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domingo, 29 de maio de 2022

São Paulo VI

S. Paulo VI | arquisp
29 de maio

São Paulo VI

Paulo VI foi o papa de número 262 da história da Igreja, entre 1963 e 1978.

Nascido no dia 26 de setembro de 1897, Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini era proveniente da cidade italiana de Concesio. Desde cedo, sua vida foi muito envolvida com religião. Entrou para o seminário com o objetivo de se tornar um sacerdote no ano de 1916. Depois de ser ordenado em 1920, estudou ainda na Universidade Gregoriana, na Universidade de Roma e na Pontifícia Academia Eclesiástica. Giovanni Montini tinha um talento notável para a vida religiosa, foi o que o levou rapidamente a desenvolver uma carreira na Cúria Romana. Na administração do Vaticano, ocupou cargos importantes dentro da Igreja Católica, desenvolvendo funções muito próximas e de confiança dos papas Pio XI e Pio XII. Já em 1944, Giovanni Montini trabalhava diretamente com o papa Pio XII.

A nomeação de Giovanni Montini para o cargo de Arcebispo de Milão parecia ser um método para afastá-lo do papado. Porém acredita-se mais que tal medida foi tomada por Pio XII para permitir que Giovanni tivesse mais experiência pastoral. De qualquer forma, mesmo sem ser cardeal da Igreja, durante o conclave de 1958 que elegeria o novo papa, Giovanni Montini recebeu vários votos. O sucessor de Pio XII acabou sendo João XXIII, que, no mesmo ano, elevou Giovanni à condição de cardeal.

João XXIII exerceu pouco tempo o cargo de Supremo Pontífice. Já em 1963 foi realizado um novo conclave para eleger seu sucessor. Desta vez, Giovanni Montini foi eleito papa, no dia 21 de junho. Para exercer o cargo máximo da Igreja Católica, escolheu o nome de Paulo VI, indicando que tinha uma missão mundial de propagar a mensagem de Cristo. Inicialmente, determinou a reabertura do Concílio Vaticano e lhe atribui prioridade e direção. Promoveu grandes reformas no cristianismo que foram significativas para afetar toda a Igreja.

Paulo VI era devoto de Maria, publicou três encíclicas marianas, discursou várias vezes para congressistas marianos e participou de várias reuniões. Mas também promoveu importantes diálogos com o mundo, sem distinções de religiosidade. Ao mesmo tempo, seguia a linha tradicional da Igreja Católica e era contrário à regulação da natalidade.

Paulo VI foi o primeiro papa a viajar de avião e o primeiro a visitar os cinco continentes. Chegou até a sofrer uma tentativa de assassinato nas Filipinas. Sua postura aberta ao diálogo foi fundamental durante seu papado, pois viveu uma fase de grandes acontecimentos na história da segunda metade do século XX. Aberto ao diálogo, foi o primeiro papa a conversar com o líder da Igreja Anglicana e o primeiro, depois de muitos séculos, a conversar com dirigentes das diversas Igrejas Ortodoxas do Oriente.

Paulo VI publicou a encíclica Humanae Vitae versando sobre o controle da natalidade, documento que se tornou de referência para a Igreja Católica nas questões sobre aborto, esterilização e métodos contraceptivos.

Paulo VI ocupou o posto de Sumo Pontífice por 15 anos. Faleceu no dia seis de agosto de 1978 e foi sucedido por João Paulo I. O processo de beatificação de Paulo VI começou em 1993 e se concretizou em 2014. Foi beatificado em 19 de outubro de 2014 e canonizado em 14 de outubro de 2018 pelo Papa Francisco.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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Santa Úrsula Ledochowska

Sta. Úrsula Ledochowska | arquisp
29 de maio

Santa Úrsula Ledochowska

Júlia Ledochowska pertencia a uma família especialmente abençoada. A sua irmã mais velha, Maria Teresa, era religiosa, fundou uma congregação e foi inscrita no livro dos santos. O irmão, o padre Vladimiro foi o vigésimo sexto preposto-geral dos jesuítas . Ela nasceu em 17 de abril de 1865 e os pais eram nobres poloneses que residiam na Áustria.

Até o final da adolescência viveu nesse país, onde completou os estudos, depois voltou com a família para o solo polonês, estabelecendo-se na Croácia. Aos vinte e um anos, ingressou no Convento das Irmãs Ursulinas de Cracóvia, pronunciando os votos definitivos e tomando o nome de Úrsula em 1899.

Ativa educadora, fundou um pensionato feminino para jovens, promovendo entre os estudantes a Associação das Filhas de Maria e foi, também, superiora do seu convento por quatro anos. Foi chamada pelo pároco da igreja de Santa Catarina em Petersburgo, na Rússia, que na época reprimia toda atividade religiosa, inclusive as de cunho assistencial, para dirigir um internato de estudantes polonesas exiladas; nessa função teve de usar roupas civis para sua segurança. Em 1909, fundou, também, uma casa das ursulinas na Finlândia onde inovou com um pensionato e uma escola ao ar livre, para moças doentes, seguindo o estilo inglês, ao mesmo tempo fundando, na mesma Petersburgo, uma casa das Ursulinas.

A sua cidadania e origem austríaca a fizeram objeto de perseguição por parte da polícia russa durante a Primeira Guerra Mundial , tanto que em 1914 se refugiou na Suécia, onde fundou, também ali, um pensionato e uma escola. O seu grande senso de apostolado a fez fundar para os católicos suecos o jornal "Solglimstar", editado ainda hoje sob outra direção. Em 1917, foi para a Dinamarca dar assistência aos poloneses perseguidos, onde permaneceu por dois anos, quando, então, regressou para o seu convento na Polônia.

Atendendo um antigo anseio interior, em 1920 separou-se da sua congregação para fundar uma nova ordem: as Irmãs Ursulinas do Sagrado Coração Agonizante, com a função de dar assistência aos jovens abandonados e para cuidar dos pobres, velhos e crianças.

Na Polônia, devido à cor do hábito, se popularizaram como as "ursulinas cinzas" e na Itália, como as "irmãs polonesas". A ordem foi aprovada em 1930 e se desenvolveu com rapidez. Quando sua fundadora, madre Úrsula, morreu, já existiam trinta e cinco casas e mais de mil irmãs. Ela deixou vários livros, todos escritos em polonês, que foram traduzidos para o italiano e francês.

Madre Úrsula Ledochowska faleceu em Roma no dia 29 de maio de 1939, na Casa mãe da Ordem, que conserva as suas relíquias. O papa João Paulo II, em 1983, a beatificou, numa comovente cerimônia em Poznan, quando visitava a Polônia. Vinte anos depois ele mesmo a canonizou, declarando ser seu devoto. O culto em sua homenagem foi designado para o dia de sua morte.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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sábado, 28 de maio de 2022

O professor que salvou a vida de muitas crianças no massacre no Texas

Facebook Arnulfo Reyes
Por Jaime Septién

"Ele fez tudo o que pode para salvar aquelas crianças", compartilhou um primo do professor que se colocou como escudo para proteger os estudantes, mas acabou ferido.

Com o passar das horas, são descobertos novos detalhes do massacre perpetrado por Salvador Ramos na Escola Primária Robb, em Uvalde, sul do Texas.

Além das cenas de horror e tristeza pela morte de 20 crianças e dois professores, surgiram heróis que impediram que o assassino continuasse a atirar em crianças indefesas.

O nome de um professor mexicano que lecionava na escola primária chegou às manchetes. Arnulfo Reyes, originário do estado mexicano de Coahuila, foi baleado várias vezes ao se colocar como escudo para proteger seus alunos.

Com ferimentos no braço e no pulmão esquerdo, Reyes foi levado para a cidade de San Antonio para ser operado. Um parente de Reyes postou que o professor se recupera da cirurgia e está fora de perigo:

“Meu primo Arnulfo Reyes tem um longo caminho de recuperação física e mental à sua frente. Ele ainda está no Centro Médico de San Antonio e permanecerá por algum tempo. Ele tem múltiplas cirurgias programadas ao longo de vários dias – ele fez tudo que pode para salvar aquelas crianças”.

Reyes é professor há 15 anos e há sete trabalhava na Robb Elementary. Antes do massacre no Texas, ele compartilhou fotos e falou sobre a alegria de lecionar na escola de Uvalde. Às 11h45 do dia 24 de maio, tudo mudou para a pequena cidade. Mas o município – e o professor – certamente irão superar a tragédia.

Facebook Arnulfo Reyes
Fonte: https://pt.aleteia.org/

"Inclinar o ouvido do coração"

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz | Vatican News

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz 
Bispo de Campos (RJ)

Neste domingo da Ascensão do Senhor celebra-se, no contexto do mandato missionário dado aos Apóstolos, de ir e ensinar, o Dia Mundial das Comunicações Sociais que tem, como padroeiros, os Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael. Desta feita, na 56º reedição do evento comunicacional, o Papa Francisco divulgou a sua mensagem centrada no tema de “Escutar com o ouvido do coração”.  

Inicia, situando a premente necessidade de sermos ouvidos como uma das demandas de humanidade e proximidade que mais sentimos e vivenciamos nos dias de hoje. O Papa considera esta mensagem como uma continuidade que vai do ir e ver, do ano passado, ao escutar, como fala Santo Agostinho, com o coração. Considera, a seguir, a escuta como condição da boa comunicação e da possibilidade de pontes e canais de verdadeira partilha e comunhão nas falas e escutas.  

Da importância de superar, como afirma o filósofo Abraham Kaplan, o duólogo, que é a conversa de duas pessoas que falam para si mesmas e não se escutam para o diálogo, no qual as pessoas procuram o encontro de duas alteridades em processo de saída e busca recíproca. É, de veras, muito desoladora a experiência das redes sociais onde, muitas vezes, se quer impor e manipular opiniões, obrigando aos outros a aceitá-las de forma acrítica, em vez de empreender o caminho contrário de escutar com atenção profunda o que os nossos irmãos têm a nos dizer, exercitando, como o Cardeal Agostinho Cassaroli, o martírio da paciência e da cordialidade na oitiva respeitosa e confiante. Na terceira parte, o Santo Padre reflete a crucial tarefa e desafio de escutar-se na Igreja, de desenvolver um autêntico apostolado do ouvido.  

Fica claro, que mais importante de ter planos, estratégias, e programas, a escuta recíproca abrangente, como procedimento, processo e atitude e estilo de vida é o que garante a vivência de uma real comunhão e participação na Igreja. Finalmente, nos convida a sair da monotonia das rotinas e das falas, muitas vezes previsíveis e convencionais, a polifonia da escuta das vozes de todos/as animados e dirigidos pelo Espírito Santo. Deus seja louvado! 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Angola - Dia da África foi marcado por reflexões

Mapa de África, Bandeiras | Vatican News

Em Angola, o dia de África (25/05) foi assinalado com reflexões em torno dos desafios e oportunidades dum continente descrito como “lar de esperança”.

Anastácio Sasembele - Luanda

O 25 de Maio é o dia de África, o Continente berço da humanidade, foi neste dia, em 1963, que se criou a Organização de Unidade Africana  (OUA), na Etiópia, com o objetivo de defender e emancipar o continente africano.

Em 1972, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o dia 25 de maio como o Dia da África ou o Dia da Libertação da África. Em 2002, a OUA foi substituída pela União Africana, mas a celebração da data manteve-se.

Este dia recorda a luta pela independência do continente africano, contra a colonização europeia e contra o regime do Apartheid, assim como simboliza o desejo de um continente mais unido, organizado, desenvolvido e livre.

Para assinalar a data várias reflexões foram feitas em Luanda/Angola. Temáticas como que desafios para África perante a globalização e a preservação das culturas locais, bem como, os desafios e oportunidades dum continente descrito como “lar de esperança” foram devidamente aflorados.

Guerras, terrorismo, golpes de estado, fome e questões ambientais são alguns dos problemas que o continente enfrenta. O especialista em Relações Internacionais Osvaldo Mboco diz que é necessário que as lideranças do continente abracem estes desafios com o comprometimento de ir eliminando progressivamente.

“A União Africana designou 2022 como o Ano da Nutrição. No Dia de África deste ano, o mundo deve unir-se em solidariedade com todos os africanos para fortalecer a segurança alimentar e colocar a nutrição ao alcance de todas as pessoas”.

Para a Madre Emiliana Bundo a ganância e a falta de solidariedade que reina em alguns países de África não caracteriza os africanos.

Quanto aos valores tradicionais da cultura africana, a nossa reportagem ouviu a opinião de alguns cidadãos, segundo os mesmos, a abordagem segundo a qual o continente africano é um retalho de culturas, dispersas, sem qualquer conexão, tem que ser banida, porque os factos o comprovam, pois os povos sempre estiveram disponíveis para dialogar, ou seja recebendo e reelaborando.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Germano de Paris

S. Germano de Paris | vaticannews
28 de maio
São Germano de Paris

Germano nasceu em 496. Diz a tradição que sua mãe tentou abortá-lo e que na infância ele teria sido envenenado, mas o menino sobreviveu para tornar-se um grande santo. Foi criado por um primo bem mais velho, um ermitão chamado Escapilão, que o fez prosseguir os estudos em Avalon. Germano viveu como ermitão durante quinze anos, aprendendo a doutrina de Cristo.

Em 531, ele foi ordenado diácono e três anos depois, sacerdote. Foi então para Paris, e pelos seus dons, principalmente o do conselho, ganhou a estima do rei, que apreciava a sua sensatez. Tornou-se bispo de Paris.

Germano era pródigo em caridade e esmolas, dedicando ao seu rebanho um amor incondicional. Frequentemente, era visto apenas com sua túnica, pois o restante das roupas vestira um pobre, feliz por sentir frio, mas tendo a certeza que o pobre estava aquecido.

Assim viveu o bispo Germano de Paris, até morrer no dia 28 de maio de 576. Suas relíquias se encontram na majestosa igreja de São Germano de Paris, uma das mais belas construções da cidade.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Reflexão
A história de São Germano nos mostra que Deus realmente tem caminhos misteriosos aos olhos humanos. Salvo da morte na infância, nosso santo soube aproveitar seus dias para o serviço dos mais pobres e abandonados, impulsionado pelo amor ao evangelho de Cristo. Na nossa vida, somos acometidos por muitas adversidades, mas confiar plenamente em Jesus Cristo nos dá forças para avançar mesmo em tempos de penúria.
Oração
Ó Deus, que aos vossos pastores associastes São Germano de Paris, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, dai-nos, por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé, para participarmos de sua glória. Por Cristo nosso Senhor. Amém!

sexta-feira, 27 de maio de 2022

Por que a última viagem de Jesse Koz e Shurastey fez chorar 1 milhão de seguidores?

@shurastey_ | Instagram
Por Francisco Vêneto

A poderosa atração das terras longínquas e a força inspiradora de um propósito de liberdade.

Em 2017, Jesse Koz pediu as contas na loja de roupas em que, na véspera, tinha sofrido um ataque de pânico.

“Eu trabalho das 15h às 23h e perco a minha vida inteira aqui dentro. Não tô fazendo nada por mim nos últimos 7 ou 8 anos da minha vida”.

O ataque de pânico precedeu em poucas horas o brado de alforria, conforme Jesse viria a relatar em 2020 ao podcast Camboriú Play.

Naquele dia da virada de chave,

“…quando cheguei no shopping, tinha muita gente, muito cliente, a maioria argentino e uruguaio, e eu não sabia falar nada de espanhol. Eles chegavam na loja, olhavam, olhavam e não compravam nada. Fiquei umas duas horas sem conseguir vender nada para ninguém, naquela pressão de vender – porque se você não vender, você não ganha. Me deu um surto, fui pra frente da loja e tudo parou, parecia cena de filme”.

O fim do mundo

Sem conseguir vender o alheio, o curitibano que tinha adotado Balneário Camboriú em 2010 como a sua cidade do coração resolveu então vender o próprio: se desfez da moto, da TV, do videogame e do microondas e, menos de três meses depois da decisão de jogar tudo para o alto, inspirado pelos aventureiros que cruzam mares e continentes sem grandes planejamentos, partiu com 12 mil reais rumo “ao fim do mundo” – ou, pelo menos, ao fim da América do Sul.

Ushuaia, onde a Argentina se despede de si mesma, não seria, porém, o seu ponto de chegada, mas o ponto de recomeço rumo a um sonho vago e novo, que tomava aos poucos a forma de um propósito: cruzar o continente americano da Terra do Fogo até o Alasca, levando como co-piloto o golden retriever Shurastey, seu companheiro de vida e de apartamento, a bordo de Dodongo, o seu Fusca 78, de 1.300 cilindradas, batizado como um personagem de Legend of Zelda.

Mas Jesse ainda não sabia que era isto o que queria.

“Saí bem doido por aí, sem rumo, sem saber muito bem o que estava fazendo na época, sem estrutura”.

7 mil quilômetros depois, Dodongo, Shurastey e Jesse Koz chegaram ao fim do mundo.

“Foi a emoção mais forte até hoje. Eu não tinha feito nada de tão extraordinário na minha vida. E ter chegado e vencido todas as dificuldades, principalmente dos últimos 220 quilômetros, embaixo de neve e com gelo na pista, foi incrível”.

Jesse Koz tinha finalmente definido um propósito. Iria para o Alasca. De Fusca. Com Shurastey.

https://www.instagram.com/shurastey_/?utm_source=ig_embed&ig_rid=4fa7ea53-31ee-4e8d-816c-fb3ebe2fd4c6

Do pânico ao propósito

Outros 85 mil quilômetros, 17 países e 5 anos depois, Jesse compartilhou mais um anúncio com os quase 500 mil seguidores que acompanhavam pelo Instagram os seus marcos mais recentes nos Estados Unidos, antepenúltima etapa da sua longa expedição rumo a um destino claro e definido:

“Estamos acampando no estado do Oregon, no meio do nada, e daqui nós seguimos viagem rumo à fronteira com o Canadá”.

O Alasca estava mais próximo do que nunca.

Por volta das 15h30 da última segunda-feira, 23 de maio, várias ligações perdidas e mensagens inusuais no WhatsApp chamaram a atenção do advogado Felipe Pires, em Balneário Camboriú.

“Oi, Pires. Por favor entre em contato urgente”.

Uma curva da rodovia

O recado era de Diego Strutz, que, junto com a companheira, Roana Petri Celeste, está nos Estados Unidos. Diego e Roana viajavam em sua van, logo atrás do Dodongo, e viram o acidente. Foram eles que organizaram a vaquinha virtual e ajudaram a arrecadar 120 mil reais para o translado do corpo de Jesse e das cinzas de Shurastey para o Brasil. O golden retriever precisará ser cremado antes de voltar para casa.

Quando Felipe conseguiu falar com Diego, não apenas soube que Jesse Koz tinha encerrado a sua viagem aos 29 anos de idade, numa curva da rodovia US 199, como soube também que precisaria transmitir a notícia que ninguém quer transmitir à família do melhor amigo, a quem conhecia desde 2012, quando ele e Jesse tinham dividido o aluguel de uma quitinete no balneário catarinense.

“Fui a primeira pessoa a receber a notícia no Brasil. Tive a difícil missão de repassar para a família dele. Liguei para a tia dele, que mora aqui em Balneário Camboriú. Ela me recebeu em casa e eu contei”.

A segunda etapa da missão de Felipe era tão dolorosa quanto a primeira: guardar silêncio durante 18 horas e segurar o choro para si mesmo. A tia de Jesse havia decidido viajar pessoalmente até Curitiba, onde mora a mãe do jovem, para que ela não descobrisse a morte do filho pela internet.

Jesse e Shurastey estavam perto da cidade de Portland quando o Dodongo ficou destruído. O jovem de 29 anos tinha feito uma brusca manobra para não bater no carro à sua frente, que reduzira inesperadamente a velocidade para fazer uma conversão; ao invadir a pista contrária, Jesse não conseguiu evitar a colisão frontal com o Ford Scape que vinha no sentido oposto.

“Fiquei 18 ou 19 horas com o choro preso, porque não podia contar pra ninguém”.

A tia de Jesse entrou em contato com Felipe às 11h da terça-feira, 24. Ela estava em Curitiba. A mãe do amigo já tinha recebido a notícia que mãe nenhuma deveria receber. Felipe agora podia informar aos outros amigos que o fim da expedição “Shurastey or Shuraigow?” seria muito diferente do que todos tinham esperado.

O nome da viagem de Jesse, assim como a origem do nome do carismático golden retriever, era uma brincadeira fonética com a música “Should I Stay or Should I Go?” (“Será que eu fico ou será que eu vou?”), da banda britânica The Clash.

Jesse Koz tinha decidido ir. Arriscando tudo. Encarando as consequências. Ele tinha descoberto e assumido um propósito.

1 milhão de seguidores

Na quarta-feira, 25 de maio, Jesse Koz e Shurastey tinham mais de 1 milhão de seguidores no Instagram.

Por que a última viagem de Jesse Koz e Shurastey fez chorar 1 milhão de seguidores?

“Havia muitas pessoas que de fato acompanhavam a página, e a comoção e o choro coletivo foi como perder alguém próximo. A imagem que Jesse passava no Instagram era muito verdadeira. Não era um personagem, então isso trazia uma sensação de aproximação, de intimidade, que as pessoas, por mais que não o vissem pessoalmente, o sentiam como amigo, como irmão”.

A consideração de Felipe é autoexplicativa, mas e as outras mais de 500 mil pessoas que nem sequer conheciam Jesse Koz e Shurastey até a véspera? Por que meio milhão de pessoas resolveram da noite para o dia seguir o perfil de um jovem que morrera a 9 mil quilômetros de distância e do qual jamais tinham ouvido falar?

A poderosa atração das terras longínquas

Em 1983, o então cardeal Joseph Ratzinger, futuro Papa Bento XVI, fez uma atemporal reflexão sobre o irmão mais velho do “filho pródigo”, o personagem de uma parábola de Jesus que certamente merece primazia entre as máximas obras-primas de toda a história da literatura universal:

“Meditando nesta parábola, não se deve esquecer a figura do filho mais velho. Em certo sentido, ele não é menos importante que o mais novo, a ponto de esta história poder ter também o título, que talvez fosse mais adequado, de ‘parábola dos dois irmãos'”.

Ratzinger observa que o filho mais velho tinha permanecido junto ao pai quando o irmão caçula dera as costas à família, declarando-se órfão de pai vivo e partindo para longe, a fim de esbanjar a sua parte da herança em prazeres do mundo, confundindo a liberdade e a libertinagem e afastando-se tanto de si próprio a ponto de ter de comer as sobras da lavagem dos porcos – uma imagem drasticamente impactante para uma cultura judaica em que o porco é tão imundo que comer a sua carne é até hoje repulsivo. Quando, quebrado e humilhado, o filho pródigo retorna à casa do pai em busca do abrigo que antes desprezara, o filho maior se revolta. O futuro Papa Bento pergunta:

“Por que este ciúme? Ele mostra que muitos ‘devotos’ também escondem no coração o desejo das terras longínquas e das suas seduções. A inveja revela que essas pessoas não compreenderam realmente a beleza da pátria, a felicidade do ‘tudo o que é meu é teu’, a liberdade de ser filho e proprietário. Assim, parece que também elas desejam secretamente a felicidade da terra longínqua. E, no fim, não entram na festa; no fim, permanecem de fora”.

Cardeal Ratzinger, montagem sobre pintura de Rembrandt (Domínio Público)

O que Ratzinger está dizendo é que, no íntimo, somos todos filhos pródigos. Faz parte da natureza humana querer partir – e invejar quem parte. Chegamos todos àquele dia de pânico e àquelas raias da loucura, à beira de jogar tudo para o alto e partir rumo ao fim do mundo. Mas nem todos partem. E nem todos os que partem o fazem por igual motivação: uns partem por virtude, outros por covardia. Assim como, dos que ficam, alguns são covardes, outros virtuosos.

Alguns que partem o fazem por desprezível egoísmo e ao prejuízo dos outros, como o filho caçula da parábola de Jesus. Outros, como Jesse Koz, o fazem às próprias custas, sem explorar o próximo, assumindo a decisão tomada e inspirando centenas de milhares de pessoas – não necessariamente por terem abraçado o vento na cara, donos de si mesmos e livres na imensidão das estradas do mundo, mas por terem tido a coragem de dar um basta à mediocridade da sua vidinha sem perspectivas e por terem finalmente dado início à concretização dos próprios sonhos.

Nem sempre é a viagem em si o que fascina. É a coragem de assumir um propósito. Mochileiros vagando o mundo existem milhares. Milhões, talvez. Há os que traçam a trajetória decadente e egoísta do filho pródigo – estes geram repulsa. E há os que traçam a trajetória resiliente e eletrizada por um propósito, como Jesse Koz – estes produzem inspiração.

A força inspiradora de um propósito

Se Jesse Koz emocionou quem nem sequer o conhecia, não é por ter feito o que milhares de aventureiros já fizeram antes dele, mas por ter tido a infrequente coragem de traçar um propósito e compartilhá-lo com autenticidade, sendo ele mesmo – inclusive no Instagram, o império das máscaras.

Não é o caso de se discutir a transcendência do propósito, mas de admirar a sua existência e o seu contraste com aquele “antes”:

“Eu trabalho das 15h às 23h e perco a minha vida inteira aqui dentro. Não tô fazendo nada por mim nos últimos 7 ou 8 anos da minha vida”.

Enfermeiros movidos pelo propósito de dar a vida pela vida do próximo enquanto seus próprios pais falecem na UTI-Covid por falta de oxigênio inspiram milhões sem precisarem rodar as Américas. Bombeiros que jamais tiveram um passaporte inspiram milhões ao arriscarem a vida pela vida alheia quando sobem correndo as escadas de uma torre em chamas sem saberem se voltarão. Um menino cuja vida é abreviada pela leucemia aos 15 anos de idade, como o beato Carlo Acutis, em processo de canonização por causa da força do seu propósito de espalhar o amor pela Eucaristia em todo recanto do mundo, inspira e reaquece a fé tantas vezes morna de milhões de católicos de todas as idades – incluindo padres, freiras e bispos.

É simplista afirmar que um milhão de pessoas se emocionaram com o prematuro fim de viagem de Jesse Koz e Shurastey porque eles estivessem indo da Terra do Fogo ao Alasca a bordo de um Fusca.

Um milhão de pessoas choraram por Jesse Koz e Shurastey porque se sentiram arrebatadas pela força inspiradora de um propósito.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Gráfico mostra a evolução numérica das grandes ordens religiosas masculinas

Foto: Divulgação/Catholic Hierarchy.
O documento revela um claro declínio no número de religiosos nas principais ordens religiosas masculinas.

Redação (25/05/2022 16:53, Gaudium Press) Um gráfico publicado pelo ‘Catholic Hierarchy’ e reproduzido pela Agência Zenit mostra o claro declínio no número de religiosos nas principais ordens religiosas masculinas.

Foto: Divulgação/Catholic Hierarchy.

Segundo o gráfico, os jesuítas (SJ) passaram dos 36.038 membros, que tinham em 1966, para chegar hoje em dia aos 14.839. Já os salesianos (SDB), que na década de 60 eram 26 mil, atualmente possuem pouco mais de 14 mil membros.

Os franciscanos (OFM) por sua vez, nos anos de 1960 possuíam em suas fileiras mais de 26 mil religiosos, mas agora possuem menos da metade: 12 mil. Os capuchinhos, Ordem dos Frades Menores (OFMCap), por sua vez, possuíam 15 mil membros nos anos 60, atualmente são pouco mais de 10 mil.

Foto: Divulgação/Catholic Hierarchy.

Outro quadro mostra a evolução em números das seguintes comunidades religiosas masculinas: Dominicanos (OP), Missionários do Verbo Divino (SVD), Redentoristas (S.CC.R.), Beneditinos (OSB), Oblatos de Maria Imaculada (OMI), Paulinos, Lazaristas ou Vicentinos (OM), Ordem dos Frailes Menores Conventuais (OFM Conv) e Carmelitas Descalços (CD). (EPC)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Luto perinatal: como dizer adeus ao seu filho?

LightField Studios I Shutterstock
Por Solenn Varennes

Cada situação é diferente e cada casal deve ser capaz de fazer as coisas de acordo com a sua própria sensibilidade, desejos e aquilo de que se sente capaz.

Há 30 ou 40 anos, a morte de um bebê in utero era largamente ignorada, uma vez que o bebê não era considerado uma pessoa por direito próprio pela sociedade. Hoje, a profissão médica, bem como os casais afetados pela perda de um filho testemunham os benefícios de poder dizer adeus a um bebê natimorto. Este é um passo importante no luto pela perda de um filho(a) que muitas vezes não tivemos tempo de conhecer. Então como se despedir?

1. VER O SEU FILHO

Mesmo que possa parecer doloroso, ver o seu filho(a) após o parto pode ser uma forma de dizer adeus, de colocar um rosto no bebé que se estava à espera. “Por vezes o pessoal de enfermagem, durante estes lutos perinatais, está um pouco confuso. O bebé que nasce sem vida é por vezes impressionante de se ver e os cuidadores não pressionam necessariamente os pais a conhecê-lo porque consideram a situação muito dolorosa. Eles projetam o seu próprio medo nos pais”, explica Pascaline Chazerans, uma parteira há mais de 10 anos. “Lembro-me de uma mãe que queria ver o seu filho após o nascimento. Quando ela se aproximou e tocou-o, imediatamente disse que ele se parecia com o seu avô. Ela tinha visto o seu bebé com o coração da sua mãe, com os olhos da sua mãe. Foi muito comovente”, recorda ela.

2. MANTER UMA MEMÓRIA

Atualmente, na maioria das maternidades, oferece-se manter um registo de um bebé nascido sem vida. Após o nascimento, são tiradas e colocadas fotos do bebé na sua ficha. Esta é mantida no hospital e pode ser consultada pelos pais sempre que estes o desejarem. Marie, mãe de dois bebés nascidos prematuros, disse a Aleteia: “Perdemos o nosso primeiro bebé há dez anos e, na altura, não tivemos coragem de ver o nosso filho. Saber que havia estas fotografias deu-nos sempre a confiança de que podíamos mudar de ideias e ver o nosso filho se quiséssemos”. A parteira também faz pequenas marquinhas com os pés ou as mãos e dá o registro para os pais: isto deixa uma memória amorosa do bebê.

3. DAR UM NOME À CRIANÇA

Dar um nome a uma criança nascida sem vida é um belo passo porque permite um reconhecimento real da criança. Ao nomeá-la, reconhecemos a sua existência: este bebê estava presente no ventre da sua mãe e, apesar da sua curta vida, ele existiu. É uma boa ideia não esquecer e, por vezes, fazer os familiares compreenderem que este bebe era uma realidade para os pais. Para os irmãos e irmãs, se houver, é também uma boa maneira de falar com eles sobre este bebê que não conheciam. Permite-lhes nomear o irmão(ã) e vê-lo como um membro da família por direito próprio.

4. REGISTAR O BEBÊ NO LIVRO DE REGISTO FAMILIAR

Para além de dar um nome à criança, algumas famílias decidem registar o seu bebê no livro de registo familiar. De fato, desde 2008, uma criança nascida sem vida pode ser registada no livro de registo familiar. Não há obrigação, mas para alguns pais, permite-lhes simbolicamente acolher este pequeno ser na sua família. Este é um grande passo em frente na consideração destas crianças pela sociedade. Reconhece a dor da família e permite o seu luto. Desde o final de 2021, os pais também podem dar ao seu bebê o seu sobrenome. Isto não era possível antes.

5. ORGANIZAÇÃO DE UM FUNERAL

“Quando perdemos o nosso primeiro bebê, o nosso médico, ao mesmo tempo que nos deu uma escolha completa, aconselhou-nos a não fazer um funeral, pois seria demasiado doloroso. Mas não havia maneira, no meu modo de ver, de deixarmos o nosso bebê no hospital. Precisávamos de saber onde ele estava e de poder ‘vê-lo’ sempre que quiséssemos”, diz Marie. De fato, mesmo que toda a logística envolvida na organização de um funeral possa parecer muito dolorosa, a organização de um funeral permite aos pais dizer um verdadeiro “adeus” ao seu filho e processar o luto. Confiar a criança, toda a família e a sua dor a Deus permite-lhes ver esta perda como menos terrível. “Enterrar uma criança também permite aos irmãos entristecerem-se. Pode parecer difícil para as crianças, mas também é importante para elas poder dizer ‘adeus’ ao seu irmão ou irmã. E finalmente, as crianças vêem-no como um adeus e experimentam-no de uma forma muito mais simples do que os adultos.

Pascaline Chazerans explica que “alguns pais aproveitam o funeral para colocar um pequeno cobertor ou brinquedo de pelúcia no caixão do bebê. É um gesto simbólico, mas é importante para os pais que, com este gesto, cuidam dos seus filhos.

6. PERCORRER UM CAMINHO DE CONSOLAÇÃO

Quando se perde um ente querido, especialmente uma criança, a palavra-chave para que a dor se dissipe é “tempo”. Para superar, ou aprender a conviver com a realidade, é preciso tempo, isso é óbvio e é preciso estar consciente disso. É preciso aceitar que se leva tempo. Para cada pessoa, o caminho será mais ou menos longo. Para alguns, será “rápido”, para outros, muito mais longo. As coisas não são vividas da mesma forma pelo pai e pela mãe. A mãe já experimentou isto na sua carne, é físico. Para o pai, é diferente. Isto não significa que ele sofra menos.

O que importa é poder dizer adeus à criança que se esperava. Por vezes é difícil fazer isso sozinho e obter ajuda de terceiros pode ser uma boa solução.

Existem agora associações para ajudar estes pais a percorrerem o luto. A associação Mãe da Misericórdia, por exemplo, oferece retiros e sessões para acompanhar pessoas que tenham perdido um filho. Através de grupos de discussão, gestos concretos e tempos de oração, os acompanhantes destas sessões apoiam os pais que têm dificuldade em superar a sua dor. Os pais podem se beneficiar de um ouvido atento e não julgador.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Papa: a sinodalidade deve nos levar a viver intensamente a comunhão eclesial

Papa Francisco | Vatican News

Na mensagem de vídeo por ocasião da plenária da Pontifícia Comissão para a América Latina, Francisco explicou que "a sinodalidade é a dimensão dinâmica, a dimensão histórica da comunhão eclesial fundada pela comunhão trinitária, que ao apreciar o sensus fidei de todo o santo fiel Povo de Deus, a colegialidade apostólica e a unidade com o sucessor de Pedro, deve incentivar a conversão e a reforma da Igreja em todos os níveis".

Mariangela Jaguraba - Vatican News

Foi divulgada, nesta quinta-feira (26/05), a mensagem de vídeo do Papa Francisco por ocasião da plenária da Pontifícia Comissão para a América Latina (PCAL) que teve início na terça-feira, 24, e prossegue até sexta-feira, 27 de maio.

Francisco manifestou satisfação pelo fato de o organismo se reunir após a pausa prolongada causada pela pandemia. Antes da convocação do Sínodo sobre a Sinodalidade na Igreja, o Papa desejava que os membros da Pontifícia Comissão para a América Latina pudessem "dialogar sobre esse tema, uma vez que a experiência da Igreja na América Latina foi expressa, após o Concílio Vaticano II, com alguns elementos marcadamente sinodais".

Reaprender a caminhar juntos

Segundo Francisco, a "comunhão" e a "participação" foram as categorias-chave para a compreensão e implementação da III Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em Puebla, e a "conversão pastoral" foi um conceito relevante na IV Conferência Geral de Santo Domingo que depois adquiriria ainda mais centralidade na V Conferência Geral de Aparecida.

"Além dos documentos, é a própria realidade pastoral da Igreja Latino-Americana que me incentiva a pensar nela como uma experiência na qual a sinodalidade há muito se enraizou", disse o Papa, acrescentando:

Estou convencido de que, de forma avançada, a Igreja na América Latina e no Caribe fez um "percurso caminhando", ou seja, demonstrou que uma interpretação correta dos ensinamentos do Concílio implica reaprender a caminhar juntos diante dos desafios ou problemas pastorais e sociais inerentes à mudança de época. Digo "reaprender" porque para caminharmos juntos é sempre importante manter o pensamento incompleto. Tenho alergia a pensamentos já completos e fechados.

"Quando se pensa que se sabe tudo, o dom não pode ser recebido. Quando se pensa que sabemos tudo, o dom não nos educa porque não pode entrar no coração. Em outras palavras, não há nada mais perigoso para a sinodalidade do que pensar que já sabemos tudo. O dom é o Espírito Santo, que não se impõe à força, mas gentilmente convoca suavemente o nosso afeto e nossa liberdade para nos modelar com paciência e ternura, a fim de assumirmos a forma de unidade e comunhão que Ele deseja em nossas relações", disse ainda Francisco, reiterando que a Igreja é "um povo reunido em virtude da unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo."

Incentivar a conversão e a reforma da Igreja

Assim, a palavra "sinodalidade" não designa um método mais ou menos democrático e muito menos "populista" de ser Igreja. Estes são desvios. A sinodalidade não é uma moda organizacional ou um projeto de reinvenção humana do povo de Deus. A sinodalidade é a dimensão dinâmica, a dimensão histórica da comunhão eclesial fundada pela comunhão trinitária, que ao apreciar o sensus fidei de todo o santo fiel Povo de Deus, a colegialidade apostólica e a unidade com o sucessor de Pedro, deve incentivar a conversão e a reforma da Igreja em todos os níveis.

A seguir, o Papa disse que PCAL é chamada a ser um organismo de serviço que colabora para que todos na América Latina e no Caribe entrem no estilo sinodal de ser Igreja, "na qual o Espírito Santo é o protagonista, e não nós".

PCAL, promover a sinodalidade da forma mais ampla possível

"A PCAL é um serviço, é uma diakonia, que deve mostrar o afeto e a atenção que o Papa tem em relação à região. Diakonia, serviço, que ajuda os diversos Dicastérios a agir de forma sinérgica, entendendo melhor a realidade social e eclesial da América Latina. Diakonia que, em nome do Papa, acompanha a caminhada de organismos como o CELAM (Conselho Episcopal Latino-americano) e a CEAMA (Conferência Eclesial da Amazônia), e pastoral hispânica nos Estados Unidos e Canadá, em comunhão com a Igreja universal", sublinhou ainda Francisco, ressaltando que a PCAL "é um organismo da Cúria Romana, parte integrante do Dicastério para os Bispos, que tem dois leigos como secretários – um homem e uma mulher agora. Não nos esqueçamos de que o clericalismo é uma perversão "quietista"."

Segundo o Papa, a PCAL "deve promover a verdadeira sinodalidade da forma mais ampla possível. A comunhão sem sinodalidade pode facilmente se prestar a um certo fixismo e centralismo indesejáveis. A sinodalidade sem comunhão pode se tornar populismo eclesiástico. A sinodalidade deve nos levar a viver mais intensamente a comunhão eclesial, na qual a diversidade de carismas, vocações e ministérios se integram harmoniosamente animados pelo mesmo batismo, que nos torna filhos no Filho". "Tomemos cuidado com o protagonismo", disse ainda o Papa e animemos "processos que permitam ao Povo de Deus, que caminha na história, a participar cada vez mais na responsabilidade comum de que todos nós temos que ser Igreja". "Somos todos o povo de Deus. Somos todos discípulos chamados a aprender e seguir o Senhor. Somos todos corresponsáveis pelo bem comum e pela santidade da Igreja", concluiu.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF