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sexta-feira, 2 de outubro de 2020

O Que é o Monte Sião?

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Sião significa a cidade celeste (Orígenes)

SION – (Bibl) Na Bíblia , fora de 2Sm 5, 7; 1Rs (2Rs 19, 21.31); 2Cr 5, 2; 1Mc 4, 37.60; 5, 54; 6, 48.62; 7, 33; 10, 11; 14, 26, o nome de Sion, ou Sião, encontra-se apenas nos Salmos (38 vezes) e na literatura profética, a saber, 29 vezes em Is; 17 vezes em Is 2; 15 vezes em Jr; 9 vezes em Mq; 7 vezes em Jl; 8 vezes em Zc 1 – 9 vezes e 15 vezes em Lm; ainda em Am 1, 2; 6, 1; Ab 17, 21; Sf 3, 14-16 e afinal em Ct 3, 11; Eclo 24, 10; 36, 19; 48, 18.24; Br 4,9.14-24.

É nome cananeu, pré-israelita que, como aconteceu em muitos casos, continuou a ser usado na poesia, embora com sentido um tanto modificado. Em 2Sm, 1Cr 11, 5 fala-se no “sudat siyyon”, o que muitos traduzem por “fortaleza do Sion”, mas que pode ser interpretada como “o lugar inacessível” (fortaleza) chamado Sion de sorte que é nome da fortaleza e não de um conjunto maior, do qual a fortaleza formaria uma parte.

Logo depois da marcha de Davi contra Jerusalém alude-se à inacessibilidade da cidade, mas a atenção concentra-se de tal maneira em torno da fortaleza de Sion que causa a impressão de que essa inacessibilidade não era qualidade da cidade toda, mas só de Sion que, por conseguinte, pode ser considerado como acrópole.

Como muitos textos bíblicos já faziam suspeitar e as escavações de modo convincente, a fortaleza achava-se na colina sudeste (ed-dahurah) e não, como pensava a tradição, na colina sudoeste. Localizava-se na parte central de ed-dahurah, e ocupava toda a colina sudeste, de acordo com a denominação “Cidade de Davi” que, conforme 2Sm 5, 9; 2Cr 11, 7 se dava ao Sion, pois o tema “cidade” abrange mais do que apenas uma fortaleza. Aliás, era fácil transformar todo o ed-dahurah em “lugar inacessível”, por meio da muralha pesada do lado do norte.

Isaías e os salmistas gostam da expressão har siyyon (o monte del Sion) que se encontra também em Jl 3, 5; Ab 17, 21; Mq 4, 7; Lm 5, 18. Jeremias fala uma vez na altura de Sion (31, 12). Esse último texto, bem como Is 10, 32; 16, 1 (o monte da filha de Sion); 31, 14 (no monte Sion, e na sua colina); Lm 5, 18 (comparado com v. 11 onde Sion e a cidade de Jerusalém) etc, provam pelo menos de determinada colina; cf. Mq 4, 8 que chama aquela perta da colina oriental de Jerusalém onde se achava a residência real, o “Ofel da filha de Sion”. Na maioria dos casos, trata-se de um conjunto de colinas em que Jerusalém estava construída (Sl 133, 3 usa o plural), de sorte  que “o monte Sion”, tem o mesmo sentido que a expressão “o monte (de) Samaria” (Am 3, 9; 4, 1; 6, 1; Jr 31, 5).

A identidade entre “o monte (de) Sion” e Jerusalém, suposta pelo paralelismo de Is 37, 32; Jl 3, 5 (cf. também Is 10, 12; 24, 23), é muito evidente no Sl 48. A tradição cristã, que remonta pelo menos no século IV d.C, dá o nome de Sion à colina sudoeste de Jerusalém, o “mons Sion christianus”,  onde o santuário de “Sancta Sion”, guardava a lembrança do cenáculo (última Ceia e descida do Espírito Santo). Essa opinião tem talvez sua origem no fato de que no século I d.C (cf. Antig 7, 3, Is; para um tempo mais remoto ainda, cf. 1Mc 1, 33) a cidade de Davi era localizada nesta colina, mais ainda no fato de que aí estivera o berço da Igreja. No monte Sion foi erguida a basílica cristã “Sancta Sion Mater omnium Ecclesiarum”.

Dicionário Enciclopédico das Religiões – Volume II – Pág. 2394.

Hugo Schlesinger e Humberto Porto

Editora Vozes – Petrópolis 1995

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF