Paulo
Teixeira - publicado em 17/04/25
A Cidade Santa é um símbolo de reconstrução com uma
história marcada por peregrinações e conflitos.
Jerusalém é conhecida como cidade da paz, o umbigo da terra,
a cidade três vezes santa, a pátria espiritual de todo o mundo. Essa cidade já
foi conquistada mais de 40 vezes, mas parece que ressurge cada vez mais
forte.
Para os mulçumanos, Jerusalém é a cidade em que Maomé foi
arrebatado ao céu. Para os judeus, ela é especial porque ali se ergueu o templo
de Deus. Para os cristãos, lá Jesus peregrinou diversas vezes, também morreu e
ressuscitou. E essa cidade teve destaque no início do cristianismo sendo uma
espécie de sede da Igreja que nascia em meio a perseguições e desejos
missionários.
Onde fica?
Jerusalém surge numa região elevada da palestina, entre o
mar mediterrâneo e a depressão desértica, próxima ao salgado Mar Morto. Muitas
construções da cidade usam pedra calcária, a mesma das colinas da região, e dão
uma luminosidade à cidade, um tom bege, que faz com que essa cidade seja
percebida como iluminada, clara, brilhante.
Bíblia
Vamos conhecer Jerusalém por meio da própria Bíblia que dela
diz coisas impressionantes como este texto do capítulo 31 do livro do profeta
Isaías: “Como as aves dão proteção aos filhotes com suas asas, o senhor dos
exércitos protegerá Jerusalém; ele a protegerá e a livrará; ele a poupará e a
salvará".
Acredita-se que o templo tenha sido construído no mesmo
lugar em que Abraão ofereceu seu filho Isaque em sacrifício conforme narra o
capítulo 22 do livro de Gênesis.
O talmude, livro de ensinamentos judaicos, diz que Deus
pegou do monte do templo o barro para modelar o ser humano. Os Salmos narram
diversas manifestações de alegria quando as pessoas chegavam em romaria até
Jerusalém e viam o templo, como o Salmo 121: “Que alegria, quando ouvi que me
disseram: 'vamos à casa do senhor!'. E agora nossos pés já se detêm, Jerusalém,
em tuas portas. Para lá sobem as tribos de Israel, as tribos do senhor. Para
louvar, segundo a lei de Israel, o nome do Senhor. A sede da justiça lá está e
o trono de Davi. Rogai que viva em paz Jerusalém, e em segurança os que te
amam! Que a paz habite dentro de teus muros, tranquilidade em teus
palácios!”.
O Templo de Jerusalém
A história de Jerusalém não só se mistura com a do templo,
mas a construção mais importante marcou os ritmos da cidade. Por volta do ano
900 Antes de Cristo o rei Salomão construiu um templo para proteger a arca da
aliança. Moisés, segundo conta o livro do Êxodo, realizou a aliança com Deus no
monte Sinai, guardou em uma arca os símbolos desse compromisso. Que são: as
tábuas de pedra nas quais estão escritos os mandamentos, o cajado com o qual
abriu o mar vermelho para a fuga do Egito, e uma porção daquele misterioso pão
chamado maná que apareceu de forma milagrosa no deserto. É interessante que
esta arca, mais do que conter algo no seu interior, como uma espécie de cofre,
se caracterizada por ser sinal da presença de Deus entre os homens, tanto que a
arca tinha uma cabana, uma tenda especial nos acampamentos durante a longa
travessia pelo deserto. Depois, a arca passou a ter um templo e, de certa
forma, uma cidade.
Entre os capítulos 5 e 7 do primeiro livro dos reis é
narrada detalhadamente a construção do templo por Salomão. São registradas
medidas da construção, o tamanho das janelas, as indicações sobre os utensílios
de ouro e os detalhes da decoração. No santuário, lugar mais reservado em que
foi colocada a arca, foram esculpidos anjos que mediam dois metros e meios de
altura e, com as asas abertas, chegavam a quatro metros de ponta a ponta. Esse
lugar magnifico não era para visitação pública, mas era o lugar, digamos assim,
da habitação de Deus, sendo visitado somente uma vez por ano por um dos
sacerdotes do templo.
O esplendoroso templo de Salomão ficou de pé por
aproximadamente 400 anos. Depois que os babilônicos venceram o Egito, se
tornaram uma potência regional. Em 597, sob o comando do rei Nabucodonosor,
Jerusalém foi saqueada e foram levados para a babilônia artesão, soldados e
nobres, como o profeta Daniel que relata sua experiência no livro com o seu
nome, no Antigo Testamento. Após revoltas contra a dominação babilônica,
Nabucodonosor resolveu destruir Jerusalém e levar como prisioneiros os
sobreviventes. O profeta Jeremias considera um castigo divino o que aconteceu
com a cidade e seus habitantes devido a falta de justiça social.
Atualmente o monte sobre o qual se erguia o templo abriga
duas mesquitas. Os judeus recitam suas orações na parede que restou da
construção de Salomão, destruída definitivamente pelos romanos no ano 70 depois
de Cristo. O muro do pranto ou muro das lamentações é um dos lugares mais
emblemáticos de Jerusalém.
A reconstrução e Jerusalém foi fantástica. O templo se
tornou o maior edifício de culto do mundo grego romano, media cerca de 20
campos de futebol. Jerusalém também cresceu e abrigava mais de 80 mil pessoas
numa época em que Israel todo não contava com 2 milhões de habitantes. A
população da cidade triplicava na festa da Páscoa. Foi esta Jerusalém pujante
que Jesus conheceu e percorreu com seus discípulos. Foi também nessa grande
cidade e em meio a diversos conflitos que Jesus foi morto de forma violenta. Nesta
cidade, Jesus ressuscitou e a vitória da vida sobre a morte teve Jerusalém como
uma capital da esperança.
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