Assim como a Caritas Internationalis trabalha unida ao Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, ela também “tem outro parceiro ('partner'), que é a Congregação para a Evangelização dos Povos”, disse Tagle.

Para o cardeal, é preciso “não ficar satisfeito em só ver os emigrantes, mas olhar para eles com compaixão; não apenas ouvir a sua voz, mas escutar os seus gritos e preocupações; não apenas passar por eles, mas parar, como o bom samaritano, e experimentar um momento de comunhão com eles”.

O cardeal também afirmou que, “num momento em que a covid-19 deve nos levar a ser mais solidários, em que os Estados estão cada vez mais preocupados com seus próprios cidadãos, existe o risco do egoísmo” que “sempre está presente”. Por isso, ele assegurou que campanha global da Caritas Internationalis mostrou a necessidade de “continuar compartilhando o caminho com os migrantes, algo que hoje é ainda mais necessário”.

Ao final da entrevista, o cardeal revelou que o fato de partilhar experiências com alguns migrantes e refugiados lhe fizeram lembrar “a sua origem migratória”, e que nos seus rostos pôde ver o seu avô chinês, “que deixou a sua pátria, a sua cultura e a sua segurança social para buscar outras formas de sobrevivência”.

Fonte: ACI Digital

Santo Ranieri de Pisa

S. Ranieri de Pisa | ArquiSP
17 de junho

São Ranieri de Pisa

A cidade de Pisa era, nos séculos XI e XII, um importante pólo comercial marítimo da Itália, que contribuía também no combate aos piratas sarracenos. Assim, paralelamente, ao burburinho dos negócios, a vida mundana da corte era exuberante e tentadora, principalmente para os mais jovens.

Foi nessa época, no ano 1118, que Ranieri Scacceri nasceu em Pisa. Era filho único de Gandulfo e Emengarda, ambos de famílias tradicionais de nobres mercadores riquíssimos. A sua educação foi confiada ao bispo de Kinzica, para que recebesse boa formação religiosa e para os negócios. Porém Ranieri, mostrando forte inclinação artística, preferiu estudar lira e canto. E para desgosto dos pais e do bispo, seu tutor, ele se entregou à vida fútil e desregrada, apreciando as festas da corte onde se apresentava. Com isso, tornou-se uma figura popular e conhecida na cidade de Pisa.

Aos dezenove anos de idade, impressionado com a vida miserável dos pobres da cidade e percebendo a inutilidade de sua vida, decidiu mudar. Contribuiu para isso o encontro que teve com o eremita Alberto da Córsega, que o estimulou a voltar para a vida de valores cristãos e a serviço de Deus. Foi assim que Ranieri ingressou no Mosteiro de São Vito, em Pisa, apenas como irmão leigo.

Depois de viver, até os vinte e três anos de idade, recolhido como solitário, doou toda a sua fortuna aos pobres e necessitados e partiu em peregrinação à Terra Santa, onde permaneceu por quase quatorze anos. Viajou por todos os lugares santos de Jerusalém, Acre e outras cidades da Palestina, conduzindo a sua existência pelo caminho da santidade. Foi nessa ocasião que sua virtude taumatúrgica para com os pobres passou a manifestar-se. Vestido com roupas pobres, vivendo só de esmolas, Ranieri lia segredos nos corações, expulsava demônios, realizava curas e conversões.

Já com fama de santidade, em 1154 retornou a Pisa e ao Mosteiro de São Vito, mas sempre como irmão leigo. Em pouco tempo, tornou-se o apóstolo e diretor espiritual dos monges e dos habitantes da cidade. Segundo os registros da Igreja, os seus prodígios ocorriam por meio do pão e da água benzidos, os quais distribuía a todos os aflitos que o solicitavam, o que lhe valeu o apelido de "Ranieri d'água".

Depois de sete anos do seu regresso da longa peregrinação, Ranieri morreu no dia 17 de junho de 1161. E desde então os milagres continuaram a ocorrer por sua intercessão, por meio da água benzida com sua oração ou colocada sobre sua sepultura.

Canonizado pelo papa Alexandre III, são Ranieri de Pisa foi proclamado padroeiro dos viajantes e da cidade de Pisa. A catedral dessa cidade conserva suas relíquias, que são veneradas no dia de sua morte.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Qual é a identidade de um católico?

Marko Vombergar / Aleteia
Por Padre Reginaldo Manzotti

A nossa identidade como católicos não foi tirada do nada; ela é bíblica.

Qual é a identidade de um católico? Em nossa vida civil o que nos identifica como cidadãos é a nossa Carteira de Identidade, popularmente conhecida como RG. Onde quer que vamos é o primeiro documento solicitado (ou o CPF). E como católicos qual é a nossa identidade?

Alguns podem pensar que é a devoção à Nossa Senhora, mas não, isso é consequência. Nossa identidade de católicos é a Santíssima Trindade. Nenhum católico começa uma oração, uma espiritualidade, uma adoração, a Santa Missa, sem invocar a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, fazendo o sinal da Cruz.

Não entendo como alguém pode negar a existência da Santíssima Trindade, se Jesus foi muito claro: “Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo” (Mateus 28,19-20).

A identidade do católico é bíblica

Pois bem, é bíblico! Tanto que em nosso Batismo, seja por imersão, como era antigamente ou como nós fazemos, hoje, por ablução, que consiste em derramar um pouco de água sobre a cabeça da criança ou do catequizando candidato ao Batismo. E o fazemos não em nome só de Jesus ou só do Espírito Santo. Um Batismo assim não seria válido. Batizamos seguindo o que nos pede Jesus: “Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.

Logo, nossa identidade como católicos não foi tirada do nada. Porém, não é fácil compreender o mistério da Santíssima Trindade. Conta-se que Santo Agostinho andava em uma praia meditando sobre o mistério da Santíssima Trindade: um Deus em três pessoas distintas… Enquanto caminhava, observou um menino que portava uma pequena tigela com água. A criança ia até o mar, trazia a água e derramava dentro de um pequeno buraco que havia feito. Após ver repetidas vezes o menino fazer a mesma coisa, resolveu interrogá-lo sobre o que pretendia. O menino, olhando-o, respondeu com simplicidade: –“estou querendo colocar a água do mar neste buraco”. Santo Agostinho sorriu e respondeu-lhe: – “mas você não percebe que é impossível?”

Então, novamente olhando para Santo Agostinho, o menino respondeu-lhe: – “ora, é mais fácil a água do mar caber nesse pequeno buraco do que o mistério da Santíssima Trindade ser entendido por um homem! Quem fita o sol, deslumbra-se, mas quem persiste em fitá-lo nada mais enxerga; assim sucede com os mistérios da fé: quem pretende compreendê-los deslumbra-se e quem se obstina em perscrutá-los perder-se-á completamente”. E a criança, que era um anjo, desapareceu…

Compreender o mistério da Trindade

Verdade ou não, esta história nos leva a refletir que podemos conhecer o mistério que é Deus uno e trino, mas jamais compreenderemos a profundidade deste mistério em sua totalidade, mas isso não deve ser um empecilho para celebrar a Santíssima Trindade, o Pai Criador, o Filho Redentor e o Espírito santificador.

Nós somos convidados a clamar: “Pai, eu fui criado, e recriado pela graça da redenção do Teu Filho. Eu creio nisso, mas preciso mais, então dai-me o Teu Espírito Santificador. Dá-me o Teu Espírito consolador, que vem em auxílio das minhas fraquezas. Aquele que vem me defender do mal. Aquele que vem afugentar o Inimigo. Vem Espírito Santo, vem com Seu poder”.

Termino dizendo que negar a doutrina da Santíssima Trindade é rejeitar todo plano de Deus para nossa redenção e salvação.

Por Padre Reginaldo Manzotti

Fonte: Aleteia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF