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domingo, 20 de junho de 2021

A oração que o Papa Francisco reza todas as noites

© Sabrina Fusco / ALETEIA

"Se eu faço esta oração, você também pode fazer, em casa. E Jesus ouve-nos sempre", disse o Santo Padre.

Em Audiência Geral de 22 de junho de 2016, o público ficou a par de uma oração que o Papa Francisco faz todas as noites. Trata-se de uma contemplação às chagas de Cristo, sua misericórdia, consolação e proteção.

Afirmou o Papa:

“Senhor, se quiseres, podes purificar-me!” (Lc 5, 12): é o pedido que ouvimos dirigir por um leproso a Jesus. Este homem não pede somente para ser curado, mas para ser «purificado», ou seja, sarado integralmente, no corpo e no coração…

A súplica do leproso demonstra que quando nos apresentamos a Jesus não é necessário fazer longos discursos. São suficientes poucas palavras, contanto que sejam acompanhadas pela plena confiança no seu poder absoluto e na sua bondade. Efetivamente, confiar na vontade de Deus significa entregar-se à sua misericórdia infinita.

Também eu vos contarei um segredo pessoal. À noite, antes de ir para a cama, recito esta breve oração: «Senhor, se quiseres, podes purificar-me!». E rezo cinco vezes o «Pai-Nosso», um para cada chaga de Jesus, porque Jesus nos purificou com as suas chagas. Mas se eu o faço, também vós o podeis fazer, em casa, dizendo: «Senhor, se quiseres, podes purificar-me!»; e, pensando nas chagas de Jesus, receitai um «Pai-Nosso» para cada uma delas. E Jesus ouve-nos sempre!”.

As cinco chagas de Jesus:

A Chaga do Pé Esquerdo: Santíssima Chaga do pé esquerdo de meu Jesus, Vos adoro.

A Chaga do Pé Direito: Santíssima Chaga do pé direito de meu Jesus, Vos adoro.

A Chaga da Mão Esquerda: Santíssima Chaga da mão esquerda de meu Jesus, Vos adoro.

A Chaga da Mão Direita: Santíssima Chaga da mão direita de meu Jesus, Vos adoro.

A Chaga do Sacratíssimo Peito: Santíssima Chaga do Sacratíssimo Peito de meu Jesus, Vos adoro.

Fonte: Aleteia

Suprema Corte dos EUA decide a favor de organização católica

Bandeira americana. Crédito: Bonnie Kittle (Unsplash)

FILADELFIA, 18 jun. 21 / 10:28 am (ACI).- A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu, nesta quinta-feira, em favor do Catholic Social Service (CSS, Serviço Social Católico na sigla em inglês) no processo contra a cidade de Filadélfia. O tribunal decidiu, por unanimidade, que a cidade violou o livre exercício da religião da organização.

O CSS se orienta pelos ensinamentos da Igreja Católica sobre o matrimônio e a família, que não certifica casais que não estejam casados, independentemente da sua orientação sexual.

O governo da Filadélfia, capital do estado da Pensilvânia, considerou que a política do CSS violava o decreto que proíbe a discriminação a homossexuais e decidiu não trabalhar mais em parceria com o grupo.

Duas mães adotivas, que trabalhavam para a agência, Sharonell Fulton e Toni Simms-Busch, processaram a cidade de Filadélfia pela decisão. Elas argumentaram que, ao rescindir os contratos, a cidade violou o direito à liberdade religiosa protegido pela primeira emenda à Constituição americana. O caso ficou conhecido como Fulton vs. Cidade da Filadélfia

John Roberts, presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos, expressou a opinião unânime dos magistrados: “O CSS busca apenas uma acomodação que lhe permita continuar servindo as crianças da Filadélfia de maneira coerente com suas crenças religiosas. Não pretende impor essas crenças a mais ninguém”.

Segundo Becket, escritório de advogados que representa mães adotivas e representou o CSS neste caso, outras 29 agências de acolhimento na Filadélfia trabalham com homossexuais. O escritório também disse o CSS não recusou efetivamente nenhuma união do mesmo sexo até a rescisão dos contratos com a cidade de Filadélfia.

Os juízes Stephen Breyer, Sonia Sotomayor, Elena Kagan, Brett Kavanaugh e Amy Coney Barrett acompanharam o juiz John Roberts no parecer majoritário. Os demais juízes apresentaram opiniões separadas mas concordaram com a decisão.

A agência de notícias CNA solicitou uma tomada de posição do porta-voz da cidade de Filadélfia, mas não recebeu resposta.

Fonte: ACI Digital

Região indígena dos Munduruku, no Pará: estamos no meio do fogo cruzado, alerta missionário

Índio Munduruku | Vatican News

O povo indígena Munduruku, da região de Jacareacanga, no sudoeste do Pará, tem sofrido com ameaças contra à vida e à saúde, além da falta de segurança que tem gerado mortes e garimpos ilegais no território. O Vatican News entrou em contato com a Missão Santa Teresa do Tapajós, que atua no local. Os frades confirmaram que a segurança pública federal tem "marcado forte presença" para controlar a situação, mas os conflitos têm obrigado "o comércio a fechar as portas. O povo com medo, se recolhe. Parece quase como uma milícia do Rio de Janeiro. A gente precisa agir com prudência, pois está no meio do fogo cruzado. Agora, após algumas prisões de contraventores, reina uma calmaria, mas sujeita a surpresas", afirma Frei Marcos Juchem Júnior.

Andressa Collet - Vatican News

Termina nesta sexta-feira (18), no Supremo Tribunal Federal, o julgamento sobre medidas a serem adotadas para garantir a proteção da vida, da saúde e da segurança dos indígenas nas terras Yanomami e Munduruku. Na quarta-feira (16), a maioria dos ministros já havia votado - em plenário virtual - a favor de determinar ao governo federal a adoção das medidas em virtude de ação de partidos e entidades indígenas que alegam, entre outros, ataques aos locais que geraram mortes, garimpos ilegais e situação de saúde precária.

Entenda o caso

A região de Jacareacanga, no sudoeste do Pará, há semanas tem sofrido com ataques contra lideranças do povo Munduruku que se opõem ao garimpo ilegal nas suas terras. Tanto que a Justiça Federal em Itaituba/PA, a pedido do Ministério Público Federal, já havia ordenado na terça-feira (15) o retorno do efetivo de segurança pública ao local para restabelecer a ordem pública.

Os indígenas Munduruku, presentes em municípios como Itaituba e Jacareacanga, no Pará, historicamente lutam pelo reconhecimento dos seus direitos e da demarcação das terras na Amazônia. O povo também alega sofrer ameaças e que o território tem sido alvo de mineração e extração de madeira ilegais, gerando uma série de problemas sociais locais, como conflitos entre garimpeiros e indígenas.

O apoio da Igreja no local

O Vatican News entrou em contato com a Missão Santa Teresa do Tapajós, que atua no local. Os frades Marcos Juchem Júnior e Ari de Souza confirmaram que a segurança pública federal tem "marcado forte presença por agora" e que eles têm ajudado a Polícia Federal "a localizar alguma liderança indígena que era contra o garimpo para poder receber proteção, pois estava sendo ameaçada". O Frei Marcos, que inclusive participou de uma reunião com a Polícia Federal, o Ibama e a Força Nacional para falar sobre a situação local, revelou que o ambiente também sofre com posições contrárias, já que há indígenas favoráveis ao garimpo:

“Eles fizeram duas fortes concentrações contra a presença dos homens da lei que vieram reprimir e destruir a atividade garimpeira, inclusive obrigando o comércio a fechar as portas. O povo com medo, se recolhe. Parece quase como uma milícia do Rio de Janeiro. A gente precisa agir com prudência, pois está no meio do fogo cruzado. Agora, após algumas prisões de contraventores, reina uma calmaria. Mas aparecem surpresas, pois a região é imensa de floresta e distâncias.”

O Frei Marcos quando esteve em reunião com representantes
da segurança pública

Leia a seguir a declaração dos frades presentes em Mundurukania sobre a situação dos indígenas:

Frei Marcos Juchem Júnior e Frei Ari de Souza*

Os carmelitas descalços estão aqui na Amazônia desde de junho de 2015. O tema dos indígenas é muito complexo e não se pode com algumas afirmações dar uma panorâmica da realidade daqui. Vamos expor alguns aspectos, que parecem ser de pouca importância, mas no seu conjunto se poderá dar o estado real dos últimos anos e acontecimentos ocorridos em um curto tempo para cá.


É de fato preocupante a situação aqui em Jacareacanga, envolvendo a situação dos nativos Munduruku. Ao ler a entrevista de Maria Leusa, líder indígena, e de algumas outras lideranças, se pode ver o quanto é delicado o contexto que se apresenta no tempo atual: "estamos ficando na miséria, sem rio e sem floresta, com tudo destruído. Estamos com nossos filhos doentes, perdendo nossos anciãos pela Covid por conta da invasão, e perdendo peixe, principalmente naquelas regiões [mais] invadidas." Claro que deveremos entender essa afirmação que, em poucas palavras, apresenta uma fotografia, de alguns aspectos muito centrais e importantes, atingidos pela atividade adversa do garimpo na reserva indígena.

Os rios continuam, alguns poluídos e contaminados pelo garimpo; a floresta da Mundurukania continua 99% de pé, e houve mortes de nativos por causa da Covid-19. Temíamos que seria muito pior, como no início foi alarmado, mas nos solidarizamos com os falecimentos havidos. Mesmo os indígenas tinham prioridade na vacinação, embora alguns se recusem a receber a vacina.
Segundo meu limitado conhecimento de toda a complexidade, no que me é possível, coloco uns pontos para reflexão. Aqui não julgo. E longe de culpar os nativos. Procuro apresentar uns temas e questões que constatamos com o único intuito de despertar a gravidade e delicado contexto aqui presente, para ajudar e conseguirmos formas de ajudar os irmãos indígenas.


Creio que a atual problemática do garimpo é também um reflexo e consequência de uma realidade mais ampla que, agora, recrudesceu, mostrando pontos críticos e delicados presentes nesta região amazônica. É fato que o branco está garimpando muito no Estado do Pará: o ouro, a cassiterita nesta região do sudoeste do Estado. Descobrindo o ouro na Mundurukania, o branco se meteu na área indígena com o assentimento de alguns indígenas, o que causou uma forte divisão entre os nativos, provocando esses conflitos, enfrentamentos entre os indígenas contra e a favor do garimpo, onde o branco - com a sua influência - está presente e, com técnicas e tratores, faz uma exploração forte do ouro e da cassiterita, deixando um grande estrago na natureza.


Existem causas que agudizam esta realidade na Mundurukania, que vem de mais tempo. Apresento alguns pontos delicados e importantes. Nos últimos anos houve um aumento bastante considerável do número de nativos Munduruku. Se 25 anos atrás eram em 5 mil, hoje são 15 mil. Isso requer sempre mais condições e meios para a sua subsistência. Os rios são os mesmos; os peixes já pescados do rio para os nativos se alimentarem, não existem mais. Claro que há a reprodução. Os mesmos nativos sabem que em outras regiões do país os mesmos têm mais meios de vida, cultivando a terra com soja, café, além da criação de peixes...


Igualmente nas festas dos indígenas, como dos padroeiros das aldeias, após as celebrações religiosas, estando presentes os nativos das aldeias vizinhas e parentes, se requer um número considerável de peixes para lhes dar de comer. Como não têm meios de conservar os peixes pescados com dias de antecedência, os mesmos o precisam fazer na véspera. A forma de capturá-los é usar o timbó, uma planta venenosa, que entorpece os peixes, os mata... aqui morrem todos os peixes, também os pequenos. Isto já levou os mesmos indígenas a se oporem a isso. Em parte, o conseguiram, mas não de todo. Algumas aldeias já deixam de oferecer certos alimentos nas festas, por não terem condições de o fazerem.


Quanto à caça, vai na mesma linha: os animais abatidos não existem mais. A caça de agora não é tão silenciosa. Antes feita com flechas, agora se faz com armas de fogo, se abatem alguns animais, mas muitos outros se espantam fugindo para mais longe. Também, manter uma arma de fogo, cada cartucho não é tão barato.

questão religiosa também apresenta os seus problemas. A nossa presença junto aos nativos não é tão forte como quiséramos. O grande número de aldeias, o maior número de nativos, as dispersões e entretenimentos até legítimos, mas que influenciam na recepção e vivência dos sacramentos. As diversas denominações de evangélicos presentes nas aldeias, com alguma denominação que exige que se deixe os costumes, por exemplo, no vestir, em se pintar para as festas ou outras manifestações, é uma diversidade que lhes gera confusões diversas. O que é quase inacreditável, já que alguma denominação evangélica afirma que não é problema destruir o meio ambiente, pois "Jesus está voltando, e logo será o fim".

Uma outra queixa que se houve de alguns caciques é que os mesmos não são obedecidos mais como anteriormente, de modo particular nas aldeias maiores. Isso pode revelar a falta de uma coordenação e liderança mais efetiva entre o povo indígena. Junto a isso, algumas dificuldades na convivência na aldeia entre as famílias, onde as mesmas ou alguns grupos decidem fundar outras aldeias, em geral, mais perto de Jacareacanga, pois lhes facilita o vir para a cidade e, claro, a sempre maior influência da cidade sobre o modo de viver, com possíveis aspectos positivos ou negativos. 

Ao visitar as aldeias, sobretudo as maiores, sinto que há necessidade de haver um estímulo maior e incentivo às escolas, à educação e até às condições materiais de vida, como o acesso aos alimentos. Outra particularidade da Mundurukania é a grande distância e as horas de viagem para os nativos virem pelos rios até Jacareacanga: alguns viajam 4 dias de rabeta, que é um tipo de canoa. O retorno, 6 dias, rio acima, a fim de providenciar as suas necessidades. Aqui em Jacareacanga, os indígenas fazem romarias com vazilhames vazios para conseguir combustível, solicitando ao prefeito e particulares, para retornarem às suas aldeias. São centenas de litros de combustível, já que aqui não é barato.

Tudo isso requer dinheiro. Como vão ter recursos para essas viagens, além de comprar mantimentos necessários para as aldeias?

A natureza oferecia uma abundância em tempos idos para um certo número de nativos. Hoje será que tudo é tão abundante? Creio que há necessidade de colocar na natureza, plantar e cultivar a terra para produzir alimentos. Essa mudança de atitude e visão precisa ser ensinada aos nativos e com condições de cultivar a terra. Na floresta, este cultivar requer um empenho maior: levar sementes, arar a terra, plantar, colher, armazenar para o sustento e industrializar certos produtos, como diversos subprodutos da macaxeira e da mandioca, o transporte para comercializá-los, o combustível necessário para isso.... Quanto dinheiro conseguirão com todo esse trabalho? Também a colheita da castanha ou a extração dos óleos de cobaíba e andiroba.

Muitos nativos vivem na cidade de Jacareacanga e trabalham nos mais diversos setores, desde o comércio, prefeitura, saúde, ensino, e as mulheres, de domésticas... Como também há trabalho nos garimpos fora da área indígena, com os brancos. Isso nos mostra que o nativo quer trabalhar, precisa trabalhar para comprar as coisas, mas não há empregos para tantos aqui na cidade. Ví com satisfação um indígena comprando à vista o seu telefone celular e logo fazer um plano para o uso do mesmo. Acontece também de algum indígena vir pedir esmola ou dinheiro aqui na casa paroquial: lhes damos, porém, com cuidado, pois se sabem que damos para alguns, os contentamos, mas podemos descontentar muitos se não lhes damos.

Vejo que algum recurso que algumas aldeias ou nativos possam conseguir com o ouro dos garimpos será passageiro. As consequências que ficam em geral não são positivas, como a destruição da natureza, o mercúrio que fica na terra e nos rios. Alguns se queixam que não ajudam entre si, uma partilha deste dinheiro. Falando de ouro, quem não gosta dele, até os irmãos de Santa Teresa da Ávila, presentes na América espanhola, o buscaram com avidez, como todos os advindos em busca de riquezas. 

“A grande preocupação - e várias interrogações - são como alavancar e empreender uma vida integrada, digna, saudável para os indígenas, onde os mesmos sejam os primeiros protagonistas neste tempo atual, que já foi submetido a grandes mudanças. E essas se encontram, não estacionadas, mas, sim, num dinamismo constante.”

Diante de tudo isso, o que se pode fazer? Vejo que há necessidade de se conseguir fazer análises profundas, uma radiografia da nova realidade e num diálogo envolvente, participativo dos indígenas e demais estruturas que são corresponsáveis para irem construindo um processo positivo de novas soluções, mantendo também os valores e costumes da sua cultura, a preservação da natureza, como a ecologia, para que os povos originários consigam um equilíbrio em sintonia com as necessidades e aspirações atuais.
*Missão Santa Teresa do Tapajós

Fonte: Vatican News

XII DOM TEMPO COMUM - Ano "B"

Dom Paulo Cezar Costa
Arcebispo de Brasília

Se Jesus está no barco, não pereceremos

Neste domingo, temos um texto do Evangelho de Marcos 4, 35-40, em que Jesus acalma a tempestade.  É um relato que aparece nos três Evangelhos sinóticos (Mt 8, 23-27; Lc 8, 22-25 e Marcos 4, 35-40), onde o fato é situado no fim de um dia de pregação, em que Jesus havia ensinado as multidões em parábolas. No fim do dia, Jesus embarca com Seus discípulos para a outra margem. A cena é rica de detalhes: “Eles despedem a multidão, e levaram Jesus consigo, assim como estavam na barca”. O evangelista enfatiza que “havia ainda outras barcas com ele”.

Jesus na barca | Portal A12

Enquanto atravessavam, desencadeia-se uma grande tempestade: “Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a encher”. A atitude de Jesus é totalmente oposta: Jesus, cansado depois de um dia de trabalho pela construção do Reino de Deus, está dormindo sobre um travesseiro. Jesus dorme com a tranquilidade de quem é consciente de que as forças da natureza não têm poder sobre Ele, com a consciência de quem se confia totalmente nas mãos do Pai.

Os discípulos, admirados, mediante a indiferença de Jesus, despertam Jesus e perguntam: Mestre, não te importas que pereçamos? Jesus se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio, cala-te e houve uma grande calmaria. Jesus se manifesta como Aquele que tem autoridade sobre os elementos da natureza, sobre vento e o mar. Jesus, então, censura a falta de fé dos discípulos: Por que sois tão medrosos, ainda não tendes fé? A atitude dos discípulos é aquela do medo e se perguntam: Quem é este a quem até o vento e o mar obedecem?

Este texto quer nos ajudar a refletir sobre o mistério de Jesus Cristo e sobre a nossa caminhada de Igreja. Talvez a nossa atitude ainda seja aquela dos discípulos, que não conseguimos entrar no mistério de Cristo, e, por isso, a atitude de medo diante a nossa falta de fé. Jesus nos dá a certeza de que, nas tempestades da vida do dia a dia, nas tempestades da vida da Igreja, se o Senhor Jesus está conosco, se Ele está no nosso barco não pereceremos. Este barco tantas vezes é a nossa vida, é a caminhada da Igreja que é assolada por pequenas e grandes tempestades. Mas se o Senhor está no barco conosco, não pereceremos.

Este texto nos ajuda a entrarmos no mistério de Cristo. O mar, para o homem bíblico, era sinal das forças caóticas dominadas pelo Criador, na criação.   Jesus é Quem tem o domínio sobre as forças da natureza. Só Deus tem domínio sobre as forças da natureza. Jesus, portanto, revela-Se aqui como Filho de Deus, como Deus.

Estamos lendo este texto numa época de coronavírus, que colocou, diante de nós, a nossa provisoriedade e o medo. Papa Francisco, naquela oração na praça de São Pedro vazia, como exemplo do orante, dizia: “Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo dum silêncio ensurdecedor e de um vazio desolador, que paralisa tudo à sua passagem: pressente-se no ar, nota-se nos gestos, dizem-no os olhares. Revemo-nos temerosos e perdidos”. Neste tempo difícil, tenhamos certeza de que não estamos sozinhos. Ele está no barco conosco.

Fonte: Arquidiocese de Brasília

Santa Florentina

Santa Florentina | Tenda do Senhor
20 de junho
Santa Florentina

A família de santa Florentina foi agraciada. Além dela, três irmãos foram canonizados: São Leandro, Santo Isidoro, São Fulgêncio. Os pais souberam educar seus filhos na fé cristã. Nascida em Cartagena, Florentina precisou acompanhar a família na mudança para Sevilha.

Seus irmãos foram todos elevados ao episcopado, sendo exemplo de vida cristã para o povo espanhol. Florentina, por sua vez, tornou-se abadessa, consagrando-se plenamente a Deus. Era uma excelente diretora espiritual, procurada por homens e mulheres.

Suas orientações foram além dos muros do mosteiro e influenciou muitas outras religiosas. Esta santa era dotada de uma inteligência singular, dedicava tempo à penitência e agia com docilidade com suas companheiras de claustro.

Florentina incentivava o crescimento humano através do serviço ao próximo, evitando causar o sofrimento aos semelhantes. Todos que a procuravam eram aconselhados à leitura espiritual e a rezar diante do santíssimo. Para as monjas, Florentina dizia sobre a necessidade da vida comum, da discrição e do desapego material. Faleceu santamente em 636.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Reflexão
A santidade pode ser considerada sinônimo de simplicidade. Ser santo é encontrar-se com o amor de Deus que se manifesta através das pequenas coisas da vida: o sorriso de alguém, uma palavra de apoio, um abraço. Santa Florentina soube valorizar cada um destes gestos e tornou-se uma grande conselheira espiritual. Que Deus nos conceda ser mais atentos aos detalhes da vida e nos leve a buscar em tudo motivos de santificação.
Oração
Deus Pai de amor e bondade, pela intercessão de santa Florentina, dai-me a graça de perseverar na vida de fé e zelar pela pregação da sua Palavra. Ajudai-me a ser dócil com meus irmãos e irmãs e em tudo dai-me a clareza da melhor decisão. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!

Fonte: https://www.a12.com/

sábado, 19 de junho de 2021

Como descobrir seu talento – quando você acha que não tem nenhum

Africa Studio | Shutterstock
Por Hanna Kowalska

Todo mundo é bom em alguma coisa, e há alegria em desenvolver essas habilidades e aprender novas.

Se você pensasse nos talentos que as pessoas poderiam ter, a lista seria grande: canto, pintura, esportes, tocar instrumentos musicais, habilidades culinárias, escultura, escrita e uma variedade de outras atividades humanas, a maioria das quais se traduz em um resultado tangível ou demonstração de habilidades marcantes.

É uma lista bastante longa, mas finita. Mas e se considerássemos uma segunda lista, a lista “não oficial” de talentos?

Esse exercício pode servir para nos ajudar a ver se estamos perdendo algo quando temos dificuldade em identificar nosso talento ou uma habilidade específica.

Mesmo que eu não te conheça, eu sei que você tem talentos! E mais de um. Como você pode descobri-los? Aqui estão quatro coisas que podem ajudar.

1. MUDE SUA PERSPECTIVA

Se nada na “lista oficial” te encanta, jogue-a no lixo. Esqueça que ela existe. Pense no que você mais gosta de fazer. É fácil assim. Pode ser assar biscoitos ou ter longas conversas telefônicas.

Eu diria que se você gosta, e é fácil para você, então… bem… você tem talento para isso!

E embora possa não parecer que falar com amigos ao telefone seja um super talento, na verdade é, mesmo que não seja convencional. Um bom conversador é um bom palestrante e contador de histórias, e também é um bom ouvinte — assim, provavelmente também um bom conselheiro.

O ponto de partida deve ser sempre olhar para suas próprias atividades favoritas, exclusivas para cada um de nós.

2. EXPERIMENTE COISAS NOVAS

Nunca assuma que você não é bom em algo até realmente experimente — mesmo que seja semelhante a uma atividade que você tentou e não se achou bom. Talvez as semelhanças entre as atividades não sejam tão próximas quanto você pensava.

Pode haver diferenças entre as atividades que você, como observador, pode não ver no início. Essas diferenças podem vir a ser a razão de você ter um desempenho ruim na atividade antiga e ótimo nessa nova. De qualquer forma, experimentar novas atividades é uma aventura fascinante em si.

3. EXPERIMENTE COISAS VELHAS DE NOVO

Estamos constantemente mudando ao longo de nossa vida. Ninguém pode dizer com certeza que se você fosse o pior em tocar um instrumento quando tinha 10 anos, ainda o será quando for adulto. Além disso, ao contrário de quando você era criança, você pode achar divertido e altamente envolvente desta vez.

Também vale a pena lembrar por que não gostamos de certas atividades em nossa infância. Talvez não tenha sido que tivéssemos má coordenação ou nenhum talento para a música, mas que as pessoas que eram importantes para nós nos disseram (ou implicaram) que não éramos bons nisso.

Tenho meu próprio exemplo nas aulas de educação física.

Ao longo do ensino fundamental e médio, vivi com a profunda convicção de que era absolutamente incapaz de praticar esportes. Por causa do meu físico pequeno, eu sempre fui condenada ao ostracismo pelos meus colegas quando times de vôlei ou basquete eram montados, e o professor não intervinha.

Nenhuma dessas pessoas fez nada de propósito para me deixar desconfortável ou dissuadir de praticar esportes, mas foi assim que funcionou para uma garota não tão confiante.

Foi somente durante meus estudos universitários que redescobri o esporte.Eu me apaixonei por eles, e eles retribuíram! Meu corpo pequeno acabou sendo uma vantagem em muitos esportes, e quando tentei uma coisa e outra, descobriu que esse corpo discreto escondia grande força muscular, agilidade e flexibilidade.

Desde então, gosto de dançar também pratico jiu-jitsu brasileiro. Se não fosse minha segunda tentativa de atividades físicas, eu teria perdido tantas coisas maravilhosas!

4. ENCONTRE UM BOM PROFESSOR

Tentar coisas velhas novamente por conta própria nem sempre será um sucesso. Às vezes, alguém tem que nos guiar pelo caminho certo. Se você já fez alguns esforços na música no passado e realmente sonhava em cantar, mas desistiu porque acabou não tendo um bom ouvido, encorajo você a tentar novamente, desta vez com a ajuda de um bom professor.

Na maioria dos casos, acontece que, depois de colocar a quantidade certa de trabalho, sob a supervisão de um verdadeiro especialista em canto, as notas fora de sintonia se tornam cada vez mais semelhantes às corretas. Você pode acabar cantando Como pessoas com talento musical inato!

E nas coisas em que somos comprovadamente ruins?

O que devemos fazer quando percebemos que temos uma completa falta de talento para alguma coisa? Geralmente desistimos dessas coisas para sempre, nunca mais com a intenção de tocá-las novamente. Enquanto isso, elas podem ser uma verdadeira mina de ouro! Eles são uma ótima ferramenta para o autodesenvolvimento e até relaxamento.

Basta pensar: Se você sabe que não é bom em algo, então você pode fazê-lo sem expectativas exigentes demais. O que isso significa? Primeiro de tudo, ensina você a desistir da desgraça do nosso tempo: o perfeccionismo. Todos nós nos treinamos para esperar os melhores resultados de nós mesmos, para realizar todas as tarefas com perfeição.

Você já aprendeu a não esperar perfeição de si mesmo? Experimente — é difícil! Mas quando o fizer, você atingirá um estado incrível de relaxamento.

Por exemplo, há algum tempo eu tentei pintar. É um campo em que eu tenho absolutamente zero talento. Quando danço, tento fazer movimentos bonitos ou satisfatórios; quando canto, tem que soar muito bem. Quando pinto, por outro lado, não espero que saia 100% certo. Posso respirar fácil e, portanto, quando recebo um resultado inesperadamente bom, é incrivelmente libertador e relaxante.

Certamente, seu hobby irá relaxá-lo e o desenvolvimento de seus talentos lhe proporcionará grandes aventuras (e eu recomendo que você faça isso!).

Fonte: Aleteia

Cooperativismo jesuítico-guarani, uma semente de fraternidade (Parte 2/3)

Caminho das Missões, em Jesus PY.
Foto: José Roberto de Oliveira

Cooperativismo jesuítico-guarani

"Um processo de cooperação é extremamente importante para o mundo novo que nós sonhamos, para esse mundo mais igualitário, mais fraternal". A cooperação deve ser o fundamento do nosso mundo cristão, porque é um jeito de romper os individualismos que existem dentro de cada um de nós, afirma o pesquisador das Missões jesuítico-guaranis, uma "utopia" que existiu na América do Sul nos séculos XVII e XVIII.

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

O que poderia nos levar a pensar que não haveria então um salário, uma remuneração por um trabalho, mas todos trabalhariam de uma forma comum e aquilo que fosse vendido, ou não sei se havia um sistema de troca também seria para o sustento da comunidade, é isso?

Perfeitamente, exatamente isso. E aí vem a tua segunda pergunta. Como era o mundo, afinal de contas, como é que isso conseguiu subsistir ou existir naquele período. A êssencia do mundo guarani é uma essência de união dentro de suas aldeias. As aldeias funcionam em um modelo extremamente coletivo, os guaranis têm como essência a colaboração, a ajuda mútua entre os seus seres. Por exemplo, aqueles que são caçadores, outros são pescadores, os outros são produtores, agricultores. Claro, é uma agricultura de pequeno porte, digamos, no mundo nativo, mas que todos trabalham para que o conjunto todo funcione. Por exemplo, ainda hoje nas aldeias. Por exemplo, se alguém vai pescar e pega muitos peixes, ou o que ele consegue pegar de peixe, ele volta e divide entre as famílias da sua aldeia, isso ainda hoje. Por quê? Porque eles não têm essa ideia do guardar, de que eu tenho que ficar guardando muita coisa para depois, ou essa ideia nossa bem eurocêntrica de que temos que poupar, e ter, digamos, o nosso bem, essa coisa do dinheiro. Então no mundo nativo, daquele período dos anos 1600, isso estava muito presente dentro do processo. Então como isso tudo pode funcionar do jeito que funcionou? 

“Os guaranis entraram com toda essa ideia da cooperação, da colaboração, da ajuda mútua, enquanto que os jesuítas trouxeram a ideia daquilo que estava na Europa naquele período, porque nunca podemos esquecer quem eram esses jesuítas que chegaram aqui.”

Vamos pegar um exemplo:  o Antônio Sepp von Rechegg. Quem é esse jesuíta? Ele é um príncipe, na verdade, ele é o filho do rei do Condado de  Kaltern, onde era a Áustria. Então esse jesuíta, foi menino cantor de Viena, o pai dele era um industrial dessa região aí da Europa, era um produtor de fundidos, conhecia tudo sobre fundição, sobre produção de instrumentos musicais, ele foi um Menino Cantor de Viena, aí na Áustria. Então ele foi um grande maestro, um grande conhecedor de todos os processos que Europa trazia para aquele tempo de 1680-70-90, que é o período que ele chega aqui. Então ele traz todo aquele conhecimento das principais universidades europeias para cá, e traz um processo obviamente de industrialização, de musicalidade, de produção de instrumentos, de fundição, tanto que aqui em São João Batista, que é a Redução que ele fundou, é a primeira fundição de aço da América. Então veja, como pode então, porque isso é muito importante essa tua pergunta, como pode então um mundo do neolítico em pouquíssimo tempo se transformar em que tinha de melhor no barroco e na produção europeia daquele período, através de um processo de compreensão, de união, de integração e da palavra completa de “cooperação”, que é isso, que é a ideia central do que hoje nós estamos levantando, que o cooperativismo inicia lá naquele período, nessa união entre o mundo muito coaborativo dos guaranis – que milenarmente o faziam - com esse mundo novo que chega da Europa, através dos jesuítas, e que por um milagre ocorre esse processo de união entre essas duas culturas e que conseguiu durante 159 anos, se manter muito forte, muito ativo, exportativo, um estado de produção muito importante.

Uma outra coisa importante, que a gente normalmente não diz, é sempre importante pensar, que por exemplo, quando ocorreu a finalização do projeto, que é através da expulsão dos jesuítas, muitos daquelas famílias dos guaranis já estavam com 159, com – os que menos tinham tempo de cristãos - 130 anos de cristãos, aquelas famílias. Então aquela ideia que nós ainda hoje - eu vejo em muitas pessoas, em muitos textos do mundo, ou às vezes até em desenhos, e que estavam os índios ali sem roupa, de arco e flecha somente. Não! Veja que uma comunidade que já tinha quase sempre 160 anos de cristãos, já estava num estágio muito mais adiantado de, entre aspas, vamos dizer assim “civilidade” e não uma ideia de um mundo nativo, ainda de mato, com gente caçando. Então esses tantos anos de produção e de organização, de sistema cooperativo, já estava no mundo muito mais adiantado, tanto que, depois da expulsão dos jesuítas, essas mesmas famílias, esses mesmos guaranis, vão se mesclar com a comunidade nova que começava a chegar, do mundo luso-brasileiro, português aqui, ali na Argentina o mundo espanhol, argentino, e mesma coisa no Paraguai, e esses guaranis vão rapidamente se mesclando com aquelas novas etnias que foram chegando, e vão se transformando nesse povo da América Latina que nós temos hoje.

Aqui do lado brasileiro, um pouco mais luso, mas ali na Argentina, um pouco mais espanholado, como no Paraguai, mas sempre guardando os rostos, esse modelo de mutirão, de cooperação, e que está tão vivo ainda nessas regiões missioneiras dos 30 Povos, Brasil Argentina e Paraguai. Tanto que esses turistas que nos visitam hoje, um dos elementos que eles mais falam, é desse jeito da sociedade daqui, como ela trata as pessoas, como ela é cooperadora com as pessoas. Nós temos caminhadas de 30 dias, que unem esse conjunto todo dos 30 Povos, então quando esses turistas estão passando por aqui, todos dizem isso. Ontem mesmo, havia uma caminhada, e as pessoas estavam entregando bergamotas para as pessoas que estavam caminhando, levavam até o local aonde as pessoas estavam na estrada, onde elas passam, demonstrando que esse modelo de cooperação, de união, aonde isso ainda tá vivo nos dias de hoje! Porque obviamente essas milenaridades do passado, se a gente pensar em 8.000, 10.000 anos atrás, isso não morre por causa de 300 e 400 anos. Então esse modelo ainda está muito vivo na sociedade atual e nessa região da América, o que é muito interessante para estudar, a antropologia ainda viva, reflexo daquele processo, daquele período.

Mapa da ocupação norte do RS pelas Missões.
Foto: José Roberto de Oliveira

Nós somos gerações e gerações pós-Revolução Industrial que teve início na Inglaterra na segunda metade do século XVIII. O cooperativismo entre nós envolve uma gama de atividades. Como se poderia fazer um gancho do modelo atual com esse cooperativismo que era praticado nas Missões jesuíticas?

Para você ter ideia desse movimento todo, então a gente tem todo aquele reconhecimento de 1844, Rochdale, na Inglaterra, aonde se diz como o início, esse reconhecido especialmente pelo mundo ocidental, europeu. E essa visão que agora que vários estudiosos estão trabalhando, de que a ideia seja lá 1626-1627 o início do processo, agora aparece um estudioso, muito interessante, que é Holyoake, que tem uma obra sobre Rochdale, e que diz que os documentos iniciais na Inglaterra, a base disso, usava um termo chamado “colônias indígenas” para aquele processo do início do processo do cooperativismo na Inglaterra. O que significa dizer, que no mínimo eles tinham noção da experiência sul-americana lá de 1626-1627. Então veja como é importante. E obviamente que aquele processo então, ele vem se integrando, e quanto mais o capital social que é esse caldo de união existente nas comunidades, mais esse processo todo do cooperativismo, ele se faz na humanidade.

Nós aqui na América Latina, temos grandes experiências. Por exemplo no Paraguai - nós aqui estamos muito pertinho, de onde Santo Ângelo, em linha reta, 80 km, já chegamos no Rio Uruguai, mais 80 km passamos a Argentina, ali em Missiones, aí estamos no Paraguai, ou seja, os 30 Povos aqui é tudo muito pertinho. Então as experiências nossas do lado de cá, com relação, por exemplo, ao trigo – que foram as cooperativas que iniciaram, as Cooperativas Tritícolas, então iniciaram aqui nessa região, na Argentina todas as ligadas especialmente à produção de erva-mate, que ali continua muito forte, no Paraguai, um conjunto importante de cooperativas ligadas a todos os setores, como nós no Brasil todo, na área de serviços, desde essa questão toda relacionada ao meio ambiente e tudo mais. Então esse processo todo do cooperativismo, ele traz a chance, especialmente às famílias de menos condições econômicas, importantes, ele traz essa condição de que une esse conjunto de famílias ou pessoas e consegue constituir daí um capital econômico, às vezes de mão-de-obra, que pode transformar a vida tanto local como a vida daquelas famílias.

“Então o cooperativismo segue sendo esse modelo, vamos dizer assim, cristão, e eu coloco o modelo missioneiro, eu chamo de cooperativismo cristão, nesse sentido, de que é essa ideia fundamental de Cristo, de que as pessoas têm que se unir, elas têm que se integrar, têm que se ajudar, essa questão da colaboração e que obviamente traz a expressão fundamental do cooperativismo.”

Então é para determinados lugares, é uma receita fundamental, tanto que hoje tem vários trabalhos, por exemplo de gente da América, trabalhando por exemplo na África, e em outros lugares do mundo, na tentativa de erguer o maior número de cooperativas possíveis, por quê? Porque ali é o momento de unir toda aquela comunidade, tem toda essa relação da educação que o cooperativismo sempre trabalhou também, e veja que a educação não é só das letras, é dos fazeres também. E nas Missões, se a gente voltar para trás, a educação dos fazeres. Imagina, por exemplo, você tirar alguém do Neolítico, da Idade da Pedra Polida, e colocar ele em algum tempo muito rápido, por exemplo de ser um fundidor de sinos, de ser um fundidor para a produção de materiais de aço, por exemplo, para a marcenaria, para todo tipo de produto necessário, digamos, em processos industriais. Então veja que que é um salto magnífico e exatamente essa união, ainda hoje pode ser repetida.

Eu escrevi um artigo científico que fala das experiências utópicas no território fronteiriço do Mercosul. E esse artigo mostra exatamente isso, que há um conhecimento ensinamento, há um caldo importante de união ainda presente nessas comunidades da América Latina. E se você pensar no conjunto da América Latina, essa possibilidade está dada, porque a essência nativa é uma essência de colaboração, de união, de ajuda mútua. Então isso é fundamental para o processo e para qualquer ideia de cooperativismo. Claro, tem coisas mais modernas hoje, por exemplo ligadas a essa questão de internet, essas questões digamos mais hodiernas. Então o cooperativismo ele pode ser usado, utilizado para o desenvolvimento da sociedade. Então para o desenvolvimento econômico e social. Não há dúvida de que o cooperativismo pode ser uma base sustentável e fundamental no desenvolvimento da sociedade nova que nós sonhamos, com união e integração.

Ruínas de São Miguel. Foto: José Roberto de Oliveira
Fonte: Vatican News

Aborto não é “direito humano”, dizem bispos europeus

Parlamento Europeu / Foto: Alan Holdren (ACI Prensa)

BRUXELAS, 18 jun. 21 / 01:15 pm (ACI).- “Vemos a criança por nascer como uma vida independente criada à imagem de Deus e devendo sua existência à Sua vontade. A criança por nascer tem o direito humano à vida”, disse Comissão das Conferências Episcopais da Europa (COMECE) na quarta-feira, 16.

A declaração consta de uma posição tomada contra o ‘Relatório Matic’, projeto em tramitação no Parlamento Europeu que define o aborto como “direito humano”. Proposto pelo deputado de centro-esquerda croata Predrag Fred Matic, o relatório quer a despenalização completa do aborto nos 27 estados membros e também que a “objeção de consciência” por profissionais de saúde que não queiram fazer abortos passe a ser considerada “negação de assistência médica”. As decisões do Parlamento Europeu, um dos órgãos da União Europeia, não são vinculantes, mas exercem grande influência e pressão sobre os órgãos legislativos dos países membros.

Para os bispos da COMECE, o relatório, que será votado no 23 de junho, nega um “direito fundamental” dos profissionais da saúde e viola o “princípio da subsidiariedade” adotado pela União Europeia, segundo o qual o aborto é uma questão a ser decidida por cada país separadamente.

“O projeto de resolução apresenta o ‘serviço de saúde’ do aborto como um direito humano, para que os Estados-Membros cumpram as suas obrigações de acordo com os tratados internacionais de Direitos Humanos ao garantirem a sua prestação. Não é esse o caso”, diz o texto da COMECE.

O aborto é defendido no projeto de resolução como um serviço essencial de saúde que deve estar disponível a todos, o que os bispos classificaram como eticamente insustentável. Para os bispos europeus, considerar o aborto como serviço essencial “degrada a criança por nascer”.

“Como Igreja, estamos convencidos de que a vida humana desde o início, incluindo a vida não nascida, possui sua própria dignidade e direito independente à proteção”, afirmam os bispos.

O aborto é legal em quase toda a União Europeia. As únicas exceções são Malta e Polônia.

Os bispos europeus pedem que os eurodeputados “tenham em consideração a sensibilidade e a complexidade da questão em causa” e o “equilíbrio legal e ético de todos os direitos envolvidos”.

Fonte: ACI Digital

Cristãos, judeus e muçulmanos juntos na Casa da Família Abraâmica

Casa da Família Abraâmica em Abu Dhabi 

Um ponto de referência em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, que inclui uma sinagoga, uma igreja e uma mesquita e que pretende ser um farol de compreensão e coexistência pacífica entre as três religiões monoteístas, inspirado no Documento sobre a Fraternidade Humana.

Robin Gomes – Vatican News

Está sendo construída em Abu Dhabi, a capital dos Emirados Árabes Unidos, a Casa da Família Abraâmica: uma sinagoga, uma igreja e uma mesquita em um complexo que está programado para abrir em 2022. Estas são as declarações do Comitê Superior da Fraternidade Humana (HCHF). O órgão, que também está supervisionando o projeto, ressaltou que a iniciativa é inspirada no documento de 2019 sobre a Fraternidade Humana. Construído na ilha Saadiyat em Abu Dhabi, o projeto está sendo seguido de perto pelo Papa Francisco e o Grão Imame de al-Azhar, Ahmed el-Tayyeb, que aprovou o projeto.

Os valores compartilhados das três fés

O projeto da Casa da Família Abraâmica, do arquiteto David Adjaye, expressa os valores comuns do judaísmo, do cristianismo e do islamismo através de três edifícios principais: uma mesquita, uma igreja e uma sinagoga, localizados em um só lugar. "Como tal, o complexo constrói pontes entre as civilizações humanas e as mensagens celestes". Os nomes das três casas distintas são "Mesquita Imam al-Tayyeb", "Igreja de São Francisco" e "Sinagoga Moisés Ben Maimon". Além dos 3 locais de culto, o local inclui um centro cultural que visa encorajar as pessoas a decretar a fraternidade humana e a solidariedade dentro de uma comunidade que preza os valores do respeito recíproco e da convivência pacífica, enquanto que o caráter único de cada fé é preservado.

Fonte: Vatican News

São Romualdo

S. Romualdo | ArquiSP

São Romualdo

São Romualdo abade e fundador (951-1027). O fundador do célebre Mosteiro de Camaldoli tem sua festa litúrgica comemorada a 9 de junho, dia de sua morte, mas a 7 de fevereiro se celebra o aniversário do traslado de seus restos mortais (conservados ainda hoje milagrosamente incorruptos) em Val de Castro, nos arredores de Camaldoli, em Fabiano.

Romualdo nasceu em Ravena, da nobre família dos Onesti. Esse nome, entretanto, não foi honrado devidamente pelo pai, pois este — segundo narram as crônicas — cometeu um crime presenciado involuntariamente por são Romualdo. O jovem ficou tão abalado pelo ocorrido, que decidiu fugir de casa e tornar-se monge na abadia beneditina de Classe, nas proximidades de Ravena.

Eleito abade desse mosteiro, permaneceu pouco tempo no exercício de suas funções. Aproximava-se o fim do milênio, e muitos cristãos acreditavam que o final do mundo iria chegar. Por isso, empreendiam extenuantes peregrinações penitenciais.

Também Romualdo — certamente não porque desse crédito a esse medo irracional — abandonou a tranquilidade da vida monástica e pôs-se a caminho, sem um destino preciso, visto ser por natureza inclinado à vida errática. Onde quer que se detivesse, dava origem a novos mosteiros. Destes, o mais famoso é precisamente o de Camaldoli, até hoje oásis de recolhimento religioso para os que — embora por curto espaço de tempo — desejam escapar do bulício do mundo.

Nesse recanto da província de Arezo, os beneditinos camaldulenses seguem um gênero de vida eremítica que conjuga a austera solidão dos monges orientais com o estilo de vida cenobítica observado no Ocidente pela regra de são Bento.

Contudo, nem mesmo o eremitério de Camaldoli teve o condão de deter o errático monge. Numerosas foram as etapas de seu eterno peregrinar. Renunciou, novamente, à função de abade, que lhe fora confiada pelo imperador Oto III, que o admirava.

Por fim, após haver convencido o pai a tornar-se monge na abadia de São Severo, procurou para si um refúgio mais seguro — primeiramente em Monte Cassino, a seguir em Verghereto, Lemo, Roma, Fontebuona, Valumbrosa e, ao final, Val de Castro, onde o colheu a morte. Mas, mesmo depois desta, como vimos, não teve moradia permanente.
 

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Arquidiocese de São Paulo

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF