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segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Papa adverte que a salvação não é automática, requer nossa conversão

Papa Francisco na oração do Ângelus na biblioteca.
Foto: Vatican Media

Vaticano, 24 jan. 21 / 09:32 am (ACI).- Durante a oração do Ângelus neste domingo, 24 de janeiro, o Papa Francisco advertiu que "a salvação não é automática", mas é um dom de amor que exige uma resposta livre e nossa conversão.

Ao refletir sobre a passagem do Evangelho de São Marcos deste terceiro domingo do tempo comum (Mc 1,14-20), que relata quando Jesus Cristo disse “Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho”, o Santo Padre sublinhou que“ Jesus não usou meias palavras”, mas antes dirigiu uma mensagem “que nos convida a refletir sobre dois temas essenciais: o tempo e a conversão”.

“A salvação não é automática; a salvação é um dom de amor e como tal oferecido à liberdade humana. Quando se fala de amor, se fala de liberdade: um amor sem liberdade não é amor, pode ser interesse, pode ser medo, muitas coisas, mas o amor é sempre livre e como tal, requer uma resposta livre: requer conversão”, disse o Papa.

Nesse sentido, o Santo Padre destacou que conversão é “mudar a mentalidade e mudar a vida: não mais para seguir os modelos do mundo, mas o de Deus, que é Jesus, seguir Jesus, como Jesus fez e como Jesus nos ensinou".

“Esta é uma mudança decisiva de visão e atitude. De fato, o pecado trouxe ao mundo uma mentalidade que tende à afirmação contra os outros e até contra Deus”, advertiu.

Por isso, o Papa alertou para o perigo da “mentalidade do engano, que tem sua origem no pai do engano, no grande mentiroso, o diabo, o pai da mentira, é assim que Jesus o define”.

Deste modo, o Santo Padre convidou a “reconhecer nossa necessidade de Deus e de sua graça; a ter uma atitude equilibrada em relação aos bens terrenos; a sermos acolhedores e humilde para com todos; a conhecer e a realizar-nos no encontro e no serviço aos outros", porque "para cada um de nós, o tempo em que podemos acolher a redenção é curto: é a duração de nossa vida neste mundo".

Em seguida, o Papa relatou uma ocasião em que administrou o Sacramento da Unção dos Enfermos a um idoso que lhe disse "minha vida voou, eu acreditava que era eterna" e acrescentou que é isso que "nós, os idosos, sentimos".

“A vida é um dom do amor infinito de Deus, mas é também um momento para verificar nosso amor por Ele. Portanto, cada momento, cada instante de nossa existência é um tempo precioso para amar a Deus e ao próximo, e assim entrar na vida eterna”, acrescentou o Papa.

Neste sentido, o Santo Padre sublinhou que “cada vez, cada fase tem seu próprio valor e pode ser um momento privilegiado de encontro com o Senhor” e acrescentou que “a fé nos ajuda a descobrir o significado espiritual destes tempos: cada um deles contém um chamado particular do Senhor, ao qual podemos dar uma resposta positiva ou negativa”.

Assim, o Papa recordou o exemplo da resposta de Simão, André, Tiago e João que “eram homens maduros, tinham o seu trabalho como pescadores, tinham vida familiar... E, no entanto, quando Jesus passou e os chamou, eles imediatamente deixaram as redes e o seguiram”.

“Queridos irmãos e irmãs, estejamos atentos e não deixemos Jesus passar sem recebê-lo. Santo Agostinho dizia: 'Tenho medo de Deus quando passa'. Medo de quê? De não o reconhecer, de não o ver, de não o receber”, afirmou o Papa.

Por fim, o Santo Padre rezou para que a Virgem Maria “nos ajude a viver cada dia, cada momento como um tempo de salvação, no qual o Senhor passa e nos chama a segui-lo. Cada um de acordo com sua própria vida. E que a Virgem nos ajude a converter da mentalidade do mundo, aquelas fantasias do mundo que são fogos de artifício, para a do amor e do serviço ”.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

ACI Digital

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF