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quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Descubra a linguagem do perdão e seus benefícios

Antonio Guillem | Shutterstock

Dependendo do nosso temperamento, a linguagem do perdão pode assumir diferentes formas. Existem 5 formas de desculpas. Qual seria a sua, e você pode adivinhar qual é a desculpa que as pessoas que estão ao seu redor usam?

A falta de jeito ou mesquinhez, um arranhão ou um tapa na cara… tantas ofensas que prejudicam o relacionamento, quando não o rompem. Às vezes, apesar de um pedido de perdão e seus benefícios, a harmonia de antes não retorna. E sem saber explicar. De acordo com Gary Chapman, o motivo é simples: não falamos a mesma linguagem do perdão que a outra pessoa, mas isso pode ser aprendido!

“Existem cinco aspectos básicos de desculpas. Nós chamamos eles: cinco formas do perdão. Cada um é importante, mas um (ou mais) em particular terá o maior impacto em cada pessoa”, diz o especialista em seu livro The five languages of apology [As cinco linguagens do perdão: aprender a pedir desculpas e decifrar as desculpas dos outros]. Conhecê-las permite usar a linguagem mais adequada, dependendo do indivíduo e da situação.

Quando você usa a linguagem do perdão com a qual as pessoas em sua vida se identificam, você as ajuda a “perdoarem você de verdade”, diz Chapman. “Se você não falar com elas de uma maneira que elas entendam, elas não terão certeza de que você é sincero”. Entre marido e mulher, pais e filhos, amigos e colegas, aprenda a decifrar a linguagem do pedido de desculpas para alcançar o perdão genuíno e a reconciliação profunda.

Expressando pesar: “Sinto muito”

Um simples “sinto muito” pode desempenhar um papel fundamental na recuperação do relacionamento. A ausência dessa frase pode parecer óbvia para algumas pessoas. Se a pessoa culpada não perceber que se esqueceu dessas “palavras mágicas”, pode ter certeza de que a pessoa com quem está falando está percebendo….

Perdão por quê? Um pedido de desculpas tem mais efeito se for especificado. Se eu largar alguém com quem tinha um encontro no cinema, não direi apenas: “Sinto muito ter perdido o filme”. A pessoa ficará mais convencida se você listar as consequências de sua ausência para ela: “Eu sei que você saiu de casa na hora certa interrompendo o que estava fazendo. Você tinha que dirigir no horário de pico. Você teve que esperar e estava preocupado comigo”, etc.. Esses detalhes revelam que você não está minimizando sua culpa e dão a entender à pessoa ofendida que você entende o mal que lhe causou.

Evite o “mas”… O arrependimento sincero não deve estar acompanhado de restrições. Como irmãs, Iris e Maria freqüentemente estavam em conflito. Cada uma queria um relacionamento melhor, mas nenhuma das duas sabia como fazê-lo. Quando eu perguntei à Maria: “Iris pede desculpa quando fica brava?” Ela respondeu: “Ela pede desculpa o tempo todo, embora geralmente conclua dizendo: ‘Mas eu gostaria que você parasse de me difamar por não ter tantos estudos quanto você’. Seu pedido de desculpa é como outro golpe”.

Cada vez que culpamos o outro, passamos do pedido de desculpas à ofensa. Não do perdão à reconciliação.

Reconhecendo a responsabilidade: “Eu estava errado”

Como chefe, Luís acostumava manter a calma, mas naquele dia perdeu a paciência. Ele foi falar com um de seus funcionários asperamente. Suas palavras foram justas e suas reprovações necessárias, mas expressas com raiva. Esse tipo de comportamento tende a quebrar os relacionamentos. Um simples pedido de desculpas pode mudar tudo; isso implica reconhecer seu erro.

Por que é tão difícil para alguns de nós dizer “Eu estava errado”? Muitas vezes, nossa relutância em reconhecer nossos erros está ligada ao nosso senso de autoestima. Admitir que erramos é visto como uma fraqueza. Podemos dizer a nós mesmos: só os perdedores confessam. Na realidade, todos cometemos erros. Um adulto maduro aprende a assumir a responsabilidade por seus próprios erros. Os adultos imaturos nunca deixarão de tentar justificar seus erros.

Aceitar a responsabilidade é, em essência, uma disposição para assumir a responsabilidade. Para muitas pessoas, no entanto, a parte mais importante de um pedido de desculpas é o fato de reconhecer o erro do infrator. Como disse uma testemunha: “Dizer ‘sinto muito’ não é suficiente. Quero ter certeza de que você entende que o que fez foi errado”.

Correção: “O que posso fazer para corrigir as coisas?”

Para algumas pessoas, a frase “Tratar você assim foi errado” deve ser seguida por “O que posso fazer para mostrar que ainda gosto de você?” Sem esta tentativa de reparação, a pessoa ofendida duvidará da sinceridade do pedido de desculpas. Eles continuarão a se sentir mal amados, mesmo que você diga: “Sinto muito. Eu estava errado”. Ele ou ela precisa ter certeza de que o relacionamento continua a ter uma base sólida.

A questão então é como podemos compensar o dano causado. Para corrigir, muitas vezes você terá que fazer mais do que expressar essas cinco formas de desculpa. Pode exigir um reembolso (de um carro danificado, um relógio quebrado, etc.) ou a restauração de algo (de uma reputação ou dignidade).

Se você não tiver certeza do que a pessoa ofendida valorizará como um remédio adequado, pergunte à ela. Alguns exemplos de perguntas: “Sinto muito ter ofendido a sua reputação. Devo pedir desculpas publicamente à você?” Ou, “Eu quebrei essa promessa um milhão de vezes. Você quer que eu a coloque por escrito desta vez?”

Vontade de mudar: “Vou tentar nunca mais fazer isso”

Aqueles que falam a linguagem do perdão precisam se convencer da sinceridade do ofensor, que mude seu comportamento e que não cometa o mesmo erro na semana seguinte. A condição para o arrependimento sincero é, portanto, a disposição para mudar. Implica reconhecer que o que fizemos foi errado, que magoou a pessoa que amamos. O crente pode pedir ajuda a Deus.

Muitas vezes, foi útil para mim escrever num cartão as mudanças a serem feitas e, em seguida, colá-lo no espelho em frente ao qual eu faço a barba pela manhã. É uma forma de priorizá-las. Assim, fico com elas em mente o dia todo. Escrever também permite que você esclareça suas idéias e as torne mais concretas. Você pode começar escrevendo uma frase como: “Vou tentar não culpar os outros por minhas emoções negativas”. Então pense em como colocar essa intenção básica na prática. Em vez de dizer assim: “Estou com raiva porque você…” poderia ser “Estou com raiva porque a situação…”

Você pode verificar que um plano específico é mais fácil de implementar do que uma intenção geral. E, ao colocá-lo na prática, mostrará ao ofendido suas boas intenções.

Pedindo desculpas diretamente: “Você me perdoa?”

Você reconheceu seu erro. Você expressou seu pesar. Você pode ter oferecido uma correção. Mas nem sempre isso é suficiente! Quando perguntamos: “O que você espera encontrar num pedido de desculpas?” por volta de um em cada cinco (21%) diz: “Espero que ele (ela) se desculpe comigo. Pedir perdão mostra que você está disposto a colocar o futuro do relacionamento nas mãos da pessoa ofendida”.

“Você me perdoa, né?” Você não pode responder a essa pergunta no lugar da outra pessoa. Perdoar ou não perdoar, a decisão é sua. E o futuro do relacionamento depende dessa decisão. Fica eliminado o teu controle da situação e para algumas pessoas isso pode ser extremamente desconfortável .

Não exija perdão. Você não conseguirá obtê-lo dessa forma, pelo seu próprio modo de ser. O perdão consiste em suspender o castigo e deixar a pessoa retomar o seu lugar nas nossas vidas. “O nosso relacionamento me interessa muito. Então eu escolho aceitar suas desculpas e não pedir justiça”. Acima de tudo, é um presente. Um presente que é exigido não é mais um presente. Se eu feri alguém, não estou na posição do monarca que, desde o seu trono, teria o direito de julgar o ofendido, culpado de ter um coração implacável, nem devo incitá-lo a se culpar por não me perdoar. Isso seria manipulação.

Aleteia

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF