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quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Do sonho dos fiéis ao Santuário: a verdade sobre o Cristo Redentor (Parte 1/3)

Cristo Redentor - Rio de Janeiro | santuariocristoredentor

História do Cristo Redentor – Uma história de fé que virou símbolo do Brasil.

Vatican News

O Monumento ao Cristo Redentor fica no alto do Morro do Corcovado e tem ao redor a Floresta da Tijuca. Inaugurado em 1931, tornou-se um ícone da fé e um símbolo nacional brasileiro.

A ideia de construir uma grande imagem de Cristo no Rio de Janeiro surgiu no início do século XX, com forte motivação religiosa. Em 1921, como parte das comemorações do centenário da Independência do Brasil, a Igreja Católica lançou uma campanha nacional para arrecadar doações entre os fiéis e viabilizar o projeto. O engenheiro brasileiro Heitor da Silva Costa concebeu a estrutura interna de concreto armado, enquanto o artista franco-polonês Paul Landowski elaborou o projeto estético e esculpiu em Paris os moldes em gesso de partes do monumento (como a cabeça e as mãos). As peças foram trazidas ao Brasil e montadas sobre o Morro do Corcovado, um pico de 710 metros na Floresta da Tijuca. Após cerca de cinco anos de obras, o monumento foi inaugurado em 12 de outubro de 1931, em uma grande celebração que reuniu autoridades e uma multidão de fiéis.

Desde então, o Cristo Redentor tornou-se um dos maiores cartões-postais do país e um símbolo da cidade do Rio. Com 30 m de altura (ou 38 m com pedestal), domina a paisagem carioca e pode ser avistado de diversos pontos da cidade. Para muitos, sua imagem de braços abertos representa acolhimento, proteção e paz, sintetizando os valores de fé, amor e esperança do povo brasileiro. Em reconhecimento a seu impacto cultural e religioso, o Cristo Redentor foi eleito uma das “Novas Sete Maravilhas do Mundo Moderno" em 2007 e integra, desde 2012, a paisagem do Rio de Janeiro, tombada como Patrimônio Mundial pela UNESCO.

É importante destacar que, ao contrário de um mito difundido, o Cristo Redentor não foi um “presente da França” ao Brasil. Embora Paul Landowski tenha contribuído com o design artístico, o Cristo Redentor é criação brasileira — idealizado e financiado pelos brasileiros por meio de doações organizadas pela Igreja Católica.

Outro aspecto marcante da construção é que não houve nenhum acidente grave registrado durante as obras, fato considerado quase um milagre dadas as condições desafiadoras – operários trabalhavam suspensos em altos andaimes, sujeitos a ventos fortes na montanha. Ao longo de quase 100 anos desde sua inauguração, o monumento passou por diversos trabalhos de manutenção e restauro (notadamente em 1980, 1990, 2010 e 2021), mas nunca sofreu danos estruturais significativos ou incidentes que comprometessem sua integridade. Assim, o Cristo Redentor permanece de pé, imponente e seguro, testemunhando gerações e consagrando-se não só como símbolo religioso, mas também como um patrimônio cultural cuidadosamente preservado do Brasil.

O que é um Santuário na prática?

Santuário é o nome dado a um local sagrado de especial significado religioso, para onde vão numerosos peregrinos movidos pela fé e pela devoção popular. Trata-se, geralmente, de igrejas ou espaços de culto associados a algum evento ou objeto de veneração que inspire uma devoção duradoura. No caso do Cristo Redentor, além de monumento turístico, ele é reconhecido oficialmente como o Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor, o primeiro santuário a céu aberto do mundo. Isso significa que o topo do Morro do Corcovado não é apenas um mirante ou ponto turístico, mas um lugar de culto ativo, com celebrações religiosas diárias, administração eclesiástica própria e serviços pastorais oferecidos aos fiéis e visitantes.

Nos santuários, a Igreja procura oferecer de forma abundante todos os meios de vivência da fé. Conforme as diretrizes católicas, “nos santuários, os meios de salvação devem ser oferecidos mais abundantemente aos fiéis, proclamando-se zelosamente a Palavra de Deus, intensificando a vida litúrgica – especialmente pela Eucaristia e pela Penitência – e cultivando-se as formas aprovadas de piedade popular”. Em outras palavras, um santuário é um lugar privilegiado onde se unem a Liturgia oficial da Igreja (Missas, Sacramentos, pregações) e as expressões de fé popular (romarias, promessas, orações pessoais), em harmonia e complementaridade. No Santuário Cristo Redentor, turismo e devoção religiosa se encontram e se enriquecem — visitantes de todas as partes do mundo sobem ao Corcovado para admirar a vista e a grandeza do monumento, mas são naturalmente convidados à reflexão e à oração ao se depararem com a imagem do Cristo de braços abertos. Peregrinos também se dirigem regularmente ao Cristo Redentor movidos pela fé, seja para cumprir promessas, agradecer graças alcançadas ou simplesmente vivenciar a espiritualidade do local. Na Capela Nossa Senhora Aparecida, aos pés do monumento, todos os dias são celebradas Missas e Batismos. Cada vez mais as pessoas procuram o Santuário para realizar o Matrimônio.

Também há no Santuário um espaço dedicado à Adoração ao Santíssimo Sacramento. A Capela Laudato Si’, que tem a origem do seu nome na Carta Encíclica Laudato Si’, escrita pelo Papa Francisco, recebe todos os dias grupos de peregrinos para missas e vigílias, cumprindo a missão de integrar a fé, o meio ambiente e a sociedade e mostrando a importância da tríplice relação entre Deus, a natureza e os seres humanos.

Do ponto de vista pastoral, o Santuário Cristo Redentor desempenha várias funções simultâneas. Conforme descrito pela própria Arquidiocese do Rio de Janeiro, o local é “lugar de celebrações cultuais, de evangelização, de caridade, de cultura, de diálogo ecumênico e inter-religioso, de peregrinação e de ecologia”, oferecendo em suas atividades “de forma mais abundante, os meios de salvação aos homens”. Ou seja, além de Missas e sacramentos, promove ações sociais e ecológicas, eventos culturais e diálogo com pessoas de diferentes crenças. Vale lembrar que o Santuário Cristo Redentor, por seu apelo universal, já foi cenário de diversas manifestações culturais e campanhas humanitárias – por exemplo, projeções luminosas temáticas no monumento, eventos esportivos, interreligiosos etc. Essas utilizações culturais do espaço são encorajadas sem descaracterizar sua finalidade principal, que é o culto divino, num equilíbrio saudável entre o patrimônio cultural e a vocação religiosa. O Cristo Redentor é simultaneamente um bem cultural, manifestação da fé e da história do povo brasileiro e toda essa visibilidade é colocada também a serviço do bem comum e da promoção humana, ao lado de sua função primária, voltada para o culto divino. Em suma, um Santuário na prática é um local onde fé, cultura e serviço se entrelaçam: conserva-se a sacralidade e a devoção dos fiéis, enquanto se acolhe toda a riqueza cultural e o fluxo de pessoas que ali acorrem, transformando-o num espaço de encontro e esperança para todos.

O que não é papel do Santuário

É importante esclarecer o que não compete ao Santuário Cristo Redentor, pois muitas vezes há confusão por parte do público sobre as atribuições da Igreja na gestão do “Alto Corcovado”. Diferentemente de uma empresa turística ou órgão governamental, o Santuário não é responsável pela operação comercial do ponto turístico. Ou seja, não vende ingressos de visitação, não gerencia os meios de transporte até o alto do morro (trenzinho do Corcovado ou vans oficiais) e não define os preços cobrados aos visitantes. Todas essas funções logísticas e comerciais estão a cargo de concessionárias e órgãos públicos: o Trem do Corcovado, por exemplo, é operado por uma concessionária privada, enquanto o serviço de vans é coordenado pelo Consórcio Paineiras-Corcovado. Ambas as empresas são concessionárias ligadas diretamente ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Os ingressos cobrados dos turistas remuneram esses operadores e incluem uma taxa de conservação ambiental destinada ao ICMBio), que administra o Parque Nacional da Tijuca. De fato, a Arquidiocese do Rio de Janeiro não cobra entrada no Santuário nem recebe qualquer valor pelo transporte de passageiros ao Cristo Redentor. Desde 2022, após intensos diálogos que duraram anos, a Igreja passou a receber um valor de U$1,00 (cerca de 6 reais), adicionado ao valor do ingresso, como forma de compensação simbólica pela exploração comercial do Santuário por parte do ICMBio. Os bilhetes de transporte, vendidos pelas concessionárias, variam por temporada e podem chegar a cerca de R$130,00.

Outra atribuição que não cabe ao Santuário (enquanto entidade religiosa) é a segurança pública e a infraestrutura geral do parque. Por exemplo, serviços de primeiros socorros, acessibilidade de escadas e elevadores, limpeza da trilha e das áreas comuns são responsabilidades divididas entre o ICMBio e as concessionárias. Após um triste incidente em março de 2025, quando um visitante infartou nas escadarias de acesso, ficou evidente a falta de pontos de atendimento médico no local – e isso foi corrigido mediante um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com as autoridades, resultando na instalação de ambulância de plantão e melhoria na acessibilidade. Novamente, tais providências decorrem de órgãos públicos; a Mitra Arquiepiscopal (Igreja) colaborou prontamente, mas não é uma prestadora de serviços turísticos ou hospitalares, e sim a guardiã espiritual do lugar. Tanto é que, quando órgãos de defesa do consumidor tentaram tratar as missas e eventos religiosos como “serviço comercial” e impuseram exigências descabidas, a Justiça interveio em favor da Igreja. Em abril de 2025, durante a Semana Santa, uma juíza ressaltou que as cerimônias religiosas realizadas no Cristo Redentor não configuram relação de consumo, proibindo o Procon estadual de interferir nas celebrações e assegurando a liberdade de culto, que é protegida pela Constituição. Em suma, o Santuário não deve ser confundido com um empreendimento turístico: sua finalidade principal não é vender ingressos, transportar visitantes ou gerar lucro, e sim oferecer atendimento religioso, acolhimento espiritual e preservar o monumento em parceria com os gestores públicos.

Como participar (Peregrinações e Sacramentos)

Sendo o Cristo Redentor um Santuário ativo, os fiéis têm diversas formas de participar da vida religiosa no local. Uma das maneiras mais especiais é através das Peregrinações organizadas. Grupos de paróquias, escolas católicas, movimentos pastorais e comunidades podem agendar Peregrinações ao Santuário Cristo Redentor. Nesses casos, o Santuário oferece apoio logístico e espiritual: há possibilidade de reservar horários para Missa do grupo na capela, recepção pelo reitor ou pelos padres colaboradores, e até isenção de tarifa de transporte para grupos previamente cadastrados. Peregrinações devidamente agendadas são isentas de pagamento, e inclusive sacerdotes e religiosos identificados têm acesso gratuito. Isso demonstra a preocupação em facilitar o acesso dos romeiros (peregrinos religiosos) ao Cristo, diferenciando-os do visitante turístico . Para organizar uma Peregrinação, basta entrar em contato com a Secretaria do Santuário – há um canal oficial de agendamento online no site do Santuário Cristo Redentor, além de atendimento telefônico.

https://www.santuariocristoredentor.com.br/solicitacoes-cerimoniais/peregrinacao

WhatsApp: (21) 99551-9220 / Tel: (21) 2038-0516

Vídeo

https://youtu.be/XvNgFgbJxjI

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Fonte: Santuário do Cristo Redentor

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF