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quarta-feira, 4 de junho de 2025

Da Constituição dogmática Lumen gentium sobre a Igreja, do Concílio Vaticano II

A Missão do Espírito Santo (A Catequese Católica)

Da Constituição dogmática Lumen gentium sobre a Igreja, do Concílio Vaticano II

(N. 4.12)      (Séc. XX)

A missão do Espírito Santo na Igreja

        Terminada na terra a obra que o Pai confiou ao Filho, O Espírito Santo foi enviado no dia de Pentecostes a fim de santificar continuamente a Igreja e, por Cristo, no único Espírito, terem os fiéis acesso junto ao Pai. Ele é o Espírito da vida, a fonte de água que jorra para a vida eterna. Por ele, o Pai dá vida aos homens mortos pelo pecado, até ressuscitar em Cristo seus corpos mortais.

        O Espírito habita na Igreja e nos corações dos fiéis como em um templo. Neles ora e dá testemunho da adoção de filhos. Conduz a Igreja ao conhecimento da verdade total, unifica-a na comunhão e nos ministérios, ilumina-a com diversos dons carismáticos e hierárquicos e enriquece-a com seus frutos.

        Pela força do evangelho, rejuvenesce a Igreja, renovando-a constantemente e a conduz à perfeita união com seu Esposo. Pois o Espírito e a Esposa dizem ao Senhor Jesus: “Vem!”

        Assim se apresenta a Igreja inteira como um povo reunido pela unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

        O conjunto dos fiéis, consagrado pela unção do Espírito Santo, não pode enganar-se na fé. Esta peculiaridade se exprime através do sentido sobrenatural da fé, quando na sua totalidade, a hierarquia e os fiéis leigos, manifestam um consenso universal em matéria de fé e costumes.

        Com este senso de fé, formado e sustentado pelo Espí­rito da verdade, o povo de Deus, guiado pelo sagrado ma­gistério a que obedece com fidelidade, acolhe não mais como palavras dos homens, mas, na realidade, a palavra de Deus, e adere sem esmorecimento à fé que, uma vez para sempre, foi transmitida aos santos (Jd 3). Nela penetra sempre mais profundamente, com reto julgamento, e cada vez mais plenamente a põe em prática em sua vida.

        Além disso, por meio dos sacramentos e ministérios, o Espírito Santo não apenas santifica e conduz o povo de Deus e o adorna com virtudes, mas ainda distribui a cada um seus dons conforme quer (1Cor 12,11), e concede também graças especiais aos fiéis de todas as condições. Torna-os assim aptos e disponíveis para assumir deveras obras ou funções, em vista de uma séria renovação e mais ampla edificação da Igreja, conforme foi dito: A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum (ICor 12,5).

        Estes carismas devem ser recebidos com ação de graças e consolação. Pois todos, desde os mais extraordinários aos mais simples e comuns, são perfeitamente apropriados e úteis às necessidades da Igreja.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

'Minoria criativa' de fiéis revitaliza Igreja na Holanda, diz cardeal

A cúpula da catedral de São Bavo em Haarlem, Holanda. | Frank de Ruyter via Wikimedia (CC BY-SA 3.0 NL)

'Minoria criativa' de fiéis revitaliza Igreja na Holanda, diz cardeal

Por Kristina Millare*

2 de junho de 2025

A Igreja na Holanda está ganhando força graças à “minoria criativa” de jovens que redescobrem a fé católica, disse o arcebispo de Utrecht, cardeal Willem Eijk.

Embora Eijk considere os cerca de 3,4 milhões de católicos uma minoria religiosa no país europeu com uma população total de 17,9 milhões de pessoas, o cardeal holandês disse ter grandes esperanças nas gerações mais jovens.

“Há jovens que pertencem a famílias afastadas da Igreja há gerações e que redescobrem Cristo em Sua Igreja e abraçam a doutrina da Igreja”, disse o arcebispo a Andreas Thonhauser, chefe do escritório da Santa Sé da EWTN.

“A cada ano, vemos um número crescente de jovens pedindo admissão na Igreja. Eles descobrem a verdade sobre Cristo e o Evangelho por meio da internet, do TikTok e das redes sociais”, disse Eijk.

Falando sobre sua surpresa com o impacto que as novas tecnologias tiveram em atrair atenção para a fé católica, o cardeal disse que o que particularmente o impressionou foi o quão bem-informados esses jovens estavam sobre a doutrina da Igreja antes de pedir os sacramentos.

“A única coisa, claro, é que é preciso introduzi-los na comunidade de fé. Mas, ainda assim, eles conhecem muito da sua fé e esses jovens estão inclinados a aceitar e abraçar toda a doutrina da Igreja”, disse ele.

Eijk disse que a Igreja é "muito menor", especialmente em vista da crescente população do país, mas o arcebispo disse que não está muito preocupado por causa da grande fé que testemunha entre os novos fiéis.

“Será uma 'minoria criativa', como dizia Bento XVI. Claro, essa é uma bela expressão de Alfred Toynbee, famoso filósofo inglês”, disse o cardeal.

Toynbee concluiu em seu livro Um Estudo de História, que analisou 20 civilizações mundiais, que a ascensão das culturas é resultado de grupos menores de pessoas que responderam aos desafios de seus tempos.

“Acredito que, ao formar um grupo, um pequeno grupo de fortes crentes em Cristo, seguidores e Cristo, seremos capazes de cristianizar a cultura novamente”, disse Eijk à EWTN News.

“Vivemos agora numa cultura de individualismo expressivo. Cada indivíduo está no seu próprio barco, determina a sua própria filosofia de vida, religião e conjunto de valores éticos, mas essa cultura não durará para sempre”, disse ele.

Para promover a fé das pessoas que pertencem à diocese de Utrecht, Eijk disse que vários programas de formação estão disponíveis para fiéis e particularmente para casais que se preparam para o sacramento do matrimônio.

“Falamos sobre a teologia do corpo, ensinamos casais também a rezar, porque eles não sabem rezar, e isso é muito importante. Também falamos sobre a doutrina da Igreja sobre a contracepção e o planejamento familiar natural”, disse o cardeal.

Depois de introduzir os cursos para casais alguns anos atrás, o arcebispo disse que vários participantes fizeram comentários positivos.

"A maioria diz: 'Ah, que lindo! Nunca tínhamos ouvido isso antes', e isso me deixa claro que precisamos transmitir a verdade com coragem e sem ambiguidade", disse ele.

Embora Eijk tenha dito que os novos jovens que vêm à Igreja não são numerosos, "eles são crentes fortes" que são o futuro.

“Vemos que há mais abertura do que havia, digamos, quando comecei como pároco, auxiliar de pároco, há 40 anos”, disse o cardeal.

“Sempre vi declínio na Igreja e agora, nos últimos anos da minha carreira, vejo uma certa revitalização modesta da Igreja; modesta, mas certa”, disse também o arcebispo de Utrecht.

*Kristina Millare é jornalista freelance com experiência profissional em comunicação no setor de ajuda humanitária e desenvolvimento, jornalismo de notícias, marketing de entretenimento, política e governo, negócios e empreendedorismo.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/63021/minoria-criativa-de-fieis-revitaliza-igreja-na-holanda-diz-cardeal

O convite de Leão XIV aos jovens: arregacem as mangas para trabalhar na vinha do Senhor!

Audiência Geral de 04/06/2025 - Papa Leão XIV (Vatican News)

Na catequese desta quarta-feira, 4 de junho, o Papa dirigiu uma mensagem especial aos jovens, exortando-os a responderem com entusiamo ao chamado do Senhor, pois não ficarão desiludidos.

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

Leão XIV se reuniu com cerca de 35 mil fiéis na Praça São Pedro para a Audiência Geral desta quarta-feira, 4 de junho.

Dando sequência às catequeses sobre as parábolas de Jesus, o Papa comentou hoje aquela narrada no capítulo 20 do Evangelho de Mateus, em que operários aguardam na praça do mercado à espera que alguém os contrate por um dia.

“A metáfora da praça do mercado é também muito adequada aos nossos tempos, porque o mercado é o local dos negócios, onde, infelizmente, o afeto e a dignidade também se compram e vendem, na tentativa de ganhar algo. E quando não nos sentimos apreciados, reconhecidos, corremos o risco de nos vendermos ao primeiro comprador. O Senhor recorda-nos, em vez disso, que a nossa vida tem valor, e o seu desejo é ajudar-nos a descobri-lo”, comentou o Santo Padre.

Papa Leão XIV na Audiência Geral   (@Vatican Media)

Deus ama a nossa vida

A atenção do Pontífice se concentrou sobre proprietário de uma vinha, que sai pessoalmente à procura dos seus operários de três em três horas, mesmo no final do expediente, aparentemente sem necessidade.

Essa parábola nos dá esperança, disse ainda o Papa, porque mesmo quando parece que podemos fazer pouco na vida, vale sempre a pena. Há sempre alguém que acredita em nós e nos valoriza: “Há sempre a possibilidade de encontrar um sentido, porque Deus ama a nossa vida”.

A originalidade deste senhor se revela também no final do dia, na hora do pagamento. Ele conhece a dignidade dos operários, e, com base nela, quer pagá-los. E dá um denário a cada um, mesmo para aqueles que trabalharam menos. Para o senhor da vinha, isto é, para Deus, é justo que todos tenham o necessário para viver, explicou o Papa.

“Deus quer dar a todos o seu Reino, isto é, a vida plena, eterna e feliz. E assim Jesus faz conosco: não faz classificações, àqueles que lhe abrem o coração, entrega-se inteiramente.”

O carinho com as crianças   (@Vatican Media)

Uma mensagem aos jovens

À luz dessa parábola, o cristão de hoje poderia ser tentado a pensar: “Por que começar a trabalhar cedo se a remuneração é a mesma?”

A esta dúvida, o Papa responde, especialmente aos jovens: “Não esperem, mas respondam com entusiasmo ao Senhor, que nos chama a trabalhar na sua vinha. Não demorem, arregacem as mangas, porque o Senhor é generoso e não ficarão desiludidos! Trabalhando na sua vinha, encontrarão a resposta para aquela pergunta profunda que trazem dentro de vocês: qual é o sentido da minha vida?

Queridos irmãos e irmãs, não desanimemos! Mesmo nos momentos sombrios da vida, quando o tempo passa sem nos dar as respostas que procuramos, peçamos ao Senhor que saia novamente e nos alcance onde o estejamos esperando. Ele é generoso e virá em breve!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

terça-feira, 3 de junho de 2025

CRISTIANISMO: Em primeiro lugar, rezar

Imagens da audiência de Bento XVI às 7 mil crianças da Obra para a Infância Missionária, Sala Paulo VI, 30 de maio de 2009 | 30Giorni

Arquivo 30Dias,  número 05 - 2009

Em primeiro lugar, rezar

Diálogo do Santo Padre Bento XVI com as crianças da Pontifícia Obra para a Infância Missionária, Sala Paulo VI – sábado, 30 de maio de 2009.

O encontro do Papa Bento XVI com as crianças na Sala Paulo VI

Chamo-me Anna Filippone, tenho doze anos, sou ministrante e venho da Calábria, da Diocese de Oppido Mamertina – Palmi. Papa Bento, o pai do meu amigo Giovanni é italiano e a mãe equatoriana, e ele é muito feliz. Pensas que as diversas culturas um dia poderão viver sem entrar em conflito em nome de Jesus?

Compreendi que desejais saber como fazíamos nós, quando éramos crianças, para nos ajudar reciprocamente. Tenho que dizer que vivi os anos da escola elementar numa pequena aldeia de 400 habitantes, muito distante dos grandes centros. Portanto, éramos um pouco ingénuos e nessa aldeia havia, por um lado, agricultores muito ricos e também outros menos ricos mas abastados e, por outro, pobres empregados, artesãos. Pouco antes do início da escola elementar a nossa família chegara a esse povoado vinda de outra cidade, portanto éramos um pouco estrangeiros para eles, e até o dialeto era diferente. Portanto, nessa escola refletiam-se situações sociais muito diversas entre si. Contudo, havia uma bonita comunhão entre nós. Ensinaram-me o seu dialeto, que eu ainda não conhecia. Colaborámos bem e, tenho que admitir, às vezes naturalmente também discutíamos, mas depois reconciliávamo-nos e esquecíamos quanto tinha acontecido.

Isto parece-me importante. Por vezes na vida humana parece inevitável discutir; todavia, é sempre importante a arte da reconciliação, do perdão, do começar de novo e não deixar amargura na alma. Recordo-me com gratidão do modo como todos nós colaborávamos: um ajudava o outro e juntos percorríamos o nosso caminho. Todos nós éramos católicos, e isto era naturalmente uma grande ajuda. Assim, em conjunto, aprendemos a conhecer a Bíblia, a começar pela criação até ao sacrifício de Jesus na cruz, e depois também os primórdios da Igreja. Juntos aprendemos o catecismo, juntos aprendemos a rezar e juntos nos preparamos para a primeira confissão, para a primeira comunhão: aquele foi um dia maravilhoso! Compreendemos que o próprio Jesus vem até nós, e que Ele não é um Deus distante: entra na minha própria vida, na minha própria alma. E se o próprio Jesus entra em cada um de nós, somos irmãos, irmãs e amigos, e portanto temos que nos comportar como tais.

Para nós, esta preparação quer para a primeira confissão como purificação da nossa consciência e da nossa vida, quer também para a primeira comunhão como encontro concreto com Jesus que vem ter comigo, que vem ter com todos nós, foram fatores que contribuíram para formar a nossa comunidade. Ajudaram-nos a caminhar juntos, a aprender em conjunto a reconciliar-nos quando era necessário. Fazíamos inclusive pequenos espetáculos: também é importante colaborar, prestar atenção uns aos outros. Depois, com oito ou nove anos tornei-me coroinha. Nessa época ainda não havia meninas coroinhas, mas elas liam melhor do que nós. Portanto, eram elas que liam as leituras da liturgia, e nós desempenhávamos a função de coroinhas. Nesse período ainda havia muitos textos latinos para aprender, e de tal modo cada um teve a sua parte de canseiras a assumir. Como disse, não éramos santos: tivemos as nossas discussões, e no entanto havia uma bonita comunhão, onde as distinções entre ricos e pobres, entre inteligentes e menos inteligentes não contavam. Era a comunhão com Jesus no caminho da fé comum e na responsabilidade coral, nos jogos e no trabalho conjunto. Tínhamos encontrado a capacidade de viver juntos, de ser amigos e, embora a partir de 1937, ou seja, há mais de setenta anos, tenha deixado de viver nessa aldeia, ainda permanecemos amigos. Portanto, aprendemos a aceitar-nos reciprocamente, a carregar o peso uns dos outros.

Isto parece-me importante: não obstante as nossas fraquezas, aceitamo-nos uns aos outros e, com Jesus Cristo, com a Igreja, encontramos juntos o caminho da paz e aprendemos a viver bem.

Chamo-me Letizia e queria fazer-te uma pergunta. Querido Papa Bento XVI, o que significava para ti, quando eras menino, o mote: “As crianças ajudam as crianças”? Alguma vez pensaste em tornar-te Papa?

Para dizer a verdade, nunca pensei que viria a ser Papa porque, como já disse, fui um menino bastante ingénuo, numa pequena aldeia muito distante dos centros, numa província esquecida. Éramos felizes por viver nessa província e não pensávamos noutras coisas. Naturalmente, conhecíamos, venerávamos e amávamos o Papa — era Pio XI — mas para nós estava numa altura inalcançável, quase noutro mundo: um nosso pai, e no entanto uma realidade muito superior a todos nós. E devo dizer que ainda hoje tenho dificuldade em compreender como o Senhor pôde pensar em mim, destinar-me para este ministério. Mas aceito-o das suas mãos, embora seja algo surpreendente e me pareça muito além das minhas forças. Contudo, o Senhor ajuda-me.

Imagens da audiência de Bento XVI às 7 mil crianças da Obra para a Infância Missionária, Sala Paulo VI, 30 de maio de 2009 | 30Giorni

Amado Papa Bento, sou Alessandro. Queria perguntar-te: tu és o primeiro missionário; como podemos nós, crianças, ajudar-te a anunciar o Evangelho?

Diria que um primeiro modo é o seguinte: colaborar com a Pontifícia Obra para a Infância Missionária. Assim fazeis parte de uma grande família, que difunde o Evangelho no mundo.

Assim pertenceis a uma rede grandiosa. Vemos aqui como se reflete a família dos diversos povos. Vós estais nesta grande família: cada um desempenha o seu papel e, em conjunto, todos vós sois missionários, portadores da obra missionária da Igreja. Tendes um bonito programa, indicado pela vossa porta-voz: ouvir, rezar, conhecer, compartilhar e solidarizar. Estes são os elementos essenciais que realmente constituem um modo de ser missionário, de dar continuidade ao crescimento da Igreja e à presença do Evangelho no mundo. Gostaria de ressaltar alguns destes pontos.

Em primeiro lugar, rezar. A oração é uma realidade: Deus ouve-nos e, quando oramos, Deus entra na nossa z para a semana. E podeis ajudar também os outros — de modo especial quando em casa, talvez, não se reza, não se conhece a oração — ensinando os outros a rezar: orar com eles e desta forma introduzir os outros na comunhão com Deus.

Depois, ouvir, ou seja, aprender realmente o que Jesus nos diz. Além disso, conhecer a Sagrada Escritura, a Bíblia. Na história de Jesus aprendemos — como o Cardeal disse — o rosto de Deus, aprendemos como é Deus. É importante conhecer Jesus profunda e pessoalmente. Assim Ele entra na nossa vida e, através da nossa vida, entra no mundo.

E também compartilhar, não desejar as coisas unicamente para nós mesmos, mas para todos; dividir com o próximo. E se virmos outra pessoa que talvez tenha necessidade, que seja menos dotada, temos que a ajudar e assim tornar presente o amor de Deus sem grandes palavras, no nosso pequeno mundo pessoal, que faz parte do grande mundo. E desta maneira tornamo-nos em conjunto uma só família, onde todos se respeitam: suportar o outro na sua alteridade, aceitar precisamente também os antipáticos, não deixar que alguém seja marginalizado, mas ajudá-lo a inserir-se na comunidade. Tudo isto quer dizer, simplesmente, viver nesta grande família da Igreja, nesta grandiosa família missionária.

Viver os pontos essenciais como a partilha, o conhecimento de Jesus, a oração, a escuta recíproca e a solidariedade é uma obra missionária, porque ajuda a fazer com que o Evangelho se torne uma realidade no nosso mundo.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Padre José Ibiapina, do sertão da Paraíba rumo a beatificação

Padre José Ibiapina | Aleteia.

Paulo Teixeira - publicado em 30/05/25

O Papa Francisco, poucos dias antes de morrer, reconheceu as virtudes heroicas do Padre Ibiapina.

Em 31 de março o Papa Francisco publicou um decreto em que reconhece as virtudes heroicas do Servo de Deus Padre José Antônio Maria Ibiapina. A Diocese de Guarabira, na Paraíba, renovou seu compromisso com o caminho para a beatificação do sacerdote.

Apóstolo do nordeste

Padre Ibiapina nasceu em 1806, na Vila de Sobral, no Ceará. O pai foi tabelião e passou a infância em diversas cidades do Ceará, sempre tendo acesso à instrução. Ingressou no seminário em Olinda, mas foi viver com os padres oratorianos no Recife quando uma série de tragédias atingiram sua família. A mãe morreu de parto quando ele tinha 17 anos; quando tinha 19 o pai foi fuzilado no contexto da Confederação do Equador; o irmão mais velho foi exilado em Fernando de Noronha.

Retornando ao Ceará, assume toda a responsabilidade pelos irmãos menores. Depois consegue retornar ao Recife para estudar direito e, após os estudos, atua como professor. 

Em 1833 se apaixonou por Carolina Clarence de Alencar, prima do escritor José de Alencar, e estava de casamento marcado no Ceará quando soube que havia sido eleito deputado, aliás, o mais votado de sua província com 233 votos. Depois de concluir o ano letivo no Recife, de malas prontas para o Rio de Janeiro, teve que desmarcar o casamento porque a noiva fugiu com um primo. 

Concluiu em março de 1835 a legislatura e retornou ao Ceará como juiz em Quixeramobim. Sua postura ética lhe garantiu também o cargo de chefe de polícia. Contudo, os conflitos com as lideranças regionais o levaram a renunciar os ofícios e se dedicar à advocacia no Recife.

Missão

Em 1850 aconteceu que pela primeira vez perdeu uma causa. Desistiu da profissão e se retirou em um sítio para se dedicar à oração. Ali, após três anos de oração, tomou a decisão de ser padre e pediu ao bispo que fosse ordenado sem nenhum exame. O bispo discordou a princípio, mas acabou cedendo e em julho de 1853 foi ordenado. 

Em 1866, aos 60 anos, se desfez de seus bens, renunciou aos cargos da cúria diocesana e ao de professor no seminário, e foi nomeado visitador diocesano da Paraíba. Padre Ibiapina viajou pelo sertão para ensinar a fé e instruir as pessoas mais simples. Organizou missões, construiu igrejas, açudes, cemitérios e hospitais.

Fundou mais de 20 Casas de Caridade que recebiam moças órfãs para que tivessem acesso à instrução, tivessem formação religiosas e ajudassem aos pobres e doentes. Levava orientações para os agricultores e comerciantes e aconselhava as pessoas. Em 1875 ficou paralítico e se estabeleceu na Casa de Santa Fé de Arara, atual município de Solânea, na Paraíba, que se tornou o centro da intensa vida missionária. 

Tinha 76 anos quando faleceu deixando preciosos ensinamentos e fazendo florescer no sertão uma Igreja que se dedicava à oração e à solidariedade.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/05/30/padre-jose-ibiapina-do-sertao-da-paraiba-ruma-a-beatificacao

segunda-feira, 2 de junho de 2025

CONCERTO PARA O JUBILEU DAS FAMÍLIAS

Foto/crédito: neocatechumenaleiter

A OBRA SINFÔNICA DE KIKO ARGÜELLO COM A ORQUESTRA DO CAMINHO NEOCATECUMENAL DIRIGIDA POR TOMÁŠ HANUS

Jubileu 2025

No domingo, 1º de junho de 2025, às 19h, no Auditório “Parco della Musica Ennio Morricone”, Sala Santa Cecília, Kiko Argüello apresenta sua Obra Sinfônica. Um concerto por ocasião do Jubileu das Famílias, no qual a Orquestra do Caminho Neocatecumenal, sob a regência de Tomáš Hanus, maestro da Orquestra Sinfônica da Islândia, interpretará pela primeira vez, na mesma noite, as duas obras sinfônicas de Kiko: “O Sofrimento dos Inocentes” e “O Messias”.

https://www.youtube.com/watch?v=tuX0ZkfYlsk

Pintor espanhol, iniciador do Caminho Neocatecumenal junto com Carmen Hernández, autor de importantes obras pictóricas, arquitetônicas e escultóricas em todo o mundo, Kiko Argüello coloca a serviço da Igreja e da Liturgia sua vocação artística. Por meio da pintura expressa na arte sacra, como reflexo da luz de Deus, e por meio da música, linguagem espiritual poderosa e misteriosa, Kiko encontra um caminho para anunciar o Evangelho ao homem contemporâneo. A arte, portanto, concebida como expressão da beleza e como relação de amor com Deus a serviço da Nova Evangelização.

No Ano do Jubileu de 2025, este evento, sob o patrocínio do Dicastério para a Evangelização, será uma festa para a família. Em uma Europa marcada pelo processo de secularização, ameaçada pelo ateísmo, afligida pela crise da sociedade, da cultura, dos valores, dos princípios éticos e religiosos, em nossa era tão complexa pela humanidade ferida pelo sofrimento de tantos conflitos, “nesta geração — disse Kiko Argüello durante a audiência com o Papa Francisco em 2022 para o envio de 430 famílias em missão — Deus está chamando as famílias, à imagem da Sagrada Família de Nazaré, para levar a alegria do amor de Deus aos homens que ainda não a conhecem”. A família, obra de arte sublime de Deus, que mostra ao mundo a beleza de Cristo e de sua Igreja.

Suas obras artísticas, seus escritos, são a expressão de uma nova estética que tem como fim ajudar o homem a elevar seu espírito a Deus. E também sua música, de maneira singular, suscita profundas inspirações espirituais, emoções que conduzem à dimensão do mistério da beleza de Deus. A arte musical inspirada para infundir esperança no coração do homem afligido pelo sofrimento, mas marcado por um destino transcendente.

Kiko Argüello (neocatechumenaleiter)

“O Sofrimento dos Inocentes é a primeira obra que Kiko compôs, cinco movimentos centrados na dor da Virgem Maria que vê seu Filho ser morto. Uma meditação carregada de tensão dramática. A audaz orquestração que percorre a partitura e a sobriedade do canto ajudam a contemplar o mistério do sofrimento que atravessa a alma da Mãe de Cristo.

Interpretada pela primeira vez em 2011 na Terra Santa, na Domus Galilaeae, no Monte das Bem-Aventuranças (Korazín), a obra percorreu os principais teatros, salas de concerto, praças e catedrais de todo o mundo: Catedral de Madri, Metropolitan de Nova York, Chicago Symphony Hall, Berliner Philharmoniker Hall de Berlim, Gerard Behar Auditorium de Jerusalém, Suntory Hall de Tóquio, Hungarian State Opera House de Budapeste, Concerto Memorial em Auschwitz (transmitido pela emissora de televisão italiana Rai1), Aula Paulo VI no Vaticano, Piazza Unità d’Italia de Trieste…

Terminada a primeira sinfonia, Kiko começou a trabalhar em uma segunda partitura que será o cumprimento de uma ideia musical em continuidade com a primeira. Um itinerário artístico e da alma que o levará à versão definitiva de um poema sinfônico para piano, coro e orquestra, “O Messias”, um tríptico sobre a paixão e o sofrimento de Cristo dedicado aos mártires.

Três episódios da História da Salvação em música: Aquedá, Filhas de Jerusalém e O Messias, leão para vencer. O sacrifício de Isaac e o mistério da fé de Abraão, as palavras de Cristo às mulheres que o seguiam pela Via Dolorosa, as palavras poéticas de Victorino de Pettau, mártir cristão do século IV, que anuncia o Mistério de Cristo, “leão” para vencer, que se faz cordeiro para sofrer. Estreou em 19 de novembro de 2023 no Teatro Verdi de Trieste e foi transmitido pela Rai5, o canal de música e arte da Rai Cultura.

O concerto será transmitido ao vivo em 137 países e estará disponível nesta página web oficial do Caminho Neocatecumenal.

Orquestra Sinfônica do Caminho Neocatecumenal (neocatechumenaleiter)
Fonte: https://neocatechumenaleiter.org/pt-br/concerto-para-o-jubileu-das-familias/

Arquidiocese de Brasília tem oito novos sacerdotes

Ordenação Presbiteral (arqbrasilia)

Arquidiocese de Brasília tem oito novos sacerdotes

01/06/2025

Estes são os novos presbíteros da Arquidiocese de Brasília: Alexis Ramon, Bruno Henrique, Francisco Randson, Isaac Nasar, Luiz Felipe, Mauro Angelino, Pablo Mendes e Vanderson Viana. Na manhã desse sábado, 31 de maio, oito novos sacerdotes receberam o sacramento da Ordem em solene celebração na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida. O tema da ordenação foi “Spes non confundit” (“A esperança não engana” – Rm 5, 5), que ressalta a confiança e a esperança essenciais para a missão sacerdotal.

A celebração foi presidida pelo Arcebispo de Brasília, Cardeal Paulo Cezar Costa, e reuniu o clero arquidiocesano, o Arcebispo emérito do Ordinariado Militar e Presidente do Tribunal Eclesiástico, Dom Fernando Guimarães, e os bispos auxiliares de Brasília, Dom Denilson Geraldo e Dom Antonio de Marcos.

Na homilia, Dom Paulo afirmou que aquele momento representava um marco para a Arquidiocese e para os jovens sacerdotes que escolheram deixar tudo para seguir Jesus Cristo por amor. Ele ressaltou que a vocação de cada ordenado nasceu de uma eleição amorosa de Deus que, segundo Dom Paulo, “nos tinha no coração” desde sempre.

O arcebispo destacou também que o presbítero participa da liberdade de Cristo, pois ama na mesma medida daquele que deu a vida por nós. A imagem de Cristo, o pastor bom e belo, revela essa liberdade profunda e total. “O presbítero é um homem que deu aquilo que há de mais profundo, de mais verdadeiro que há dentro dele para Deus. Ele deu tudo para Deus”, disse.

Dom Paulo concluiu sua mensagem com uma exortação aos ordinandos: “Mas este bem trazido por Jesus, ser pastor para as ovelhas, permanece presente no meio de nós, no meio de seu povo, por meio do ministério ordenado. Por isso, meus queridos ordinandos, vocês serão presença de Cristo bom pastor. Devem desgastar a vida sendo presença do amor do bom pastor.” Citou São João Crisóstomo para lembrar que o amor a Cristo se manifesta no cuidado às ovelhas: “Se me amas, dirige teus irmãos, evidencie agora essa ardente caridade, para sempre testemunhar-te. Dá pelas ovelhas esta vida que pretendias oferecer a mim. A vigilância pelas ovelhas é, sem dúvida, a melhor prova de caridade que se possa dar.” E finalizou: “Apascentar o rebanho do Senhor é a maior obra de caridade que o pastor pode fazer.”

Os novos padres vieram de duas realidades formativas: dois do Seminário Redemptoris Mater e seis do Seminário Maior de Brasília. Familiares, amigos, seminaristas e inúmeros fiéis lotaram a catedral para testemunhar essa graça e alegria para a Igreja de Brasília e para a vida desses sacerdotes.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

59° Dia Mundial das Comunicações Sociais

59º Dia Mundial das Comunicações Sociaus (Regional Leste 1)

59° DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS 

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ) 

“Partilhai com mansidão a esperançaque está nos vossos corações” (cf. 1 Pd 3,15-16) 

Dentro da celebração do Sétimo Domingo da Páscoa, no Brasil, solenidade transferida da Ascenção, comemora-se o Dia Mundial das Comunicações Sociais, e, para essa data, o Santo Padre sempre prepara uma mensagem. Essa mensagem ainda foi preparada pelo saudoso Papa Francisco, que nos encoraja a sairmos em missão e anunciarmos a Palavra de Deus. Do mesmo modo que Jesus enviou os discípulos para a missão e para dar continuidade a tudo aquilo que Ele fez, Jesus nos envia hoje para sermos comunicadores da Palavra de Deus. 

Por isso é Dia Mundial das Comunicações Sociais, pois somos chamados a usar todas as formas de mídia para anunciar a Palavra de Deus. Na era digital em que vivemos, onde a internet está em alta, e a inteligência artificial, podemos usar desses meios para o bem e para falar de Deus. O Espírito Santo, que é nosso defensor, o Paráclito, nos dará palavras acertadas para evangelizar. Como nos dizia o Papa Francisco, temos que ser uma Igreja em saída, ou seja, ir ao encontro do outro e anunciar a Palavra. Dessa forma, faremos como os discípulos e levaremos essa Igreja adiante. 

O tema da mensagem deste ano vai ao encontro do Ano Jubilar da Esperança que estamos vivenciando — como não poderia deixar de ser. Para poder falar de Deus às outras pessoas, é preciso ter fé e esperança, para animar os desanimados e encorajar os que estão vacilantes na fé. A nossa esperança vem de Cristo Ressuscitado, e o Espírito Santo, que habita em nós desde o batismo, nos impulsiona a anunciar a Palavra de Deus às outras pessoas. 

Desde o nosso batismo nos tornamos discípulos e missionários de Jesus, e fomos imbuídos com os dons do Espírito Santo. Para sermos discípulos de Jesus, deve nos acompanhar o dom da mansidão, conforme nos fala o tema desta mensagem. A esperança do cristão é a vida eterna. Busquemos evangelizar enquanto estamos aqui, fazer o bem, praticar a caridade, para, ao final da nossa vida, sermos merecedores da vida eterna. 

O Papa Francisco alerta, nesta mensagem, que nem sempre a comunicação gera esperança, mas, algumas vezes, medo e desespero, preconceito e rancor, fanatismo e até ódio. Em certas ocasiões, distorcem a realidade dos fatos com o intuito de inflamar ainda mais os ânimos e gerar desconforto nos outros. O Papa nos diz que é preciso “desarmar” a comunicação e purificá-la de toda agressividade. Infelizmente, é o que vemos em alguns jornais que passam na televisão, cujo foco principal são crimes, tiroteios e violência. Não transmitem notícias, mas levam o telespectador a ter um sentimento de insegurança e medo. Alguns reality shows focam em provocações, discórdias e brigas, e não acrescentam em nada ao telespectador que os assiste. 

O Papa alerta ainda que devemos tomar cuidado com as redes sociais e não expor tanto a nossa vida e a de nossos familiares. Muitas vezes, por meio das redes sociais, fomenta-se o ódio, combinam-se ações erradas contra alguém. Enfim, para nós, cristãos, deve ser diferente: temos que usar as redes sociais para o bem e para falar de Deus. 

Outra preocupação do Santo Padre é a “dispersão programada da atenção”. Ou seja, algumas pessoas que estão nas redes sociais, por trás da tela do computador, apenas querem atenção e, algumas vezes, se aproveitar dos outros. É preciso tomar cuidado e conhecer bem quem está do outro lado da tela. Nas fotos pode parecer uma coisa; presencialmente, pode ser outra. Usemos menos as redes sociais e tomemos cuidado. Antes de tudo, porém, usemos esse tempo para evangelizar e falar de Deus. 

O Papa Francisco afirma que, de fato, é difícil ter esperança, principalmente no mundo de hoje, com tantas injustiças, violências e guerras. A esperança é uma virtude cristã, e todos devem nutri-la. Temos que ter esperança em dias melhores e acreditar que algo bom vai acontecer em nossa vida. Somos dirigidos por nossos pensamentos: se pensarmos coisas positivas, algo de bom acontecerá em nossa vida; agora, se só pensarmos negativamente e não nutrirmos em nós a esperança, as coisas boas não virão. 

O Papa afirma ainda que a comunicação deve ser feita com mansidão e respeito. A comunicação deve ser feita de maneira próxima. Até mesmo o sacerdote, ao proferir a homilia, deve se fazer próximo dos fiéis e fazer com que toda a comunidade compreenda aquilo que está dizendo. Uma comunicação próxima é uma comunicação clara e objetiva. Uma boa comunicação é aquela que não vende ilusões ou medo, mas que é capaz de transmitir a esperança e ajudar os outros a superar os medos e enfrentar as dificuldades. 

A esperança deve ser um projeto comunitário. A exemplo deste Ano Jubilar que estamos vivenciando, a Igreja inteira é chamada a nutrir a esperança no Senhor e em dias melhores para a humanidade. Por isso, ao longo deste ano, somos convidados a peregrinar até as Igrejas jubilares e vivenciar este Ano da Esperança. 

O Papa conclui essa mensagem dando algumas recomendações, como, por exemplo, cuidar do coração — ou seja, da vida interior. Ser mansos e nunca esquecer o rosto do outro. Por vezes, ficamos tanto tempo nas redes sociais que não nos encontramos com as pessoas e até esquecemos sua fisionomia. Semeemos sempre a esperança em nossa comunicação, construamos pontes e atravessemos os muros visíveis e invisíveis do nosso tempo. 

Estes são alguns tópicos da mensagem para este 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais. Não deixemos de nos comunicar e de nos encontrar com o outro. Deixemos um pouco de lado as redes sociais, usemos com sabedoria e para o bem a tecnologia, e anunciemos a esperança que vem de Cristo Ressuscitado. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Os três inimigos da alma

Os três inimigos da alma (YouTube)

Os três inimigos da alma 

19 de março de 2025

Existe uma tradição da espiritualidade cristã, provavelmente surgida com Santo Agostinho, de identificar três inimigos de nossa alma: “Eis que os homens já foram batizados, e seus pecados já foram perdoados… e, no entanto, resta a luta com a carne, resta a luta com o mundo, e resta a luta com o diabo” (Sermo 158,4). No monaquismo medieval, a figura dos inimigos da alma foi assumindo até mesmo tons militares: “Pois existem três tiranos que lideram seus exércitos em batalha contra nós. O diabo conduz suas tropas de sugestões perversas à alma fiel. O mundo dispõe as circunstâncias favoráveis e adversas para nos subjugar. E a carne levanta-se-nos em batalha, suscitando as hostes de desejos carnais” (Hugo de São Vitor, In Ecclesiasten 16). 

Por detrás dessa linguagem poética, no entanto, está a verdade espiritual de que “a vida do homem sobre a terra é uma luta” (Jó 7,1)! E não se trata, aqui, de uma luta meramente material, como quem busca melhores condições de vida. Não! Esta luta é parte de uma batalha espiritual contra os inimigos da alma. 

Os grandes estrategistas militares insistem em que o primeiro passo para a vitória é conhecer bem seu inimigo. Quais são, então, esses nossos três inimigos? 

Em primeiro lugar, a carne: ou seja, nossas paixões desordenadas, nossos impulsos egoístas de prazer a todo custo, que nos impelem tantas vezes a tratar o nosso corpo como uma criança mimada. Quando o médico lhe aponta o remédio amargo capaz de curá-la, a criança esperneia e prefere se empanturrar de guloseimas. Por isso mesmo, precisamos de vez em quando dizer “não” ao nosso corpo, em um verdadeiro exercício dos “músculos” da força de vontade. Como dizia São Paulo: “Todos os atletas se impõem a si muitas privações; e o fazem para alcançar uma coroa corruptível. Nós o fazemos por uma coroa incorruptível. Assim, (…) castigo o meu corpo e o mantenho em servidão, de medo de vir eu mesmo a ser excluído depois de ter pregado aos outros” (1Cor 9,25-27). 

O nosso segundo inimigo é o mundo – não aquele mundo que Deus criou e por cujo amor Ele entregou seu Filho único (cf. Gn 3,31; Jo 3,16), mas o mundo que rejeita a Deus e às coisas de Deus, o mundo que implicitamente nos diz para escolher entre sermos amigos dele ou amigos de Deus (cf. Tg 4,4). Hoje em dia, este mundo se expressa frequentemente na mentalidade materialista e aburguesada, que coloca sua segurança na conta bancária gorda, no plano de saúde e de previdência, no carro da moda e no celular do ano… Contra este mundo, Cristo nos adverte: “Guardai-vos escrupulosamente de toda a avareza, porque a vida de um homem, ainda que ele esteja na abundância, não depende de suas riquezas”, pois “louco” é aquele que coloca a segurança de sua alma nos muitos bens, e não é rico para Deus (cf. Lc 12,13-21). Pelo contrário, o Bom Mestre nos assegura: nosso Pai celeste sabe que precisamos de comida, bebida e vestimentas – mas busquemos primeiro o Reino de Deus, e o resto nos será acrescentado (cf. Mt 6,24-34)! 

Por fim, o último inimigo da alma é o diabo. Ao contrário da imagem que poderíamos formar com base nos filmes de exorcismos e possessões, o diabo nunca vem nos tentar com aspecto medonho e terrível, com chifres e um tridente vermelho. Pelo contrário: em geral, ele se apresenta simpático, sedutor, não raro com elegância e finura. 

A “estratégia de marketing” do diabo é sempre a mesma, desde o Éden: com fala mansa e língua bifurcada, ele nos apresenta o pecado como saboroso agradável, e insinua que Deus é um sujeito que quer limitar a nossa liberdade e impedir a alegria (cf. Gn 3,4-6). 

Lutemos, então, contra os nossos três inimigos, e que nosso grito de batalha seja a Oração de São Bento: A Cruz Sagrada seja a minha luz, não seja o dragão o meu guia. Retira-te, satanás! Nunca me aconselhes coisas vãs. É mau o que tu me ofereces. Bebe tu mesmo os teus venenos! 

Fonte: https://osaopaulo.org.br/colunas/os-tres-inimigos-da-alma/

O Papa na Missa do Jubileu das Famílias: das famílias nasce o futuro dos povos

Papa Leão com um casal e seus filhos, durante a Missa do Jubileu das Famílias, das Crianças, dos Avós e dos Idosos (Vatican Media)

“Caríssimos, se nos amarmos assim, sobre o fundamento de Cristo, que é ‘o Alfa e o Ômega’, ‘o Princípio e o Fim’, seremos sinal de paz para todos na sociedade e no mundo. E não esqueçamos: das famílias nasce o futuro dos povos”. Foram palavras de Leão XIV na Santa Missa por ocasião do Jubileu das Famílias, das Crianças, dos Avós e dos Idosos, presidida pelo Pontífice na Praça São Pedro este domingo, 1º de junho, em que celebramos a Solenidade da Ascensão do Senhor.

Raimundo de Lima – Vatican News

“Na família, a fé é transmitida, de geração em geração, juntamente com a vida: é partilhada como o alimento da mesa e os afetos do coração. Isso torna-a um lugar privilegiado para encontrar Jesus, que nos ama e quer sempre o nosso bem”. Foi o que disse o Papa na Santa Missa por ocasião do Jubileu das Famílias, das Crianças, dos Avós e dos Idosos, presidida pelo Pontífice na Praça São Pedro este domingo, 1º de junho, em que celebramos a Solenidade da Ascensão do Senhor.

Partindo do Evangelho proposto na liturgia, que nos mostra Jesus rezando por nós na Última Ceia (cfr. Jo 17, 20), Leão XIV fez sua homilia, numa Praça São Pedro com 70 mil pessoas, concentrando-se na unidade - maior bem que possa ser desejado -, cujo dom devemos pedir ao Senhor:

Cristo pede, com efeito, que todos sejamos “um só”. Trata-se do maior bem que possa ser desejado, porque esta união universal realiza entre as criaturas a comunhão eterna de amor em que se identifica o próprio Deus, como Pai que dá a vida, Filho que a recebe e Espírito que a partilha.

Missa do Jubileu das Famílias, das Crianças, dos Avós e dos Idosos (Vatican Media)   (@VATICAN MEDIA)

Jesus nos revela que Deus nos ama como ama a si mesmo

A unidade pela qual Jesus reza é, portanto - prosseguiu o Papa - uma comunhão fundada no mesmo amor com que Deus ama, do qual provêm a vida e a salvação. E, como tal é, primeiramente, um dom que Jesus vem trazer. É, pois, a partir do seu coração de homem que o Filho de Deus se dirige ao Pai dizendo: “Eu neles e Tu em mim, para que eles cheguem à perfeição da unidade e assim o mundo reconheça que Tu me enviaste e que os amaste a eles como a mim”.

Ouçamos com admiração estas palavras: Jesus está a revelar-nos que Deus nos ama como ama a si mesmo. O Pai não nos ama menos do que ama o seu Filho Único, isto é, infinitamente. Deus não ama menos, porque ama antes, ama por primeiro! O próprio Cristo testemunha isso quando diz que o Pai o amou «antes da criação do mundo» (v. 24). E é exatamente assim: na sua misericórdia, Deus sempre quis atrair todos os homens para si, e é a sua vida, entregue por nós em Cristo, que nos faz um, que nos une uns aos outros.

Santa Missa presidida pelo Papa Leão XIV – 1º de junho de 2025:

https://youtu.be/7Ez3JCImZaM

Sermos “um”, como o Senhor nos quer “um”

Leão XIV afirmou que ouvir hoje esse Evangelho,  durante o Jubileu das Famílias, das Crianças, dos Avós e dos Idosos, enche-nos de alegria. Todos nós vivemos graças a uma relação, ou seja, a um vínculo livre e libertador de humanidade e de cuidado recíproco.

É verdade, continuou o Santo Padre, que às vezes essa humanidade é traída. Por exemplo, cada vez que se invoca a liberdade não para dar a vida, mas para tirá-la; não para socorrer, mas para ofender. No entanto, mesmo diante do mal, que cria discórdia e mata, Jesus continua a interceder por nós junto ao Pai, e a sua oração age como um bálsamo nas nossas feridas, tornando-se para todos um anúncio de perdão e reconciliação. Essa oração do Senhor dá sentido pleno aos momentos luminosos do nosso querer bem aos outros, como pais, avós, filhos e filhas. E é isso que queremos anunciar ao mundo: estamos aqui para sermos “um”, como o Senhor nos quer “um”, nas nossas famílias e onde quer que vivamos, trabalhemos e estudemos: diferentes, mas um; muitos, mas um; sempre, em todas as circunstâncias e em todas as etapas da vida. Caríssimos, se nos amarmos assim, sobre o fundamento de Cristo, que é “o Alfa e o Ômega”, “o Princípio e o Fim”, seremos sinal de paz para todos na sociedade e no mundo. E não esqueçamos: das famílias nasce o futuro dos povos.

Missa do Jubileu das Famílias, das Crianças, dos Avós e dos Idosos (Vatican Media)   (@Vatican Media)

Casamento, regra do verdadeiro amor entre homem e mulher

Nas últimas décadas, recebemos um sinal que nos enche de alegria e, ao mesmo tempo, nos faz refletir: refiro-me à Beatificação e Canonização de casais, não separadamente, mas juntos, enquanto casais. Penso em Luís e Zélia Martin, pais de Santa Teresinha do Menino Jesus; e gosto de recordar os Beatos Luís e Maria Beltrame Quattrocchi, cuja vida familiar transcorreu em Roma no século passado. E não nos esqueçamos da família polaca Ulma: pais e filhos unidos no amor e no martírio. Eu dizia que se trata de um sinal que faz pensar, pois a Igreja, apresentando-os como testemunhos exemplares dos cônjuges, diz-nos realmente que o mundo de hoje precisa da aliança conjugal para conhecer e acolher o amor de Deus e superar, com a sua força que une e reconcilia, as forças que desagregam as relações e as sociedades.

Antes de concluir, o Pontífice fez uma premente exortação: Digo a vós, esposos, com o coração cheio de gratidão e esperança: o casamento não é um ideal, mas a regra do verdadeiro amor entre o homem e a mulher; amor total, fiel, fecundo. Esse mesmo amor, ao transformar-vos numa só carne, torna-vos capazes de, à imagem de Deus, doar a vida. Portanto, encorajo-vos a ser exemplos de coerência para os vossos filhos, comportando-vos como quereis que eles se comportem, educando-os para a liberdade através da obediência, procurando sempre os meios para aumentar o bem que existe neles. E vós, filhos, sede gratos aos vossos pais: dizer “obrigado” pelo dom da vida e pelos dons que recebemos todos os dias é a primeira forma de honrar o pai e a mãe. Por fim, a vós, queridos avós e idosos, recomendo que cuideis daqueles que amais, com sabedoria e compaixão, com a humildade e a paciência que os anos ensinam.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF