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domingo, 15 de dezembro de 2019

Pedro, Lino e Clemente. Os Papas mencionados na Bíblia


Written by Jaime Francisco
Por Jaime Francisco de Moura


 Sabemos pela Bíblia, pela História e pela Tradição que o Primado da Igreja, foi dado a Pedro, não como privilégio pessoal, mas para o bem e para a unidade da Igreja.
Jesus Cristo fundou uma Igreja visível (Mateus 16,18), que deveria durar até o fim do mundo, necessariamente tinha que nomear um chefe, com sucessão, para perpetuar a mesma autoridade: “Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos despreza, a mim despreza,; e quem me despreza, despreza aquele que me enviou “ (Lucas 10,16). Se assim não fosse, Cristo não poderia dizer: “Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo”; deveria ter dito que estaria apenas com Pedro até o fim de sua vida. Dessa forma, cumpre-se o que manda a Bíblia: “Um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Efésios 4,5)

E Jesus diz ainda: “É me dado todo poder no Céu e na terra; ide pois, e ensinai a todos os povos e eis que estou convosco todos os dias até a consumação do mundo” (Mateus 28,19-20).

Cristo não poderia transmitir esse poder somente aos Apóstolos, pois eles deviam morrer um dia, e se ele promete estar com os Apóstolos até o fim do mundo, é claro que ele não está se dirigindo aos Apóstolos como pessoas físicas, mas como um corpo moral e visível, que deve perpetuar-se nos seus sucessores, e hão de durar até o fim dos tempos.
Essa sucessão dos Apóstolos é também confirmada na própria Bíblia, confira: “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho, sobre que o Espírito Santo vos constituiu Bispos, para apascentardes a Igreja de Deus a qual santificou pelo seu próprio sangue” (Atos 20,28). Em cada igreja instituíram anciãos e, após orações com jejuns, encomendaram-nos ao Senhor, em quem tinham confiado” (At 14,23). “Nas cidades pelas quais passavam, ensinavam que observassem as decisões que haviam sido tomadas pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém. Assim as igrejas eram confirmadas na fé, e cresciam em número dia a dia” (At 16, 4-5).

Além da Bíblia, a História nos relata uma sucessão ininterrupta dos sucessores até nossos dias. Destacamos uma obra de grande valor, “Contra as Heresias” de Irineu de Lião, escrita por volta de 180 d.C que testemunha a lista dos Papas até aquela época, e a obra “Líber Pontificalis” escrito no século VI onde é mencionado os nomes: Pedro, Lino, Anacleto, Clemente I, Evaristo, Alexandre I, Sisto I, Telésforo, etc.

Não podemos esquecer que certos nomes mencionados nesses documentos estão também narrados no Novo Testamento. É o caso de Lino citado em (2 Timóteo 4,21), o primeiro sucessor de Pedro.

Outro nome mencionado no Novo Testamento é o de São Clemente, quarto sucessor, onde conheceu Pedro pessoalmente em Roma, pontificando entre os anos 92 e 101. São Clemente é citado por São Paulo em (Filipenses. 4,3). Durante o seu governo, surgiu, na distante igreja de Corinto, uma dissensão interna, que culminou na deposição irregular dos presbíteros consagrados. Informado dos fatos, Clemente resolveu intervir, onde exortava com autoridade, os fiéis daquela comunidade a se manterem unidos na fé e na caridade. Sobre essa carta, Eusébio nos informa que “foi lida para benefício comum na maioria das igrejas, tanto em tempos antigos como em nossos dias”.

História de Lino e Clemente

Lino nasceu em Tuscia, na Itália, no ano 10, Lino foi contemporâneo de Jesus Cristo e foi um de seus seguidores. Durante sua vida foi identificado pela realização de milagres e curas. Curiosamente, Lino teria salvo a filha de um magistrado romano que estaria possuída pelo demônio. Foi escolhido pelo próprio são Pedro para suceder-lhe. Foi por isso seu direto colaborador e a estima de que gozou na comunidade romana foi muito grande.

Clemente nasceu em Roma no ano 35. Era filho de uma família hebraica e foi um dos primeiros a receber o batismo de São Pedro, do qual seria, inclusive, discípulo. Clemente foi eleito Sumo Pontífice no ano 88. O Papa Clemente restabeleceu a Crisma de acordo com o rito de Pedro, o primeiro papa e seu mestre. Foi também Clemente que iniciou a tradição religiosa do uso da palavra Amém em celebrações. Atribui-se a este papa muitos dos hábitos que são praticados até hoje pelos fieis, ou seja, cerca de dois mil anos depois de seu papado.

O Papa Clemente foi um grande defensor da primazia da Igreja de Roma, afirmando que esta e o bispo de Roma, ou seja, o papa, que são os detentores das revelações divinas e que possuem a autoridade necessária para comandar os cristãos.
 Como os protestantes gostam de provas somente vindo da Bíblia, está aí as passagens confirmando o nome de alguns.

Veritatis Splendor

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF