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segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Como vemos os nossos filhos? Reflexões para a Festa da Sagrada Família

A Sagrada Família (Presbíteros)

Como vemos os nossos filhos? Reflexões para a Festa da Sagrada Família

Percebe-se atualmente uma crise educativa cada vez mais intensa. De modo geral, constata-se que o nível médio de educação diminui drasticamente e que o processo formativo dos jovens enfrenta grandes dificuldades. As crianças e os adolescentes aprendem cada vez menos; a autoridade dos professores tende a desaparecer e os jovens, em meio a uma aparente energia, sentem-se sós e desorientados. E isso numa época de incrível desenvolvimento da Pedagogia. Nunca houve tantas pessoas que estudam essa ciência e nunca tivemos tantas teorias pedagógicas como agora. No Brasil a crise educativa é cada vez mais preocupante, embora tenha eminentes pedagogos. Um recente estudo comparou a educação em 40 países e mostrou que o Brasil (6ª Economia do mundo) ficou em 39º lugar na educação, atrás de países como Singapura (5º), Romênia (32º), Turquia (34º) e Argentina (35º)[1]. Certamente uma das causas da atual crise educativa no Brasil não é a falta de recursos, mas algo mais profundo: não sabemos mais como ver e tratar os nossos filhos.

Até a metade do século passado, tínhamos uma ideia bem clara sobre o que eram os nossos filhos: acima de tudo, eram considerados um dom de Deus, um presente que nos tinha sido dado para ser tratado com atenção, carinho e muita responsabilidade. Os filhos eram visto como um dom divino e a paternidade era considerada uma participação especial no poder criador de Deus. De modo que os filhos eram tratados com respeito e a vida era acolhida com alegria e generosidade.

Isso se deve ao fato de que nosso modo de viver até então era marcado pelos ensinamentos da cultura judaico-cristã. Seguia-se o exemplo de figuras como a de Ana (Cfr. 1 Sam. 1), uma mulher estéril que todos os anos ia a um Templo de Israel prestar culto a Deus, e que, certa vez teve a ousadia de pedir-lhe um filho. Depois que Deus escutara suas ferventes orações, ela retornou ao Templo para agradecer o dom recebido e para consagrar a vida daquele novo ser a Deus. Ana era plenamente consciente de que a vida humana procede e retorna a Deus, para quem nada é impossível.

A partir da “revolução” de 1968 uma nova cultura surgiu, na qual a visão bíblica foi abandonada. S. Freud, na sua época, sonhava o dia em que fosse separada a geração dos filhos da estrutura familiar, algo que a partir de 68 vem se tornando frequente. Desde então, procura-se incutir nos jovens a idéia de que os filhos são um obstáculo, algo que tolhe a liberdade, a autonomia e que impede a realização pessoal. Os filhos passam a ser considerados como uma ameaça e a gravidez como uma espécie de doença, que deve ser evitada a todo custo. E às pessoas que não são tão jovens, transmite-se a ideia de que os filhos são um “direito”. Desse modo, os filhos passam a ser considerados ou como uma “ameaça” ou como um “direito”, não mais como um dom. Daí surgem problemas sérios. Na Inglaterra, por exemplo, esse ano um dos pedidos mais feitos ao “Papai Noel” pelas crianças foi um pai; outro pedido comum foi, simplesmente, ter um irmão. O risco atual é que os adultos passem a considerar os próprios filhos como uma espécie de “mercadoria”, um sonho de consumo, que deve ser realizado num momento perfeitamente determinado. Os filhos são cada vez mais frutos de cálculos e não tanto do amor. E isso deixa feridas graves nas crianças.

Deixar de considerar os filhos como um dom divino e tê-los simplesmente como o resultado de uma técnica é um passo importante para a desconfiguração das famílias e para arruinar a educação. De fato, ocorre com frequência que os pais, paradoxalmente, procuram “superproteger” os filhos, buscando livrá-los de qualquer perigo e, ao mesmo tempo, não querem encontrar o tempo para dedicar-se à difícil tarefa educativa dos mesmos. As crianças são enviadas cada vez mais cedo às escolas e os professores devem se empenhar em transmitir valores que as crianças deveriam ter recebido em casa.

E há ainda outro grave perigo: os adultos procuram ter filhos mais para serem aprovados por eles, do que para transmitir um amor total, gratuito e comprometido. Sejamos sinceros: muitas vezes, em nossas famílias ocorre algo perverso: os pais se comportam como crianças, lamentando-se da infância que tiveram, e os filhos se sentem obrigados a comportarem-se como adultos[2]. Com essa mudança de papéis ninguém assume o a própria responsabilidade familiar, e isso se reflete no rendimento dos jovens nas nossas escolas e Universidades.

Nesse ponto, podemos talvez voltar nosso olhar ao livro que formou a civilização ocidental. O Evangelho conta-nos somente uma cena da adolescência de Jesus e do seu “processo educativo”. Quando ele tinha 12 anos, foi levado ao templo por Maria e José para participar na festa da Páscoa (Cfr. Lc 2). O jovem judeu quando cumpria essa idade iniciava a ser considerado adulto na fé. Quando aquela família deve retornar a casa, Maria e José se distraem e Jesus, como verdadeiro adulto, permanece no templo discutindo com os doutores da Lei. Quando ele é reencontrado, Maria o repreende, mesmo sabendo que quem estava diante dela não só era um “adulto” na fé, mas o mesmo Filho de Deus: “Meu filho, que nos fizeste? Teu pai e eu te procurávamos cheios de aflição”. E Jesus, depois de manifestar a plena consciência da sua identidade divina (“não sabíeis que devo ocupar-me das coisas do meu Pai?”), volta à casa com Maria e José e “era-lhes submisso em tudo”. Que impressionante! Maria e José não fugiram de sua responsabilidade educativa em relação àquele adolescente que sabiam ser o Filho de Deus; e Jesus, sendo verdadeiro Deus, volta à casa com sua família, obedecendo-lhes em tudo até os 30 anos. Vemos assim que na família de Nazaré ninguém fugia da própria responsabilidade, uma vez que eram unidos por um verdadeiro amor, o qual se demonstra na autoridade, na humildade e no serviço e não no autoritarismo ou na indiferença.

Parece, portanto, que para se recuperar o sentido da verdadeira educação, para se enfrentar à grave crise educativa atual, devemos ajudar as famílias a considerarem a vida como um dom de Deus, a tratarem os seus filhos com verdadeira diligência, não delegando toda a responsabilidade educativa a outras pessoas ou instituições. A tarefa é árdua, mas pode ser realizada, especialmente à luz da fé que por séculos iluminou a nossa sociedade. Devemos voltar a seguir ao modelo da Sagrada Família mais do que aos parâmetros contraditórios de uma “revolução” que só trouxe ao mundo a exaltação do egoísmo, da irresponsabilidade e o consequente aumento do sofrimento dos mais débeis.

Pe. Anderson Alves, diocese de Petrópolis – Brasil.

Doutorando em Filosofia na Pontifícia Università della Santa Croce, em Roma.

Escrito em 30/12/2012, festa da Sagrada Família.


[1] Notícia no seguinte link: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2012/11/ranking-de-qualidade-da-educacao-coloca-brasil-em-penultimo-lugar.html

[2] Sobre isso cfr.: G. Cucci, La scomparsa degli adulti, «La Civiltà Cattolica», II 220-232, caderno 3885 (5 de maio de 2012).

Fonte: https://presbiteros.org.br/

Por que Jesus foi batizado?

O Batismo de Jesus (Cléofas)

Por que Jesus foi batizado?

 POR PROF. FELIPE AQUINO

Pelo Batismo, sacramento, somos assimilados a Jesus, e na pia batismal participamos de sua Morte e a sua Ressurreição para uma vida nova.

Renascer da água e do Espírito para tornar-nos, no Filho, filho bem-amado do Pai e “viver em uma vida nova” (Rm 6,4). Assim, a pia batismal é o túmulo do nosso “homem velho” e o berço do nosso “homem novo”. Por isso, todos os dias, eu beijo e venero aquela pia onde eu fui batizado na Catedral de Lorena; e ali renovo, todos os dias, as Promessas do meu Batismo. E no meu escritório, o único Diploma que tenho na parede é a minha Certidão de Batismo, datada de 8 de outubro de 1949; será o bilhete para o meu ingresso no céu.

Mas Jesus não tinha o pecado original; então, por que foi batizado?

Bem, antes de tudo é preciso entender que o batismo ministrado por João Batista não era um sacramento, mas apenas um modo de levar as pessoas ao arrependimento, para esperar Jesus, e com ele a conversão e o Reino de Deus. O Batista é “a voz que clama no deserto” como tinha anunciado o profeta Isaías há 700 anos antes. João Batista proclamava “um batismo de arrependimento para a remissão dos pecados” (Lc 3,3). Uma multidão de pecadores, de publicanos e soldados, fariseus e saduceus e prostitutas vinham para ser batizados por ele. Jesus aparece, o Batista hesita, mas Jesus insiste.

Santo Agostinho diz que Jesus quis fazer o que ordenou que todos fizessem. Santo Ambrósio disse que: “A justiça exige que comecemos por fazer o que queremos que os outros façam, e exortemos os outros a nos imitarem pelo nosso exemplo”. São Tomás de Aquino diz que um objetivo foi a purificação das águas. Citando Santo Ambrósio, diz que o Senhor foi batizado, não por querer purificar-se, mas para purificar as águas… Desse modo, as águas tivessem a virtude de batizar. O mesmo argumento usa São João Crisóstomo (407), doutor da Igreja, de Constantinopla.

Sem dúvida, Jesus quis ser batizado também para nos mostrar a importância do sacramento do Batismo – hoje tão desprezado – como disse a Nicodemos: “Quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus” (Jo 3, 5).

O Batismo de Jesus significa a sua aceitação e inauguração de sua missão de “Servo sofredor” (Is 42,49,50,52). Ele se deixa contar entre os pecadores, se faz solidário com eles porque veio assumir o seu pecado; é, já, “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Assim, Jesus antecipa já o “Batismo” de sua morte sangrenta. Vem, já, “cumprir toda a justiça” (Mt 3,15), submete-se perfeitamente à vontade de seu Pai: aceita, por amor, este batismo de morte para a remissão de nossos pecados. E o Pai, diante dessa aceitação do Filho, responde: “Este é o meu Filho amado em quem coloco a minha complacência”. E o Espírito Santo, que Jesus possui em plenitude desde a sua concepção, vem “repousar” sobre Ele. Jesus é a fonte do Espírito para toda a humanidade. É Ele quem “batiza no Espírito Santo e no fogo” (Lc 3,16). No Batismo de Jesus, “abriram-se os Céus” (Mt 3,16) que o pecado de Adão havia fechado; e as águas são santificadas pela descida de Jesus e do Espírito, prelúdio da nova criação.

Prof. Felipe Aquino

Fonte: ttps://cleofas.com.br

domingo, 7 de janeiro de 2024

Manaus: 50 jovens participam da VI Ação Missionária Sem Fronteiras

Vi Ação Missionária Sem Fronteiras - Manaus/Brasil (Vatican Media)

Provenientes de diversos estados do Brasil, 50 jovens participam em Manaus, de 5 a 14 de janeiro, da VI Ação Missionária Sem Fronteiras, que tem como tema: “Jovens das igrejas locais aos confins do mundo”. Organizado pelas Pontifícias Obras Missionárias, a Pontifícia Obra Missionária da Propagação da Fé e a Juventude Missionária, conta com o apoio da Arquidiocese de Manaus.

Padre Modino – Regional Norte 1 da CNBB

O objetivo é “despertar o protagonismo missionário e fortalecer vínculos e a interação entre os jovens da Juventude Missionária de todo o Brasil”, uma das atividades pós Congresso Missionário Nacional 2023, que quer beber da espiritualidade da Igreja encarnada na realidade ecológica, cultural, social e eclesial da Amazônia. Ao longo de 10 dias, a Juventude Missionária terá a oportunidade de vivenciar nas comunidades da Arquidiocese de Manaus a experiência missionaria. Um tempo de missão marcado pelo reencontro, contemplação, partilha e celebração.

A VI Ação Missionária Sem Fronteiras iniciou com uma Eucaristia presidida pelo cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, e um momento de formação, onde foi apresentada a História da evangelização da Amazônia, a realidade de Manaus, a espiritualidade missionária, a partir do tema: “Jovens das igrejas locais aos confins do mundo”, e como realizar a missão nas comunidades.

Segundo o padre Genilson Sousa da Silva, secretário da Pontifícia Obra Missionária da Propagação da Fé, esta ação missionária conclui o ciclo iniciado um ano atrás, quando Manaus acolheu 240 seminaristas, alguns padres e bispos para a experiência Pés a Caminho, que “nos preparou para a gente celebrar o ano do Congresso Missionário em várias regiões do país, mas também o Congresso Missionário Nacional”. Ele destacou o “ardor missionário que está no coração, na vitalidade, no compromisso desses pequenos grupos nas nossas paróquias e dioceses”.

Uma experiência da Juventude Missionária que nasceu em 2016, para “além da nossa realidade a gente puder se encontrar com outra realidade”, que tem sido realizada em cada uma das cinco grandes regiões em que se divide o Brasil, lembrou o padre Genilson Sousa. Uma experiência que é “momento de conexão, de partilha, de convivência”, e que ajuda os jovens das igrejas locais a viver a experiência de uma Igreja em saída.

A Juventude Missionária organiza experiências missionárias em nível diocesano e estadual, que em 2024 tem como tema “Ide, convidai a todos para o banquete”, em sintonia com o Mês Missionário. Neste ano, a Igreja do Brasil, a través da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), vai promover diretrizes e formações para despertar na juventude o ardor evangelizador, lembrou o secretário da Pontifícia Obra Missionária da Propagação da Fé, que fez um chamado a fazer esse anúncio missionário no mundo digital.

Uma juventude que “nos ajuda a perceber a dinâmica na evangelização da nossa Igreja, que acontece para, mas também com as juventudes”, segundo o padre Matheus Marques, coordenador do Conselho Missionário Diocesano de Manaus, que destacou a importância dos jovens chegados de diversas partes do país se inserir nesse modelo de evangelização, modelo de Igreja que está na região amazônica. Um conhecimento da realidade que esteve presente, segundo ele lembrou, na Experiência Pés a Caminho e na semana previa ao V Congresso Missionário Nacional.

Os jovens participantes dizem trazer “um coração aberto para vivenciar e experimentar novas experiências, e principalmente agregar novos aprendizados”, segundo Caio Eduardo, de Presidente Figueiredo (AM), que fez um chamado a “esvaziar os preconceitos e vir para a Amazônia abertos a ouvir e ao diálogo com as pessoas que aqui estão”. Chegado do Rio Grande do Sul, Isaac Goulart diz esperar “aprender com a Igreja da Amazônia como superar alguns desafios, como é a vivência em comunidade a partir da sua realidade, e também desconstruir muito do que a gente traz na bagagem a partir do que é a Amazônia, o que é a Igreja daqui, e também levar todos esses ensinamentos para a Igreja do Rio Grande do Sul”.

Matheus Castro, da Bahia, vê a VI Ação Missionária Sem Fronteiras como uma oportunidade para compartilhar culturas e experiências através das ações missionárias que vão ser realizadas. Ele espera que “a gente possa sair daqui com a alma cheia do Espírito Santo e levando um pouco da cultura e das experiências daqui para nossas comunidades”. Finalmente, Giovana Falsarela, de São Paulo, além de conhecer todo mundo e fazer muitos amigos, espera “aprender muito e também poder contribuir para essa ação tão bonita da Juventude Missionária”.
07.01.2024 - Vi Ação Missionária Sem Fronteiras - Manaus/Brasil (Vatican Media)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Por que a data da Páscoa foi anunciada na Epifania

vasante | Obturador
Por Philip Kosloski publicado em 07/01/24
A festa da Epifania é a última solenidade antes da Quaresma, marcando o tempo comum, e depois inicia o ciclo pascal.

Entre as diversas tradições que aconteciam na festa da Epifania estava o anúncio da data da Páscoa.

Pode parecer estranho já estarmos pensando na Páscoa na época do Natal, mas na realidade a Páscoa está muito mais próxima do que pensamos.

Padre Prosper Guéranger explica em sua obra Ano Litúrgico (escrita entre 1841 e 1875) parte da história desta tradição da Epifania:

«Nas catedrais e outras igrejas principais, depois do canto do Evangelho, a proximidade da festa do Domingo de Páscoa é solenemente anunciada ao povo. Este costume, que remonta aos primeiros tempos da Igreja, mostra tanto a ligação misteriosa que une as grandes solenidades do ano entre si, como a importância que os fiéis devem atribuir à celebração daquele que é o maior de todos. e o centro de toda religião. Depois de termos honrado o Rei do universo na Epifania, teremos que celebrá-lo no dia que agora nos é anunciado como o conquistador da morte.

CC

O texto que usei antes

Aqui está um exemplo do texto que foi usado para anunciar a data da Páscoa:

«Saibam, queridos irmãos, que pela misericórdia de Deus, assim como estivemos na Natividade de Nosso Senhor Jesus Cristo, também vos anunciamos a alegria da Ressurreição do próprio nosso Salvador. O Domingo da Septuagésima ( nota: é o nono domingo antes da Páscoa ) será o dia da… Quarta-feira de Cinzas e o início da santíssima Quaresma será o… de… Em… de… celebraremos com alegria a santa Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo".

Esta tradição já não é amplamente celebrada, embora com alterações para ter em conta as revisões litúrgicas, seja por vezes cantada pelo diácono, sacerdote ou cantor. Lembre-se de como todas as festas do ano litúrgico estão interligadas e conduzem finalmente ao Mistério Pascal.

Aliás, este ano, a Quarta-feira de Cinzas será no dia 14 de fevereiro e o Domingo de Páscoa, dia 31 de março.

Fonte: https://es.aleteia.org/

CATEQUESE: Os Reis Magos

Epifania (Cléofas)

Os Reis Magos

 POR PROF. FELIPE AQUINO

“E, abrindo os seus tesouros, lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra” (Mt 2, 11)

A Igreja celebra a Festa da Manifestação do Senhor (Epifania) no dia 6 de janeiro, embora no Brasil seja festejada no domingo mais próximo.

O Catecismo da Igreja nos ensina:

“A Epifania é a manifestação de Jesus como Messias de Israel, Filho de Deus e Salvador do mundo. Com o Batismo de Jesus, no rio Jordão e com as bodas de Caná, a Epifania celebra a adoração de Jesus pelos “magos” vindos do Oriente” (Mt 2,1).

Nesses “magos”, representantes das religiões pagãs circunvizinhas, o Evangelho vê as primícias das nações que acolhem a Boa-Nova da salvação pela Encarnação. A vinda dos magos a Jerusalém para “prestar homenagem ao Rei dos Judeus” (Mt 2,2) mostra que eles procuram Israel, à luz messiânica da estrela de Davi (Nm 24, 17; Ap 22, 16), aquele que será o Rei das nações (Nm 24, 17-19). Sua vinda significa que os pagãos só podem descobrir a Jesus e adorá-lo como Filho de Deus e Salvador do mundo voltando-se para os judeus (Jo 4,22) e recebendo deles a sua promessa messiânica, tal como está contida no Antigo Testamento. A Epifania manifesta que “a plenitude dos pagãos entra na família dos Patriarcas” e adquire a “dignidade israelítica” (CIC § 528).

Quem eram esses reis magos? Pouco sabemos sobre eles, no entanto, parece que vieram da Pérsia, pois se vestiam como persas. Quando os persas invadiram Belém, não destruíram a basílica da natividade porque na sua fachada encontraram a figura dos reis Magos trajando roupas persas.

Comentando a adoração dos reis Magos que vieram do Oriente, diz Santo Agostinho: “Ó menino, a quem os astros se submetem! De quem é tamanha grandeza e glória de ter, perante seus próprios panos, Anjos que velam, reis que tremem e sábios que se ajoelham? Quem é este, que é tal e tanto? Admiro de olhar para panos e contemplar o céu; ardo de amor ao ver no presépio um mendigo que reina sobre os astros. Que a fé venha em nosso socorro, pois falha a razão natural”.

De fato, apenas nascido, o Rei começa imediatamente a governar o seu poderoso império: chama de longínquas regiões os monarcas com os seus servos, para adorá-Lo; o Céu e a terra se curvam diante d’Ele, e seus inimigos tremem à sua chegada.

A Igreja nos ensina que em primeiro lugar Jesus Menino se apresentou a seu povo Judeu na figura dos Pastores de Belém que, avisados pelos Anjos foram adorar o Deus-Menino em Belém. Em seguida, Ele quis se manifestar (Epifania) aos pagãos, para mostrar que Ele veio para reinar sobre toda a humanidade e salvar a todos. Os pagãos estão representados nos misteriosos Reis Magos, que deviam ser reis de cidades orientais, como havia muitos antigamente.

Naquele tempo, o mundo inteiro, em particular, o mundo oriental, esperava uma nova era para todas as nações e julgava-se que essa era tivesse origem na Palestina. Os Magos meditavam talvez nessa crença, quando viram resplandecer no céu uma estrela em direção à Palestina. Eles vieram com seus séquitos, camelos, servos e muitos presentes para oferecer ao Rei de Israel.

Por isso, foram diretamente para Jerusalém e procuraram a Herodes, pensando que toda Jerusalém estivesse em festa. Mas esta capital de nada sabia, desconhecia o seu Rei. Em seguida foram para Belém, guiados pela Estrela até a gruta santa, já que os doutores da lei haviam indicado. Toda Jerusalém se alvoroçou porque o povo esperava o Messias Salvador, mas jamais podiam imaginar que seria aquele Menino.

Em Belém, os Magos, que a tradição chamou de Baltazar, Gaspar e Belquior, encontraram o Menino e seus pais, e não se decepcionaram com a pobreza e a simplicidade. Certamente poderiam perguntar:

– Mas que tipo de Rei é este que nasce numa manjedoura e não em um berço de ouro? É belo perceber como a fé sustentou a convicção deles. Deixaram que Deus os guiasse…

E, sem duvidar, adoraram o Menino e lhe ofereceram ouro (para o Rei), incenso (para Deus) e a Mirra (para o Cordeiro a ser um dia imolado).

O ouro é dado ao Rei e significa a sabedoria celeste

São Bernardo escreve: “Tereis encontrado esta sabedoria se antes tiverdes chorado os pecados cometidos, desprezado os gozos do mundo e desejado, de todo coração, a vida eterna. Tereis encontrado a sabedoria se cada uma destas tiverem o gosto que tem: as coisas amargas e as coisas de que se deve evitar; estas devem ser desprezadas como caducas e transitórias; aquelas devem ser cobiçadas com todo desejo como bens perfeitos; discerni o gosto no íntimo da alma”.

Diz Santo Anselmo (1033-1109), doutor da Igreja, que as moedas oferecidas pelos Magos a Jesus Menino seriam as mesmas com que tantos séculos antes o casto José egípcio fora comprado pelos israelitas, ao ser-lhes vendido por seus irmãos: as mesmas que, tendo chegado depois às mãos dos Sacerdotes do Templo, serviram para dar a Judas o preço da traição.

O incenso é oferecido a Deus; significa a oração devota

Daí o salmista: “Suba direto a ti a minha oração, como o incenso” (Sl. 140, 2). A oração fiel, humilde e fervorosa sobe ao céu e não regressa vazia.

A mirra significa a mortificação da carne

“As minhas mãos destilaram mirra, e os meus dedos estavam cheios da mirra mais preciosa” (Ct 5, 5). Diz o grande São Gregório Magno: “As mãos significam as obras virtuosas, os dedos, a discrição. Portanto, as mãos destilam a mirra quando, pelas obras virtuosas, castiga-se a carne; mas os dedos são ditos cheios da mais preciosa mirra, pois é muito preciosa a mortificação que se faz com discrição”.

Assim como a Estrela guiou os Reis Magos até Jesus, a fé deve nos levar até Ele todos os momentos da vida, para que esta tenha sentido. Disse o Papa João Paulo II, na encíclica Redemptor Hominis que “o homem que não conhece Jesus Cristo permanece para si mesmo um desconhecido; um mistério inexplicável, um enigma insondável”. Este vive sem rumo, sem meta, sem sentido, sem saber o valor da vida, sem saber o sentido da dor, da prece, da morte e da vida eterna…!

Que a Estrela da fé guie a cada um de nós até esta Gruta Sagrada, onde na pobre manjedoura descansa em paz o Príncipe da Paz, o Deus Forte, a Luz do Mundo, o Caminho, a Verdade e a Vida!

Prof. Felipe Aquino

Fonte: https://cleofas.com.br/

Continuamos em Belém

Presépio (Vatican Media)

CONTINUAMOS EM BELÉM

Dom Fernando Arêas Rifan
Administração Apostólica Pessoal
 São João Maria Vianney 

Ainda estamos no clima de Natal, envoltos nas luzes do presépio e extasiados diante do Menino Jesus, sua mãe, São José e os pastores. 

​ Recordemo-nos da mensagem do Papa Francisco: “Voltemos o olhar para Belém. O Senhor vem ao mundo numa gruta e é recostado numa manjedoura para os animais, porque os seus pais não conseguiram encontrar hospedagem, apesar de estar quase na hora de Maria dar à luz. Vem entre nós no silêncio e escuridão da noite, porque o Verbo de Deus não precisa de holofotes nem do clamor das vozes humanas. Ele mesmo é a Palavra que dá sentido à existência. Ele é a luz que ilumina o caminho. «O Verbo era a Luz verdadeira que, ao vir ao mundo – diz o Evangelho –, a todo o homem ilumina» (Jo 1, 9). Jesus nasce no meio de nós, é Deus-conosco. Vem para acompanhar a nossa vida quotidiana, partilhar tudo conosco, alegrias e amarguras, esperanças e inquietações. Vem como menino indefeso. Nasce ao frio, pobre entre os pobres. Carecido de tudo, bate à porta do nosso coração para encontrar calor e abrigo”. 

“Como os pastores de Belém, deixemo-nos envolver pela luz e saiamos para ver o sinal que Deus nos deu. Vençamos o torpor do sono espiritual e as falsas imagens da festa que fazem esquecer Quem é o Festejado. Saiamos do tumulto que anestesia o coração induzindo-nos mais a preparar ornamentações e prendas do que a contemplar o Evento: o Filho de Deus nascido para nós. Irmãos, irmãs, voltemo-nos para Belém, onde ressoa o primeiro choro do Príncipe da paz. Sim, porque Ele mesmo – Jesus – é a nossa paz: aquela paz que o mundo não se pode dar a si mesmo e Deus Pai concedeu-a à humanidade enviando o seu Filho ao mundo. São Leão Magno tem uma frase que, na sua concisão latina, bem resume a mensagem deste dia: «Natalis Domini, Natalis est pacis – o Natal do Senhor é o Natal da paz» (Sermão 26, 5)”. 

“Jesus Cristo é também o caminho da paz. Com a sua encarnação, paixão, morte e ressurreição, abriu a passagem de um mundo fechado, oprimido pelas trevas da inimizade e da guerra, para um mundo aberto, livre para viver na fraternidade e na paz. Irmãos e irmãs, sigamos este caminho! Mas, para o podermos fazer, para sermos capazes de seguir os passos de Jesus, devemos despojar-nos dos pesos que nos enredam e bloqueiam”. 

“E quais são esses pesos? Que vem a ser este entulho que nos sobrecarrega? Trata-se das mesmas paixões negativas que impediram o rei Herodes e a sua corte de reconhecer e acolher o nascimento de Jesus, isto é, o apego ao poder e ao dinheiro, o orgulho, a hipocrisia, a mentira. Estes pesos impedem de ir a Belém, excluem da graça do Natal e fecham o acesso ao caminho da paz. Na realidade, é com tristeza que devemos constatar como, enquanto nos é dado o Príncipe da paz, ventos de guerra continuam a soprar, gelados, sobre a humanidade”. 

“Se queremos que seja Natal, o Natal de Jesus e da paz, voltemos o olhar para Belém e fixemo-lo no rosto do Menino que nasceu para nós! E, naquele rostinho inocente, reconheçamos o das crianças que, em todas as partes do mundo, anseiam pela paz”.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

São Raimundo de Peñafort

São Raimundo de Peñafort (cruzterrasanta)
07 de janeiro
São Raimundo de Peñafort

Origens

Raimundo nasceu no 1175, no nobre castelo da família Peñafort, na Catalunha, Espanha. Desde a infância demonstrou interesse pelos estudos e por tudo o que dizia respeito à religião. Com apenas vinte anos tornou-se professor na cadeira de artes livres em uma universidade de Barcelona. Suas aulas atraiam muitos estudantes. Depois, partiu para Bolonha, Itália. Lá, seguiu lecionando e passou a estudar as matérias do direito civil e do eclesiástico. Ao concluir o curso, foi diplomado com louvores. Em seguida, foi nomeado professor titular de Direito Canônico da mesma universidade. Mesmo estando num alto grau social, nunca deixou de lado os pobres. Ao contrário, fazia questão de cuidar deles pessoalmente, não se importando com a fama de grande conhecedor, que já se espalhava por toda a Itália e países da Europa.

Advogado dos pobres

Em 1220 Raimundo retornou à Espanha, onde foi ordenado padre. Logo em seguida, foi nomeado vigário geral da grande diocese de Barcelona. Depois o Papa Gregório IX convocou-o para colocar sua capacidade a serviço da Igreja em Roma. Lá, foi confessor do Papa durante oito anos. Nessa época constatou que os pobres não eram bem atendidos nos seus direitos canônicos quando recorriam à sede da Igreja e alertou o Papa sobre o assunto. A consequência disso foi que São Raimundo, a mando do Papa, escreveu e editou a obra "Os Decretais de Gregório IX". A obra tornou-se referência no direito canônico até os dias de hoje.

Arcebispo

Como reconhecimento pela dedicação, santidade, capacidade e bons trabalhos de São Raimundo, o Papa Gregório IX nomeou-o arcebispo da cidade de Taragona. Em sua humildade, porém, São Raimundo sentiu-se indigno. Por isso, pediu que fosse exonerado do cargo. Chegou mesmo a ficar doente em razão disso. Assim, com a autorização de seus superiores, retornou para a Espanha. Do amigo e também santo Pedro Nolasco, São Raimundo de Penhaforte aceitou o convite de escrever as Constituições da recém fundada Ordem das Mercês para a Redenção dos Cativos. A Ordem ficou conhecida como Ordem dos Mercedários e tinha como objetivo libertar cristãos escravizados por muçulmanos.

Dominicano, eremita e carismático

Quando a Ordem dos Dominicanos chegou a Barcelona, São Raimundo de Penhaforte entusiasmou-se pelo modo de vida dessa Ordem religiosa. Por isso, abandonou tudo o que tinha para se tornar dominicano. Sua vocação dominicana era tão evidente que, quando o superior geral faleceu, no ano 1278, os dominicanos o elegeram como o sucessor. Pelo tempo de dois anos São Raimundo de Penhaforte viajou a pé e visitou todos os conventos da Ordem. Depois disso, pediu afastamento da direção e dedicou-se à vida solitária de penitência e orações. Porém, nunca deixou de atender aos pobres. Nessa época, Deus realizou grande prodígios por meio de São Raimundo de Penhaforte. Por isso, sua fama de santidade se espalhou.

Aos setenta anos volta a lecionar 

Por inspiração de Deus, ao completar setenta anos, São Raimundo voltou à educação. Dirigiu a fundação de dois seminários. Neles, o ensino era dado nas línguas Hebraica e árabe. Seu objetivo era atrair judeus e árabes para o Cristianismo. Em alguns anos dez mil árabes se converteram e receberam o batismo. Depois, São Raimundo passou a ser confessor do rei Jaime de Aragão e repreendeu-o pela vida desregrada. Também alertou o rei sobre um grande perigo que o reino corria com uma facção chamada “os albigenses”. Estes pertenciam à seita dos cátaros. Esta seita pregava uma doutrina que desviava da fé católica. Assim, ele conseguiu que os albigenses fossem expulsos da região. Além disso, São Raimundo, nesse tempo, foi um escritor importante. Sua obra, intitulada "Suma de Casos", continua a ser usada até os dias de hoje pelos confessores.

Morte

São Raimundo de Peñafort tornou-se grande amigo de Santo Tomás de Aquino. Tanto, que pediu a ele que escrevesse uma importante obra chamada Suma contra os Gênios. Além disso, ajudou Santo Tomás nos estudos. São Raimundo faleceu aos 100 anos! Era o dia 6 de janeiro de 1275. Pouco tempo depois foi canonizado. A celebração de sua festa foi estabelecida para o dia seguinte ao de sua morte, em 7 de janeiro, porque no dia 6 comemora-se a Epifania do Senhor.

Oração a São Raimundo de Penhaforte

“Senhor, que destes a São Raimundo de Penhaforte a virtude de uma admirável misericórdia para com os pecadores e os prisioneiros, dignai-Vos, por sua intercessão, quebrar as cadeias dos nossos pecados para podermos cumprir livremente a vossa vontade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do espírito Santo, amém. São Raimundo de Penhaforte, rogai por nós.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

Reflexão para a Solenidade da Epifania (B)

Reflexão para a Solenidade da Epifania (Vatican Media)

Encontram uma criança, com toda sua fragilidade, junto aos seus pais, cidadãos pobres. O brilho de uma estrela, que não os abandonou os conduziu até Belém, essa Luz é a manifestação do próprio Deus.

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

A primeira leitura faz referência à situação de luto em que vive o Povo da Antiga Aliança e o anúncio de que deve se despir dessas vestes e trajar as da alegria porque o Senhor virá a ele e o iluminará com sua própria Luz. Será o povo luz, que iluminará os demais.

No Evangelho, vemos representantes de povos estrangeiros vindos até os descendentes de Abraão, guiados por uma luz diferente e buscando entre eles o novo rei.

Acontece que os magos, ao buscarem o novo rei, vão a Jerusalém e até Herodes. Apesar de intuírem e buscarem o novo, eles seguem os costumes antigos. Mas Deus dá a eles, além da intuição e sensibilidade, o dom do discernimento. Quando eles conversam com o rei Herodes, percebem que ali está um assassino, um opressor, um autêntico títere dos imperadores romanos. Ora, o novo rei é um chefe que apascentará o povo, que o defenderá dos lobos, bem diferente de Herodes.

Também o dom do discernimento fará com que percebam que não poderão encontrá-lo em Jerusalém, a cidade do poder, onde estão os sacerdotes coniventes com uma ideologia conservadora e opressora.

As profecias falam na cidade de Davi, Belém. É bem menor que a capital, mas possui a graça de ter sido a terra do grande rei, do jovem pastor, oriundo de uma família pobre. Os magos seguem as profecias e o conselho interesseiro do rei e colocam-se de novo na estrada. Nesse momento em que estão em busca, novamente surge a estrela e os conduz a Belém. Encontram uma criança, com toda sua fragilidade, junto aos seus pais, cidadãos pobres. Essa intuição que os tirou da acomodação de casa, que os colocou na estrada, que os guiou como o brilho de uma estrela, que não os abandonou junto ao rei Herodes, que novamente os conduziu até Belém, essa Luz é a manifestação do próprio Deus. Mas a iluminação não parou aí, ela os fez ver que o novo rei deveria ser novo em todos os sentidos, inclusive no modo novo de reinar. Enquanto os reis tradicionais reinavam sendo servidos pelos súditos, este iria servir seus subalternos. O novo rei era pobre e filho de uma família pobre. Suas visitas eram pessoas simples, desclassificadas aos olhos do alto clero de Jerusalém. Um poder novo surgia e vinha dos fracos, dos humildes, mas esse poder contava com uma força diferente, uma força que impulsiona os corações e é guiada pela Sabedoria.

Ao mesmo tempo o Povo da Aliança deixa de ser um povo marcado pelo mesmo sangue e pela mesma cultura e passa a ser composto por aquelas pessoas que aceitam os ditames desse novo rei: amor, perdão, simplicidade de vida, generosidade e todos os valores contidos nos Evangelhos.

Peçamos ao Senhor que modifique nosso modo velho e viciado de ser, pensar e de agir. Acreditemos – pois é um fato – que  a salvação não virá dos poderosos, nem do dinheiro, nem da sociedade consumista.

Ela virá daquele que possui Luz, brilho próprio, daquele que é capaz de dar a vida a si mesmo, porque é a própria Vida, daquele que tem poder porque ama e serve, porque é o Amor.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/

sábado, 6 de janeiro de 2024

Reis Magos: 10 coisas que talvez você não saiba sobre a Festa da Epifania

© DR
Por Aleteia Brasil - publicado em 06/01/15
Para alguns povos, é no Dia dos Reis Magos que as crianças ganham presentes, e não no Natal.

1. A Festa da Epifania era tradicionalmente celebrada no dia 6 de janeiro, ou seja, 12 dias após o Natal. A partir da reforma do calendário litúrgico, em 1969, ela passou a ser comemorada ou nessa mesma data ou então no domingo entre os dias 2 e 8 de janeiro (no caso dos países em que a Epifania não é uma festividade civil).

2. A festa da Epifania reúne três eventos da vida de Cristo em que a Sua divindade brilha através da sua humanidade: a adoração dos Reis Magos, o batismo no Rio Jordão e o primeiro milagre, realizado nas bodas de Caná.

3. Em vários países, existe o costume de substituir as imagens dos pastores, no presépio, pelas imagens dos três Reis Magos com seus presentes para o Menino Jesus.

4. Há países em que as crianças não ganham presentes no dia de Natal e sim no “Dia dos Reis Magos”, a exemplo do próprio Menino Jesus, para quem os reis trouxeram ouro, incenso e mirra. Desta forma, na manhã da festa da Epifania, as crianças desses países acordam ansiosas para ver os presentes deixados pelos Reis Magos!

5. Variando conforme as diversas tradições locais, a missa da Epifania pode incluir uma bênção de ouro, incenso, mirra e água. Depois da comunhão, também há, em algumas comunidades, uma bênção de pedaços de giz.

6. Após a missa, os fiéis desses lugares levam para casa um pouco do giz, do incenso, da mirra e da água abençoados.

7. Já em casa, eles espargem um pouco da água benta nos quartos e fazem uma oração.

8. Com o giz abençoado, os fiéis escrevem as iniciais dos três Reis Magos, unidas entre si por pequenas cruzes, na parte interior da porta da frente de casa. Em seguida, escrevem o ano, quebrando o número em duas partes, uma logo antes e a outra logo depois das iniciais. Por exemplo: 20 G+M+B 15. O "20" representa o milênio e o século, as letras G, M e B são as iniciais dos reis magos Gaspar, Melchior e Baltazar e o "15" representa a década e o ano (2015, no caso). As inscrições são mantidas na porta até o dia de Pentecostes.

9. Outra tradição popular diz que todo aquele que entra na casa pela primeira vez depois dessa bênção deve pisar com o pé direito.

10. Nas regiões que mantêm vivas essas tradições, também é costume preparar nessa data o Bolo dos Reis Magos ou a Rosca dos Reis Magos, conforme a receita típica de cada país.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

NAZARENO: As parábolas do Reino (O semeador e o joio) - (24)

Nazareno (Vatican Media)

Cap. 24 - As parábolas do Reino (O semeador e o joio)

Na praia de Cafarnaum, Jesus primeiro senta-se à margem e depois, por causa da multidão, dirige-se ao barco de Pedro. Os apóstolos entram no barco com ele e ele começa a falar por parábolas. Ele fala sobre o semeador e as sementes que caem ao longo do caminho, no solo pedregoso, entre os arbustos e na terra boa. As sementes, ele explica aos apóstolos, são a Palavra que pode não criar raízes no coração humano ou dar frutos. Jesus então fala de um semeador em cujo campo também cresce o joio, as ervas daninhas, mas o dono do campo não quer arrancá-las. O que suas palavras significam? O joio ruim não pode ser distinguido do trigo, somente depois de ser arrancado é que a diferença se torna aparente. Intervir antes corre o risco de danificar as plantas boas. Não devemos esperar que Deus arranque à força o mal ao nosso redor. Jesus continua a falar do reino com comparações relacionadas à vida cotidiana: o reino dos céus é como um grão de mostarda, mas, quando cresce, faz crescer uma planta muito alta. O reino dos céus é como um pouco de fermento na massa, que é decisivo para um bom pão. Quando terminou de falar, ele dispensou a multidão, desceu do barco e voltou para a casa de Pedro com os seus. Aqui o Nazareno, motivado por perguntas, explica as parábolas: o semeador é o próprio Jesus, o campo é o mundo, e a boa semente são os filhos do Reino. As ervas daninhas são os filhos do Maligno. No fim do mundo, os injustos serão lançados na fornalha ardente, enquanto os justos resplandecerão de luz.

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2024/01/05/11/137596549_F137596549.mp3


Fonte:
https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF